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BIOQUÍMICA – MEDICINA Metabolismo Metabolismo: rede integrada de reações químicas nas células com objetivo de extrair energia e poder redutor do meio ambiente, além de sintetizar blocos de formação de suas macromoléculas. Objetivo do metabolismo: - Obter energia química do meio ambiente (não é produção) - Sintetizar blocos de formação de suas macromoléculas - Sintetizar e degradar as moléculas necessárias para as funções celulares especializadas Catabolismo: forma ATP a partir de nutrientes (macromoléculas), além de produtos para excreção, como água, CO2 e NH3 – degradação = convergentes Anabolismo: utiliza o ATP para formar macromoléculas como proteínas, polissacarídeos, lipídeos e ácidos nucleicos – biossíntese = divergentes ATP: Trifosfato de Adenosina - principal molécula energética. Carreadores importantes de elétrons que formam ATP: NAD(P)H → derivado da niacina (vitamina B³) FADH² → derivado da riboflavina (vitamina B²) GLICOSE: - Carboidrato responsável por mais de 50% da energia – glicose principal fonte Possíveis destinos da glicose: Armazenamento: células humanas = glicogênio / vegetais = amido, sacarose Pode servir de fonte para a síntese de polímeros estruturais = matriz extracelular e polissacarídeos da parede celular Servir como fonte para vias oxidativas: - GLICÓLISE: formando piruvato - PENTOSE-FOSFATO: formando ribose-5-fosfato GLICÓLISE: ETAPA 1: Fosforilação da Glicose Glicose: molécula de 6 carbonos Glicose entra células - liga-se radical fosfato (fosforilação) - forma glicose-6-fosfato - A fosforilação da glicose é quase inteiramente irreversível - exceto em célula hepáticas, célula epitélio tubular renal, células epitélio intestinal Enzimas promotoras: Glicocinase → fígado - Hexocinase → demais células Função dessas enzimas na fosforilação é manter a glicose no interior célula, pela ligação quase instantânea glicose-fosfato ETAPA 2: isomerização da glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato - realizada pela enzima fosfoglicose-isomerase - ainda tem 6 carbonos ETAPA 3: fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato - ainda tem 6 carbonos - realizada pela enzima fosfofrutoquinase-1 - primeira etapa que vai determinar a velocidade dessa oxidação - necessita de 1 ATP = gasto de 1 ATP - cineticamente e termodinamicamente irreversível - fosfofrutoquinase-1 desvia a glicose de forma irreversível para a via glicolítica – essa enzima controla a entrada da glicose na glicólise ETAPA 4: frutose-1,6-bifosfato é quebrada em 2 compostos fosforilados de 3 carbonos - quebra a molécula em duas: 3 carbonos cada - realizada pela enzima aldolase - esses compostos de tri-fosfatos são: diidroxiacetona-fosfato e gliceroladeido-3-fosfato ETAPA 5: conversão de diidroxiacetona-fosfato em gliceraldeio-3-fosfato - enzima triose-fosfato-isomeras converte a diidroxiacetona-fosfato em gliceraldeio-3-fosfato SALDO DA FASE PREPARATÓRIA: 2 moléculas de gliceraldeio-3-fosfato a partir de 1 molécula de glicose e 2 gastos de ATP ETAPA 6: gliceraldeído-3-fosfato é oxidado e fosforilado - intermediários da glicólise podem doar fosfato para o ADP produzindo ATP - enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase oxida o grupo aldeído em carboxílico e transfere os elétrons para o NAD formando o NADH e se transforma em 1,3-bifosfatoglicerato ETAPA 7: o fosfato do 1,3-bifosfatoglicerato é transferido para o ADP formando 1 ATP - Realizada pela enzima fosfogliceratoquinase - ao doar um fosfato pra formar 1 ATP o 1,3-bifosfatoglicerato se transforma em 3-fosfoglicerato ETAPA 8: o 3-fosfoglicerato doa um carbono formando o 2-fosfoglicerato - realizada pela enzima fosfoglicerato-mutase ETAPA 9: - transformação de fosfoenolpiruvato - ocorre a liberação de um H2O - catalisada pela enzima enolase ETAPA 10: transferência de um fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP formando 1 ATP e 1 piruvato - realizada pela enzima piruvatoquinase *como cada molécula de glicose forma 2 de gliceraldeído-3-fosfato a fase de pagamento é duplicada (uma pra cada molécula) então, no fim, gera 4 ATPS, mas como 2 ATP foram consumidos = saldo final – 2 ATP O NADH produzido pela glicólise deve ser continuamente reoxidado a NAD para servir novamente como receptor de elétrons Duas opções de reoxidação do NADH: Via metabólica aeróbica = onde ocorre a ação das lançadeiras de glicerol-3-fosfato e malato-aspartato trazendo os elétrons de volta, através da membrana mitocondrial, se juntando na cadeia de transporte de elétrons Via metabólica anaeróbica = NADH é reoxidado no próprio citoplasma, pela enzima lactato-hidrogenase, que vai reduzir o piruvato à lactato DESTINOS DO PIRUVATO: Aeróbicas: entra na mitocôndria, é convertido em Acetil-co-A e o Acetil-co-A vai ser oxidado do Ciclo de Krebs Anaeróbicas: conversão do piruvato em lactato – algumas leveduras podem converter o piruvato em Etanol e CO2 Quando a capacidade da célula de oxidação é limitada (como células sem mitocôndrias: eritrócitos) – a disponibilidade de O2 para a célula é muito pequena = piruvato e lactato produzidos na glicólise não conseguem ser oxidados – então o NADH é reoxidado em NAD. VIA DE PENTOSE: Objetivo: formar NADPH - síntese de lipídeos (ácidos graxos e colesterol), defesa antioxidante (GSH), síntese de neurotransmissores, síntese de nucleotídeos. - A via da pentoses fosfato é uma rota catabólica alternativa de oxidação da glicose-6P, que ocorre no citosol, sem produção de ATP, mas com geração de NADPH e pentoses fosfato = formar ribose-5-fosfato e NADPH Esta rota corresponde a um processo multicíclico onde: - 6 moléculas de glicose-6P entram no ciclo; - 6 moléculas de CO2 são liberadas; - 6 moléculas de pentose-5P são formadas; - estas pentoses-5P se reorganizam, regenerando 5 moléculas de glicose-6P. Localização: o NADPH produzido pela via das pentoses fosfato é utilizado pelas células dos tecidos em que ocorre a síntese de grande quantidade de ácidos graxos (fígado, tecido adiposo, glândulas mamárias durante a lactação). Também ocorre onde há síntese de colesterol e hormônios esteróides (fígado, glândulas adrenais e gônadas) CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS: proteínas → aminoácidos → glicose proteína não deve servir como reserva energética Visão geral: - separar o aminoácido do grupo amina = alfa-cetoácido - amina livre → roda de biossíntese ureia da amônia Fluxo do Nitrogênio dos aminoácidos para a ureia: - os grupos amino para a síntese da ureia são coletados na forma de amônia e aspartato transaminação = transporte de aminas - uréia tem nitrogênio = que precisa ser removido (esqueleto C) aminoácido = separa o N = uréia = amônio - aminoácido = piruvato e acetil-coa - acetil-coa = acetoacetil-coa = corpos cetônicos - aminoácido cetogênicos = acetil-coa = corpos cetônicos (caixas azuais) - aminoácidos glicogênicos = piruvato - aminoácidos mistos **jejum prolongado usa ácido graxo e depois lactato - aminoácido é no início do jejum GLICONEOGÊNESE: - processo de síntese de glicose a partir de precursores não-glicolíticos como glicerol (parte polar), piruvato, aminoácidos e lactato. - durante o jejum, toda a glicose deve ser sintetizada a partir desses precursores não-glicídios - ocorre no fígado (rins) - a maioria dos precursores deve entrar no ciclo de Krebs em algum ponto para ser convertido em oxaloacetato - o oxaloacetato é o material de partida para a gliconeogênese - obtido do lactato = piruvato - obtido do ciclo de Krebs = acetil-coa para formar o citrato - síntese de glicose a partir de piruvato - utiliza várias reações da glicólise Diferencia da glicólise pois três reações da glicólise são essencialmente irreversíveis: hexoquinase fosfofrutoquinase piruvato quinase METABOLISMO DO GLICOGÊNIO: - Polissacarídeo ramificado (permite rápida síntese e degradação) - Possui ligações glicosídicas 1,4 (lineares) e 1,6 (ramificadas). - Presente no fígado e no músculo, armazenado após uma refeição posteriormente ao jejum. Músculo: necessidade de ATP, mas sem muitos nutrientes no momento → atividade física dor = acúmulo de lactato Fígado: usadono jejum → abastece o corpo (cérebro e eritrócitos) glicose-6-fosfato = não é reconhecida pelo transportador (o fígado contém uma enzima para realizar transformação em glicose-1-fosfato) → início da glicogênese GLICOGÊNESE: - glicose entra na célula e vira glicose-6-fosfato (podendo seguir várias vias), sobre ação da fosfoglicomutase e vira glicose-1-fosfato. Depois se transforma em um “primer” de glicogênio, e depois no próprio glicogênio. - No fígado, ele mantem os níveis de glicose circulantes para manter glicemia sanguínea *glicogenólise é o inverso da glicogênese (onde ocorre a quebra das ligações α-1,4, liberando glicose) → O principal ativador da glicogênese é a insulina CICLO DE KREBS: História: 1930: as peças do quebra-cabeça acerca do passo intermediário da respiração celular começaram a se encaixar 1937: Krebs forneceu algumas das peças faltantes ao quebra-cabeça da respiração celular e as montou para formar uma imagem mais completa - seus estudos ajudaram a descrever como as células usam e obtém energia - prêmio Nobel de fisiologia e Medicina em 1953 RESPIRAÇÃO CELULAR: acontece em 3 etapas: - Glicose, ácidos graxos e alguns aminoácidos são oxidados para produzir acetil-COA - Acetil-COA entra no ciclo de Krebs, e é oxidada a CO2; a energia liberada é conservada nos transportadores de elétrons reduzidos NADH e FADH² - As coenzimas reduzidas são oxidadas, os elétrons são transportados pela cadeia respiratória; a grande quantidade de energia liberada é conservada na forma de ATP CICLO DE KREBS: - ciclo metabólico, pois o oxaloacetato, que inicia a via metabólica, sofre transformações e é regenerado no final - o piruvato sofre uma descarboxilação pela piruvato desidrogenase para formar a Acetil-CoA, C02 (marcador) e NADH. - o sistema enzimático do ciclo está localizado nas mitocôndrias (matriz) - é um pivô do metabolismo, com vias catabólicas chegando e vias anabólicas partindo, sendo cuidadosamente regulado em coordenação com outras vias FUNÇÃO DO CICLO DE KREBS: - promover a degradação de produtos finais do metabolismo dos carboidratos, lipídios e de diversos aminoácido, ou seja, oxidar a acetil-CoA em CO2 função catabólica: maior fornecedor de elétrons para a cadeia respiratória função anabólica: produção de intermediários usados como precursores na biossíntese de aminoácidos e outras biomoléculas glicose -> piruvato -> acetil-COA - saldo de carbono = 0 FASES DO CICLO DE KREBS: (1) condensação de Claisen: - grupo metil da acetil-COA reage com oxaloacetato = citrato - citrato-sintase (2a) desidratação/reidratação: - aconitase - troca de posição da hidroxila - isocitrato é o produto (2b) reidratação - isocitrato-desidrogenase - retirada de elétrons - primeira molécula de NADH – formação de alfa-cetoglutarato (3) descarboxilação oxidativa: - complexo da alfa-cetoglutarato-desidrogenase – forma succinil-CoA - coenzima a - solta CO2 (oxidação de 1 átomo de carbono) e 1 NADH (4) descarboxilação oxidativa: - succinil-COA-sintetase – converte succinil-CoA em Succinato - fosforilação de GDP = GTP - análogo de ATP (mesma coisa) (5) fosforilação ao nível do substrato: - succinato-desidrogenase – converte succinato em fumarato - produz FADH2 -> oxidação (6) desidrogenação: - fumarase converte em malato -> até chegar em oxalacetato (7) hidratação: (8) desidrogenação: REGULAÇÃO DO CICLO DE KREBS: - É inibido por NADH, Acetil-CoA e ATP - É ativado por piruvato, NAD+, ADP e AMP - Ca importante ativador das enzimas durante a contração muscular. OBJETICO DO CICLO DE KREBS: - Oxidar acetil-coa em CO2 e água - fornecer elétrons para a cadeia respiratória e gerar ATP (maior fornecedor). IMPORTANTE: - Cada volta no ciclo da molécula oxidada de Acetil-CoA forma 3 NADH – 1 GTP (ATP) – 1 FADH2 - 2 CO2 CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA: Mitocôndria: - transferência de elétrons provenientes de rotas metabólicas através de reações de óxido-redução com captação de energia liberada nestas reações formando ATP - fosforilação do ADP formando ATP a partir da absorção da energia liberada nas reações de óxido-redução Membrana mitocondrial interna contém os complexos 1, 2 (periférica), 3 e 4 são complexos de proteínas: coenzima Q: transporta elétrons do complexo 1 e 2 para o complexo 3 citocromo C: tem grupo heme, transporta elétrons do 3 para o 4 · NADH → complexo 1 → NAD + → volta para o ciclo (ciclo de krebs, glicólise…) · no complexo 1 → caminha pelas proteínas → bombeamento de prótons da matriz · elétrons do NAD + → coenzima Q → complexo 3 → bombeamento de prótons… · elétrons do NAD + → citocromo C → complexo 4 → bombeamento de prótons… · FADH2 acontece o mesmo processo, mas começa pelo complexo 2 e não acontece bombeamento de prótons · o gradiente também é energia · a volta dos prótons para a matriz forma energia · atp sintase usa o gradiente de prótons CATABOLISMO DE ÁCIDO GRAXOS Fontes de ácidos graxos para oxidação: - biossíntese a partir de carboidratos e aminoácidos - triglicerídeos dos adipócitos - lipídios da dieta alimentar Transporte dos ácidos graxos para a Matriz Mitocondrial: - Os triglicerídeos possuem uma cabeça polar chamada glicerol e três moléculas de ácidos graxos acopladas a ele. Catabolismo – envolve a degradação de todas as quatro moléculas geradas pela degradação dos triglicerídeos. - Glicerol normalmente é usado para Gliconeogênese. - Os ácidos graxos entram na beta-oxidação, onde ocorre a diminuição da cadeia carbonada, formação de acetil-CoA, NADH e FADH2, entrando no ciclo de Krebs e na cadeia respiratória Ativação dos ácidos graxos: - Primeiro ocorre a ativação/marcação dos ácidos graxos pela carnitina. A carnitina doa um grupamento acil para o acido graxo que vai entrar na mitocôndria, formando o acil ácido graxo. - Uso de enzimas carnitina aciltransferase I para passar a carnitina acil para dentro da mitocondria para doar o grupamento acil. A carnitina aciltransferase II traz de volta a carnitina sem o grupamento acil. Beta oxidação – ocorre nas mitocôndrias e nos Peroxissomos. - degradação dos ácidos graxos em acetil-CoA. - A beta oxidação peroxissomal é diferente da mitocondrial, ocorrendo apenas três reações, pois apenas encurta as cadeias de ácidos graxos muito longos, passando-os para a mitocôndria. - Quando os ácidos graxos foram de cadeia impar, forma a propionil-coa na ultima volta do ciclo. No final ele se transforma em succinil-coa e entra no ciclo de Krebs. - Os ácidos graxos vão ser apenas degradados se tiver pouca demanda de glicose, ou seja, pouca demanda/níveis de insulina. Formação de corpos cetônicos - uma forma transportar energia para os tecidos extra-hepáticos a partir da acetil-CoA formada na beta-oxidação. - corpos cetonicos formados no fígado para irem ao sangue e serem captados em nos tecidos extrahepaticos para serem usados para formação energética. REGULAÇÃO INTEGRADA DO METABOLISMO: Mecanismo de regulação metabólica: - ativação e inibição alostérica (funcionamento nas formas T e R - modificação covalente de enzimas (sistema liga/desliga) → sinalização - mudanças na quantidade: a quantidade de enzimas é controlada por influência nas velocidades de síntese e de degradação a regulação da quantidade de enzima é geralmente um processo muito lento Especialização dos órgãos: entre eles, os metabólitos transitam por rotas bem definidas, nas quais o fluxo varia com o estado nutricional do organismo cérebro: jejum usa corpos cetônicos, dieta normal usa glicose = CO2 - faz oxidação aeróbia - Na/K/ATPase Músculos: atividade leve ou repouso: ácido graxo, corpos cetônicos e glicose sanguínea atividade intensa: glicogênio muscular = produz lactato - sistema CK-PCr-Cr (creatina quinase) tecido adiposo: glicose na formação de glicerol e ácidos graxos para triglicerídeos fígado: controle metabólico, aminoácidos e ácidos graxos - produz glicogênio Rotas metabólicas interorgâncias: · ciclo de Cori · ciclo glicose-alanina: transporte de N Mecanismo de ação hormonal: - insulina (anabólico)- glucagon (catabólico) anabólica: alimentação -> aumento da insulina -> síntese de glicogênio catabólica: jejum -> diminui a glicemia -> aumento do glucagon - manter a glicemia por meio da ativação da glicogenólise e gliconeogênese Metabolismo em diferentes condições fisiológicas: 2
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