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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS LABORATÓRIO DE FÍSICA EO Interferência e Difração da Luz Alunos: Rúbia Reis Guerra 2013031143 Turma: PU3 Thalles Todeschi 2013031178 Professor: Ângelo Malachias Data: 29/05/2014 Universidade Federal de Minas Gerais Laboratório de Física EO Interferência e Difração da Luz 1. Introdução A natureza ondulatória da luz é evidente quando seu comprimento de onda é comparável às dimensões de obstáculos ou aberturas existentes em seu caminho, gerando fenômenos como interferência e difração, exemplos da natureza ondulatória. Quando duas ou mais ondas se encontram em um ponto do espaço, o efeito é determinado pelo principio de superposição. Caso estejam em fase, ou seja, os máximos coincidem, o resultado será uma onda resultante cuja amplitude é a soma das amplitudes das ondas, e dizemos que ocorreu uma interferência construtiva. Porém, se as ondas não estiverem em fase, ou seja, o máximo de uma coincide com o mínimo de outra, teremos uma interferência destrutiva, e a amplitude da onda resultante será a diferença entre as amplitudes das ondas. O experimento de Young, em 1801, foi o primeiro experimento com interferência da luz, e foi determinante para se estabelecer a natureza ondulatória da luz. Uma onda plana incide sobre uma placa opaca, que possui duas fendas estreitas. A onda se difrata em cada fenda, divergindo radialmente. As ondas resultantes se sobrepõem, causando interferências construtivas e destrutivas, que podem ser observadas no anteparo como as regiões onde a intensidade de luz é máxima e onde a intensidade de luz é mínima. Para que esse efeito seja obtido, as ondas devem ter a mesma frequência e a mesma diferença de fase em relação ao tempo, características presentes na luz de um laser. Na figura 2, observa-se uma onda plana que incide sobre uma placa com duas fendas, d é a distância entre as fendas e D a distância da placa ao anteparo. λ é o comprimento de onda da luz. Considerando o ponto P no anteparo, em uma posição determinada por θ, para atingir esse ponto as ondas de cada fenda percorrem diferentes distâncias. Se a diferença de distâncias for um múltiplo inteiro de λ, as ondas chegarão em fase ao ponto P, e a intensidade da luz será máxima. Porém, se a diferença for um múltiplo ímpar de , as ondas não estarão em fase, e a intensidade será mínima. Se D>>d, as retas FP e F’P são praticamente paralelas e a diferença entre esses dois percursos é dsenθ. Dessa forma, as condições para que se haja máximo ou mínimo de interferência em P são: Máximos: , m = 1, 2, 3... Mínimos: , m = 0, 1, 2... (1) Na figura 3, representa-se uma onda plana que incide sobre uma fenda em uma placa opaca. Se a largura dessa fenda é da mesma ordem do comprimento de onda da luz, são observadas no anteparo regiões claras alternadas com regiões escuras. Esse efeito pode ser analisado pelo modelo de Huygens, onde cada fenda atua como uma fonte de luz. As ondas provenientes das fendas podem chegar em fase ou fora de fase, produzindo regiões claras e escuras. Considerando um ponto P no anteparo, numa posição indicada pelo ângulo θ, a condição para que haja um mínimo de difração é dada por: , m = 1, 2, 3... (2) E a intensidade da luz no anteparo será dada por: (3) Onde a é a largura da fenda e é a intensidade máxima observada no padrão de difração. Pela equação acima, pode-se verificar que quando θ = 0°, a intensidade é máxima. Substituindo por x e aplicando o limite fundamental, tem-se: Pelo modelo de Huygens, observa-se que ao longo da reta perpendicular ao anteparo, e que também é perpendicular a placa opaca com as fendas, as ondas provenientes dos feixes estão em fase, ocasionando sempre interferência positiva. O padrão de difração observado quando a luz incide sobre qualquer forma é o mesmo obtido quando a luz incide sobre um objeto que é o complemento da abertura, ou seja, fazendo-se uma abertura de qualquer formato em uma placa opaca, o padrão de difração será o mesmo tanto para a placa com a abertura, quanto para uma placa com o mesmo formato da abertura, como mostrado na figura 4. 2. Objetivos Analisar padrões de difração e interferência da luz. Determinar a largura e a distancia entre fendas a partir dos padrões de interferência e de difração produzidos por elas. Determinar a espessura de um fio de cabelo analisando o padrão de difração que ele produz. 3. Método 3.1. Material utilizado Laser He-Ne Lamina com fendas e orifícios de várias dimensões Suporte para lamina Anteparo 3.2. Procedimentos Foi realizada a montagem representada na figura 5, com o suporte para fendas próximo ao laser foi medida a distância do anteparo à fenda. O laser foi direcionado para a fenda “a”. O desenho obtido no anteparo foi copiado em uma folha de papel. Observou-se que, nessa configuração, obteve-se máximo central mais largo. Conforme a equação , como é constante, quanto menor o valor de “a”, maior deve ser , tal que . Em seguida, moveu-se o laser para que ele incidisse sobre a fenda “2a”, e, novamente, copiou-se o desenho em uma folha de papel. Pelos resultados obtidos, concluiu-se que quanto menor a fenda, menor o número de regiões escuras e, portanto, menor o número de interferências destrutivas. O oposto é válido, ou seja, quanto mais larga a fenda, maior o número de interferências destrutivas. Para a configuração descrita, mediram-se as distâncias dos quatro primeiros mínimos de intensidade e, utilizando-se da equação 2, determinou-se que a largura da fenda. Em seguida, direcionou-se o laser para a fenda identificada como “3a” e o desenho obtido no anteparo foi copiado em uma folha de papel. Mediu-se a distância dos três primeiros mínimos de intensidade ao centro do padrão de interferência. Com esses dados, construiu-se uma tabela e foi obtido o melhor valor para a separação das fendas. Observou-se a mesma situação ocorrida para a fenda simples: para valores de “d” maiores tem-se menor θ. Assim, a distância entre os máximos em “2a” é maior que em “3a”. Ainda, os mínimos de difração verificados na mesma posição em relação aos obtidos com a fenda simples devem-se às larguras das fendas estarem relacionados à largura “a” multiplicadas por fatores inteiros. Portanto, como o comprimento de onda e a distância fenda-anteparo não variam, os mínimos estarão na mesma posição da fenda simples. Por último, retirou-se a lâmina de fendas do suporte e prendeu-se um fio de cabelo em seu lugar. O laser foi adequadamente alinhado, observando-se um padrão de difração no anteparo. O desenho obtido foi copiado em uma folha de papel, e, com esse resultado, determinou-se o diâmetro do fio de cabelo. 4. Resultados 4.1. Padrão de difração de fenda retangular Inicialmente, determinou-se a distância D entre a fenda e o anteparo. Com o valor obtido e as relações abaixo, foram calculadas as distâncias entre os quatro primeiros mínimos de intensidade ao centro do padrão de refração. Para as informações acima e utilizando a fenda “a”, foram obtidos os seguintes dados: Tabela 1 - Relação entre os valores de m, a distância entre os mínimos e o máximo central, θ e a abertura da fenda "a" m Distância x (±0,5mm) θ a (x10-5m) 1 1,0 0,7° 5,1797 2 2,0 1,4°5,1801 3 3,0 2,1° 5,1807 4 4,0 2,8° 5,1816 O melhor valor para “a” foi obtido através da média entre os valores representados na tabela 1. A incerteza atribuída ao processo foi calculada através do desvio padrão (σ) das medidas. 4.2. Interferência em fenda dupla Conforme o item anterior, porém medindo a distância entre os três primeiros mínimos de intensidade ao centro do padrão de refração e considerando a relação abaixo, tem-se: Tabela 2 - Relação entre os valores de m, a distância entre os mínimos e o máximo central, θ e a abertura da fenda "d = 2a" m Distância x (±0,5mm) θ d (x10-5m) 0 2,5 0,2° 10,1881 1 7,0 0,5° 10,9162 2 12,0 0,9° 10,6138 4.3. Medida da espessura de um fio de cabelo através do padrão de difração produzido por ele Conforme enunciado anteriormente, tomando por base o princípio de Babinet, foi utilizada a equação da fenda simples para medir a espessura de um fio de cabelo. Os dados obtidos foram: Tabela 3 - Relação entre os valores de m, a distância entre os mínimos e o máximo central, θ e a espessura do fio, "a" m Distância x (±0,5mm) θ a (x10-5m) 1 1,5 1,1° 3,3960 2 3,0 2,1° 3,4538 3 5,0 3,5° 3,1097 5. Conclusão Neste experimento, foram estudados os padrões de interferência e difração da luz, observando o comportamento de um feixe perante fendas simples e duplas. Foram determinadas três medidas principais a partir das observações: a abertura da fenda simples “a”, a abertura da fenda dupla, “d = 2a”, e a espessura de um fio de cabelo, conforme o teorema de Babinet (equivalente ao cálculo utilizado na fenda simples). Comparando os valores das fendas simples e dupla, concluiu-se que os resultados obtidos mostraram-se dentro do esperado, visto que o valor de “d” para a fenda dupla foi, aproximadamente, o dobro do encontrado para a fenda simples. Em relação à espessura do fio de cabelo, considerou-se que o resultado obtido está dentro dos limites normais para um fio de cabelo humano, determinados entre 0,017mm e 0,100mm, conforme dados pesquisados.
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