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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Márcia Rakel Grahl Dal Forno PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO EM TEM PO INTEGRAL 44 48 4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-5417-6 9 7 8 8 5 3 8 7 5 4 1 7 6 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Márcia Rakel Grahl Dal Forno IESDE BRASIL S/A Curitiba 2016 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br © 2016 – IESDE Brasil S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________________ F83p Forno, Márcia Rakel Grahl Dal Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral / Márcia Rakel Grahl Dal Forno. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016. 86 p. : il. ISBN 978-85-387-5417-6 1. Educação. 2. Prática de ensino. I. Título. 15-28822 CDD: 370.11 CDU: 37.017 ________________________________________________________________________ Capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Gajus/Shutterstock Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Apresentação Este guia de estudo apresenta uma breve discussão sobre a Educação Integral prioritariamente as questões relativas às práticas pedagógicas. Inicia-se a discus- são abordando alguns conceitos importantes sobre aprendizagem, educação e educação em tempo Integral e, na sequência, trabalha-se com algumas questões de organização dos espaços e tempos escolares. Além desses aspectos, são feitas algumas reflexões sobre o tempo, a forma- ção integral do homem e a formação em tempo integral, bem como são sugeri- das algumas formas de planejamento, de organização curricular, de estruturação dos espaços, de acompanhamento pedagógico e possibilidades metodológicas de elaboração e efetivação das aulas, sob a perspectiva da integralidade. Bons estudos! Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Márcia Rakel Grahl Dal Forno: Mestre em Educação na linha de Políticas Públicas e Gestão da Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Bagozzi. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Sobre o autor Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Sumário Aula 1 PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 9 PARTE 1: O PLANEJAMENTO E A APRENDIZAGEM EM TEMPO INTEGRAL 11 PARTE 2: PLANEJAMENTO E PROJETOS DE TRABALHO 15 PARTE 3: PLANEJAMENTO E PLANO DE AULA 20 Aula 2 SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES 23 PARTE 1: CONTEÚDOS X PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 25 PARTE 2: A SISTEMATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 29 PARTE 3: O TEMPO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 33 Aula 3 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES 37 PARTE 1: O ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO 39 PARTE 2: AS TAREFAS ESCOLARES 43 PARTE 3: O TEMPO LIVRE 46 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Sumário Aula 4 METODOLOGIA DIFERENCIADA 49 PARTE 1: METODOLOGIA X CRIATIVIDADE 51 PARTE 2: METODOLOGIA X LUDICIDADE 55 PARTE 3: OFICINAS DE APRENDIZAGEM 58 Aula 5 PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NAS DECISÕES DA ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS E TEMPOS 63 PARTE 1: ALUNOS COMO SUJEITOS DE APRENDIZAGEM 65 PARTE 2: SALAS AMBIENTES 68 PARTE 3: REFEITÓRIO 71 Aula 6 RELAÇÃO ESCOLA-ALUNO-FAMÍLIA-COMUNIDADE 75 PARTE 1: ARTICULAÇÃO COM O ENSINO REGULAR 77 PARTE 2: ARTICULAÇÃO COM A FAMÍLIA 80 PARTE 3: AVALIAÇÃO 83 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Refletir sobre o planejamento e a aprendizagem em tempo integral, projetos de trabalho e plano de aula. Objetivos: PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Aula 1 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral 11 PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 O planejamento e a aprendizagem em tempo integral Primeiramente, cabe refletir sobre alguns conceitos importantes que norteiam a prática educativa em todos os níveis e modalidades. Esta parte da aula trata prioritariamente das questões relativas à Educação em Tempo Integral. Mas, tratando-se de educação, o que entendemos sobre esse con- ceito? É importante o entendimento desse complexo conceito, com- preendendo que a sua definição orientará todo o pensar para o proces- so educativo em tempo integral. Nesse sentido, Libâneo sinaliza para o fato de identificar qual o caráter da educação e afirma: A educação, enquanto atividade intencionalizada, é uma prática social cunhada como influência do meio social sobre o desenvolvimento dos indivíduos na sua relação ativa com o meio natural e social, tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade hu- mana para torná-la mais rica, mais produtiva, mais efi- caz diante das tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações sociais (LIBÂNEO, 2002, p. 82). Compreendendo que a educação é um ato intencional, como bem colocou Libâneo na citação acima e, além de sua intencionalidade ser uma prática social influenciada pelo meio e pelas relações que esse meio proporciona, é necessário pensar, com muita cautela e respon- sabilidade, no direcionamento das atividades que serão ofertadas em tempo integral. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral12 PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALPa rt e 1 Entendendo que a proposta deve ser conduzida para a elaboração de um planejamento que contemple as especificidades estruturais, didáticas, de tempo, de espaços, de recursos e, acima de tudo, que vislumbre o aluno como sujeito de sua aprendizagem, torna-se impres- cindível a elaboração de um planejamento articulado entre todas as práticas educativas do ensino em tempo integral, também articulado com as disciplinas do período regular. Desse modo, pensar em um planejamento interdisciplinar é con- dição para a garantia de uma aprendizagem com qualidade que po- tencializará as habilidades humanas, aproximando-se cada vez mais de uma educação que propicie o desenvolvimento do aluno como ser integral e em tempo integral, ou seja, na sua integralidade. O desafio se torna cada vez maior, assim, o comprometimento, a clareza e a elaboração do planejamento deste trabalho devem per- mear o corpo docente, a equipe pedagógica e a equipe gestora, pois o atode ensinar também é um ato de aprender e, mais do que ensinar, o professor irá mediar o conhecimento presente na sala de aula, pois conforme Ferreira (2009, p. 75): Ensinar e aprender [...] significa observar a coincidên- cia entre pensamento e prática, verificada pelas ações do homem sobre a natureza e sobre o meio físico e so- cial, intervindo inteligentemente e produzindo conhe- cimento e humanidade. Sendo assim, o ato de ensinar vai além da transmissão de conhe- cimentos , mas também a percepção e contemplação dos conhecimen- tos trazidos pelos alunos, como um material rico para ser trabalhado e reorganizado de forma a se transformar em conhecimento científico e sistematizado, reforçando a teoria de Saviani que apresenta a escola Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral 13 PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pa rt e1 como o lugar de transformar o saber de senso comum em conheci- mento científico e sistematizado, reafirmado pela citação de Ferreira que aponta que, na educação, a intervenção deve ser inteligente para produzir conhecimento e humanidade. Portanto planejar é indissociável do caráter educativo, e a for- ma de elaboração desse planejar precisa, incondicionalmente, ser de forma interdisciplinar, pois “[...] o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma ra- cional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpretar por elas.” (FAZENDA, 2000, p. 17). Apesar de sua complexidade conceitual, o pensar interdisciplinar é também um exercício intelectual a ser feito constantemente pelos envolvidos no processo de aprendizagem, tentando, cada vez mais, desfragmentar o conhecimento, buscando aperfeiçoar as técnicas de ensino para que tornem cada vez mais próximos do entendimento dos alunos, e significativas para as suas experiências de vida, buscando despertar o interesse pelo conhecimento, e fazendo do espaço escolar, acima de tudo, um ambiente de troca e de aprofundamento teórico e científico. Extra Recomendamos a leitura do artigo de Ana Maria Cavaliere: Escolas de tempo integral versus alunos em tempo integral, Publicado na Revista Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 80, p. 51-63, abr. 2009. Esse artigo trata dos formatos organizacionais pelos quais vem ocorrendo a ampliação do tempo em que os alunos ficam sob a responsabilidade da escola. Texto disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/ emaberto/article/viewFile/1470/1219>. Acesso em: 29 set. 2015. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral14 PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRALPa rt e 1 Atividade No texto são abordados três conceitos importantes: Educação, Planejamento e aprendizagem. Aponte os principiais aspectos desses conceitos para a educação em tempo integral Referências FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Org.). Metodologia da Pesquisa Educacional. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1997. FERREIRA, Naura Syria Carapeto. In: RANGEL, Mary (Org.). Supervisão e Gestão na Escola: conceitos e práticas de mediação. Campinas: Papirus, 2009. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 6. ed. São Paulo: Cortez, 2002. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Crítica: primeiras aproximações. 10. ed. Campinas: Autores Associados, 2008. Resolução da atividade O aluno deverá apontar para cada conceito a sua relevância para a educação em tempo integral. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 15 Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Planejamento e projetos de trabalho Compreendendo a importância do planejamento na garantia da qualidade da educação e entendendo a necessidade desse planeja- mento ser de forma interdisciplinar, cabe refletir agora sobre algumas questões relativas à sua elaboração. Priorizando, acima de tudo, a responsabilidade de oferecer uma formação integral do homem em tempo integral, como já foi dito, na sua integralidade. Nessa linha de raciocínio, o planejamento não pode ser baseado na repetição, reprodução e muito menos no reforço do ensino regular. Então, o que fazer para aproveitar ao máximo este alargamento de tempo escolar? Com certeza, as práticas de educação integral devem ser muito bem pensadas. Se já tem sido um exercício pensar em diferenciar e diversificar a metodologia, bem como a forma de conduzir o ensino regular, o esforço se redobra no ensino integral, não que este seja mais ou menos importante que o ensino regular, mas é uma extensão do tempo de permanência na escola, o que remete ao fato de pensar sobre o aproveitamento maior desse tempo, a fim de potencializar as habilidades humanas que nem sempre são tratadas no ensino regular, devido ao tempo reduzido. Sendo assim, com a possibilidade de esten- der esse tempo, abre-se um “leque” de oportunidades que, se forem muito bem pensadas, podem despertar maior interesse nos alunos, superando o cansaço e a monotonia muitas vezes presente nas práticas escolares. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 16 Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Considerando esses aspectos, parte-se do ponto que a educação integral deve organizar-se por projetos de trabalho, que abrangerá conhecimentos sem fragmentar e de uma forma mais acessível, garan- tindo uma melhor compreensão dos fatos e uma relação mais próxima da realidade vivenciada pelos alunos. Entendendo o sentido da palavra projeto, que é “lançar adiante”, cabe considerar que, como o próprio nome diz, projeta-se o que vai acontecer, tenta-se antecipar as ações, decisões e formular hipóte- ses. Fundamentalmente, o projeto proporciona o trabalho coletivo, pensa-se em grupo, articula-se as experiências, planeja-se de forma integrada, envolvendo todos os integrantes inclusive as famílias. O tra- balho pensado coletivamente proporciona mais possibilidades, além de tornar todos corresponsáveis pelo processo de aprendizagem, o que faz toda a diferença. Bem como afirma Libâneo: o processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática, de modo a prever e programar as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária à tomada de decisões” (LIBÂNEO, 2004, p. 149). Pensando nesta antecipação de ações e entendendo que o projeto servirá de referência para o planejamento, é necessário pensar na elaboração de um projeto que contemple basicamente os seguintes aspectos: 1. Diagnóstico — descrever todos os itens que correspondem à realidade do local, contemplando principalmente os fatores que interferem na aquisição do conhecimento dos alunos, fa- zendo um desenho da realidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 17 Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 2. Objetivos — tendo o esboço da realidade, alguns desafios se apresentarão para serem superados, se tornarão os objetivos do projeto. 3. Ações — diante dos problemas e dos objetivos, resta projetar as ações para a superação dos desafios.As ações devem con- siderar, imprescindivelmente, os seguintes condicionantes: a) público a que se destina; b) tempo e espaços; c) recursos físicos, materiais e humanos. 4. Responsáveis pela execução — determinadas as ações a se- rem executadas, precisam ser delegadas aos seus executo- res, que podem ser docentes, alunos, comunidade, equipe gestora, equipe pedagógica etc., enfim, qualquer integrante desse processo conforme a ação pensada. 5. Cronograma de execução — para que não fique algo muito vago, é necessário estabelecer prazos a serem cumpridos, por isso a elaboração do cronograma com as datas de início e término de cada ação. 6. Avaliação — a avaliação é imprescindível para contribuir na melhora do processo e deverá acontecer de forma continua e processual, trazendo subsídios para reestruturar as ações conforme o andamento e o retorno da ação. 7. Resultados esperados — é importante estabelecer com o gru- po o que se espera como resultado, para que todos tenham claramente os critérios de onde deverão chegar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 18 Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Pensar na ampliação do tempo escolar implica em diversificar as propostas que envolvem todas as áreas do conhecimento como artes, esporte, lazer, cultura, o currículo pedagógico e os conhecimentos científicos a serem desenvolvidos em diferentes espaços. Propiciando aos alunos experiências que possibilitem a interação entre todos os envolvidos no processo, ou seja, toda a comunidade escolar. Extra Recomendamos a leitura do artigo de Isa Maria F. Rosa Guará: “É imprescindível Educar Integralmente”, que discute sobre os diferentes conceitos de educação integral e sobre o desafio que é a implantação de programas de educação integral. Publicada nos Cadernos CENPC. N. 2. 2006. Disponível em: <http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index. php/cadernos/article/view/168/197>. Acesso em : 1.º out. 2015. Atividade A autora Isa Maria F. Rosa Guará afirma, no artigo indicado acima, que não há modelos prontos para a elaboração de projetos. Segundo o texto desse material, o projeto deve ser elabora de que forma e por quem? Referências GANDIN, Danilo. O Planejamento como Prática Educativa. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão Escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2004. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: plano de ensino-apredizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 19 Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Resolução da atividade O aluno deverá refletir sobre a especificidade de cada projeto, que conforme trabalhado em aula, o projeto deve ser elaborado por todos os envolvidos no processo, e pensado para o local a que vai ser aplicado, por isso a indicação da autora Isa Maria a qual fala sobre a inexistência de modelos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 20 Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Planejamento e plano de aula Tendo claros os conceitos sobre projeto e planejamento, cabe agora ressaltar a importância do plano de aula que entenderemos como sendo a concretização do planejamento. Relembrando os conceitos: entende-se o projeto como a constru- ção de uma proposta coletiva de trabalho, que norteará todas as ações efetivadas no espaço escolar e por todos os envolvidos no processo, tornando todos corresponsáveis pelas ações. Enquanto o planejamen- to será um documento diretamente ligado à prática docente e fará a previsão dos objetivos para um determinado tempo, bem como os conteúdos que serão abordados e os critérios de avaliação. E o plano de aula, para que serve? O plano de aula é o momento de refletir sobre o andamento das atividades e das propostas pensadas no planejamento e no projeto, é com ele que os docentes avaliam como está sendo o retorno do que foi pensado e onde se reorganizarão as ações conforme a necessidade. O plano de aula é, segundo Piletti: a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. [...] É a sistematização de todas as ativi- dades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem (PILETTI, 2001, p. 73). É no plano de aula que são descritas, com detalhes, as rotinas do dia, prevendo todas as peculiaridades de materiais pedagógicos, espaços físicos, tempo de duração, recursos audiovisuais, atividades Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 21 Pa rt e3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL impressas, enfim, é quando se pensa, de forma concreta, quais ativi- dades serão ofertadas e em que momento, numa sequência de dias e de tempos. O plano de aula é um detalhamento de tudo que está previsto para ser efetivado no dia, explicitando de forma clara e objetiva os instrumentos a serem utilizados e as estratégias, articulando de forma coerente e consistente todas as áreas do conhecimento que podem ser envolvidas naquela atividade. Sendo assim, o plano de aula deve conter: 1. os objetivos específicos previstos para a aula; 2. a metodologia a ser utilizada; 3. os recursos necessários para a efetivação da aula; 4. instrumentos de avaliação a serem aplicados; 5. os critérios de avaliação correspondentes. No plano de aula, deve constar a organização do docente, pre- vendo assim a repetição de práticas e, principalmente, evitando que o docente entre em sala sem nenhum direcionamento. Extra Leia o artigo “A importância do planejamento das aulas para orga- nização do trabalho do professor em sua prática docente”, de Patricia Aparecida; Pereira Penkal de Castro, no qual discute-se se o plano de aula é realmente importante. Publicado na revista Athena — Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008. Disponível em: <https://pad.fgv.br/sites/pad.fgv.br/files/material/A%20importan- cia%20do%20planejamento%20das%20aulas.pdf>. Acesso em: 6 out. 2015. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 22 Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral PLANEJAMENTO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Atividades Descreva, de forma sintética, os conceitos de: planejamento, pla- no de aula e projeto. Referências CASTRO, Patricia Aparecida Pereira Penkal de. A importância do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. In: Athena Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008. Disponível em: <https://pad.fgv.br/sites/pad.fgv.br/files/material/A%20importancia%20do%20 planejamento%20das%20aulas.pdf>. Acesso em: 6 out. 2015. GANDIN, Danilo. O Planejamento como Prática Educativa. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão Escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2004. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: plano de ensino-apredizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995.Resolução da atividade O aluno deverá redigir sobre os conceitos contemplando o projeto como a construção de uma proposta coletiva de trabalho que norteará todas as ações efetivadas no espaço escolar e por todos os envolvidos no processo, tornando todos corresponsáveis pelas ações. O plane- jamento como um documento diretamente ligado à prática docente fará a previsão dos objetivos para um determinado tempo, bem como os conteúdos que serão abordados e os critérios de avaliação. E o pla- no de aula é o momento de refletir sobre o andamento das atividades e das propostas pensadas no planejamento e no projeto, é onde os do- centes avaliam como está sendo o retorno do que foi pensado e onde se reorganizarão as ações conforme a necessidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Refletir sobre os conteúdos X as práticas pedagógicas, a sistematização na Educação em Tempo Integral e o tempo na Educação em Tempo Integral. Objetivos: SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Aula 2 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 25 SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Conteúdos X práticas pedagógicas Na atualidade pensar em Educação em Tempo Integral significa, antes de tudo, desconstruir o modelo de escola do século XVIII que prevalece até hoje nas diferentes regiões do país e que não atende mais a expectativas e necessidades dos alunos do século XXI. Desconstruir um modelo requer conhecimento de um novo modelo, ou, pelo menos, o reconhecimento de sua ineficácia. Isso implica em se desprender de determinados paradigmas educacionais e sociais que insistem em manter um sistema de ensino fragmentado e sem objetivos claros, bem como sem sentido prático para a vida da maioria dos estu- dantes, causando grande número de evasão e repetência escolar. Paralelamente a essas questões, também se faz necessário repen- sar as estruturas de poder instauradas no interior deste sistema, pois a autoridade do professor também deve ser repensada. O professor deve ser autoridade pelo seu conhecimento, pela sua sabedoria e experiência e não pelo sentido autoritário como dono de todo o saber presente na escola, tal como afirma Ana Maria Cavaliere: A relação educativa implica referências comuns entre os que ensinam e os que aprendem, legitimidade dos que ensinam, pertencimento dos que aprendem, e a ocupação desses postos sempre se dá por um direito, afirmado socialmente em alguma instância (CAVALIERE, 2009, p. 58). A função do professor, com base em uma nova visão de educação, é a de mediar o conhecimento, de articular, de transformar o saber de senso comum em saber sistematizado, em saber científico, como bem afirmou Saviani em seu livro Pedagogia Histórico Crítica. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 26 SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Tendo esta compreensão, o primeiro aspecto a ser repensado é a organização do tempo e dos conhecimentos a serem ofertados aos alu- nos, que devem ser, acima de tudo, desfragmentados. Portanto, não devem ser tratados como conteúdos de áreas separadas, e sim como práticas integradoras que tratam o conhecimento em sua totalidade, valorizando as potencialidades de seus alunos. Para a autora Cavaliere (2009, p. 58): O aumento do tempo pode significar um aprofunda- mento de experiências cotidianas partilhadas, mas, para isso, o enriquecimento da vida intraescolar e a estabilidade de seus quadros profissionais são funda- mentais. Se houver uma excessiva fragmentação e in- constância na utilização do tempo suplementar, com oferta de atividades em vários locais e com agentes sem a preparação adequada, ele pode se transformar ou em mero “atendimento”, com sentido limitada- mente assistencialista, ou em mero “consumo”, isto é, ocupação com atividades desconectadas de um projeto político-pedagógico, organizadas como uma espécie de “mercado”. Nessa linha de raciocínio, a organização desse tempo requer, aci- ma de tudo, formação para todos os envolvidos no processo, pois a mu- dança deve acontecer primeiramente no modo de pensar dos profissio- nais, para que a partir de então possa haver uma mudança na prática. Sendo assim, essa escola que está se pensando deve possibilitar aos alunos a incorporação de diferentes experiências culturais, sociais e históricas, proporcionando momentos de aprendizagem mais produ- tivos e significativos conforme bem colocado por Cavaliere: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 27 SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral Uma escola que possibilitasse esse conjunto de vivên- cias seria uma instituição complexa — com funções so- cializadoras amplas e assentadas em regras previamen- te e continuamente acordadas — capaz de incorporar as diferentes experiências culturais da população. Com isso, a democratização da instituição passaria por seu reforço e não por sua fragmentação. Esse reforço re- presentaria a valorização de sua natureza de lugar da infância nas sociedades contemporâneas, onde o direi- to a uma educação realizada na e pela esfera públi- ca, para a vida social e para a democracia, poderia ser mais bem exercido (CAVALIERE, 2009, p. 61). O exercício docente se torna, diante de todas essas questões, mais do que uma simples ação de transmitir conhecimentos, mas, sim, de se tornar corresponsável pela formação de seres humanos historica- mente constituídos no processo de vida escolar, o qual ele (o docente) possibilitará. Nesse sentido, o docente facilitará o processo de aquisi- ção dos saberes historicamente construídos pelo homem e possibilitará que seus alunos reconstruam seus saberes com base nesses conheci- mentos, saberes esses a serem experimentados no cotidiano. Extra Recomendamos a leitura do artigo de Ana Maria Cavaliere: Escolas de tempo integral versus alunos em tempo integral, que relata as duas vertentes de ampliação de tempo de escola presentes no país. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/arti- cle/viewFile/1470/1219>. Acesso em: 13 out. 2015. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 28 SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Atividade Para refletir: Quais práticas educativas possibilitam a apropria- ção dos saberes historicamente construídos, considerando o atual sis- tema escolar e a sua ampliação de tempo? Referências CAVALIERE, Ana Maria. Escolas de tempo integral versus alunos em tempo integral. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 80, p. 51-63, abr. 2009. GANDIN, Danilo. O Planejamento como Prática Educativa. 10. ed. São Paulo: Loyola, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão Escolar: teoria e prática. 4. Ed. Goiânia: Alternativa, 2004. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Crítica: primeiras aproximações. 10. ed. Campinas: Autores Associados, 2008. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: plano de ensino-apredizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995. Resolução da atividade O aluno deverá, de forma sintética, colocar as possíveis práticas que acredita possibilitara aquisição do conhecimento histórico como realizar trocas de experiências entre os alunos e entre a comunidade, trazer uma pessoa antiga para contar sua trajetória de vida ou de algo que produziu durante sua vida, enfim, alguém, pessoa comum, que possa transmitir algum saber popular. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 29 Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES A sistematização na educação em tempo integral A sistematização na educação integral deve ultrapassar os regis- tros insignificantes, os cadernos escolares e principalmente os muros escolares. A educação integral transcende a sistematização do conhe- cimento e amplia para um caminho de diálogo com todas a instâncias sociais ligadas direta ou indiretamente à instituição escolar. Essa ampliação depende da dinâmica presente na escola, que pode favorecer ou não esta ampliação. Depende das ações efetivadas pelos profissionais e, também, das instituições e organizações que se envolvem nessa dinâmica escolar. Já é bem claro que o ser humano aprende porque necessita ou porque, de alguma forma, despertou curiosidade por algo, assim como afirma Vasconcellos: O conhecimento, pois, sempre esteve ligado a neces- sidades, interesses, sendo que a partir deles o homem se empenhava no enfrentamento da realidade, vindo a construir cada vez mais representações mentais, [...] Portanto, a necessidade faz surgir o conhecimento e, com o tempo, o próprio conhecimento torna-se uma necessidade, como mediação para satisfazer outras ne- cessidades (VASCONCELLOS,1996, p. 23). Historicamente, a aquisição do conhecimento, a descoberta de novos saberes e novas invenções surgiram da inquietude gerada pela necessidade ou pela curiosidade do homem por aquilo que que- ria aprender e/ou modificar para o seu bem-estar. Portanto, todas Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 30 Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES as descobertas humanas foram geradas com interesses individuais, despertados por alguma razão que motivou o homem a sair de sua comodidade. Mas, se assim entende-se o processo de aquisição e de interesse pelo conhecimento, o que a escola está oferecendo para despertar esse interesse nos alunos em descobrir novos conhecimentos? As atividades escolares, pensadas para cumprir funções burocrá- ticas, sem planejamento ou, no pior dos cenários, para ocupar o tem- po dos alunos, trabalha no sentido inversamente proporcional ao de despertar o desejo e a curiosidade em aprender. Por isso, pensar na intencionalidade das atividades organizadas para a Educação Integral torna-se indissociável ao processo de planejar integralmente, como aponta Moll: [...] as cidades precisam ser vistas pelas escolas [...] de tempo integral como uma grande rede ou malha de espaços pedagógicos formais: escolas, creches, facul- dades, universidades, institutos; e informais: teatros, praças, museus, bibliotecas, meios de comunicação, repartições públicas, igrejas, além de trânsito, dos ôni- bus, das ruas etc. (MOLL, 2004, p. 42). Os espaços educativos devem ser ampliados para além do ângulo de visão interna dos espaços escolares. Os profissionais envolvidos com a Educação Integral (docentes, monitores, gestores, equipe pedagógi- ca etc.) devem possibilitar aos estudantes o contato com diferentes espaços sociais, culturais e históricos, que podem ser convertidos em espaços pedagógicos conforme a intencionalidade e o direcionamento das atividades, tornando-se uma rede de possibilidades. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 31 Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Não quer dizer que a educação será transferida para fora da es- cola, muito pelo contrário, a cidade é que deve vir para dentro da escola, em um movimento vivo, natural e em tempo real. Assim, a aprendizagem extravasa e começa a se relacionar com o mundo. Como aponta Guará: É uma aprendizagem que extravasa os muros da escola, e alcança inúmeras possibilidades de interação e ofere- ce condições para o crescimento pedagógico, pessoal, cultural e social de professores e alunos. [...] Assim, a educação integral deve ter objetivos que construam relações na direção do aperfeiçoamento humano. [...] A educação, como constituinte do processo de huma- nização, que se expressa por meio de mediações, as- sume papel central na organização da convivência do humano em suas relações e interações, matéria-prima da constituição da vida pessoal e social (GUARÁ, 2006, p. 16). A aprendizagem assim concebida se torna significativa, consti- tuindo-se como pertencente à vida dos alunos e cumpre a função de possibilitar ao ser humano desenvolver todas as suas potencialidades. Portanto, à sistematização dos conhecimentos na Educação Integral vai muito além de um mero registro no papel, a responsabilidade é de uma amplitude muito maior. Extra Sugere-se a leitura do texto Educação integral e os espaços educativos: um diálogo necessário. Das autoras Mercês Pietsch Cunha Mendonça, Iolene Mesquita Lobato e Cleonice Borges Ribeiro Faria. O texto faz uma discussão sobre o diálogo necessário entre Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 32 Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES comunidade e escola para o projeto da Educação Integral. Disponível em: <www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/down- load/1374/1284>. Acesso em: 13 out. 2015. Atividade Que espaços externos à escola podem servir como laboratórios pedagógicos? Quais você conhece? Pode citar alguns de sua localidade? Referências ARROYO, Miguel G. O direito a tempos-espaços de junto e digno viver. In: MOLL, Jaqueline (Org.). Caminhos da Educação Integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. p. 33-45. GUARÁ, Maria F. Rosa. É Imprescindível Educar Integralmente. São Paulo: Cenpec, 2006. (Cadernos Cenpec: Educação Integral). MOLL, Jaqueline. A cidade educadora como possibilidade: apontamentos. In: CONZATTI, Marli; FLORES, Maria Luisa Rodrigues; TOLEDO, Lesli (Org.). Cidade Educadora: a experiência de Porto Alegre. São Paulo: Cortez, 2004. p. 39-46. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. Cadernos Pedagógicos do Libertad, 1996. v. 2. Resolução da atividade O aluno deverá citar alguns espaços externos à escola que podem ser considerados laboratórios pedagógicos, como museus, parques municipais que possuam algum tipo de espaço reconstituído, espaços de leitura, organizações culturais, hortas comunitárias, entre outros. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 33 Pa rt e3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES O tempo na educação em tempo integral Um dos grandes desafios postos para a Educação Integral é a oti- mização do tempo. Como organizar esse tempo para garantir maior qualidade das atividades, maior participação, envolvimento dos alunos nas atividades propostas vencendo o cansaço e a fadiga que parecem ser inevitáveis nessa ampliação de jornada escolar. A verificação de determinadas reações e atitudes dosestudantes que fazem parte de escolas em tempo integral, coloca alguns aspec- tos significativos a serem retomados no campo de discussões sobre a ampliação da jornada escolar, pois, acima de tudo, essa ampliação requer uma boa organização escolar conciliada a profissionais bem capacitados. Além dessas questões, é importante pensar no tempo por outro ân- gulo que não somente o tempo relógio, como afirma Yvelise Arco-Verde (2012, p. 85), compreende o tempo como “humano não único, mas plu- ral, distinto individual e coletivo”. O tempo, segundo a mesma autora, pode ser compreendido também como espaços, como relação com os conhecimentos e como objeto histórico constituído pelos homens. Melhor dizendo, o tempo cronológico é algo constituído pelo ho- mem para sua melhor organização, sendo assim, esse tempo escolar deve existir para beneficiar e propiciar uma melhor otimização, possi- bilitando, segundo Arco-Verde (2012), a precisão de ritmos, processos, valores e normas interiorizadas nas sociedades contemporâneas. O tempo escolar pode ser analisado por diferentes prismas que determinam a sua eficiência ou ineficiência, e há de ter muita cau- tela, pois como bem sinaliza Compère (apud Arco-Verde, 2012, p. 88) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 34 Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES “é o excesso e, sobretudo, as inadequações do tempo passado pela criança na escola que são denunciados [hoje].” Há duas proposições a serem refletidas sobre o tempo: a primeira diz sobre excesso do tempo, e a segunda, sobre a inadequação desse tempo. Ambos os casos precisam ser muito bem organizados, porque está bem claro que só aumentar o tempo de permanência na escola não garante que o aluno aprenda mais. E ficar mais tempo do que o necessá- rio realizando atividades sistematizadas sem muito sentido, diminuindo o tempo de vivência livre da criança também não é algo muito adequado e, ousa-se dizer, não é muito saudável, causando muitas vezes o estres- se infantil. A questão está em como utilizar o tempo em prol de uma melhor apropriação de conhecimentos por parte dos alunos. Outra questão é o fato de externalizar as ações pedagógicas so- mente em locais fora dos muros escolares e não em uma ação articula- da, de parceria entre espaços internos e externos, entre profissionais e voluntários, o que direciona para outro campo a ser repensado. Coelho afirma vemos, hoje em dia, projetos de educação integral em jornada ampliada, cuja dimensão maior está centrada na extensão do tempo fora da escola, em atividades organizadas por parceiros que vão desde voluntários a instituições privadas, clubes, ONGs. Muitas vezes, as atividades desenvolvidas são desconhecidas dos pro- fessores, ocasionando práticas que não se relacionam com as práticas educativas que ocorrem no cotidiano escolar, uma vez que não constam do planejamento do- cente. Em nossa perspectiva, essa situação fragmenta o trabalho pedagógico, dilui a função da escola, impu- tando-lhe o papel único de transmissora de conteúdos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 35 Pa rt e3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES escolares, expolia a instituição formal de ensino daque- le que deveria ser seu objetivo primeiro: o de oferecer uma formação completa a todas as crianças (COELHO, 2009, p. 94). Nessa via de raciocínio, deve-se equilibrar as ações para não che- gar a extremos, contemplando somente atividades internas ou somen- te atividades externas, e sim contextualizar o projeto elaborado para a educação integral contemplando ambas. Além disso, deve-se vin- cular e articular todos os profissionais e demais envolvidos, segundo Arco-Verde (2012), com tudo o que compõe essa cultura escolar de jornada ampliada, como espaços, métodos, seleção e distribuição de conteúdos, atuação dos profissionais e dos alunos, a organização e participação familiar. Há vários modelos de organização desses espaços, por exemplo, locais onde que as crianças permanecem 8 horas, em um período, or- ganizam-se atividades do ensino regular e, no restante do tempo, são realizadas atividades de práticas educativas contemplando atividades artísticas, esportivas e pedagógicas. Há outras instituições em que as crianças vão almoçar em casa e depois retornam a outro espaço, tendo as mesmas atividades do formato anterior. E, dentro das duas possi- bilidades, há o inverso, no primeiro período as atividades de práticas integrais e no outro as destinadas ao ensino regular. Percebe-se hoje que é necessária uma articulação maior entre os profissionais do ensino regular e os profissionais da educação integral, é necessário buscar uma escola unitária que pense o tempo como um todo e não fragmentado entre as duas modalidades. Portanto pensar coletivamente se torna indissociável para uma boa otimização do tem- po em uma jornada ampliada de tempo escolar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 36 Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral SELEÇÃO DE CONTEÚDOS E ATIVIDADES Extra O texto de Evelise Arco-Verde fala sobre a mitificação e o fetiche do tempo que aprisionam o sistema escolar e condicionam a própria organização do trabalho pedagógico: Tempo escolar e organização do trabalho pedagógico. Publicado na revista Em Aberto, v. 25, n.88. Brasília, 2012. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index. php/emaberto/article/view/2871/1884>. Acesso em: 11 out. 2015. Atividade Descreva três aspectos relevantes sobre o tempo escolar. Referências ARCO-VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Tempo escolar e organização do trabalho pedagógico. Em Aberto, Brasília, v. 25, n. 88, p. 83-97, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/ viewFile/2871/1884>. Acesso em: 11 out. 2015. COELHO, Ligia Martha Coimbra da Costa. História(s) da educação integral. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 80, p. 83-98, abr. 2009. Disponível em: <http:// emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1472/1221>. Acesso em: 11 out. 2015. Resolução da atividade O importante nessa atividade é entender que o tempo escolar não se restringe somente ao tempo/relógio, mas está relacionado também a espaços, a seleção de conhecimentos e a história. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Discutir o acompanhamento pedagógico, as tarefas escolares e o tempo livre. Objetivos: ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Aula 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 39 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral O acompanhamento pedagógico Compreendendo a Educação em Tempo Integral como uma possi- bilidade de desenvolver capacidades que vão além das ofertadas no ensino regular, e que, acima de tudo, possibilite aos alunos a incor- poração de diferentes experiências culturais, sociais, históricas, pro- porcionando momentos de aprendizagem mais produtivos, é essencial refletir sobre o acompanhamento pedagógico. O acompanhamento pedagógico abordado neste texto terá duas vertentes diferentes: a primeira diz respeito ao acompanhamentope- dagógico realizado pelo profissional pedagogo à equipe docente e aos alunos. A segunda concentrará os apontamentos no acompanhamen- to pedagógico entendido como uma das práticas ofertadas no Ensino Integral. O acompanhamento pedagógico, feito pelo pedagogo, será com- preendido neste texto como articulação do trabalho pedagógico – tra- balho este de natureza não material com o mesmo sentido de educa- ção defendido por Saviani: [...] a educação, pertencendo ao âmbito do trabalho não material, de natureza não material e que tem a ver com conhecimentos, ideias, conceitos, valores, símbolos, há- bitos, atitudes, habilidades [...] (SAVIANI, 1984, p. 2). Ou seja, esse trabalho de natureza não material ao qual o peda- gogo é seu maior responsável, pois é ele que irá articular e mediar as ações desenvolvidas pelos professores, deve esclarecer, como afirma Saviani, que: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 40 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral [...] o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se formem humanos e, de outro lado e conco- mitantemente, à descoberta das formas mais adequa- das para atingir esse objetivo (SAVIANI, 198, p. 2). Compreendendo a educação nessa via de raciocínio, pelo conceito apontado por Saviani, e entendendo a função do pedagogo como res- ponsável por organizar momentos e espaços para promover e elaborar planejamentos que possam alcançar essa finalidade, é necessário pen- sar em uma articulação mais estreita possível entre o ensino regular e a educação integral, evitando, dessa forma, que a educação integral seja mera repetidora das ações do ensino regular. Nesse sentido, cabe ao pedagogo articular todas as ações dire- cionadas para os alunos que pertencem a essa ampliação de jornada escolar, articulando os planejamentos de todos os docentes envolvidos nesse processo de aprendizagem, tentando desfragmentar ao máximo as atividades pensadas para esses alunos. Já o acompanhamento pedagógico pensado como uma das práti- cas ofertadas na Educação Integral é o momento organizado para os alunos realizarem as atividades escolares que são elaboradas para se- rem feitas no tempo em que estão fora da escola, ou seja, é um tempo de estudo extra. Esse tempo de estudo extra deve ser contemplado no período es- colar para os que pertencem à Educação Integral, pois as 8 horas em Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 41 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral que permanecem na escola devem ser suficientes para atender a todas as demandas escolares, de modo que que esses alunos não levem para casa as tarefas escolares. Além disso, esse acompanhamento pedagógico exige um plane- jamento cauteloso e articulado entre os dois turnos, e que valorize os saberes dos alunos, suas experiências promovendo momentos em que os alunos possam se expressar livremente, realizando a troca de saberes. Nesse momento, o professor se torna o mediador, e pensará em atividades que, além das tarefas de casa, promovam o aprofunda- mento teórico dos conhecimentos escolares. Portanto, o pedagogo se torna fundamental e imprescindível para garantir um espaço de qualidade e direcionar os docentes a pensar em metodologias diferenciadas que promovam a consolidação dos saberes e possam revisar seus conceitos e conhecimentos apropriados à escola. Extra Recomendamos a leitura do artigo de Dermeval Saviani: Sobre a Natureza e a especificidade da educação, que aponta de for- ma muto didática os conceitos sobre a natureza do trabalho pe- dagógico e da educação. Disponível em: <http://ifibe.edu.br/ arq/20150911214634120944442.pdf>. Atividade Escreva sobre a sua compreensão do sentido de educação de na- tureza não material. Pode utilizar como recurso, também, o artigo de Saviani, mencionado na seção Extras. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 42 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Referências MACHADO, João Luis de Almeida. Tarefas Escolares: o que são? Para que servem? Como Realizá-las? Disponível em: <https://joaoluis28.wordpress. com/2011/03/11/tarefas-escolares-o-que-sao-para-que-servem-como-realiza- las/>. Acesso em: 18 out. 2015. SAVIANI, Dermeval. Sobre a Natureza e a especificidade da Educação. Em Aberto, Brasília, ano 3, n. 22, jul./ago. 1984. Disponível em: <http://ifibe.edu. br/arq/20150911214634120944442.pdf>. Acesso em: 18 out. 2015. Resolução da atividade Seu texto deverá contemplar a especificidade do trabalho educa- tivo, colocando a sua natureza não material que diz respeito à aquisi- ção de conhecimentos, valores e conceitos historicamente produzidos pelo homem. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 43 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral As tarefas escolares Pensar em tarefas escolares requer um aprofundamento em de- terminados conceitos que permeiam o campo da educação e que exi- gem certos conhecimentos para não se correr o risco de perder o pre- cioso tempo de permanência na escola com atividades repetitivas e sem sentido para os educandos. Primeiramente cabe entender que a tarefa escolar é um momen- to de aprendizado que pode ser valioso ou não, dependendo do modo como é conduzido, bem como afirma Rodriguez: [...] o objetivo é aprender e usar um procedimento que possibilite adquirir e utilizar conhecimentos e não meramente realizar certas tarefas de forma precisa e isolada (RODRIGUEZ, 2006, p. 54). A condução das tarefas escolares deve ser pensadas de modo que os estudantes possam realizá-las com a maior autonomia possível. Elas devem promover condições de o aluno utilizar seus conhecimentos e adquirir novos, bem como afirmou o Rodriguez. Portanto, pensar em sistematizar os conhecimentos é tão importante quanto pensar na se- leção destes. Além disso, pensar na intencionalidade dessas tarefas faz com que se planeje esse momento, pois há que considerar duas situações previ- síveis de acontecer: uma é a realização de tarefas escolares propostas pelo professor do turno regular, e a outra é as tarefas que podem ser propostas pelo próprio professor do acompanhamento pedagógico da Educação Integral. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 44 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Em ambas as situações, é preciso ter claro o conceito de tarefas escolares, que, como define Machado, são: [...] atividades adicionais elaboradas pelos professores ou contidas nos materiais didáticos/paradidáticos uti- lizados pela escola que são encaminhados para a reso- lução em momento posterior às aulas com o intuito de consolidar os conteúdos trabalhados pelos professores (MACHADO, 2015, s.p). Portanto as tarefas escolares exigem uma orientação prévia do professor que a propôs, e um cuidado na sua elaboração, pois se deve pensar nessas atividades para que contemplem somente acomplexi- dade que é possível para o nível/etapa de ensino em que se encontra o aluno, bem como no tempo que levará para resolvê-las. Sendo assim, tanto o professor de ensino regular quanto o profes- sor do acompanhamento pedagógico devem ter clareza de que as tare- fas escolares pensadas adequadamente são a possibilidade de os alunos fixarem os conhecimentos trabalhados em sala, bem como de rever os conteúdos e com uma boa orientação superarem certas dificuldades. Portanto, pensar em atividades que o aluno realiza sozinho e que não demandem um tempo exagerado é primordial para garantir um aproveitamento melhor dessa atividade, fazendo com que o aluno não se canse e não perca a atenção necessária para a sua execução. Nessa via de raciocínio, reforça-se aqui a importância da articu- lação entre os planejamentos dos docentes de ambos os turnos e a mediação pedagógica no intuito de levar todos os docentes a elaborar atividades que tenham os objetivos em comum. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 45 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral Extra Vídeo: Cotidano escolar Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=P5LRa8P6-Qk>. Atividade Relacionar as questões apontadas no vídeo, sugerido como mate- rial extra, com os conceitos trabalhados no texto. Referências MACHADO, João Luis de Almeida. Tarefas Escolares: o que são? Para que servem? Como Realizá-las? Disponível em: <https://joaoluis28.wordpress. com/2011/03/11/tarefas-escolares-o-que-sao-para-que-servem-como-realiza- las/>. Acesso em: 18 out. 2015. SAVIANI, Dermeval. Sobre a Natureza e a especificidade da Educação. Em aberto, Brasília, ano 3, n. 22, jul./ago. 1984. Disponível em: <http://ifibe.edu. br/arq/20150911214634120944442.pdf>. Acesso em: 18 out. 2015. Resolução da atividade Seu texto deverá fazer relação das diferentes maneiras que as pessoas absorvem os conhecimentos, citando a diversidade que existe nas salas de aula atualmente, questões essas trabalhadas no vídeo, e a função das tarefas escolares nesse sentido. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 46 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral O tempo livre Muito mais do que pensar em organizar atividades isoladas e em sistematizar as tarefas escolares, pensar na totalidade do tempo é imprescindível para garantir uma qualidade do ensino na Educação Integral. A compreensão do todo e a especificidade de cada parte é in- dissociável do ato de planejar, ou melhor dizendo, ao ato educativo em tempo integral, pois pensar na organização das práticas é uma condição para manter o mínimo de organização do dia, mas pensar em todos os momentos é priorizar a qualidade de todo o processo, por isso incluir o tempo livre no planejamento se torna algo de extrema importância neste processo. O tempo livre não significa necessariamente tempo perdido, mui- to menos tempo sem direcionamento pedagógico, mas, sim, o momen- to em que os alunos são “livres” para a escolha do que querem fazer. Este tempo livre acontece antes e após as refeições, e nem por isso os alunos precisam ficar apáticos esperando o horário das práti- cas, sem ter opções de escolha e sem ter atividades com intencionali- dade pedagógica. Não é necessária a obrigatoriedade de existir um professor para orientar os alunos nas atividades e, bem como atividades a serem rea- lizadas nesse período, mas é necessário pensar em opções de espaços e de situações que possam ocupar esse tempo de forma proveitosa e prazerosa, pois Monteiro (1997, p. 98) salienta que o: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 47 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral [...] processo educacional não ocorre somente no campo cognitivo, mas também no afetivo e psicomo- tor. Para ela, a recreação na escola pode se tornar um conteúdo concreto em todos os sentidos e servir como instrumento para a vivência do corpo e a construção da imagem corporal, e também como elemento facilitador para o processo interdisciplinar. Pensar a educação de forma isolada só baseada no cognitivo é negar o homem como um ser integral. Neste sentido, pensar em momentos de ludicidade, de convivên- cia livre é valorizar a cultura humana, a criatividade e a necessidade de escolha que o ser humano tem em realizar as atividades com que tem mais afinidade e que lhe dá mais prazer, afirmando, dessa forma, a definição de tempo livre apontada por Waichman (1997): o tempo livre é uma experiência recreativa, deve haver disponibilidade de energia no momento do lazer. A re- creação é um sistema, uma ideia, uma brincadeira, um esporte não competitivo, tudo o que nos proporciona entretenimento. Nesta compreensão, entender a necessidade do tempo livre ter um direcionamento diferente do tempo pensado para as práticas, é compreender que o saber pode se dar nas trocas, nos momentos de brincadeiras, de conversas livres, e que isso pode ser pedagogicamen- te pensado, desde que se faça uma seleção prévia de espaços, de materiais e de tempo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 48 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Extra Leitura do texto de Ana Maria Villela Cavaliere, Educação Integral: Uma Nova Identidade Para A Escola Brasileira? O qual trabalha o percurso histórico da Educação Integral no Brasil. Disponível em: <www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 nov. 2015. Atividade Com base nos conhecimentos trabalhados sobre o tempo livre, cite algumas possibilidades de espaços para o aproveitamento melhor desse tempo livre na Educação Integral. Referência CAVALIERE, Ana Maria Villela. Educação Integral: uma nova identidade para a escola brasileira? Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 81, p. 247-270, dez. 2002 263 Disponível em: <www.Cedes.Unicamp.Br>. Acesso em: 18 out. 2015. MONTEIRO, É. A Recreação e seus Objetivos no Âmbito Escolar. Disponível em: <www.pratiqueatividade.com.br/downloads/344ca0f5ae.doc>. Acesso em: 21 out. 2015. WAICHMAN, P. A. Tempo Livre e Recreação: um desafio pedagógico. Campinas: Papirus, 1997. Resolução da atividade Citar algumas possibilidades de organização do tempo livre como canto de leitura, quadra esportiva com jogos livres, ambiente de des- canso com espaço para sentar/deitar etc. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Refletir sobre os temas metodologia X criatividade, metodologia X ludicidade e sobre as oficinas de aprendizagem. Objetivos: METODOLOGIA DIFERENCIADA Aula 4 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 51 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Metodologia X criatividade Primeiramente, cabe lembrar os conceitos de metodologia e de método, visto que um está entrelaçado no outro. Metodologia deriva de “método”, do latim “methodus”, cujo significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Contudo, método é o caminho para se atingirum determinado objetivo. Melhor dizendo, a metodologia é a área em que se estudam os me- lhores métodos praticados para a produção do conhecimento, e a me- todologia de ensino é a aplicação de diferentes métodos no processo ensino-aprendizagem. Os métodos, segundo Libâneo, são determinados pela relação ob- jetivos-conteúdos, e referem-se aos meios para alcançar os objetivos gerais e específicos do ensino. Para o autor o conceito mais simples de “método” é o caminho para atingir um objetivo. Os métodos são, assim, meios adequados para realizar os objetivos. Entendendo a metodologia como o estudo dos melhores métodos para se alcançar os objetivos preteridos, qual a melhor forma de pen- sar a metodologia na Educação Integral? Compreendendo esta como desafiadora, e complexa, pois engloba uma série de questões ineren- tes à sua organização que influenciam significativamente a prática docente e a aprendizagem dos alunos, pensar na melhor metodologia é indissociável ao ato de planejar. Sendo assim, planejar compreendendo a necessidade de aderir a uma metodologia de ensino que contemple métodos criativos se apro- xima de uma melhor qualidade do processo de ensino aprendizagem na Educação Integral. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 52 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Mas o que seria um método criativo? Deve-se deixar claro que o docente não precisa pensar em aulas e materiais exorbitantes para a sua aula ser criativa, mas, sim, pensar em práticas que saiam do tradicional. Se a Educação Integral não é a repetição do ensino regular, uma das primeiras questões a serem repensadas é a organização das sa- las com carteiras enfileiradas, onde alunos sentam sozinhos um atrás do outro e realizam atividades sistematizadas. Isto é inaceitável na Educação Integral que compreende a necessidade de ter métodos di- ferenciados de aprendizagem. Primeiro passo para o professor abordar os conteúdos, as práticas de uma forma diferenciada é a sua constante atualização, pois assim como afirma Freire por isso é que na formação permanente dos professo- res, o momento fundamental é o de reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem, que se pode melhorar a próxima prática (1996, p. 43). Com uma reflexão constante sobre a prática docente, é possível pensar em novas estratégias de ensino que possam ultrapassar os ran- ços históricos de uma pedagogia tradicional, conservadora que visa o aluno como um ser passivo e sem conhecimento algum, situação essa que, muitas vezes, por haver ainda certas fragilidades no corpo docen- te, acabam sendo reproduzidas. Sendo assim, pensar em atividades em grupo é uma das possibi- lidades de mudar a lógica das aulas, pois os trabalhos em grupo re- forçam a nossa vivência em sociedade que é em grupos familiares, religiosos, de trabalho entre outros. Além disso, o trabalho em grupo possibilita a troca de conhecimentos e favorece o desenvolvimento Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 53 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral de várias habilidades como a socialização, a autonomia, o respeito às diferenças, respeito à opinião dos colegas, desenvolve o senso crítico, a liderança e a resolução de problemas. O trabalho em grupo desenvol- ve a liberdade com responsabilidade e motiva os alunos a adquirirem novos conhecimentos. Além de trabalhos em grupos, pensar na inserção das tecnologias durante as aulas se torna indispensável frente à nova realidade que se instaurou na sociedade, em que as relações sociais estão caminhando cada vez mais para um mundo virtual. Bem como sinaliza o material Salto para o Futuro, o professor tem uma nova configuração nesta so- ciedade, sendo: O Professor atua como um agente de mudança, valori- zando os interesses e necessidades de seus alunos [...] os quais são trabalhados com o uso de todos os meios tecnológicos [...] em busca de melhor compreendê-los e de desenvolver uma educação emancipatória (1998, p.71). Além dos recursos de informática, é pertinente utilizar o maior número de recursos tecnológicos que venham reforçar o professor como um agente de mudança, conforme pudemos refletir. É necessário entender que as tecnologias vão desde uma máquina calculadora, até um equipamento de informática como computador, tablet, aplicati- vos, softwares, TV, DVD etc. Enfim, um método criativo contempla todos os recursos que estão ao seu alcance. Planejar bem uma aula requer boa formação, muita determinação e envolvimento com a prática e com os alunos. Um mé- todo criativo não quer dizer atitudes e materiais exorbitantes, mas atividades bem pensadas e muitas vezes a simplicidade de uma aula bem organizada é muito criativa. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 54 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e 1 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Extra Leitura do artigo de Beatriz e Costa Magdalena e Iiris Elisabeth Tempel com o título de “Revisitando os projetos de aprendizagens, em tempos de web 2.0 em que traz duas reflexões: uma sobre os re- cursos de aprendizagem virtuais e outro sobre os projetos de apren- dizagem”. Disponível em: <www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3/ projetos_sbie.pdf>. Atividade Cite uma prática de sala que, após a leitura do texto, você consi- derou como sendo método criativo. Referências FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,1996. LIBÂNEO, José Carlos. Os Métodos de Ensino. São Paulo: Cortez, 1994. p.149-176. SALTO PARA O FUTURO: TV e informática na Educação/ Secretaria da Educação e do desporto. SEED 1998. 112 p. (Série de Estudos. Educação a Distância, ISSN 1516-209, v. 3). Resolução da atividade Procure citar um exemplo de aula que vivenciou como aula utili- zando sites na internet, ou aulas com trabalhos em grupos. Enfim, al- guma experiência que foi significativa e saiu dos moldes tradicionais. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 55 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Metodologia X ludicidade Pensar em metodologias na Educação Integral requer um esforço por parte de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendiza- gem para encontrar caminhos que despertem nos alunos interesse em aprender, em descobrir novos conhecimentos, enfim o desafio está em transformar o ensino escolar em algo prazeroso. O prazer está nas coisas mais simples, por exemplo, nas brincadei- ras, pois todos, inclusive os adultos, gostam de brincar. O que muda, conforme a fase em que cada um se encontra, são os formatos das brincadeiras. Se pararmos para refletir, os adultos também brincam, pois os jogos virtuais, os videogames, o jogo de cartas, boliche, futebol etc. são brincadeiras em que participam em sua grande maioria adul- tos, e essas brincadeiras e/ou jogos despertam sentimentos de alegria, de prazer, além de desenvolver inúmeras capacidades como raciocínio lógico, coordenação motora, agilidade de pensamento, elaboração de estratégias mentais, socialização etc. Além disso, as nossas melhores lembranças são, na sua maioria, de momentos de brincadeiras. Então por que não atrelar a brincadeira ao processo de aprendizagem? As brincadeiras, a ludicidade na escola, possibilitam que a apren- dizagemaconteça de uma maneira agradável, pois, ao realizá-las, os estudantes sentem prazer em participar, ao mesmo tempo em que de- senvolvem as potencialidades humanas nos aspectos cognitivo, afetivo e motor. Bem como Friedmann (2006) enfatiza, a atividade lúdica deve ser trabalhada de forma consciente e atrelada com o conhecimento de abrangência de sua ação, deve contemplar o prazer com o aprendiza- do em uma ação integrada. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 56 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e 2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Sem esse componente básico, perde-se o sentido de utilização de um instrumento cujo intuito principal é o de resgatar a atividade lúdica, sua espontaneidade e, junto com ela, sua importância no desenvolvimento integral das crianças.(FRIEDMANN, 2006, P. 55) Há de se considerar dois aspectos importantes sobre o brincar na educação: o primeiro é a brincadeira com excesso de direcionamento e o segundo é a brincadeira com falta de direcionamento. Em relação ao primeiro aspecto, o excesso de direcionamento, cabe refletir sobre a essência do ato de brincar, que tem um caminhar próprio e único. Muitas vezes, na ansiedade de se utilizar a brincadei- ra como recurso de aprendizagem, acaba-se exagerando no direcio- namento e tornando a atividade que num primeiro momento deveria ser prazerosa em uma atividade cansativa e sem sentido, pois acaba extraindo-se a ludicidade da brincadeira, priorizando-se demasiada- mente o conhecimento que se previa. No segundo aspecto, a falta de direcionamento é o fato de sim- plesmente utilizar as brincadeiras como ocupação do tempo, e não considerar o que elas proporcionam na aprendizagem dos estudantes. Mas então como devem ser utilizadas as brincadeiras na sala de aula? Com equilíbrio, nem muito e nem pouco, nem sem direciona- mento, mas também não com excesso de direcionamento, deve ser pensada com muita cautela, pois as brincadeiras têm sua função pró- pria que por si só desenvolvem determinadas capacidades nos estudan- tes. O que devemos fazer é unir ao planejamento as brincadeiras que vão potencializar os objetivos que pensamos para o momento e não modificar a brincadeira a ponto de torná-la desprazerosa. Pois como afirma Santos (1997) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 57 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e2 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral as brincadeiras podem acionar o pensamento da crian- ça para resolução de problemas que lhe são importan- tes e significativos, criando-se um espaço no qual a criança pode experimentar o mundo e internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, seus senti- mentos e os diversos conhecimentos. Nesta via de raciocínio, o professor deve simplesmente incorporar as brincadeiras ao planejamento, o que proporcionará um ambiente favorável à construção do conhecimento e à compreensão da realida- de, integrando as dimensões cognitiva, motora e afetiva, no campo do conhecimento escolar, possibilitando uma contextualização de dife- rentes saberes e superando uma visão conteudista de ensino. Extra Leitura do texto: “Sala de aula é lugar de brincar”, de Tânia Ramos Fortuna. Disponível em: <http://brincarbrincando.pbworks. com/f/texto_sala_de_aula.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2015. Atividade Sinalize como deve ser o trabalho com as brincadeiras na educação. Referências FRIEDMANN, A. O Desenvolvimento da Criança através do Brincar. São Paulo: Moderna, 2006. SANTOS, S. M. P. (Org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes, 1997. Resolução da atividade Procure colocar a importância do equilíbrio da inserção das brinca- deiras e que não se deve exagerar no direcionamento e nem na falta dele. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 58 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e 3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integral Oficinas de aprendizagem A Educação Integral na atualidade brasileira constitui um amplo conjunto de práticas pedagógicas voltadas para o desenvolvimento das potencialidades do ser humano, e em uma constante busca de alcan- çar uma educação integral em tempo integral, na sua totalidade. Nessa busca constante, várias reflexões e diversas formas de or- ganização desse tempo são pensadas e reorganizadas diariamente por profissionais que dela fazem parte, e nesse caminho encontram uma diversidade de desafios em relação ao tempo e ao espaço, como tam- bém à organização em sua totalidade. Com isso, muitas definições emergem para caracterizar a realidade dessa educação, e uma das definições contemporâneas de Educação Integral prenuncia uma Ação educacional que envolve diversas e abrangentes dimensões da formação dos indivíduos. Quando as- sociada à educação não intencional, diz respeito aos processos socializadores e formadores amplos que são praticados por todas as sociedades, por meio do con- junto de seus atores e ações, sendo uma decorrência necessária da convivência entre adultos e crianças (CAVALIERE, 2010). A percepção sobre a Educação Integral caminha para o campo que vincula a educação e as manifestações criativas, de novidade e temporalidade, o que procura transcender a intelectualidade abran- gendo também as demais capacidades humanas como as emocionais e fisiológicas. Isso significa, hoje na Educação Integral, muito mais do que desenvolver as potencialidades humanas que dizem respeito aos conhecimentos e desenvolvem capacidades de cuidado pessoal e de criar, de socializar, de relacionamento com outras pessoas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., mais informações www.iesde.com.br 59 METODOLOGIA DIFERENCIADA Pa rt e3 Práticas pedagógicas para a educação em tempo integralPráticas pedagógicas para a educação em tempo integral Considerando esses aspectos, pensar na Educação Integral por meio da organização de práticas é fundamental, mas pensar na efe- tivação dessas práticas por meio de oficinas é essencial. Entende-se a oficina como uma forma de, além de possibilitar o conhecimento teórico, permitir sua experimentação, ou seja, é a união entre teoria e prática. As oficinas de aprendizagem devem ser pensadas no intuito de desvincular o ensino na Educação Integral de metodologias tradicio- nais conteudistas e com sistematizações cansativas e sem sentido. As oficinas devem priorizar a prática e proporcionar aos estudan- tes momentos frequentes, ou melhor dizendo, diários de experiências práticas dos conhecimentos a serem apropriados. Tais oficinas podem e devem ser pensadas coletivamente, en- volvendo principalmente e prioritariamente os alunos, professores, equipe pedagógica e a comunidade, pois algumas oficinas podem ser organizadas fora do espaço escolar, necessitando da parceria entre escola e comunidade. Todas as ações que visam enriquecer os conhecimentos escola- res devem ser consideradas na prática de Educação Integral. As ofici- nas são, neste sentido, uma possibilidade de concretização de sabe- res de forma autônoma, significativa, socializadora e, acima de tudo, significativa. Para uma melhor qualidade na Educação Integral é imprescindível sair do tradicional, ousar nas possibilidades, favorecer a potenciali- dade criadora do homem, enfim é necessário possibilitar momentos para que os estudantes possam compartilhar as suas capacidades de maneira mais concreta, o que pode ser feito nas oficinas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL
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