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Neuropsicologia: Estrutura do Sistema Nervoso

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neuropsicologia 
José Pedro Costa; nº22586 
2020/2021 
 
2 
 
1.- Neurónio e estrutura do Sistema Nervoso…………………………………………..3 
2.- Neuropsicologia do Sistema Visual……………………………………………………12 
3.- Neuropsicologia do Sistema Auditivo………………………………………………..25 
4.- Neuropsicologia do Sistema Sensorial Somático……………………………….43 
5.- Neuropsicologia dos Sistemas de Comando Motor……………………………58 
6.- Neuropsicologia da Memória/Aprendizagem e Memória…………………72 
7.- Neuropsicologia da Regulação da Vigília e do Sono……………………………90 
8.- Neuropsicologia da Linguagem………………………………………………………103 
9.- Neuropsicologia da Emoção……………………………………………………………115 
10.- Funções Executivas e Sistemas Neuronais Complexos…………………….132 
 
 
*Esta sebenta foi feita com base nos pps das aulas, trabalhos de grupo e 
outras sebentas, por isso pode ter algum erro, não confiem a 100% em 
mim. 
Não desesperem o exame vai correr bem <3 
PS: Sim vão haver muitos cérebros e coisas confusas, mas não confusas 
como as aulas da stora. 
 
 
 
 
3 
Áreas cerebrais e as suas funções 
 
Lobo Frontal- Funções motoras da área 
 primária e secundária; 
Lobo Parietal- Funções sensitivas; 
Lobo Temporal- Funções da audição e aspetos 
 mais complexos da visão; 
Lobo Occipital- Funções da visão, reconhecimento da 
 forma, cor e movimentos dos objetos. 
Perspetiva histórica 
 Camillo Golgi- primeiro a utilizar o método de coloração, em 1873, 
colocando uma amostra de tecido nervoso numa solução de cromato 
de prata. Deste modo, Golgi deu origem à descoberta do neurónio, 
uma vez que o conseguiu delinear. 
 
 Santiago Ramón y Cajal- defendia que os processos de diferentes 
neurónios não possuem continuidade entre si, comunicando então 
através de sinapses: 
 Lei da polaridade dinâmica- das dendrites para o axónio; 
 Doutrina Neuronal- neurónio como célula individual, que não 
comunica em continuidade. 
 
4 
● A chegada da microscopia elétrica confirma a teoria de Cajal. 
O que é o neurónio? 
 É a unidade básica e estrutural do Sistema Nervoso. 
 
 São células adaptadas para a receção e transmissão de sinais, fazendo 
a condução nervosa até às células adjacentes. Ao comunicarem entre 
si formam uma rede à qual chamamos circuito nervoso. 
 
 Estas células não se reproduzem nem dividem, sendo, por isso, 
insubstituíveis. 
 
 ESTRUTURA 
 Corpo celular/soma; 
 Axónio; 
 Dendrites. 
 
 Corpo celular ou soma – centro metabólico que contém as estruturas 
necessárias para que o neurónio subsista, incluindo o núcleo celular 
que carrega a informação genética; 
 
 Axónio – têm como função conduzir os impulsos nervosos para os 
outros neurónios; este ramifica-se formando pequenos botões 
sinápticos. Alguns axónios estão cobertos pela bainha de mielina, que 
permite uma transmissão mais rápida; 
 
 Dendrites – recebem os impulsos nervosos dos outros neurónios e 
transformam-nos em impulsos elétricos, que irão ser transmitidos ao 
longo do corpo celular. 
 
5 
TIPOS DE NEURÓNIOS 
 Aferentes/Sensoriais - Recolhem a informação do meio exterior 
ou interior e conduzem-na ao SNC*; 
 
 Eferentes/Motores - Transmitem a informação do SNC* para os 
órgãos efetores. 
 
 Conexão/Interneurónios - São todos aqueles que estão entre 
um neurónio aferente e um eferente. Constituem a maior parte 
dos neurónios. 
 
*SNC: Sistema Nervoso Central 
 
CLASSIFICÇÃO MORFOLÓGICA DO NEURÓNIO 
 Bipolares – corpo celular com apenas 1 dendrite e 1 axónio; 
 
 Multipolares – corpo celular com mais de 2 prolongamentos celulares 
(são as mais abundantes); 
 
 Pseudo-Unipolares – corpo celular com 1 prolongamento que se divide 
em 2. O estímulo captado passa diretamente para o axónio sem passar 
pelo corpo celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Células de Glia 
 Facultam os nutrientes necessários para o neurónio manter a sua 
atividade, o oxigénio e a glicose; 
 
 Alimentam, isolam e protegem os neurónios; 
 
 Controlam o desenvolvimento dos neurónios ao longo da vida; 
 
 Asseguram a manutenção do ambiente químico que rodeia o neurónio. 
 
Sinápses 
 Sinápse- Trata-se da transmissão de informação entre o neurónio 
emissor (pré-sináptico) e o neurónio receptor (pós-sináptico), através 
da fenda sináptica, um espaço cheio de líquido. Ocorre uma passagem 
de energia elétrica e química, sendo que essa energia se transforma 
em influxos nervosos. 
 
 No botão pré-sináptico, a terminação do neurónio emissor contém 
pequenas esferas, as vesículas sinápticas, cujo interior contém 
neurotransmissores, substâncias químicas que se libertam na fenda 
sináptica e sendo, posteriormente, absorvidos pela membrana pós-
sináptica. 
 
 
 
 
 
 
7 
Teoria da membrana 
 A Teoria da Membrana foi formulada por Hodjkin e Huxley. 
 
 Sabe-se que existem dois potenciais da membrana: 
1)- Potencial de Repouso 
2)- Potencial de Ação. 
 
 A célula encontra-se em potencial de repouso ou de ação, não 
existindo um meio-termo – a isto chama-se a Lei do Tudo ou Nada. 
 
POTENCIAL DE REPOUSO 
 O neurónio não estimulado tem mais carga negativa no seu interior do 
que no exterior. Isto ocorre porque a membrana da célula neuronal é 
quase impermeável ao sódio (Na+) e é permeável ao potássio (K+), por 
isso os iões de potássio tendem a sair da célula, levando a carga 
positiva. 
 
 Para além desta perda de carga positiva, há ainda um excesso de 
aniões (iões negativos) no interior da célula, o que, em conjunto, faz 
com que a bomba de sódio e potássio atue (faz a troca de 3Na+ para o 
exterior e 2K+ para o interior), distribuindo assim os iões de forma 
equilibrada. (GRÁFICO A EXPLICAR EM BAIXO) 
 
Na+ -> Sódio Cl- -> Cloro 
K+ -> Potássio A- -> Aniões 
*Nos gráficos, se as letras tiverem em minúscula e pequenas é porque estão 
presentes em pouco valor. 
 
 
 
8 
 
 
 K+ + - K+ 
 Na+ + - A- 
 Na+ 2K+ A- 
 Cl- 3Na+ K+ 
 K+ + - na+ 
 CÉLULA 
 
 
 Membrana Bomba de sódio e potássio 
 
 
POTENCIAL DE AÇÃO 
 O potencial de ação é a inversão rápida do potencial, pois num 
instante o interior da membrana fica positivo e o exterior fica negativo. 
 
 Isto gera cargas elétricas (negativas), permitindo, deste modo, a 
transferência de informação ao longo do axónio – o chamado impulso 
nervoso. 
 
 Nas dendrites ocorre a sinapse que irá libertar neurotransmissores que 
se vão ligar aos recetores da membrana, causando uma pequena 
despolarização (diminuição da negatividade da membrana) – há um 
influxo (uma entrada) de sódio, provocando um potencial de ação (ao 
entrar sódio, o interior fica positivo e o exterior negativo). 
(GRÁFICO A EXPLICAR EM BAIXO) 
 
 Dura apenas 1 milissegundo. 
 
9 
 
 
 Na+ 
 - + 
 Na+ 
 - +- + 
 
 POTENCIAL DE AÇÃO 
 
FASES QUE OCORREM ENTRE O POTENCIAL DE AÇÃO E DE REPOUSO 
 Polarização – o neurónio está polarizado (tem carga negativa no seu 
interior). No interior tem K+ e aniões. Este estado de repouso é 
mantido graças à bomba de sódio-potássio. 
 
 Despolarização – o interior da célula torna-se positivo – entra sódio; os 
canais de sódio abrem-se e permitem o seu influxo. O potencial de 
ação só é atingido quando o potencial chegar ao limiar de 
excitabilidade/ação (valor mínimo para desencadear o potencial de 
ação). 
 
 Hiperpolarização – como os canais de potássio se abrem e fecham 
muito lentamente, pode ocorrer um efluxo de potássio exagerado, 
ficando o interior da membrana ainda mais negativo. Outra forma de 
acontecer a hiperpolarização é com a entrada do Cloro no interior da 
célula. Durante este período, a célula não pode ser estimulada até 
acontecer uma repolarização. Aqui, a célula não tem reação. 
 
 
10 
 Repolarização – a célula retorna ao estado de repouso (o interior da 
célula fica um pouco menos negativo). A entrada de sódio é 
interrompida, permitindo a sua saída. O potássio também sai, 
permitindo a repolarização (ficam os aniões dentro da célula e entra o 
cloro (Cl-). 
 
OUTROS POTENCIAIS 
 Potencial Inibitório Pós-Sináptico (PIPS) – corresponde a uma 
hiperpolarização transitória da membrana pós-sináptica causada pela 
libertação pós-sináptica de neurotransmissores (que tende a afastar o 
potencial da membrana do limiar de excitabilidade – efeito inibitório). 
 Potencial Excitatório Pós-Sináptico (PEPS) – corresponde a uma 
despolarização transitória da membrana causada por uma libertação 
pré-sináptica de neurotransmissores (que levam o potencial da 
membrana até ao limiar – efeito excitatório). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 Sistema Nervoso 
 
 SN Periférico 
 SN Central Nervos Motores Nervos Sensoriais 
 
 
Cérebro Medula Espinal Sistema Somático Sistema Automático 
 
 
 
 Córtex Cerebral Sistema Simpático 
 Estruturas Subcorticais Sistema Parassimpático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
A estrutura do olho 
 O olho é um órgão especializado para a deteção, localização e análise 
da luz. 
 
 
 As principais estruturas do olho são: 
 
 Pupila – é a abertura que permite que a luz entre no olho e alcance a 
retina. Parece escura devido aos pigmentos que absorvem luz na 
retina. 
 
 Íris – rodeia a pupila; a sua pigmentação origina aquilo a que 
chamamos de cor dos olhos. Contém dois músculos que podem alterar 
o tamanho da pupila: um deles torna-a menor quando se contrai e o 
outro torna-a maior. 
 
 Córnea – é uma superfície vítrea transparente externa do olho que 
cobre a pupila e a íris. Não possui vasos sanguíneos e é nutrida pelo 
humor aquoso (fluído que existe por detrás da córnea). 
 
 Esclera – constitui o “branco dos olhos” e forma a resistente parede do 
globo ocular. 
 
 
13 
 Músculos Extraoculares – estão inseridos na esclera. Movimentam o 
globo ocular dentro das órbitas definidas pelos ossos do crânio. 
 
 Conjuntiva – localiza-se à frente dos músculos extraoculares. É uma 
membrana que se dobra para trás desde a parte interna das pálpebras, 
ligando-se à esclera. 
 
 Nervo Ótico – reúne os axónios da retina; sai do olho para a sua parte 
posterior; atravessa a órbita; e alcança o encéfalo na sua base, 
próximo à glândula hipófise. 
 
 
 
 
 
 
 
 Outras partes que compõem o olho humano: 
 
 Pupila ótica – é o ponto onde as fibras do nervo ótico deixam a retina. 
É uma região circular clara; origina os vasos sanguíneos que estão na 
superfície da retina. Não contém fotorrecetores, logo não é aqui que 
ocorre a sensação de luz. 
 
 Molécula Lútea – encontra-se no centro da retina. É uma região mais 
escura com um aspeto amarelado. É a parte da retina dedicada à visão 
central. Existe uma relativa ausência de grandes vasos sanguíneos (esta 
ausência é uma das especializações que melhora a qualidade da visão 
central). 
 
14 
 
 Fóvea – ponto escuro com cerca de 2mm de diâmetro. Parte onde a 
retina é mais delgada; marca o centro da retina. 
 
 Cristalino – superfície transparente localizada por trás da íris. É 
suspenso por ligamentos que se ligam aos músculos ciliares, os quais 
se conectam à esclera e formam um anel dentro do olho. 
 
Músculos ciliares contraem-se – parte central do anel torna-se menor 
e a tensão nos ligamentos suspensores diminui. Com isto, o cristalino 
tende a assumir uma forma mais espessa. 
 
Músculos ciliares relaxam – o anel torna-se maior e a tensão nos 
ligamentos suspensores aumenta. Isto tem o efeito de distender o 
cristalino. 
 
 Estas mudanças no formato do cristalino permitem que os nossos 
olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. O cristalino 
divide o interior do olho em dois compartimentos com fluídos 
diferentes: 
 Humor Aquoso; 
 
 Humor Vítreo – mais viscoso e gelatinoso; situa-se entre o cristalino e 
a retina; a sua pressão mantém esférico o globo ocular. 
 
 
 A luz é captada pelo olho, passa pela córnea, seguindo caminho 
através do humor aquoso, cristalino, humor vítreo, chegando, por fim, 
à retina. 
 
 Luz -> Córnea -> Humor Aquoso -> Cristalino -> Humor Vítreo -> Retina 
 
15 
Retina 
 Ao contrário de outros recetores, como a cóclea ou os recetores da 
pele, não é uma estrutura periférica mas pertence sim ao Sistema 
Nervoso Central. 
 
 A sua organização sináptica é semelhante ao de outras estruturas 
neuronais centrais e é mais simples em comparação a outras 
estruturas do SNC. 
 
 A diversidade fisiológica e uma organização estrutural relativamente 
simples faz com que o estudo da retina seja útil para o entendimento 
acerca do modo como a informação é processada nos circuitos 
neuronais do cérebro. 
 
 As imagens projetadas na retina consistem em padrões complexos, 
dinâmicos de luz com intensidade e cor diversas. 
 
 Processamento visual de nível baixo -identifica diversos tipos de 
contrastes nestas imagens. 
 
 Processamento de nível intermédio - identificação das “primitivas 
visuais” como contornos, movimentos e superfícies. 
 
 Processamento de nível elevado - integra mensagens de diversas 
origens e é o estado final no sistema visual que conduz à experiencia 
visual consciente. Depende do processamento “top-down” que dotam 
de as representações sensoriais “bottom-up” de significado semântico. 
 
 Contém apenas cinco classes de neurónios, ligados num confuso 
padrão de ligações sinápticas mas com um arranjo ordenado em 
camadas anatómicas de grande diversidade neuronal: 
 
 
16 
 Camada de Células Ganglionares - células ganglionares; 
 
 Camada Nuclear Interna - células bipolares, células horizontais e 
amácrinas; 
 
 Camada Nuclear Externa - fotorreceptores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOTORRECEPTORES- Estão na última camada, mas são quem analisa a luz; 
Existem 2 tipos de fotorreceptores: 
 Cones Bastonetes 
 Dedicam-se à visão diurna, 
central e cromática (cores), 
sendo menos sensíveis à luz e 
possuindo um elevado limiar 
de excitabilidade. Estão mais concentradas na 
mácula e na fóvea. 
 Estão encarregues da visão 
noturna, periférica e acromática, 
são mais sensíveis à luz e têm um 
baixo limiar de excitabilidade. 
 
 Predominam na periferia da 
retina. 
 
 
 
17 
Os fotorrecetores libertam glutamato e fazem sinapse com um segundo tipo 
de células, as células bipolares, através das células horizontais. 
 
 
 
CÉLULAS BIPOLARES- Estão na 2º camada; 
Existem 2 tipos de células bipolares: 
 Tipo OFF Tipo ON 
Há mais glumato no meio. 
 +glumato impulso de Na+ 
 
Despolarização das células 
 
Centro OFF e Periferia ON 
Há menos glumato no meio. 
-glumato hiperpolarização das 
 células 
 
Centro ON e Periferia OFF 
 
 
Por sua vez, as células bipolares estabelecem sinapse com um terceiro tipo 
de células, as células ganglionares, através das amácrinas. 
 
 
 
 
CÉLULAS GANGLIONARES- Estão na 1º camada; 
Recebem aferências das células bipolares e, por isso, dependendo destas, 
podem também ser de dois tipos: 
 
18 
 
As células ganglionares podem ainda dividir-se em: 
 Tipo M Tipo P 
 São grandes; 
 
 Têm maiores campos 
recetivos; 
 
 Conduzem potenciais de 
ação mais rapidamente no 
nervo ótico; 
 
 São mais sensíveis a 
estímulos com baixo 
contraste; 
 
 Correspondem a cerca de 
5% das células ganglionares; 
 
 São importantes para a 
detenção de movimentos de 
estímulos. 
 São pequenas; 
 
 Têm menores campos 
recetivos; 
 
 Conduzem potenciais de 
ação mais lentamente no 
nervo ótico; 
 
 São menos sensíveis a 
estímulos com baixo 
contraste; 
 
 Correspondem a 90% do 
total das células 
ganglionares; 
 
 São mais sensíveis à 
forma do estímulo e a 
detalhes finos. 
 
 Células Ganglionares do Tipo não-M e não-P – correspondem aos 
restantes 5% do total de células ganglionares. 
 Tipo OFF Tipo ON 
 
 São do Tipo OFF quando 
recebem aferências das células 
bipolares OFF. 
 
 Ficam com o centro 
despolarizado e com a periferia 
hiperpolarizada. 
 
 São do Tipo ON se receberem 
aferências das células bipolares 
ON. 
 
 Ficam com o centro 
hiperpolarizado e com a periferia 
despolarizada. 
 
19 
 É o mecanismo ON e OFF nas células bipolares e ganglionares que faz 
com que o olho humano consiga detetar alterações espaciais do 
estímulo. 
 
SISTEMA BÁSICO DO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO NA RETINA: 
Informação Visual -> Fotorrecetores -> (células horizontais) -> 
Células Bipolares -> (células amácrinas) -> Células Ganglionares 
 
VIAS PARALELAS 
A informação visual é transmitida da retina ao córtex por duas vias principais 
e paralelas anatomicamente distintas que se iniciam na retina: a Via M e a 
Via P. 
 Via M Via P 
Células Ganglionares M 
↓ 
NGL* (tálamo) Camada 
Magnocelular 
↓ 
Córtex Visual Primário 
↓ 
Área 4Ca 
↓ 
Top: Córtex Parietal Posterior 
Controlo de movimento; 
profundidade; informação espacial 
Células Ganglionares P 
↓ 
NGL* (tálamo) Camada Parvocelular 
↓ 
Córtex Visual Primário 
↓ 
Área 4Cb 
↓ 
Bottom: Córtex Parietal Inferior Cor; 
forma 
 
 *NGL = Núcleo Geniculado Lateral 
 
 
20 
PERCURSO DOS AXÓNIOS DAS CÉLULAS GANGLIONARES 
 Os axónios das células ganglionares que partem da retina passam por 
três estruturas antes de estabelecerem sinapses no tronco encefálico: 
Nervo Ótico; Quiasma; e Trato Ótico. 
1º) Os axónios seguem pelos nervos óticos de cada lado do olho; 
2º) Os dois nervos óticos combinam-se para formar o quiasma ótico; 
3º) No quiasma há decussação (ou seja, o cruzamento de um lado para o 
outro) dos axónios; 
4º) Os axónios formam os tratos óticos; 
5º) O trato ótico prolonga-se até ao NGL (Núcleo Geniculado Lateral) 
 O NGL tem 6 camadas de células distintas 
 
 As 2 primeiras correspondem à via M; 
 
 As outras 4 correspondem à via P. 
 
 No NGL os axónios do trato ótico desprendem-se e uns inervam o NGL, 
enquanto outros se projetam para o córtex visual primário, recebendo 
esta projeção o nome de radiação ótica. 
 
Retina Quiasma Óptico Fita Óptica Núcleo Geniculado Lateral 
 Córtex Visual Primário 
 
 
Córtex Visual Primário 
 
 É parte do córtex cerebral responsável pelo processamento da 
informação visual. 
 
 Localiza-se no lobo occipital, na parte de trás do cérebro. 
 
21 
 
 Há um córtex visual em cada hemisfério (esquerdo e direito) do 
cérebro. O córtex visual do hemisfério esquerdo recebe sinais a partir 
do campo visual da direita e o córtex visual da direita do campo visual 
esquerdo. 
 
 Hubberl e Wiesel foram os primeiros a estudar sistematicamente o 
córtex visual primário. Inicialmente, desenvolveram o seu estudo em 
gatos e depois em macacos. 
 
 
 Chegaram à conclusão que ao nível do córtex visual primário temos 
células detetoras de características. 
 Células detetoras de características simples; 
 Células detetoras de características complexas; 
 Células detetoras de características hipercomplexas. 
 
 CÉLULAS SIMPLES 
 Apresentam seletividade de orientação; 
 Têm uma maior resposta à orientação do estímulo. 
 
 CÉLULAS COMPLEXAS 
 Têm uma maior resposta à orientação e ao movimento do estímulo. 
 São células mais complexas; 
 Não têm regiões ON e OFF distintas, pois dão respostas ON e OFF a 
estímulos através de todo o corpo recetivo; 
 São principalmente binoculares. 
 
 CÉLULAS HIPERCOMPLEXAS 
 Têm uma maior resposta à orientação, ao movimento e à dimensão do 
estímulo. 
 
 
22 
 A nível do córtex visual primário podemos ainda destacar a orientação 
colunar, existindo hipercolunas e minicolunas. 
 
 Minicoluna- é uma especialização de uma hipercolunas que está 
responsável pela perceção do pormenor da orientação e da dor. 
 
 Hipercolunas- É um conjunto de minicolunas e cada uma destas 
corresponde à unidade computacional do córtex visual e analisa um 
determinado ponto da retina. É formada pelas três células detetoras 
de características, sendo que estas estão em posição colunar. 
 
 Depois do estímulo nervoso ter passado pela área V1, passa pela V2 e 
pela V3, e é aí que as vias M e P tomam caminhos diferentes. 
 
 A Via M segue até à área temporal superior (área V5) e é criada a via 
dorsal (Via do Where/How?) que se dirige ao lobo parietal. É nesta 
área (V5) que é feita a perceção do movimento. 
 A Via P segue até à área temporal média (área V4) e é criada a via 
ventral (Via do What?) que se dirige até ao lobo temporal. É nesta 
área (V4) que é feita a deteção da cor e a perceção da forma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Lesões Visuais 
 Em termos de lesões visuais, podemos destacar as agnosias visuais – 
síndrome neuropsicológica em que as dificuldades de reconhecimento 
de objeto persistem, apesar de a mensagem visual ser registada a nível 
cortical. 
 
 Agnosia Aperceptiva 
 
 Défice de compreensão da estrutura de diferentes objetos; 
 
 Para o paciente todos os objetos são semelhantes a nível estrutural; 
 
 Resulta de lesões pós-rolandicas direitas. 
 
 
 
 Simultaneoagnosia “ventral” 
 
 Lesões temporo–occipitais inferiores esquerdas incapacidade em 
perceber mais do que um objeto de cada vez; 
 
 Pacientes são capazes de reconhecer objetos individuais, mas falham 
se for mais do que um objeto ou quando se tratam de figuras 
complexas; 
 
 Não reconhecem múltiplos objetos, mas podem vê-los; o Leitura 
perturbada – soletram as letras. 
 
 
 
 
 
 
24 
 Simultaneoagnosia dorsal 
 
 Défice da atenção visual em que apenas é percebido umestímulo de 
cada vez (atenção) – e até o estímulo atendido pode deixar de ser 
reconhecido. 
 
 Lesão parieto-occipital bilateral. 
 
 Agnosia Associativa 
 
 Incapacidade em reconhecer o significado dos estímulos visuais; 
 
 O paciente não consegue nomear o objeto nem identificar o seu uso; 
 
 Resulta de lesões pós-rolandicas esquerdas. 
 
 Agnosia Integrativa 
 
 Incapacidade para integrar características em partes e partes de um, 
objeto num todo global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Natureza do som 
 Os sons são variações audíveis na pressão do ar. Quase todas as coisas 
que podem mover moléculas de ar podem gerar um som. As ondas 
sonoras têm diversas propriedades e, desta forma, podemos dividir as 
características do som em duas dimensões: 
 
Dimensão 
Física 
Dimensão 
Percetiva 
 
 
 
 
Amplitude 
(Intensidade) 
 
 
Pitch 
 
 
Elevada 
 
 
Aplanada 
 
Frequência 
 
 
Altura 
 
 
Baixa 
 
 
Alta 
 
Complexidade 
 
Timbre 
 
Simples 
 
Complexa 
 
 
 
26 
 Frequência 
 É o número de trechos de ar comprimidos ou rarefeitos que passam 
pelos nossos ouvidos a cada segundo; 
 A frequência do som é o número de ciclos por segundo; 
 1 ciclo de som é a distância entre trechos comprimidos sucessivos; 
 A frequência é expressa em Hertz (Hz). 
 
Altura 
É determinada pela frequência: 
 Frequência baixa → som grave 
 Frequência alta → som agudo 
 
 Amplitude 
 É a diferença de pressão entre trechos de ar rarefeitos e comprimidos; 
 É expressa em Decibéis (dB). 
Pitch 
Corresponde à intensidade, ou seja, ao volume com que ouvimos o som: 
 Som forte/intenso → Maior Amplitude 
 Som fraco → Menor Amplitude 
 
 Complexidade 
Timbre 
“Envelope espectral da onda” 
Pode ser: 
 Simples; 
 Complexo. 
 
 
 
27 
Estrutura do sistema auditivo 
 A porção visível do ouvido consistes numa cartilagem coberta de pele, 
formando a Aurícula ou Pavilhão da Orelha-> ajuda na captação do 
som oriundo de uma ampla área e na localização dos sons. 
 
 A entrada do ouvido em direção à porção interna chama-se canal 
auditivo ou meato acústico, este termina no Tímpano, também 
conhecida por Membrana Timpânica. 
 
 Na superfície do tímpano há uma série de ossos, conhecidos como 
ossículos-> estão localizados numa pequena câmara preenchida de ar 
e estes transferem os movimentos do tímpano para uma segunda 
membrana que cobre um orifício no osso do crânio, chamado de 
Janela Oval. 
 
 Atrás da janela oval está a cóclea, preenchida por fluído, que contém o 
mecanismo que transforma o movimento físico da membrana da 
janela oval numa resposta neuronal. 
 
 O ouvido encontra-se dividido em 3 partes: 
 Ouvido Externo – inclui a aurícula e o canal auditivo; 
 Ouvido Médio – inclui o tímpano, os ossículos e dois pequenos 
músculos que se ligam aos ossículos (músculo tensor do tímpano e 
músculo estrapédio). 
 Ouvido Interno – inclui a janela oval e a cóclea. 
 
 
 
 
 
28 
 A resposta neuronal ao som é gerada no ouvido interno e o sinal é 
processado por uma série de núcleos no tronco encefálico. A eferência 
desses núcleos é enviada ao Núcleo Geniculado Medial (NGM) no 
tálamo. Depois, o NGM projeta-se ao córtex auditivo primário (A1) no 
lobo temporal. 
 
OUVIDO EXTERNO 
 Têm como principais funções: 
 Proteger o ouvido médio, em particular o tímpano; 
 Recolher e filtrar o som, por vezes ampliando algumas 
frequências e ainda conduzi-lo até ao ouvido médio. 
 
 Aurícula 
 Proteger o ouvido médio e prevenir danos no tímpano; 
 Recolher o som e conduzi-lo para o canal auditivo; 
 Filtrar o som, ajudando a localizar a fonte sonora. 
 
 Canal Auditivo Externo: 
 Transmite os sons captados pelo pavilhão auricular para o 
tímpano; 
 Amplia algumas frequências de sons; 
 Contém glândulas secretoras que lubrificam e protegem. 
 
OUVIDO MÉDIO 
 Tímpano: 
 É uma membrana bastante fina e semitransparente; 
 Separa o ouvido externo do ouvido interno; 
 Vibra mediante estímulos sonoros e estas vibrações transmitem-
se ao longo do ouvido médio. 
 
 
 
29 
 
 Ossículos: 
Existem 3 ossículos, articulados entre si: 
 Martelo – ligado à membrana timpânica, a vibração desta 
imprime-lhe movimento; (forma uma rígida conexão com…) 
 
 Bigorna – move-se no sentido do martelo; (forma uma conexão 
flexível com…) 
 
 Estribo – gira para trás quando o martelo se move para dentro; e 
gira para a frente quando o martelo se move para fora. 
Transmite, assim, as vibrações sonoras aos fluídos da cóclea no 
ouvido interno. 
 
 O martelo e a bigorna movem-se no mesmo sentido e 
combinados funcionam como uma alavanca, fazendo o estribo 
se mover no sentido oposto, transmitindo desta forma as 
vibrações sonoras nos fluídos da cóclea no ouvido interno. 
 
 Janela Oval: 
 Membrana que separa o ouvido médio do ouvido interno. 
 
 Músculo tensor do tímpano: 
 Está ligado ao Martelo. 
 
 Músculo Estapédio: 
 Está ligado à Bigorna. 
 
 O ouvido médio tem duas funções importantes: 
Ossículos: Uma delas é chamada de Amplificação da Força do Som e é 
desempenhada pela ação dos ossículos. A cóclea está preenchida por 
fluído e não por ar, o que faz com que seja mais resistente ao 
movimento (pois o fluído resiste mais ao movimento do que o ar). 
Desta forma, os três ossículos articulados fornecem uma amplificação 
 
30 
necessária para a pressão da onda sonora fazendo vibrar o fluído 
coclear. 
 
Músculos: A outra importante função do ouvido médio é o mecanismo 
de Reflexo de Atenuação. Este ocorre principalmente graças ao 
músculo tensor do tímpano e ao músculo estapédio. Quando há um 
som muito barulhento, estes dois músculos contraem-se, fazendo com 
que a cadeia de ossículos se torne mais rígida e ficando, assim, 
diminuída a condução do som ao ouvido interno. Este mecanismo 
permite adaptar o ouvido a sons continuados de alta intensidade e 
proteger a cóclea de sons barulhentos que a poderiam danificar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUVIDO INTERNO 
 Nem todo o ouvido interno está relacionado com a audição. Consiste 
na cóclea (parte do sistema auditivo) e no Labirinto (parte do sistema 
vestibular). 
 
 
31 
 A principal estrutura do ouvido interno é a Cóclea: 
 É o órgão recetor da audição; 
 Transforma o som num sinal neuronal; 
 Tem uma estrutura óssea espiralizada, sendo que o osso em que a 
cóclea assenta se chama medíolo; 
 Na base desta existem 2 orifícios cobertos por uma membrana: a 
janela oval e a janela redonda; 
 
 Encontra-se dividida em 3 câmaras preenchidas por fluído: 
 A Escala Vestibular; 
 Separados pela Membrana de Reissner; 
 A Escala Média; 
 Separados pela Membrana Basilar; 
 A Escala Timpânica. 
 
 Membrana de Reissner: 
 Separa a escala vestibular da escala média; 
 
 Membrana Basilar: 
 Separa a escala média da timpânica; 
 Suporta o Órgão de Corti. 
 
Resposta da membrana basilar ao som: 
 A membrana basilar é mais estreita e rígida na base da cóclea, mas vai 
aumentando de tamanho e largura, tornando-se mais larga e flexível 
no apex. 
 Existe uma representação tonotópica ao longo da membrana basilar, 
ou seja, há uma divisão para cada tipo de frequência de onda (alta, 
média, baixa). 
 Sons agudos (alta frequência) fazem vibrar de forma máxima as 
regiões próximas da base da cóclea, ao contrário dos sons graves 
(baixa frequência). 
 
32 
 A distância que um som percorre nesta membrana depende da sua 
frequência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Órgão de Corti Órgão sensorial da audição; 
 Assenta na membrana basilar; 
 Gere os impulsos nervosos em resposta à vibração da membrana 
basilar; 
 É nele que se encontram as células ciliadas. 
 
 Células ciliadas 
 Estão fixadas na membrana basilar; 
 São enervadas por fibras aferentes primárias e por fibras 
eferentes do nervo coclear; 
 
 Existem dois tipos de células ciladas: 
 Internas – uma fila; com as quais a maioria das dendrites 
aferentes faz sinapse; 
 Externas – três filas; com as quais a maioria dos neurónios 
eferentes faz sinapse e amplificam o movimento da membrana 
basilar durante os estímulos sonoros de baixa intensidade. 
 
 
33 
 As células ciladas contêm cílios que estão embutidos na 
superfície da membrana tectorial, podendo vibrar num sentido 
ou no outro – os cílios aumentam de comprimento ao longo de 
um eixo constante. 
 
Transdução das Células Ciliadas 
 A membrana basilar vibra mais facilmente do que a tectorial, o que 
resulta na inclinação dos cílios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
1) Quando os cílios se movem para um lado, as células ciladas 
despolarizam. Os canais de potássio abrem-se e o seu influxo estimula 
a entrada de cálcio provocando, deste modo, a libertação de 
neurotransmissores; 
2) Quando se movem para o outro lado, as células ciladas 
hiperpolarizam. Os canais de potássio fecham-se prevenindo o seu 
influxo. 
3) Quando estão aprumadas (na vertical), as células ciladas estão 
polarizadas. Os canais de potássio estão semiabertos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Processos auditivos centrais 
 Os núcleos auditivos no tronco encefálico recebem aferências de 
ambos os ouvidos. 
 No sistema auditivo existem muitas vias alternativas pelas quais os 
sinais podem surgir de um núcleo próximo. 
 Existem neurónios que respondem a diferentes intensidades; 
neurónios que respondem mais à estimulação dos dois ouvidos; e 
outros que respondem mais à estimulação de cada ouvido em 
separado. 
 Existem muitas vias paralelas (não vamos estudar todas), sendo que 
uma é particularmente importante – a que vai dos núcleos cocleares 
ao córtex auditivo, ventral e dorsal. 
 
Via do Núcleo Coclear Ventral (WHAT) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 As células do núcleo coclear ventral enviam os seus axónios para o 
núcleo olivar superior, de ambos os lados do tronco encefálico. 
 
 O núcleo olivar superior divide-se em três partes: lateral, medial e 
corpo trapezóide (recebem as fibras provenientes do núcleo coclear 
ventral, de ambos os lados); 
 
 De seguida os axónios dos neurónios olivares ascendem pelo 
lemnismo lateral e inserem-se no colículo inferior, situado no 
mesencéfalo; 
 
 Existem outros caminhos percorridos desde os núcleos cocleares ao 
colículo inferior, mas todas as vias auditivas aferentes convergem no 
colículo inferior; 
 
 Os neurónios do colículo inferior enviam os seus axónios para o 
Núcleo Geniculado Medial (NGM), situado no tálamo, que por sua vez 
envia para o córtex auditivo. 
 
 
Via do Núcleo Coclear Dorsal (WHERE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 As células do núcleo coclear dorsal enviam os seus axónios 
directamente para o colículo inferior. Percorrem um caminho similar 
ao dos provenientes do núcleo coclear ventral, mas não param no 
núcleo olivar superior; 
 
 Existem outros caminhos percorridos desde os núcleos cocleares ao 
colículo inferior, mas todas as vias auditivas aferentes convergem no 
colículo inferior; 
 
 Os neurónios do colículo inferior enviam os seus axónios para o 
Núcleo Geniculado Medial (NGM), situado no tálamo, que por sua vez 
envia para o córtex auditivo. 
 
Vias auditivas 
 Os núcleos auditivos do tronco encefálico, em excepção aos núcleos 
cocleares, recebem informação de ambos os ouvidos. Por este motivo 
a única maneira de se ficar surdo de um ouvido, é que os núcleos 
cocleares de um dos lados tenham sido danificados. Caso contrário, 
lesões que ocorram em locais mais adiante na via auditiva, provocam 
deficiências auditivas, mas não a perda total da audição desse ouvido. 
 
 O colículo inferior, além de enviar os axónios para o NGM, envia 
também para o colículo superior, onde há a integração da informação 
auditiva e visual, e também ao cerebelo. 
 
 Existem várias retroalimentações nas vias auditivas: os neurónios do 
tronco encefálico enviam axónios que fazem ligações com as células 
ciliadas externas, e o córtex auditivo envia axónios pata o NGM e para 
o colículo inferior. 
 
 
38 
PROPRIEDADE DE RESPOSTA DOS NEURÓNIOS 
 Como maior parte das células do gânglio espiral da cóclea receber 
aferência de uma só célula ciliada, numa determinada zona da 
membrana basilar, estes neurónios disparam potenciais de ação em 
resposta a um conjunto muito reduzido de frequências. As células 
ciliadas são excitadas pelos deslocamentos da membrana basilar e 
cada bocado desta é sensível a uma determinada frequência. 
 
 Ao longo da via auditiva as propriedades de resposta das células 
tornam-se mais complexas. Por exemplo: algumas células dos núcleos 
cocleares são muito sensíveis a sons que variam de frequência com o 
tempo (passar de agudo para grave). 
 
 No NGM existem células que dão resposta a sons bastante complexos, 
outras que respondem a uma seleção de frequências. 
 
Codificação da Frequência e da Intensidade do Som 
 A intensidade do som é codificada de duas maneiras: 
 Frequência dos disparos dos neurónios; 
 Número de neurónios ativos. 
 
 À medida que o estímulo se torna mais intenso, a membrana basilar 
vibra com mais intensidade fazendo com que haja uma maior 
despolarização ou hiperpolarização no potencial de membrana nas 
células ciliadas ativas. As fibras que estabelecem sinapses com as 
células ciliadas disparam potenciais de ação mais frequentes. 
 
 
 
 
 
39 
Codificação da Frequência e da Intensidade do Som Estímulos com a 
mesma Frequência 
 
 A mesma frequência corresponde a uma maior intensidade. 
 A fibra do nervo do nervo vestibulococlear dispara mais rápido, 
produzem movimentos na membrana basilar mais intensos e 
propagam-se a maiores distâncias, levando a ativação de mais células 
ciliadas. Com o aumento de células ciliadas ativas há uma ampliação da 
faixa de frequência, em que uma única fibra do vestibulococlear 
responde. 
 
Codificação da Frequência e da Intensidade do Som Estímulos com 
diferentes Frequências 
 
 Tonotopia: 
 É um processo mecânico que se baseia na organização 
sistemática (“mapa”) de frequências características na via 
auditiva. 
 Ocorre ao longo de todo o sistema auditivo, até ao NGM e ao 
córtex auditivo 
 Cada localização da cóclea corresponde a uma frequência 
característica. 
 Sincronia de Fase: 
 Trata-se do disparo consciente de células na fase de uma onda 
sonora. 
 Acontece apenas em frequências baixas (até 400Hz). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Mecanismos de Localização de Som 
 A localização de um som pode ser de importância crítica para a nossa 
sobrevivência, desta forma é importante a utilização de técnicas que 
nos permitam localiza-lo. 
 
 Estas técnicas dependem do plano em que o som se localiza: 
 Plano Horizontal (esquerda-direita); 
 Plano Vertical (cima-baixo). 
 
LOCALIZAÇÃO DO SOM NO PLANO HORIZONTAL 
 Esta é diferente para sons distantes repentinos e curtos e para sons 
contínuos. 
 Quanto aos primeiros sons (distantes repentinos e curtos) o tempo que 
o som leva a atingir cada um dos ouvidos é fundamental para a sua 
localização, chamando-se esta diferença de retardo temporal 
interauricolar. 
 Para os sons contínuos: 
 Temos a Teoria Duplex da Localização do Som, que consiste em 
comprar o tempo no qual a mesma fase de onda atinge cada um dos 
ouvidos; 
 E temos aindaa diferença da intensidade biauricular, que existe 
devido à projeção, por parte da cabeça, de uma sombra sonora que 
diminua a intensidade do som para um ouvido em relação ao outro. 
 
LOCALIZAÇÃO DO SOM NO PLANO VERTICAL 
 Para esta ocorrer, é fundamental o pavilhão auricular e a ação 
conjunta das vias diretas e das vias refletidas pelas saliências e 
reentrâncias da orelha-> Aqui não acontece um retardo e nem uma 
intensidade interauricolar, pois os ouvidos estão de frente para a fonte 
de som e recebem-no ao mesmo tempo. 
 
41 
Sensibilidade dos neurónios com resposta biauricular à localização do Som 
 Nos neurónios com resposta biauricular, as respostas são influenciadas 
pelo com proveniente de ambos os ouvidos, sendo fundamental a 
Oliva Superior: 
1º) O som atinge um dos ouvidos (por exemplo, o esquerdo), percorrendo 
uma determinada distância até que atinge a oliva superior esquerda; 
 
2º) O som alcança o ouvido direito, mas, entretanto, o sinal do ouvido 
esquerdo já percorreu uma maior distância (ou seja, dando-se o 
retardo interauricolar); 
 
3º) Os potenciais de ação dos dois lados produzem PEPS que se somam 
pois chegam ao mesmo tempo – ocorrendo o mecanismo de sincronia 
de fase. 
 
 
Córtex Auditivo 
 Córtex Auditivo Primário 
 Situado no giro de Heschl (lobo temporal), correspondendo às áreas 41 
e 42 de Broadmann. Representação tonotópica de frequências: 
organização colunar de acordo com o tipo de frequência. 
 Córtex Auditivo Secundário 
 Situa-se no lobo temporal, circundando a área auditiva primária e 
corresponde à área 22 de Broadmann. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
Lesões Auditivas 
 Agnosia Auditiva – Lesão no córtex auditivo associativo. Incapacidade 
de reconhecer os sons. 
 
 Surdez Cortical – Lesão no córtex auditivo primário. Perda total da 
audição. 
 
 Surdez para palavras (Agnosia Verbal) – Incapacidade de 
compreender o discurso verbal; 
 
 Amusia (Agnosia não-Verbal) – Incapacidade de reconhecer a música. 
Défice na percepção da melodia (lesão direita) e défice na percepção 
do ritmo (lesão esquerda). 
 
 Surdez de condução – Perturbação da condução do som do ouvido 
externo à cóclea. Devido a excesso de cera e problemas nos ossículos. 
 
 Surdez Neuronal – Perda de neurónios no nervo auditivo ou nas 
células ciliadas da cóclea, devido a temores no ouvido interno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Sistema Sensorial Somático (SSS) 
 É responsável pelo processamento e análise dos estímulos 
provenientes do meio interno e externo; 
 
 Permite um gradual processo de mapeamento multidimensional do 
mundo ao nosso redo. 
 
 Divide-se em 4 sistemas: 
 Tato; 
 Dor; 
 Temperatura; 
 Postura Corporal. 
 
 Os seus recetores estarem distribuídos pelo corpo, não estando apenas 
concentrados em pequenas regiões especializadas. 
 
 Permite ao nosso corpo perceber sensações, como sentir frio ou dor, e 
identificar em que parte do corpo ocorrem essas mesmas sensações. 
 
 O sistema sensorial somático é sensível a inúmeros tipos de estímulos 
(à temperatura do encéfalo, distensão da bexiga, temperatura dos 
membros, entre outros), sendo que a perceção somática pode variar 
de pessoa para pessoa, pois algumas pessoas reagem mais 
rapidamente que outras, consoante os diferentes estímulos. 
 
 
44 
 Relativamente aos outros sistemas sensoriais, este difere de duas 
maneiras: 
1- Os recetores do sistema sensorial somático estão distribuídos pelo 
corpo, em vez de estarem concentrados em pequenas regiões 
especializadas. 
2- O SSS responde a muitos tipos de estímulos, sendo que possui no 
mínimo um grupo de quatro sentidos (tato, dor, temperatura e postura 
corporal). Diz-se no mínimo, pois estes sentidos táteis podem ser 
subdivididos em muitos outros. 
 
 Um único estímulo ativa muitos recetores e um único recetor pode 
codificar várias características, como a intensidade, a duração, a 
posição e a direção do estímulo, por exemplo. Assim, é o sistema 
nervoso central que vai interpretar a atividade desta vasta rede de 
recetores, utilizando-a para gerar perceções coerentes. 
 
Sentido do Tato 
 A sensação do tato começa na pele, que apesar de ter uma função 
essencialmente protetora, é o maior órgão sensorial que possuímos e, 
por isso, permite-nos estabelecer contacto com o mundo. 
 
 A pele divide-se em: 
 Dois tipos Pilosa (com pelos) 
 Glabra (sem pelos) 
 Duas camadas Epiderme (exterior) 
 Derme (interior) 
 
 
 
45 
 A pele é ricamente inervada pelos axónios aferentes primários e são 
estes que levam a informação a partir dos recetores sensoriais 
somáticos até à espinal medula ou ao tronco encefálico: 
 Entram na espinal medula pelas raízes dorsais, senso que os seus 
corpos celulares se encontram no gânglio da raiz dorsal; 
 Possuem uma ampla variedade de diâmetros e o seu tamanho 
relaciona-se com o tipo de recetor sensorial ao qual está ligado. 
 
 Dentro da pele existem os mecanorrecetores. 
 Estão presentes por todo o corpo; 
 São responsáveis por detetar estímulos mecânicos e transmitir 
essa informação às estruturas adjacentes pertencentes a este 
Sistema; 
 Têm, no seu centro, ramificações não-mielinizadas de axônios 
que possuem canais iónicos mecanossensíveis. 
 
 Podemos distinguir vários tipos de mecanorrecetores: 
 Corpúsculo de Paccini – maior e mais bem estudado recetor, localiza-
se na derme e são sensíveis a vibrações entre os 200 e os 300 Hz; 
 
 Corpúsculo de Ruffini – encontrados tanto na pele com pelos e sem 
pelos, são levemente menores que os de Paccini. Localizam-se nos 
estiramentos da pele e são sensíveis a baixas frequências, possuindo 
grandes campos recetivos e uma adaptação lenta; 
 
 Corpúsculo de Meissener – localizados nas saliências da pele glabra e 
sensíveis a vibrações de 50 Hz. Campos recetivos pequenos e 
adaptação lenta. 
 
 Disco de Merkel – localizados na epiderme, contêm um terminal 
nervoso e uma célula epitelial, que estabelece uma junção de tipo 
sináptico com o terminal nervoso. Possuem campos recetivos 
pequenos e adaptam-se lentamente. 
 
 
46 
 ADAPTAÇÃO 
 É a representação funcional por frequência de disparo em “Potencial 
de Ação” (ou ainda numero de células afetadas). 
 
 Existem 2 tipos de adaptação: 
 Adaptação rápida; 
 Adaptação lenta. 
 
 Adaptação Rápida: 
 Respondem rapidamente ao estímulo, mas logo de seguida 
interrompem os seus disparos, independentemente da duração do 
estímulo; 
 Corpúsculo de Meissner e Corpúsculo de Paccini. 
 
 
 Adaptação Lenta: 
 Respondem lentamente ao estímulo, mas a resposta é 
significativamente mais prolongada quando se trata de estímulos 
prolongados; 
 Disco de Merckel e Crespúculo de Ruffini. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 PELOS 
 Fazem também parte do nosso sistema sensorial recetor, constituindo 
o recetor do folículo piloso. Desempenham neste um papel ativo. 
 Crescem a partir de folículos pilosos e cada folículo tem ramificações 
nervosas livres. 
 Promove a deformação no folículo e tecidos vizinhos, fazendo esticar, 
curvar ou achatar as terminações nervosas vizinhas. Isto pode levar ao 
aumento ou à diminuição dos disparos dos potenciais de ação. 
 
 TESTE DE DISCRIMINAÇÃO ENTRE 2 PONTOS (DDT) 
 Campo recetivo - Área da pele na qual um estímulo pode ativar um 
neurónio sensorial. 
 
 É uma medida simples da resolução 
espacial. 
 A capacidade de discriminação entre 
dois pontos varia ao longo do corpo. 
 A sensibilidade da ponta dos dedos 
comparativamente ao resto do corpo é 
muito maior, dado que há uma 
densidademuito maior de 
mecanorrecetores na pele da ponta do 
dedo do que nas outras partes do 
corpo. Além disso, as pontas dos dedos 
são ricas em tipos de recetores que 
possuem campos recetivos pequenos e 
existe mais tecido cerebral dedicado à 
informação sensorial da ponta dos 
dedos. 
 
 
 
 
 
48 
 AXÓNIOS AFERENTES PRIMÁRIOS 
 Fazem parte de uma vasta rede de nervos periféricos que vão desde os 
recetores sensoriais somáticos até ao sistema nervoso central; 
 Estes são os principais responsáveis pela transmissão de informação 
desde os recetores até à espinal medula ou tronco encefálico; 
 Entram na medula através de raízes dorsais, sendo que os seus corpos 
celulares estão localizados nos gânglios da mesma; 
 Têm diferentes tamanhos, e o tamanho de cada um está relacionado 
com o tipo de recetor a que se conecta; 
 O diâmetro do axónio juntamente com a mielina determina a rapidez da 
condução do potencial de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ESPINAL MEDULA 
 É o maior condutor de informação da pele, das articulações e dos 
músculos do encéfalo. 
 Comunica com o corpo através de nervos espinais que emergem da 
medula através de espaços existentes entre cada vértebra da coluna. 
 Tem um núcleo interno de substância cinzenta rodeado por uma 
cobertura de tratos de substância branca, frequentemente chamados 
de colunas. 
 Cada lado da substância cinzenta da espinal medula divide-se em: 
 Corno dorsal; 
 Zona intermédia; 
 Corno ventral. 
 
49 
 Os neurónios que recebem sinais de entradas sensoriais de 
aferentes primários são chamados de neurónios sensoriais de 
segunda ordem e muitos desses encontram-se nos cornos dorsais. 
 
 
 
 
 
 
 Segmentos Espinais: 
 (C). Cortical – 1-8 vértebras cervicais. 
 
 (T). Torácico – 1-12 vértebras torácicas. 
 
 (L). Lombar – 1-5 vértebras lombares. 
 
 (S). Sacral – 1-5 vértebras sacrais. 
 
 
Dermotonos-> Áreas da pele inervadas pelas raízes dorsais direitas e 
esquerdas de um único segmento espinal. 
 
Córtex Somatossensorial (Lobo Parietal) 
 É onde ocorrem os níveis mais complexos de processamento do 
cérebro. 
 A maior parte do córtex envolvida com o sistema somático está no 
lobo parietal. 
 
 
50 
 O córtex pode ser dividido em dois: 
 Córtex Somatossensorial Primário (S1); 
 Córtex Somatossensorial Secundário (S2). 
 
 Existe ainda outra área Somatossensorial no córtex, o Córtex Parietal 
Posterior (áreas 5 e 7). 
 
CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL PRIMÁRIO (S1) 
 Ocupa o giro pós-central do lobo parietal e recebe densas aferências a 
partir do núcleo ventral posterior do tálamo; 
 Possui neurónios muito responsivos a estímulos somatossensoriais; 
 
 É ao nível deste córtex que se encontram: 
 A Área 1, que processa informação relativa à textura; 
 A Área 2, que processa informação relativa ao tamanho e à forma; 
 A Área 3, subdividida em: 
 3a – processa informação proveniente de propriorrecetores; 
 3b – processa informação proveniente de recetores cutâneos de limiar 
baixo. 
 
 Somatopia Cortical: 
 Campos recetivos dos neurónios de S1 produzem 
um mapa do corpo no córtex; 
 Somatotopia é o mapeamento das sensações da 
superfície corporal numa estrutura cerebral, é 
também chamado de homúnculo. 
 
 O mapa somático não está em escala em relação ao 
corpo humano, ou seja, há vários estimuladores 
para as mãos e poucos para os braços. O mapa 
cortical possui plasticidade (ex: membros fantasma). 
 
 
 
51 
CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL SECUNDÁRIO (S2) 
 Ocupa a área posterior dos lobos parietais; 
 É ele que analisa e integra informações recebidas da área primária, 
permitindo o reconhecimento relatado. 
 
CÓRTEX PARIETAL POSTERIOR (ÁREAS 5 E 7): (ASSOCIATIVO) 
 Possui neurónios com grandes campos recetivos e elaborados e, por 
isso, é bastante complicado compreender quais os estímulos da sua 
preferência. O carácter dos campos recetivos tende a mudar à medida 
que a informação passa. 
 Está também envolvido com os estímulos visuais e com o planeamento 
de movimentos e da atenção. É essencial para a perceção e 
interpretação de relações espaciais, para determinar imagens 
corporais e para a coordenação do corpo no espaço. 
 
 Lesões: 
 Agnosia – incapacidade de reconhecer objetos, mesmo quando as 
capacidades sensoriais mais simples parecem normais. 
 As agnosias mais comuns são as Estereoagnosias – incapacidade de 
reconhecer objetos comuns pelo tato, mesmo quando este sentido 
está normal. Estas podem ser de três tipos: 
 Amorfognosia – incapacidade em distinguir a forma e dimensão dos 
objetos; 
 Ahilognosia – incapacidade em discriminar qualidades distintivas dos 
objetos, como a dimensão, o peso, a textura ou as propriedades 
térmicas; 
 Assimbolia Tátil – incapacidade em reconhecer a identidade dos 
objetos (na ausência das outras duas doenças). 
Estas patologias podem surgir após lesões nas áreas parietais posteriores. 
 
52 
 Síndrome de Negligência – tem origem em zonas 
corticais parietais e consiste num distúrbio no qual 
uma parte do corpo é ignorada ou suprimida. 
 
 
Vias ascendentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vias ascendentes: 
 Via Lemniscal (do tato); 
 Via Espinotalâmica (da dor); 
 
VIA LEMNISCAL (DO TATO) 
 Possui uns neurónios sensoriais que entram na coluna dorsal ipsilateral 
da espinal medula. Estes neurónios acabam nos núcleos da coluna 
dorsal (junção da espinal medula com o bulbo), depois os neurónios 
fazem uma curva em direção ao bulbo ventral e medial, ascendendo 
por um trato designado lemnisco medial. 
 
 
53 
 Existe uma proteção dos neurónios para regiões específicas do córtex 
Somatossensorial primário. 
 A informação sobre o tato é conduzida até ao córtex cerebral por uma 
via chamada via lemniscal ou via do lemnisco médio. Esta é uma via 
rápida e direta, trazendo a informação desde a pele até ao encéfalo 
sem nenhuma sinapse intercalada. A informação nesta via é 
representada ipsilateralmente, ou seja, a informação do tato no lado 
direito do copo é representada pela atividade das células dos núcleos 
da coluna dorsal direita (do mesmo lado). 
 
 Então, a informação é conduzida desta forma: o ramo ascendente dos 
axónios sensoriais entra pela coluna dorsal ipsilateral da medula 
espinal. A coluna dorsal, por sua vez, possui axónios que terminam nos 
núcleos da coluna dorsal que estão na junção entre a medula espinal e 
o bulbo, sendo assim posteriormente a sensação tátil conduzida até ao 
encéfalo. 
 
 Outra via… Via Tátil do Trigémeo – esta via é responsável pela condução 
de informação sobre sensações táteis, especificamente na face. Esta 
informação provém dos nervos do trigémeo que entram no encéfalo 
através da ponte. 
 
 Os neurónios aferentes primários entram no tronco encefálico pelo 
nervo trigêmeo e terminam ipsilateralmente no núcleo sensitivo do 
nervo. 
 
 Os neurónios de segunda ordem ascendem ao tálamo pela 
via trigemenotalâmica. 
 
VIA ESPINOTALÂMICA (DA DOR) 
 Possui neurónios de segunda ordem que acedem à medula espinal, 
cruzam e ascendem posteriormente ao encéfalo pelo trato 
espinotalâmico, estendendo-se ao longo da superfície ventral. 
 
54 
 As fibras espinotalâmicas projetam-se para cima da medula espinal 
atravessando o bulbo, a ponte e o mesencéfalo, sem estabelecerem 
sinapses, até alcançarem o tálamo. 
 
 Esta é a via que encaminha a informação sobre a dor e temperatura da 
medula espinal até ao encéfalo. É uma via lenta que apenas tem 
terminações nervosas livres e a informação sobre dor e temperatura 
ascende contra lateralmente, ou seja, quando há uma lesão na medula 
espinal as deficiências na sensibilidade à dor e à temperatura ocorrem 
do lado oposto da lesão. 
 
 Outra via… Via Trigeminal da Dor – refere-se particularmente à 
passagem de informação de dor e temperatura da face e da cabeça até 
ao tálamo, sendo semelhante à viaespinal. 
 
COMPARAÇÃO ENTRE AS DUAS VIAS 
 
 
 
 VIA LEMNISCAL VIA ESPINOTALÂMICA 
 Vias do tato; 
 Caracterizada por estruturas 
especializadas na pele; 
 Via rápida sem sinapses; 
 Ipsilateralmente; 
 Usa fibras AB. 
 Vias da dor e temperatura; 
 Tem apenas terminações 
nervosas livres; 
 Via lenta com 3 sinapses; 
 Contralateralmente; 
 Usa fibras Ad e fibras C. 
 
 
55 
Vias descendentes 
 Via Corticoespinhal- transmite estímulos relacionados com a velocidade 
e agilidade dos movimentos voluntários. 
 Via Corticobulbar- influencia a atividade dos núcleos motores dos 
nervos cranianos. 
 Via Reticuloespinhal- facilita ou inibe ações voluntárias e reflexas. 
 Via Tectospinhal- mover a cabeça rapidamente como resposta a 
estímulos repentinos. 
 Via Rubroespinhal- inerva os membros superiores. 
 Via Vestibulospinhal- envolvida no equilíbrio. 
 
Sentido da Dor 
 Dor- consiste na perceção de diversas sensações prejudiciais, como por 
exemplo irritação, inflamação e arder. 
 
 A dor é desencadeada pela ativação seletiva de nociceptores – são 
terminações nervosas livres, ramificadas e não-mielinizadas que 
sinalizam que o tecido corporal está em risco de sofrer uma lesão ou 
que está mesmo lesionado. São essenciais à sensação somática. 
 
 Nociceptores polimodais: 
 Nociceptores Químicos – responde a estímulos desencadeados 
por produtos químicos (por exemplo, histamina); 
 Nociceptores Mecânicos – apresentam respostas seletivas a 
pressões diferentes; 
 Nociceptores Térmicos – respondem a estímulos de calor ou frio 
excessivos. 
 
56 
 Nocicepção - processo sensorial que fornece sinais desencadeantes da 
experiência da dor; Nem sempre está de acordo com a dor que 
sentimos. 
 
 Existem duas perceções de dor diferentes: 
 Dor Rápida - mais aguda, causada pela ativação das fibras AB; 
 Dor Lenta - mais prolongada, causada pela ativação das fibras C. 
 
 Dor Referida - sensação de dor em sítios distantes do foco desta (ex.: 
ataques cardíacos a causarem dores nas costas, peito e braços) 
 
Lesões e Doenças 
 Vida sem dor (Analgesia Congénita): 
 A dor é essencial à vida, pois ajuda-nos a ter uma melhor perceção das 
situações que devemos evitar; Porém, existem pessoas que nascem 
sem a capacidade de sentir dor e estas passam toda a sua vida em 
constante perigo de autodestruição e, geralmente, têm uma morte 
precoce. 
 
 Hiperalgesia: 
 Consiste na sensibilidade exagerada à dor ou sensação elevada a 
estímulos dolorosos. 
 Normalmente, ocorre quando um tecido já foi lesionado 
anteriormente. 
 Há dois tipos de hiperalgesia: 
 Hiperalgesia Primária – ocorre dentro da área do tecido lesionado; o 
 Hiperalgesia Secundária – consiste no facto de os tecidos ao redor da 
área lesionada também se tornarem excessivamente sensíveis. 
 
 Este fenómeno deve-se à libertação de algumas substâncias como as 
prostaglandinas, a brandicina e a substância P. 
 
 
57 
Temperatura 
 Termorecetores- São neurónios que devido a mecanismos específicos 
da membrana são sensíveis à temperatura. Estão no hipotálamo e 
medida espinal para manter temperatura do corpo estável. 
 
 Recetores para o Calor 
 Dos 30 graus até aos 45 graus - a partir daí ocorre a lesão dos tecidos. 
 Corpúsculo de Ruffini- Deteta as sensações de calor. 
 
 Recetores para o Frio 
 Dos 10 graus até aos 35 graus, a partir daí, o frio torna-se insustentável 
e pode lesionar os tecidos. 
 Corpúsculo de Krause- Deteta as sensações de frio. 
 
 A via da temperatura é a mesma via da dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
Tipos de Conduta e Movimentos 
 Conduta Voluntária – Intencionalidade; 
 Conduta Intermédia – Voluntariamente determinados, 
espontaneidade, energização, voluntária para o comportamento, 
aspetos de execução motora automáticos; 
 Conduta Automática – dependente de variáveis e coordenações da 
espinal medula e aspetos de execução motora automáticos. 
 
 Movimentos Voluntários – dependem da vontade (intencionais); 
 Movimentos Voluntários Automáticos – voluntários e intencionais; 
requer uma aprendizagem motora por repetição até esta se tornar 
automática; 
 Movimentos Involuntários ou Movimentos Reflexos – ações 
automáticas, não dependem da vontade, originados por uma ordem 
motora da espinal medula; 
 Reflexo – independente da vontade é uma ação automática, depende 
do estímulo e da parte do corpo estimulada. 
 
 
 
 
59 
Hierarquia do Sistema de Comando Motor e de 
Controlo de Movimentos 
O Sistema dos Comandos Motores está organizado de forma hierárquica: 
Nível Superior – tem como função a “estratégia”, ou seja, o planeamento 
da finalidade e da estratégia do movimento. É representado pelas áreas 
associativas corticais e pelos gânglios da base. 
 Nível Médio – está relacionado com a “tática”, ou seja, a sua principal 
função é coordenar o movimento. É representado pelo córtex motor 
primário e pelo cerebelo. 
Nível Inferior – tem uma função de “execução”, ou seja, é quem executa 
o movimento. É representado pelo tronco cerebral e pela espinal 
medula. 
 
 
 
 
 
 Subdivide-se em: 
 Córtex Motor Primário/Área Motora Primária (área cortical 4) – 
M1; 
 Área pré-motora (área cortical 6) – APM; 
 Área Suplementar Motora – ASM. 
 
 
60 
Córtex Motor 
 Córtex Motor: 
 Córtex Motor Primário; 
 Área Pré-motora; 
 Área motora suplementar. 
CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO 
 Responsável pelo controlo e coordenação dos movimentos. 
 
 O córtex motor do hemisfério esquerdo controla o lado direito do 
corpo e vice-versa e mais de metade deste córtex está relacionado 
com o controle das mãos e músculos da fala. 
 
 As lesões no córtex motor primário são principalmente três: 
 Paresia – paralisia ligeira ou incompleta com diminuição da força 
muscular; 
 Hipertonia – aumento anormal do tónus muscular, aumento da rigidez 
dos movimentos e diminuição da capacidade de estiramento; 
 Hiperreflexia – reflexos anormais. 
 
ÁREA PRÉ-MOTORA 
 Responsável por coordenar e também programar a sequência de 
movimentos e a atividade do córtex motor primário. 
 
 A sua área lateral é influenciada pelo cerebelo e a sua área interna é 
influenciada pelos gânglios da base. 
 
 Está envolvida em movimentos complexos (Laringe e boca-formação 
de palavras; Fixação dos olhos), aquisição de capacidades motoras 
especializadas (movimentos finos da mão) e movimentos que 
 
61 
necessitem de coordenação de muitos grupos musculares. Faz isto 
enviando dados para o córtex motor primário diretamente ou através 
do tálamo (via núcleos da base). 
 
 Lesões nesta área podem causar: 
 Apraxias - incapacidade de planear movimentos complexos e 
intencionais: 
 Apraxia motora - perda de coordenação motora; 
 Apraxia ideomotora - incapacidade de realizar movimentos 
simbólicos; 
 Apraxia ideativa - incapacidade de realizar uma sequência de 
movimentos. 
 
Sintomas das apraxias – tumor cerebral; doenças neuro degenerativas, que 
provocam uma degradação gradual do cérebro e do sistema nervoso; 
demência; AVC; traumatismo crânio-encefálico. 
 
ÁREA MOTORA SUPLEMENTAR 
 Responsável por programações complexas e execuções de 
comportamentos bilaterais. 
 
 
 
 
 
 
 
62 
Vias Motoras Descendentes 
VIAS LATERAIS OU PIRAMIDAIS 
 Estão ligadas aos músculos distais e são responsáveis pelos 
movimentos voluntários. 
 
 Tracto Cortico-Espinal (Lateral) - é a via motora, maior, mais longa e 
de maior importância. Tem origem no córtex e desce até à espinal 
medula. Caracteriza-se pelo cruzamento dos axónios no bulbo, que de 
seguida se acumulam na coluna lateral da espinal medula. 
 Tracto-Cortico-Espinal Medial 
 Tracto Rubio-Espinal - origina-se no núcleo avermelhado do 
mesencéfalo. Tracto mais pequeno e menos importante,com fibras 
mielinizadas. Neurónios procedentes do núcleo rubro separam-se na 
protuberância e unem-se com os do trato córtico-espinal na coluna 
lateral da medula. 
 
 Na junção do bulbo com a medula, o trato piramidal divide-se: 
 Córtex motor direito – movimento do lado esquerdo 
 Córtex motor esquerdo – movimento do lado direito 
 
 
63 
 Os neurónios que saem do lado esquerdo do córtex dirigem-se para o 
lado direito da medula e vice-versa. À medida que se vão separando, 
na união do bulbo com a espinal medula começam a reunir-se na 
coluna lateral da espinal medula – Trato Córtico-Espinal Lateral. 
 
 Lesões nas Vias Laterais: 
 Incapacidade de realizar movimentos fracionados; 
 Movimentos voluntários mais lentos e menos aperfeiçoados; 
 Espasticidade- Aumento de reflexo de grupos músculares; 
 Paralisia- Perda de movimento dos músculos afetados; 
 Paresia- Disfunção ou interrupção dos movimentos; 
 Sinal de Babinski. 
VIAS VENTROMEDIAIS OU EXTRAPIRAMIDAIS 
 São responsáveis pelos movimentos involuntários e pelo controlo da 
postura e do movimento sob controlo do tronco encefálico 
 
 Tracto Vestíbulo-Espinal Lateral* - tracto vestíbulo-espinal de maior 
tamanho e maior importância. Tem origem no bulbo raquidiano e 
desce até à espinal medula. Está envolvido em questões de equilíbrio e 
postura. 
 Tracto Vestíbulo-Espinal Medial - segundo componente do TVEL*, 
com menor dimensão. Contribui para o equilíbrio e postura. 
 Tracto Tecto-Espinal - origina-se no colículo superior do mesencéfalo. 
Recebe projeções do córtex visual e auditivo, permitindo criar um 
mapa daquilo que nos rodeia. 
Responsáveis pelo controlo da posição e do equilíbrio da cabeça e do corpo. 
 Tracto Retículo-Espinal Pontino - ajuda a resistir aos efeitos da 
gravidade e a manter a postura vertical. 
 Tracto Retículo-Espinal Bulbar - tem o efeito contrário do Pontino, 
mas trabalha em conjunto com este. 
 
 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 Lesões nas Vias Ventromediais: 
 Movimentos involuntários; 
 Rigidez muscular; 
 Imobilidade sem paralisia; 
 
 
 
 
 
 
Desta forma constituem-se dois sistemas: 
 Sistema Piramidal – controla movimentos voluntários. Uma lesão 
neste conduz a uma paralisia. 
 Sistema Extrapiramidal – controla movimentos involuntários. Uma 
lesão neste conduz a uma rigidez dos movimentos. 
 
65 
Cerebelo 
 O cerebelo mantém conexões recíprocas com as estruturas do sistema 
piramidal e extrapiramidal. Possui mais de metade dos neurónios 
existentes no SNC e ocupa a fossa craniana superior. 
 
 Tem 3 zonas funcionais e 3 lobos: 
 Vestíbulo-Cerebelo (Lobo Floculo-Nodolar)- Recebe aferências do 
sistema vestibular - Regulação da postura e equilíbrio. 
 Espino-Cerebelo (Lobo Anterior)- Recebe informação da espinal 
medula - Adequação da ação ao ambiente, coordenação motora. 
 Cérebro-Cerebelo (Lobo Posterior)- Recebe informação do córtex- 
Movimentos complexos 
 
 
 
 
 
 
 
 O cerebelo tem como função controlar o equilíbrio e a coordenação 
sensitivo-motora: os movimentos oculares, postura corporal, 
temporalização, controlo do tónus muscular, aprendizagem motora, 
adaptação e coordenação de movimentos comandados pelo cérebro. 
 O cerebelo ainda envia comandos para os músculos proximais do 
corpo. 
 
 
 
 
66 
Transformação da Informação entre o Córtex e o Cerebelo 
 
 
 
 
 Tem conexões aferentes e eferentes com a espinal medula e mantém 
conexões recíprocas com as estruturas do sistema piramidal e 
extrapiramidal. 
 Vias aferentes: Recebem os impulsos nervosos e levam-nos até ao 
SNC. 
 Vias eferentes: Levam a mensagem para o resto do corpo. 
 
 O cerebelo Informa se a ordem do córtex está ou não a ser cumprida, 
corrige e previne os erros no desenrolar do movimento, assegurando a 
modificação e adaptação dos movimentos a circunstâncias imprevistas. 
 
 Lesões no Cerebelo: 
 Ataxia - Execução anormal de movimentos voluntários, falta de 
coordenação; 
 Dissinergia - Decomposição do movimentos multiarticular 
sinérgico; 
 Dismetria - dificuldade em alcançar um ponto de intenção; 
 Hipotonia - resistência reduzida a oscilações passivas dos 
membros; 
 Astasia - Incapacidade de estar de pé ou andar; 
 Nistagmo - movimentos horizontais, verticais e de rotação dos 
olhos involuntários; 
 Disdiadococinesia - Incapacidade para realizar movimentos 
alternados e rápidos; 
 Disartria - dificuldade e irregularidade na articulação das 
palavras. 
 
67 
Gânglios/Núcleos da Base 
 Os Gânglios da base estão localizados profundamente na substância 
branca do córtex cerebral e incluem: 
 Em maiores proporções: 
 Corpo Estriado (núcleo caudado e putamen); 
 Globo Pálido (interno e externo); 
 Em menores proporções: 
 Substância Nigra; 
 Núcleo Subtalâmico; 
 Núcleo Accumbens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Têm como principal função: 
 Planeamento dos movimentos – escolha, preparação, iniciação e 
execução do movimento voluntário; ajudam a planear e a controlar 
padrões complexos do movimento muscular. Aprendizagem de 
competências motoras. 
 Conduzem à decisão de iniciação ou não do movimento. 
 
68 
 Funções motoras, cognitivas e emocionais. 
 Papel importante no controlo de movimentos involuntários e 
estereotipados. 
 Ajudam a planear e controlar a intensidade, direção e sequência dos 
movimentos. 
 Os núcleos da base não têm ligações diretas com a espinal medula. 
Estes recebem inputs do córtex e enviam outputs, através do tálamo, 
para as áreas corticais, pré-frontais, pré-motoras e motora primária. 
 
 
 
 
 
 Estes outputs encontram-se moduladas por duas vias paralelas: 
 Via Indireta Inibidora (diminuição da atividade motora); 
 Via Direta Excitadora (aumento no comportamento motor; 
facilita o movimento – supressão da inibição do tálamo). 
 
 
 
 
GPI- Globo pálido interno; GPE- Globo pálido externo 
Sistema Extrapiramidal Modelo clássico 
 Os Gânglios da Base são componentes do Sistema Extrapiramidal. 
 Objeções anatómicas; 
 Lesões provocam o mesmo efeito. 
 Relação com o sistema piramidal: 
 Nível clínico – sistemas independentes; 
 Nível anatómico – dependência e complementaridade. 
 
 
69 
 Circuitos dos Gânglios Base: 
Alguns destes circuitos encontram-se envolvidos em processos não-motores, 
como a cognição, emoção e controlo de comportamento: 
 Circuito Dorsolateral – Tem origem no cortex prefrontal dorsolateral. 
Funções executivas (organização da resposta comportamental e da 
linguagem na resolução de problemas). Lesões causam distúrbios 
comportamentais. 
 Circuito Orbitofrontal Lateral - Origina-se nas regiões prefrontais 
laterais. Tem como função a mediação das respostas empáticas e 
socialmente aceitáveis. Lesões causam diminuição de empatia, 
síndrome pseudopsicopático. 
 Circuito Cingulado Anterior – Tem origem no Estriado Vental. Tem 
como funções o comportamento motivado e aprendizagem 
procedimental. Lesões causam ausência de resposta ao ambiente. 
 
 Lesões nos Gânglios Base podem levar a: 
 Movimentos voluntários prejudicados; 
 Tónus muscular anormal; 
 Movimentos involuntários espontâneos anormais; 
 Postura e reflexos posturais anormais; 
 Efeitos cognitivos e emocionais. 
 
 Discinesias: 
 Hipocinesias – (sintomas negativos – pouco movimento) consiste 
numa diminuição do movimento, como o caso da doença de 
Parkinson* que faz com que os movimentos sejam mais lentos e que 
haja dificuldade em iniciar movimentos voluntários. 
 Hipercinesias – (sintomas positivos – excesso de movimento) consiste 
no excesso de movimento, aparecimento de movimentos espontâneos 
involuntários anormais, como o caso da doença de Huntington**. 
 
 
70 
 
 *Doença de Parkinson 
Doença crónica → Morte dos neurónios da substância nigra→ diminuição da 
dopamina → afeta os músculos 
 
 A dopamina é um neurotransmissor, ou seja, uma substânciaquímica 
que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. 
Auxilia na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma 
automática. 
 Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam 
uma morte progressiva das células nervosas que produzem a 
dopamina. Algumas pessoas, no entanto, perdem essas células (e 
consequentemente diminuem muito mais os seus níveis de dopamina) 
num ritmo muito acelerado e assim acabam por manifestar os 
sintomas da doença (movimentos são mais lentos e existe uma 
dificuldade em iniciar movimentos voluntários). 
 
 **Doença de Huntington 
 Doença degenerativa e hereditária → defeito no cromossoma 4 → 
(afeta a) motricidade; capacidade cognitiva; equilíbrio emocional → 
(provoca) Distonia; Bradicinesia; Movimentos Involuntários; Fala e 
Deglutinação 
 
 Coreia → Doença de Huntington → Movimentos rápidos e repentinos 
 Atetose → Sintoma → Movimentos involuntários, irregulares, tortos e 
lentos → anomalia nos gânglios da base 
(Podem acontecer em simultâneo) 
 Hemibalismo → movimentos involuntários repentinos e violentos → 
um lado do corpo → núcleo subtalâmico de Luys → medicamentos 
bloqueadores de dopamina; cirurgia 
 
71 
 Abolia → apatia e indiferença → sintoma de uma doença; alteração 
cerebral → psicoterapia; antidepressivos e ansiolíticos 
 Distonia → hiperatividade de diversas áreas do cérebro → falta de 
oxigénio; doença de Wilson; reação a anti psicóticos → cãibras, 
tremores, contraturas musculares → relaxantes musculares; cirurgia 
 Síndrome de Tourette → doença hereditária → tiques físicos e vocais; 
espasmos respiratórios → antipsicóticos 
 
 Balismo → movimento violento involuntário dos músculos proximais 
de que resulta o arremesso das extremidades (causado por uma lesão 
discreta do NST contralateral ao lado afetado). 
 
 
 
 
 
72 
 
O que é a Memória? 
 A memória consiste na retenção de informação apreendida 
anteriormente, para que esta possa ser usada em momentos 
posteriores. É, por isso, um processo biopsicológico que constrói de 
uma maneira dinâmica uma representação da realidade. 
 É um termo geral e global para designar as possibilidades, condições e 
limitações da fixação, retenção, reconhecimento e evocação de uma 
experiência. 
 Processo através do qual o conhecimento é adquirido, codificado, 
consolidado, armazenado e recuperado. 
 
 A memória inclui 4 fases essenciais: 
1º) Aquisição – corresponde à entrada de conteúdos na memória; 
2º) Codificação – transformação da informação num código; 
3º) Armazenamento – corresponde à capacidade de reter e de conservar 
as informações para posterior utilização; 
4º) Recuperação – extração de uma informação entre todas as 
armazenadas. 
 
 
 
 
 
73 
Tipos de Memória 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEMÓRIA SENSORIAL 
 Definição: Armazenamento breve de informação numa modalidade 
específica; 
 É um tipo de memória ligado à perceção; 
 É ativada por um estímulo sensorial; 
 O armazenamento das informações provenientes deste estímulo dá-se 
apenas durante um curtíssimo espaço de tempo (o,1-2 segundos) e 
está relacionado com os 5 sentidos (registos olfativos, táteis, visuais, 
auditivos e gustativos); 
 Se prestarmos atenção à informação apreendida ela passa para a 
memória de curta-duração, caso contrário, a memória é perdida; 
 Tradução da sensação para a perceção. 
 
MEMÓRIA DE CURTO-PRAZO/MEMÓRIA PRIMÁRIA 
 Definição: Retenção de pequenas quantidades de informação durante 
alguns segundos; 
 É constituída por informações que permanecem na consciência após 
terem sido recebidas; 
 
74 
 Duração limitada de 30 a 60 segundos; 
 A retenção da memória aumenta quando repetida mentalmente; 
 Capacidade limitada a 7 unidades (mais ou menos 2 unidades: 5 e até 
9); 
 Para se tornar memória a longo-prazo é preciso a tomada de atenção 
– são memórias facilmente esquecidas, porém o tempo de retenção 
das informações aumenta se as repetirmos mentalmente. 
 
 Mais tarde, a memória a curto-prazo de Atkinson e Shiffrin foi revista, 
o que resultou na separação entre: 
 Memória imediata – o conhecimento fica retido durante uma 
fração de tempo (30 segundos); 
 Memória de trabalho – mantemos a informação enquanto ela 
nos é útil. 
Estas duas memórias são complementares. 
 MEMÓRIA DE TRABALHO: 
 Processa informação derivada dos inputs sensoriais, e, ao mesmo 
tempo, processa informação recuperada da memória a longo prazo; 
 No Homem este tipo de memória consiste em pelo menos dois 
subsistemas, (um para a informação verbal e outro para a informação 
visuo-espacial), coordenado por um terceiro: o sistema de controlo 
executivo; 
 Não tem capacidade de armazenamento; 
 Responsável pela ativação, articulação e controlo dos dois sistemas de 
armazenamento. 
 O córtex pré-frontal e a área lateral intraparietal estão também 
envolvidos na formação da Memória de Trabalho. Experiências 
realizadas sugerem que o córtex pré-frontal está envolvido na 
memória de trabalho para a resolução de problemas e planeamento do 
comportamento. Outras experiências sugeriram que a área LIP (córtex 
intraparietal lateral) está envolvida no controlo dos movimentos dos 
olhos e as respostas de muitos neurónios nessa área sugerem que está 
envolvida com um tipo de memória de trabalho. 
 
75 
MEMÓRIA DE LONGO-PRAZO/MEMÓRIA SECUNDÁRIA 
 Definição: Sistema ou sistemas que sustêm a capacidade de armazenar 
informação por longos períodos de tempo; 
 Memória onde se encontra tudo aquilo que sabemos; 
 Consiste em memórias que se podem recordar durante um longo 
período de tempo após terem sido armazenadas; 
 Duração de longos períodos de tempo; 
 Capacidade ilimitada – conseguimos reter um longo número de 
memórias diferentes, no entanto estas também serão esquecidas com 
o passar do tempo, se não forem recuperadas; 
 É necessária bastante atenção. 
 Divide-se em Memórias declarativas (explícitas) e em Memórias não-
declarativas (implícitas). 
 
 MEMÓRIAS DECLARATIVAS: 
 Definição: Memória que permite uma recuperação intencional da 
informação, quer sejam acontecimentos pessoais (Episódica) quer 
sejam factos (Semântica); 
 Este tipo é memória é mais fácil de formar, porém, 
consequentemente, também é mais fácil de se perder. 
 É uma memória para factos e eventos, ou seja, sobre factos sobre o 
mundo e acontecimentos pessoais, podendo por isso dividir-se em 
Memória Semântica (ex.: cultura geral) e Memória Episódica (ex.: 
experiências pessoais), respetivamente. A memória declarativa 
permite uma recuperação intencional da informação, quer da 
Semântica, como da Episódica. 
 As áreas do cérebro encarregues por este tipo de memórias são o lobo 
temporal médio e o diencéfalo. 
 
 MEMÓRIAS NÃO-DECLARATIVAS: 
 Definição: Recuperação de informação a partir da memória de longo-
termo através do desempenho de uma ação em vez de uma evocação 
consciente ou um reconhecimento explícitos; 
 
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 Esta divide-se em diversas categorias, no entanto estuda-se 
principalmente a Memória Processual (ou de procedimentos). 
 A Memória de Procedimentos refere-se a habilidades, hábitos e 
comportamentos que aprendemos (por exemplo, aprender a nadar). A 
recuperação da informação, neste caso, não ocorre através de uma 
evocação consciente ou intencional, mas sim a partir das memórias de 
longa duração, através do desempenho da ação em questão. 
 A Memória de Procedimentos pode ainda dividir-se em: 
 Capacidades (motoras, cognitivas e emocionais); 
 Hábitos e Priming ou indução – a sua importância centra-se na sua 
capacidade para identificar um objeto como resultado de um encontro 
anterior específico com o mesmo; há um efeito priming e de repetição 
em que o processamento de um estímulo ocorre mais 
facilmente/rapidamente na segunda representação, bem como nas 
seguintes. 
 Quanto às áreas do cérebro responsáveis por estas

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