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Antibioticoterapia Princípios gerais de antibioticoterapia: 1. Qual é o agente? 2. Onde está a infecção? 3. Como está o paciente? Toxicidade Seletiva: É uma característica dos antibióticos que o fazem tóxicos para o agente causador da doença, porém não afeta negativamente o ser humano, pois atuam em etapas do metabolismo do microrganismo do agente agressor e não o indivíduo afetado. Bacteriostático x Bactericida: · Bacteriostáticos: inibem a reprodução bacteriana, que auxilia o sistema de defesa do ser humano, permitindo a eliminação das bactérias; · Macrolídeos; · Tetraciclinas; · Sulfamidas; · Oxazolidionas; · Bactericidas: eliminam as bactérias, normalmente por rompimento da parede celular mais potentes, porém maiores efeitos colaterais. · Betalactâmicos; · Glicopeptídeos; · Aminoglicosídeos; · Quinolonas; Sinergismo: Quando 2 antimicrobianos são potencializados com associação entre eles: Penicilina + aminoglicosídeo; Antagonismo: Quando a associação de 2 antimicrobianos diminui o efeitos de pelo menos um dos fármacos: Penicilina + Macrolídeos; Indiferentes: Associação não interfere no efeito: carbapenêmicos + Glicopeptídeos; Mecanismo da ação: Inibição da Síntese da Parede Celular: Impedem a formação do peptideoglicano, que gera enfraquecimento da parede celular e, consequentemente, lise e morte celular. · Células humanas não possuem peptideoglicano sem efeito colateral; · Bacteriostáticos; Inibição da síntese proteica: Interagem seletivamente com os ribossomos bacterianos. · Bactericidas. Inibição do metabolismo bacteriano: Interferem na síntese do ácido fólico, interrompendo o crescimento celular. · Bacteriostático; Inibição da Síntese ou Atividade do Ácido Nucléico: Alteração da Permeabilidade da Membrana Celular: Agem sobre a permeabilidade da membrana da célula da bactéria, mas também atinge células humanas, o que pode levar a danos, como infarto. Farmacocinética (PK): · Absorção; · Distribuição; · Metabolização: geralmente hepática (evitar para crianças) e renal; · Eliminação: principalmente renal; Farmacodinâmica (PD): Depende da MIC (ou CIM: concentração mínima para inibir a bactéria no organismo); Parâmetro PK/PD: Determina a eficácia final de um antimicrobiano; Tempo-dependente: Precisam ficar acima do MIC por muito tempo. São feitas várias doses durante o dia para manter a concentração sempre acima do MIC de tratamento. Concentração-dependente: Quanto maior a dose atingida, melhor será o desempenho, ainda que esta dose seja obtida apenas 1 vez ao dia e não fique o tempo todo acima. Mecanismos de resistência bacteriana: 1. Modificação da membrana celular: impede a penetração do antimicrobiano; (GRAM -) 2. Modificação das proteínas carreadoras: mesmo penetrando na membrana celular, os antimicrobianos não conseguem alcançar os alvos pela ausência da ligação com as proteínas carreadoras; 3. Produção de enzimas inativadoras dos antimicrobianos: beta lactamase contra antibióticos do grupo Betalactâmicos; Classes de antibióticos Betalactâmicos: · São principalmente Bactericida; · Anel beta lactâmico: estrutura comum a todos os fármacos dessa classe; · Toxicidade: reação de hipersensibilidade; · Amplo espectro de ação (infecções estreptocócicas, meningocócicas, sífilis, infecções dentárias, infecções por bacilos Gram -); · Possuem uma proteína específica de ligação na membrana celular conhecida como “protein biding penicilina” (PBP) e, a partir disso, interferem com a síntese da parede celular, levando à morte bacteriana; · Os mecanismos de resistência bacteriana são a produção de enzimas inativadoras (beta lactamases) e a modificação da estrutura das PBP impedindo a ligação do antibiótico. Penicilinas: · Mecanismo de ação: Inibem a síntese de mucopeptídeos que formam a parede celular ou ativam as enzimas que a destroem; · Bactericidas; · Excreção renal (exige ajuste em casos de insuficiência renal); · Efeitos colaterais: · Hipersensibilidade; · Anemia hemolítica Coombs positiva, leucopenia, plaquetopenia e nefrite intersticial são raras. As convulsões só ocorrem com altas doses, especialmente na insuficiência renal; · Classes: · Naturais: Penicilina V, penicilina G, P. cristalina (Neisséria meningitides), P. procaína (infecções de menor gravidade) e P. benzatina (Sífilis e profilaxia para febre reumática); · Espectro de ação: Gram + (exceto produtoras de betalactamases e cocos), Gram – (N. meningitides) e bactérias anaeróbicas; · Semissintéticas: · Oxacilina: · Resistente a penicilinases produzidas pelo S. aureus; · Não apresenta atividade contra Anaeróbios; · Exige ajuste renal; · Indicado: S. aureus sensível; · Meticilina: droga do mesmo grupo, não utilizada de rotina. · Penicilinas aminopenicilinas: · Ampicilinas: · Apresentação oral (sofre efeito dos ácidos biliares) e venosa; · Metabolização renal e hepática; · Indicado: Estreptococos piogenes, Estreptococos pneumoniae, Estreptococos viridans e Enterococcus faecalis e listeria, Clostridium spp e Gram -, como E. coli; · Eficiente contra meningite; · Amoxicilina: · Boa absorção oral; · Indicado: Salmonella typhi, Shigella ssp., Haemophilus, Helicobacter pylori, bacilos de cavidade oral e infecções de vias aéreas superiores, como pneumonias não complicadas e sinusites; · Carboxipenicilinas: carbenicilina e ticarcilina; · Ureidopenicilinas: piperacilina; · Penicilinas de espectro ampliado ou inibidores de betalactamases: · Acido Clavulâmico + amoxicilina: atua nas betalactamases produzidas por S. aureus e Haemophilus e bactérias anaeróbias; · Indicado: infecções respiratórias altas, sinusite, otites, amigdalites e infecções da cavidade oral; · Ajuste renal e hepático; · RAM: diarreia (exige protetor gástrico); · Sulbactam + ampicilina: indicado para infecções por bactérias hospitalares (multirresistentes) – Acinetobacter baumanni; · Ajuste renal e hepático; · Tazobactam + piperacilina: · Indicado: Pseudomonas aeruginosa e Enterobactérias multirresistentes; · Ajuste renal e hepático; · Necessário infusão continua em 4h; · Avibactam + ceftazidina (Torgena): · Aztreonam: · Indicado: contra bactérias Gram (-) aeróbicos; · Não induz betalactamases; · Não indicado para Neissérias e Haemophilus; · Age sinergicamente com os aminoglicosídeos; · Glicopeptídeos: · Indicado: bactérias Gram +; · Vancomicina: · Indicado: Streptococcus, Staphylococcus epidermidis, e Staphylococcus aureus meticilino sensível e resistente. · Nefrotóxica; · Não age contra Enterococcus vancomicina resistente; Cefalosporinas: · Primeira Geração: · Indicados: Estafilococos aureus (Gram +) meticilino sensível, Streptococcus e alguns bacilos Gram – (E. coli, Klebsiella e Proteus), Pneumococos; · Bactérias não resistentes infecções domiciliares; · Comum em ITU;Gram + > Gram - · Recomendado para Gestantes; · Cefalexina (Keflex) VO; · Cefalotina (Keflin) IV; · Cefazolina (kefazol) IV; · Segunda Geração:De um modo geral é indicado para infecções respiratórias altas e baixas. Uso limitado: baixo custo-benefício. Apresenta maior ação contra cefalosporinases (betalactamases). · Cefuroxina: · Indicado: Haemophilus influenzae (Gram -) e E. coli (Gram -); · Uso em profilaxia cirúrgica neurológica e cardíaca (contra S. aureus (Gram +) e agentes de pele); · Ajuste renal; · Cefactor: · Indicado: contra agentes que hidrolisam as cefalosporinas de primeira geração Haemophilus (Gram -); · VO; · Ajuste renal; · Cefoxitina: · Contra Gram - e bacteroides fragilis; · Indutor de resistência a Betalactâmicos; · Terceira Geração: São menos ativas que as cefalosporinas de primeira e segunda geração para S. aureus e mais ativas nos bastonetes Gram - incluindo P. aeruginosa. Possuem maior resistência a betalactamases e podem ser utilizadas para infecções do SNC. · Ceftriaxona (Rocefin): mais importante do grupoGram - > Gram + · Indicado: Neisseria gonorrhoea, N. meningitides, H. influenzae; · Metabolização renal indicado para crianças; · Ceftazidima (Zortaz): · Indicado: meningites por P. aeruginosa Gram -; · Baixo efeitos contra Staphylococcus aureus Gram+; · Quarta Geração: · Cefepima: tem atividade superior às de terceira geração quando se trata de estreptococos, S. aureus (Gram +), Neisseria sp (Gram -), H. influenzae (Gram -) e Enterobacteriaceae e possui a mesma atividade para P. aeruginosa que a Ceftazidima. · Indicado para paciente infectados sem agente etiológico definidos fármaco de grande espectro; · Quinta Geração: · Ceftazidima + Avibactam ITGI e ITU; · Ceftolozama + Tazobactam inibe betalactamases; Carbapenêmicos: · Imipeném: Não sofre ação de betalactamases. Amplo espectro Gram (-) anaeróbios (exceto Clostridium), Cocos Gram + (exceto S. aureus); · RAM: diminui o limiar de convulsão em pacientes idosos e lesão do SNC ou doenças que predispões a convulsão. · Meropeném: variação do Imipeném que não causa crises convulsivas; Quinolonas: Possui característica Bactericida, pois atua sobre o DNA bacteriano. · 1° Geração: Ácido Nalidíxico · Indicado: contra Gram -, principalmente em infecções urinarias baixas. · Não age contra Pseudomonas; · 2° Geração: Norfloxacina. · Indicado: contra Gram – e Pseudomonas, principalmente em infecções urinarias baixas; · 3° Geração: Ciprofloxacina; · Indicado: contra Gram -, Pseudomonas e S. aureus (ou seja, amplo espectro). · Posse ser aplicado por via venosa, entretanto tem boa absorção oral; · 4° Geração: Levofloxacina e moxifloxacina - Quinolonas Respiratórias; · Indicado: age contra Gram – e Gram + (amplo espectro); · Posse ser aplicado por via venosa, entretanto tem boa absorção oral; · São as Quinolonas de escolha para infecções respiratórias altas e baixas, pode ser utilizado também para infecções do trato gastrointestinal e partes moles e urinárias. · A segurança na gravidez não é estabelecida; Macrolídeos: Possuem característica bactericida, pois agem sobre os ribossomos, inibindo reversivelmente a síntese proteica. · A eritromicina é a droga de escolha para as infecções estreptocócicas e estafilocóccicas na alergia aos beta lactâmicos. · Não pode ser utilizada na Gestação; · A claritromicina é 4 vezes mais potente que a eritromicina para estreptococo e S. aureus meticilino sensível. · A azitromicina é mais ativa que as duas anteriores para o H. influenzae e Moraxella sendo semelhante à claritromicina no que se refere as outras bactérias, também sendo disponíveis as formas oral e venosa, menor eficácia contra cocos Gram +; Polipeptídeos: Possuem característica Bactericida, pois afetam a permeabilidade da membrana celular, com efeito detergente. · Polimixina B: Seu papel hoje no arsenal terapêutico deve ser reservado para infecções por P. aeruginosa e Acinetobacter sp multirresistentes. · Importante correr em uma hora no mínimo; · Estreptograminas: Esta nova classe de antimicrobianos deve ser reservada para uso em infecções graves, com risco de vida, para as quais não haja terapêutica alternativa. · Colistina (Polimixina E); · Bacitracina; · Tirotricina; · São utilizadas em bactérias que produzem a Enzima KPC (Klebsiella, E. coli, Enterobactéria, Pseudomonas – principalmente Gram-); · RAM: pode agir sobre células do próprio organismo, alterando a estrutura da membrana. Dessa forma, pode ocorrer hipocalemia e, consequentemente, arritmias. Além disso, pode causar distúrbios renais. Aminoglicosídeos: São bactericidas. Atuam sobre os ribossomos na sua fração 30s, alterando irreversivelmente a síntese proteica bacteriana. · Estreptomicina; · Neomicina; · Gentamicina; · Indicados: contra S. aureus, Enterococcus sp., H. influenzae, E. coli, Klebsiella, Enterobacter sp., Serratia sp., Pseudomonas aeruginosas, Proteus sp. · Não atuam contra anaeróbios; · São menos eficazes contra os Gram + do que os Betalactâmicos; · Deve se fazer a infusão em no mínimo 1 hora – risco de bloqueio neuromuscular; Cloranfenicol: São bacteriostáticos. Atuam sobre os ribossomos produzindo inibição reversível da síntese proteica. · O efeito colateral mais frequente é a inibição transitória e reversível da medula óssea e mais raramente pode ocorrer neurite e hipersensibilidade. · Sua grande aplicação reside nas infecções que envolvem anaeróbios, Haemophilus sp, em especial com o aumento das cepas produtoras de beta lactamase, pneumococo, Rickettsia sp e Salmonella sp; Clindamicina: Sua grande aplicação é nas infecções anaeróbicas e seu custo deve ser comparado com o cloranfenicol e metronidazol. · Vira oral; Metronidazol: Atua sobre anaeróbios, Trichomonas, Giárdia, Entamoeba. · Possui ótima absorção oral e retal e a troca da via venosa para estas vias é bastante segura; · Indicado para TGI; SULFAMETOXAZOL/TRIMETROPIM (BACTRIM): É uma associação bacteriostática sinérgica que interfere na cadeia de síntese do ácido fólico. Sua principal aplicação são as infecções urinárias, seios da face, brônquicas comunitárias e as infecções por P. carinii. Os efeitos colaterais mais frequentes são a hipersensibilidade, anemia megaloblástica, leucopenia, trombocitopenia, e raramente supressão medular. Victor Umebayashi Sasagima
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