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Hipoxemia e Hipercapnia Daniel Vinícius Pereira – 3º período Objetivos de estudo: Revisar a anatomia das vias aéreas. Relacionar a fisiopatologia da obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE) com as manifestações clínicas de dispneia e cianose. Debater suscetibilidade das crianças ao engasgo. Analisar as contraindicações de determinados objetos para crianças (diretrizes do Inmetro). Compreender a manobra de Heimlich em crianças e adultos. Vias aéreas de condução Consiste em vias nasais, boca e faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. O ar que respiramos é aquecido (calor transferido pelo sangue que flui pelas paredes das vias respiratórias), filtrado (cobertura mucociliar) e umidificado (água liberada pelas mucosas). Maior parte está coberta por epitélio pseudoestratificado que contém glândulas secretoras de muco, células ciliares e glândulas sebáceas que secretam liquido aquoso contendo enzimas antibacterianas. o Epitélio torna mais fino à medida que avança no pulmão; o Cílios mobilizam a cobertura mucociliar com partículas para a orofaringe. Caminho até do ar até os alvéolos Cavidade nasal; Nasofaringe; Laringofaringe; Epiglote; Laringe: o Pregas vestibulares: função protetora; o Pregas vocais: produção de vibrações necessárias à emissão de sons vocais; o Quando são expostos a algo estranho, os músculos da laringe se contraem e fecham as vias aéreas. Ao mesmo tempo o reflexo de tosse é ativado. Traqueia: o Cartilagem hialina em forma de “C” que impedem seu colapso quando a pressão intratorácica é negativa. Brônquios principais direito e esquerdo (primários): o Entre eles há a carina (extremamente sensível – tosse violenta); o Cada um deles entra pelo hilo acompanhado de aterias, veias e vasos linfáticos pulmonares. Brônquios lobulares (secundários): o Ventilam cada um dos lobos pulmonares (três no pulmão direito e dois no esquerdo). Brônquios segmentares: o Ventilam os segmentos broncopulmonares. o Cartilagem diminui progressivamente e há aumento de tecido elástico e muscular liso Bronquíolos terminais: o Não há cartilagem. o Broncoespasmo (contração muscular) limita o fluxo de ar. Bronquíolos respiratórios; Ductos alveolares; Alvéolos: o Células alveolares tipo I: Troca de gases. o Células alveolares tipo II: Produção de surfactante: Quatro tipos → surfactante de apoproteínas A (SP-A), B (SP-B), C (SP-C) e D (SP-D); Diminui a tensão superficial dos alvéolos e facilita a insuflação dos pulmões (SP-B e SP-C); Função imune (SP- A e SP-D). o Células em escova: Monitoramento da qualidade do ar nos pulmões. o Macrófagos: Defesa. Hipoxemia PaO2 no sangue arterial inferior a 95 mmHg Etiologia e patogênese Quantidade inadequada de O2 no ar atmosférico; Distúrbio do sistema respiratório: o Hipoventilação; o Comprometimento da difusão dos gases; o Circulação inadequada do sangue através dos capilares pulmonares; o Falta de correspondência entre ventilação e perfusão. Disfunção do sistema neurológico; Alterações na função circulatória; Manifestações clínicas Efeitos por meio de hipóxia tecidual e mecanismo de compensação; Se a PO2 dos tecidos cai muito, metabolismo anaeróbico assume a função com formação de ácido láctico, resultando em: o ↑ níveis séricos de lactado (referência é de 0,5 a 1 mmol/L); o Consequência: acidose metabólica. Hipoxemia leve: o Mecanismo compensatório do SNS: ↑ FC; Vasoconstrição periférica; Sudorese; Ligeiro aumento da PA. o Ligeira perturbação do desempenho mental e da acuidade visual; o Hiperventilação; Hipoxemia grave: o Confusão mental; o Alterações de personalidade; o Inquietação; o Comportamento agitado ou combativo; o Falta de coordenação dos movimentos musculares; o Euforia; o Comprometimento da capacidade de julgamento; o Delirium; o Torpor; o Coma. Hipoxemia crônica: o Mecanismos compensatórios: Hiperventilação; Vasoconstrição pulmonar; Aumento da correspondência ventilação- perfusão nos alvéolos (↑PA pulmonar). Produção de hemácias; Aumento da liberação de eritropoietina pelos rins, devido à hipóxia. Dissociação mais fácil do O2 nos tecidos (equilíbrio químico). Cianose: o Pode ser devido à concentração excessiva de hemoglobina desoxigenada ou reduzida nos pequenos vasos sanguíneos. o É mais acentuada nos lábios, unhas, orelhas e bochechas. o É necessária concentração de aproximadamente 5 g/dL de hemoglobina desoxigenada no sangue circulante para que ocorra. o Dividida em 2 tipos: Central: evidente na língua e lábios e é causada por aumento da quantidade de hemoglobina desoxigenada ou de um derivado anormal de hemoglobina (meta- hemoglobina). Periférica: evidente na ponta do nariz e orelhas e é resultante da vasoconstrição e da diminuição do fluxo sanguíneo periférico, como se dá com a exposição ao frio, choque, insuficiência cardíaca ou doença vascular periférica. Hipercapnia Aumento da PCO2 no sangue arterial. Etiologia e patogênese Hipoventilação (hipercapnia sem hipoxemia geralmente é observada nessa situação) ou desequilíbrio entre ventilação e perfusão (hipercapnia geralmente associada a hipoxemia). Condições que contribuem para hipercapnia em pacientes com comprometimento da função respiratória: o Aumento na taxa metabólica: Aumento na atividade; Febre; Doenças. o Dieta rica em carboidratos: Quociente respiratório (QR)= Produção de CO2/Consumo de O2. QR varia de acordo com o alimento. QR dos carboidratos é 1, ou seja, quantidade de CO2 produzido é igual ao de O2 consumido. Manifestações clínicas Afeta o equilíbrio acidobásico e a função renal, neurológica e cardiovascular. Produzem acidose respiratória. Normalmente o organismo compensa pela retenção renal de bicarbonato (HCO3-). Quando a PCO2 é muito alta, o indivíduo irá apresentar sintomas de aumento do trabalho respiratório, já que também experimentará hipoxemia. o Dispneia; o Diaforese; o Respiração frenolabial; o Taquipneia ou bradipneia/ritmo respiratório irregular; o Uso dos músculos acessórios; o Taquicardia; o Respiração abdominal; o Cianose. Suscetibilidade das crianças ao engasgo Reflexo de tosse menos eficaz para desalojar uma obstrução parcial das vias aéreas; Imaturidade do processo de mastigação e deglutição; Reduzido diâmetro das vias aéreas superiores; Altos níveis de atividade durante o ato de comer; Alto nível de colocação de objetos na boca. Inmetro O primeiro regulamento técnico para brinquedos no Brasil data de 1992, quando foi publicada a Portaria Inmetro/MJ, nº 47, de 13 de março, com o objetivo de prevenir a entrada de produtos inseguros no mercado brasileiro, minimizar o risco à saúde e à segurança das crianças e, consequentemente, as ocorrências de acidentes de consumo envolvendo o produto. Associado ao regulamento técnico foi desenvolvido também um programa de certificação compulsória com o objetivo de agregar confiança no atendimento aos requisitos técnicos pelo produto. Evitar que crianças tenham acesso a brinquedos como: o Balões de látex; o Moedas; o Bolinhas de gude e outras bolas pequenas; o Tampas de caneta ou marcador; o Baterias pequenas; o Seringas para medicamentos; o Tachinhas; o Pilhas; o Brinquedos que cabem inteiros na boca da criança. Manobra de Heimlich Sinais de obstrução grave: o Incapacidade de respirar, tossir, falar; o Cianose de lábios e extremidades (indica que nãohá passagem de ar); o Sinal universal da asfixia. MANOBRA DE HEIMLICH Crianças maiores de 1 ano e adultos: 1. Avise a pessoa que tentará ajuda-la. Com a pessoa em pé, fique atrás dela; 2. Envolva a pessoa com os braços e as mãos na posição correta; 3. Coloque as mãos entre o umbigo e o esterno da pessoa. Para dar sustentação ao socorrista, esse pode colocar uma de suas pernas entre as pernas da pessoa; 4. Faça um movimento forte e rápido para dentro e para cima (em “J”), quantas vezes forem necessárias. Crianças menores de 1 ano 1. Coloque o bebe de bruços em cima do seu braço. Use a mão para sustentar o corpo e a cabeça da criança. A criança deve ser posicionada com a cabeça para baixo, com o corpo em 45°; 2. Dê 5 tapinhas nas costas para que o corpo estranho seja eliminado das vias aéreas do bebe; 3. Vire o bebe para cima e veja se está respirando. Faça leves compressões sobre o peito dele (aplique 5 compressões na região intramamilar usando 2 dedos). ATENÇÃO! 1. Faça a manobra quantas vezes forem necessárias; 2. Não deite a pessoa engasgada; 3. Não coloque os dedos ou a mão dentro da boca de uma pessoa engasgada; 4. Não provoque o vômito; 5. Não dê líquidos; 6. Em adultos, bater nas costas ou elevar os braços não altera o quadro de engasgo. OBS: Se a pessoa se tornar inconsciente, deita-la cuidadosamente no chão. Chamar o serviço de emergência e iniciar RCP.
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