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Origem dos metazoários A “explosão da vida” no início do cambriano (570-600 milhões de anos) foi o ponto de origem da diversidade de muitos organismos vivos, dentre eles os Metazoa (animais). Quanto à origem desse grupo, sabe-se que eles surgiram como um grupo monofilético a partir de um ancestral Protista, há 700 milhões de anos ou mais. Os pontos de divergência são qual grupo de Protista seria o ancestral, como eles eram, onde habitavam e como ocorreram as mudanças de uni para multicelularidade. As duas teorias mais aceitas que explicam isso são a teoria sincicial e a teoria colonial. A teoria sincicial afirma que o ancestral era um protista multinucleado, com simetria bilateral e ciliado de estilo de vida bentônico. Uma mudança evolutiva importante foi a separação dos núcleos de superfície pela formação de membranas celulares, produzido na epiderme celular que circunda uma massa sincicial interna. Essa modificação e outras resultaram em um ser semelhante a platelminto acelo, o que seria o metazoário ancestral, a partir do qual todos os metazoários derivaram. Quem defende essa teoria aponta semelhanças entre ciliados modernos e platelmintos acelos, como tamanho, forma, simetria, localização da boca e ciliatura da superfície. Mas, em geral, essa teoria não é muito aceita, e as principais objeções são os problemas de desenvolvimento e diferenças em níveis gerais de complexidade do adulto. E uma descoberta relativamente recente é que o interior dos acelos é celular, não sincicial. A teoria colonial afirma que um protista flagelado colonial (blastéia) teria dado origem a um ancestral metazoário planuloide (gastrea). Esse protista seria uma esfera oca de células flageladas que desenvolveu algum grau de locomoção e algum nível de especialização celular em funções somáticas e reprodutivas separadas, sendo essas condições comuns em protistas coloniais viventes. Assim, o primeiro metazoa teria surgido por invaginação da blasteia, tendo, os animais resultantes, o corpo em duas camadas com uma abertura para o exterior. Posteriormente, outros pesquisadores sugeriram que a organização em camadas aconteceu devido a ingressão, e não pela invaginação, e que o Metazoa original seria sólido, ao invés de oco. A maioria das evidências atuais aponta para o filo protista Choanoflagellata como provável grupo ancestral do qual os metazoários surgiram. Desse modo, há uma busca por organismos intermediários entre Protista e Metazoa. Filogenia dos Cnidários Há duas teorias opostas sobre a forma do primeiro cnidário, sendo que uma afirma que ele teria a forma medusóide e a outra, a forma polipóide. A primeira teoria é a teoria medusóide. Se os cnidários surgiram a partir de um ancestral planuloide, então o desenvolvimento de tentáculos poderia ter produzido um animal semelhante a uma larva actínula. A reprodução assexuada, como o brotamento, realizada por uma larva actínula bentônica pode ter levado ao estabelecimento de um estágio polipóide distinto. Desse modo, o pólipo pode ser visto como uma forma larval de vida prolongada, especializada em reprodução assexuada e existência bentônica. Uma vez estabelecida a forma polipóide, é provável que alguns cnidários comecem a reduzir a fase medusoide no seu ciclo de vida, cujos vários graus podem ser observados entre os hidrozoários. Já a teoria polipóide afirma que o pólipo é a forma corporal original dos cnidários, sendo a medusa um estádio de dispersão derivado. Essa teoria é sustentada por certas diferenças fundamentais entre cifomedusas e hidromedusas. Por essas teorias serem opostas, os grupos que seriam os mais primitivos segundo uma delas, seria para outra teoria, o mais derivado. Por exemplo, de acordo com a teoria medusóide Anthozoa seria um grupo mais derivado, enquanto segundo a teoria polipóide esse grupo seria o mais próximo filogeneticamente do ancestral. Atualmente há dados moleculares que indicam que Anthozoa é realmente o grupo mais próximo ao ancestral, como sugere a teoria polipoide. Por exemplo, alguns estudos indicam que antozoários possuem DNA mitocondrial circular como os Metazoa, enquanto Cubozoa, Scyphozoa e Hydrozoa possuem DNA mitocondrial linear, uma condição considerada derivada dentro dos cnidários. A imagem a seguir representa a filogenia dos cnidários segundo essas duas teorias. Referências Bibliográficas BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Invertebrados. 2. ed. Guanabara Koogan, 2007. HICKMAN JR, Cleveland P. et al. Princípios integrados de zoologia. 16. ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 / 2019. 2019 v, 937 . p.
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