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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE CURSO DE ENFERMAGEM ROSINETE DA SILVA FREITAS SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM APENDICITE: ESTUDO DE CASO MANAUS 12/2020 ROSINETE DA SILVA FREITAS SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PNEUMONIA: ESTUDO DE CASO Estudo de caso para obtenção de nota da disciplina: Estagio Supervisionado II, supervisionado pelo preceptor Enfermeiro Sandro Linhares da Silva, desenvolvido no Hospital Darlinda Ribeiro /Anori/, pelo Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário do Norte - UNINORTE Ser Educacional. MANAUS 12/2020 LISTA DE SIGLAS, SIMBOLOS E ABREVIATURAS BPM – Batimento Por Minuto BRNF – Bulhas Rítmicas Normofonéticas D – Direita DIH– Dia De Internação E – Esquerda F: FC – Frequência Cardíaca FR – Frequência Respiratória MMII – Membros Inferiores MMSS – Membros Superiores RHA – Ruídos Hidroaéreos RPM – Respiração Por Minuto SAE – Sistematização Da Assistência De Enfermagem SIC – Segundo Informações Colhidas SPO2 – Saturação De Oxigénio Capilar Periférica P.A – Pressão Arterial TC – Tomografia Computadorizada SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5 2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 6 3. ESTUDO DA PATOLOGIA ............................................................................................ 7 3.1 CONCEITO ...................................................................................................................... 7 3.2 FISIOPATOLOGIA ......................................................................................................... 7 3.3 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................... 8 3.4 QUADRO CLINICO E MANIFESTAÇÕES ................................................................. 8 3.5 COMPLICAÇÕES ........................................................................................................... 9 3.6 EXAMES ........................................................................................................................ 10 3.7 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................. 10 3.8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL .................................................................................. 11 3.9 TRATAMENTO ............................................................................................................. 11 3.10 TERAPIA FARMACOLÓGICA ................................................................................. 12 4. SISTEMATIZAÇÂO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ................... 14 4.1 HISTORICO DE ENFERMAGEM ............................................................................... 14 4.2 EXAME FISICO ............................................................................................................ 14 4.3 EVOLUÇAO DE ENFERMAGEM ............................................................................... 15 4.4 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM ....................................................................... 16 4.5 PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM .......................................................................... 16 5. PROGNÓSTICO ............................................................................................................. 17 6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 18 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 19 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................... 20 5 1. INTRODUÇÃO O Presente Estudo realizado no Hospital Darlinda Ribeiro Anori/AM, sob a supervisão do Enfermeiro Sandro Linhares da Silva, como pré-requisito de avaliação do estágio supervisionado II. Foi realizado com base de dados coletados no prontuário e relato do próprio paciente. M.L.F, 22 anos, que deu entrada no hospital dia 23 de novembro de 2020 com sintomas sugestivos de apendicite. Nos últimos anos, o diagnóstico e tratamento da apendicite sofreu poucas modificações, desse modo o papel da enfermagem centraliza-se no paciente, na percepção da sintomatologia desde a entrada no hospital, na busca da qualidade na assistência, com a preocupação em oferecer um cuidado especializado, personalizado e humanizado, através do respeito pelo indivíduo com proteção a sua dignidade pessoal, prevenção de acidentes e lesões passíveis de acontecer por negligência, imperícia ou omissão a perigos peculiares no ambiente, de procedimentos específicos. Sob a supervisão do enfermeiro Sandro Linhares da Silva tive a oportunidade de vivenciar e prestar a assistência a uma pessoa com suspeita de apendicite desde a entrada no hospital até a resolução do problema que são competências do profissional de enfermagem. 6 2. OBJETIVO O presente estudo de caso tem como objetivo revisar a assistência prestada ao paciente com apendicite aguda, identificando os aspectos relacionados as manifestações clinicas do apêndice, classificação, tratamento, e ressaltar os cuidados de enfermagem oferecidos desde o diagnostico até o momento que compreendem o ato cirúrgico, bem como os cuidados pós- cirúrgicos até o momento da alta hospitalar. Salientar a influência do diagnóstico e tratamento precoce no prognóstico dessa patologia, dispor-se das variáveis técnicas empregadas para diagnosticar um quadro de apendicite aguda, apresentar diagnósticos diferenciais associados a variações anatômicas e características como faixa etária e gênero que são de suma importância para um diagnóstico preciso. Por fim este estudo de caso tem como principal objetivo salientar a importância de uma boa assistência de enfermagem desde o acolhimento na recepção do hospital ate a sua alta e que estejamos atentos a todos os sinais e sintomas, com uma visão holística, cuidado humanizado e principalmente respeito as suas individualidades. 7 3. ESTUDO DA PATOLOGIA 3.1 CONCEITO O apêndice é uma pequena projeção digitiforme, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que está ligada ao ceco, exatamente abaixo da válvula ileocecal. O apêndice enche-se com alimentos e esvazia-se regularmente para dentro do ceco, quando se esvazia de maneira ineficaz devido sua luz ser pequena, fica propenso à obstrução, e é particularmente vulnerável a infecção (BARBARIE e MICELI, 2007, p. 213). Apendicite é a inflamação do apêndice vermiforme, decorrente da dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular do aumento do volume do apêndice e alterações circulatórias. Neste caso é indicado como tratamento curativo à cirurgia apendicectomia, que é realizada visando diminuir o risco de perfuração do intestino grosso. Essa afecção é muito comum sendo responsável por mais de 50% das emergências cirúrgicas abdominais, apresentando em torno de 10% de complicações no pós-operatório; com predomínio em criança e jovens, principalmente do sexo masculino (BARBARIE e MICELI, 2007, p. 213). 3.2 FISIOPATOLOGIA O apêndice cecal é um órgão que costuma apresentar topografias variáveis, sendo este, um motivo que influência na clínica do paciente.A apendicite se dá por meio da obstrução do lúmen, com a aparição de fecalitos (forma mais comum), infecções parasitárias, corpos estranhos ou tumores ou presença de hiperplasia linfóide. Assim que obstruído, haverá acúmulo de secreção, e como consequência, o aumento da pressão intraluminal, provocando assim um estímulo das fibras viscerais aferentes, (localizadas entre T8 e T10), o que resulta a dor referida na região periumbilical/mesogástrica (HIRANO, 2012, p.151). Em se tratando da dor referida, normalmente se mostra pouco localizada, não apresenta ser intensa, durando em torno de quatro a seis horas. Concomitante a isso, esta fase pode ser acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos e anorexia. O processo para aparição da isquemia no apêndice acontece perante uma elevação da pressão intraluminal, o que resulta na diminuição da pressão de perfusão de sangue nos capilares sanguíneos. Assim, há perda na capacidade de proteção do epitélio, levando a propagação de bactérias e aparição de um processo infeccioso de maneira síncrona (HIRANO, 2012, p.151). 8 A dor referida se irradia para a região do apêndice, sendo que o mesmo costuma se situar na fossa ilíaca direita, tendo potencial de associar sinais de irritação peritoneal, como visto na descompressão brusca positiva (HIRANO, 2012, p.151). 3.3 CLASSIFICAÇÃO A apendicite pode ser classificada em aguda ou crônica: A apendicite crônica acontece quando há manifestações clínicas recorrentes de comprometimento do apêndice, porém sem sinais de inflamação aguda, comum em apêndices removidos algumas semanas após a crise aguda, onde a parede mostra-se expressada e com infiltrado de mononucleares (BRUNNER e SUDDARTH, 2019, p. 311). Os achados morfológicos indicam a apendicite aguda quando ocorre exsudação neutrofilica escassa por toda mucosa, submucosa e muscular; migração neutrofilica perivascular e apendicite aguda avançada (apendicite supurativa aguda), em caso de infiltração neutrofilica mais grave; exsudato seroso fibrinopurulento; formação de abscessos luminais com ulceração necrose supurativa (BRUNNER e SUDDARTH, 2019, p. 311). Compreendem que, o apêndice torna-se inflamado e edemaciado em consequência de ficar dobrado ou ocluído por um fecalito, tumor ou corpo estranho, e com a instalação do processo inflamatório inicia-se uma dor abdominal superior generalizada, progressivamente intensa que se torna localizada no quadrante inferior direito do abdômen dentro de algumas horas. A secreção de liquido mucinoso na víscera obstruída supostamente gera um aumento progressivo da pressão intraluminal suficiente para causar colapso subsequente das veias de drenagem, então, a lesão isquêmica favorece a proliferação bacteriana, com edema inflamatório e exsudação adicionais, comprometendo ainda mais o suprimento sanguíneo. Apresenta uma dor abdominal localizada de forma imprecisa na área periumbilical ou epigástrio, podendo ser equivocadamente considerada como indigestão é a primeira manifestação da apendicite (BRUNNER e SUDDARTH, 2019, p. 311). 3.4 QUADRO CLINICO E MANIFESTAÇÕES (1) dor, a princípio periumbilical, mas depois localizada no quadrante inferior direito; (2) náuseas e/ ou vômitos; (3) dor à palpação do abdome sobre tudo na região do apêndice; (4) febre leve (5) elevação de contagem de leucócitos periféricos para até 15. 000 a 20.000 células/ mm³, podendo essa apresentação clássica estar ausente na maioria dos casos, vale salientar que o quadro clinico pode ser atípico (LIMA; PEREIRA, 2016 p.248). 9 Quando aplicado à palpação abdominal na fosse ilíaca direita (Ponto de Mc Burney) em descompressão brusca, o paciente apresenta hipersensibilidade e dor na mucosa. Já quando aplicada a compressão vagarosa, esta acompanha-se de uma sensação dolorosa que assusta o paciente (Sinal de Blumberg). Outra manobra que pode provocar dor nesta região é a palpação profunda e ascendente do hemicolon esquerdo (Sinal de Rowsing) (LIMA; PEREIRA, 2016 p.248). O sinal de Rowsing pode ser provocado ao se palpar o quadrante inferior esquerdo fazendo com que a dor seja sentida no quadrante inferior direito; quando o apêndice se rompe à dor fica mais difusa, acontece a distensão abdominal devido ao íleo paralítico agravando a condição do paciente. A dor a defecação sugere que a extremidade do apêndice está repousando contra o reto, toda via pode ocorrer rigidez na porção inferior do músculo direito próxima à bexiga ou colide com o ureter (LIMA; PEREIRA, 2016 p.248). 3.5 COMPLICAÇÕES Perfuração: pode ocorrer depois de mais de 12 horas de inflamação progressiva do apêndice. Geralmente é consequência da demora em buscar tratamento médico. Apresenta-se com dor abdominal mais intensa, febre alta, sensibilidade localizada e diminuição dos ruídos hidroaéreos. A apendicectomia deve ser realizada em todos os casos. O procedimento pode ser por via aberta ou laparoscópica (BMJ Publishing Group Limited 2020, p. 30). Peritonite generalizada: a perfuração grande do apêndice agudamente inflamado resulta em peritonite generalizada. Apresenta-se com um abdome agudo (febre alta, dor abdominal difusa, sensibilidade generalizada e ausência de ruídos hidroaéreos). Se o diagnóstico for suspeita de apendicite aguda, uma apendicectomia poderá ser realizada. Se o diagnóstico for duvidoso, deverá ser realizada uma laparotomia exploratória por meio de uma incisão na linha média, e será necessário remover o apêndice, se estiver inflamado (BMJ Publishing Group Limited 2020, p. 30). Massa no apêndice: geralmente é decorrente do atraso do tratamento médico. Apresenta-se com massa dolorosa no quadrante inferior direito. Uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada mostrará uma massa. Se, em outros aspectos, o paciente parecer estar bem, o manejo inicial consistirá em um tratamento conservador, com fluido-terapia intravenosa e antibióticos de amplo espectro. Se houver melhora clínica e os sinais e sintomas forem completamente resolvidos, não haverá necessidade de apendicectomia tardia. A apendicectomia tardia é realizada após 6 semanas, se os sintomas não forem completamente 10 resolvidos. Em pacientes mais velhos, deve-se excluir carcinoma (BMJ Publishing Group Limited 2020, p. 30). Abcesso do apêndice: geralmente, ocorre como uma progressão do processo da doença, especialmente após a perfuração. Apresenta-se com massa dolorosa no quadrante inferior direito, febre oscilante e leucocitose. Uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada (TC) mostrará o abscesso. O tratamento inicial inclui antibióticos intravenosos e drenagem do abscesso guiada por TC. Infecção da ferida cirúrgica A incidência é menor com o uso de abordagem laparoscópica e antibiótico profilático (BMJ Publishing Group Limited 2020, p. 30). 3.6 EXAMES Hemograma: presença de leucocitose moderada (10.000 a 15.000) com neutrofilia e desvio para esquerda discreto ou moderado, que pode estar ausente em alguns casos. EAS: a sedimentoscopia pode estar alterada nos casos em que o apêndice se localiza próximo ao ureter ou à bexiga, ocorrendo hematúria e/ou piúria, mas sem bacteriúria. Ultra-sonografia abdominal: tem limitações se houver grande distensão, ou o paciente for obeso. É extremamente útil para a avaliação de afecções ginecológicas e detecção de coleções anexiais ou líquido fora da alça. Tomografia computadorizada e Ressonância Magnética: revelam maior sensibilidade e especificidade, estando indicada na avaliação mais pormenorizada das complicações e nos casos de dúvida diagnóstica, entretanto a TC vem sendo largamente utilizada com contraste oral, mostrando falha de enchimento do apêndice em fase inicial da apendicite. Laparoscopia diagnóstica: como último recurso, persistindo a dúvida diagnóstica, esta pode ser realizada como investigação e concomitantemente tratamento terapêutico. 3.7 DIAGNÓSTICO A apresentaçãocaracterística da apendicite aguda inicia-se com um quadro de anorexia, seguida de dor abdominal, inicialmente em epigástrio ou mesogástrio, de moderada intensidade (às vezes com cólicas abdominais sobrepostas). Após cerca de 12 horas do início do quadro álgico, a dor se localiza em fossa ilíaca direita, no ponto de McBurney (TOWNSEND JR, 2019, p. 248). Variações na localização da dor ocorrem na dependência da posição anatômica da ponta do apêndice: quando retrocecal (dor no flanco ou região lombar), pélvico junto à bexiga 11 (dor em região suprapúbica ou ao toque retal ou exame ginecológico). Acompanhando o quadro álgico, temos náuseas, vômitos e alteração do hábito intestinal (TOWNSEND JR, 2019, p. 248). Quando ocorre a perfuração do apêndice, podemos encontrar dois quadros clínicos diferentes: perfuração bloqueada com formação de abscesso periapendicular, ou perfuração com peritonite generalizada. No primeiro caso, o paciente pode se encontrar oligossintomático, queixando-se de algum desconforto em fossa ilíaca direita. Pode haver massa palpável. No segundo caso, a dor abdominal é de grande intensidade e difusa, com presença de abdome em tábua, temperatura elevada e evolução para sepse (TOWNSEND JR, 2019, p. 248). 3.8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial deve ser feito com as seguintes patologias: linfadenite mesentérica, úlcera duodenal perfurada, cálculo ureteral à direita, colecistite aguda, distúrbios da coluna vertebral, febre tifóide, porfiria aguda, infecção urinária aguda, torção do epíploon, abscesso perirenal, tuberculose intestinal, diverticulite de Meckel, diverticulite aguda do cólon, gravidez tubárea, anexite aguda, torção de cisto de ovário, salpingite aguda, endometriose ovariana, trombose mesentérica, ovulação, obstrução intestinal, pneumonia de base nas crianças (LIMA, AMANDA PEREIRA. 2016). 3.9 TRATAMENTO O tratamento indicado nos casos de apendicite é a cirurgia apendicectomia que pode ser apendicectomia laparoscopia ou simples, na ausência de ruptura ou peritonite. A terapia cirúrgica é curativa, e a cirurgia laparoscópica é segura e efetiva com mortalidade mínima, quando se faz o diagnostico rápido (MONTANDON e EUSTÁQUIO, 2007, p. 193). A cirurgia está indicada quando a apendicite é diagnosticada, e deve ser realizada logo que possível visando diminuir os riscos de perfuração, desidratação, corrigir ou evitar o desequilíbrio hidroeletrolítico podendo ser efetuada sob anestesia geral ou espinhal, com uma incisão abdominal baixa, ou por laparoscopia (MONTANDON e EUSTÁQUIO, 2007, p. 193). O apêndice inflamado pode ser retirado usando-se abordagem laparoscópica com laser, contudo a presença de aderências múltiplas, o posicionamento retroperitoneal do apêndice ou a probabilidade de ruptura necessitam de um procedimento de abertura; todavia 12 estudos recentes indicam que a apendicectomia laparoscópica resulta em dor pós-operatória significantemente menor, retorno precoce à alimentação sólida, curto período de internação, menor taxa de infecção da ferida, e um retorno mais rápido as atividades normais que a apendicectomia aberta (MONTANDON e EUSTÁQUIO, 2007, p. 193). 3.10 TERAPIA FARMACOLÓGICA CEFALOTINA é um medicamento de uso injetável conhecido comercialmente como Keflin. Indicações da Cefalotina: usada no tratamento de infecção das articulações; infecção da pele e dos tecidos moles; infecção dos ossos; infecção urinária; infecções pós- cirurgia; pneumonia; infecção generalizada. Efeitos adversos: diarréia, distúrbios gastrointestinais, alergias no local da injeção. Contra indicações: Gravidez risco B; mulheres em fase de lactação. DIPIRONA SODICA É o princípio ativo de medicamentos para tratar a dor e a febre, como a Novalgina, Anador, Baralgin, Magnopyrol ou Nofebrin. Estes medicamentos atuam como analgésico, antitérmico e antipirético. Indicações da Dipirona: dor e febre Efeitos adversos: Erupção na pele; pressão baixa transitória, diminuição de glóbulos brancos no sangue; reação alérgica grave. Contra indicações: Gravidez; amamentação; alergia à dipirona sódica ou a qualquer um dos componentes da formulação; asma; porfiria aguda do fígado intermitente e deficiência congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase; função da medula óssea insuficiente. METOCLOPAMIDA (PLASIL) Conhecida como Plasil, Reglan ou Eusil é um antiemético e estimulante gastrointestinal de administração oral, retal ou injetável. Este medicamento estimula a motilidade do trato gastrointestinal superior, aumentando a pressão no esfíncter esofagiano. Ele também acelera o esvaziamento gástrico aumentando o trânsito intestinal. Indicações: náusea; refluxo gastroesofageano; vômito. Efeitos adversos: fadiga; sonolência; náusea; diarréia; incapacidade de se manter parado. 13 Contra indicações: epilepsia; feocromocitoma; hemorragia gastrintestinal; insuficiência hepática; insuficiência renal; obstrução intestinal; doença de parkinson; perfuração intestinal; uso prolongado por mais de 12 semanas. HIOSCINA Indicações: é indicada para o tratamento de cólicas no estômago, no intestino, nos órgãos sexuais e urinários e espasmos das vias biliares, em adultos e crianças com mais de 6 anos de idade. Efeitos adversos: Hioscina está contraindicado para crianças com diarreia aguda ou persistente, pacientes com miastenia gravis, megacólon ou dilatação do intestino grosso e para pacientes com alergia ao Butilbrometo de escopolamina ou a algum dos componentes da fórmula. Contra indicações: Hioscina está contraindicado para crianças com diarreia aguda ou persistente, pacientes com miastenia gravis, megacólon ou dilatação do intestino grosso e para pacientes com alergia ao Butilbrometo de escopolamina ou a algum dos componentes da fórmula. TRAMAL Indicações: tem na sua composição cloridrato de tramadol, que é indicado para o alívio da dor de intensidade moderada a grave. Efeitos adversos: Os efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer com o uso deste medicamento são tonturas, dor de cabeça, sonolência, náuseas, vômitos, prisão de ventre, boca seca, aumento do suor e cansaço.Embora seja mais rarao, podem também ocorrer efeitos no coração e na circulação sanguinea, vômitos, problemas de estômago, diarreia, coceira e erupções na pele. Contra indicações: O Tramal não deve ser usado em pessoas alérgicas ao cloridrato de tramadol ou a qualquer componente do medicamento, em casos de intoxicação aguda com álcool, uso pílulas para dormir, analgésicos ou outras drogas psicotrópicas.Além disso, tambem não deve ser usado por pessoas que estejam usando inibidores da MAO ou que tenham tomado estes medicamentos nos últimos 14 dias antes do tratamento com Tramal.Também não deve ser usado por pessoas epileticas e suas crises de convulsão não estão controladas adequadamente por tratamento ou como um substituto na abstinência de narcóticos. O Tramal tambem não deve ser usado em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. 14 4. SISTEMATIZAÇÂO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) A assistência de enfermagem durante o período de internação é muito importante e concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. A prevenção promove rápida convalescença, evita infecções hospitalares, poupa tempo, reduzem gastos, preocupações e ameniza a dor e aumenta a sobrevivência do paciente. As metas do tratamento de enfermagem consistem em fornecer o cuidado desde sua entrada no hospital até o pós- operatório, observando sempre se o paciente está orientado, apresenta sinais vitais estáveis e não mostre evidencias de complicações. Deve sempre prestar assistência e fornecer cuidado em relação ao pós-operatório, principalmente ao dreno, lavar as mãos sempre que for entrar em contato com o paciente, posicionar o paciente confortavelmente para o momento do curativo,manter o local de inserção do dreno sempre limpo e seco, observar sinais de vermelhidão, observar coloração e aspecto da secreção, em caso de presença de coloração avermelhada ou amarelada, sinalizar a equipe, não fechar a saída do dreno, conferir sempre após a manipulação se não esqueceu de abrir a saída do dreno, em caso de excesso de secreção, trocar os curativos com frequência, verificar a fixação do dreno diariamente e atentar se há anormalidades. A assistência de enfermagem deve estar voltada a recuperação do paciente, prevenção de complicações decorrentes da apendicite em si e também relacionada ao estado fisiológico do paciente e educação para o autocuidado. 4.1 HISTORICO DE ENFERMAGEM M.L.F. 22 anos, sexo masculino, casado, evangélico, ensino fundamental incompleto trabalha como ajudante de pedreiro, natural de Manacapuru, Mora com a esposa, em casa de madeira, energia elétrica, água encanada, sem saneamento básico. Nega tabagismo, etilismo, alergias alimentar e medicamentosa. Paciente refere que seu pai sofre de hipertensão arterial, e nega histórico de diabetes na família. Afirma ter alimentação variada, não possuindo restrições alimentares. Encontra-se no leito de enfermaria masculina. Queixa dificuldade para caminhar, dor abdominal intensa, vômito, ausência de defecação a 4 há quatro dias e insônia. 4.2 EXAME FISICO Paciente com expressão facial de dor, porém tranquilo, anictérico, eupnéico, hipocorado, cooperativo, lúcido e orientado quanto ao tempo e espaço. Pele hidratada; couro 15 cabeludo íntegro e limpo, cabelos distribuídos uniformemente, ausência de cicatrizes, abaulamento, retrações e pediculose; Olhos simétricos, pálpebras íntegras com movimentação preservada, conjuntiva rósea e esclerótica amarelada, pupilas D e E fotorreagentes, acuidade visual preservada; Nariz íntegro, ausência de desvios de septo, mucosa nasal limpa e úmida, seios paranasais não sensíveis à palpação, ausência de sinais flogísticos; Orelhas simétricas, ausência de alterações, pavilhão auricular com presença de pequena quantidade de cerume, acuidade auditiva preservada; Pescoço íntegro, mobilidade preservada, linfonodos não palpáveis, pulso carotídeo palpável, mobilidade preservada. Lábios hidratados, ausência de comissuras e hiperemia, mucosa oral limpa e úmida. Tórax longilíneo, simétrico, indolor à palpação, expansibilidade torácica preservada, murmúrios vesiculares presentes em todo o campo pulmonar; ausência de nódulos palpáveis em nenhum quadrante, ausência de dor à palpação. Batimentos normorrítmicos e normofonéticos em dois tempos, ausência de sopros. Abdômen: plano, dor a palpação em Ponto de Mc Burney, sinal de Blumberg positivo, presença de sinais flogístico, timpânico a percussão, fígado não palpável, presença de RHA reduzidos em todos os quadrantes, com dor à palpação. SIC, eliminações intestinais ausentes e diurese presente em pequena quantidade, de coloração amarelada. MMSS: Mantendo acesso venoso periférico em terço médio do antebraço E, simétricos, integridade da pele preservada, ausência edema e cicatrizes, flexão, extensão, mobilidade e tônus muscular preservados. MMII simétricos, íntegros, ausência de edema e cicatrizes, flexão, extensão, mobilidade e tônus muscular preservados. Sinais vitais: PA: 110x80mmHg FC:72 bpm; FR:22rpm; T:36,5ºC, SPO2 97%. 4.3 EVOLUÇAO DE ENFERMAGEM Paciente no 1° DIH por motivo de dor abdominal intensa e vômito, encontrado no leito da enfermaria masculina, lúcido, orientado em tempo e espaço, acompanhado da esposa. Relata ter procurado o hospital por motivo de dor intensa em abdômen, ausência de defecação há quatro dias, dificuldade para deambular e insônia. Abdômen plano com presença de RHA reduzidos em todos os quadrantes, dor a palpação em Ponto de Mc Burney, sinal de Blumberg positivo, sinal de Giordano negativo, respirando em ar ambiente, ausculta pulmonar com murmúrios presentes, ausculta cardíaca BRNF 2Tempos, perfusão periférica menor que 2 segundos, FC: 72 bpm, FR:21 rpm, T: 37ºC, SPO2 97%, PA:120x80 mmHg, dieta zero. Mantendo acesso venoso periférico em terço médio do antebraço esquerdo, datado e assinado. 16 Paciente no 2° DIH em processo de transferência para Manaus/AM, por motivo de falta de cirurgião na cidade de Anori/AM, encontrado no leito da enfermaria masculina, lúcido, orientado em tempo e espaço, acompanhado da esposa. Relata dor intensa em abdômen, ausência de defecação há cinco dias, dificuldade para deambular e insônia. Abdômen plano com presença de RHA reduzidos em todos os quadrantes, dor a palpação em Ponto de Mc Burney, sinal de Blumberg positivo, sinal de Giordano negativo, respirando em ar ambiente, ausculta pulmonar com murmúrios presentes, ausculta cardíaca BRNF 2Tempos, perfusão periférica menor que 2 segundos, FC: 96 bpm, FR:24 rpm, T: 38,5ºC, SPO2 97%, PA:130x80 mmHg, dieta zero. Mantendo acesso venoso periférico em terço médio do antebraço esquerdo, salinizado, datado e assinado. Paciente será acompanhado de um enfermeiro durante o processo de transferência até Manacapuru/AM, por via fluvial e de Manacapuru/AM por via rodoviária até Manaus/AM, sendo entregue ao Hospital Pronto Socorro 28 de agosto. 4.4 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Diagnóstico 1: Ansiedade relacionada a falta de conhecimento sobre a cirurgia. Diagnóstico 2: Dor aguda relacionada a agentes lesivos evidenciada por relato verbal. Diagnostico 3: Náuseas e vomito relacionado a processo infeccioso. Diagnostico 4: Padrão de sono prejudicado evidenciado por relato verbal. Diagnostico 5: Medo da cirurgia evidenciado por relato verbal. Diagnostico 6: Cefaleia evidenciado por relato verbal. Diagnóstico 7: Risco de constipação relacionada aos efeitos medicamentosos e medo de fazer esforço abdominal. 4.5 PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM Avaliar os fatores causadores de ansiedade e determinar o nível de conhecimento sobre a situação para identificar concepções errôneas, falta de informação e outros problemas pertinentes, ajudar o paciente a lidar com a situação, por intermédio de comunicação terapêutica (escuta atenta); Verificar se estar com dieta zero e manter até o encaminhamento; Administrar medicamentos conforme a prescrição médica; Verificar sinais vitais; Orientar quanto à necessidade de repouso devido a algias e diminuir motilidade intestinal; 17 Observar e registrar dados se tiver vômito e suas características, como cor, consistência, presença de sangue e horários; Melhorar o ambiente, assegurar a privacidade, aumentar o conforto físico trocando pijamas ou camisolas úmidos; Avaliar a intensidade do medo e a realidade de ameaça percebida pelo paciente, fornecer informações, conversar utilizando frases simples e termos concretos facilitando a compreensão e a retenção de informações; Deixar paciente em posição confortável que minimize a dor, e certificar se o paciente se manteve em dieta zero; Verificação das informações e documentações para transferência; Manter paciente e familiares informados da situação do paciente e transferência. 5. PROGNÓSTICO A maioria dos pacientes com apendicite recuperam-se facilmente com o tratamento. Porém, podem acontecer complicações se o tratamento for postergado ou se ocorrer peritonite. A recuperação depende da idade, complicações cirúrgicas e outras circunstancias. A possibilidade real de peritonite crônica, que requer tratamento por toda a vida, é a razão pela qual apendicite aguda requer avaliação precoce e tratamento rápido. Apendicectomias tem ocasionalmente sido feitas em condições de emergência, quando uma avaliação médica a tempo não pôde ser feita. Se o apêndice do paciente for removido antes de se romper, provavelmente ele ficará bem logo após a cirurgia, porém se o apêndice se romper antes da cirurgia, provavelmente a recuperação do pacienteserá mais lenta e a probabilidade de se desenvolver um abcesso será maior, nesse caso a hospitalização será de maior tempo. O profissional de enfermagem, tem um papel muito relevante e significativo, participando diretamente do acolhimento desde a entrada do paciente no ambiente hospitalar até o momento de sua transferência, sendo ainda responsável pela transferência. 18 6. CONCLUSÃO Pode-se perceber que a promoção do cuidado não necessariamente é feita através de procedimentos técnicos. A escuta atenta, o respeito, à vontade de interagir, a confiança, o vínculo são elementos que precisam ser utilizados na prestação de assistência qualificada, principalmente quando é feita a pacientes internados ou em ambiente hospitalar. O paciente deu entrada no hospital ainda com dores leves e foi notório, que com o passar das horas os sinais e sintomas foram ficando cada vez mais claros e ainda mais sugestivos a apendicite aguda. Devido à falta de cirurgião na cidade a corrida contra o tempo é inegável, pois a apendicite necessita de uma intervenção rápida para se evitar riscos. O paciente mostrou-se muito ansioso e confuso em relação a cirurgia, verbalizou medo e não conhecimento sobre a cirurgia, cabendo ao enfermeiro (a) confortar o paciente orientando, de forma clara porém sempre com empatia e respeito a fragilidade emocional do paciente. As dificuldades no interior são inegáveis, em relação a transferência é cansativo e difícil, tanto para o paciente quanto para o profissional, que em sua grande maioria tem que enfrentar estradas, transferência da ambulância para o veículo fluvial que muitas vezes tem que ser improvisado, o que gera muito desconforto para o paciente. Conclui-se que o papel da enfermagem é fundamental pois somos nós que fazemos esse processo de acolhimento, desde a triagem, preparação do paciente, administração de medicação, sinais vitais, documentação, orientação ao familiar, conforto, transferência e acompanhamento. 19 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Levando em consideração o tema abordado, e focando na sistematização de enfermagem, de acordo com o tema proposto, pude compreender que a enfermagem é um trabalho conjunto, de equipe e profissionais que visam a saúde e bem-estar do paciente. O paciente internado que é passivo de ato cirúrgico muitas vezes desconhece a necessidade da cirurgia o que gera ansiedade e medo, e nós profissionais da enfermagem precisamos estar atentos aos mais minuciosos detalhes para ofertar ao paciente o máximo de conforto nesses momentos. Compreendo a importância da assistência de enfermagem em qualquer circunstância em que se exija esse cuidado, seja numa urgência ou emergência, seja na atenção primaria, o profissional da saúde deve estar preparado fisicamente e principalmente emocionalmente para cuidar do outro, ter uma visão holística, afinal estaremos lhe dando com pessoas, que tem sentimentos e emoções e se encontram fragilizados, é nosso dever oferecer o máximo de conforto sempre respeitando suas individualidades. A enfermagem no interior é um desafio, e esse estágio tem me proporcionado uma experiencia única, os desafios são muitos, mas o aprendizado é constante e o conhecimento adquirido inestimável, depois dessa experiencia pude aprender a olhar para o próximo com mais amor, pois a enfermagem é isso, amor, cuidado e atenção. “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.” Renato Russo. 20 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ABREU, Mafalda. Informações confiáveis sobre bula. Bulário, 2020. 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