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Rita Arnélia Teixeira PARA U~IA ANÁLISE CRrTI CA DA ORIENTAÇl\O EDUCACIONAL : E DEFINIÇl\O SUBSrDIOS PARA CO~IPREENSÃO DE SUA PRÁTICA NO BRASIL ' . Dissertaçi0 5 ubme~i~~ como re- quisi to parcial para a 'lbtenção do grau de 1'-Iestre em Educação '. I' Orientador: , Angela Valadares Dutra Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas Instituto de Estudos Avançados em Educação Departamento de Psicologia da Educação 19 79 / I • , .. , . Aos meus professores do Ginásio Domiciano Viei - '" (1961-1965), em Belo Horizonte .. pelo que fo- ram. li • • t Nome dos componentes da banca examina dora , , .I Tese apre se nt da aos senho re s: .' Visto e permitida a impressão . Rio de Janei r o.~ 5 . / .Q4/.79 .. ;//1/;/ - _____ . .::~_< 'I:r' ~ 't"J<,;{/t..(: t .f Coordenador Gerif de Ensino U " j. (:;--; --1-- / ':"~ L I ~ ....... ' ê..> (~ ) .!- ,L . ,'"":' " , ,I \.. ..... __ , ____ ....:'~' _="?_ Coorgenaàor Geral d e Pesquisa " -_o l~US agradecinentos - ã professora Léa Kauffmann Elliot pelas valiosas discussões que de- ram origem ao projeto inicial deste trabalho, ã professora Angela Valadares Dutra" orientadora da tese, pelo a- poio e incentivo, ã professora Zeni t a Cunha Guenther pela revisão cuidadosa das in- terpretações da orientação educaciorml no sistema de ensino nortea- rrericano, - as minhas colegas do Set or de Orientação Educacional do Departamen- to de ~1étodos e Técnicas de Ensino da Faculdade de Educação da UfNG pelo apoio e incentivo, aos professores José Batista Gomes e Hélio Gomes pela prestimosa a- juda na redação e revisão do Abstract ao professor Guido de Almeida que sugeriu o título, ã Eliane Marinalva de Souza e Vânia Regina Peres Drumond, bibliote- cárias da Faculdade de Educação da l~~ pela prontidão em que aten- deram minhas necessidades de consul t:a bibliográfica , - ao célio Diniz Andrade, pelo eficiente trabalho de datilografia. SUMÁRIO iNTRODUÇÃO l - O MOVIMENTO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL : PRESSU- POSTOS BÁSICOS 1 . 1 - Histórico 1 .2 - Caracterização dos Serviços de Orienta- 1 8 8 ção Educacional 20 1. 3 - Organização dos Serviços de Orientação Educaciona l 1.4 - Organização da Orientação Educacional por tipo de serviço oferecido aos alunos 1.S - Diversificação da Orientação Educacional 25 30 por nível de ensino 34 1. 6 - Aspectos peculiares da Orientação Educa - cional como serviço de assistincia a a- lur.':'S 37 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO SISTE~~ DE ENSINO DOS EEUU 2.1 Finalidades 2.2 - Conjunto de s e rviços ou atividades que constituem um Serviço de Orientação 2.3 - A equipe de Orientação Educacional 2.4 - Aconselha me nto e Orientação Educacional 2.5 - Formação profissional do Orientador Edu- cacional 2.6 - Considerações finais J - A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL 3 . 1 - Histórico 3.2 - Orientação Educacional segundo os textos l egais 46 46 4 7 52 60 66 67 71 71 80 3.3 - A formação do Orientador Educacional 103 3.4 - Orientação Educacional segundo a organi- zação e o funcionamento dos Serviços de Orientaç ão 129 3 . 5 - Atividades desenvolvidas pelos orienta- dores educacionais 150 3 . 5.1 - Junto ao aluno 156 3.5.2 - Junto ao corpo técnico-adminis- trativo da escola 3.5.3 - Junto is famflias dos alunos 3.5.4 - Junto i comunidade 3.5 . 5 - Na equipe de orientação 4 - CONCLUSOES : AS INCOERENCIAS DA ORIENTAÇÃO EDU- CACIONAL NO BRASIL • ~ • • BIBLIOGRAFIA 160 162 163 163 16 7 190 192 RESUl-10 o principal objetivo desse estudo foi o de verificar as situações que, na prática da orientação educacional no Brasil. pos- sam ser responsabilizadas pelas dificuldades que a atividade vem en- contrando para se desenvolver e se efl~tiva.r nas escolas brasileiras . Foi organizado em Cll1CO capítulos, onde estão anali- sadas informações , resultantes basicrunente de consulta bibliográfica a livros, artigos em periódicos, doc~nentos e pesquisas relacionadas ao assunto . No primeiro capítulo encontram-se resumidos alguns preceitos teóricos que têm fundamentado a atividade de orientação e- ducacional. No segundo capítulo apresentamos t.Una síntese da orienta - ção . tal como p.la se desenvolve nos EEUU, porque tomamos sua forma de atuação no sistema escolar norteamericano como referência para as in- terpretações de sua aplicabili dade nas escolas brasileiras. No te·r- ceiro capítulo caracterizamos a prática da atividade no sistema de ensino brasileiro, assinalando fatos que evidenciam a -defasagem entre os objetivos e princípios postulados pela orientação educaciofk,l no Brasil, suas condições de efetivação e o quadro de inconsistência pe- l o qual ê conhecida e criticada . No quarto capítulo, analisamos e in- terpretamos as causas que determinam, a nosso ver , as dificuldades para a orientação se firmar nas escol as do paí s . Nossos questionamen- tos foram discutidos em torno de três hipÓteses básicas que poderiam explicar o quadro de insatisfação e incerteza de sua prática e dos profissionais que são responsabilizados por sua efetivação: influên- cia da DE das escolas norteamericanas , posição da OE na política Edu- cacional Brasileira e aspectos da formação dos Orientadores Educacio- nais . Finalmente, sob influência do quadro de incoerências denuncia- ~do, organizamos, em forma de sugestões, no capítulo cinco, algumas propostas de estudo que poderiam ser desenvolvidas para ajudar a de- __ f inir a orientação educacional no sistema de ensino brasileiro e I transfonná-Ia mnna prática realmente útil ao processo educacional. • ~ The main purpose of t:his study is to identify the ,,?revailing conditions of school guidanee in Braz.il that ean be blamed for the diffieulties that sueh activit:y has been up against in its ittempt to become respected and made t::ffecti ve in Braz.il's schools. This descriptive study is organiz.ed in five chapters .in which pertinent information emerging basically fram references found in the available literature (books . journals, documents. re- ~earch work) 15 anaIyz.ed. Olapter 1 briefly presents the theoretical grol.md- IOrk upon which school guidance is an acti vi ty has been founded . J1apter Z intraduces a S\Jl11Tlary of Sd1001 guidance the way it i s car- ied out i-'l 't~.,. Itn1.tpd States, sinrp. "'P'~ fnrllc:. eo on t.he w~y c;chool 6Uidance takes place in the AIreriean School System as a reference ;x>int for the interpretation of its aplicability in Brasilian schools . .J1apter 3 deficts school guidance praxis in the Brasilian School Sys- tem, pointing out facts that highlight the obvious gap· between the <)bjectives and the principIes set forth by school guidance in Braz.il, 1tS perspectives of becoming effectivE~ and the frarre of inconsisten- :ies for which it is know and criticized . Olapter 4 presents an ana- 1ysis and an interpretation of the cal~es that are beIieve to be res- ~nsible for the difficulties school guidance faces in getting a ;tronghold in Braz.il's schools. These uncertainties and concerns have >cen centered around three basic hYJX>theses that might explain the Lndefinition of its practice and the dissatisfaction of the profes- ;ionals in change of makind it effective . O1apter 5 presents sugges- .:ions and propasaIs of further studies that might be pursued in or- Jer to help define school guidance in the Brasilian School System and lRake it a really useful practice in the educational process o c • , .ISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS "OEMIG 'MTE 'aE-l ~MG 'ENOE vE :EEMG JFMG Associação dos Orientadores Educacionais Minas Gerais Comissão de Ensino da Área de Educação de Departame nto de r.lét.odos e Técnicas de Ensino Faculdade de Educaç.ão da Universidade Federal de t.1inas Gerais Federação Nacional de Orientadores Educacio- nai s Orientação Educacional Princípios e Métodos de OrientaçãoEducacio- na l Programa de Expansã.o e Melhoria do Ensino Secretaria de Estado da Educação de Minas Ge- rais Serviço de Orientação Educacional Universidade Federa l de Minas Gerais NTRODUÇJl.O A orient aç ão educa.cional, corro a t i vidade pro- 1:'i 55ional específica é produto d.a século XX. Vem sendo a - ~ribuída ao desenvo lvimento das Ci~ncias Soc i ais e da Psi - ~ologia. em particular, cujos trabalhos t 6m r esultado em ',n ferência s de riqueza inquestionável com r e lação ao pro- :esso educac iona l . As descoberta s com relação aos valores da ~nstituição escola como grupo soc i a l , so bre o processo de Jesenvolvimento e ma turação do ser humano , dos processos de "'.prendi zagem e ajus t amento esco lar podem ser apon t ados co - ~o as pedra s fundamentais das muda nças o~orTidas na educa- -ão . Para um gra nd e núme r o de educadores , to rna - se . cada "CZ mais eviden te a necessidade do aluno ser considerado :omo ser único, apes a r de membro de uma sociedade. Seus in- : eresse ~. suas atitudes, S ua ~ uotencialidades e seus as - lectos peculia r es de persona l idade vêm se ndo apontados co- ~ os determinantes de seu progresso ou de seu fracasso na Jscola, depe nde lldo de como ele . no relacionamento com os }rofessores e com o sis t ema esco lar possa fazer us o de la s. e então , derivada da necessidade de ass i s tir aluno nas s ua s dife r enças indi viduais de interrelac ionar intera gir com o processo de ensino-aprendi zagem que pa - 'ece surgir a ori ent ação educacional. Sua finalidade é as- ;istir os alunos, no s seus processos individuais de apren - izagem, r elacionamento e produtividade esco l ar. Operacio - _la l mente, é tarefa da orientação educaciona l prop icia r ao Jluno conhecimento p l eno de si e a utili zar seus potenci- clis (de inteli gência, de afe t ividade , de necessidades e va- l ores sociai s, etc.) para s ua auto-realização na escola e ,;ora de la . c • Entr etanto, no Brasil, o conhe cime nto e a a - :eitação da ori ent ação educacional é uma s ituação co nt r o- re rtida . Atividade nova, depara com uma séri e de en t raves 2 inerentes a esta situação. Questiona- se a orientação pelo lesconhecimento de seus reais princípios, de sua final ida- le e sua importância. Por outro lado, a atividade corro prâ- ica educacional, apresenta, por si um quadro bem propício l confusões. Adotando um objetivo mais amp lo au~itia~ o a- !u.no a. atcanç.all .6e.u. p.te.no dehe.,wolviment:o, fica comprome- tida com inúmeras atividades, muitas delas afins com · as e- ..<ercidas por outros profissionais que também atuam relaci- lmados ao processo educacional. Desta forma, torna-se. mui- ~as vezes, bastante difícil id!~ntificar quais as ativida- ies, r eais e especificas da orientação e do profissional lue ssume a responsabilidade de exercê-las. Considerando ainda que é uma atividade vin - ;ulada ã escola e como conseqUência sofre os result ados de ~uas mudanças e de suas contradições, a orientação educa- .:.ional, mesmo nos países ond e já tem tradição, não apresen- ta uma caracterização precisamente definida. Por outro la- 10, mui t0S a~p~ctos nos qtl':";" ela se fundamenta vem sofren- io questionamentos de es tudiosos da educação e da psicolo - lia, tornando um pouco frágeis alguns de seus objetivos e lTes s up os tos. Como orientadora educacional durante algum tempo em escolas particulares, em Belo Horizonte, vivemos, alguma s vezes, esta situação indefinida e insegura por par- te de alunos, familiares e pessoa l que trabalhava nas es - ~olas, principalmente professores . Quando os alunos busca- "Iam a assistência da orientação, o faziam perdidamente, sem lunca saberem re a lmente do que precisavam, o que queriam e ) que poderiam receber em termos de ajuda. Os professores, loucas vezes sabiam alguma coisa sobre orientação educaci- )nal: o que e; suas finalidades , qual o trabalho do orien- tador e que relação poderia haver entre sua atuação de pro- fessor e o trabalho do orientador na escola . Questões como 3S seguintes foram encontradas com relativa freqUência: O que voce óaz com 0.6 a.euno.6? I Você. ê o p.6i..cõ.eogo da Mcoia? , Você vai.. 4e.6olve4 o p40blema do óulal'lo?, Você. ~abe p04que .tem óct.t.tado muito ;ü au.ta.6? Acrescenta-se ainda qu e 3 inúmeras vezes éramos surpreendidos com o fracasso de nos- 50 trabalho, sem sequer pudesse have r ocorrido. entender as razoes para que isso Er am claríssimos nossos propósitos, nossas boas intenções eram indiscutíveis, nossa atuação e- ficiente não podia ser questionada. Mas. muitos alunos re- cusavam nossa ajuda, ocorri a que o resul tado de nosso tra- balho era urna suspensão do alu:no pela admini stração do co- légio ou o aluno abandonava a escola por seu próprio méri- to. Como professora de Princípios e Métodos de )rientação Educacional e Supervisara de Estágio, durante três anos na Faculdade de Educação da UFMG. o interesse por ~elhor compreender a orientação educacional como atividade de ajuda ao aluno e para mais objetivamente definir a atu - dção do or ient3dor educacional . cresceram no contato com '10SS0S alunos . Durante este período, em todas as tunnas com 1S quais tivemos contato, os futuros profissionais estavam S~ul~re questionando suas futuras atribuições e os princr - pios teóricos à luz dos quais atuariam. Constatamos insu- ficiente material teórico para re spondermos nossas dúvidas. Pouco se tem escrito sobre orientação educacional no Bra - sil e difícil, como já é sabido, continua sendo a aquisi- çao de material estrangeiro. Nas atividades de observação em Serviços de Orientação em funcionamento nas escolas e durante os estágios supervisionados. os alunos freqU ente- mente se assustavam com o trabalho de orientação educacio- nal. Duas situações eram freqUentemente denunciadas . Pri- meiro, não se percebia uma relativa constância no trabalho de orientação. (Cada escola oferecia ao aluno uma visão da orientação educacional: a finalidade a que servia , dentro da escola. seu objetivo relacionado à educação e as ativi- dades reali zadas pelo orientador) . A outra situação era a desvalorização que se dava ao trabalho do profissional. Is- to se evidenciava através do salário que lhe era ofereci - do, da jornada de trabalho, do número de profissionais pa - r a atender a toda a população discente da escola e da qua- lificação dos profissionais que atuavam como orientadores. 4 Acresce - se aqui a exigência em a lguma s escolas de que os orientadores educacionais assumam tarefas inerentes a ou- tros profissionais que. na maio "ria das vezes. deveriam tra- balhar com ele (como é o caso do psicólogo e do supervisor pedagógico). Respald ando - nos no interes se de conhecer a realidade em que atuávamos para facilitar a discussão com nossos a lunos e orientar sua atuação mais efetiva durante os estágios. aceitamos, em 1974, a incumbênci a de reali zar para a FaE/UFMG a Análise Ocupacional das Habilitações do Curso de Pedagogia. Este trabalho. vinculava- se a um amplo projeto da referida instituição. interessada em reexaminar sua atuação na formação de pedagogos e encontra r formas de preparação mais adequada dos profissionais sob sua respon- sabilidade. A aná li se ocupacional não só atenderia a uma necessidade de instrumentar os cursos oferecidos pela Fa- culdade de Educação (com r e lação a seu planejamento, a seus currículos e a seus programas), ffiüS p~~ ~ =ia, ainca, ~~r u- tilizada em classe , como orient ação de estudos e discussão sobre a atuação dos profissionais a que se r efere . A Aná - lise Ocupacional foi realizada durante o período 1975/1976 e suas conclusões foram pub li cadas pela FaE/UFMG em 197 6. Com relação ã orientação educacional, oferece-nos um pano - rama bastante minucio so de sua situação em Belo Hori zonte, que, confrontada com o panorama geral no Brasil (retratado por algumas teses de mestrado e artigosem periódicos es- pecializados) torna - se passível de vários questionamentos, que certamente serviriam para orientar vá rias investigações e estudos na área. Surpresos com a fragilidade em que nos pareceu sus tentar a prática da orientação educacional em nos sas escolas, e continuando a trabalhar nosso interes se pela a ti vidade, decidimos aprovei tar nossos questionamentos pessoai s nesta irea na presente dissertação de mestrado . Em primeiro lugar, nos propusemos a uma pro- cura de informações que se pudessem categorizar como lD1l mar- co teóri co sobre o desenvolvimento da orientação educacio- nal. Os estudos r ea lizados, tendo em vista este propósito, 5 )ossibilitaram compor o primeiro capítulo deste trabalho. A organização de material específico sob r e a ~rientação educacional nos EEUU. que resultou no nosso se - ~undo capítulo , me rece ser justi ficada. ~ difundido entre ~ós que a expressão orientação ~xpressões Seho ot Guidanee dos educacional e tradução das americanos e OJt..i.e.ntat..ton '":c.ota.i.JLe dos franceses. ambas originárias dos m:>vimentos de rientação profissiona l que se propagaram na Europa e EEUU lO início do século XX. apesa r de se encont r a r referências :ambém a um caráter específico da OJt...te.n t a.,t.i.on Sc.ota.i.Jt.e. co- ~~o re sultant e das nova s t eorias sobre educ ação. O objetivo .., a o~ientação educacional , tanto na linha francesa como na 'dmericana. é propiciar a o aluno orientação nas suas ativi - Jades e s colares em geral, de modo a lhe garantir ajustamen- ... 0 escolar satisfatório, e, conseqUent emente, um auto-cres - cimento e ajustamento pessoal - soc ial. Entretanto, l evadas m conta as dificuldade s de se obter informações sobre a rientaçâo edu~~cional na françn e demais pa{ses europeus, ecidimos t omar a pratica norte--americana de orientação e - ucaciona l como um marco para se compreender a prática des - a atividade no sistema educaciona l brasileiro . A preocu- ação sobre a possibilidade de se limitar o marco te5rico la que poderíamos chamar de Mode .. lo Áme.Jlic.a no para nosso es- :udo, desaparece a nos so ver. quando nos apoi amos na s nu- ~erosas citações de autores nacionais referindo-se i ori- 6:em americana do movimento desencadeador da orientação e - (lucacional. Para confirmar tai s dados, podemos r elembrar ue, no editorial de se u número consagrado ã orient ação e- ucaciona1 (V. 5 - n 9 13, julho de 19 45) , a Revista Brasi- eira de Estudos Pedag5gicos refere-se ã discussão da ori- ntação educacional ã luz da experimentação americana , o ue é claramente destacado por Lourenço Filho em um dos ar- igos compilados no referido pe:ri5dico. Este autor . lembra- -nos ainda a afirmação de Gustavo Capanema na exposição de ativos da conhecida Lei Capane.ma, quando esclarece: E de- te.ltm.i.nada a adoç.ã.o, e. m tlo.660 e I1 <~ ,ütO .6e.c.undã.Jl.i.o, da olt.i. e.n- 6 :a~ão educacional, p~ãtica pedagógica de g~ande aplicação ,a vida e6oota~ d06 E6~ad06 U.id06 (Lourenço Filho - 1945, )ig. 5). Esta referincia ~ ainda endossada po r Noemi 5il- : eira Rudolfer ao apresentar o histórico da orientação e - J ucacional no Brasil, referindo-se ã organização do 1 9 Ser- ~iço de Orientação Educaciona l no Brasil calcado no~ mol- ,[e6 do que 6e ob6e~va~a .06 E6~ •. d06 U.id06 (Rudolfer , 1945, ~ig. 1 56) . Para nos tranqUilizarffios ainda mais com relação ~ esta tomada de posição, podemos citar uma autora euro - I~ia. que se refere aos americanos como pionei ro s da ori- 'ntação educacional at ribuindo os "plt-ÍmôJt.d.Lo.s de.<s.ta. a..t1..v.i.- -ade i E6cola de ÁJt.te6 Mecin.i.ca.6 de San FJt.a.nc.i.4co , com :eMge lIe~ütt em 1895" (Gordillo , 1973, pág. 15 ) . O endos- ·0 a essa afirmativa dos europeus pode ser encontrado, ain- a. em Carrington da Costa (1951 , pág. 48) , em inte ressan - e a r tigo intitulado Sub4Zdi04 pa~a a hi6t54ia do movimen- .':'0 da o~iel1taç.ão pll06i44ional. Nes te, ele faz um relato de .. Ianifestações de orientação profissional e educacional desde -t Gréc ia an t i,!.!'a, e reconhece corno "p4imeilLa maI'Ú.6e.ó.taç.ão Olt- '1anizada, 06.i.c.ial.i.zada e. a46im denominada a expelLiê.I1c...i.a 104teame.lticalla", citando Kelley, em 1914 como responsivel , ela nomenclatura de orientação educacional bem como pelo IO VO a6pec.to da o4iel1taç.ão (a que incluia a orientação sis - :emitica de estudantes). Na literatura nacional, :1959) corrobora essas informaç5es . Santos Com o propósito de caracterizar a orientação ~ducacional no sist ema de ensino brasileiro , organizamos o ~erceiro capítulo deste trabalho. Tentamos apresentar fa- ~os e int erpretações dos movimentos iniciais de implanta - ~ão de Serviços de Orientação em escolas br asi l eiras , de leculiaridades na forma de organização e funcionamento des- :es serviços, bem como da formação do profissiona l denomi - lado. em nossa realidade de olt.i.e.ntadoJ:. educ.ac.ional. Nesta :aracteri zação . ainda ev idenciamos a l gumas contra dições per- :ebidas nas determinações legais face aos preceitos teóri- ~os que sus te ntam a orientação como prática educaciona l e 7 o papel que tem assumido em nossas escolas . Consagramos o quarto capítulo para apresen- tar nossas percepções sobre o desenvolvimento da orienta- çao educacional no país e nossos questionamentos sobre os resultados de sua prática em nossas escolas. Como no resul- t ado desta análise parece- nos haver um quadro de incoerên- cias entre a prática da orientação e os objetivos em que e l a sustenta seu trabalho, tornou-se neces sário a identi- ficação de possíveis causas para as situações críticas a - pontadas. Sentindo ai nda insegurança devido a precariedade de nossos estudos e a inexistência de referências na linha de análise c rít ica da orientação educacional no Br asil, de- cidimos pela conveniência de apresentar as possíveis cau- sas da situação de fragilidade da prática da orientação em termo s de hipÓteses . ~1ais precisamente, nossa percepçao de crise da orientação educacional no Brasil e os fator es que julgamos como determinantes desta crise, são por nós apre- sentados c~~~ situações que os ~c sso~ pr~fission3i ~ d~ o ~i entação deveriam inves tigar. Finalmente, julgamos oportuno esc larecer que o presente trabalho se caracteriza como uma dissertação. não tendo s ido realizada nenhuma pesquisa experimental ou de campo para coleta de informações . O que se tem registra- do aqui é o result ado de nossos estudos em material bibli- ogrifico disponível, e, nosso objetivo foi organi zaras in- formações e ana l isá-las em prol de uma compreensao siste- mitica da orientação educac ional. Procurou-se, para tal , aproveitar tanto quanto poss ível, trabalhos já elaborados com a mesma fina lidade . O que se pretende trazer de contri- buição é o registro de uma análise interpretativa e críti - ca da orientação educaciona l como atividade que procura se firmar em importância e necessidade no sis tema educacional brasileiro, e que, no entanto, na prática de sua realiza- ção (devido aos entraves determinados pelas condições e in- teresses do s i stema e pela relativa defasagem de seu mode - lo teórico importado), não t em encontrado o reforço às de ~ terminações legais e teóricas, nas quais vem se apoi ando . 1. O NOVH1E NTO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: PRESSUPOSTOS BÃ - SICOS 1 . 1. Históri co Vários teóricos têm se preocupado em es cre - ve r sobre a evo lução hi s tórica da orientação educacional. Neste nosso t r abalho, apenas co m o objetivo de s itua rmos nossas idiias em r elação is an~lises que seria propos ta s , pretendemos apresentar uma suc inta caracterização dos re- feri ,' Qs acontecimentos. Considerando que toda referincia i evolução da orientação educacional i , na verdade, referin- cia ao processo de orientação e/ou aconse lhamento , tent a - remos retratar os aspectos que , de modo ge r a l , têm mos tra - do o desenvolvimento destaprática, situando neste contex- t o a orientação educacional. O .. A.contecjmPontn ::- que com maior freqUência têm sido apontados como determinantes do movimen t o de orienta- çao, podem ser ca r acte rizados como movimentos de caráter científico e/ou de ord em social . Mi11er (1970) e Moser "e Moser (i9 61) tim en - fatizado os primeiros , e e nt r e e l es indicam, com consenso, os seguintes: ~icometria: 05 estudos neste campo firme- ment e aceitos no fina l do sécu l o XIX (possibilitando o co - nhecimento científico das diferenças i ndividuais) determi- naram a pos sib ilidade do estudo das aptidões específicas e sua r e l ação com a a tuação do i:ndivíduo em todo s os setores de sua vida . Desenvolveram-se, então , metodos cada vez mais ape rfeiçoados para se ava li ar es tes aspectos da individua - lidade humana , largamente ca e privada para fins de cargos e empregos . usados em setores da vida públi- aproveitamento de candidatos a a orientação vocacional : com base no princí- 9 pio de que o melhor desempenho profissional estaria r e l a - cionado com a adequação das aptidões do indivíduo ao tipo de atividades r equeridas pelo trabalho, iniciou-se em se - tores industriais, um movimento de seleção dos candida to s a emprego s para escolher aqueles que melhor se adaptariam às exigências da profis são . Mais tarde, es t e mov imento foi levado para 35 escolas profiss ionai s com o obje ti vo de en - caminhar o jovem , o mais cedo pos s ível e de forma mais e - fetiva, para o exe r c í cio de uma atividade profi ssional . movimento psicopedagógico: a democratização da esco l a e o conseqUente acesso ã escolari zação a tmI gran- de numero de c ri a nças com dive)"sificação de origem de or- dem socia l e eco nômica possib ilitou perceber a grande in - cidênci a da s diferenças individuais e a r e l evância de seu atend imento pelo processo educacional . Aproveitanno dos grandes avanços da psicometria ~ foi possível o aperfeiçoa - mento das medidas de inteligência e de condições geraispa- ra aprendizagem (desenvolvimento p5iconLutvc . dcsell v'olvi,.,.;;ui..v emocional e desenvolvimento social) . que hoje integram a avaliação psicopedag6gica do escolar. a ps ican i l ise : as descobertas de Freud sob re o psiquismo humano no início do século XX despertaram os cienti stas sociai s sob re a influênci a do inco nsciente no comportamento. A teoria da personalidade proposta pelo C1 - entista e uropeu , encontrou campo fértil numa sociedade on- de as preocupações com o desenvolvimento e o bem - estar do indivíduo começava a tomar vulto . Os es tudo s para possibi- litar uma melhor compreensão das causas do s comportamentos anormais ou patológicos elucidaram uma série de infonnações tornando pos síve l a orientação de pessoas . os método s psicoterapêuticos : tanto quanto a teoria psicanalitica de Freud, outras t eo ri as sobre o de- senvolvimento humano e suas t écnicas de abordar o tratamen- to não médico para pessoas consideradas doe ntes, antecede- ram o movimento de orientação na medida em que lançaram as 10 raí zes para uma melhor compreensao do homem . o movimento para promoçao da saúde mental: 1- niciado nas casas de saúde para doentes mentais com o ob - jetivo de promover melhores condições de bem-estar para os pacient es . este movimento valorizou o cuidado pelo meio-am- biente do do ente mental tanto quanto pelos seus comporta- mentos fora da norma. Esta preocupação transcendeu os li- mites das casas de saúde e alargou o campo de preocupaçao do~ cientistas para as pessoas em geral em todos os se t o-, res de sua vida . Atualme.nte, os novos estudos neste campo. as inovadoras concepções de que saúde mental não é apenas mera au~ênc~a de doença continua a refletir no desenvolvi- mento da o~ientação. A tentativa de possibilitar ao indi - víduo o crescimento total de suas potencialidades, seu au- to-conhecimento e sua auto - aceitação, são objetivos atuais de todos aqueles. que trabalham em prol da saúde mental. In- cluem- se aqui o pessoal de orientação . Moser e Moser (1961) e Jones (1963) apontan, como movimentos de ordem social, dois acontecimentos his- tórico s como precursores da orientação: A Revolução Indus trial: que gero u um novo me- canismo econômico de produção. determinando a exigência de potenc i al humano cada vez mais capacitado, r eforçando di- retamente a Ilecessidade de orien t ação profissional . A Segunda Guerra Mundial : de form~ indireta a neces sidade de testes aperfeiçoados para selecionar e dis - tribuir pessoas para os postos estratégicos durante seu de- senrolar. possibilitou um grande avanço dos estudos e rea- li zações da psicometria. Diretamente. após terminada a guer- ra, as mudanças sociais gritantes e a necessidade de atell - dimento. para r eabi litação (física e emocional) de um gran- de núme ro de pessoas reforçaram a necessidade da orienta- çao. 1 11 Estes aspectos precursores da orientação. até aqui abordados, são relacionados de maneira bastante clara na c i tação que se segue : .. o "Gu..idance Aloveme.n.t " teve. i..nZc..i.o, pOJt.em, na ãJt.e.a e.Xc.tu~i..va d« oJt.i..e.ntação pJt.06i..~6i..onal. PJt.e.o cupando-h e. PaJt.6onh c.om a análi..6e de. pJt.o- ó.i.6.6Õ eh . e. c.om 06 me..io.6 palLa dia.g nÕ.6t.i.c.o dalJ aptidÕe.6 i..ndi..vi..duai...6. Sua..ó idéia-ó c.oi..nci..di..- Jt.am ou. 604am , talvez, o Jt.e.6le.xo do movimento de me.d.ida.6 me.nta.i..6 ~ntão no na..6c.edoulLo, c.om O" .tJt.a.balho.6 de. 8.i.ne.t, na Fltança. A pJt.eoc.u- pação eIJIJenc.i..al. do.6 tAabalholJ de PaJt.hOnlJ eJt.a lJupte.mentaJt. ã ação e..óc.olaJt. . então c.aJt.Jt.e.gada d e um 6oILma.li.6mo d.i.dã..t1.c.o e. XC.e.h.6i..v o • dando 40.6 a.d ol.e.6c.e.J~.tell opolt..tu. tú.da.de..ó de. e.xplLe.6.6ão -<. n- di..v .i.dual e de heltem hoc..ial e. ec.oJlollu'camente a- p,,-o vú.tado. na me.d.ida de .""" co.paci.dadl/A I ... ) A~ ideia~ de Pa~~on~ , impul~ionada~ po~ ei~ cun.ótâ.»c.ia~ hoc.ia~i~ di.veJL .óa~, pelo~ pltimõ', - dio.ó da p.óicometli.ia e pOIL pli.eoc.upaçõe.ó de. 011.- de.m pe da gógic.a . e . .ótende~am-.óe li.apidamente t10 ..tO"- .. cola ,,- p"-op"-.iamente d.ito I ... ) O ad- vento da 1 G~ande. G(Le~lI.a, da c.lti~e econômica de 1930, do Itipido dehenvolvimento d o ~ teA- teh Phicolõgic.o.ó e da glLande ampliação dtu 0- polt,tunidadeh no melLc.ado de tJt.abalho, como 6~u to da ClLehcente i.nduhtltialização e ehPe.cia- t.izaçã.o con,t~ibuZltam , .óe.nhivelmente, paJLa. uma ampta di6uhão dOh pIi.Oc.eh.óoh de oltientação 12.- duc.ac.ional e plLo6ih~ionat em Ce tlt~o.ó , .óelLv'('- ç.Oh ou nah ehcola . .ó ame~icanah. (Santo.ó, 1963, pág. 3/4). Outros teóricos, en tretanto, tai s como Blo - c her ( 1 966). Gordillo (1972), Hill (1973). ~1iller (19 70) e Ty1er (1974). têm descri to a cV'olução da orientaç ão em t er - mos de sua crescente necessidade, atribuída ã comp l exidade 12 das exigências da vida moderna. As constantes solicitações da vida social, as necessidades econômicas. a luta pelas o- portunidades escolares e profissionais , co locam o indiví- duo em si tuações de escolha constantes. Estes processos são cada vez mais conflituosos para a pessoa e esta precisa de ajuda para melhor se conhecer e ter condições de optar e assumir sua escolha e mudanças posteriores que podem vir a acontecer. E neste processo que- a orientação tem papel pre- ponderante , conforme se evidencia na seguinte citação: Mui,ta.ó Ó oJLça.6 , e.x.teJt.l'la.ó e .t.nte.JLna..6, a..tuam di- . 6.icu.t,ta.ndo ao hóme.m uma. pe.ILC.e.pÇã.o clalta do mundo e a. de.6i..n.i.Jt-IJe. d.iattte. de.le.. Vev.i.d o a. h.itUa.Çã.o de te.n.óã.o . a.n9úh-t.ia e. de.lJe.qu.iIZbJL.io que. e.,h,ta .6 .Ltua.ção de. dúvida. 6.ILeqUentemente a- c.a.ILJt.e..ta, el e. p.ILoc.u.ILa pe..6.6o a.6 que. pO.6.6am aju- dá-lo. Ehta ajuda .lLe.6e..lLe.-.6e. a uma bUhc.a de. c.ompJt.e. e.n<óão de. hi e dOh out.ILo<ó ,da.6 .6ua.6 .lLe.- laç.õe<ó c.om 0.6 aemai.ó e de huah dec..i.6ô e.6 dÃ.a.n- te da.6 <óol.ic..itaçõe.~ de <óua v.ida. Bu<óc.a, 6i- nalment e , e.nc.o n.tll.aJt. um he.nt.ido paJt.a <óua vida, de. ac.oJt.do c.om <óe./A p.ILÕp.IL.io e ve.ILçiade..ilLo .6e.IL . IGoadillo , 1973, pig. 17). Esta perc epção está bem evidenciada, ainda, no relatório da XXVI Conferência Internacional de Instru- çio pGblica, realizada em Genebra, sob os auspícios da UNESCO e do Bur eau Internacional de Educação. em 1963 . No texto da Recomenda ção n 9 56, que trata da orientação esco- lar e profissional, a conceituação de orientação educacio- nal e os objetivos a que se propoe, retratam a evolução a - presentada pelo Guidanc.e Mo veme nt. Segundo um outro ponto de vista, Cremin (1965) evidencia a pr6pria evolução da esco l a determinando a ne- cessidade da orientação educacional. As teorias sobre edu- caça0, o progresso dos metodos de ensino, a necessidade ca- da vez maior de se compreender cada criança, os reflexos 13 polít icos e econômicos na organização e processo escolar, e, os próprios objetivos pretendidos pela educação são a - pontados como os fatores determinantes desta necessidade . Com base nesta concepção, ele conclui que o objetivo final da Orientação seria unificado ao próprio objetivo final da educação . cuja meta seri a promover a integração harmoniosa de pe rsonalidades . Revisando estes fatores dos quais se atribui a origem da Orientação . pode - se perceber a evidência da e - volução de um processo de necessidades e po ssibilidades de ajudar às pessoas. O conhecirnc:nto do indivíduo ampliou - se em t er mos de técnicas e processos. As áreas de a juda s e a - largaram: a adaptação profissional do indivíduo associou- -se a sua adaptação pessoal . Desta forma, atualmente, o t ermo orientação é mais genérico e pode ser definido como 'um processo de ajuda ao indivíduo no sentido de propiciar- -lhe condições sa ti sfa t ó r ias e ef ica zes para o ~eu próprio desenvul vlmellLv . As própri as definições de Orientação que , em seus primórdio s , enfatizavam a adequada escolha vo cac i- onal, caracterizam, a tualmente, um proces so mais abrangen - t e . Mill er (1970) afirma que , se o obj et ivo da Orientação é facilitar para o indivíduo o pro cesso de escolha , seu fim úl timo seria proporcionar a salJde mental e promover a adap- tação do indivíduo . De acordo com es t a percepç ão, podemos citar algumas propostas de definição de Orientação, onde se caracterizam a abrangência atua l do processo: Olt..ie.ntaçã:o e o plLoc eo606o pelo qual o6e. aju.da aoo6 ..ind..ivldu.oo6 a alcanç.alt a auto-complt e.e.no6ão e auto-dilt eção nece.o606ã4..iao6 palta cono6e.gu..i1t o má x.imo ajuo6tam e. lt.to na e.o6cola e na comu.nidad e. (M.iUell , 19 70 , pág. 19) . ••. a olt.i.entação ~vLã cot'to6.ide.ltada eo606e.n ciat - mente. como um pltOCe.o606O de. apltvld..izage.m palt.a O oJt.ie.ntal'l.do s e .6e.u. naco c.e t1tlta..t o6e toc.at..i- zalta na c.ompltee.tMao do que. ele. te.nha. de. o6..i 1 de. h uao6 co ''1 di ç Õ e..6 b..itua cio n a..io6 ..im po Jt.ta n te.o6 e. • 14 da.1J 1te.l.a.ç.õe..6 e.ntJt.e. e.le. e. lJeu meio (Ma..the.wIJon . 1962, pago 103). 0 '0 o obje..t.ivo da. olt..i.e.n.laç.ão e 6a.c.U.i.talt a.6 e,IIC!.othall ade.quada . .6 da.6 qu.ai.6 depe.ndem o apelt.- 6e~çoam e"~o p06~e4~o4 da pe660a ITyle~ 1974 , pág. 33). Parece-nos claro, ainda, que ao tratar a e - volução da Orientação os teóric:os têm se referido a e l a de forma bastante ge neralizada , caracterizando-a como proces - so de ajuda. Tentaremos. a part,ir de agora. caracterizar es- te processo para o tipo de Orientação que tem se desenvol- vido nas escolas. No meio escolar. a orientação educacional pas- sou por processo de evolução seme lhante . Iniciada com a o - r ientação profissional para assistir às necessidades de op- ção dos estudantes. ampliou seu enfoque. não só porque sur - gi!'::,;~ 'Jutras necessidades daqueles, Tl'!1lC: , tf<lmbém, porqll P :I própria Orientação como ativida.de alargou as possibilidades de atendimento. l-liller (1970) citando os fatores que a tor- nam atualmente necessiria nas esco l as , esclarece-nos sobre sua evolução , enfatizando os seguinte s fatores: - a democratizaçào da educação, que levou pa- r a as escolas indivíduos com acentuada diversificação em termos de capacidade intelectual, processos de maturação e de interesses; - a tecnologia, que tendo se desenvolvido tão amplamente, tornou impossível que estudantes, por si mes - mos, possam conhecer as oportunidades de trabalho que lhes são apresentadas; - a complexidade das exigências educacionais, co nseqUente do aumento crescent.e do número de estudantes. da diversificação das condições de seus interesses, das ne- cessidades sociais e das pr6prias condições atuais da es- cola (novos conhecimentos sobr e o aluno , etc . . . . ) ; 15 novos métodos. - a expansao do programa educativo, devido ã necessidade de atender ã demanda dos progressos sociais em termos de conhecimentos e a conseqUente necessidade de se- lecionar para o mundo do trabalho ou estudo s posteriores os alunos adequados ; - as condições soc10 - econô micas e as circuns- tâncias morais e religiosas , resultantes da transformação de uma sociedade agríco la em industrial, produzindo ma sé- ri e de desequilíbrios sociais que determinam, por sua vez, conflitos individuais que a escola precisa atender. Tylor (1974). em i mpo rtant e trabalho sobre a orientação educacional também evidencia estes fatores como determinantes de sua necessidade: Sejam quai.6 óOlle.m a.6 Jt.azoe.6 , a plLe.óe.nç.a de. jov e. n4 de. plloce.d[ncia de. meioa tio dive.1l60.6 em n0.6.6a6 e..óc.ola.6 tem 6e.i..t..o man.i. óe..6taJL-.6e. a ne. ce..6.6.i.dade. de. 01l. . .i.e.I1.taç.ão. O e..ó,tudant..e. de.ve. e.nco n-iJtalL .6 eu plLõ'pn.i.o c.a.minho em um p.f.a.no de. e..6 tud 0.6 c.o m pli c.a.á o e. pIL e.p aJt.a.1L -.6 e. palLa. e..ó c.o - .the.1L a..tte.Jt.na..t.i.va..6 c.onve.nie. nt..e..ó paJt.a. .6ua vida e.m .óe.u.6 dive.1L40.6 a.6pe.c.l..o.6( ... I Mu.i..to.6 outllO.6 plLob.te.ma.6 .6oc..i.a..i.ó de. H0.6.60 te.mpo 4e. Jte.óle..te.m na inhegu~ança de Que óa.lam aiunoh e o~~en tado~eh. A ~apidez da u~banização tem levado pa~a o meio ittc.JLi.velmente complexo do. c'<'da.- de. , g~a.ttde ma.hha. de. ind.<.vZduoh, cujo. educ.a- ção não lheh oóe~ec.e c.ond.<.çõeh de ho.tihóatõ- Aio. hoblLe.vivênc.ia ~tehte. a.mbiente ( ... ) A C.On6- tante ameaça. de dehempAegc, cOlLoiãlLio do de- henvolvimento tec.nológic.o, a.,te.molLiza. Oh .(.n- divZdu Oh que., em hua maiolL'<'a., ~lã o he hente.m 16 hegu~o4 pa4a COn6e~va~ ~eu~ e.mp4egoh . A ~m po~~ância que umd hociedade compe~tiva dVU- bu..i ao ê.x..i.to, .i.nevitave..lme.nte cau..6a .60MU.óa.l- toh na.6 pe.hhoat. que. nunca podem habe4 , ao ce.JLto, .6 e. .6 e.Jt.ão e..ta.6 ali .tIL.i.u.nóadoJta.6 . (Ty.teJt. , 79 74 . piig~. 22 - 23 - 24 1 . Out r a situação que determi na grande necessi - dad e de Orientação nas esco l as americanas , onde sua origem i r egistrada, ~ o interesse ou conve n i~ncia econ5mica de a f astar o jovem do mercado de traba l ho e, conseqU entemente, mant i-lo nas escolas, para onde el e leva seus problemas e necessidades (inclusive seus anseios diante da vida profis- s i onal insegura) . Este f a tor tem s ido denunciado por aque- - l es que escrevem sobre o assunto, ta l como podemos perceber na citação abaixo: Á-ó le..i..-ó de. e.ducaç.ã.o o blL.i..gatãlL.i..a , atualme.nte. e.m vig ê ncia na ma.~oh~a do-ó e.-ótado-ó da -urt~ao pe.lLmane.ça,'ll na-ó e..6cola.6 até a: idade. de. de.z e. .6-ó eÁ...6 dnO.6, e , e.m algun.6 luga.tte&, até 0.6 de.zo L to a l1.Oó . f.6- .ta.6 le..i...6, pOh .6ua. vez, lLe6le.tem vãlLio.6 6a~o lLe.6 .6oc.iaió , a .6 a. belL! o .intelLe..6.6e. de aóa.6tatt 0.6 joven.6 do melt.C'.ado de tlLabalho , a Cltença de que ogovelLno nece..6.6ita de e.le.itolLe.6 e a 6ê. na educação como in.6tlLumento de glle.6.6 o .individual e. .6 o c..ial . (TylelL, piig. 27 1 . culto.6 pllO- 79 74. E, continuando a defesa da necessidade de Ori - entação nas escolas diVUlga - se cada vez mais sua tarefa de faci l itar ao i ndividuo as condições para confrontar clara- mente suas co nfusões para pode r escolher , dentre as idéias e va l ores que l he são propostos , aqueles que lhe sejam e - fet ivamente mais adequados. Den tro deste propós ito e que exis t em os Cent r os de Orientação com fina l idade de auxili - 17 ar os estudantes a r eso lver problemas de tipo vocacional e educa tivo , mas com uma meta mais ampla de contr ibuir para que e s te s estudan t es tomem consciência e modifiquem atitu- des emocionais necessárias ao seu pleno desenvolvimento. Evidenciados os fatores que determinam a ne - cessidade da Orientação no sistema educac i onal. e , partin - do da concepção ge nérica de or ientação como a aj uda ofere- cida ao indivíduo para proporci.onar seu desenvolvimento pes - soal. t entaremos fazer uma abordagem dos fatores que t em se prestado para caracterizá-l a como Olt..i e.ntação Educ.ac...i..ona.t. Segundo Mi1 1er (1970), se aceitamos a defi- nição de orientação como um processo de aj uda ao indi víduo . para que el e possa a l cançar seu pleno desenvolvimento, a - ceitaremos a proposição de que é obrigação da escola ofe - recer assistência de orientação aos alunos . como ativ idade fa cili tadora para se alcançar a objetivada educação inte- gral. Para alcançar o objetivo de proporcionar ao aluno uma a.dap.taçãe ;;; .1;':'''':';;; .1 ,;: e..6c.ol.a , ao E'.:":';::'L c 3. ~~mul1..tdad'!. <> es - cola deve te r um programa de orientação que l eve em conta: - qu e as pe ssoas em desenvolvimento (crian- ças e adolescentes) se beneficiariam com a assistência da Orientação. I s t o quer di zer que não só os alunos inadapta - dos (que apresentam alguma dificuldade da ordem de compor- tamento e apre ndizagem} necessitam ser auxiliados no se u processo de maturação. Este ponto de vista não se adequa apenas aos princípios de educação democrática que assegura dire ito de assistência a todos os aluno s , mas também ao princípio de que o processo de aquisição de aprendizagem é contínuo e permanente; - qu e todo o a luno manifesta um processo de desenvo l vi mento em sua totalidade (desenvo l vime nto f í sico , mental, socia l e emociona l ) que- deve se r a t endi do pelos pro- gramas educacionai s ; - qu e todo aluno necessita compreender seu 18 próprio des envo lvimento e aplicar toda sua potencialidade na compreensão e resolução de seus prob lemas . Hill (1973). afirma que o fator que mais cla- ramente determina a necessida de de se desenvolver um pro- grama de orientação nas escolas, é o fato de que, cada vez mais, to r na-se imperiosa a utili zação adeq uada dos poten - ciais humanos. Alunos inadaptado s são pessoas s oc ia l e e - mo cionalmente de sa jus tadas. Se desej amos um maio r número de cidadãos s audive i s, do ponto de vista social e emocional , os estudantes ( j ovens em formação) devem rec eber orienta - ção adequada que lh es propicie exper i ~ncias e informações para qu e e l es se conheçam e aprendam a mudar e adaptar - se ao mundo em evolução . Desta forma, a orientação educacio - nal seria um processo de aprendizagem, atravis do qual ca- da estudante se desenvo lveria e ap r enderia a se adaptar a - dequadamente 3 comunidade. Denomina ainda este processo de ap~endizagem o~ientacional porque engloba diversos aspec - to s do desenvolvimento humano: a aprellói z ~Kem do auto - ~o nhecimento, da auto - escolha e da auto-decisão. Os pressu- postos desta ap~endizagem o~ientacional poderiam ser resu- mido s no pri ncípio de que todo ser em dese nvo~vimento ne - cessita aumenta r : sua compree nsão de s i mesmo e ass umir a r esponsabilidade de s ta compree n são; sua compreensão do mun - do da educação e do trabalho; s ua capacidade de escolher pa- r a si mesmo e resolver seus pr6prios prob l emas; sua com- preensao dos va l ores morais e culturais de sua comunidade para se r capaz de respeitar outr as pessoas; sua compreen - são da natureza humana, das relações humanas e do processo de adaptação pessoal e social pa r a poder conviver de forma satisfatória com outras pessoas. Es ta carac teri zação da orien t ação educacional pode ser claramente confirmada no seguinte trecho: Pa~a de.óenvolvelL urna pelL.óona..lidade e um c.a- ILátelL d e..óejã.vel, o objetivo óUl'1damel'1tal da. e- du ca.çã.o deveJt.út ~~ elL o de a.ju.daIL a ClL.ial'1ç.a a 19 con~e9ui~ a pe~cepção e ha~h6ação ad equada , digna de con6iança e ~eal~hta de ilUdA neceh- .s.idade.6. pa.Jt.ticula/lmen.te a. nec.e.6h.idade de dU- to me.lholLa.me.nto . Ve..ó.ta ma.ne...i..lLa. , te.ndeltã a. de.- .se.nvolve.Jt. e a. ace..i.,taJt. um ma...i.6 adequado auto- -c.onc.eito. hu.ah at.Ltudell me.lholLalt.ã.o e ei.o. a.t:- c.a.nçaJt.ã ma..i..s 6a.c.ilmente a. 6el.i.c..i.dade e a. ma - tUIl.i.dade emoc.io nal. O que. .i.6to implic.a. ê que ela e..stalLã e.la bonando a. c.apac.idade de aplle.n- dell 4.6 C.O.i..s4.s que me.lholl c.onvenham 46 .6ua..6 nec.e.h.6 .i.dade6, «.6 IJ oc..i.a.!mv!-te úte.i..6 e delJejã- ue..i..ó. Netd.e pIlOC.~~6.60 . a .i.mpolLtâ tlC.ia. da. Olt..i.- e.ntação i ev.i. d en~e (HaJt.Il.i..6, 19 62, pãg . 349) . ~foser e ~!oser (1961) , tratando dos prop6sitos e necessidades da oI'ientação educacional, tam- bém definem a escola como luga r mais favorável para as pes - soas em desenvo l vimento alcançarem seu pleno cresclioonto . A orientação educacional deve ser l hes oterecida para que e - le s al cHnçem uma suf i ciente auto - compreensão. responsabi - l idade , compreensão do mundo esco l ar e do t r aba lho, utili- zem sua capaci dade de tomar SU~IS próprias deci sões e a re- solver se us próprio s problemas. Seria , ainda. atrav~s do processo de orientação que a pessoa chegaria a compreender o sentido dos va l ores morais , o interesse por seus seme - lhantes e a compreensão do ser humano e das r e l ações inter- pes soais . Podemos concluir . então, com base nas concep- çoes abordadas , que a orientação educaciona l seria um p~o c.e..6.6 o de. o~.ie.I1.taç.ão qu e , desenvolvido den tro das escolas, teria os seguintes objetivos : - guiar os alunos na programaçao escolar (es - tudos individuais. uso de t icnicas e meios de aprendi zagem adequado s is s uas possibilidades e aspirações); - favorecer a cada a luno o de senvolvimento in- 20 tegral de suas potencialidades ; - facilitar a integ r ação do aluno na escola possibili tando-Ihe uma adaptaçã,Q ã vida esco lar e a compre - ensão e resolução de seus prob l emas pessoais; - orientar os a lunos para uma adequada esco- lha de carreira profissional (seja com relação a estudos posteriores ao grau em que se encontra, ou dir etamente na vida profi ssional) ; - orientar os pais paro. possibilitar - lhes uma adequada atuação familiar que seja facilitada e estimula - dora ao desenvolvimento dos fi lhos (em suas potencialidades espec ífi cas. na aquisição de conhecimentos e na integração social); - assessorar professores no sentido de favo- recer - lhe s uma atuação educativa no seu trabalho i J l st ru ~i onal , possibilitando maior respeito e a tendimento às neces- sidade s e condições de seus alunos. ConseqUentemcnte , percebendo-se a orientação educacional como uln processo para a t ender às necessidades de maturação individual e social do aluno, torna - se conve - niente verificar os meios pelos quais ela se efetiva na es - cola . Na sessão seguinte, tentaremos explicar a organi 2a- çao e funcionamento dos serviços de orientação tais como existem na s escolas americanas e interpretar seus objetivos aos propósitos da Orientação . face 1. 2. Caracteri zação dos Serviços de Orientação EducacionalA maior difi culdade em se caracterizar um serviço de orientação educaciona l está na utili zação da terminologia. Alguns autores , Hil l (1973) e Miller (1970), 21 fazem referência a dois usos mais comuns do título ~e~viço de oll.i. etttação . Comumente, o te rmo t em s ido ut i l izado para designa r um tipo de assistência ao aluno , considerando 0 - r ientaçã~ como aconse lhamen t o (counseling : guidanc e) . Sob esta terminol ogia, caracteriza-se a Orientação como a for - ma de atuação do orientador (s c hool-counselor) diretamente .sobre o a l uno ou grupo de alunos (conforme seja a fonna de atu- ação - individual ou em grupo) . Outro uso do termo, também bastante comum, é s ua designação a um co r po serviços de assistência ao aluno . Bem mais ou conjunto abrangente de do que a primeira, a u tilização desta terminologia abrange to- dos os serviços relacionados ã assistência ao aluno na es- cola, desde sua assistência pessoa l até s ua assistência es- colar , em termos administrativos (aconselhamento, admi ssão ã escola, contro le de vida escolar). Ha tch e Stefflre ( 1965) . analisando a co nfu- sao sobre o uso da terminologia , defendem um ponto de vis- ta de que n~m t odo tipo de assist5r.ci= p~oporcionn~~ ~0 3- luno deve ser considerado oAientaçio . Estes autores esta- bel ecem uma divisão do que consideram serviços de a6ól6tên- cia. a a.tu~lO.6 e entre e l es incluem o Serviço de Orientação (os out ros citados são: serviços sanitirios, ' serviços de controle numi ri co de aluno s , s erviços de assistência psi - cológica especia l, atividades estudan t is) . Parece- nos que estes autores compreendem o serviço de orientação relacio- nado apenas ao tipo de atendimento oferecido aos alunos . Percebemos, contudo, com base em r eferências encontradas no transcorrer de nossa investigação , que a própria util ização da terminologia evoluiu com a atividade. Inici - almente, coincidindo com a implantação da orientação pro - fis s ional, o termo oA~entação referi a - se ape nas a esta a - tividade . Posteriormente , a largando - se as ne cessidades dos alunos com re l ação ã demanda de orientação , o termo apli - cava - se a todo atendimento direto ao estudante. Nestes dois momento s o termo encontrava-se mu ito li gado ao sentido de aconselhamento . Mais recentemente, as necess i dades do s es - tud antes aumentaram em f unção dos novo s programa s e exigên- zz eias esco l ares existentes para o alcance dos objetivos e - ducacionais que vão mui to mais além de fornecer conhecimen- tos ao es tudante . Para formar personalidades e favorece r o crescime nto i ntegr a l e harmonioso do i ndivíduo a escola tornou - se muito mais compl exa: aulas teó ri cas e prá t icas, experiências de socialização. atendimento às diferenças in- dividuais. iniciação profissional e muitas outras ativida - des integram os currículos esco lares . Os professores nao conseguem mais , sozinhos , cumprir a tarefa de educar: es- pecia l istas s ão integrados ao corpo técnico da escola e pr ogramas especiais são organizados para favorecer o pre- cess educacional e o desenvo l vimento esco l ar, social e e- mociona l de cada aluno. Dessa realidade é que surgiram, se- t gundo alguns autores, Hill (1973), Kowitz e Kowitz (19 71), White (1973), Shertzer e Peters (1 969 ) corno exemplos, urna concepção atual de que a orientação educacional é um corpo de serviços especializados dentro das esco l as ou em di stri- t os escolares. com o objetivo de compl ementar as ativida- des educacionai s e atender os estudantes em suas necessi- dades específicas. Apesar de termos tentado explicitar cl:l - r 3mente na sessão anterior deste cap ítulo a evolução da o- rientação educacional , que por si esclarece este po nto de vista de evolução dos Serv'i ços de Orientação , seri proveI- t oso destacarmos algumas referências a estes últiros . Shertzer e Peters ( 1969) apresentam-nos os segui ntes dados: Oh p~mõ4dioh da o4ganiza~ão de planoh de 0- 4ientação lle.polltam-he. ao in2c..io do héc.ulo XX . Sua pll.ime..illa ên6ahe. c.onc.entlloU-he. nall a- tivi...dadeh de oll..i.entação Voc.a.c...i.onal. Atua.lmen- te , o p40c.ehho de o4..i.enta~ão 60..i. ac.4ehc...i.do dOh ahpe.c.toh de o4dem educativa e. dehe. nvol- v.imento pehhoal-hoc..ial . depo.ih que he acei- tou a i...nte.4p4eta.cão do olLgan.L.6mo humano como c.ompl.e.xo e total... O teJtmo oJtie.ntaç.ão pahhou a. h..i.gn..i.6i c.a.1t . de.hde. e ntão, a ahh..i.htênc..ia ao inr:Li.v:lduo palt.a a.judá-io a he tOltnalL c.apaz de. 23 pILOmOVfl.IL .6e.u. pltÕpJt..i.o dehe.i1Vo.tvime.nto . Ne.6te. pltoce..6.60 ele e levado a exami nalL .6U4,6 dec.i.- hÔe..6 , o qu e. 6az e o que. tem a 6aZfl.1L e a de.- te.ltm.i. naJ{, 6olLma.,6 de aç.ão e Jtfl..6o.e.ução de. .6e.u-h pIloblem<t. (Shelltzell e Petell., 19 69, piíg. 31. Es ta evolução de "terminou um acréscimo de r es - ponsabilidades e a tribuições. Par a as s umir todo o seu novo papel, a Orientação teve qu e s le organi za r como um corpo de serviços especia li zados, acresc i do ã or gani zação e progra - maçao r egular da escola . Atualmente, o pessoal de educ ação , ao se referir ã organiz ação escolar, indica sua est ru tura- ção em três serviços básicos : administração, instrução e ori entação . A partir de ent ão, começamos a encontrar a de- signação mais freq Uente de ori e ntação educacional referin- do- se ao conj unto de atividades destinadas a assistir os alunos pa ra promover seu máximo desenvolvimento. Alguns autores, t:l1L.iêtá u tO , ai nd a ter;.tü. ... r,os alertar sobre outra confusão que tem surgido em conseqUên - cia desta concepção abrangente de Serviços de Orientação . Kowitz e Kowi tz (197 1), referem- se a uma confusão específi- ca relacionada com a ut i li zação do s termos on~entaçio e a- ~on6ethame'lto. De nunciam tentativas de se t entar exp l ici- t a r e dife r enciar os t ermos , o que, segundo eles, nao faz muito sentido, uma vez que aconse lhamento já implica no sentido r estrito de ajuda di..lLeta ao alun o , e orientação já ê. por s i, um termo mais abrange nte significando toda a as - sistência ao aluno para ate nder suas necessidades especí - ficas relacionadas ao seu desempenho esco lar. Acei tando a linha de evo lução dos Serviços de Orientaç ão Educacional, vamos abandonar quai sq uer referên- cias ao uso dife r enciado de Serviços de Orientação e Ser - viço s de Assistência a alunos . Adotaremos a terminologia Serviço de Orientação Educacional (SOE) abrange ndo todas 35 atividades de assistência a alunos. Desta f or ma, fica ca - racteri zado , para efeito de nossos estudos, o Serviço de Orientação Educaciona l como um conjunto de se r viços espe- 24 ciali zados para atendimento de alunos. E em função deste ponto de vista que trataremos, a partir de agora sua orga- nização e funcionamento no sistema educacional norte-ame- ricano. Para tal, julgamos conveniente apresentar a opini - ão do s autores nos quais vimos sustentando nossas interpre- tações. Shertzer e Peters (1969). caracterizam a or- ganização do Serviço de Or i entação dentro do programa es - cola r , afirmando que: A 6 unção da. olL..Le. ,ntaçã.o I den.tlLO da e.6 cola , e.6- .te.nde.-he. a .toda6 «6 6«6e.6 do plLog lLama e.6CO- lalL, .i.nte.g1Lando () plano .tota.l da ueoia.. OILi..- en.tação é um pAoce660 ca.lLacte.JLizado pOJL vâ- Ili..Oh e di.6e.Ite.nte..& a6pec:t0.6. Veve. .6e../t pe..Il.ce.- b.i..da c.omo um plLoglLama a .6Vi. de.6e.nvolv.ido , de. 60ILma c.on.tZnua , dUltante. ;todo o ano e.6c.o.e.alt e. atltaVê6 de. toda6 a6 ":'Li.':"':' .óê.tie.6, de.6de. o J :z. ..... dim de. I n6ância até a Ul1ive.lt.l.I.i.dade. . (SheJttze!t. • P • .te,,~. 19 69. pág . 5). Refor ç ando este ponto de vista,' podemos ain- da rel embrar Hil l (1973) , que. apesar de nos advertir tam- bém sobre a utilização às vezes inadequada da terminologia 6e.lt.u.i.Ç Ol.l de oltie.ntaçio , concorda em que,"a orientação edu - cacional se desenvolve. atualmente, em termos de prestação de serviços aos alunos (para atendê - los em suas necessida- des) , e através de uma cooperação ampla e efetiva a pro - f essores e familiares, todos envolvidos com o interesse de que todo aluno se compreenda , se desenvolva e saiba viver bem entre as demandas da vida, da escola e da sua cultura . Resumindo as citações apresentadas até o mo - mento , podemos concluir que algumas da s mudanças que se o- riginaram da f unção da Orienta·ção desde seu início em 1908. mo stram que o conceito de OE tem se ampliado para além da sua aplicação inicial na or i entação profissional. Está de- finida sua atuação. no momento. em todas as áreas refer en- 25 tes ao desenvolvimento humano e, em especial, aos estudan- tes. O papel da Orientação passou de atividade adicional pa- ra parte integrante da escola, e, para realizar este papel tornou-se necessiria a integração de recursos: especialis- tas, administradores escolares, professores . Para atender à complexidade dos propósitos que hoje engloba e ã demanda crescente de sua necessidade, t .orna-se necessária a progra- mação de suas atividades. Nesta. programação é que nos tor- na possrvel perceber a estruturação e funções de um servi- ço de orientação educacional. 1.3 . Organização dos Serviços de Orientação Educacional Shertzer e Peters (1969) apresent am -nos al- gumas referências sobre uma estrutura administrativa do s Serviços de Orientação. Segundo os autores , a Orientação encontrou, nos princípio s da administração , recursos para alcançar uma eficiência de atuação no sistema escol a r. Pa - ra t al , estruturou-se em forma de uma olLga.n..tz a.ção de. .6e.Jt.- V..tÇ06 , a ní ve l institucional e a níve l de unidade escolar. a princ ípio básico desta forma de organização. seria o po s - tulado de que o suces so de qualquer programa, sem l evar em conta o tamanho da escola ou do sistema, depende de uma con- tínua e íntima cooperação entre os serviços oferecidos aos alunos, da mesma forma em que o êxito total do programa e- duca ciona l de qualquer sistema escola r depende de uma con- tínua e íntima cooperação entre seus responsiveis. Referindo- se diretamente ã orientaç ão educa- cional, s ugerem que cada sistema escola r deveria manter um programa coordenado , abrangente e equilibrado de atendimen- to a alunos, de acordo com a política educacional estadual e local . Operacionalmente, a existência deste programa es - taria condicionada a: - a constituição e identificação de uma uni- dade administrativa de orientação educaciona l, dentro da es- 26 trutura geral da escola ou sistema escolar; - esta unidade administrativa deveria ser co- ordenada por um elemento t écnico capaz e disponível. que se responsabi li zasse pelo planejamento, execução. administra - ção e coordenação de um programa, seleção e treinamento de pessoal, controles orçamentirio e fiscal e relat6rio e a- valiação do programa; - a manutenção de uma equipe de especialis- tas para se realizar uma programação vasta e diversificada de atendimentos apropriados às necessidades dos estudmtes; - a existência de equipes de atendimento ao aluno em escolas ou em um departamento do sistema escolar da região, estaria condicionada às exigências locais (n9 de escolas, n 9 de alunos) e às condições da . comunidade (recur- sos de mar.ut ~nção das escolas, ~j~popihilidade dp. e~~ecja listas) ; - caso haja a exist~ncia de equipes de aten - dimento em diversas escolas, cada unidade de ·assistência de- veri a planejar e desenvolver suas atividades em cooperaçao e comum acordo com um departamento central. Sugerem-nos, ainda , uma estruturação de Ser- V1ÇOS de Orientação abrangendo, no mínimo, o seguinte con- junto de serviços: - Serviços de Ps i cologia - prestados por psi- cólogos especializados na área educacional que teriam como função básica conduzir a avaliação psico - educacional dos a - lunos para diagnosticar causas de problemas de aprendiza- gem e comportamento . Esta atividade envo lveria consulta is crianças, pais, mestres , admin i stradores e outros profis- sionais do sistema escolar e da comunidade, quando neces- sirio, al~m do convencional programa de administração de 27 testes padronizados . - Serviços de Aconselhamento - prestados por ~chool coun~elO~h J que teriam como fu nção básica o aconse - lhamento aos a l unos em assuntos pertinentes às áreas edu- cac ional , vocacional e pessoa l -soc i a l. Serviços Esco l ares de Saúde - teriam como fun ção básica a iden t i ficação e cadastramento de alunos com probl emas de saúde e deveriam se r executados por enfermei - TOS especia l izados sob a supe r v i são de um medico clínico. - Ser viços de Profes so r Visitante - reali za - do por professores com treinamento especializado em servi - ço social , cuja tarefa seria fornecer informações e dados necessários a encaminhamento de alunos para atendimentos, e assi s tência espec ífica aos pr oblemas sociais e elOOcionais que interfiram no ajustamento e progresso escolar . - Serviço s de terapia da palavra e audição - sob a responsabilidade de terapeutas especializados na área par a fazer o t ratamento adequado de cr i anças com difi cul - dades de linguagem e audição . - Serviços de registro de dados - teriam co - mo responsabi l idade coordenar o programa de registro de in - fo rmações sobre os alunos , através de técnicas de proces - samento de dados, para fornecer dados essenciais sobre to- das as crianças em idade escolar , nas áreas distritais das esco l as . Para tal, deveria ser executado por pessoa l com expe r iência em educação e treiname nto em administração de pessoa l e ticnicas de processamento de dados e pesq uisa . - Serviços de aval l ação - ter i am como r espon- sab i l i dade coordenar um grupo de avaliação e testes, e in- terpretar os resul tados do programa de testes pa r a ser u- t i li zado por professores e especialistas . Esta ati vidade de- • 28 veria ser desempenhada por pessoal qu e tivesse treinamento apropriado em pesquisa educaciona l, gráficos. estatísticas e técnicas de mensuraçao. - Serviços de Educação Especial - destinados a atender as necessidades educacionais de crianç as excep - cionai s que nã o teriam rendimen to sat i sfa tório em classes normais . Estes serviços deveri a m ser executados por profes- sores qualificados para trabalhar com excepc i onais , abran- gendo as seguintes áreas de excepc i ona lidade: deficiências visuais deficiências de audição deficiências ortopédicas deficiências neuro lógi cas deficiências de linguagem deficiência s mentais deficiências emocionais deficiências mú l tip l as super dotado s To dos estes serviços previstos para atendi- mento aos alunos deveriam ter uma organização a nível de Departamento (6rgão central do distrito escolar ou sistema de ensino) nas unidades escolares de acordo com a demanda de necessidade e di sponibilidade de r ecursos l ocais. Esta organização de equipes de atendimento , deveria levar em con- t a o número de alunos a serem atendidos , ambientes e re- cursos materiai s nece ssários aos tipos especificas de aten- dimento . Al~m das funções relacionadas diretamente ao aten - dimento de alunos , são previstas para o pessoal técnico que traba lha com orientação de alunos , a l gumas funçõe s corre- l atas, constituindo servi ços também especializados . Estes seriam : - Pesquisa - a eq uip e de Orientação deveria cOJlduzir estudos e pesquisas e execu t ar programas experi- 29 menta is pa r a susten t ar e oferecer subsídios ao desempenho das a t ividades específicas de or i en t ação . Deveria oferecer ainda se rv iços cansul tivos ao sistema escolar. a fim de au- xiliar projetos de pesquisa ed ucacional, bem como coorde- nar todas as pesquisas r elativas aos programas de aconse - lhamento promovidos pelas escolas isoladas. Es t a função de pesqui sa do pessoal de Orientação ê bem enfa tizada por Cra- mer (19 70) que atribui a estes a r esponsabilidade de, atra- vés de pesqui sas empíricas fazer a caracterização do meio escolar em função do meio ambiente em que está i nserida . Se- gundo este autor, os orientadores devem fazer pesquisas ne - cessárias para se proverem de informações básica s ao desen- volvimento das a tividades de OE. De forma abrangente , e le quali fica de pesquisa todo trabalho de coleta, organização e in terpretação de dados para responder questões fundamen - tai s ao programa de orientação e cita como necessárias as seguintes pesquisas: avaliação de programas, de atuação, es tudos de hollow-up , medidas de atitude e opinião (rela- cion adas ao programa de OE). caracterl zaç ao do me lO amOl - ente e estudo de evasão e repetência esco l ar. - Serviços Consul tivos - O pes sQal de Orien- tação deveria estar di sponíve l para pres tar serv i ços con - sultivos a outras áreas do s istema esco l ar, quando forem solicitados e. dentro do s limite s de s ua competência . Pre - vê- se a assistência, neste caso , a professores de classe normal e aos especializados e demais técnicos que atuarem dentro do sistema . Incluem- se , ainda, o atendimento a pais e pessoas da comun i dade quando elas buscarem i nformações pertinentes ao serviço de assistência a alunos oferecido pel a escola ou pelo sistema. - Serviço s ã Comu nidade - A equipe de Orien - tação deveria prestar serviços à comunidade que se rever- te ssem em assistência dir e ta relacionada à integração da esco l a ã comunidade . Estes se r viços teriam como objetivo o de senvolvimento de uma melhor compreensão e ap li cação dos 30 princípios de desenvolvimento, aprendizagem e saúde mental do estudante. Deveriam proporcionar à comunidade os se~n t es atendimentos: planejamento comunitário para atendimen- to às necessidades dos estudantes, encaminhamento , coloca- ção. pesquisa e avaliação. Esta estrutura administra tiva colocada por Shertzer e Peters (1969) 6 a transposição do modelo ofici- al do Estado de Ohio. Segundo os autores, há uma tendência naciona l (nos EEUU) de organizar os Serviços de Orientação Educacional sob controle dos Estados, apresen tando-se ape - nas , ;na variação relativa às metas de atendimento e a es- pecificidade para atendimento ~i política educacional l oca l. Isto no s foi confirmado quando utili zamos material do Es- tado da Califórnia (Guidance Ca~ ebook , da Lo s Angel es Sta- te College. e C oun~e.toJt. t ~ /1a.ndbook, da Sa n Diego City Scho- ols)(*). evidenciando estrutura bastante .semelhante a do Estado de Ohio. 1.4. Organização da Orientação Educacional por tipo de ser- viços oferec idos aos alunos Independente de uma estrutura administrativa conforme a percepção de Schertzer e Pete rs (1969) . pode - se encontra r também a organização da OE em função dos tipos de ~e~viço~ de atendimento proporcionados aos alunos . A iden- tificação das diferentes formas de atendimento aos alunos , -estaria condicionada, neste caso, aos objetivos ou as me- tas propostas para a ação da orientação educacional sobre o aluno. Sob esta percepção. poderíamos identificar basi- camente os seguintes setores de atuação da OE: (*)Encontram-se na referência bibliográfica por autores. Respectiva- mente, ~brtensen (1963) e Naibcrt (1971). 31 - Serviço de Aval iação - Esse serviço, as ve- zes chamado de inventário do a luno é designado a co l e t ar, analisar e utilizar uma variedade de dados psicológicos e subjetivos sob r e cada aluno (obtidos através de técnicas especificas) . Essencialmente . seu propós ito é aj udar o in- divíduo a compreender a si mesmo, uma vez que a interpre- tação dos dados, r ealizada juntamente com o aluno, co nduz a auto-compreensão ã medida que ele di scute com o orienta- dor seu desempe nho no programa de avaliação. Compreende to - da s as atividades para se l evant ar info rmações sobre o es- tudant e , pass í veis de med idas padronizadas tais, como suas potencialidades e capacidades , interesses pessoais e soci - ais, dificuldades no desenvolvimento emocional, caracter í~ ticas do relacionamento social e desempenho escolar. Neste programa e s tão incluídas as aval i ações psicol6gicas e es- colares. Segundo Kowit z e Kowitz (1971), esta ~ uma ativi- dade universal da orientação . Primeiro , porque o uso das informações obtidas através díve ls no processo de ajuda deste processo são ao aluno programa geral de ava l iação ê a. mais escola. e, seg un do tradicional imprescin - porque u herança da - Serviço de Informação - Esse servi ço é de- signado a fo rnecer aos alunos o conhecimento e familiari- dad e com suas oportunidades educacional, vocaciona l e pes- soal-social. O objetivo ~ proporcionar aos alunos informa - çoes básicas que lhes possibilitem realizar melhores esco- lhas e a alcançarem um comportamento social maduro e pleno. Um dos aspectos mais considerados deste serviço ê o de que os alunos não devem, tão somente receber a informação, mas também a oportunidade de responder a ela com reaçoes pes- soais adequadas e sensatas . - Serviço de Planejamento, co locação e aCOIU- panhame nto - Este serviço tem como r esponsabi lidade assis - tir o aluno na seleção e utilização das oportunidades es - colares e do me rcado de trabalho. Pre s supõe qu e as infor- 32 mações de empresas e esco l as já ex i s t em (publicações . de- partamentos de informações), mas os estudantes não sabem u- tilizá-las de fo r ma efetiva. Torna- se então, responsabili - dad e dos se rviços de orientação o processo de aj uda aos es - tudantes na busca adequada de informações, na interpreta- ção do s dados encontrados em função de suas necessidades e condições pessoais e de como utilizá -los de forma que faça sentido pa"ra e l e na vida escolar e profissional. - Serv iços de Aconse lhamento - Es t a a tivida - de se propoe a ajudar o individuo com prob l emas s ituacio - nai s de forma que e l e possa mudar, vo lun tariamente e de for ma consciente, seu comportamento inadequado . Basicamen- te, no processo de aconselhamento o estudante é auxiliado a esclarecer suas id éias. percepções, atitudes e objetivos. As atividades de aconselhamento tiro uma reputação hist6ri- ca dentro dos programas de orientação . Esta, data dos pri - mórd ios da orientação, iniciada oficia l ment e com os servi - çus ô t: acoltse lhamento profissional. Ai..ug.;'n t~ntc . o trabü:: :. ,:, dos conselheiros é considerado o ponto centra l dos servi - ços de orientação e t em se firmado como a tarefa mais im- portante dentre as atividades de orientação. - Serviços de Contato com alunos - Englobam uma série de atividades consideradas ad i c ionais ao proces - so de orientação e tem como objetivo oferecer condições pa- ra se individuali zar a educação do estudante. atendendo às suas manifestações de talentos específicos . Incluem- se aqui as seguintes atividades: a) atendimento de crianças - muito comum em escolas primárias com a finalidade de atender aos al unos menores com dificul - dades esco l ares (comportamento inadequa- do e rendime nto insatisfatório) para i - dentifi cação precoce das ca usas e enca - minhamento para t r atamento específico . • 33 b) Planejamento escolar individualizado tem como objetivo oferecer aos alunos condições de traçar se u próprio plano e- ducacional c.onsiderando seus interesses , condições e necessidades individuais . Com a ajuda de orientadores os alunos pode - rao traçar planos individuais que aten- dam a seu interesse educacional (tipo de curso, currículo , horirio, etc.). inte - res se profi ssiona l (traba lho pretendido e carreira profissional a ser seguida) e a seu desenvolvimento pessoal (corro se sente com relação ao seu crescimento pes- soal- socia l e o que fazer para a l cançar a ma turação) . c) Relacionamento coma dinâmica da in sti - tuição escalE - <;p.nno objetivo da ori- entação a ada ptação do aluno ao proces- so educacional, torna -se necessária a manutenção de boas relações entre o a- luno e a escola . Este grupo de serviços tem como obj etivo esc l arecer o altmo so- bre o funcionamento administrativo da escola bem como favorecer -lhe uma inte- gração geral com toda a dinâmica da ins- tituição. A equipe r espo nsáve l por esta programaçao deve conhecer os interesses do estudante em relação ã programaçao es- colar e proporcionar -lhe um entrosamen- to com a organização da escola de modo a favorecer -'lhe uma adequada relação en - tre es tudan tes e ins ti tuição. Cabe. ain- da, a esta equipe o planejamento e exe- cuçao de programas de pesquisa para s us- tentar a constante e neces sária renova- ção da escola. 34 Kowitz e Kowi t z (1971) reiteram essas conc1u- soes, afirmando que a missão mais ampla da Orientação -e proporcionar condições para que cada estudante aproveite de forma significativa o programa escolar. Desprendendo -s e da neces sidade de caracterizar os serviços de orientação den - tro de uma estrutur a administrativa , como O fizeram Shertzer e Peters (1969), eles nos falam diretamente da organização da orientação educacional como um grupo de serviços dentro da organização esco l ar , com os objetivos de: proporcionar I condições de uma adequada educa.ção a cada estudante e ofe - recer-lhe ajuda nos processos de escolha que se lhe apre - sentarão no decurso da vida e scolar. Segundo os autores, estes objetivos estariam fundament ados em dois princípios pedagógicos básicos nao mais possíveis de desconhecimento da esco la : a importância do ~~pndimento as diferenças individuais em função do pro - gresso contínuo e duradouro do aluno e o fato de que o a - lu~o deve ser preparado na escola , para enf r entar e r esol - ver satisfatoriamente os processos de escolha que sãocons - tante s na vida . 1.5. Dive rs ificação da Orientação Educacional por nivel de ensino Os autores aos quais nos referimos ate o mo - mento chamam-nos , ainda, atenção para um aspecto importan- te relativo a r ea lização das atividades previstas pelo ser- viço de orientação educacional e enfatizam a necessidade dos orient adores conhece rem as caracteristicas do grupo de pes soas com as quais traba lham e da importância de terem passado por experiincia de trabalho com grupos semelhantes. Defendendo o ponto de vista de que não só os programas es - colares são diferenciados para os difer entes graus de en- 35 s i no, mas também as características da população escolar e conseqUentemente as necessidades dos estudantes , torna - se necessária também uma diferenc i ação dos programas de ori- entação. Embora o obj e tivo da orientação possa ser un1ver- sa l , ã medida que pretende auxiliar o estudante no seu pro- cesso de crescimento e adaptação ã escola e à sociedade , o pon~o de crescimento do estudante estará sempre diferenci- ando o processo de orientação a que cada um terá necessi- dade. Desta forma. os serviços serão os mesmos e com os mes- mos objetivos na escola primária e secundária, mas as for- mas e as especialidades de atcJldime nto deverão se diversi - ficar. Isto implica ainda numa estruturação específica pa- r a os serviços de orientação dos diferentes níveis de en- sino , além do implícito atendimento às diferenças de neces- sidades r egiona i s e l oca i s . Shertzer e Peters (1969) apresentam uma ca - r acterização das semel hanças e diferenciações do atendimen- to e organização dos serv i ços ele cri=~t~çio em dois níveis bisicos do sistema de ensino : o prim5rio e o secundirio . AI,guns fa tores que determinam a diferenciação merecem ser c itados : - nas escolas secundirias ~ generali zado o uso de orientadores especializados, enqu anto na s escolas primirias é comum encontrar - se a orientação nas mias dos próprios professores; - na s escolas secundirias há uma ênfase na o- rientação individual (aconselhamento) e em atividades de informação soc ial-pessoa l e profissional, culminando quase sempre com encaminhamento profissional. Nas escolas primá- r ias a ênfase é dada ao invent~írio individual e .6eJtvi.ÇO.6 de. i.n6olLmação e culmina com encaminhamento de crianças para a- tendimentos especializados na escola ou fora dela; - o contato dos orientadores nas escolas se - cundirias e, na maioria das vezes , diretamente com o aluno 36 para as atividades de orientaç~io. Na escola primária os pais e professores são freqUentemente incluídos no processo; - os alunos de escolas secundirias apresen- t am, na sua maioria, problemas relativos ao desenvolvimen- to pessoal - social (hetero-scxuais, características pesso- ais). orientação profissional e acad~mica (planejamento da vida escolar e problema s na irea de ensino). Nas escolas primárias, as crianças apresentam uma maior incid~ncia de problemas relativos i aprendizagem (prontidão e dificulda- des específicas) e comportamento escolar e r e lacionamento familiar; - nas escolas secundárias a possibilidade de assumir seu próprio processo di:! orientação é mui to freqUen- te entr e os estudantes. i llclusive no qu e se refere aos en- caminhamen tos neces s ários (empTego. cursos. tratamento). Nas esrol~~ primirias todo o processo de orientação deve ser desenvolvido com a participação dos pais. principalmente no que se refere aos necessirios encaminhamentos. Os autores ainda chamam a atenção para a ne- ces sidade de que aqueles que atuam em programas de orien- tação em escolas primárias e secundirias saibam identifi- car e compreender os fatores que diferenciam estes dois ní- vei s de ensino , tais como : propó sitos da orientação características do desenvo l vimento psico- lógico dos alunos organização escolar diferenças curriculares matérias e métodos de ensino responsabilidade pela orientação serviços necessários e enfatizados Moser e Moser (1961) e Hill (1973) ap r esen - 37 • ainda, as mesmas considerações relativas ã atua- orientação educacional em escolas de nível superi- Aspectos peculiares da Orientação Educacional COIOO ser- viço de assist~ncia a a lunos Tentaremos, agora , destacar a l guns aspectos l evantados pelos teóricos a qUI~ temos nos referido. que po- dem ser traduzidos como principios qu e devem nortear a or- ganização dos programas de orientação educacional Segundo Kowitz e Kowitz (1971) . o tr aba lho de orientação deve ser parte integrante da esco la, em ter- mos administrativos e do processo educacional e, a equipe de orientação deve constituir- se de especialistas qualifi- cados para as diversas áreas de atuação . Acrescentam ainda que , organizado a níve l de distrito, deve procurar atend~r à filo sofiu e aspectos ~dministrativos da s escolas a que ofereceri assist~ncia. Al~m do mais, considerando o cres- cimento indiscutível da esco l a , os sC l'v iços de orien tação deverão equipar-se para crescerem tamb~m a fim de garanti - rem a qualidade do se u níve l de atendimento às crescentes demandas escolare s . Schertzer e Pete:rs (1969) apresentam-nos três questões básicas , cujas discussões r eve lam princípio s da -orientação educacional . A primeira estaria relacionada a abrangência de responsabilidade da orientação. Es ta ques - tão refe re- se especificamente a que tipo de população deve .. ser atendida pelos se rvi ços de orientação. isto é, se a 0- rientação destina-se a todos os alunos da escola I: grupo especial da população escolar . Teóricos e geralmente concordam em que a orientação deveria a todos os alunos, porque em seu curso normal de ou a um práticos alcançar desenvol- vimento, crianças e ado l escen t 1es necessitam de ajuda no pro- cesso de aprendizagem e no processo de desenvolvimento das relações interpessoais e intrapessoais. Além do mais. se 38 destinada a um grupo especial de alunos presumivebrente se - ria destinada
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