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Contabilidade Gerencial_completa

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Controladoria e 
Contabilidade Gerencial
Anna Cristina Pascual Ramos
Maurício Veroneze
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO 
EAD 
APOSTILA PARA A DISCIPLINA DE 
CONTROLADORIA E CONTABILIDADE GERENCIAL 
PROFA. ANNA CRISTINA PASCUAL RAMOS 
PROF. MAURICIO VERONEZE 
 2
 
SÃO PAULO, 2009 
SUMÁRIO 
 
Introdução................................................................................................. 06 
1. A Controladoria e o Controller............................................................. 07 
 1.1 – A Missão da Controladoria....................................................... 07 
 1.2 – O Profissional............................................................................ 10 
 1.3 – A Estrutura Organizacional....................................................... 12 
 
2. Contabilidade Gerencial....................................................................... 13 
 2.1 – Noções de Contabilidade........................................................... 13 
 2.2 – Relatório da Administração....................................................... 19 
 2.2.1 – No Brasil........................................................................... 21 
 2.2.2 – Legislação........................................................................... 22 
 2.2.3 – Sugestão C.V.M................................................................. 23 
 2.3 – Notas Explicativas..................................................................... 26 
 2.3.1 – Ofício Circular C.V.M....................................................... 26 
 2.4 – Indicadores Financeiros............................................................. 34 
 2.5 – Noções de Contabilidade de Custos.......................................... 36 
 2.5.1 – Custo Direto....................................................................... 36 
 2.5.2 – Custo Indireto..................................................................... 37 
 2.5.3 – Custo Fixo.......................................................................... 37 
 2.5.4 – Custo Variável.................................................................... 37 
 2.6 – Princípios Contábeis Aplicados aos Custos.............................. 37 
 2.6.1 – Realização da Receita......................................................... 37 
 2.6.2 – Competência....................................................................... 38 
 2.6.3 – Custo como base de valor................................................... 38 
 2.7 – Contabilização Básica de Custos............................................... 38 
 3
 2.8 – Avaliação dos Estoques............................................................. 39 
 2.8.1 – PEPS/FIFO......................................................................... 39 
 2.8.2 – UEPS/LIFO........................................................................ 39 
 2.8.3 – Média Ponderada................................................................ 40 
 2.8.4 – Comparação entre os Métodos........................................... 40 
 2.9 – Análise Índices.......................................................................... 42 
 2.9.1 – Estrutura de Capital............................................................ 43 
 2.9.1.1 – Participação de Terceiros.......................................... 43 
 2.9.1.2 – Composição do Endividamento................................ 44 
 2.9.1.3 – Imobilização do P.L.................................................. 44 
 2.9.1.4 – Imobilização de recursos Correntes.......................... 44 
 2.9.2 – Liquidez.............................................................................. 45 
 2.9.2.1 – Seca........................................................................... 45 
 2.9.2.2 – Geral.......................................................................... 45 
 2.9.2.3 – Corrente..................................................................... 45 
 2.9.3 – Rentabilidade...................................................................... 46 
 2.9.3.1 – Giro do Ativo............................................................ 46 
 2.9.3.2 – Margem Líquida........................................................ 46 
 2.9.3.3 – Rentabilidade do Ativo.............................................. 46 
 2.9.3.4 – Rentabilidade do P.L................................................. 47 
3. Demonstrações Contábeis.................................................................... 47 
 3.1 – Redação Lei 6.404/76................................................................ 48 
 3.2 – Definição do CFC..................................................................... 51 
 3.3 – Balanço Patrimonial.................................................................. 53 
 3.3.1 – Definição........................................................................... 53 
 3.3.2 – Redação Lei 6.404/76......................................................... 54 
 3.4 – Demonstração de Lucros e Prejuízos........................................ 58 
 3.4.1 – Redação Lei 6.404/76......................................................... 58 
 4
 3.4.2 – NBC-T 3.4.......................................................................... 59 
 3.5 – Demonstração do Resultado...................................................... 60 
 3.5.1 – Redação Lei 6.404/76......................................................... 60 
 3.5.2 – NBC-T 3.3.......................................................................... 61 
 3.6 – Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos.............. 63 
 3.6.1 – Redação Lei 6.404/76......................................................... 63 
 3.7 – Demonstração do Fluxo de Caixa............................................. 65 
 3.7.1 – Conceito............................................................................. 65 
 3.7.1.1 – Definição de Caixa e Equivalentes............................ 66 
 3.7.1.2 – Atividade Operacional............................................... 66 
 3.7.1.3 – Atividade Investimento............................................. 66 
 3.7.1.4 – Atividade Financiamento.......................................... 66 
 3.7.2 – Método e Elaboração do Fluxo.......................................... 67 
 3.7.2.1 – Direto......................................................................... 67 
 3.7.2.2 – Indireto...................................................................... 67 
 3.8 – Demonstração de Valor Adicionado......................................... 68 
 3.8.1 – NBC-T 3.7.......................................................................... 68 
 3.8.2 – Estrutura da DVA............................................................... 69 
4. Finanças................................................................................................ 73 
 4.1 – Fluxo de Caixa Projetado.......................................................... 73 
 4.2 – Fatores que afetam o Fluxo de Caixa........................................ 76 
 4.3 – Ciclos......................................................................................... 78 
 4.3.1 – Fundamentos do Capital de Giro........................................ 78 
 4.3.2 – Gestão do Ciclo de Conversão...........................................78 
 4.3.3 – Política de Capital de Giro................................................. 79 
 4.4 – Administração de Caixa............................................................ 81 
 4.4.1 – Administração de Estoques................................................ 81 
 4.4.2 – Sistema ABC...................................................................... 81 
 5
 4.4.3 – Just in Time........................................................................ 82 
 4.5 – Administração do Contas a Receber......................................... 82 
 4.5.1 – 5 Cs..................................................................................... 82 
 4.5.2 – Scores de Créditos.............................................................. 83 
 4.5.3 – Desconto por Pagamento Rápido....................................... 83 
 4.5.4 – Prazo por Pagamento Rápido............................................. 83 
 4.5.5 – Monitoramento de Créditos................................................ 84 
5. Governança Corporativa...................................................................... 85 
 5.1 – Definição de Governança.......................................................... 85 
 5.2 – Origem da Governança.............................................................. 86 
 5.3 – Objetivo..................................................................................... 88 
 5.4 – Código da Melhores Práticas..................................................... 89 
 5.5 – Legislação no Brasil.................................................................. 90 
 5.6 – Níveis de Governança............................................................... 92 
 5.6.1 – Nível 1................................................................................ 93 
 5.6.2 – Nível 2................................................................................ 94 
 5.6.3 – Novo Mercado.................................................................... 95 
6. Bibliografia........................................................................................ 97 
 
 6
Introdução 
 
 
 
Esta apostila foi desenvolvida para atender as competências exigidas da 
disciplina de Controladoria e Contabilidade Gerencial. 
 
Tem como objetivo a identificação dos principais instrumentos utilizados nas 
diversas empresas, parada tomada de decisão. 
 
No primeiro capítulo conheceremos as bases históricas e a evolução da 
controladoria e também sua utilidade na organização. 
 
Já no capítulo 2, uma noção básica de contabilidade com suas respectivas 
demonstrações para que se possa fazer uma melhor leitura econômico-financeira da 
empresa. 
 
Veremos diversos instrumentos de gestão financeira vs. Administrativa, como os 
Fluxos de Caixas e Governança Corporativa. 
 
Assim poderemos concluir que controlar e fazer gestão Contábil, Financeira e 
Administrativa, são temas diferentes que se completam um ao outro. 
 
Sucesso! 
Bom Estudo! 
 7
1 – A Controladoria 
 
1.1 – Missão da Controladoria 
 
Desde a revolução que globalização gerou, as organizações estão cada vez mais 
complexas e mais do que nunca os empresários estão preocupados com a lucratividade, 
redução de custos e aumento de produtividade, que são reflexos de uma concorrência 
interna e externa constante. 
 As empresas brasileiras sentiram os reflexos dessa revolução quando da 
abertura da economia no governo Collor, muitas delas não estavam preparadas para uma 
concorrência baseada em custos na ponta do lápis como ponto fundamental, pois 
somente o mercado interno era a preocupação e após a abertura empresas com preços de 
venda quase inacreditável. 
Outro fator importante para a história da controladoria brasileira foi a 
diminuição considerável do efeito inflacionário já nos governos de Itamar e Fernando 
Henrinque, pois a partir de 1995 a inflação não era mais um instrumento de reajuste de 
preços a revelia como ocorria numa economia hiperflacionária. 
 Os preços precisavam ser calculados baseados em custos e também utilizar 
outras ferramentas gerenciais para entender o mercado e validar todos os caminhos para 
a apuração de números corretos para que a tomada de decisão seja realizada baseada em 
números e informações cada vez mais rápida e precisa. 
É neste momento que a contabilidade deixar de ser apenas um instrumento 
registrador de fatos passados e apuração de impostos, para ser uma ferramenta útil, na 
formação de custos, avaliação de rentabilidades de projetos, estruturas de centros de 
custos e centros de lucros. 
8
Paralelamente alguns instrumentos financeiros também ganharam importância 
quase que vital para a vida da organização, como por exemplo, os orçamentos e fluxos 
de caixas, sendo um completando o outros. 
O orçamento financeiro foi responsável pelo equilíbrio das finanças com 
previsão de até cinco anos dependendo da organização, como vimos as empresas não 
mais utilizavam a inflação para gerarem ganhos financeiros, pois a partir do orçamento 
os valores deveriam ser pré-visionados com antecedência. 
Complementando o orçamento, o fluxo de caixa representa o controle, validação 
e análise de tudo aquilo que foi previsto, assim surge a figura do orçado versus 
realizado. 
Neste cenário as empresas brasileiras se viram numa situação antagônica onde 
havia dois instrumentos funcionando de forma diferenciada, sendo a contabilidade 
trabalhando com o passado ou tecnicamente utilizando regime de competência enquanto 
o financeiro mais dinâmico e quase com informações instantâneas trabalhando no
regime de caixa. 
É neste momento que cresce a necessidade de um profissional que faça a leitura 
desses dois instrumentos e os transforme numa ferramenta de trabalho fundamental para 
a tomada de decisão, é assim que a controladoria ganha peso e forma no Brasil. 
Nosso primeiro pensamento seria que o Controller ou Controladoria seria 
responsável pela tradução e fusão dessas informações, mas a controladoria é mais do 
que isso, pois pode trazer muito mais valor agregado. 
 9
Segundo Mossiman, Alves e Fisch 19931: “a Controladoria consiste em um 
corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica”. Pode ser 
visualizada sob dois enfoques: 
 
a) Como um órgão administrativo com uma missão, função e princípios 
norteados definidos no modelo de gestão o de empresa; 
b) “Como uma área do conhecimento humano com fundamentos, 
conceitos, princípios e métodos oriundo de outras ciências”. 
 
 
Assim, podemos traçar caminhos para derivar qual é a missão da controladoria, 
a princípios a controladoria deve zelar pela maximização da lucrativa total da empresa, 
assegurando que os controles internos da empresa estejam em perfeita harmonia com as 
diretrizes do plano de negócio e as decisões da alta direção. 
Podemos ver também o conceito da missão da controladoria por outros autores, 
como segue: 
 
Segundo ALMEIDA, PARISI e PEREIRA (1999, p.372)2: “... assegurar a 
otimização do resultado econômico da Organização.” 
Segundo MOSIMANN, ALVES e FISCH(1993, p.83)3: “... a missão da 
Controladoria é otimizar os resultados econômicos da empresa, para garantir a sua 
continuidade, através da integração dos esforços das diversas áreas.” 
Segundo PEREIRA (1999, p. 8)4:“... tem como missão gerar subsídios para a 
canalização de esforços e potencialidades da entidade como um todo e participar do 
 
1 MOSSIMANN, Clara Pellegrinello, ALVES, José Osmar, FISH, Silvio. Controladoria, seu pape na 
administração das empresas. Florianópolis: Editora das UFSC, Fundação Esag. 1993 
 
2 ALMEIDA, L. B. et al. (1999). Sistema de Gestão Econômica. In: Catelli, A. Controladoria. Uma 
abordagem da gestão Econômica GECON. São Paulo: Atlas, 2001.3 MOSSIMANN, Clara Pellegrinello, ALVES, José Osmar, FISH, Silvio. Controladoria, seu pape na 
administração das empresas. Florianópolis: Editora das UFSC, Fundação Esag. 1993. 
 
 10
processo de tomada de decisão assessorando a administração geral e os gestores de 
áreas específicas de maneira a garantir continuidade da entidade e assegurar o 
cumprimento de sua missão.” 
 
1.2 – O Profissional 
 
Com base no conceito anterior podemos verificar que a controladoria não usa 
apenas uma ciência, ou seja, são necessários vários conhecimentos e conceitos para 
fazer a tradução e geração de novas informações. 
O Controller deve trabalhar no ambiente da controladoria que esta ligada a 
Contabilidade, Administração, Economia, Finanças, Produção, Recursos Humanos e 
outros. 
A profissão exige um conhecimento de contabilidade, pois um dos principais 
direcionadores nas tomadas de decisão são as demonstrações contábeis, porém sem 
fazer a correta leitura, o Controller, pode incorrer em informações oriundas de fatos 
inexistentes ou irreais. 
Por exemplo: Caso a Diretoria pergunte “Onde vamos contabilizar os 
colaboradores?”. 
Entendendo que no Ativo há bens e direitos e no Passivo há obrigações, os 
colaboradores não pertencem à empresa, mas sim o resultado do seu trabalho sim, em 
contra partida a empresa paga por esse trabalho, assim nunca vamos encontrar na conta 
do Ativo da empresa (Ativo Imobilizado=Colaboradores), mas sim Salários a Pagar. 
 
4 PEREIRA, C.A. (1999) Ambiente, Empresa, Gestão e Eficácia. In: Catelli, A. Controladoria. Uma 
abordagem da gestão Econômica GECON. São Paulo: Atlas, 2001. 
 
 11
O Controller também deve ter bons conhecimentos na área de finanças e 
cálculos, pois muitas vezes o estudo de viabilidade, valor da empresa, TIR, Payback, 
V.P.L. serão pontos importantes na geração de informação para tomadas de decisões 
baseadas em fluxos futuros, pois somente com alguns desses instrumentos é possível 
gerar cenários. 
Dependendo do ambiente em que o Controller estiver serão necessários 
conhecimentos na área de Produção/Industrialização, pois formação de preço, baseado 
em sistemas de custeios precisam de avaliações constantes do tipo de produção qual o 
produto e mercado. 
É importante salientar que tanto na formação de cenários quanto no estudo de 
mercado, também é necessário conhecer o ambiente da empresa, fazendo as seguintes 
perguntas: 
1) Qual o negócio da empresa? 
2) Quais as expectativas dos Sócios ou Acionistas da empresa? 
 
 
É importante entender que tudo depende do ambiente em que o profissional 
estiver, a título de exemplo, se o Controller estiver atuando numa prestadora de 
serviços, não será necessário o conhecimento profundo de linha de produção, tão pouco 
de logística, mas é importante o conhecimento de custo, pois é necessário avaliar os 
custos da prestadora de serviço. 
Assim o profissional deve estar atendo a sua linha de desempenho e sempre 
estar atualizado no ramo de atividade da empresa. 
 
 
 12
1.3 – A Estrutura Organizacional 
 
Como vimos no item anterior, o profissional de contradoria deve estar sempre 
atento aos movimentos da empresa, do mercado, clientes, fornecedores, concorrência 
entre outros. Mas a quem interessa essas informações? 
 
 
Na estrutura sugerida abaixo podemos perceber que o Controller responde aos 
Diretores/Vice-Presidente que respondem ao presidente da empresa que pode ser o 
proprietário do negócio ou ele pode responder a sócios ou acionistas diversos. 
 
Figura 1 – Exemplo de Estrutura de empresa. 
 
 
Fonte: Próprio Autor 
 
 
No entanto, há empresas em que o Controller responde diretamente ao 
Presidente e Sócios ou Acionistas, tudo isso depende da estrutura, porte, números e 
visibilidade da empresa. 
 
 
Esse tipo de hierarquização segue os mesmos princípios de qualquer outro tipo 
de função na empresa, às vezes mais direto outras mais indiretas, mas o importante é 
que o profissional tenha muito claro a quem se deve reportar, pois os anseios e 
 13
necessidades devem ser supridos de maneira a dar subsídio a tomada de decisão de 
forma correta. 
 
 
Por exemplo, nem todo diretor está preocupado com quanto custo o cafezinho, 
pois é imaterial o valor para tomada de decisão, porém alguns podem pedir ao 
Controller uma análise dos gastos administrativos, para decisão de novos negócios, 
assim pode-se dizer que alguns relatórios gerenciais são preparados sob medida para 
quem estamos reportando. 
 
 
Os relatórios gerenciais são fundamentais para as tomadas de decisões e são 
necessárias a todos os níveis hierárquicos da organização, assim o Controller ou 
Controlador deve sempre atuar nessas forças e gerar quantas informações forem 
necessárias garantindo sempre a qualidade e precisão das mesmas. 
 
 
2 – CONTABILIDADE GERENCIAL 
 
2.1 – Noções de Contabilidade 
 
Para entendermos as Demonstrações Contábeis é necessário conhecer um pouco 
sobre a contabilidade, aqui será abordado dados básicos para que seja possível fazer 
uma leitura e interpretação, pois são vários os campos e diversidades da Ciência 
Contábil. 
A contabilidade é a Ciência que estuda a evolução patrimonial da empresa, esse 
estudo é realizado através de registros e de fatos administrativos. 
Através desses fatos é possível registrar todas as ações que a empresa gera, ou 
seja, se a empresa faz uma compra de estoque isso faz modificações na situação da 
 14
empresa como um todo, assim a contabilidade registra esse fato, analisa e prepara 
relatórios demonstrativos dessa modificação. 
No entanto, se o Diretor almoça com um cliente expressivo e faz uma venda isso 
ainda não é um fato por que o cliente ainda não assinou nenhum contrato e pode ser que 
a empresa ainda nem tenha fabricado, assim a Contabilidade vê isso como um ato e não 
registra, pois não fez qualquer alteração patrimonial na empresa. 
Na contabilidade existe uma série de nomenclaturas que separam e agrupam os 
fatos contábeis, podemos encontrar na contabilidade nomenclatura como “Caixa”, 
“Bancos Movimentos”, “Salários a Pagar” entre outros. Todas essas nomenclaturas são 
chamadas de contas contábeis. 
A Conta contábil representa o grupo que esta sendo acumulado um Ativo, 
Passivo, Patrimônio Líquido, Receita, Custo ou Despesa, cada um desses itens podem 
derivar várias contas contábeis, por exemplo: 
Grupo do Ativo  Caixa, Banco, Estoques. 
Grupo do Passivo Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar. 
Grupo do Patrimônio Líquido  Capital Social, Reservas e Lucros 
Acumulados. 
Por que separamos na contabilidade em conta? 
 15
Imagine as seguintes operações: Ingresso de capital em dinheiro de $ 10.000, 
com 50% desse valor de compra de estoque $ 6.000, sendo $ 1.000, para pagamento a 
prazo. 
Sem a contabilidade e a separação das contas as operações acima ficariam 
assim: 
Capital $ 10.000 (em dinheiro) e Estoque $ 6.000 (à vista e a prazo) 
Observando bem a operação acima nos parece que falta informações, pois nossa 
primeira pergunta é: Se o Estoque foi pago à vista algo deveria mudar na empresa? 
Vejamos como seria isso na contabilidade. 
1ª Operação: Débito – (Conta) Caixa $ 10.000 / Crédito – (Conta) Capital Social 
2ª Operação: Débito – (Conta) Estoque $ 6.000 / Crédito – (Conta) Caixa 
$ 5.000 / Crédito – (Conta) Fornecedores $ 1.000. 
Logo após essa classificação e novo agrupamento as operações seriam assim 
representadas: 
Caixa $ 5.000 ($ 10.000 ingresso - $ 5.000 compra de estoque) 
Estoque $ 6.000 (compra à vista $ 5.000 + $ 1.000 a prazo) 
 16
Fornecedores a pagar $ 1.000 (da compra a prazo do estoque) 
Capital Social $ 10.000 (ingresso dos sócios ou acionistas em dinheiro) 
Podemos perceber a diferença de informação, poisna primeira situação não era 
possível avaliar a evolução patrimonial, já com a contabilidade podemos ver a 
movimentação da entrada de dinheiro, indo para o caixa, depois comprando estoque que 
foi necessário comprar através de um fornecedor, porém como não foi totalmente pago 
ainda se mantém registrado. 
Outro fator importante nos lançamentos contábeis é que além das contas a 
contabilidade usa dois instrumentos para fazer as movimentações, sendo o Débito e o 
Crédito, como segue os conceitos: 
Débito: instrumento utilizado para aumentar as contas do Ativo, aumentar as 
contas de Despesas ou Custos, diminuir as contas do Passivo e diminuir as contas de 
Receitas. 
Crédito: instrumento utilizado para diminuir as contas do Ativo, diminuir as 
contas de Despesas ou Custos, aumentar as contas do Passivo e aumentar as contas de 
Receitas. 
Para efeito didático podemos utilizar uma forma gráfica para fazer os 
lançamentos contábeis, são os razonetes, nada mais do que um gráfico em forma de T, 
onde do lado esquerdo fica o Débito e o lado esquerdo fica o Crédito, podemos 
visualizar nossos lançamentos no exemplo assim através dos razonetes, vejamos: 
 17
 
No esquema contábil acima os números grifados abaixo do valora representam 
os lançamentos contábeis (1) Caixa/Capital Sócia e (2) Caixa/Estoque/Fornecedor. 
No esquema acima as contas foram disposta, para que seja visualizado, que as 
contas que receberam os débitos ficaram acima e as contas que receberam os créditos 
ficaram abaixo, isto se deve ao segundo agrupamento que a contabilidade faz, sendo o 
Ativo e Passivo. 
A contabilidade agrupa suas contas em dois grandes grupos são eles: ATIVO, 
PASSIVO (contém o Patrimônio Líquido). 
Segundo a equipe de Professores da FEA/USP5, os conceitos de Ativo e Passivo 
são: 
 
 
5 FEA/USP, Equipe de professores, Contabilidade Introdutória, São Paulo: Editora Alas S.A. 1995. 
 18
“ATIVO: Compreende os Bens, Direitos da Entidade expressos em moeda”. 
“PASSIVO: Compreende basicamente as obrigações a pagar, incluindo o 
Patrimônio Líquido, conceituado como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo 
em um determinado momento”. 
O Patrimônio Líquido pode ter duas fontes principais, sendo a primeira, através 
de Investimentos, onde os proprietários (sócios ou acionistas) participam através de 
quotas (para empresas tipo Ltda.) ou ações (para empresa tipo Sociedade Anônima 
S.A.). 
Sendo a segunda forma através de lucros, ou seja, resultado das operações da 
empresa, cuja receita já foi descontada de todos os custos e despesas, assim o lucro não 
se origina de investimentos, mas sim de boas práticas administrativas. 
Na contabilidade para se obter a variação ou evolução patrimonial, é necessário 
fazer o estudo da equação do Patrimônio Líquido, ou seja, 
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo 
Como na maioria das vezes o Ativo é maior que o Passivo a equação mais 
comum é a seguinte: 
Ativo (Lado Direito) = Passivo + Patrimônio Líquido (ambos lado esquerdo), 
graficamente representado e apresentado nas demonstrações contábeis como: 
 
 19
 
ATIVO PASSIVO 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Fonte: Próprio autor 
2.2 Relatório da Administração 
É um importante e necessário complemento às demonstrações contábeis, pois o 
fornecimento de dados gerados pelos relatórios contábeis apresenta uma série 
informações passadas, no entanto, o relatório da administração apresentará ao usuário 
explicações sobre o direcionamento das decisões tomas que geraram aqueles números e 
ainda funciona como um indicador de ações futuras necessárias para o usuário. 
Uma das características importante do relatório da administração é a pouca 
utilização da linguagem técnica, assim o investidor ou qualquer usuário que não tenha 
conhecimento do ramo contábil pode através desta demonstração entender os números 
apresentados nos demais relatórios. 
O FIPECAFI, no Manual de Contabilidade6, trás um estudo da ONU (Nações 
Unidas), onde o relatório da administração foi estudado com grande aprofundamento e 
concluí-se que para empresas multinacionais, as informações mínimas necessárias para 
este relatório deveriam conter: 
 
 
6 Iudícibus, Sergiuo de; Martins Eliseu; Gelbcke, Ernesto Rubens; Manual de Contabilidade das 
Sociedades Por Ações – FIPECAFI; Sexta Edição; Atlas; São Paulo 2003. 
Figura 3 – Representação gráfico da equação patrimonial 
 20
A. Análise Corporativa 
Neste item são discutidos a estratégia, eventos incomuns e externos, 
compras/vendas significantes, recursos humanos, responsabilidade social, pesquisa e 
desenvolvimento e projeções futuras. 
B. Análise Setorial 
Neste devem ser analisado os setores individuais com maior riqueza de detalhe 
possível. 
C. Análise Financeira 
Nesta parte são analisados os resultados e índices financeiros, bem como efeitos 
inflacionários e taxas de câmbio. 
D. Outras Informações 
Além dos assuntos já tratados o relatório da administração também deve 
considerar outros itens adicionais como: 
d.1 Descrever a atividade, porte e distribuição geográfica das operações da 
empresa; 
d.2 Fazer um resumo das demonstrações destacando os pontos mais importantes 
no ano; 
d.3 Informando a responsabilidade e participações dos diretores na companhia e 
d.4 Fazer uma análise do controle acionário inclusive os principais acionistas. 
 
 21
Em nível internacional o relatório da administração tem o intuito de fornecer 
informações realmente úteis aos investidores, logo no âmbito da governança corporativa 
estas explicações vão ao encontro de toda a política que a empresa está adotando, 
restando aos conselhos avaliar e validar essas políticas. 
 
2.2.1 No Brasil 
Como já citado anteriormente o relatório de administração tem um importante 
papel na divulgação do pensamento, política e visões do corpo administrativo, 
entretanto, no Brasil apesar de ser obrigatório pela lei 6.404/76, são poucas empresas, 
normalmente aquela com maior grau de divulgação, são as que preparam um relatório 
de administração completo em com o mínimo de informações necessárias para 
satisfazer seus interessados. 
Algumas empresas preparam relatórios que não contém informações necessárias 
para as decisões dos investidores e temos também a figura das empresas de capital 
fechado sendo o relatório preparado meramente pela obrigatoriedade da lei. 
Podemos destacar ainda as empresas que utilizam o relatório de administração 
para promover mais os próprios administradores ao invés de prestar informações 
adequadas ao mercado e a situação fica pior quando a empresa tem um resultado ruim e 
este relatório é utilizado para desviar a atenção do investido através de interpretações e 
análise distorcidas. 
No entanto, há um bom número de empresas que preparam seus relatórios 
adequadamente, mas que não exploram a suas potencialidades. 
 
 22
2.2.2. Legislação no Brasil 
Lei ns 6.404/76 em seu art. 133, item I, determina que: 
"Os Administradores devem comunicar (...) que se acham à disposição dos 
acionistas: 
• o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais 
fatos administrativos do exercício findo." 
Além da obrigatoriedade básica descrita, temos na citada lei mais às seguintes 
exigências de divulgação no Relatório de Administração: 
a) art. 55, § 2° (aquisição de debêntures de emissão" própria); 
b) art. 118, § 5a (política de reinvestimento de lucros e distribuição de 
dividendos, constantes de acordo de acionistas); e 
c) art. 243 (modificações ocorridas no exercício nos investimentos em 
coligadas e controladas). 
Embora a Lei ns 6.404/76 obrigue à divulgação dos fatos indicados, de maneira 
geral os relatórios de administração não se têm apresentado na forma mais adequada e com 
suficiente divulgação. 
 
 23
2.2.3 Conteúdo sugerido pela Comissão de ValoresMobiliários 
Em razão desse fato, a CVM pronunciou-se mediante o Parecer de Orientação ns 
15/87, recomendando a divulgação de alguns itens no citado relatório. 
A seguir, apresentaremos as recomendações do Parecer e respectivos comentários 
elucidativos para sua aplicação 
a) Descrição dos negócios, produtos e serviços 
Resumo dos negócios da empresa, mencionando seus princiapis produtos, 
aspectos relevanets sobre vendas, podendo também se apresentadouma análise do 
segmento ou linha de produtos 
b) Comentários sobre a conjuntura econômica geral 
Fatores economicos que tenha afetado o negócio da empresa, incluindo governo, 
legislação, concorrência e clima. 
c) Recursos Humanos 
Neste item deve ser tratados todos os aspectos relevantes aos empregados, 
turnover, nível educacional cujo processo afeta os negócios da empresa. 
 
 24
d) Investimentos 
Este item deve compor a descrição dos investimentos realizados, contendo 
objetivo, montantes e origem dos recursos. 
e) Pesquisa e Desenvolvimento 
Deve conter uma breve descrição dos projetos, a recomendação ão prevê a 
descrição detalhada, divulgando apenas ao usuário o conhecimento em relação a 
filosofia administrativa. 
f) Novos Produtos e Serviços 
Os novos produtos e serviços colocados no mercado e também aqueles que 
estarão à disposição, bem como suas expectativas. 
g) Proteção ao Meio Ambiente 
Divulgação de todos os fatores ecológicos e os investimentos necessários para 
manter o meio ambiente. 
h) Reformulação administrativa 
As empresas em reestruturação administrativa, devem ser comentadas as 
principais mudanças e fazer uma avaliação dos efeitos dessas novas políticas. 
 25
 
i) Investimentos em Controladas e Coligadas 
As empresas apresentam esse item nas notas explicativas, entretanto, constam 
apenas composição dos valores, a menção no relatório da administração deve ser feita 
no sentido de justificar esse investimentos. 
j) Direitos dos acionistas e dados de mercado 
Deve ser informada a política de distribuição de dividendos e dados relativos as 
ações, pois são de grande interesse aos investidores que fazem uma análise entre a 
cotação na bolsa e o valor patrimonial das ações. 
l) Perpectivas e planos para o exercício em curso e os futuros. 
Este item não deve ser confundido com projeções quantitativas do resultado, 
mas sim a construção de cenários fundamentados em premissas. 
Conforme recomendação do FIPECAFI, o assunto sobre este relatório são 
inesgotáveis, por isso deve-se estar atento as informações necessário para que os 
investidores e partes interessadas tomem decisões com a menor margem de erro 
possível. 
 
 
 26
Comentários: 
As publicações das demonstrações nos jornais, recentementes estão chegndo até 
a 20 páginas, isto é reflexo da governança corpoarativa, pois devido a quantidade de 
informações que os administradores sentem necessidade de disponibilizar aos usurários 
de suas demonstrações, contendo normalmente três elementos vitais, fatos passados, 
fatos presentes e fatos futuros, inclusive com projeções com vários gráfico. 
Este fenomeno acontece porque as fraudes e falências repentinas estão deixando 
os investidores mais atentos aos números contábeis e também como a administração 
está movimentando o negócio, assim se não houver esse acompanhamento, os 
investidores estão sujeitos a qualquer tipo de perda de seus investimentos e para atrir 
cada vez mais investidores os administradores dedicam muitas páginas ao seus atos. 
2.3 NOTAS EXPLICATIVAS 
2.3.1 OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005 
Estrutura da divulgação em nota explicativa 
As notas explicativas são normalmente apresentadas na seguinte ordem, que 
ajuda os usuários no entendimento das demonstrações contábeis e na comparação com 
as de outras entidades: 
a. contexto operacional; 
b. declaração quanto à base de preparação das demonstrações contábeis; 
 27
c. menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas 
contábeis aplicadas; 
d. informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações 
contábeis, divulgadas na mesma ordem. 
e. outras divulgações, incluindo: 
i. contingências e outras divulgações de caráter financeiro; e 
ii. divulgações não financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, 
as correspondentes políticas e objetivos da administração, que não se 
confundam com as informações a divulgar no relatório da administração, 
incluindo, mas não se limitando, a políticas de proteção cambial ou de 
mercado, hedge etc. 
Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável modificar a 
seqüência de itens específicos dentro das notas explicativas. Por exemplo, informações 
sobre taxas de juros e ajustes a valor de mercado podem ser combinadas com 
informações sobre vencimento de instrumentos financeiros apesar de os primeiros serem 
divulgações de demonstração do resultado e os últimos referirem-se ao balanço. Não 
obstante, uma estrutura sistemática para as notas explicativas deve ser mantida sempre 
que praticável. 
Nota sobre operações 
A nota explicativa inicial que geralmente inicia a lista das notas trata das 
operações ou do contexto operacional e declara o objetivo social da empresa. O objetivo 
 28
declarado nas notas deve manter coerência com os objetivos declarados no estatuto 
social da empresa, que estabelece a relação contratual entre os acionistas e é o principal 
documento sobre as regras de governança da sociedade. A nota sobre o contexto 
operacional deve incluir aspectos que sejam relevantes sobre a continuidade normal dos 
negócios e da utilização da capacidade de produção e/ou prestação de serviços. 
Critérios de Avaliação 
Deverão ser divulgados os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, especialmente dos estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender 
a perdas prováveis na realização de elementos do ativo. 
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 176) 
A nota explicativa sobre as principais práticas contábeis tem evoluído ao longo 
do tempo e o seu objetivo é informar sobre a escolha de políticas e práticas contábeis 
feita pela empresa. Essa divulgação permite que se possa depreender sobre a influência 
dessas práticas sobre os números apresentados pela empresa e tem grande importância 
na inferência sobre a sua situação patrimonial, ou seja, a situação do balanço 
patrimonial, da posição financeira e dos resultados das operações. Essa nota deve 
também divulgar os critérios contábeis de transações típicas da indústria, na medida em 
que esses critérios são específicos e podem variar de um tipo de indústria para outro. 
A esse respeito, as normas internacionais dispõem (parágrafo 99 do IAS 1, 
revisada em 1997): "Ao decidir se uma política contábil deve ser informada, a 
administração deve considerar se a divulgação ajudaria os usuários a entender a maneira 
pela qual as transações e eventos são demonstrados no desempenho e na posição 
financeira divulgados. As políticas contábeis que uma empresa poderia considerar 
incluem, mas não se restringem a: 
 29
a) reconhecimento da receita; 
b) princípios de consolidação, incluindo subsidiárias integrais e 
associadas; 
c) combinações de negócios; 
d) controle compartilhado; 
e) reconhecimento, depreciação ou amortização de ativo tangível e 
intangível; 
f) imobilização de custos de empréstimos e outras despesas; 
g) contratos de construção; 
h) propriedades de investimento; 
i) instrumentos financeiros e investimentos; 
j) arrendamentos mercantis; 
k) custos de pesquisa e desenvolvimento; 
l) estoques; 
 30
m) impostos, incluindo impostos diferidos; 
n) provisões; 
o) custos de benefícios aos empregados; 
p) conversão em moeda estrangeira e hedging; 
q) definição de negócios e segmentos geográficos e o critério de 
apropriação de custos entre segmentos; 
r) definição de caixa e equivalentesde caixa; 
s) reconhecimento dos efeitos da inflação, e 
t) subvenções do governo. 
Continuidade Normal dos Negócios 
Quando for identificada a situação de risco iminente de paralisação total ou 
parcial dos negócios da companhia, a nota explicativa deverá fornecer maiores detalhes 
sobre os planos, e possibilidades de sua recuperação ou não. 
(PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 21/90) 
 31
A esse respeito, o pronunciamento internacional IAS –1 dispõe nos parágrafos 
23 e 24: 
"23. Ao preparar as demonstrações contábeis, a administração deve avaliar a 
capacidade de a entidade estar em marcha e de que continuará em operação no futuro 
previsível. As demonstrações contábeis devem ser preparadas no pressuposto da 
continuidade das operações, a menos que a administração pretenda liquidar a entidade, 
ou cessar suas operações ou não tenha alternativa realista a não ser essas. Quando a 
administração, ao fazer sua avaliação, toma conhecimento de incertezas significativas 
relacionadas a eventos ou condições que podem levantar dúvida importante sobre a 
capacidade da entidade de continuar como entidade em marcha, essas incertezas devem 
ser divulgadas. Quando as demonstrações contábeis não estão preparadas no 
pressuposto da entidade em marcha, esse fato deve ser divulgado juntamente com os 
critérios pelos quais as demonstrações contábeis são preparadas e a razão pela qual a 
entidade não é considerada uma entidade em marcha. 
24. Ao avaliar se a premissa de entidade em marcha é adequada, a administração 
leva em consideração todas as informações disponíveis para o futuro previsível, que 
deve ser de, pelo menos, porém não limitado há, doze meses a contar da data do balanço 
patrimonial. O grau de consideração depende dos fatos, de caso a caso. Quando uma 
entidade tem um histórico de operações rentáveis e pronto acesso a recursos financeiros, 
pode-se chegar à conclusão, sem análise detalhada, de que o critério contábil da 
entidade em marcha é apropriado. Em outros casos, a administração pode necessitar 
considerar uma extensa variedade de fatores que cercam a rentabilidade anual e a 
esperada, programações de pagamento de dívidas e fontes potenciais de financiamento 
de reposição antes de poder se satisfazer de que o critério da entidade em marcha é 
apropriado." 
 
 
 32
Diferenças entre os procedimentos contábeis nacionais e os internacionais 
Considerando a referência internacional alcançada pelo IASB (IFRS/IAS) e o 
compromisso e o esforço dos órgãos reguladores e emissores de normas de buscar a 
convergência com as mesmas, recomenda-se que as companhias abertas divulguem em 
nota explicativa a conciliação das diferenças entre as práticas contábeis adotadas no 
Brasil e as práticas contábeis internacionais. Entretanto, não existe impedimento para 
que seja preparada em relação às normas contábeis de outros países em que a 
companhia aberta divulgue, obrigatoriamente, ao mercado suas demonstrações 
contábeis, em função da obtenção de registro para negociação dos títulos de sua 
emissão. 
Ao decidir pela divulgação da conciliação, a administração da entidade deverá 
observar o quão equivalentes são essas práticas. As demonstrações contábeis preparadas 
conforme uma determinada prática contábil pode ser considerada equivalentes às 
preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil quando ambas as 
análises, de ambos os conjuntos de demonstrações, possibilitarem aos investidores 
decisão similar em termos de investimento ou alienação de investimento anteriormente 
detido. Se as práticas contábeis de ambos os conjuntos forem equivalentes e, portanto, 
não indicarem a falta de similaridade nas decisões do investidor, não haverá necessidade 
de inclusão de nota explicativa, conciliação ou reclassificações de números. A questão 
surge, então, se os princípios e/ou as práticas não forem equivalentes e, portanto, 
indicarem falta de similaridade nas decisões do investidor. 
Neste último caso, a apresentação da conciliação das diferenças entre as práticas 
contábeis adotadas no Brasil e outras práticas contábeis deve ser quantitativa e 
qualitativa. Assim, a divulgação da conciliação requer a preparação e a divulgação, no 
mínimo, das seguintes informações: 
 
 33
a) conciliação entre os lucros (prejuízos) líquidos do período e/ou 
exercício; 
b) conciliação entre os patrimônios líquidos na data do balanço; 
c) explicação da natureza dos principais itens de conciliação. 
Em determinados casos, é possível que as divergências sejam de tal magnitude 
que apenas a preparação de novas demonstrações contábeis segundo outro conjunto de 
princípios contábeis que não os prevalentes no Brasil seja a solução. Em outros casos, 
poderão existir algumas instâncias de parcial equivalência que podem ser resolvidas ou 
remediadas, dependendo da natureza das divergências. Essas divergências podem 
incluir divulgações adicionais, reconciliações etc. Esse julgamento deverá ser feito pela 
administração e anuído pelos auditores independentes da companhia aberta, e deverá 
estar apoiado em procedimentos aceitos por órgãos reguladores e emissores de normas 
contábeis. 
Comentário: 
Diferente do relatório da administração as notas explicativas irão descrever ou 
ajudar o investidor a ler e interpretar os números contábeis, por estar diretamente ligada 
as demonstrações normalmente apresenta fatos passados que são de suma importância 
para o futuro, tais como explicar uma contingência, um método de cálculo dos estoques, 
ou ainda a forma que os ativos e passivos estão sendo atualizados, assim além de 
explicar as notas devem ser preparadas com o mesmo rigor que o relatório da 
administração, ou seja, com informações consistentes ao negócio da empresa, deixando 
claro ao investidor ou aos interessados o que os números não divulgam, logo as notas 
explicativas devem conter não somente as informações que a lei manda, mas sim tudo 
aquilo que é relevante todos conhecerem, mesmo que tenha de falar sobre despesas com 
água, por exemplo. 
 34
2.4 INDICARES FINANCEIROS 
A utilização de índices não financeiros pelas empresas que compreendem a 
importância de fatores que fazem a diferença diante de uma competitividade. 
Os indicadores financeiros convencionais tratam das atividades e resultados 
operacionais e os estratégicos tratam dos investimentos, captação de recursos, alavancagem 
financeira e resultados ressaltados pelo desempenho das ações da companhia nas Bolsas de 
Valores, mas todos medem o desempenho da empresa. 
Os importantes indicadores econômicos e financeiros, que não são tidos como 
convencionais, mas de importante valia para analisar a qualidade da informação na 
administração do fluxo de caixa. 
O EBITDA representa o caixa gerado pêlos ativos autenticamente operacionais, esse 
indicador ignora o efeito de dívidas, que muitas vezes são circunstanciais. 
Itens Ano 
Vendas líquidas 1.100.000 
CMV (Custo de Mercadorias Vendidas) (610.000) 
Lucro bruto 490.000 
Despesas operacionais líquidas (190.000) 
EBITDA 300.000 
Depreciação/amortização (35.000) 
Receitas financeiras 1.050 
Despesas financeiras (30.060) 
Resultados não operacionais - 
Lucro antes dos tributos 235.990 
Imposto de Renda (30.650) 
Contribuição social (19.770) 
Lucro líquido do exercício 185.570 
EBITDA pela Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 35
Itens Ano 
Clientes 1.100.000 
Fornecedores (610.000) 
Despesas operacionais (190.000) 
EBITDA 300.000 
Receitas financeiras 1.050 
Despesas financeiras (30.060) 
Imposto de Renda (30.650) 
Contribuição social (19.770) 
Caixa de operações 220.570 
Dividendos (36.900) 
Aplicação financeira (173.670) 
Caixa no período 10.000 
Saldo inicial de caixa 28.000 
Saldo final de caixa 38.000 
EBITDA pela Demonstração do Fluxo de Caixa 
 
O EVA representa o valor econômico agregado; ele está sendo chamado de versão 
moderna do lucro. É uma medida de avaliação do ganho econômico da empresa(lucro 
operacional líquido), após a consideração do custo do capital empregado. 
 
 
Itens Valores 
Receita líquida 10.000
( - ) Custos, despesas e impostos 3.000
( = ) Lucro operacional 7.000
( - ) Custo do capital de terceiros líquido 3.000
( = ) Lucro líquido do período (já descontados IR e CSSL) 4.000
( - ) Custo do capital próprio 2.500
( = ) EVA - Valor econômico agregado 1.500
 
O MVA representa também uma medida de avaliação do uso dos financiamentos ou do 
capital dos investidores; é uma forma consistente de avaliar a produtividade dos ativos da 
empresa. 
A geração de caixa da empresa vem tendo mais prestígio do que o lucro nos 
gerenciamentos estratégicos e operacionais, uma vez que vários níveis de apropriação podem 
ser feitos para os lucros, haja vista os inúmeros casos nacionais e internacionais de manipulação 
 36
contábil dos demonstrativos financeiros de grandes companhias; além disso, têm sido muito 
utilizados indicadores de desempenhos relativos à geração de caixa das atividades empresariais. 
O resultado econômico positivo, que corresponde ao lucro de uma empresa, pode ser 
diferente do resultado financeiro, que é a geração de caixa. Quer-se dizer com isso que existe 
diferença entre lucro e caixa, e, mesmo que o caixa tenha liquidez, não significa que se tenha 
lucro ao longo do tempo. 
O caixa representa os resultados, que são utilizados para a tomada de decisões 
financeiras e representa a "disponibilidade imediata", enquanto o lucro é visto como resultado 
econômico contábil, inclusive sujeito à manipulação; se não auditado, gera um resultado 
duvidoso ou chamado de contabilidade criativa, no sentido figurado. 
2.5 NOÇÕES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
Na contabilidade gerencial uma das áreas mais importante é a contabilidade de 
custo, abaixo vamos estudar algumas nomenclaturas e entender como são avaliados os 
custo, esta disciplina é abordada mais profundamente na própria contabilidade de 
custos. 
2.5.1 Custos Diretos 
São custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e 
valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateios 
para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já facilmente 
identificados. 
 
 37
2.5.2 Custos Indiretos 
São os custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou 
serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas, 
ordens de serviços ou produtos, serviços executados etc. Necessitam, portanto, da 
utilização de algum critério de rateio para sua alocação. 
2.5.3 Custos Fixos 
São custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade 
instalada, independem do volume de produção, ou seja, uma alteração no volume de 
produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. 
2.5.4 Custos Variáveis 
São custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. 
Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividade 
da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma 
proporção do acréscimo no volume produzido. 
2.6 Princípios Contábeis Aplicados aos Custos 
2.6.1 Princípio da Realização da Receita 
Reconhecimento da Receita quando da transferência do bem ou serviço para 
terceiros 
 38
2.6.2 Princípio da Competência 
Após o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores 
representativos dos esforços para sua consecução. 
2.6.3 Princípio do Custo como Base de Valor 
Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada. 
2.7 Contabilização Básica dos Custos 
A contabilização dos custos seque um esquema simples, como segue: 
a) Separação entre custos e despesas 
b) Apropriação dos Custos Diretos aos produtos 
c) Rateio dos Custos Indiretos 
Para o esquema abaixo, foram apurados na contabilidade geral os seguinte 
dados: 
a- Gasto utilizado para aquisição de Insumos que serão 
utilizados na produção; 
b- Salários pagos aos operários na produção; 
 39
c- Salários pagos à funcionários não ligados diretamente a 
produção, rateado para o produto XYZ a base de 20%; 
d- Ativação dos gastos na forma de estoque; 
e- Venda de todas as unidades do Produto XYZ. 
 Custos Diretos Custos Indiretos 
 Estoque Insumo Salários Produção Salários Pessoal Limpeza 
 
 
 
 
 Estoque XYZ Custo do Produto Vendido 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.8 AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES 
2.8.1 PEPS/FIFO (First In First Out) 
Método utilizado para avaliação de estoque através do processo onde o Primeiro 
produto que Entra no estoque é o Primeiro que Saí do estoque. 
2.8.2 UEPS/LIFO (Last In Last Out) 
Proporcionalmente inverso ao PEPS, este método avalia o estoque através do 
processo onde o Último produto que Entra no estoque é o Primeiro que Saí do estoque. 
200 a 300 b 100 c
200
300
20
200 300 20 c1
-0- -0- 80
520 d
520 e
520
520 e
 40
2.8.3 MÉDIA PONDERADA 
Para este método o estoque é avaliado através da divisão entre o custo final pela 
quantidade final do estoque. 
2.8.4 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 
A seguir a comparação entre os métodos PEPS, UEPS, MP, para efeito de 
comparação foram identificados os seguintes lançamentos: 
a) Compra de 100 unidades pelo preço de $2,00 
b) Compra de 100 unidades pelo preço de $4,00 
c) Venda de 150 unidades pelo preço de $10,00 
PEPS 
Estoque Inicial Compras Vendas Estoque Final 
Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $
- - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00
100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00
 
100 2,00 200,00 100 2,00 200,00 - - -
100 4,00 400,00 50 4,00 200,00 50 4,00 200,00
Fórmula 
 Quant. Valor 
Estoque Inicial - - 
(+) Compras 200 600,00 
(-) Estoque Final 50 200,00 
(=) Custo de Venda 150 400,00 
 
 
 
 
 41
UEPS 
Estoque Inicial Compras Vendas Estoque Final 
Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $
- - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00
100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 100 4,00 400,00
 
100 4,00 400,00 100 4,00 400,00 - - -
100 2,00 200,00 50 2,00 100,00 50 2,00 100,00
Fórmula 
 Quant. Valor 
Estoque Inicial - - 
(+) Compras 200 600,00 
(-) Estoque Final 50 100,00 
(=) Custo de Venda 150 500,00 
 
 
Média Ponderada 
Estoque Inicial Compras Vendas Estoque Final 
Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $ Quant. Un. Vr $
- - - 100 2,00 200,00 - - - 100 2,00 200,00
100 2,00 200,00 100 4,00 400,00 - - - 200 3,00 600,00
200 3,00 600,00 150 3,00 450,00 50 3,00 150,00
Fórmula 
 Quant. Valor 
Estoque Inicial - - 
(+) Compras 200 600,00 
(-) Estoque Final 50 150,00 
(=) Custo de Venda 150 450,00 
 
Comparação do Resultado 
 
 PEPS MP UEPS
Receita $ 1.500,00 $ 1.500,00 $ 1.500,00
(-) Custo de Venda $ 400,00 $ 450,00 $ 500,00
Lucro $ 1.100,00 $ 1.050,00 $ 1.000,00
 
Como é demonstrado no quadro acima o método de avaliação PEPS aumenta o 
lucro da empresa o método UEPS diminui o lucro da empresa logo não é aceito pelo 
fisco e o método da Média Ponderada é intermediário entre os dois métodos. 
 
 42
2.9 ANALÍSE DE ÍNDICES 
Os índices constituem a técnica de análise mais empregada, sua característica 
fundamental é fornecer uma visão ampla da situação econômica ou financeira da 
empresa. 
Segundo MATARAZZO7 “Um índice é como uma vela acesa num quadro 
escuro”. 
O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto 
de índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade 
desejada da análise. 
Também segundo MATARAZZO8 “..., a quantidade de índices que deve ser 
utilizada na análise depende exclusivamenteda profundidade que se deseja da 
análise...”. 
Isto significa dizer que os incides são indicadores de tendências, muitas vezes 
conhecer mais profundamente a empresa, assim como a forma de administração, suas 
expectativas e planos de negócios. 
Não é rara a situação em que uma empresa se comparada a outra tem distorções 
de alguns índices quase inacreditavelmente, pois dependendo do tipo de decisão 
administrativa gerada no período da análise, os índices podem sobre modificações. 
 
7 MATARAZZO, Dante C.. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica. Volume 1, 
2ª edição. Ed. Atlas. Pág.96 
8 MATARAZZO, Dante C.. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica. Volume 1, 
2ª edição. Ed. Atlas. Pág.97 
 43
A título de exemplo, comparando duas empresas do ramo de informática, do 
mesmo porte, mesmo país, e muito similar nos seus produtos, sendo a empresa A com 
uma captação de um financiamento e a empresa B não tendo financiamento. 
Numa análise superficial poderíamos concluir que a empresa B é mais sólida, 
pois não tem financiamento, porém a empresa A adquiriu esse financiamento para 
comprar novas máquinas e alavancar seus negócios este ato conseguirá aumentar sua 
participação de mercado em 20%, assim nos índices não é possível somente através de 
números enxergar essa explicação, por isso da necessidade de aprofundar o 
conhecimento da empresa. 
2.9.1 Índice sobre Estrutura de Capital 
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em 
termo de obtenção e aplicação de recursos. 
2.9.1.1 Participação de Capitais de Terceiros: CT/ PL 
 
Fórmula: Exigível Total x 100 
__________________________ 
Patrimônio Líquido 
 
 
• O que indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada R$ 
100 de capital próprio investido. 
• Melhor Interpretação: quanto menor, melhor. 
Também pode ser chamado de índice de Grau de Endividamento. 
 
 
 
 
 
 44
2.9.1.2 Composição do Endividamento: PC/CT 
 
Fórmula: Passivo Circulante x 100 
__________________________ 
Capital de Terceiros 
 
• O que Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às 
obrigações totais 
• Melhor Interpretação: quanto menor, melhor. 
 
2.9.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido: AP/PL 
 
Fórmula: Ativo Permante x 100 
__________________________ 
Patrimônio Líquido 
 
• O que Indica: quantos reais a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada 
R$ 100 de Patrimônio Liquido. 
• Melhor Interpretação: quanto menor, melhor. 
 
2.9.1.4 Imobilização dos Recursos não Correntes: AP/PL + ELP 
 
Fórmula: Ativo Permanente x 100 
__________________________ 
Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo 
 
• O que Indica: que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no 
Ativo Permanente. 
Quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo 
Circulante. 
• Melhor Interpretação: quanto maio, melhor. 
 
 
 
 
 
 45
2.9.2 Índices sobre a Liquidez 
 
2.9.2.1 Liquidez Seca: D + CR /PC 
 
Fórmula: Disponíveis + Contas A Receber x 100 
__________________________ 
 Passivo Circulante 
 
• O que Indica: quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de 
passivo Circulante (dívidas a curto prazo). 
• Melhor Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
2.9.2.2 Liquidez Geral: AC + RLP/ PC + ELP 
 
Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo x 100 
__________________________ 
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
 
 
• O que Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a 
Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívida total. 
• Melhor Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
2.9.2.3 Liquidez Corrente: AC/PC 
Fórmula: Ativo Circulante x 100 
__________________________ 
 Passivo Circulante 
 
• O que Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 
de Passivo Circulante. 
• Melhor Interpretação: quanto maio, melhor. 
 
 
 
 
 
 
 46
2.9.3 RENTABILIDADE 
 
Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto 
é, quanto rendem os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da 
empresa. 
 
2.9.3.1 Giro do Ativo: V/AT 
 
Fórmula: Vendas x 100 
__________________________ 
 Ativo Total 
 
• O que indica: quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento 
total. 
• Melhor Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
2.9.3.2 Margem Líquida: LL/V 
 
Fórmula: Lucro Líquido x 100 
__________________________ 
 Vendas 
 
• O que indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 vendidos. 
• Melhor Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
2.9.3.3 Rentabilidade do Ativo: LL/AT 
 
Fórmula: Lucro Líquido x 100 
__________________________ 
 Ativo Total 
 
• O que indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 de 
investimento total médio. 
• Melhor Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
 
 47
2.9.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido: LL/PL 
 
 
Fórmula: Lucro Líquido x 100 
__________________________ 
 Patrimônio Líquido 
 
• O que indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 100 de Capital 
Próprio investido. 
• Melhor interpretação: quanto maior, melhor. 
 
 
 
3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
Elaboração das Demonstrações Contábeis (Financeiras) é conseqüência de um 
bom sistema de controle interno, pois é este sistema que determina qual será a 
possibilidade de erros materiais que a entidade poderá gerar quando da formação dos 
números contábeis. 
Quando não há um bom sistema de controle interno os reflexos nas 
demonstrações contábeis podem ser diretos e indiretos, como por exemplo, falta de um 
controle de imobilizado, a conseqüência direta é a possível falta de movimentação na 
contabilidade de compras, baixas ou transferências, a conseqüência indireta poderá ser a 
falta de um cálculo correto da depreciação acumulada. 
Na governança corporativa as demonstrações contábeis (financeiras) têm um 
papel fundamental na apresentação dos resultados das operações que a entidade realizou 
durante um período, pois quando se pensa em transparência nas informações isso pode 
ser feito através de várias ferramentas, mas única ferramenta que tem a possibilidade de 
sair da empresa, são suas as demonstrações, esta é a ferramenta de transparência aceita 
por exemplo na bolsa de valores, bancos, fornecedores, clientes, sociedade em geral, 
 48
possuindo uma linguagem padrão, pode ser lida pelos de maneira a enxergar as 
transparências nas operações da empresa. 
As demonstrações Contábeis, é um conjunto complexo de informações que 
devem ser preparadas de forma a atender o maior número possível de usuários, 
entretanto, sabe-se que por diversos motivos os usuários não são atendidos de forma 
plena através das demonstrações, então é necessário complementar estas informações 
através de outros instrumentos denominados de relatório da administração e notas 
explicativas. 
Nesta parte do estudo, serão tratadas individualmente cada demonstração e 
também a importância de se fazer notas explicativas e relatórios de administração 
consistentes visando o tipo de usuário que a entidade quer atingir. 
Os conceitos deste estudo são baseados em lei, normas e regulamentos vigentes 
no Brasil, primeiramente segue o conceito das demonstrações pela Lei 6.404 de 15 de 
dezembro 1976, aplicadas as entidades Sociedade Anônimas (S/A), alguns itens são 
aplicáveis as entidades limitadas (Ltda), onde a legislação mais aplicada é o Código 
Civil, cabe salientar que a lei trata de demonstrações financeiras,entretanto, o conselho 
federal de contabilidade, órgão regulador da profissão contábil trata como 
demonstrações contábeis, os mesmos itens da lei. 
3.1 REDAÇÃO DA LEI 6.404/76 
 
CAPÍTULO XV 
 
Seção II 
 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
Disposições Gerais 
 
Art. 176 Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil de companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
 49
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício: 
 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; 
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. 
 
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos 
valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. 
(Vide § 1.º, b, do art. 295) 
 
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os 
pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não 
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a 
utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". 
 
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo 
a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela 
assembléia-geral. 
 
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros 
quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da 
situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
 
§ 5º As notas deverão indicar: 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de 
constituição de provisão para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas 
prováveis na realização de elementos do ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único); 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 
182, § 3.º); 
 50
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
f) o número, espécies e classes das ações da capital social; 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1.º); 
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da 
companhia. 
 
§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não 
superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos. 
( Redação dada pela Lei nº 9.457, de 05.05.97 )(...) 
 
Comentário: A Lei destinada às sociedades anônimas, há, no entanto, dois 
paradoxos, sendo o primeiro, a elaboração das demonstrações contábeis para as 
entidades limitadas (ltda), orientadas, pelo regulamento do Imposto de Renda (RIR), o 
segundo é, mesmo as entidades anônimas com patrimônio inferior a R$ 1.000.000,00, 
quando calcularem imposto de renda pelo regime de lucro real também são obrigadas a 
elaborar as Demonstrações como segue a norma abaixo: 
 
“(...) Todas as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro real, seja qual for o 
tipo societário adotado, estão obrigadas a elaborar, ao final de cada período de 
incidência do imposto de renda (trimestral ou anual), com observância das leis 
comerciais (Lei no 6.404, de 1976), as seguintes demonstrações financeiras (RIR/1999, 
art. 274; e PN no 34, de 1981)(...)” 
Balanço patrimonial; 
Demonstração do resultado do período; e 
Demonstração de lucros e prejuízos acumulados. 9 
 
 
9 Site http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr283a285.htm, itens 
perguntas e respostas “Demonstrações Financeiras, consulta dia 27/12/06. 
 51
3.2 DEFINIÇÃO DADA PELA RESOLUÇÃO CFC N.º 686/90 
 
Aprova a NBC T.3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das 
Demonstrações Contábeis. 
 
NBC T.3.1 – Das Disposições Gerais. 
 
3.1.1 – As demonstrações contábeis (*) são as extraídas dos livros, registros e 
documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de Entidade. 
 
3.1.2 – A atribuição e responsabilidade técnica do sistema contábil da Entidade 
cabem exclusivamente, a contabilista registrado no CRC. 
 
3.1.3 – As demonstrações contábeis observarão os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
 
3.1.4 – As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza, a data e/ou 
o período e a Entidade a que se referem. 
 
3.1.5 – O grau de revelação das demonstrações contábeis deve propiciar o 
suficiente entendimento do que cumpre demonstrar, inclusive com o uso de notas 
explicativas, que, entretanto, não poderão substituir o que é intrínseco às 
demonstrações às demonstrações. 
 
3.1.6 – A utilização de procedimentos diversos daqueles estabelecidos nesta 
Norma, somente será admitida em Entidades públicas e privadas sujeitas a normas 
contábeis específicas, fato que será mencionado em destaque na demonstração ou em 
nota explicativa. 
 
3.1.7 – Os efeitos inflacionários são tratados em Norma específica. 
(*) Inclusive as denominadas "financeiras" na legislação. 
 
 
 
 52
Comentário: 
 
Analisando as Leis, normas e regulamentos, percebe-se que as demonstrações 
contábeis são destinadas ao público externo, como os acionistas e governo, a pergunta é, 
por que não temos demonstrações publicadas para todas as empresas? 
 
A resposta poderia ser o custo da publicação nos jornais, mas quando se analisa 
uma empresa limitada, nada impede que esta empresa divulgue seus números à todas as 
partes interessadas, como os funcionário, clientes, fornecedores, associações entre 
outros, isto sim é transparência nas informações pois não tratar de governança 
corporativa os profissionais de contabilidade não devem se ater as Lei e normas, pois se 
todos praticarem a transparência logo ela se tornará Lei. 
 
Por exemplo, uma empresa limitada altamente endividada pode estar se 
dirigindo à falência isso está claramente apontado nos números contábeis e a falta da 
publicação independe que os funcionários fiquem sabendo, no mesmo exemplo, os 
fornecedores também não estarão sabendo do fato, assim a falta de informação pode 
estar prejudicando partes interessadas nesta empresa que não são somente os cotistas. 
 
A cartilha da Comissão de Valores Mobiliários (C.V.M.) que trata sobre a 
governança corporativa tende esta aplicação à entidades cuja o objetivo são os 
acionistas, razões obvias, pois este órgão regulamenta as Sociedades Anônimas em 
geral. 
 
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define: “Governança 
corporativa é o sistema pelo quais as sociedades são dirigidas e monitoradas, 
envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, 
Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança 
corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao 
capital e contribuir para a sua perenidade”10. 
 
 
10 Site http://www.ibgc.org.br/ibConteudo.asp?IDArea=2. 
 53
Através do conceito do IBGC, a governança deve ser praticada por qualquer 
entidade e o monitoramento e o aumento do valor da sociedade são registrados nas 
demonstrações. 
Código das melhores práticas de governança corporativa IBGC 3ª versão 
“3.5 Relatório Anual 
 
O relatórioanual é a mais importante e mais abrangente informação da 
sociedade e, por isso mesmo, não deve se limitar às informações exigidas por lei. 
Envolve todos os aspectos da atividade empresarial em um exercício completo, 
comparativamente a exercícios anteriores, ressalvados os assuntos de justificada 
confidencial idade, e destina-se a um público diversificado. 
 
O relatório anual deve incluir a mensagem de abertura, escrita pelo presidente 
do Conselho de Administração ou da Diretoria, o relatório da administração e o 
conjunto das demonstrações financeiras, acompanhadas, quando for o caso, do parecer 
da auditoria independente e do Conselho Fiscal”.11 
 
3.3 BALANÇO PATRIMONIAL 
3.3.1 DEFINICÃO12: 
 
O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de 
bens, direitos e obrigações. 
 
Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do 
patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação 
patrimonial da empresa em determinada data. Em terminologia moderna em uso no 
Brasil, o Balanço é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a 
posição financeira e patrimonial de uma entidade (em geral uma empresa) em 
determinada data, representando, tanto uma posição estática (igualdade ou elementos de 
inventário) como dinâmica (equilíbrio ou elementos de gestão). 
 
 
11 Site http://www.ibgc.org.br/imagens/StConteudoArquivos/Codigo%20IBGC%203º%20versao.pdf. 
12 Site http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan%C3%A7o_patrimonial. 
 54
No Direito Privado, era chamado anteriormente pelo Código Comercial 
Brasileiro de "Balanço Geral". A partir da lei 6.404/76, o Balanço das companhias 
passou a ser denominado de "Balanço Patrimonial", procurando diferenciar essa 
Demonstração Contábil do "Balanço Financeiro", próprio das entidades sem fins 
lucrativos. 
 
O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações) e o 
Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. 
 
3.3.2 REDAÇÃO DA LEI 6.404/76 
 
Seção III 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Grupo de Contas 
 
Art. 178 No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da companhia. 
 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
a) ativo circulante; 
b) ativo realizável a longo prazo; 
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo 
diferido. 
 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo exigível a longo prazo; 
c) resultados de exercícios futuros; 
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas 
de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados. 
 55
 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente. 
Ativo 
Art. 179 As contas serão classificadas do seguinte modo: 
 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte; 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término 
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos 
a sociedades coligadas ou controladas (art. 243), diretores, acionistas participantes no 
lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da 
companhia; 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à 
manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa 
finalidade, inclui os de propriedade industrial ou comercial; 
V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão 
para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos 
ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações 
sociais. 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá 
por base o prazo deste ciclo. (Vide art. 180) 
Passivo Exigível 
 
Art. 180 As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se 
vencerem no exercício seguinte, e no passivo exigível a longo prazo, se tiverem 
vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179. 
Resultados de Exercícios Futuros 
 56
 
Art. 181 Serão classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de 
exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. 
Patrimônio Líquido 
 
Art. 182 A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
 
§ 1º Serão classificadas como reservas de capitaI as contas que registrarem: 
(Vide arts. 193, § 1.º, e 204, § 1.º) 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a 
parte do preço de emissão das ações sem valor nominal, que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 
debêntures ou partes beneficiarias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; 
d) as doações e as subvenções para investimento. 
(Vide § 5ºdo art. 17) 
 
§ 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. 
§ 3º Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de 
aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com 
base em laudo nos termos do art. 8, aprovado pela assembléia-geral. 
(Vide arts. 176, § 5.º, c, 187, § 2.º, e 297) 
 
§ 4º Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. 
 
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução 
da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua 
aquisição. 
 
 
 57
Comentário: 
Graficamente o Balanço Patrimonial é representado da seguinte forma: 
 
 
 
 
Representação Gráfica do Balanço Patrimonial 
 
Esta é demonstração tem caráter acumulativo, funciona como uma foto ou 
radiografia, assim todos os números são reflexos não apenas de um período, mas de uma 
seqüência podendo naquele momento representar um fato relevante ou não. 
Por ser uma posição estática, podemos fazer uma comparação simplista, ou seja, 
se tirar uma foto de uma pessoa pela manhã onde provavelmente, estará com sono, 
cabelos bagunçados e de pijamas, podendo mostrar uma situação não muito favorável 
ou a própria pessoa na foto não se reconhecerá, o mesmo ocorre com o balanço 
patrimonial, pois os números apresentados nem sempre são favoráveis à entidade, 
entretanto, eles mostram a realidade. 
Como toda foto pode ser manipulada através de programa de computadores 
deixando a pessoa mais bela, o balanço patrimonial também é passível de ajuste 
deixando os números bem apresentados. 
Esses ajustes não refletem a realidade logo as conseqüências são inevitáveis 
como os escândalos que provocaram o início do pensamento da Governança 
Corporativa, esses casos são um ponto inicial para todo o enfoque de controles internos 
e demonstrações contábeis,

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