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RUBÉOLA NA GESTAÇÃO A rubéola é uma infecção de origem viral que usualmente se apresenta como quadro leve, ás vezes com características assintomáticas na infância. No entanto, pode apresentar efeito devastador caso a primoinfecção ocorra durante o primeiro trimestre da gestação. A Síndrome da Rubéola Congênita é composta por: glaucoma, catarata congênita, cardiopatia congênita, surdez central ou coclear, cegueira, microcefalia e retardo mental. A rubéola pode provocar abortamento espontâneo, nartimortalidade, acometimento isolado de órgãos Síndrome da rubéola congênita ampliada (miocardite, hepatite, púrpura, alterações ósseas, RCIU e óbito). Manifestações clínicas • Pródromos: febrícula, cefaléia e ardor conjuntival. • Exantema maculopapular, duração de 5 dias. • Febrícula e adenomegalia (cervical). • Artralgia. Nota: o vírus já está sendo eliminado na orofaringe 1 semana antes da fase exantemática. Síndrome da Rubéola Congênita • Defeitos estruturais permanentes: o Defeito cardíaco: ▪ Ducto arterioso patente (30%); ▪ Estenose da artéria pulmonar; ▪ Hipoplasia; o Acometimento dos olhos: ▪ Catarata; ▪ Íris hipoplásica; ▪ Microftalmia; o Acometimento neurológico: ▪ Deficiência mental; ▪ Retardo no desenvolvimento psicomotor; Tríade de Gregg: - Cardiopatia; - Catarata; - Surdez ▪ Defeitos na fala; o Microcefalia; o Surdez neurossensorial; • Anormalidades transitórias: resolução espontânea em dias ou semanas. o Baixo peso ao nascer; o Hepatoesplenomegalia; o Púrpura trombocitopênica; • Anormalidades de início tardio: o Surdez; o Doença mental; o Defeitos nos olhos; o Diabetes; o Dificuldades na aprendizagem; o Problemas comportamentais. Tabela 1- Acometimento fetal pela rubéola conforma a idade gestacional. Idade Gestacional Tipo de acometimento < 11 semanas Síndrome da Rubéola Congênita. 11 a 18 semana Surdez e distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor. > 18 semanas Não há relatos de dano fetal. Nota: o risco de infecção fetal reduz com o aumento da idade gestacional, ao contrário da toxoplasmose. Rastreamento no pré-natal Quando o resultado do exame é IgG (-) e IgM (-), interpreta-se que a gestante está susceptível, e a conduta é orientar sobre a profilaxia, repetir a sorologia se rash cutâneo sugestivo ou se encontrar em contato com doente. Além disso, realiza-se vacinação no puerpério. Quando o resultado do exame é IgG (+) e IgM (-), interpreta-se que a gestante está imune e dessa forma não é necessário realizar nova sorologia. Quando IgG (-) e IgM (+), interpreta-se que houve uma infecção recente ou falso IgM, deve-se repetir a sorologia em 2 a 3 semanas e se der IgG reagente e IgM reagente indica que tem doença aguda iniciando, mas se der IgG não reagente e IgM reagente considera-se que é um falso IgM. Quando IgG (+) e IgM (+), interpreta-se que há uma infecção aguda, se < 16 semanas deve-se considerar o teste de avidez, mas se > 16 semanas não considera infecção aguda. Erupção cutânea sugestiva de rubéola Quando a sorologia der IgG (-) e IgM (-) nas duas amostras, a infecção por rubéola é descartada e deve-se orientar a profilaxia com a vacinação no puerpério. Quando IgG (-) e IgM (-) na primeira amostra e IgG (+) e IgM (+) na segunda amostra, interpreta-se que teve uma soroconversão, se < 18 semanas, o risco de anomalia fetal é alto, porém sem >18 semanas considera-se que tem um baixo risco de anomalia fetal. Quando IgG (+) e IgM (-) nas duas amostras, considera-se a gestante imune, assim não há riscos para o feto. Quando IgG (+) e IgM (-) na primeira amostra e IgG (+) e IgM (-) na segunda amostra (4x IgG), interpreta-se que houve uma reinfecção. Essa situação possui baixo risco de embriopatia, mas a criança deve ser avaliada após o parto. Nota: devemos solicitar a 2ª amostra em 2 semanas. Contato com o vírus da rubéola Quando IgG (-) e IgM (-) nas duas amostras, considera-se a gestante susceptível e devemos orientar sobre a profilaxia e vacinação no puerpério. Quando IgG (-) e IgM (-) na primeira amostra e IgG (+) e IgM (+) na segunda amostra, interpretasse que houve uma primoinfecção, se <18 semanas há alto risco de anomalia fetal, porém sem >18 semanas há baixo risco de anomalia fetal. Quando IgG (+) e IgM (-) nas duas amostras a gestante é considerada imune e não há risco para o feto. Quando IgG (+) e IgM (-) na primeira amostra e IgG (+) e IgM (-) na segunda amostra com 4x IgG, interpreta-se que ocorreu uma reinfecção, e há baixo risco de embriopatia, mas a criança deve ser avaliada após o parto. Nota: devemos solicitar a 2ª amostra em 3 semanas. Recomendações finais • Puérperas susceptíveis devem receber a vacina durante o puerpério. Recomenda-se uso de método anticoncepcional seguro após a vacinação, como ressaltado previamente (CDC, 2001); • A principal arma que temos contra a síndrome da rubéola congênita é a vacinação de crianças e mulheres não grávidas em idade fértil. (1 ano e reforço); • A orientação pós-vacinação de mulheres em idade fértil é de evitar engravidar por 30 dias após a vacinação, mesmo sabendo-se que o risco de acometimento fetal por vacinação materna é muito baixo (CDC, 2001); • A sorologia para rubéola deve ser incluída nos exames de rotina do pré-natal (Watson, 1998). Vacinas • Programa Nacional de Vacinação: o Crianças: ▪ 1ª dose: 12 a 15 meses; ▪ 2ª dose: 4 a 6 anos; o Adultos: ▪ Até os 19 anos devem apresentar duas doses/avaliar a positividade do IgG > 10 UI/ml. ▪ Até os 49 anos, independente, da história pregressa da doença; ▪ Gestantes: vacinar após o parto. A vacina é contraindicada em alguns casos como de gestantes (a vacinação inadvertida da gestante deve ser notificada) e nos casos de pacientes imunossuprimidos.
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