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Esquizofrenia: Embora seja discutida como se fosse uma única doença, a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos das doenças variáveis; Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. História: Os primeiros médicos gregos já descreviam delírios de grandeza, paranoia e deterioração nas funções cognitivas e na personalidade; Entretanto, apenas no século XIX a esquizofrenia surgiu como uma condição médica merecedora de estudo e tratamento; Das figuras importantes na psiquiatria e na neurologia que estudaram o transtorno foram Emil Kraepelin (1856- 1926) e Eugen Bleuler (1857-1939). Antes deles, Benedict Morel (1809-1873), um psiquiatra francês, tinha usado o termo démence precoce para descrever pacientes deteriorados cuja doença começava na adolescência. Epidemiologia: Prevalência ao longo da vida é de cerca de 1%; O início é mais precoce entre homens; As idades de pico do início são entre 10 e 25 anos para os homens e entre 25 e 35 anos para as mulheres. Diferentemente deles, as mulheres exibem distribuição etária bimodal, com um segundo pico ocorrendo na meia- idade; O inicio da esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro. Etiologia: Gêmeos monozigóticos que tem carga genética idênticas, há uma taxa de concordância para esquizofrenia de aproximadamente 50%. Essa taxa é de 4 a 5 vezes maior do que a encontrada em gêmeos dizigóticos ou do que a taxa de ocorrência encontrada em outros parentes de primeiro grau (irmãos, pais ou filhos); O papel dos fatores genéticos é refletivo, ainda, na queda na ocorrência de esquizofrenia entre parentes de segundo e terceiro graus, nos quais uma hipótese poderia ser uma diminuição na carga genética; Hipótese da dopamina: excesso de atividade dopaminérgica. Primeiro, a eficácia e potência da maioria dos antipsicóticos (antagonistas do receptor da dopamina estão correlacionados a sua capacidade de agir como antagonistas do receptor de dopamina tipo 2). Segundo, os agentes que aumentam a atividade dopaminérgica, notadamente a anfetamina, são psicomiméticos; A teoria básica não indica se hiperatividade dopaminérgica decorre da liberação excessiva de dopamina, do excesso de receptores de dopamina, da hipersensibilidade destes à dopamina ou de uma combinação de tais mecanismos, tampouco específica quais tratos dopaminérgicos estão envolvidos, embora os tratos mesocortical e mesolímbico sejam implicados com maior frequência; Serotonina: as hipóteses atuais postulam o excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos quanto negativos na esquizofrenia. A atividade antagonista de serotonina consiste da clozapina e de outros antipsicóticos de segunda geração, junto com a eficácia da clozapina para diminuir sintomas positivos em pacientes crônicos, contribuiu para a validade dessa proposição; Norepinefrina: a anedonia – o comprometimento da capacidade para gratificação emocional e a diminuição da capacidade de experimentar prazer – há muito tem sido observada como um aspecto proeminente da esquizofrenia. Uma degeneração neuronal seletiva no sistema neural de recompensa da norepinefrina poderia explicar esse aspecto da sintomatologia do transtorno. Entretanto, os dados bioquímicos e farmacológicos que apoiam essa proposição são inconclusivos; GABA: o aminoácido neurotransmissor inibitório ácido- aminobutírico (GABA) também foi implicado na fisiopatologia da esquizofrenia com base nos achados de que alguns pacientes tem uma perda de neurônios GABAérgicos no hipocampo. O GABA tem um efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidore poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos; Neuropeptídeos: neuropeptídeos, como a substância P e a neurotensiva, estão localizados com os neurotransmissores de catecolamina e indolamina e influenciam a ação destes. A alteração nos mecanismos de neuropeptídeo poderia facilitar, inibir ou, de outro modo, alterar o padrão de disparo desses sistemas neuronais. Critérios diagnósticos: Subtipos: Paranóide; Desorganizado; Indiferenciada; Residual. Humor, sentimento e afeto: Responsividade emocional reduzida; O afeto plano ou embotado; Outras nuanças de sentimento incluem perplexidade, sensação de isolamento, ambivalência extrema e depressão. Distúrbio da sensopercepção: Alucinações: Qualquer um dos cinco sentidos pode ser afetado por experiências alucinatórias no casos de indivíduos com esquizofrenia; As alucinações mais comuns são as auditivas, com vozes muitas vezes ameaçadoras, obscenas, acusatórias ou ofensivas. Duas ou mais vozes podem conversar entre si, ou uma voz pode comentar a vida ou comportamento da pessoa; Alucinações visuais são comuns, ao contrário das táteis, olfativas e gustativas, cuja presença deve levar o médico a considerar a possibilidade de um problema clínico ou neurológico subjacente estar causando toda a síndrome; Alucinações cenestésicas: são sensações infundadas de estados alterados em órgãos do corpo. Os exemplos incluem sensação de queimação no cérebro, sensação de pressão nos vasos sanguíneos e sensação cortante na medula óssea. Distorções corporais também podem ocorrer. Ilusões: As ilusões são distorções de imagens ou sensações reais, enquanto as alucinações não se baseiam a realidade. Ilusões podem ocorrer em pacientes com esquizofrenia durante as fases ativas, mas também ao longo das fases prodrômicas e dos períodos de remissão. Distúrbios do pensamento: Conteúdo do pensamento: Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as ideias, crenças e interpretações de estímulos do paciente. Os delírios, o exemplo mais óbvio de transtorno do conteúdo do pensamento, são variados na esquizofrenia e podem assumir formas persecutórias, grandiosas, religiosas ou somáticas. Pensamento: Os transtornos da forma do pensamento são observáveis de modo objetivo na linguagem falada e escrita dos pacientes e incluem frouxidão de associações, descarrilamento, incoerência, tangencialidade, circunstancialidade, neologismos, ecolalia e mutismo; Embora a frouxidão de associações costume ser descrita como patognomônica para a esquizofrenia, o sintoma também é observado com frequência na maioria; Os transtornos do processo depensamento incluem fuda de ideias, bloqueio do pensamento, comprometimento da atenção, pobreza de conteúdo do pensamento, baixa capacidade de abstração, perseveração, associações idiossincrásicas (p. ex., predicados idênticos, associações por sons), inclusão excessiva e circunstancialidade. O controle dos pensamentos, no qual forças externas controlam o que o paciente pensa ou sente, é comum, bem como a irradiação de pensamentos, na qual ele acredita que outras pessoas podem ler sua mente ou que seus pensamentos são transmitidos pela televisão ou pelo rádio; Julgamento e insight: Classicamente, indivíduos com esquizofrenia são descritos com insight pobre sobre a natureza e a gravidade do seu transtorno. A chamada falta de insight está associada com baixa adesão ao tratamento; Ao examinar esses indivíduos, os médicos devem definir com cuidado vários aspectos do insight, tais como a consciência dos sintomas, a dificuldade de se relacionar com as pessoas e as razões para tais problemas. Tratamento Psicose aguda: Antipsicóticos típicos (haloperidol); Benzodiazepínicos. Fase de estabilização: AP típico (4 a 6 semanas); AP atípico (4 a 6 semanas). Resistência ao tratamento: Clozapina; ECT; EMT. Transtornoesquizoafetivo: O transtorno esquizoafetivo tem características tanto da esquizofrenia como dos transtornos do humor; Nos sistemas diagnósticos atuais, os pacientes podem receber esse diagnóstico se puderem se encaixar em uma das seis categorias seguintes: 1. Pacientes com esquizofrenia que tem sintomas de humor; 2. Pacientes com transtorno do humor que tem sintomas de esquizofrenia; 3. Pacientes com transtorno do humor e esquizofrenia; 4. Pacientes como uma terceira psicose não relacionadas a esquizofrenia e o transtorno de humor; 5. Pacientes cujo transtorno se encontra em um continuum entre esquizofrenia e transtorno do humor; 6. Pacientes com alguma combinação dos critérios citados. Epidemiologia: A prevalência do transtorno esquizoafetivo ao longo da vida é de menos de 1%; A idade de início para mulheres é mais tardia do que para os homens, como na esquizofrenia. Os homens com transtorno esquizoafetivo tendem a exibir comportamento antissocial e a ter um afeto marcadamente plano ou inadequado. Tratamento: Estabilizadores do humor; AD; Antipsicóticos; ECT; EMT. Transtorno esquizofreniforme: O conceito de transtorno esquizofreniforme foi introduzido em 1939, por Gabriel Langfeldt (1895-1983), para descrever uma condição com um início súbito e curso benigno associados com sintomas de humor e obnubilação da consciência; Os sintomas da doença são semelhantes ao da esquizofrenia; contudo, com o transtorno esquizofreniforme, os sintomas duram pelo menos um mês, mas menos de seis meses; Indivíduos com transtorno esquizofreniforme retornam a seu nível basal de funcionamento após a resolução do transtorno. Epidemiologia: Comum em adolescentes e adultos jovens, e sua incidência é menos da metade da esquizofrenia; Uma taxa cinco vezes maior do transtorno foi encontrada em homens em comparação a mulheres; Foram relatadas uma taxa de prevalência em um ano de 0,09% e uma taxa de prevalência ao longo da vida de 0,11%. Diagnóstico: A. Dois ou mais dos itens a seguir, a cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser 1, 2 ou 3: 1. Delírios; 2. Alucinações; 3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes); 4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico; 5. Sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou avolia). B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”; C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença; D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. Tratamento: AP com duração de 3-6 meses de tratamento. Transtorno delirante e transtorno psicótico compartilhado: Delírios são crenças fixas, falsas, que não estão de acordo com a cultura. Eles estão entre os sintomas psiquiátricos mais interessantes devido à grande variedade de crenças falsas que podem ser mantidas por tantas pessoas e porque são difíceis de tratar O diagnóstico de transtorno delirante é feito quando uma pessoa exibe delírios não bizarros de pelo menos um mês de duração que não podem ser atribuídos a outros transtornos psiquiátricos. Epidemiologia: A prevalência de transtorno delirante nos Estados Unidos é estimada em 0,2 a 0,3%; A idade média de início é em torno dos 40 anos, mas varia entre os 18 e os 90 anos; Existe leve preponderância de pacientes do sexo feminino. Os homens tem mais probabilidade de desenvolver delírios paranoides do que as mulheres, que tendem a desenvolver delírios de erotomania. Fatores de risco: Idade avançada; Comprometimento sensorial e isolamento; História familiar; Isolamento social; Características da personalidade (p. ex., sensibilidade interpessoal incomum); Imigração recente. Diagnóstico e características clínicas: Humor, sentimentos e afeto; O humor do indivíduo é compatível com o conteúdo de seus delírios; Um paciente com delírio de grandeza é eufórico; aquele com delírios persecutórios é desconfiado; Qualquer que seja a natureza do sistema delirante, o examinador pode perceber algumas características depressivas leves; Distúrbios perceptuais: por definição, pacientes com transtorno delirante não tem alucinações proeminentes ou contínuas. Alguns tem outras experiências alucinatórias – em geral, mais auditivas do que visuais. Pensamento; O transtorno do conteúdo delirante do pensamento, na forma de delírios, é o sintoma-chave do transtorno delirante. Os delírios geralmente são sistematizados e caracterizados como possíveis (p. ex., delírios de ser perseguido, de ter um cônjuge infiel, de estar infectado com um vírus ou de ser amado por uma pessoa famosa). Esses exemplos de conteúdo delirante contrastam com o conteúdo delirante bizarro e impossível de alguns indivíduos com esquizofrenia. O sistema delirante em si pode ser complexo ou simples. Os pacientes não apresentam outros sinais de transtorno do pensamento, embora alguns possam ser verborrágicos, circunstanciais ou idiossincrásicos quando falam sobre os delírios. Os médicos não devem pressupor que todos os cenários improváveis sejam delirantes, e a veracidade das crenças deve ser verificada antes de seu conteúdo ser rotulado como delirante. DSM-V: A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais; B. O critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: alucinações, quando presentes, não são proeminentes e tem relação com o tema do delírio (p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de infestação); C. Exceto pelo impacto dos delírios ou de seus desdobramentos, o funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é claramente bizarro ou esquisito; D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em comparação com a duração dos períodos delirantes; E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno obsessivo- compulsivo. Subtipos: O delírio de perseguição: os pacientes com esse subtipo estão convencidos de que estão sendo perseguidos ou prejudicados. As crenças persecutórias muitas vezes estão associadas com rabugice, irritabilidade e raiva, e o indivíduo que se deixa levar pela raiva pode às vezes ser agressivo ou mesmo homicida. Em contraste com os delírios persecutórios da esquizofrenia, a clareza, a lógica e a elaboração sistemática do tema persecutório no transtorno delirante são uma marca notável dessa condição; O transtorno delirante com delírios de infidelidade foi denominado paranoia conjugal quando limitado ao delírio de que o cônjuge foi infiel. O epônimo síndrome de Otelo foi usado para descrever um ciúme mórbido decorrente de múltiplas preocupações. O delírio em geral afeta os homens, muitas vezes aqueles sem nenhuma história psiquiátrica. Pode aparecer subitamente e serve para explicar uma variedade de eventos presentes e passados envolvendo o comportamento do cônjuge. Essa condição é difícil de tratar e pode diminuir apenascom separação, divórcio ou morte do cônjuge; Na erotomania, que também tem sido referida como síndrome de Clérambaulti ou psychose passionelle, o indivíduo tem a convicção delirante de que outra pessoa, em geral de condição social superior, está apaixonada por ele(a). Esses pacientes também tendem a ser solitários, retraídos, dependentes e sexualmente inibidos, bem como a ter níveis baixos de funcionamento social ou ocupacional; O transtorno delirante com delírios somáticos foi chamado de psicose hipocondríaca monossintomática. A condição difere de outros transtornos com sintomas hipocondríacos no grau de comprometimento da realidade. No transtorno delirante, o delírio é fixo, indiscutível e apresentado de forma intensa, pois o paciente está totalmente convencido de sua natureza física. Tratamento: Terapia voltada ao insight; Hospitalização nas crises; AP de primeira ou segunda geração. Transtorno psicótico compartilhado: O transtorno psicótico compartilhado (também denominado ao longo dos anos de transtorno paranoide compartilhado, transtorno psicótico induzido, folie impose e insanidade dupla) foi descrito pela primeira vez por dois psiquiatras franceses, Lasegue e Falret, em 1877, que o chamaram de folie à deux. Curso e prognóstico: Dados de pesquisa indicam que um estressor psicossocial identificável frequentemente acompanha o início do transtorno; Em geral, acredita-se que o início súbito seja mais comum do que o insidioso. Alguns médicos pensam que indivíduos com transtorno delirante tem probabilidade de apresentar inteligência abaixo da média; As desconfianças ou preocupações iniciais da pessoa aos poucos vão ficando mais elaboradas, consomem grande parte da sua atenção e, por fim, se tornam delirantes; Os seguintes fatores estão correlacionadas a um prognóstico positivo: altos níveis de adaptação ocupacional, social e funcional; sexo feminino; início antes dos 30 anos; início súbito; duração curta da doença; e presença de fatores precipitantes. Tratamento: Terapia voltada ao insight; Hospitalização nas crises; AP de primeira ou segunda geração; Tratamento do indivíduo que apresenta os sintomas psicóticos. Transtorno psicótico breve: O transtorno psicótico é definido como uma condição psicótica que envolve o início súbito de sintomas psicóticos que duram um dia ou mais, mas menos de um mês; A remissão é completa, e o indivíduo retorna ao nível de funcionamento pré-morbido; É uma síndrome psicótica aguda e transitória. Epidemiologia: Ocorre com maior frequência entre indivíduos mais jovens (na segunda e terceira décadas de vida) do que entre os mais velhos; É mais comum em mulheres do que em homens. Comorbidade: O transtorno é observado com frequência em pacientes com transtorno da personalidade (mais comumente histriônica, narcisista, paranoide, esquizotípica e borderline). Diagnóstico: Um diagnóstico de transtorno psicótico breve é apropriado quando os sintomas psicóticos duram pelo menos um dia, mas menos de um mês, e não estão associados com um transtorno do humor, com um transtorno relacionado a substâncias ou com um transtorno psicótico causado por uma condição clínica geral. Características clínicas: Os sintomas do transtorno psicótico breve sempre incluem pelo menos um sintoma importante de psicose, como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados, geralmente com início repentino, mas nem sempre incluem todo o padrão sintomático visto na esquizofrenia; Outras manifestações: humor lábil, confusão e comprometimento da atenção podem ser mais comuns no início do transtorno psicótico breve. Curso e prognóstico: O curso do transtorno psicótico breve é de menos de um mês. No entanto, o desenvolvimento de um transtorno psiquiátrico tão expressivo pode significar vulnerabilidade mental do indivíduo; Cerca de metade das pessoas classificadas a princípio com transtorno psicótico breve mais tarde exibe síndromes psiquiátricas crônicas, como esquizofrenia ou transtornos do humor; Estudos europeus indicaram de 50 a 80% de todos os pacientes não tem outros problemas psiquiátricos maiores. Tratamento: Hospitalização; AP (de primeira ou segunda geração); Psicoterapia. Transtorno catatônico: A catatonia é uma nova categoria diagnóstica no DSM-V, introduzida porque pode ocorrer ao longo de um amplo espectro de transtornos mentais, mais frequentemente nos transtornos psicótico e do humor graves. Definição: A catatonia é uma síndrome clínica caracterizada por anormalidades comportamentais impressionantes que podem incluir imobilidade ou excitação motora, negativismo ou ecolalia (imitação da fala) ou ecopraxia (imitação de movimentos). Epidemiologia: Entre pacientes internados com catatonia, 25 a 50% apresentaram transtornos do humor (p. ex., episódio depressivo maior, recorrente, com aspectos catatônicos), e aproximadamente 10%, esquizofrenia. Etiologia: As condições médicas que podem causar catotonia incluem transtornos neurológicos (p. ex., status epilépticus não consulsivo e traumatismo craniano), infecções (p. ex., encefalite) e distúrbios metabólicos (p. ex., encefalopatia hepática, hiponatremia e hipercalcemia). DSM-V: A. Presença de pelo menos um dos sintomas a seguir: 1. Delírios; 2. Alucinações. B. Existe evidência na história, no exame físico ou nos achados laboratoriais de (1) e (2): 1. Os sintomas do critério A se desenvolveram durante ou logo após intoxicação por uma substância ou abstinência ou após exposição a um medicamento. 2. A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir os sintomas do critério A. C. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno psicótico não induzido por substância/medicamento. Essas evidências de um transtorno psicótico independente podem incluir: os sintomas antecederam o aparecimento do uso de substância/medicamento; os sintomas persistem por um período de tempo substancial (p. ex., cerca de um mês) após o término da abstinência aguda ou intoxicação grave; ou há outras evidências de um transtorno psicótico independente não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de episódios recorrentes não relacionadas a substância/medicamento). D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium. E. A perturbação causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Nota: esses diagnóstico deve ser feito em vez de um diagnóstico de intoxicação por substância ou abstinência de substância somente quando os sintomas do critério A predominarem no quadro clínico e quando forem suficientemente graves para que recebam atenção clínica. Exames complementares: Hemograma completo, eletrólitos, imagem cerebral e eletroencefalograma (se houver suspeita de convulsões); Além disso, a creatinina fosfoquinase sérica, a contagem de leucócitos e as transaminases séricas devem ser verificadas, porque os resultados dos exames laboratoriais são elevados em pacientes com síndrome neuroléptica maligna; Os benzodiazepínicos podem proporcionar melhora temporária dos sintomas, e sua utilização pode melhorar a capacidade de comunicação dos pacientes e o autocuidado; A ECT é apropriada para a catatonia devida a uma condição médica geral, especialmente se o transtorno causar ameaça à vida (p. ex., incapacidade de se alimentar) ou evoluir para uma catatonia letal (maligna). O mecanismo por trás da eficácia da ECT é desconhecido.
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