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Flávia Mapa – Turma X INTRODUÇÃO • A vertigem é um sintoma, sendo a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do ambiente ou o ambiente estar girando em torno dele; o Mais raramente é descrita como uma sensação de movimento em báscula no plano horizontal, movimento ascendente e descendente ou ilusão de rotação horária ou anti-horária no plano frontal. • Na maioria das vezes a vertigem decorre de lesão ou disfunção do aparelho vestibular ou da porção vestibular do VIII nervo craniano (n. vestibulococlear); • Comum em todas as idades e na população em geral; • Muitas vezes a queixa de tontura como sinônimo de vertigem, diagnosticada como labirintite, é usada erroneamente. A labirintite não é a causa mais frequente de vertigem; o A labirintite pressupõe um componente inflamatório no aparelho vestibular; ▪ Labirintite bacteriana: sinais flogísticos na orelha média, sinais toxêmicos e comprometimento do estado geral; ▪ Labirintite viral: infecção viral do nervo vestibular levando a um quadro vertiginoso auto-limitado. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO VESTIBULAR • O aparelho vestibulococlear se localiza na orelha interna; • Ele é composto por um conjunto de cavidades ósseas escavadas na parte petrosa do osso temporal, chamadas de labirinto ósseo; • O labirinto ósseo é dividido em aparelho coclear e vestibular; o O aparelho coclear é responsável pelos estímulos acústicos e o vestibular pela percepção de equilíbrio. • O labirinto ósseo vestibular consiste em três canais semicirculares e o vestíbulo; o Dentro do labirinto ósseo está o labirinto membranáceo, formado por três canais semicirculares (equilíbrio dinâmico), utrículo e sáculo (equilíbrio estático); ▪ No utrículo e sáculo existem cristais de carbonato de cálcio (otólitos). o Entre o labirinto ósseo e o membranáceo circula a perilinfa; o Dentro do labirinto membranáceo circula a endolinfa. • O VIII par (nervo vestibulococlear) tem fibras distintas para a parte coeclear e vestibular; • A parte vestibular tem neurônios localizados no gânglio vestibulococlear, com ramos que terminam Flávia Mapa – Turma X nos receptores vestibulares. A movimentação da endolinfa estimula as células ciliadas dos canais semicirculares, utrículo e sáculo, sendo os estímulos captados pelos receptores vestibulares e conduzidos ao gânglio vestibulococlear. Desse gânglio parte outro ramo que vai para os núcleos vestibulares da ponte e nesse núcleo parte axônios de neurônios que se comunicam com o cerebelo, medula espinhal, tálamo, núcleos dos nervos cranianos e córtex; • A vascularização é feita pela artéria labiríntica (principalmente), artérias acessórias provenientes da artéria estilomastóidea e arteríolas da parede medial da cavidade timpânica; • Drenagem venosa é feita pela veia labiríntica, que no final drena para a veia jugular interna; • Não há comunicação da orelha interna com vasos linfáticos ou linfonodos. O aparelho vestibular é irrigado tanto por ramos da artéria vertebral quanto por ramos da carótida externa. Por isso um AVC raramente se manifesta apenas por um quadro vertiginoso. AVALIAÇÃO CLÍNICA • A maioria dos pacientes com vertigem queixam-se de tontura; • Tontura pode se referir a várias coisas (rodopio, rotação, desmaio, escurecimento visual, irrealidade, instabilidade, desbalanço, desorientação, flutuações); • Deve-se esclarecer o que o paciente entende por tontura; • O equilíbrio é dado por três sistemas: vestibular, visual e proprioceptivo. Assim, reconhece-se quatro tipos de tontura: o Síncope; o Desequilíbrio; o Sensações cefálicas variadas; o Vertigem. SÍNCOPE • Perda breve da consciência devido a isquemia global cerebral transitória por diminuição do débito cardíaco; • Alguns tipos comuns de síncope: o Crises vasovagais (maior parte das síncopes): precedida por fraqueza, palidez, sudorese, sensação de desmaio iminente e não rotatória. Acompanhada de queda da pressão arterial e precipitada por stress emocional, visões de sangue ou odores; o Hipotensão ortostática: por anemia secundária a hemorragia, arritmias cardíacas; o Síncope aos esforços: estenose mitral ou aórtica. DESEQUILÍBRIO • Manifesta apenas durante a marcha, cessando quando o paciente está parado, sentado ou deitado; • Etiologias: neuropatia periférica, mielopatia, espasticidade, rigidez parkinsoniana, ataxia cerebelar; • Déficit sensorial múltiplo: desequilíbrio + déficits sensitivo-sensoriais (alterações visuais, auditivas, diminuição de sensibilidade). Comum nos idosos. SENSAÇÕES CEFÁLICAS VARIADAS • Série de sintomas vagos descritos como sensação de cabeça vazia; • Provocados por hiperventilação, hipoglicemia, depressão, ansiedade e esquizofrenia. VERTIGEM • Ilusão de movimento, geralmente rotatório; • Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia; • Sensação do paciente estar girando em torno dos objetos ou vice versa (vertigem objetiva) ou Flávia Mapa – Turma X sensação de a cabeça estar girando (vertigem subjetiva); • Reconhecida a queixa de tontura como vertigem deve se esclarecer se é uma vertigem periférica ou central. Vertigem periférica • Lesão no labirinto e/ou nervo vestibular até sua entrada no núcleo vestibular; • Pode ter tinnitus (zumbido) e hipoacusia; • Corpo pende para o lado da lesão durante a queda, mas não chega a comprometer a marcha; • Pode haver prostração, sudorese, palidez e perda breve da consciência; • Nistagmo: o Horizontal, rotatório ou misto; o Fatigável (diminui com o tempo); o Desaparece ao se fixar o olhar; o Não há mudança de direção do movimento; o Componente lento aponta para o lado da lesão. Vertigem central • Lesão no núcleo vestibular ou demais projeções superiores; • Não há hipoacusia ou tinnitus; • Pode estar associada a sintomas neurológicos: ataxia, disartria, diplopia, perda de consciência, déficits focais sensitivos ou motores ou dos nervos cranianos; o Manobra índex-índex: desvio do índex no sentido oposto ao componente rápido do nistagmo; o Avaliar pares cranianos e função cerebelar (disdiadococinesia, dismetria e tremor intencional) – alterações sugerem vertigem central. • Marcha comprometida; o Zigue-zague; o Aumenta ao fechar os olhos (sinal de Romberg +) – o paciente pode cair. • Pode haver persistência do sinal por mais de três semanas; • Muda a direção dos abalos; • Nistagmo de direção diferente em cada olho (atáxico); • Abalos em qualquer direção que não a horizontal. Manobra de Nylen-Bárány • Manobra para provocar nistagmo; • Coloca o paciente sentado na maca com a cabeça voltada para o lado a ser pesquisado; • Depois o paciente é posto em decúbito com a cabeça ligeiramente inclinada para baixo; • Ocorre nistagmo; • Na vertigem periférica ele tem um período de latência de alguns segundos antes de surgir e é menos intenso ao se repetir. Dura menos que 1 minuto (esgotável) e pode desencadear vertigem. • Na vertigem central ele dura mais que 1 minuto, não tem período de latência, se repete com a mesma intensidade a cada teste (inesgotável), vertigem leve ou sem vertigem (nesse caso ele pode ser considerado central). CAUSAS DE VERTIGEM • As causas mais comuns são as periféricas; • Diagnóstico na maioria das vezes é clínico. CAUSAS PERIFÉRICAS Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) • Causa mais frequente de vertigem; • Episódios breves, duram poucos segundos; • Desencadeados por mudanças na posição da cabeça (virar-se na cama, olhar para cima, deitar ou levantar, curvar-se); • Não associados a zumbidos ou surdez; • Ataques intensos podem levar a sensação persistente de desequilíbrio, podendo durar horas e provocar quedas; • Se dá pelo desprendimento de otólitos doutrículo que flutuam nos canais semicirculares (principalmente o posterior) provocando aceleração anormal da endolinfa e deflecção anormal da cúpula quando o paciente faz movimentos rápidos com a cabeça; • Pode ser devido a traumas, infecções virais, alterações isquêmicas degenerativas, e sem causa específica (mais comum); • Auto-limitada (geralmente), resolvendo-se em semanas ou meses; • Pode apresentar recorrência ou cronificação em idosos; • Diagnóstico: história clínica e teste de Nylen- Bárány. Vertigem Postural Fóbica (VPF) • Segunda causa mais comum de vertigem; • Combinação de sintomas subjetivos: Vertigem oscilatória, instabilidade postural, desequilíbrio, que ocorrem em ataques breves; • Desencadeados por situações específicas (locais movimentados, medo de sair de casa ou cair, ansiedade, depressão, pânico, agorafobia); o Associação com sintomas psiquiátricos. Flávia Mapa – Turma X • Tratamento: Antidepressivos, benzodiazepínicos e psicoterapia. Doença de Méniere • Episódios recorrentes e intensos de vertigem, acompanhados de hipoacusia, tinnitus, prostração, náuseas e vômitos; • Duração variável (minutos a horas); • Tríade: hipoacusia flutuante, tinnitus e vertigem recorrente que quando idiopática (sem razão aparente) é a doença de Meniere; • Sintomas são precedidos de pressão no ouvido, zumbido progressivo ou piora na audição; • Ocorre deteriorização progressiva da audição com o passar do tempo; • Pode haver aparecimento concomitante de sintomas ansiosos (déficit auditivo progressivo e crises repetidas de vertigem); • Provocada por um aumento no volume circulante de endolinfa dentro do labirinto membranoso por desequilíbrio entre síntese e reabsorção; • Idiopática, mas pode ser secundária a doença de Paget, sífilis ou trauma; • 30 – 60 anos; • Unilateral (maioria) ou bilateral. Vertigem medicamentosa • Aminoglicosídeos, anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), furosemida, antidepressivos, anti-hipertensivos, quimioterápicos, metais pesados; • Episódios logo após ou durante a exposição ao agente; • A retirada da droga costuma resolver, mas a lesão pode ser irreversível em alguns casos. Labirintite bacteriana • Extensão de processo infeccioso prévio no ouvido médio, meninges ou mastóide; • Vertigem, náuseas, vômitos, hipoacusia importante, cefaléia, dor local, hipertermia, secreção purulenta, quadro tóxico-infeccioso grave. Falência vestibular súbita • Também chamada de neuronite vestibular; • Infecção viral do nervo vestibular; • Perda da função de um dos labirintos levando a vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos; • Mais comum ocorrer um episódio único; • Costuma piorar com movimentos da cabeça (paciente fica imóvel); • Não costuma estar associada a zumbidos ou surdez; • História prévia de infecção respiratória alta aguda; • Melhora em dias ou semanas; • Outras causas: trauma craniano, neuropatia diabética, obstrução da artéria terminal labiríntica, encefalite do tronco cerebral. Vertigem por trauma craniano • Concussão do labirinto; • Desaparecimento dos sintomas em dias ou semanas mas pode se cronificar como uma vertigem posicional episódica. Neurinoma do acústico e tumor de ângulo pontocerebelar • O neurinoma do acústico surge (maioria das vezes) na porção vestibular do VIII par e se manifesta como hipoacusia e/ou tinnitus unilateral. Com a progressão surgem a vertigem e nistagmo. Pode comprometer o V e VII pares levando a hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano e paralisia facial homolateral; • Se ocorrer também ataxia ipsilateral dos membros como consequência de acometimento cerebelar, recebe o nome de tumor de ângulo pontocerebelar. CAUSAS CENTRAIS • Isquemia vertebrobasilar e aura da enxaqueca basilar são as mais comuns; o Isquemia vertebrobasilar: ▪ Acompanhadas de outros sintomas de disfunção do tronco cerebral: disartria, zumbido, perda flutuante da audição, diplopia, paresias ou parestesias bilaterais, as vezes diminuição do nível da consciência; ▪ Se for uma isquemia transitória a vertigem pode ser o único sintoma, mas a isquemia cerebral não vem só com vertigem isolada. o Aura enxaquecosa: ▪ Vertigem costuma ser seguida de cefaleia. • AVC isquêmicos ou hemorrágicos do cerebelo ou tronco: o Podem ter vertigem, mas costuma estar associada a outros sintomas de déficit neurológico. • Infarto cerebelar: o Vertigem e perda severa do equilíbrio podem ser as únicas manifestações iniciais. • Compressão da artéria vertebral: o Vertigem e nistagmo e pode haver outros sinais de comprometimento isquêmico do tronco cerebral (diplopia, disartria, disfagia, parestesias, déficits motores – bilaterais normalmente). • Neoplasias: o Predominam sintomas deficitários e irritativos, além de hipertensão intracraniana (cefaléia, diminuição da acuidade visual, vômitos – em jato ou não). Flávia Mapa – Turma X • Esclerose múltipla (EM): o Sintomas vestibulares, manifestações multifocais (debilidade ou paralisia motora, alterações sensitivas, visuais e cerebelares). • Epilepsia vestibular: o Crises breves e recorrentes de vertigem não associada a outros sintomas; o Quando seguidas de crise tônico-clônicas generalizadas estamos diante de vertigem epiléptica, sem dúvida. CAUSAS FISIOLÓGICAS • Cinetose: o Vertigem que ocorre em meios de transporte (carro, navio, avião, trem); o Náusea e mal-estar; o Discrepância na sensação de aceleração corporal; o Mais comum em crianças. • Vertigem das alturas: o Sensação subjetiva de instabilidade postural, associada a medo de queda e alterações vegetativas. • Posições da cabeça não habituais: o Ex: indivíduo estende exageradamente o pescoço para trocar lâmpadas. EXAMES COMPLEMENTARES E ENCAMINHAMNTO AO ESPECIALISTA • Exames complementares são geralmente de pouca valia, pois o diagnóstico é clínico (maioria); • Deve-se solicitar exames de imagem a pacientes com sinais de comprometimento neurológico ou vertigem central; o Ressonância nuclear magnética (preferível) – melhor visualização da fossa posterior; o Tomografia computadorizada. • Audiometria: pacientes com sinais de otosclerose ou queixa de hipoacusia; o Auxilia no diagnóstico da DM. • Encaminhar: o Vertigem central: neurologista; o DM: otorrinolaringologia; o Comprometimento agudo do SNC: emergência; o Labirintite bacteriana: avaliação otorrinolaringológica imediata (sequelas auditivas pelo processo infeccioso). TRATAMENTO • Etiológico, reabilitação vestibular e sintomático; • Fundamental o diagnóstico correto da vertigem e o reconhecimento da causa subjacente; • Frisar ao paciente que na maioria das veze sé um problema benigno e auto limitado. TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO Flávia Mapa – Turma X • Quadros agudos: o Repouso: idosos principalmente, para evitar quedas. • Vômitos: o Alimentação leve. • Doença de Méniere: o Dieta hipossódica (1-2g de sal por dia). • Reabilitação vestibular: o Exercícios individualizados; o Uso concomitante de medicamentos sintomáticos pode diminuir sua eficácia, atrasando o processo de compensação; o Vertigem postural, cinetose, vertigens crônicas, déficit sensorial múltiplo em idosos. • VPPB: o Manobra de Epley: ▪ Pode ser feita no consultório; ▪ Objetivo: reposicionar os otólitos do canal semicircular posterior de volta para o utrículo; ▪ Paciente inicialmente sentado com a cabeça voltada pra direita num ângulo de 45°, depois coloca-o na posição de decúbito com a mesma posição da cabeça (45° direita), depois coloca-o com a cabeça para a esquerda com o mesmo ângulo, depois em decúbito lateral esquerdo com o mesmo ângulo e cabeça voltada para esquerda e por último o pacienteé colocado sentado. Ele fica em cada posição por 30s; ▪ Não há evidências sobre os resultados dessa manobra a longo prazo. • Cinetose: o Orientar o paciente a tentar ampliar o campo de visão, olhando para o horizonte. • Vertigem das alturas: o Evitar situações desencadeantes. • Quadros vertiginosos crônicos ou recorrentes: o Psicoterapia em casos de ansiedade e insegurança. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO • Deve ser usado com parcimônia (poupar) e por breve período de tempo, pois interfere na compensação natural do SNC, devendo ser retirado gradualmente em poucos dias; • Quadros vertiginosos que duram mais que alguns dias são sugestivos de dano vestibular permanente, devendo-se interromper as medicações para favorecer a compensação do SNC; • Se não houver melhora: associar medicações de classes diferentes; • Uso abusivo pode agravar os sintomas; • Na VPPB é desnecessário pois as crises duram por curto tempo; • Cinetose: o Dimenidrato 50 mg, 30 minutos antes da viagem. • DM: o Hidroclorotiazida 50 – 100 mg por dia (melhora a vertigem mas não tem efeito sobre o tinnitus e perda auditiva). • Bloqueadores de canal de cálcio: o Flunarizina: 5 - 10 mg a noite; o Cinarizina: 12,5 mg – 25 mg três vezes ao dia ou 75mg como dose única a noite; o Doença de Méniere e algumas vestibulopatias periféricas é mais eficaz do que o não uso da medicação; o Evitar em pacientes idosos por risco de indução ao parkinsonismo; ▪ Nesses casos usar o dimenidrato 50 mg de duas a quatro vezes ao dia. • Benzodiazepínicos: o Alprazolam: 0,25 a 0,5 mg duas a três vezes ao dia; o Clonazepam: 0,5 mg a noite ou duas vezes ao dia; o Cloxazolam: 1 a 2 mg a noite ou duas vezes ao dia; o Diazepam: 2 a 10 mg por dia; o Cautela em idosos: depressão do SNC; o Usar em curtos períodos pois alteram de forma mais acentuada o processo de compensação e causam dependência. • Drogas vasoativas: o Betaistina 16 mg. • Náuseas e vômitos: o Domperidona 10 mg 3 a 4 vezes ao dia; o Difenidol 25 mg a cada 4-6 horas; o Ondansetrona 4 e 8 mg a cada 8 horas; o Dimenidrato 100 mg a cada 6 horas. CONCLUSÃO • O diagnóstico recai, na maioria dos casos, na anamnese e exame físico; • Portanto, o paciente deve receber um bom atendimento e deve evitar encaminhamentos e exames complementares desnecessários.
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