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Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium MALÁRIA E PLASMODIUM SP → A malária é causada por diversos parasitas do gênero Plasmodium. Quando falamos em transmissão humana, pensamos em: P.falciparum P.vivax P.malariae P.ovale → Já na transmissão selvagem, os principais agentes etiológicos são: P.simium P.knolesi → O mosquito fêmea do gênero Anopheles é o vetor da doença hospedeiro definitivo fase sexuada → Mamíferos, aves e répteis são os hospedeiros intermediários fase assexuada → O Plasmodium . sp pertence ao grupo dos apicomplexos → No estado grave da doença, é responsável por altas taxas de mortalidade → O combate da malária, entre um pool de outras doenças, está entre as metas do milênio (2000) da ONU PREVALÊNCIA DE CASOS DE MALÁRIA POR ESPÉCIES DE PARASITO → Em comparação com o continente africano, o Brasil possui mais casos por P. vivax do que P. falciparum → Casos de malária causados por P. vivax no continente africano são praticamente ausentes. Isso pode ser explicado pela seleção negativa de genes que codificam receptores para invasão de Plasmodium vivax naquelas populações CICLO DE VIDA Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium → Uma pessoa é infectada, quando recebe uma picada de um mosquito fêmea do gênero Anopheles, contaminado. A infecção se inicia quando o esporozoíto, forma infeciosa do parasito, é introduzido no sistema do hospedeiro intermediário. → A infecção se inicia na derme, passando para a corrente sanguínea, indo até o fígado, onde os esporozoítos invadirão os hepatócitos. Dentro dos hepatócitos ocorrerá uma divisão assexuada, que dará origem aos merozoítas. Cada hepatócito contaminado irá liberar milhares de merozoítos, que cairão na corrente sanguínea novamente, viajando até as hemácias e infectando-as. → Os merozoítos que infectam as hemácias irão se reproduzir (divisão assexuada) e romper os eritrócitos de forma cíclica., ocasionando acessos febris febre terçã e quartã ciclos de 48h e 72h, respectivamente → Os ciclos febris ocorrem pelo rompimento das hemácias e exposição de produtos tóxicos sintetizados pelos parasitos → Uma parte dos merozoítos presentes nas hemácias pode se diferenciar em gametófitos e possibilitar o reinício do ciclo, caso um anofelino pique a pessoa infectada, nesse estágio. MORFOLOGIA DO PLASMODIUM → Apicoplasto: É uma organela exclusiva de Apicomplexas Possui origem endossimbiótica justificada pela presença de 4 membranas uma cianobactéria (contendo 2 membranas) foi absorvida por uma alga (1 membrana) e, posteriormente, a alga (1 membrana) foi envolvida por endossomos da célula hospedeira (1 membrana) DNA circular anteriormente acreditava- se que era um DNA mitocondrial através de análises de relações filogenéticas, foi descoberto que, na verdade, o genoma se assemelha ao de cloroplastos de algas Funções: síntese de DNA, proteínas, heme, isoprenóides e ácidos graxos tipo II Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium → Motor actina-miosina: Está intimamente envolvido no processo de invasão, do parasito, nos eritrócitos. Após a formação da junção, que ocorre com a contribuição de, principalmente, duas proteínas (AMA-1, secretada pelos micronemas ; e ROM4), o motor actina- miosina possibilita o movimento de entrada do parasito na célula Ajuda o parasito no seu processo de motilidade Possui proteínas do tipo TRAP, que interagem com proteoglicanos das células do hospedeiro. Essa proteína está associada a um ATP dependente, que irá induzir modificações na conformação do complexo, culminando na geração de uma força de empuxo, o que irá ocasionar o movimento do parasito. → Organelas do complexo apical: Róptrias: o número dessas organelas varia de acordo com qual organismo, do grupo dos Apicomplexos, estamos falando. São organelas secretórias: secretam proteínas, as chamadas ROPs, configuradas em vesículas, que possuem a função de auxiliar na fomação do vacúolo parasitóforo Micronemas: são pequenas organelas detentoras de um grande número de proteínas, as conhecidas MICs. Essas proteínas funcionam como adesinas, ou seja, auxiliam o parasito a aderir na membrana celular do hospedeiro Grânulos densos: têm como missão o remodelamento da membrana do vacúolo; secretam uma proteína denominada PTEX, responsável por “exportar” proteínas para as hemácias FASE HEPÁTICA → Reconhecimento do tecido → Travessia de células de Kupffer → Travessia e invasão dos hepatócitos VACÚOLO PARASITTÓFORO (VP) → É uma espécie de bolsa, formada pela invaginação da membrana do eritrócito, durante a invasão do parasito, que envolve e protege o Plasmódio. → Constituído por proteínas de origem do complexo apical → O VP incorpora proteínas do próprio hospedeiro, como LC3, em sua membrana → Captura o tráfego de vesículas da rota endocítica das células do hospedeiro importante fonte nutricional para o desenvolvimento do parasito Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium → Ao fim do processo de multiplicação, por esquizogonia, o parasito rompe o vacúolo parasitóforo e passa a ocupar o citoplasma da célula do hospedeiro HIPNOZOÍTOS → Em P. vivax, pode ocorrer do parasito invadir hepatócitos e se desenvolver na forma latente, denominada hipnozoíto. → Responsável por causar recidivas da doença, mesmo sem novas infecções → Ressurgimento dos sintomas, meses ou anos após o fim da doença MECANISMOS DE SOBREVIVÊNCIA DO PLASMODIUM E ESCAPE DO SISTEMA IMUNO → Aumento da permeabilidade da hemácia infectada → Captação e digestão da hemoglobina acúmulo de hemozoína → Adesão ao endotélio → Formação de rosetas → Redução na flexibilidade das células infectadas FASE ERITROCÍTICA → Aderência e orientação → Formação de junção → Invasão e internalização → Formação do vacúolo parasitóforo O PLASMODIUM DEPENDE DAS ORGANELAS SECRETORAS DE PROTEÍNAS ESPECÍFICA S → Para conseguir se estabelecer nas células hospedeiras, o Plasmodium precisa se fazer dos processos de compartimentalização e síntese de proteínas na membrana celular mecanismos de endereçamento de proteínas exportação através da membrana do parasito e da membrana do vacúolo parasitóforo posteriormente transportadas para o citoplasma através de proteínas solúveis → MSP1: é uma proteína de superfície dos merozoítos, sintetizada durante a esquizogonia. Essencial para o contato inicial do Plasmodium com a célula hospedeira adesão a Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium receptores do endotélio evasão da resposta humoral → pfRh/EBA: proteínas presentes nas róptrias. Imprescindível para o processo de invasão das células (rotação). → pfRh5: participa do processo de aderência celular → PSAC (canal de superfície de ânion): baixa especificidade, preferência por ânions. Os transportadores na membrana do vacúolo parasitóforo e na membrana plasmática do parasito aumentam a permeabilidade e, assim, o aporte de nutrientes “BIG GLUP” E CAPTURA DE HEMOGLOBINA → Posterior à invasão celular, o parasito sofre uma espécie de fechamento (estágio de anel), formando um vacúolo digestivo → Nessa etapa, ele digere hemoglobina como fonte de proteína → Ação de hidrolases no processo → Gera mais espaço físico para o desenvolvimento parasitário, e reduz a pressão osmótica local → Formação de cristais de hemozoína SINTOMAS: MALÁRIA NÃO GRAVE → Paroxismo malárico: ocorre quando há ruptura das hemácias infectadas, e consequente liberação demerozoítos na circulação → Os sintomas são resultantes do processo inflamatório que surge pós lise eritrocítica, culminando no reconhecimento (por células do sistema imune) de merozoítos e cristais de hemozoína → Febres intermitentes → Dor de cabeça → Calafrios → Sudorese → Tremores → Náuseas → Vômitos → Processo inflamatório = tempestade de citocinas (citocinas pró inflamatórias) MALÁRIA GRAVE → Malária cerebral Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium → Malária renal → Malária pulmonar → Anemia severa → Sequestro capilar de eritrócitos → Elevada deposição tecidual de hemozoína → A tempestade de citocinas favorece o aumento da produção de moléculas que reconhecem a proteína MSP1 do parasito → A adesão de células infectadas, ao endotélio, é o principal fator que causa a malária grave → A adesão entre células infectadas é mediada por proteínas extracelulares, que são exportadas até a membrana plasmática de células hospedeiras, por parasitos. Esse processo pode gerar rompimento de casos sanguíneos e formação de trombos → O tropismo do parasito e a determinação da gravidade do quadro da doença estão relacionados com o perfil de expressão de MSP1 deferentes lócus da proteína MSP1 possuem diferentes afinidades por receptores citoaderência a diferentes órgãos PERFIL DE IMUNIDADE → Uma pessoa pode ter malária diversas vezes, até que consiga adquirir resistência → Crianças são mais suscetíveis à malária grave → Conforme o aumento da faixa etária e o amadurecimento do sistema imunológico, ocorre, também, maior manifestação da malária não grave maior exposição ao parasito maior equilíbrio entre mecanismos pró e anti- inflamatórios → Durante a fase adulta, ocorrem muitos casos de malária assintomática consequências importantes para a transmissão da doença DIAGNÓSTICO → Esfregaço sangue periférico, esfregaço delgado de sangue periférico (distinção específica de parasitos através da análise morfológica) ou método da gota espessa (microscopia óptica + coloração Walker) → Kit de diagnóstico rápido detecta antígenos de parasitos através de anticorpos monoclonais/policlonais + método imunocromatográfico (revelação) → PCR PCR convencional/Nested PCR/PCR em tempo real TRATAMENTO → Drogas antimaláricas: Cloroquina Quinina Derivados da Artemisina Maritza Pires Monteiro Resumo aula Protozoologia - Plasmodium Quinina + Clindamicina Primaquina → Mecanismos de ação Modulação da fisiologia do vacúolo digestivo Digestão da hemoglobina Processo de cristalização da hemozoína
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