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Maria Seiane INTRODUÇÃO O termo doença renal crônica (DRC) engloba um espectro de processos fisiopatológicos diferentes associados à func ̧ão renal anormal e ao declínio progressivo da taxa de filtração glomerular (TFG). Ela é definida como a diminuição do ritmo de filtração glomerular (RFG) abaixo de 60 ml/min/1,73m² e/ou a presença de anormalidades na estrutura renal, com duração acima de 3 meses. Dentre as anormalidades estruturais podemos observar alguma alteração em exames de imagens. Dentre as alterações funcionais podemos observar proteinúria e/ou albuminúria persistentes, anormalidades histológicas crônicas (fibrose, infiltrado), distúrbios tubulares crônicos (acidose, alcalose), alterações no sedimento urinário e paciente com transplante renal. FATORES DE RISCO Consumo de medicamentos nefrotóxicos; HAS (ocorre em mais de 75% dos pacientes), DM – pacientes devem ser monitorados devido ao risco de desenvolver lesão renal; Doenças vasculares; doenças autoimunes; Fatores genéticos; Idosos: pacientes com idade avançada apresentam uma diminuição do ritmo de filtração glomerular (RFG); ETIOLOGIA No Brasil, a primeira causa de DRC é a hipertensão arterial sistêmica, a segunda é o diabetes, seguido pela glomerulonefrite crônica. FISIOPATOLOGIA Caracteriza- -se por dois amplos grupos gerais de mecanismos lesivos: o Mecanismos desencadeantes específicos da etiologia subjacente, por exemplo anormalidades do desenvolvimento ou da integridade renal determinadas geneticamente, deposição de imunocomplexos e inflamação em alguns tipos de glomerulonefrite, ou exposição a toxinas em algumas doenças dos túbulos e do interstício renais. o Um conjunto de mecanismos progressivos que envolvem hiperfiltração e hipertrofia Maria Seiane dos néfrons viáveis remanescentes, que são consequências comuns da redução prolongada da massa renal, independentemente da etiologia primária. As respostas à redução da quantidade de néfrons são mediadas por hormônios vasoativos, citocinas e fatores de crescimento. Essas adaptações tornam-se deletérias na medida em que as elevações de pressão e do fluxo sanguíneo predispõem à distorção da arquitetura dos glomérulos; Mais tardiamente haverá uma evolução para o estado de síndrome urêmica – caracterizado por uma insuficiência renal grave, quando a filtração glomerular está < 30 ml/min; o Há acúmulo de várias toxinas, como compostos hidrossolúveis, hidrofóbicos, ligados a proteínas, outras escorias nitrogenadas; o Diminuição da homeostase hidroeletrolítica e regulação hormonal o Inflamação sistêmica progressiva; AINE’s e IRC A nefrotoxicidade dos anti-inflamatórios não esteroidais é relatada e está relacionada à inibição da síntese de prostaglandinas, tanto com os inibidores seletivos quanto com os não seletivos das COX, ao contrário do que se pensava, podendo ocasionar desde distúrbios hidroeletrolíticos até insuficiência renal crônica; Os anti-inflamatórios comumente não possuem risco significativo para pacientes com função renal normal; entretanto, se a perfusão renal encontra-se diminuída, a inibição do potencial vasodilatador das prostaglandinas pelos AINEs, pode comprometer o fluxo sanguíneo renal e promover uma lesão isquêmica; A prescrição deve ser criteriosa, principalmente para pacientes com risco de desenvolver lesão renal, tais como idosos, hipertensos, diabéticos, pacientes hipovolêmicos ou em uso de diuréticos; FISIOPATOLOGIA: o A COX-2 nos rins está principalmente relacionada a manutenção da homeostase hidroeletrolítica, enquanto a COX-1 está relacionada à manutenção da filtração glomerular. o Ao inibir os mecanismos promovidos pelas prostaglandinas, a perfusão renal tende a diminuir, redistribuindo assim o fluxo sanguíneo, ocasionando o estímulo do sistema renina-angiotensina, o que por sua vez causa vasoconstrição e retenção de sódio e água, processo esse que culmina em desordens renais; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS e COMPLICAÇÕES Os aspectos clínicos estão relacionados a função renal: DIAGNÓSTICO Baseado na história clínica e em exames complementares; Maria Seiane Diagnóstico da doença renal crônica é mais bem identificado com o ritmo de filtração glomerular. Pode ser realizado sumário de urina: para avaliar os sedimentos urinários: o Hematúria, com presença de hemácias dismórficas; o Leucócitos: com piúria -> pode ser indicativa de infecção; o Cilindrúria: excreção aumentada de cilindros na urina. Os cilindros céreos, celulares, gordurosos e pigmentados indicam patologia renal. o Cristais: como a presença de ácido úrico, fosfato ou oxalato de cálcio; o Proteinúria US renal - > Pacientes com perda de função renal no início da doença podem apresentar nefropatia crônica à imagem do ultrassom, com perda da diferenciação córtico medular, redução do córtex renal e aumento da ecogenicidade do parênquima renal; Biópsia renal; TRATAMENTO Se trata as complicações e doenças subjacentes; em alguns casos avançados é indicada a hemodiálise ou transplante;
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