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Bibliografia: MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A. Microbiologia médica - 8. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Capítulo: 41 – Papilomavírus e Poliomavírus Exame E6 E7 para diagnóstico da atividade oncogênica do HPV papilomavirus humano - YouTube Família Papillomaviridae Gênero Alphapapillomavirus, Betapapillomavirus e Gammapapillomavirus Morfologia Não envelopado, genoma DNA fita dupla circular e capsídeo proteico (L1 e L2 reconhecem os receptores e fazem a adsorção) Genoma DNA do HPV codifica 7 ou 8 genes precoces (E1 a E8), e 2 genes tardios (L1 e L2) · Genes que começam com E: gene precoce (começa a leitura) - E1: liga-se ao DNA na ori e promove a replicação do DNA viral e apresenta atividade da helicase - E2: liga-se ao DNA e auxilia E1 na síntese do RNAm viral, ou seja, regula a expressão de oncogenes virais (E6 e E7) - E4: rompe citoqueratinas para promover a liberação - E5: ativa o receptor EGF para promover a multiplicação - E6 e E7: nas cepas de alto risco – genes de imortalização e associados ao câncer cervical humano – inibem a p53 e pRb respectivamente · Genes que começam com L: gene tardio (começa a leitura tardiamente) e são proteínas estruturais do capsídeo Genótipos e Tropismo 180 genótipos de HPV podem causar infecção no homem 45 envolvidos em DST - 27 genótipos de baixo risco (não oncogênicos – apenas verrugas genitais): HPV-6, HPV-11 Tropismo: células cutâneas/tecido epitelial Causa: alterações no tecido epitelial: papilomas e condiloma - 12 genótipos de alto risco (oncogênicos): HPV-16, HPV-18 Tropismo: tecido mucoso Causa: neoplasia · NIC I · NIC II · NIC III NIC II e NIC III: alto risco para a evolução de carcinoma Observação: pode haver coinfecção com HPV de baixo e de alto risco Transmissão · Contato direto · Contato sexual - Intercurso genital: genital-genital, manual-genital, oral-genital Observação: o uso de preservativo pode reduzir o risco, mas não é totalmente seguro · Rotas não-sexuais - Mãe para recém-nascido - Objetos: roupas intimas, luvas cirúrgicas, fórceps para biopsias, etc. Observação: imunossuprimidos possuem recorrência e casos mais graves Diagnóstico - Papanicolau ou teste de Citopatologia (a nível celular) · Coilocitose: vacúolos nas células – região mais clara no citoplasma · Binucleação · Disceratose: núcleos aumentados ASCUS: resultado de exames citopatológico - Colposcopia: - Biópsia (a nível histopatológico) - Teste de biologia molecular: único que tem como saber se é genótipo de baixo risco ou de alto risco PCR (identifica a sequência de DNA viral a partir de uma sequência conhecida – reação em cadeia da Polimerase – detecção do DNA viral e expressão do RNAm de E6 e de E7), genotipagem, captura hibrida Observação: biologia molecular apenas se precisar porque uma infecção pode ser transitória (tem que fazer o acompanhamento) · Laudos inconclusivos · Lesões persistentes · Pacientes com recidivas · Histórico familiar (fatores mutados familiar pode servir de fator de risco) Se, for detectado HPV de alto risco: · Tranquilizar o paciente · Acompanhar paciente de 6 em 6 meses · Iniciar tratamento · Triagem do parceiro sexual Tratamento Baixo risco: retirada de verrugas (estética), porém é melhor esperar que a verruga suma sozinha Alto risco: remoção cirúrgica do carcinoma cervical + quimioterapia e/ou radioterapia Prevenção O preservativo previne 100% dos casos de câncer cervical, mas previne 80 a 90% dos casos de condiloma - Mudança do comportamento sexual - Eliminação dos fatores de risco - Diagnóstico precoce - Vacinação (vetor recombinante e aplica via intramuscular). Principal antígeno: proteínas L1 do capsídeo · Público: HPV-16 e HPV-18 (bivalente – Cervarix) · Particular: HPV-6,11,16 e 18 (tetravalente – Gardasil) Ciclo de replicação dos genótipos de baixo risco Apresenta tropismo para as células basais da epiderme, logo o vírus alcança a camada de células basais por meio de fissuras na pele A proteína L1 do HPV vai se ligar a proteoglicanos de heparina e integrina alfa-6 e outros receptores da célula Há o desnudamento Os genes precoces estimulam a multiplicação celular no núcleo (o DNA viral continua circular) Quando o vírus está dentro da célula, ele induz mitoses de células de camadas acima da que ele está; estando o vírus nos ceratinócitos basais, ele estimula que células do extrato espinhoso que se multipliquem, o processo é chamado de acantose Conforme as células vão se diferenciando, as partículas virais aumentam também Nas camadas superficiais (granulosa ou córnea), os genes de queratina são superexpressos por estimulo viral, o que faz ter maior síntese de queratina (hiperceratose), formando, assim, projeções epiteliais (papilomatose) e, consequentemente, verrugas À medida que a célula da pele infectada amadurece e se direciona para a superfície, o vírus atravessa as camadas da pele, sendo liberado com as células mortas da camada superior Logo, não há resposta inflamatória porque o vírus sai de acordo com a descamação da camada córnea e para combater o vírus é necessário NK e LT T CD8 (por se intracelular) Ciclo dos genótipos de alto risco Após a penetração do vírus na camada mucosa por meio de fissuras na epiderme, o HPV desnuda nas células e começa a replicação viral no núcleo Para que se tenha a integração do DNA viral ao DNA humano, na região do gene E2 ocorre uma clivagem e o gene E2 perde sua função (regula a expressão do E6 e do E7). Com isso, o DNA viral que antes era circular, vira linear e assim, há a inserção do DNA viral no humano Observação: nos vírus de baixo grau o DNA continua circular por isso não gera carcinogênese Quando se tem muita expressão do gene E2, os genes E6 e E7 são suprimidos, há uma lesão benigna e o DNA permanece circular sem interação com o DNA humano. Já, quando há pouca expressão gênica do gene E2, os genes E6 e E7 exercem sua função: · E6 se fixa e degrada o produto proteico do p53, deixando a célula humana livre da regulação negativa do p53 – ubiquitinação (a p53 regula o ciclo celular, não permitindo que a célula continue o ciclo de mitose se estiver algo errado – para as células em G1 e induz a apoptose) · Em uma lesão celular causada pelo vírus, a E7 se liga a pRb, mimetizando uma fosforilação, inibindo a pRb e essa interação permite que a E2F atue nos fatores transcricionais, o que leva a progressão do ciclo celular (normalidade: quando há lesão celular, a Rb inibe o gene E2F e o ciclo celular é interrompido G1 para S) Visto isso, o novo DNA integrado começa a ser traduzido e as células passam por mudanças neoplásicas:
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