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Transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos

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Esquizofrenia: 
 Embora seja discutida como se fosse uma única doença, 
a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com 
etiologias heterogêneas e inclui pacientes com 
apresentações clínicas, resposta ao tratamento e 
cursos das doenças variáveis; 
 Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na 
percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no 
comportamento. 
História: 
 Os primeiros médicos gregos já descreviam delírios de 
grandeza, paranoia e deterioração nas funções 
cognitivas e na personalidade; 
 Entretanto, apenas no século XIX a esquizofrenia surgiu 
como uma condição médica merecedora de estudo e 
tratamento; 
 Das figuras importantes na psiquiatria e na neurologia 
que estudaram o transtorno foram Emil Kraepelin (1856-
1926) e Eugen Bleuler (1857-1939). Antes deles, 
Benedict Morel (1809-1873), um psiquiatra francês, 
tinha usado o termo démence precoce para descrever 
pacientes deteriorados cuja doença começava na 
adolescência. 
Epidemiologia: 
 Prevalência ao longo da vida é de cerca de 1%; 
 O início é mais precoce entre homens; 
 As idades de pico do início são entre 10 e 25 anos para 
os homens e entre 25 e 35 anos para as mulheres. 
Diferentemente deles, as mulheres exibem distribuição 
etária bimodal, com um segundo pico ocorrendo na meia-
idade; 
 O inicio da esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 
60 anos é extremamente raro. 
 
 
Etiologia: 
 Gêmeos monozigóticos que tem carga genética idênticas, 
há uma taxa de concordância para esquizofrenia de 
aproximadamente 50%. Essa taxa é de 4 a 5 vezes 
maior do que a encontrada em gêmeos dizigóticos ou do 
que a taxa de ocorrência encontrada em outros 
parentes de primeiro grau (irmãos, pais ou filhos); 
 O papel dos fatores genéticos é refletivo, ainda, na 
queda na ocorrência de esquizofrenia entre parentes de 
segundo e terceiro graus, nos quais uma hipótese 
poderia ser uma diminuição na carga genética; 
 Hipótese da dopamina: excesso de atividade 
dopaminérgica. Primeiro, a eficácia e potência da maioria 
dos antipsicóticos (antagonistas do receptor da dopamina 
estão correlacionados a sua capacidade de agir como 
antagonistas do receptor de dopamina tipo 2). Segundo, 
os agentes que aumentam a atividade dopaminérgica, 
notadamente a anfetamina, são psicomiméticos; 
 A teoria básica não indica se hiperatividade 
dopaminérgica decorre da liberação excessiva de 
dopamina, do excesso de receptores de dopamina, da 
hipersensibilidade destes à dopamina ou de uma 
combinação de tais mecanismos, tampouco específica 
quais tratos dopaminérgicos estão envolvidos, embora os 
tratos mesocortical e mesolímbico sejam implicados com 
maior frequência; 
 Serotonina: as hipóteses atuais postulam o excesso de 
serotonina como uma das causas de sintomas tanto 
positivos quanto negativos na esquizofrenia. A atividade 
antagonista de serotonina consiste da clozapina e de 
outros antipsicóticos de segunda geração, junto com a 
eficácia da clozapina para diminuir sintomas positivos em 
pacientes crônicos, contribuiu para a validade dessa 
proposição; 
 Norepinefrina: a anedonia – o comprometimento da 
capacidade para gratificação emocional e a diminuição da 
capacidade de experimentar prazer – há muito tem sido 
observada como um aspecto proeminente da 
esquizofrenia. Uma degeneração neuronal seletiva no 
sistema neural de recompensa da norepinefrina poderia 
explicar esse aspecto da sintomatologia do transtorno. 
Entretanto, os dados bioquímicos e farmacológicos que 
apoiam essa proposição são inconclusivos; 
 GABA: o aminoácido neurotransmissor inibitório ácido-
aminobutírico (GABA) também foi implicado na 
fisiopatologia da esquizofrenia com base nos achados de 
que alguns pacientes tem uma perda de neurônios 
GABAérgicos no hipocampo. O GABA tem um efeito 
regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de 
neurônios GABAérgicos inibidore poderia levar à 
hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos; 
 Neuropeptídeos: neuropeptídeos, como a substância P e 
a neurotensiva, estão localizados com os 
neurotransmissores de catecolamina e indolamina e 
influenciam a ação destes. A alteração nos mecanismos 
de neuropeptídeo poderia facilitar, inibir ou, de outro 
modo, alterar o padrão de disparo desses sistemas 
neuronais. 
Critérios diagnósticos: 
 
Subtipos: 
 Paranóide; 
 Desorganizado; 
 Indiferenciada; 
 Residual. 
 
Humor, sentimento e afeto: 
 Responsividade emocional reduzida; 
 O afeto plano ou embotado; 
 Outras nuanças de sentimento incluem perplexidade, 
sensação de isolamento, ambivalência extrema e 
depressão. 
Distúrbio da sensopercepção: 
Alucinações: 
 Qualquer um dos cinco sentidos pode ser afetado por 
experiências alucinatórias no casos de indivíduos com 
esquizofrenia; 
 As alucinações mais comuns são as auditivas, com vozes 
muitas vezes ameaçadoras, obscenas, acusatórias ou 
ofensivas. Duas ou mais vozes podem conversar entre 
si, ou uma voz pode comentar a vida ou comportamento 
da pessoa; 
 Alucinações visuais são comuns, ao contrário das táteis, 
olfativas e gustativas, cuja presença deve levar o médico 
a considerar a possibilidade de um problema clínico ou 
neurológico subjacente estar causando toda a síndrome; 
 Alucinações cenestésicas: são sensações infundadas de 
estados alterados em órgãos do corpo. Os exemplos 
incluem sensação de queimação no cérebro, sensação de 
pressão nos vasos sanguíneos e sensação cortante na 
medula óssea. Distorções corporais também podem 
ocorrer. 
Ilusões: 
 As ilusões são distorções de imagens ou sensações reais, 
enquanto as alucinações não se baseiam a realidade. 
Ilusões podem ocorrer em pacientes com esquizofrenia 
durante as fases ativas, mas também ao longo das 
fases prodrômicas e dos períodos de remissão. 
Distúrbios do pensamento: 
Conteúdo do pensamento: 
 Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as 
ideias, crenças e interpretações de estímulos do 
paciente. Os delírios, o exemplo mais óbvio de transtorno 
do conteúdo do pensamento, são variados na 
esquizofrenia e podem assumir formas persecutórias, 
grandiosas, religiosas ou somáticas. 
Pensamento: 
 Os transtornos da forma do pensamento são 
observáveis de modo objetivo na linguagem falada e 
escrita dos pacientes e incluem frouxidão de 
associações, descarrilamento, incoerência, 
tangencialidade, circunstancialidade, neologismos, ecolalia 
e mutismo; 
 Embora a frouxidão de associações costume ser 
descrita como patognomônica para a esquizofrenia, o 
sintoma também é observado com frequência na maioria; 
 Os transtornos do processo depensamento incluem fuda 
de ideias, bloqueio do pensamento, comprometimento da 
atenção, pobreza de conteúdo do pensamento, baixa 
capacidade de abstração, perseveração, associações 
idiossincrásicas (p. ex., predicados idênticos, associações 
por sons), inclusão excessiva e circunstancialidade. O 
controle dos pensamentos, no qual forças externas 
controlam o que o paciente pensa ou sente, é comum, 
bem como a irradiação de pensamentos, na qual ele 
acredita que outras pessoas podem ler sua mente ou 
que seus pensamentos são transmitidos pela televisão ou 
pelo rádio; 
Julgamento e insight: 
 Classicamente, indivíduos com esquizofrenia são descritos 
com insight pobre sobre a natureza e a gravidade do seu 
transtorno. A chamada falta de insight está associada 
com baixa adesão ao tratamento; 
 Ao examinar esses indivíduos, os médicos devem definir 
com cuidado vários aspectos do insight, tais como a 
consciência dos sintomas, a dificuldade de se relacionar 
com as pessoas e as razões para tais problemas. 
 
Tratamento 
Psicose aguda: 
 Antipsicóticos típicos (haloperidol); 
 Benzodiazepínicos. 
Fase de estabilização: 
 AP típico (4 a 6 semanas); 
 AP atípico (4 a 6 semanas). 
Resistência ao tratamento: 
 Clozapina; 
 ECT; 
 EMT. 
Transtornoesquizoafetivo: 
 O transtorno esquizoafetivo tem características tanto 
da esquizofrenia como dos transtornos do humor; 
 Nos sistemas diagnósticos atuais, os pacientes podem 
receber esse diagnóstico se puderem se encaixar em 
uma das seis categorias seguintes: 
1. Pacientes com esquizofrenia que tem sintomas de humor; 
2. Pacientes com transtorno do humor que tem sintomas de 
esquizofrenia; 
3. Pacientes com transtorno do humor e esquizofrenia; 
4. Pacientes como uma terceira psicose não relacionadas a 
esquizofrenia e o transtorno de humor; 
5. Pacientes cujo transtorno se encontra em um continuum 
entre esquizofrenia e transtorno do humor; 
6. Pacientes com alguma combinação dos critérios citados. 
Epidemiologia: 
 A prevalência do transtorno esquizoafetivo ao longo da 
vida é de menos de 1%; 
 A idade de início para mulheres é mais tardia do que 
para os homens, como na esquizofrenia. Os homens com 
transtorno esquizoafetivo tendem a exibir 
comportamento antissocial e a ter um afeto 
marcadamente plano ou inadequado. 
 
Tratamento: 
 Estabilizadores do humor; 
 AD; 
 Antipsicóticos; 
 ECT; 
 EMT. 
Transtorno esquizofreniforme: 
 O conceito de transtorno esquizofreniforme foi 
introduzido em 1939, por Gabriel Langfeldt (1895-1983), 
para descrever uma condição com um início súbito e 
curso benigno associados com sintomas de humor e 
obnubilação da consciência; 
 Os sintomas da doença são semelhantes ao da 
esquizofrenia; contudo, com o transtorno 
esquizofreniforme, os sintomas duram pelo menos um 
mês, mas menos de seis meses; 
 Indivíduos com transtorno esquizofreniforme retornam a 
seu nível basal de funcionamento após a resolução do 
transtorno. 
Epidemiologia: 
 Comum em adolescentes e adultos jovens, e sua 
incidência é menos da metade da esquizofrenia; 
 Uma taxa cinco vezes maior do transtorno foi 
encontrada em homens em comparação a mulheres; 
 Foram relatadas uma taxa de prevalência em um ano de 
0,09% e uma taxa de prevalência ao longo da vida de 
0,11%. 
 
Diagnóstico: 
 A. Dois ou mais dos itens a seguir, a cada um presente 
por uma quantidade significativa de tempo durante um 
período de um mês (ou menos, se tratados com 
sucesso). Pelo menos um deles deve ser 1, 2 ou 3: 
1. Delírios; 
2. Alucinações; 
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou 
incoerência frequentes); 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou 
catatônico; 
5. Sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou 
avolia). 
 B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um 
mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser 
feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele 
deve ser qualificado como “provisório”; 
 C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou 
transtorno bipolar com características psicóticas foram 
descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior 
ou maníaco ocorreu concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor 
ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram 
presentes pela menor parte da duração total dos 
períodos ativo e residual da doença; 
 D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos 
de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) 
ou a outra condição médica. 
Tratamento: 
 AP com duração de 3-6 meses de tratamento. 
Transtorno delirante e transtorno psicótico compartilhado: 
 Delírios são crenças fixas, falsas, que não estão de 
acordo com a cultura. Eles estão entre os sintomas 
psiquiátricos mais interessantes devido à grande 
variedade de crenças falsas que podem ser mantidas 
por tantas pessoas e porque são difíceis de tratar 
 O diagnóstico de transtorno delirante é feito quando uma 
pessoa exibe delírios não bizarros de pelo menos um mês 
de duração que não podem ser atribuídos a outros 
transtornos psiquiátricos. 
Epidemiologia: 
 A prevalência de transtorno delirante nos Estados Unidos 
é estimada em 0,2 a 0,3%; 
 A idade média de início é em torno dos 40 anos, mas 
varia entre os 18 e os 90 anos; 
 Existe leve preponderância de pacientes do sexo 
feminino. Os homens tem mais probabilidade de 
desenvolver delírios paranoides do que as mulheres, que 
tendem a desenvolver delírios de erotomania. 
Fatores de risco: 
 Idade avançada; 
 Comprometimento sensorial e isolamento; 
 História familiar; 
 Isolamento social; 
 Características da personalidade (p. ex., sensibilidade 
interpessoal incomum); 
 Imigração recente. 
Diagnóstico e características clínicas: 
 Humor, sentimentos e afeto; 
 O humor do indivíduo é compatível com o conteúdo de 
seus delírios; 
 Um paciente com delírio de grandeza é eufórico; aquele 
com delírios persecutórios é desconfiado; 
 Qualquer que seja a natureza do sistema delirante, o 
examinador pode perceber algumas características 
depressivas leves; 
 Distúrbios perceptuais: por definição, pacientes com 
transtorno delirante não tem alucinações proeminentes 
ou contínuas. Alguns tem outras experiências 
alucinatórias – em geral, mais auditivas do que visuais. 
Pensamento; 
 O transtorno do conteúdo delirante do pensamento, na 
forma de delírios, é o sintoma-chave do transtorno 
delirante. Os delírios geralmente são sistematizados e 
caracterizados como possíveis (p. ex., delírios de ser 
perseguido, de ter um cônjuge infiel, de estar infectado 
com um vírus ou de ser amado por uma pessoa famosa). 
Esses exemplos de conteúdo delirante contrastam com o 
conteúdo delirante bizarro e impossível de alguns 
indivíduos com esquizofrenia. O sistema delirante em si 
pode ser complexo ou simples. Os pacientes não 
apresentam outros sinais de transtorno do pensamento, 
embora alguns possam ser verborrágicos, circunstanciais 
ou idiossincrásicos quando falam sobre os delírios. Os 
médicos não devem pressupor que todos os cenários 
improváveis sejam delirantes, e a veracidade das 
crenças deve ser verificada antes de seu conteúdo ser 
rotulado como delirante. 
DSM-V: 
A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um 
mês ou mais; 
B. O critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: 
alucinações, quando presentes, não são proeminentes e tem 
relação com o tema do delírio (p. ex., a sensação de estar 
infestado de insetos associada a delírios de infestação); 
C. Exceto pelo impacto dos delírios ou de seus 
desdobramentos, o funcionamento não está 
acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é 
claramente bizarro ou esquisito; 
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles 
foram breves em comparação com a duração dos períodos 
delirantes; 
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de 
uma substância ou a outra condição médica, não sendo mais 
bem explicada por outro transtorno mental, como 
transtorno dismórfico corporal ou transtorno obsessivo-
compulsivo. 
Subtipos: 
 O delírio de perseguição: os pacientes com esse subtipo 
estão convencidos de que estão sendo perseguidos ou 
prejudicados. As crenças persecutórias muitas vezes 
estão associadas com rabugice, irritabilidade e raiva, e o 
indivíduo que se deixa levar pela raiva pode às vezes ser 
agressivo ou mesmo homicida. Em contraste com os 
delírios persecutórios da esquizofrenia, a clareza, a 
lógica e a elaboração sistemática do tema persecutório 
no transtorno delirante são uma marca notável dessa 
condição; 
 O transtorno delirante com delírios de infidelidade foi 
denominado paranoia conjugal quando limitado ao delírio 
de que o cônjuge foi infiel. O epônimo síndrome de Otelo 
foi usado para descrever um ciúme mórbido decorrente 
de múltiplas preocupações. O delírio em geral afeta os 
homens, muitas vezes aqueles sem nenhuma história 
psiquiátrica. Pode aparecer subitamente e serve para 
explicar uma variedade de eventos presentes e 
passados envolvendo o comportamento do cônjuge. Essa 
condição é difícil de tratar e pode diminuir apenascom 
separação, divórcio ou morte do cônjuge; 
 Na erotomania, que também tem sido referida como 
síndrome de Clérambaulti ou psychose passionelle, o 
indivíduo tem a convicção delirante de que outra pessoa, 
em geral de condição social superior, está apaixonada 
por ele(a). Esses pacientes também tendem a ser 
solitários, retraídos, dependentes e sexualmente inibidos, 
bem como a ter níveis baixos de funcionamento social ou 
ocupacional; 
 O transtorno delirante com delírios somáticos foi 
chamado de psicose hipocondríaca monossintomática. A 
condição difere de outros transtornos com sintomas 
hipocondríacos no grau de comprometimento da 
realidade. No transtorno delirante, o delírio é fixo, 
indiscutível e apresentado de forma intensa, pois o 
paciente está totalmente convencido de sua natureza 
física. 
Tratamento: 
 Terapia voltada ao insight; 
 Hospitalização nas crises; 
 AP de primeira ou segunda geração. 
Transtorno psicótico compartilhado: 
 O transtorno psicótico compartilhado (também 
denominado ao longo dos anos de transtorno paranoide 
compartilhado, transtorno psicótico induzido, folie impose 
e insanidade dupla) foi descrito pela primeira vez por dois 
psiquiatras franceses, Lasegue e Falret, em 1877, que o 
chamaram de folie à deux. 
 
 
Curso e prognóstico: 
 Dados de pesquisa indicam que um estressor psicossocial 
identificável frequentemente acompanha o início do 
transtorno; 
 Em geral, acredita-se que o início súbito seja mais comum 
do que o insidioso. Alguns médicos pensam que indivíduos 
com transtorno delirante tem probabilidade de 
apresentar inteligência abaixo da média; 
 As desconfianças ou preocupações iniciais da pessoa aos 
poucos vão ficando mais elaboradas, consomem grande 
parte da sua atenção e, por fim, se tornam delirantes; 
 Os seguintes fatores estão correlacionadas a um 
prognóstico positivo: altos níveis de adaptação 
ocupacional, social e funcional; sexo feminino; início antes 
dos 30 anos; início súbito; duração curta da doença; e 
presença de fatores precipitantes. 
Tratamento: 
 Terapia voltada ao insight; 
 Hospitalização nas crises; 
 AP de primeira ou segunda geração; 
 Tratamento do indivíduo que apresenta os sintomas 
psicóticos. 
Transtorno psicótico breve: 
 O transtorno psicótico é definido como uma condição 
psicótica que envolve o início súbito de sintomas 
psicóticos que duram um dia ou mais, mas menos de um 
mês; 
 A remissão é completa, e o indivíduo retorna ao nível de 
funcionamento pré-morbido; 
 É uma síndrome psicótica aguda e transitória. 
Epidemiologia: 
 Ocorre com maior frequência entre indivíduos mais 
jovens (na segunda e terceira décadas de vida) do que 
entre os mais velhos; 
 É mais comum em mulheres do que em homens. 
Comorbidade: 
 O transtorno é observado com frequência em pacientes 
com transtorno da personalidade (mais comumente 
histriônica, narcisista, paranoide, esquizotípica e 
borderline). 
Diagnóstico: 
 Um diagnóstico de transtorno psicótico breve é 
apropriado quando os sintomas psicóticos duram pelo 
menos um dia, mas menos de um mês, e não estão 
associados com um transtorno do humor, com um 
transtorno relacionado a substâncias ou com um 
transtorno psicótico causado por uma condição clínica 
geral. 
Características clínicas: 
 Os sintomas do transtorno psicótico breve sempre 
incluem pelo menos um sintoma importante de psicose, 
como alucinações, delírios e pensamentos 
desorganizados, geralmente com início repentino, mas 
nem sempre incluem todo o padrão sintomático visto na 
esquizofrenia; 
 Outras manifestações: humor lábil, confusão e 
comprometimento da atenção podem ser mais comuns 
no início do transtorno psicótico breve. 
Curso e prognóstico: 
 O curso do transtorno psicótico breve é de menos de 
um mês. No entanto, o desenvolvimento de um 
transtorno psiquiátrico tão expressivo pode significar 
vulnerabilidade mental do indivíduo; 
 Cerca de metade das pessoas classificadas a princípio 
com transtorno psicótico breve mais tarde exibe 
síndromes psiquiátricas crônicas, como esquizofrenia ou 
transtornos do humor; 
 Estudos europeus indicaram de 50 a 80% de todos os 
pacientes não tem outros problemas psiquiátricos 
maiores. 
Tratamento: 
 Hospitalização; 
 AP (de primeira ou segunda geração); 
 Psicoterapia. 
 
 
Transtorno catatônico: 
 A catatonia é uma nova categoria diagnóstica no DSM-V, 
introduzida porque pode ocorrer ao longo de um amplo 
espectro de transtornos mentais, mais frequentemente 
nos transtornos psicótico e do humor graves. 
Definição: 
 A catatonia é uma síndrome clínica caracterizada por 
anormalidades comportamentais impressionantes que 
podem incluir imobilidade ou excitação motora, 
negativismo ou ecolalia (imitação da fala) ou ecopraxia 
(imitação de movimentos). 
Epidemiologia: 
 Entre pacientes internados com catatonia, 25 a 50% 
apresentaram transtornos do humor (p. ex., episódio 
depressivo maior, recorrente, com aspectos 
catatônicos), e aproximadamente 10%, esquizofrenia. 
Etiologia: 
 As condições médicas que podem causar catotonia 
incluem transtornos neurológicos (p. ex., status 
epilépticus não consulsivo e traumatismo craniano), 
infecções (p. ex., encefalite) e distúrbios metabólicos (p. 
ex., encefalopatia hepática, hiponatremia e 
hipercalcemia). 
DSM-V: 
A. Presença de pelo menos um dos sintomas a seguir: 1. 
Delírios; 2. Alucinações. 
B. Existe evidência na história, no exame físico ou nos 
achados laboratoriais de (1) e (2): 1. Os sintomas do critério 
A se desenvolveram durante ou logo após intoxicação por 
uma substância ou abstinência ou após exposição a um 
medicamento. 2. A substância/medicamento envolvida é 
capaz de produzir os sintomas do critério A. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por um 
transtorno psicótico não induzido por 
substância/medicamento. Essas evidências de um 
transtorno psicótico independente podem incluir: os sintomas 
antecederam o aparecimento do uso de 
substância/medicamento; os sintomas persistem por um 
período de tempo substancial (p. ex., cerca de um mês) após 
o término da abstinência aguda ou intoxicação grave; ou há 
outras evidências de um transtorno psicótico independente 
não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de 
episódios recorrentes não relacionadas a 
substância/medicamento). 
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o 
curso de delirium. 
E. A perturbação causa sofrimento significativo ou prejuízo 
no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. Nota: esses diagnóstico 
deve ser feito em vez de um diagnóstico de intoxicação por 
substância ou abstinência de substância somente quando os 
sintomas do critério A predominarem no quadro clínico e 
quando forem suficientemente graves para que recebam 
atenção clínica. 
Exames complementares: 
 Hemograma completo, eletrólitos, imagem cerebral e 
eletroencefalograma (se houver suspeita de convulsões); 
 Além disso, a creatinina fosfoquinase sérica, a contagem 
de leucócitos e as transaminases séricas devem ser 
verificadas, porque os resultados dos exames 
laboratoriais são elevados em pacientes com síndrome 
neuroléptica maligna; 
 Os benzodiazepínicos podem proporcionar melhora 
temporária dos sintomas, e sua utilização pode melhorar 
a capacidade de comunicação dos pacientes e o 
autocuidado; 
 A ECT é apropriada para a catatonia devida a uma 
condição médica geral, especialmente se o transtorno 
causar ameaça à vida (p. ex., incapacidade de se 
alimentar) ou evoluir para uma catatonia letal (maligna). O 
mecanismo por trás da eficácia da ECT é desconhecido.

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