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Prévia do material em texto

Curso de Especialização em Atenção Domiciliar
Módulo 7
Situações clínicas comuns na 
Atenção Domiciliar em idosos
Mariangela Soares 
Milena Rodrigues Agostinho 
Natália Sevilha Stofel 
Nuno de Matos Capeletti
Patrícia Mirapalheta Pereira 
Rafaela Aprato Menezes
Samanta Maagh
Veridiana Bohns Duarte 
Camila Rose G. B. Schwonke
Celmira Lange
Elaine Thumé
Fernanda dos Santos
Louriele Wachs
Luciana Rezende
Marcelo Souza Duarte
GOVERNO FEDERAL
Presidente da República
Ministro da Saúde
Secretário de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde (SGTES)
Secretária de Atenção à Saúde (SAS)
Coordenadora Geral de Atenção Domiciliar 
(CGAD)
Responsável Técnico pelo Projeto UNA-SUS
MATERIAL EDUCACIONAL
Editores | Anaclaudia Gastal Fassa; Luiz 
 Augusto Facchini.
Editores Associados | Deisi Cardoso; Elaine 
 Thumé; Everton Fantinel; Rogério 
 Linhares.
Casos Clínicos | Camila Rose G. B.
 Schwonke; Celmira Lange; Elaine
 Thumé; Fernanda dos Santos; 
 Luciana Rezende; Marcelo Souza
 Duarte; Milena Rodrigues
 Agostinho; Natália Sevilha
 Stofel; Nuno de Matos Capeletti;
 Patrícia Mirapalheta Pereira;
 Rafaela Aprato Menezes; Samanta 
 Maagh; Veridiana Bohns Duarte.
Testes | Adriana Roese; Bárbara Lutz; Deisi 
 Cardoso Soares; Everton Fantinel 
 Maria Laura Vidal Carret; Natália
 Sevilha; Rogério Linhares;
 Samanta Maagh.
Material de Apoio | Deisi Cardoso Soares; 
 Mirelle Saes; Luciana Rezende;
 Samanta Maagh.
Admissão e Monitoramento | Elaine Thumé; 
Mariangela Soares; Louriele Wachs.
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
Coordenação | Alessander Osório. 
Design e Desenvolvimento | Adrian Neuhaus; 
Ana Paula Caruso; Diogo Rodriguez; 
Gabriel de Rosso de Menezes; Tiago 
Al-Alam; Vanderson Oliveira da Silva.
Módulo 7
Situações clínicas comuns na 
Atenção Domiciliar em idosos
Pelotas | RS
UFPel
2015
Material instrucional resultado da transposição didática de conteúdo já publicado pelo Progra-
ma Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar a Distância através da par-
ceria entre o Ministério da Saúde (CGAD) e as Universidades integrantes da Rede Universidade 
Aberta do SUS (UFMA, UFC, UFSC, UFMG, UFCSPA, UFPE, UFPel, UERJ).
CRÉDITOS DO MATERIAL INSTRUCIONAL ORIGINALMENTE PRODUZIDO PELA UFPel DENOMI-
NADO DE ABORDAGEM DOMICILIAR EM SITUAÇÕES CLÍNICAS COMUNS EM IDOSOS
Módulo 7
Situações clínicas comuns na 
Atenção Domiciliar em idosos
Pelotas | RS
UFPel
2015
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM 
ATENÇÃO DOMICILIAR/UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA 
CATARINA
Reitora | Roselane Neckel
Vice-Reitora | Lúcia Helena Pacheco
Pró-Reitora de Pós-graduação | Joana 
Maria Pedro
Pró-Reitor de Pesquisa | Jamil Assereuy 
Filho
Pró-Reitor de Extensão | Edison da Rosa
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Diretor | Sérgio Fernando Torres de Freitas
Vice-Diretora | Isabela de Carlos Back 
Giuliano
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
Chefe do Departamento | Antônio 
Fernando Boing
Subchefe do Departamento | Fabrício 
Menegon
Coordenadora do Curso de 
Especialização | Marta Verdi
REPRESENTANTES UNA-SUS/UFSC
Antônio Fernando Boing, 
Elza Berger Salema Coelho 
EQUIPE DO CURSO DE 
ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO 
DOMICILIAR
Coordenação Geral | Marta Verdi
Coordenadora Executiva | Rosângela 
Leonor Goulart
Coordenadora de Avaliação | Kenya 
Schmidt Reibnitz
Coordenadora de AVEA | Alexandra 
Crispim Boing
Coordenadora de Tutoria | Deise Warmling
Supervisora de Tutoria | Sabrina Faust 
Coordenação de Atividades de 
Aprendizagem | Melisse Eich
Assessoria Pedagógica | Marcia Regina Luz
Assessoria de Mídias | Marcelo Capillé
Apoio de Atividades de Aprendizagem | 
Maria Esther Baibich
Apoio Encontros Presenciais | Elisângela 
Miranda
Apoio AVEA | Cristiana Abreu
Apoio de secretaria | Eliane Ricardo 
Charneski
Secretaria Acadêmica | Olivia Zomer dos 
Santos, Dalvan de Campos
Validação Externa de Transposição 
Didática | Melisse Eich
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE 
TRANSPOSIÇÃO DE MÍDIAS
Moodle Design | Maicon Hackenhaar 
de Araújo
Aplicação de mídias ao Moodle | João 
Jair da Silva Romão, Kornelius 
Hermann Eidam
Desenvolvimento de Tecnologia da 
Informação | Diogo Francisco 
Réus Carlos
Design Instrucional e Revisão Textual | 
Adriano Sachweh
Projeto Gráfico, Design de Capa | Laura 
Martins Rodrigues
Diagramação | Tarik Assis Pinto
Criação da Marca do Curso | Pedro Paulo 
Delpino 
Sumário
Apresentação do módulo ___________________________________________________11
Parte I - Abordagem domiciliar para enfermeiros e médicos
Unidade 1
Admissão e monitoramento na internação domiciliar _______________________15
1.1 Introdução da unidade __________________________________________________16
1.2 Admissão ______________________________________________________________ 20
1.3 Monitoramento ________________________________________________________ 21
1.4 Alta ____________________________________________________________________ 22
Unidade 2
Capacidade funcional reduzida ____________________________________________ 23
2.1 Introdução da unidade __________________________________________________24
2.2 Caso clínico ____________________________________________________________24
2.3 Discussão do caso clínico _____________________________________________ 27
Unidade 3
Incapacidade ou imobilidade? _____________________________________________ 39
3.1 Introdução da unidade _________________________________________________ 40
3.2 Caso Clínico ___________________________________________________________ 40
3.3 Discussão do caso clínico ______________________________________________ 43
Unidade 4
Insuficiência renal crônica no idoso _______________________________________ 55
4.1 Introdução da unidade _________________________________________________ 56
4.2 Caso clínico ___________________________________________________________ 56
4.3 Discussão do caso clínico______________________________________________ 59
Unidade 5
Idoso com dor precordial _________________________________________________ 69
5.1 Introdução da unidade _________________________________________________ 70
5.2 Caso Clínico ___________________________________________________________ 70
5.3. Discussão do caso clínico _____________________________________________ 73
Unidade 6
Prevenção de quedas ______________________________________________________ 83
6.1 Introdução da unidade _________________________________________________ 84
6.2 Banheiro _______________________________________________________________ 86
6.3 Corredor _______________________________________________________________ 86
6.4 Cozinha ________________________________________________________________ 87
6.5 Pátio ___________________________________________________________________ 87
6.6 Quarto _________________________________________________________________ 88
6.7 Sala ___________________________________________________________________ 88
Parte II - Abordagem domiciliar para enfermeiros
Unidade 7
Fragilidade no idoso ______________________________________________________ 93
7.1 Introdução da unidade__________________________________________________ 94
7.2 Caso clínico ____________________________________________________________ 94
7.3 Discussão do caso clínico ______________________________________________ 97
Unidade 8
Iatrogenia medicamentosa ______________________________________________ 107
8.1 Introdução da unidade ________________________________________________ 108
8.2 Caso clínico __________________________________________________________ 108
8.3 Discussão do caso clínico______________________________________________111
Unidade 9
Fratura de fêmur _________________________________________________________ 123
9.1 Introdução da unidade ________________________________________________ 124
9.2 Caso clínico___________________________________________________________ 124
9.3 Discussão do caso clínico _____________________________________________ 127
Unidade 10
Idoso com sequela de acidente vascular cerebral ________________________ 135
10.1 Introdução da unidade _______________________________________________136
10.2 Caso clínico _________________________________________________________ 136
10.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 138
Unidade 11
Lesão medular: cateterismo vesical intermitente como autocuidado ______ 147
11.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 148
11.2 Caso clínico _________________________________________________________ 148
11.3 Discussão do caso clínico ____________________________________________ 151
Unidade 12
Idoso com doença respiratória crônica ___________________________________ 159
12.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 160
12.2 Caso clínico _________________________________________________________ 160
12.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 163
12.4 Uso de ventilação mecânica não invasiva no cuidado domiciliar ______ 170
Parte II - Abordagem domiciliar para médicos
Unidade 13
Pessoa idosa em uso de oxigenioterapia __________________________________ 175
13.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 176
13.2 Caso clínico _________________________________________________________ 176
13.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 179
Unidade 14
Paciente com sequelas de acidente vascular cerebral ____________________ 189
14.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 190
14.2 Caso clínico _________________________________________________________ 190
14.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 194
Unidade 15
Dispneia aguda em pessoa com sequela de acidente vascular cerebral ___ 203
15.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 204
15.2 Caso clínico _________________________________________________________ 204
15.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 206
Unidade 16
Idoso acamado com tosse e expectoração _______________________________ 215
16.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 216
16.2 Caso clínico _________________________________________________________ 216
16.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 219
Unidade 17
Avaliação do paciente em estado confusional ____________________________ 229
17.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 230
17.2 Caso clínico__________________________________________________________ 230
17.3 Discussão do caso clínico ____________________________________________ 233
Unidade 18
Osteoporose _____________________________________________________________ 247
18.1 Introdução da unidade _______________________________________________ 248
18.2 Caso clínico _________________________________________________________ 248
18.3 Discussão do caso clínico ___________________________________________ 251
Referências _______________________________________________________________ 263
Autores ___________________________________________________________________ 291
Apresentação do módulo
Seja bem-vindo ao módulo Abordagem Domiciliar em Situações Clínicas Co-
muns em Idosos. A apresentação do conteúdo será realizada por meio de ca-
sos clínicos que guiarão de modo articulado teoria e prática. 
As unidades de conteúdo estão organizadas em:
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos.
Parte II - Abordagem domiciliar profissional, subdividida para:
•	 enfermeiros,
•	 médicos. 
A primeira parte do módulo é composta por seis unidades com conteúdo mul-
tiprofissional e casos clínicos, para enfermeiros e médicos, importantes para a 
avaliação clínica e o monitoramento dos idosos na internação domiciliar. 
Na segunda parte, o conteúdo se refere a saberes e práticas específicos, subdi-
vidido em abordagem domiciliar profissional para enfermeiros e para médicos. 
Ambas as partes trazem casos clínicos que serão explorados, respectivamente, 
pelos enfermeiros e médicos, de acordo com suas competências profissionais.
Desejamos bons estudos! 
Objetivo geral do módulo
Capacitar os profissionais de saúde para as principais situações clínicas co-
muns em idosos, descrevendo a abordagem e o manejo dos pacientes na Aten-
ção Domiciliar e reforçando o papel do cuidador como parte fundamental da 
equipe de cuidado.
Carga horária do módulo: 45h
Unidades de conteúdo
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional – enfermeiros e médicos 
Unidade 1. Admissão e monitoramento na internação domiciliar.
Unidade 2. Capacidade funcional reduzida.
Unidade 3. Incapacidade ou imobilidade?
Unidade 4. Insuficiência renal crônica no idoso.
Unidade 5. Idoso com dor precordial.
Unidade 6. Prevenção de quedas.
Parte II - Abordagem domiciliar profissional para enfermeiros 
Unidade 7. Fragilidade no idoso.
Unidade 8. Iatrogenia medicamentosa.
Unidade 9. Fratura de fêmur.
Unidade 10. Idoso com sequela de acidente vascular cerebral.
Unidade 11. Lesão medular: cateterismo vesical intermitente como autocuidado.
Unidade 12. Idoso com doença respiratória crônica.
Parte II - Abordagem domiciliar profissional para médicos
Unidade 13. Pessoa idosa em uso de oxigenioterapia.
Unidade 14. Paciente com sequelas de acidente vascular cerebral.
Unidade 15. Dispneia aguda em pessoa com sequela de acidente vascular 
cerebral.
Unidade 16. Idoso acamado com tosse e expectoração.
Unidade 17. Avaliação do paciente em estado confusional.
Unidade 18. Osteoporose.
Parte I
Abordagem domiciliar multiprofissional
enfermeiros e médicos
Unidade 1
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos 
Admissão e 
monitoramento na 
internação domiciliar
16
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 1
1.1 Introdução da unidade
É importante avaliar e monitorar constantemente os idosos na internação do-
miciliar para a realização de um cuidado com qualidade.
1.1.1 O que é Avaliar?
Avaliar é formular um juízo de valor sobre algo de interesse da saúde:
•	 a situação de saúde dos indivíduos;
•	 as necessidades de saúde;
•	 a organização e a operacionalidade do trabalho em saúde;
•	 os resultados das ações de cuidado em saúde.
A avaliação é a base para a tomada de decisão na implementação do cuidado 
a partir de um Plano Terapêutico Singular.
Link
Para conhecer mais sobre Projeto Terapêutico Singular, acesse o caderno de 
Atenção Domiciliar, capítulo 1, volume 2, disponível em: <http://189.28.128.100/
dab/docs/portaldab/publicacoes/cad_vol2.pdf>.
1.1.2 O que é Monitorar?
Monitorar é acompanhar a implementação do Plano Terapêutico Singular, 
identificando:
•	 a evolução da situação de saúde após implementação do cuidado clínico;
•	 a ocorrência de novos problemas;
•	 a participação dos familiares no cuidado – fortalezas e fragilidades;
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/cad_vol2.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/cad_vol2.pdf
17
Admissão e monitoramento na internação domiciliar
•	 a utilização de serviços de saúde.
Para isso, é necessário sistematizar os dados por meio do uso de instrumentos 
adequados.
1.1.3 Para que avaliar e monitorar?
•	 Identificar fragilidades e dificuldades dos indivíduos e dos serviços de 
saúde.
•	 Tomar decisões oportunas.
•	 Retroalimentar o planejamento.
•	 Verificar a adequação do plano terapêutico.
•	 Auxiliar na organização do cuidado e no planejamento dos serviços de 
Atenção Domiciliar no cuidado aos indivíduos e familiares.
•	 Melhorar a qualidade do cuidado prestado no domicílio.
1.1.4 Qualidade – definição
Conceito dinâmico:
Grau no qual os serviços de saúde ofertados a indivíduos e populações 
aumentam a probabilidade de resultados desejados e consistentes com 
o atual conhecimento profissional (IOM, 2001).
A qualidade é necessária para otimizar insumos materiais e habilidades pro-
fissionais para produzir ações em saúde que satisfaçam as necessidades dos 
indivíduos e das populações.18
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 1
Avaliação da Qualidade 
Adiante estão expostos alguns avanços considerados para a construção de 
indicadores.
•	 Segurança – risco mínimo!
•	 Eficácia – cuidado cientificamente comprovado? Atinge o alvo?
•	 Cuidado centrado no usuário – respeita suas preferências, necessida-
des e valores?
•	 Cuidado oportuno – tempo de espera adequado?
•	 Eficiência – no uso de equipamentos, suprimentos ou energia dispen-
sada no trabalho.
•	 Equidade – cuidado sem discriminação de gênero, etnia ou posição so-
cioeconômica?
Colocado desta forma:
Admissão AltaImplementação do cuidado >
Readequação
PTS > MONITORAMENTO
Na avaliação da qualidade na Atenção Domiciliar sugere-se considerar o que 
se apresenta a seguir.
19
Admissão e monitoramento na internação domiciliar
Aspectos funcionais
Proporção de idosos:
•	 que apresentaram quedas ou fraturas durante período de atendimen-
to domiciliar;
•	 que precisaram de atendimento para reabilitação e o receberam;
•	 reabilitados para realização de atividades da vida diária (AVD);
•	 reabilitados para preparar e tomar medicamentos.
Aspectos clínicos fisiológicos
Proporção de:
•	 ocorrência de novas feridas;
•	 piora na cicatrização de feridas pré-existentes;
•	 ocorrência de dor que impeça a realização de atividades da vida diária 
(AVD);
•	 pacientes que apresentaram desidratação;
•	 idosos com vacinação contra Influenza/H1N1.
Utilização de serviços de saúde
Proporção de:
•	 atendimentos de emergência durante atendimento domiciliar;
•	 hospitalizações durante atendimento domiciliar;
•	 idosos com revisão medicamentosa nos últimos 6 meses.
20
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 1
Cuidado familiar e relações sociais
Proporção de idosos identificados com risco de:
•	 isolamento social;
•	 falta de apoio familiar;
•	 situações de conflito;
•	 negligência/abuso.
1.2 Admissão
O instrumento de avaliação admissional foi desenvolvido para auxiliar na elabo-
ração de um plano terapêutico adequado aos problemas apresentados. Além 
disso, possibilita conhecer as características dos cuidadores e do domicílio, 
partindo do princípio de que cada caso deve ser discutido e planejado pela 
equipe, considerando as especificidades técnicas, socioculturais e as ações 
entre equipe, família e comunidade. 
A avaliação admissional será a “linha de base” para, posteriormente, monitorar 
a evolução da situação de saúde durante o período no qual o idoso estiver sob 
cuidado das equipes de AD. O plano terapêutico elaborado individualmente ex-
plicita os principais problemas de saúde, as medidas terapêuticas propostas, 
as responsabilidades da equipe de saúde, dos cuidadores e dos familiares e o 
tempo necessário para alcançar os tratamentos prescritos de modo a estimar 
o tempo de permanência em AD.
21
Admissão e monitoramento na internação domiciliar
A Atenção Domiciliar pressupõe a participação ativa do usuário e dos familia-
res no processo de cuidar. Assim, responsabilidades devem ser pactuadas en-
tre todos os envolvidos para que os objetivos terapêuticos sejam alcançados.
Link
Acesse a ficha de avaliação admissional disponível em: <https://unasus2.
moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6939>.
1.3 Monitoramento
Após avaliação admissional e o estabelecimento do Plano Terapêutico Singu-
lar (PTS), recomenda-se o monitoramento da situação de saúde dos idosos. A 
periodicidade poderá ser definida pela equipe com base no plano de cuidados. 
O monitoramento permitirá registrar a evolução e possibilitar adequações no 
PTS inicial, verificando a necessidade de inclusão de novos profissionais de 
saúde, o declínio na saúde do cuidador, os riscos ambientais e a satisfação dos 
familiares com o trabalho dos profissionais.
Link
Acesse a ficha de monitoramento disponível em: <https://unasus2.mood-
le.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6940>.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6939
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6939
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6940
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6940
22
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 1
1.4 Alta
A avaliação, além de verificar as condições de saúde do idoso no momento 
da alta, possibilitará a identificação da qualidade do cuidado ofertado pelos 
serviços. A proposta é a construção de indicadores que permitam avaliar os 
aspectos funcionais, clínicos, fisiológicos, a utilização de serviços de saúde, o 
cuidador e as relações sociais. A satisfação dos usuários e cuidadores com o 
serviço ofertado também é recomendada na avaliação da qualidade da atenção.
Link
Acesse a ficha de avaliação para alta disponível em: <https://unasus2.
moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6941>.
Encerramento da unidade
Nesta unidade, você revisou conceitos, aspectos e instrumentos impor-
tantes na avaliação e no monitoramento constante dos idosos na interna-
ção domiciliar para a realização de um cuidado com qualidade.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6941
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6941
Unidade 2
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos 
Capacidade funcional 
reduzida
24
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
2.1 Introdução da unidade
Nesta unidade exploraremos, a partir de um caso clínico, aspectos considera-
dos de grande importância sobre a abordagem e o manejo domiciliar de idoso 
com doença de Alzheimer e osteoporose.
O caso clínico refere-se ao esposo de idosa com Doença de Alzheimer que 
solicita visita domiciliar.
2.2 Caso clínico
Nome: J.L.B
Idade: 80 anos, aposentada
Sexo: feminino masculino
Queixa principal
Idosa com esquecimento; febre; constipa-
ção; capacidade funcional reduzida.
25
Capacidade funcional reduzida
Anamnese
Queixa principal - Idosa com capacidade funcional reduzida devido à doença 
de Alzheimer.
Histórico do problema atual - Srª. J.L.B., 80 anos, iniciou quadro de esqueci-
mento há três anos, o qual está influenciando diretamente na sua qualidade 
de vida. Foi diagnosticada com doença de Alzheimer (DA) há um mês, e desde 
então está com dificuldade de realizar algumas atividades da vida diária. O es-
poso da idosa procurou a equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) para obter 
algumas orientações de como proceder com sua companheira e para conhecer 
essa patologia. A equipe então agendou uma visita domiciliar com o idoso. Ao 
chegar na casa da Sra J.L.B. a equipe encontrou a idosa deitada na cama do ca-
sal, prostrada, pouco comunicativa e com tosse produtiva que iniciou há cerca 
de três dias, segundo seu esposo. O companheiro da idosa relatou que há seis 
dias a idosa começou a apresentar esquecimentos mais frequentemente, e que 
ela quer passar o dia na cama, sem disposição sequer para tomar banho. A 
idosa teve febre de 39°C no dia anterior e está constipada há cinco dias devido 
à mobilidade reduzida.
Histórico
História social - Srª. J.L.B. vive há 50 anos com seu esposo (75 anos) em uma 
casa de alvenaria, na zona urbana do município. Não tiveram filhos por opção. 
A casa é grande, apresenta seis cômodos, com tapetes não aderentes ao chão 
espalhados e uma escada na porta de entrada da residência. O casal tem uma 
horta nos fundos da casa, com variedade de legumes e verduras. As refeições 
eram preparadas pela idosa, que não abria mão de fazer esse serviço, porém 
vinha esquecendo a chama do fogão ligada por diversas vezes. Também fazia 
as tarefas de lavar, passar e guardar as roupas. A Sra. J.L.B. cuidava de sua 
aposentadoria. As compras da casa eram feitas pelo casal. Durante três dias 
26
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
na semana a idosa realizava caminhada sozinha, pois o seu companheirotem 
dificuldade para deambular por sequela de acidente vascular cerebral. Atual-
mente só atende ao telefone sem ajuda, pois fica ao lado da cama. Certo dia a 
idosa se esqueceu do seu endereço e foi parar na UBS.
Antecedentes familiares - Pai e mãe tinham hipertensão arterial sistêmica 
(HAS) e diabetes mellitus tipo 2. Seu pai faleceu devido a acidente vascular ce-
rebral hemorrágico com 58 nos e sua mãe, aos 78 anos, devido a complicações 
de fratura de fêmur (tinha osteoporose).
Medicações em uso:
•	 Rivastigmina 1 cp 1,5 mg, duas vezes ao dia.
•	 Metformina 1 cp de 500 mg no café da manhã e no jantar.
•	 Vitamina D 400 UI 1 cp uma vez ao dia.
•	 Cálcio 1 cp 1 g uma vez ao dia.
•	 Alendronato sódico 1 cp 10 mg, uma vez ao dia.
Antecedentes pessoais - Srª. J.L.B. está em tratamento para diabetes mellitus 
tipo 2 há 40 anos e há um mês para doença de Alzheimer. Osteopenia detecta-
da em densitometria óssea realizada há cerca de seis meses.
Exame físico 
Idosa parcialmente orientada, pouco comunicativa, prostrada, mucosas cora-
das, e com tosse produtiva. Na ausculta pulmonar a equipe detecta presença de 
murmúrios vesiculares diminuídos em base pulmonar direita, estertores e leve 
esforço respiratório. Idosa taquicárdica e hipertérmica - temperatura axilar: 37,5°. 
Tem controle sobre as funções de urinar e evacuar, porém está com o abdome 
distendido e doloroso à palpação. PA: 130/90 mmHg. FC: 88 bpm. FR: 24 mrpm. 
HGT: 156 mg/dL. Peso: 58 kg. Altura: 1,75 m. IMC: 18,95 kg/m2. 
27
Capacidade funcional reduzida
2.3 Discussão do caso clínico
Em relação aos medicamentos em uso pela Srª. J.L.B, é necessário realizar algumas 
orientações ao cuidador sobre a administração de Alendronato, listadas a seguir:
•	 Reação adversa – esofagite química;
•	 Via de administração – oral;
•	 Reações adversas observadas: esofagite química; úlcera esofágica; 
erosão esofagiana;
•	 Fatores de risco – problemas gastrointestinais (disfagia, doenças eso-
fagianas, gastrite, duodenite ou úlceras);
•	 Recomendações – ingerir com um copo cheio de água potável (não uti-
lizar água mineral, sucos, cafés ou qualquer outro líquido), para que o 
medicamento seja conduzido diretamente ao estômago e assim se re-
duza o potencial de irritação esofagiana. Para uma melhor absorção do 
alendronato, ingerir com um intervalo de 30 minutos antes das primeiras 
refeições ou ingestão de qualquer medicamento. Não se deitar por pelo 
menos 30 minutos após a ingestão do Alendronato. Não ingerir o medica-
mento na hora de dormir ou antes de se levantar (ANVISA, 2001).
O uso de medicações via oral.
Fonte: Banco de imagem Shutterstock.
28
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
Por sua vez, durante a visita domiciliar a Sra. J.L.B., os seguintes problemas 
puderam ser elencados:
•	 constipação intestinal;
•	 risco para queda;
•	 capacidade funcional reduzida;
•	 doenças crônicas.
Com o estabelecimento do quadro demencial a paciente teve comprometi-
mento da sua capacidade funcional, como está descrito no caso. O esforço 
evacuatório associado à imobilidade é compatível com um quadro de consti-
pação, conforme é informado na história do problema atual. Os seguintes fato-
res estão associados a um risco aumentado de queda: imobilidade, alteração 
cognitiva, sexo feminino e efeitos adversos da medicação, no caso, a Rivastig-
mina. O IMC da paciente é de 18,95 kg/m2, classificando-se como baixo peso 
(LIPSCHITZ, 1994). Os sinais e sintomas, como tosse, expectoração, esforço 
respiratório e taquipneia, sugerem um quadro de infecção respiratória.
A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa, é fundamental e determinará não só o comprometimento funcional da 
pessoa, mas a necessidade de auxílio. Pode ser compreendida como uma 
tentativa sistematizada de avaliar de maneira objetiva os níveis no qual uma 
pessoa está funcionando numa variedade de áreas utilizando diferentes habili-
dades. A avaliação funcional representa uma maneira de medir se uma pessoa 
é ou não capaz de desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si 
mesma. Caso não seja capaz, verificar se essa necessidade de ajuda é parcial, 
em maior ou menor grau, ou total. Usualmente se emprega a avaliação no de-
sempenho das atividades cotidianas ou das atividades de vida diária. Didatica-
mente essas atividades são subdivididas em:
29
Capacidade funcional reduzida
•	 Atividades da Vida Diária (AVD): relacionadas ao autocuidado, e que, 
no caso de limitação de desempenho, geralmente requerem a presença 
de um cuidador para auxiliar o idoso a desempenhá-las. São elas: ba-
nhar-se, alimentar-se, vestir-se, mobilizar-se, deambular, ir ao banheiro 
e manter controle sobre suas necessidades fisiológicas (Brasil, 2007).
•	 Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD): são as relacionadas 
à participação do idoso em seu entorno social e indicam a capacidade 
de um indivíduo em levar uma vida independente dentro da comunida-
de. São elas: “utilizar meios de transporte, manipular medicamentos, 
realizar compras, utilizar o telefone, realizar tarefas domésticas leves 
e pesadas, preparar refeições e cuidar das próprias finanças” (DUARTE; 
ANDRADE; LEBRÃO, 2007, p. 318).
Link
Para conhecer a escala de avaliação das atividades instrumentais de vida 
diária (AIVD), acesse: <https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.
php?id=6942>.
A avaliação das quedas envolve aspectos biológicos, físico-funcionais, cogni-
tivos e psicossociais. A Caderneta da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde 
permite que se faça uma avaliação e identificação dos idosos que caem com 
mais frequência e assim encaminhar para a equipe da Unidade Básica de Saú-
de. Durante essa avaliação devem ser levados em consideração dados relacio-
nados ao contexto e mecanismo das quedas, às condições clínicas da pessoa 
idosa, considerando as doenças crônicas e agudas presentes, bem como às 
medicações em uso (prescritas ou automedicadas). 
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6942
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6942
30
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
Link
Para acessar a escala de Morse, que é a mais comumente utilizada por 
estar validada e adaptada ao contexto brasileiro, acesse: <https://una-
sus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6943>.
O quadro adiante demonstra os dados clínicos e diagnósticos mais comumen-
te associados a queda.
Dados clínicos Diagnóstico provável
Pernas falsearam. Sugere um distúrbio do sistema 
musculoesquelético, como fraqueza 
muscular e instabilidade articular.
Perda de equilíbrio no sentido 
posterior.
Sugere um distúrbio no processamento 
central e uma alteração nos limites da 
estabilidade por problemas posturais e 
do sistema vestibular.
Perda de equilíbrio no plano 
lateral.
Sugere um distúrbio na seleção de 
estratégias motoras e pistas sensoriais 
adequadas, assim como fraqueza dos 
músculos estabilizadores do quadril.
Incapacidade de iniciar um 
movimento corretivo em 
tempo, apesar da percepção 
da perda de equilíbrio.
Sugere um distúrbio no processamento 
central principalmente em doenças 
como mal de Parkinson ou sequela de 
acidente vascular encefálico.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6943
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6943
31
Capacidade funcional reduzida
Perda de equilíbrio em 
transferências posturais.
Sugere um distúrbio no controle 
motor e doenças cardiocirculatórias 
(hipotensão postural).
Perda de equilíbrio durante a 
marcha.
Sugere um distúrbio nos mecanismos 
antecipatórios do equilíbrio e doenças/
agravos como demência, incontinência, 
diabetes mellitus ou osteoartrite, além 
do uso inadequado de medicações.
Dados clínicos e diagnósticos de causas que podem levar a quedas.
Fonte: Ministério da Saúde, 2007.
A equipe deverá orientar o esposo da Sra. J.L.B. em relaçãoaos seguintes cui-
dados diários:
•	 supervisionar a preparação das refeições;
•	 retirar os tapetes ou trocá-los por aqueles aderentes ao chão ou colocar 
fita adesiva;
•	 não permitir que a idosa saia sozinha de casa;
•	 supervisionar o uso do ferro de passar roupa;
•	 incentivar ingesta hídrica e inserir fibras na alimentação;
•	 achar um meio de remover a escada na entrada da porta ou colocar 
barras de apoio.
A idosa está com sua capacidade funcional reduzida devido à presença de uma 
doença incapacitante, a Doença de Alzheimer (DA). Logo, é fundamental que 
as suas atividades da vida diária sejam supervisionadas pelo seu companheiro, 
prevenindo possíveis lesões ou acidentes. Uso de chinelos e andar descalço 
aumenta o risco de queda em pessoas idosas. Assim, deve ser indicado um 
calçado fechado com solado aderente.
32
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa é necessário diferenciar 
desempenho e capacidade funcional. O desempenho avalia o que o idoso real-
mente faz no seu dia a dia, e a capacidade funcional avalia o potencial que a 
pessoa idosa tem para realizar a atividade, ou seja, sua capacidade remanes-
cente, que pode ou não ser utilizada.
A capacidade funcional é avaliada pela realização das atividades básicas da 
vida diária, como alimentar-se, vestir-se, banhar-se, etc., e das atividades ins-
trumentais da vida diária, como pagar contas, fazer compras, utilizar meios de 
transportes, dentre outros. O processo incapacitante corresponde à evolução 
de uma condição crônica que envolve fatores de risco – demográficos, sociais, 
psicológicos, ambientais, estilo de vida, comportamentos e características bio-
lógicas dos indivíduos (BRASIL, 2007, p. 38-39).
A figura a seguir ilustra o processo até então descrito:
Fatores de risco
Fatores intra e 
extra indivíduo
Processo incapacitante
Ambiente
Pessoa
Doença
Déficit
Limitação Funcional
Incapacidade
33
Capacidade funcional reduzida
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), o processo incapacitante pode 
levar a duas consequências importantes: a hospitalização e a institucionaliza-
ção, que geram impacto na qualidade de vida dos idosos. Quando se discute 
esse processo, três conceitos apresentam-se conectados e interdependentes: 
autonomia, independência e dependência. 
A autonomia se configura na liberdade para agir e decidir; a independência sig-
nifica ser capaz de realizar as atividades sem colaboração de outro; a depen-
dência significa não ser capaz de realizar as atividades diárias sem a ajuda de 
outra pessoa.
Em relação às recomendações, aplicáveis no caso da Srª. J.L.B, como forma 
de prevenção ao agravo ou cronicidade da doença de Alzheimer, é necessário 
considerar que o aumento da atividade cognitiva associa-se à redução de risco 
de 64% de DA (OR de 0,36, IC95%: 0,20-0,65). O consumo em quantidade de 
ácidos graxos ômega 3 pode diminuir o risco para a doença de Alzheimer. A 
ingestão de ácidos graxos ômega 3 e de vitamina D3, abundantes em peixes 
e nozes, podem aumentar a capacidade do sistema imunológico de conter o 
desenvolvimento das placas amiloides, as quais podem aumentar o risco para 
a doença de Alzheimer. Existe a relação direta entre altos níveis de colesterol 
sanguíneo e o aumento de risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer 
(SERENIKI; VILTAL, 2008).
Link
Para conhecer mais sobre a doença de Alzheimer. Acesse o conteúdo 
disponível em: <https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.
php?id=6944>.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6944
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6944
34
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
Para um maior esclarecimento sobre a Doença de Alzheimer aos familiares, 
a equipe deverá comunicar ao esposo da Sra. J.L.B. as informações a seguir.
É uma doença cerebral degenerativa, para a qual ainda não 
existe cura, apenas tratamento para aliviar os sinais e sintomas.
Tem como fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes, 
processos isquêmicos cerebrais e dislipidemia.
No início a pessoa apresenta dificuldade para lembrar-se de 
fatos recentes e para aprender coisas novas.
A doença causa perda gradual da autonomia e da independência.
Além disso, a escolaridade elevada e a atividade intelectual intensa estão re-
lacionadas com menor frequência de demência. Ainda que não seja algo cla-
ramente demonstrado, estimular os idosos a manter sua mente ativa pode ser 
uma medida profilática. Devem-se estimular a leitura de jornais, revistas, a rea-
lização de palavras cruzadas, jogos de cartas, entre outras atividades.
35
Capacidade funcional reduzida
Link
Para conhecer mais sobre sinais e sintomas de demência. Acesse o con-
teúdo disponível em: <https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/
view.php?id=6945>.
Em relação à osteoporose, a Sra. J.L.B. apresenta alguns fatores de risco:
•	 história familiar de osteoporose; 
•	 sexo feminino; 
•	 idade avançada; 
•	 raça branca; 
•	 baixo peso (IMC < 19 kg/m²). 
O sedentarismo é um fator de risco para osteoporose, porém a idosa não o 
apresenta, pois era ativa, fazia prática de atividade física, caminhada.
A osteoporose é uma doença sistêmica progressiva, que leva a uma desordem 
esquelética, caracterizada por força óssea comprometida, predispondo a um 
aumento no risco de fratura. É uma doença de grande impacto devido à sua 
alta prevalência e grande morbimortalidade. Afeta indivíduos de maior idade, 
de ambos os sexos, principalmente mulheres na pós-menopausa, que também 
apresentam mais fraturas.
A instalação da osteoporose resulta de anos de perda óssea. Pode ser clas-
sificada em primária, que não apresenta causa bem definida, e secundária, 
quando é decorrente de uma causa bem definida, como: hiperparatireoidismo, 
tireotoxicose, condições de hipoestrogenismo pós-menopausa, hipogonadis-
mo, hipertireoidismo, diabetes mellitus, desnutrição, anorexia nervosa, doença 
pulmonar obstrutiva crônica, Aids, doenças renais, entre outras (BRASIL, 2007, p. 59).
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6945
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6945
36
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 2
Fatores de risco para osteoporose
Maiores Menores
•	 Fratura anterior causada 
por trauma.
•	 Sexo feminino.
•	 Baixa massa óssea.
•	 Raça branca ou asiática.
•	 Idade avançada em ambos 
os sexos.
•	 História familiar de osteo-
porose ou fratura de colo 
de fêmur.
•	 Menopausa precoce não tra-
tada.
•	 Uso de corticoides.
•	 Amenorreia primária.
•	 Menarca tardia, nuliparidade.
•	 Hipogonadismo primário ou se-
cundário.
•	 Baixa estatura e peso (IMC < 19 kg/m²).
•	 Perda importante de peso após os 
25 anos.
•	 Baixa ingestão de cálcio.
•	 Alta ingestão de proteína animal.
•	 Pouca exposição ao Sol, imobi-
lização prolongada, quedas fre-
quentes.
•	 Sedentarismo, tabagismo e alcoolismo.
•	 Medicamentos.
•	 Alto consumo de xantinas.
•	 Doenças que induzam à perda de 
massa óssea.
Fatores de risco para osteoporose.
Fonte: BRASIL, 2007, p. 60.
37
Capacidade funcional reduzida
Encerramento da unidade
Ao concluir a unidade sobre capacidade funcional reduzida, você adquiriu 
importantes conhecimentos sobre a abordagem e o manejo domiciliar de 
idoso com doença de Alzheimer e osteoporose, bem como os cuidados 
necessários a serem transmitidos ao cuidador.
Unidade 3
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos 
Incapacidade ou 
imobilidade? 
40
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
3.1 Introdução da unidade
Nesta unidade exploraremos, a partir de um caso clínico, três aspectos consi-
derados de grande importância sobre a abordagem e o manejo domiciliar em 
situações de incapacidade ou imobilidade:
•	 caracterizar os fatores de risco e a prevençãoda síndrome da imobili-
dade em idosos;
•	 apresentar as opções de tratamento para incontinência urinária;
•	 identificar os fatores de risco para trombose venosa profunda.
O caso clínico refere-se a uma senhora de 83 anos com redução da mobilidade 
após fratura de fêmur.
3.2 Caso Clínico
Queixa principal
Idosa com redução da mobilidade, que 
iniciou após fratura de fêmur devido a 
queda.
Nome: O.S
Idade: 83 anos, aposentada
Sexo: feminino masculino
41
Incapacidade ou imobilidade? 
Anamnese
Queixa principal - Idosa com redução da mobilidade, que iniciou após fratura 
de fêmur devido a queda.
Histórico do problema atual - Equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
realiza Visita Domiciliar (VD) a O.S., que se queixa de redução da mobilidade. 
Encontram-na acamada, em uso de fraldas, em péssimas condições de higie-
ne corporal, depressiva e com o membro inferior direito (MID) elevado. A ido-
sa relata dor em membro inferior direito que se iniciou há três dias. Realizou 
cirurgia para colocação de prótese em função de fratura de fêmur à direita, 
após colisão com o cão de seu sobrinho há seis meses. Em decorrência disso, 
apresenta dificuldade para sair da cama, medo de cair, constipação intestinal e 
emagrecimento. Sobrinho de O.S. relata que a idosa mantém-se sonolenta na 
maior parte do dia. Com base nos problemas levantados, a equipe conversa 
com o cuidador sobre os cuidados que devem ser prestados à idosa.
Revisão de sistemas - Presença de eritema, calor, dor, edema e empastamento 
de panturrilha em MID. Acamada por períodos prolongados, em uso de fraldas, 
mobilidade reduzida e emagrecida. Eliminação vesical presente em fraldas e 
presença de constipação intestinal. Relata perda de pequena quantidade de 
urina ao tossir ou espirrar. Faz uso de fraldas durante o turno da noite. Não 
evacua há quatro dias, urina concentrada em fralda.
Histórico
História social - Senhora O.S. reside sozinha em uma casa de alvenaria, muito 
humilde, localizada nos fundos do pátio de seu sobrinho. O domicílio é peque-
no, com péssimas condições de higiene, pouca iluminação natural, tornando o 
ambiente úmido. O.S. permanece a maior parte do tempo em seu quarto, sai 
da cama com ajuda de uma bengala, para se dirigir ao banheiro e à cozinha. A 
42
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
casa apresenta apenas três cômodos, quarto, cozinha e banheiro. A idosa é su-
pervisionada pelo seu sobrinho, que permanece pouco tempo em casa, devido 
a sua profissão, o que dificulta o cuidado com a idosa. O.S. tem três filhos que 
residem em outro estado e pouco a visitam. As refeições da idosa são prepara-
das pela vizinha diariamente a pedido do seu sobrinho.
Antecedentes pessoais - O.S. tem Diabetes Mellitus (DM) desde os 56 anos. 
Parou de fumar há 18 anos.
Medicações em uso: Insulina NPH, 20 UI pela manhã e 15 UI à noite.
Antecedentes familiares - Sem antecedentes familiares de risco.
Exame físico 
•	 Lúcida, orientada e comunicativa. 
•	 PA: 120/80 mmHg. 
•	 Peso: 52 kg. 
•	 Estatura: 1,62 m.
•	 IMC = 19,8 kg/m2. 
•	 Glicemia capilar: 246 mg/dL. 
•	 Temperatura: 37,6°C. 
•	 FR: 25 mrpm. 
•	 FC: 74 bpm. 
•	 Ausculta cardíaca: bulhas normofonéticas, 2 tempos, sem sopros.
•	 Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares diminuídos bilateralmente. 
•	 Abdômen: presença de ruídos hidroaéreos diminuídos, distendido e do-
loroso à palpação. 
•	 Membro inferior direito com presença de edema 3+/4+, hiperemia e ca-
lor em terço distal, força reduzida. Membro inferior esquerdo inalterado.
43
Incapacidade ou imobilidade? 
3.3 Discussão do caso clínico
Diante do caso clínico apresentado, os seguintes problemas podem ser elenca-
dos durante a visita domiciliar à Sra. O.S.:
•	 incontinência urinária; 
•	 constipação intestinal;
•	 incapacidade funcional. 
Em relação ao exame físico, a idosa apresenta glicemia capilar de 246 mg/dL, 
o que está acima do preconizado, que é 100 mg/dL. A incontinência urinária 
é uma condição comumente encontrada nos idosos, especialmente entre as 
mulheres. Existem vários tipos de incontinência urinária, que demandam dife-
rentes abordagens terapêuticas. 
A constipação intestinal se associa com hábitos de vida, principalmente a inati-
vidade física e a alimentação não saudável. No caso de O.S., a imobilidade pode 
promover ou agravar a constipação. 
A mudança de atitude e limitações encontradas pela paciente após a fratura 
de fêmur evidenciam fatores de riscos para a síndrome da imobilidade, que por 
sua vez está correlacionada à incapacidade funcional. O fato de contar somen-
te com o sobrinho como cuidador mostra a rede de apoio limitada.
3.3.1 Incontinência urinária
Em relação à incontinência urinária (IU), é necessário definir como a eliminação 
involuntária de urina, em qualquer quantidade e frequência, é suficiente para 
provocar prejuízos sociais ou à saúde. Sua prevalência aumenta com o enve-
44
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
lhecimento e é maior em mulheres. É considerada um “gigante da geriatria”, 
pois pode trazer inúmeras consequências sociais, como depressão, redução 
da autoestima, afastamento de atividades sociais e mesmo do relacionamento 
íntimo, além de repercussões clínicas como quedas, fraturas, infecções cutâ-
neas e úlceras por pressão (CHAIMOWICZ, 2013, p. 73).
A IU pode ser dividida em incontinência urinária transitória e incontinência 
urinária estabelecida, como vemos a seguir.
Incontinência urinária transitória
Tem causa específica e potencialmente reversível, como constipação 
intestinal, fecaloma, confusão mental, dificuldade de locomoção e 
infecções do trato urinário.
Incontinência urinária estabelecida
Pode ser classificada em incontinência urinária funcional, de urgência, 
de esforço e de transbordamento. A incontinência urinária funcional 
pode surgir subitamente após uma fratura, AVC ou qualquer doença 
debilitante aguda, como uma gripe forte, e pode se tornar incontinência 
urinária estabelecida quando a situação que a desencadeou se 
tornar crônica, como a osteoartrose grave, a doença de Parkinson 
e a hemiplegia após um AVC. Muitas vezes, além da dificuldade de 
locomoção, o tempo disponível para chegar ao banheiro fica diminuído 
pela presença de urgência urinária.
45
Incapacidade ou imobilidade? 
O tratamento da incontinência urinária é dividido em quatro etapas, como ve-
mos na sequência:
•	 1.ª etapa: diagnosticar a incontinência urinária fazendo perguntas aos pa-
cientes idosos, como: O senhor (ou a senhora) costuma perder um pouco 
de urina na roupa? É um pouquinho, quando tosse, espirra, levanta-se ou 
dá uma corridinha? Acontece às vezes uma vontade tão forte que quase 
não dá para chegar ao banheiro? Caracterize se há prejuízo social ou à 
saúde e estará feito mais um diagnóstico de incontinência urinária.
•	 2.ª etapa: definir o tipo de incontinência urinária. Questione se há sen-
sação de urgência precedendo a perda.
•	 3.ª etapa: identificar e tratar causas predisponentes, se houver causas 
de incontinência urinária transitória, incluindo uso de medicamentos.
•	 4.ª etapa: tratamento não farmacológico: restrição de ingesta líquida e 
elevar membros inferiores para iniciar a reabsorção do edema, e assim 
reduzir a nictúria. Também se podem realizar os exercícios de Kegel. 
O ginecologista Arnold H. Kegel, nascido em 1894, desenvolveu uma 
técnica tão simples e eficiente que até hoje é a principal estratégia para 
tratar IU de esforço. Ela fortalece o músculo pubococcígeo (MPC) que 
circunda o ânus, uretra e vagina e pode interromper voluntariamente a 
micção (CHAIMOWICZ, 2013, p. 79-80).
Saiba mais
Para saber mais sobre os exercícios de Kegel, acesse o conteúdo disponível 
em: <https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=7267>.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=7267
46
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade3
3.3.2 Síndrome de imobilidade
Por sua vez, as causas do comprometimento da mobilidade são multifatoriais, 
predominando as neurológicas e musculoesqueléticas. Os principais fatores 
predisponentes e de risco para a síndrome de imobilidade envolvem a polipa-
togenia, aspectos econômicos, ambientais, psicológicos e sociais. Entre esses 
fatores, no caso de O.S., destacam-se a fratura óssea que a levou ao repouso 
prolongado no leito, o isolamento social e a depressão. 
A imobilidade é definida como a incapacidade de um indivíduo de se deslocar 
sem o auxílio de outras pessoas, com a finalidade de atender as necessidades da 
vida diária e inclui um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da imobilidade, 
restrição a uma poltrona ou ao leito, por tempo prolongado, associada a múltiplas 
causas e com implicações físicas e psicológicas que podem levar ao óbito.
É caracterizada por sinais e sintomas resultantes da limitação de movimentos 
e da capacidade funcional que provocam empecilho à mudança postural e à 
translocação corporal. Alguns idosos apresentam tendência a permanecer dei-
tados por muito tempo quando suas dificuldades de locomoção estão aumen-
tadas. A imobilidade pode ser temporária e crônica. É definida como temporá-
ria no caso de fraturas, cirurgias, internações, doenças agudas e infecções, e 
pode ser crônica nos casos de demência, depressão grave, astenia, doenças 
cardiorrespiratórias, dor crônica, neoplasias, fraturas e suas complicações, 
distúrbios de marcha, fobia de queda e sequela de AVC.
Os principais fatores predisponentes e de risco para a síndrome de imobilidade 
envolvem a polipatogenia, aspectos econômicos, ambientais, psicológicos e 
sociais. Entre esses fatores, destacam-se o repouso prolongado no leito, doen-
ças neurológicas que se acompanham de contraturas, limitação da marcha e 
47
Incapacidade ou imobilidade? 
do equilíbrio; depressão e demência; cardiopatias e pneumopatias crônicas, 
que restringem as atividades. Doenças reumáticas podem provocar um quadro 
doloroso e deformidades, levando o idoso a permanecer no leito e desenca-
deando a síndrome. Há ainda os idosos com estado nutricional precário, uso 
excessivo de medicamentos ou problemas decorrentes de iatrogenia eviden-
ciados por fraqueza muscular, tonteira e insegurança na locomoção.
Na síndrome de imobilidade é comum a constatação de várias complicações, 
como a dependência para realizar as atividades da vida diária, levando à institu-
cionalização, à desintegração familiar e social. As complicações não ocorrem 
isoladamente; é preciso abordar o idoso em sua integralidade e especificidade 
(CHAIMOWICZ, 2013).
Complicações físicas da síndrome de imobilidade
Sistema tegumentar Dermatites, principalmente dermatite 
amoniacal, dermatofitoses; atrofia da 
pele, escoriações e equimoses; úlcera por 
pressão (mais comuns nas proximidades das 
proeminências ósseas: maléolos, escápulas, 
calcanhares, ombros, côndilos dos joelhos, 
cotovelos, trocanter, orelhas, sacro e 
tuberosidade dos ísquios).
Sistema músculo 
esquelético
Perda de massa; perda de força muscular.
Sistema articular Redução da amplitude dos movimentos; rigidez 
articular; tendência à contratura em flexão.
48
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
Sistema 
cardiovascular
Trombose venosa profunda (edema unilateral, 
eritema, dor, empastamento da panturrilha, 
aumento da temperatura local): hipotensão 
postural.
Sistema urinário Retenção urinária e “bexigoma”; infecções do 
trato urinário; incontinência urinária.
Sistema digestivo Anorexia; constipação intestinal e formação de 
fecaloma; incontinência fecal.
Sistema 
neuropsíquico
Diminuição da tolerância à dor; alterações 
do sono, ansiedade, agitação, irritabilidade; 
delirium; depressão.
Sistema respiratório Diminuição da capacidade respiratória, aumento 
das secreções e diminuição do reflexo de tosse; 
pneumonia de aspiração e broncopneumonia.
Complicações físicas da síndrome de imobilidade.
Fonte: CHAIMOWICZ, 2013, p. 148.
É importante considerar as seguintes ações de prevenção da síndrome de 
imobilidade:
•	 evitar a restrição no leito;
•	 estimular a mobilidade;
•	 controle e uso correto de medicações;
•	 estimular a independência;
•	 identificar fatores de risco.
49
Incapacidade ou imobilidade? 
Os fatores de risco para síndrome da imobilidade devem ser identificados as-
sim que possível. Assim, estimular a mobilidade e evitar que a paciente fique 
restrita ao leito contribui para prevenir que se desenvolvam complicações.
A atividade física deve ser estimulada na velhice, em vez de ser evitada, em 
virtude de seus inúmeros benefícios. 
A polifarmácia é frequentemente observada em idosos, sendo uma consequên-
cia da sobrecarga de doenças nesta faixa etária. Além do grande número de 
medicações utilizadas, problemas visuais, auditivos e cognitivos colaboram 
para erros na administração das medicações que promovem a imobilidade e 
perda da capacidade funcional.
 Esse fator poderia ser reduzido com a orientação adequada e revisão de todas 
as medicações em uso quando o idoso for atendido por um profissional de 
saúde, assim como avaliar a capacidade funcional do paciente, suas limitações 
físicas e cognitivas e, nos casos apropriados, identificar um familiar ou outra 
pessoa que possa supervisionar diariamente as medicações do paciente.
O envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e 
um dos nossos grandes desafios. Ao entrarmos no século XXI, o envelhecimen-
to global causará um aumento das demandas sociais e econômicas em todo o 
mundo. No entanto, as pessoas da 3.ª idade são, geralmente, ignoradas como 
recurso quando, na verdade, constituem recurso importante para a estrutura 
das nossas sociedades (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p. 8).
A Organização Mundial da Saúde define Envelhecimento Ativo como um pro-
cesso de produzir condições apropriadas para o melhor desenvolvimento de 
oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar 
50
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. A participação 
em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, 
além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis ou 
doentes crônicos. Por exemplo, uma atividade física regular e moderada reduz 
o risco de morte por problemas cardíacos e pode reduzir substancialmente a 
gravidade de deficiências associadas à cardiopatia e outras doenças crônicas. 
Uma vida ativa melhora a saúde mental e frequentemente promove contatos 
sociais (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005).
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doen-
ças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante pre-
valente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia 
o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como as-
sistir televisão. É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de 
assistência médica e de acesso a medicamentos. A promoção de “estilos de 
vida saudáveis” é encarada pelo sistema de saúde como uma ação estratégica 
(BRASIL, 2007, p. 21).
A atividade física regular pode ajudar pessoas idosas a ficarem independentes 
o máximo possível, por período de tempo mais longo. Também pode reduzir o 
risco de quedas. Portanto, há importantes benefícios econômicos quando os 
idosos são fisicamente ativos. Portanto, faz-se fundamental propiciar áreas 
seguras para caminhadas e apoiar atividades comunitárias culturalmente apro-
priadas que incentivem a atividade física e que sejam organizadas e lideradas 
pelos próprios idosos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p. 23).
Em relação ao quadro clínico da Sra. O.S, são necessárias algumas orientações 
referentes ao cuidado, que poderão ser dadas à idosa e ao seu cuidador:
51
Incapacidade ou imobilidade? 
•	 iniciartratamento para depressão e trombose venosa profunda; 
•	 buscar a independência nas atividades da vida diária;
•	 estimular a higiene corporal;
•	 rever o uso da insulina NPH;
•	 evitar o uso prolongado do leito.
A idosa está sofrendo exclusão social, logo deve ser estimulada a sair de casa 
e andar na rua, como forma de interagir com outras pessoas, pois apresenta 
condições físicas e mentais para tal ação. É preciso evitar a permanência pro-
longada no leito, devido, entre outros fatores, ao risco de úlcera por pressão. 
Devido ao precário estado de higiene apresentado pela idosa, é necessário orien-
tar sobre a importância da higiene corporal, estimulando a realização desta. 
O fato de O.S. apresentar níveis glicêmicos elevados, mesmo em uso de insuli-
na duas vezes ao dia, o quadro depressivo e os sinais e sintomas de trombose 
venosa profunda tornam necessária a revisão no uso da insulina, assim como 
o início do tratamento para depressão e trombose. 
A independência nas atividades da vida diária trará mais autonomia e estimu-
lará a recuperação.
A exclusão social na velhice é muito comum, pois as pessoas idosas apresentam 
maior probabilidade de perder parentes e amigos, de ser mais vulneráveis à soli-
dão, ao isolamento social e de ter um menor grupo social. O isolamento social e a 
solidão na velhice estão ligados a um declínio de saúde, tanto físico como mental.
52
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
 
Atenção domiciliar ao idoso.
Fonte: Banco de imagem Shutterstock.
As autoridades, organizações não governamentais, indústrias privadas e os 
profissionais de serviço social e de saúde podem ajudar a promover redes de 
contatos sociais para as pessoas idosas a partir de sociedades de apoio tradi-
cionais e grupos comunitários liderados pelos idosos, trabalho voluntário, aju-
da da vizinhança, monitoramento e visitas em parceria, cuidadores familiares, 
programas que promovam a interação entre as gerações, e serviços comunitá-
rios. Neste sentido, a inclusão social do idoso é uma meta a ser alcançada pela 
sociedade civil (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p. 29).
Por sua vez, os seguintes fatores de risco são apresentados pela idosa para 
trombose venosa profunda:
•	 idade; 
•	 fratura óssea;
•	 cirurgia traumatológica prévia; 
•	 ex-tabagista.
53
Incapacidade ou imobilidade? 
A trombose venosa profunda é uma doença frequente que pode acometer pa-
cientes clínicos e cirúrgicos e resulta da oclusão total ou parcial do sistema 
venoso profundo por um trombo.
As principais queixas são a dor na panturrilha e o aumento de volume da região. 
Ao exame físico, frequentemente observam-se edema, aumento da temperatu-
ra do membro, empastamento e hipersensibilidade à compressão da panturri-
lha ou à dorsiflexão do pé.
Recomendações para prevenir a recorrência de 
trombose venosa profunda
• Caso seja necessário ficar sentado por muito tempo, 
como em uma viagem longa, faça movimentos com os 
pés como se estivesse pedalando uma máquina de 
costura.
• Fazer movimentos com os pés e as pernas quando ficar 
em pé por muito tempo.
• Se estiver acamado por muito tempo, faça movimen-
tos com os pés e as pernas e, se necessário, solicite 
ajuda.
• Parar de fumar.
• Fazer uma atividade física, como uma caminhada.
• Reduzir o peso.
• Usar meias elásticas (MAFFEI et al., 2005).
Link
Para conhecer mais sobre o tratamento da trombose venosa profunda, 
acesse o conteúdo disponível em: <https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/
resource/view.php?id=6947>.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6947
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6947
54
 Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 3
3.3.3 Acompanhamento pela Equipe Multiprofissional de Aten-
ção Domiciliar
Durante o período de ajuste de doses em que o RNI deve ser verificado diaria-
mente, a Equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) pode solicitar que 
Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (EMAD) acompanhe o caso, res-
pondendo à necessidade de monitoramento frequente dos sinais vitais e reali-
zando a coleta para o exame laboratorial no domicílio até que seja alcançada a 
dose de manutenção do anticoagulante oral.
Encerramento da unidade
Ao concluir a unidade sobre situações de incapacidade ou imobilidade a 
um idoso, você obteve informações sobre como conduzir a abordagem 
e o manejo domiciliar relacionados à incontinência urinária e à trombose 
venosa profunda, bem como a identificação de fatores de risco e a pre-
venção da síndrome da imobilidade em idosos.
Unidade 4
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos 
Insuficiência renal 
crônica no idoso 
56
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
4.1 Introdução da unidade
Aqui iremos conhecer os cuidados necessários ao paciente renal crônico, bem 
como as orientações necessárias aos familiares/cuidadores desse paciente 
em tratamento dialítico a partir de um caso clínico.
O caso clínico refere-se a uma idosa com insuficiência renal crônica em trata-
mento dialítico.
4.2 Caso clínico
Nome: L.F
Idade: 69 anos, aposentada
Sexo: feminino masculino
Queixa principal
Familiar solicita à equipe da Estratégia de Saúde 
da Família (ESF) avaliação para idosa com 
insuficiência renal crônica, em tratamento 
dialítico que iniciou com febre, hiperemia em 
local da fístula arteriovenosa, falta de ar aos 
esforços e edema em membros inferiores há um 
dia.
57
Insuficiência renal crônica no idoso
Anamnese
Queixa principal - Familiar solicita à equipe da Estratégia de Saúde da Família 
(ESF) avaliação para idosa com insuficiência renal crônica, em tratamento dia-
lítico que iniciou com febre, hiperemia em local da fístula arteriovenosa, falta 
de ar aos esforços e edema em membros inferiores há um dia.
Histórico do problema atual - L.F. tem 69 anos, relata ter realizado a última 
sessão de hemodiálise (HD) há 2 dias e confirma o aumento da ingesta líquida 
e alimentação inadequada nos últimos dias. Apresenta falta de ar aos esforços 
e edema em membros inferiores e há um dia percebeu hiperemia em local da 
fístula arteriovenosa, sendo que, às 4 horas da manhã, apresentou hipertermia 
e medicou-se com paracetamol 500 mg, por via oral. No entanto, os sintomas 
não melhoraram e passou a apresentar dor no local da fístula arteriovenosa, 
solicitando avaliação da equipe da ESF.
Revisão de sistemas 
•	 Aparelho respiratório: dispneia.
•	 Sistema geniturinário: anúrica. 
•	 Sistema gastrointestinal: eliminações fisiológicas intestinais presentes, 
com tendência a constipações frequentes, intervalo de aproximada-
mente três dias entre as eliminações.
Histórico
Antecedentes pessoais - Hipertensa e diabética há 26 anos, em tratamento; 
cardiopata isquêmica e com insuficiência cardíaca congestiva-classe funcio-
nal II. Internação hospitalar prévia por broncopneumonia há 3 anos e por ede-
ma agudo de pulmão, após a sessão de hemodiálise há 4 meses. Realiza he-
modiálise duas vezes por semana, de três a quatro horas. Durante as sessões 
de hemodiálise apresenta hipotensões graves. Dorme cerca de 8 horas por dia, 
58
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
não adere adequadamente à dieta prescrita pela nutricionista, chegando às 
sessões de hemodiálise acima de seu peso seco. Não realiza exercícios físicos, 
pois apresenta dificuldade para deambular. Nega história de alergias. Revisada 
a caderneta do idoso, apresenta três doses da Vacina Dupla Tipo Adulto (dT), 
sendo a última dose em 2009, e esquema completo para hepatite B. Realiza 
vacina influenza sazonal anualmente.
História social - L.F. mora com seu marido, a filha de 34 anos e um neto de 
7 anos em um bairro periférico da cidade. A casa é de alvenaria, com sala, 
cozinha, três quartos e um banheiro. A residência apresenta bom aspecto de 
higiene. A rendamensal da família é proveniente da aposentadoria da idosa 
e do serviço de motorista de seu marido. Sua filha é a pessoa que presta os 
cuidados: cuida da casa, faz e vende artesanatos para auxiliar nas despesas. A 
Sra. L.F. não realiza atividade física há mais de um ano.
Antecedentes familiares – Mãe faleceu por infarto agudo do miocárdio e pai 
faleceu de acidente vascular cerebral. Tem dois irmãos, ambos hipertensos, 
sendo que um tem insuficiência renal crônica, em tratamento conservador.
Exame físico 
Sintomas gerais: lúcida, orientada e comunicativa. Mucosas úmidas e coradas, 
hidratada. 
Cavidade oral: edêntula, em uso de próteses totais em boas condições de hi-
giene e adaptação. 
•	 Frequência cardíaca: 84 bpm. 
•	 Frequência respiratória: 26 mrpm. 
•	 Pressão arterial: 150/90 mm/Hg. 
•	 Temperatura: 37,8°C.
59
Insuficiência renal crônica no idoso
•	 Peso: 82 kg. 
•	 Estatura: 1,66 m. 
•	 IMC: 29,7 kg/m².
Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares presentes em ápice e base bilate-
rais, com sibilos em ambos os campos pulmonares.
Ausculta cardíaca: ritmo regular, bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros. 
Abdome: discretamente timpânico; fezes palpáveis no cólon. Coluna vertebral 
e extremidades: extremidades aquecidas, perfusão satisfatória e com presen-
ça de edema 2+/4+, pulsos periféricos cheios e simétricos. 
Presença de fístula arteriovenosa em membro superior esquerdo, com hipere-
mia, calor local, presença de secreção amarelada e dor intensa no local. Pre-
sença de frêmitos, pulso radial cheio.
4.3 Discussão do caso clínico
Diante do caso da Sra. L. F. os problemas levantados durante a visita domiciliar 
foram: a falta de ar aos esforços; edema em membros inferiores; hiperemia, ca-
lor, presença de secreção e dor no local da fístula arteriovenosa; não realização 
de exercícios físicos; aumento da ingesta líquida e alimentação inadequada.
A inapetência não foi detectada como problema, pois a idosa alimentava-se, 
embora não aderisse às orientações nutricionais para o seu quadro clínico. Na 
anamnese e no exame físico observa-se que a fístula apresenta hiperemia, calor 
local, secreção e paciente refere dor, sinais indicativos de infecção local. O au-
60
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
mento da ingesta hídrica em pacientes com IRC ocasionou edema em membros 
inferiores, sendo a falta de ar aos esforços uma consequência desse quadro.
O acompanhamento nutricional para o planejamento das refeições deve ser 
orientado adequando as necessidades calóricas para cada indivíduo. É interes-
sante, orientar os pacientes a registrarem a ingestão alimentar diariamente, e de 
preferência pesarem-se todos os dias pela manhã, conhecendo seu peso seco.
4.3.1 Nutrientes importantes na dieta
O uso de plantas aromáticas e as especiarias frescas são indicados para subs-
tituir o sabor do sal nos alimentos. Outra sugestão é temperar os alimentos 
com pimenta ou suco de limão. É necessário orientar que o sódio está presente 
em alimentos processados industrialmente, como: molho de soja, bolacha, ali-
mentos enlatados, bacon, presunto e linguiça.
Um alto nível de fósforo pode provocar perda de cálcio dos ossos e irritação na 
pele, devendo-se evitar o uso de alguns alimentos, como: produtos de laticínio, 
como leite, queijo, pudim, iogurte e sorvete; feijões e ervilhas secas; nozes e 
pasta de amendoim; bebidas como chocolate quente, cerveja e refrigerantes de 
cola (pretos). Assim, o uso de cremes sem leite e de determinados substitutos 
do leite é uma boa forma de reduzir a quantidade de fósforo na dieta.
O cálcio é um mineral importante para a formação de ossos, mas se deve ob-
servar que alimentos com boas fontes de cálcio também têm alto teor de fósfo-
ro. Para manter o equilíbrio dos níveis de cálcio e fósforo, e prevenir a perda de 
cálcio, é indicada uma dieta reduzida em alimentos ricos em fósforo e utilizar 
quelantes de fosfato. Se a dieta do paciente for limitada, pode ser necessário o 
reforço de vitaminas e minerais (National Kidney Foundation [2007?]).
61
Insuficiência renal crônica no idoso
O potássio atua na regulação da contração muscular, sendo fundamental para 
manter o ritmo cardíaco, além de contribuir na manutenção dos níveis ade-
quados de fluidos e equilíbrio de eletrólitos. Além disso, atua na condução dos 
impulsos nervosos. Alimentos como frutas, verduras, legumes e grãos são ri-
cos em potássio, como: banana, melão, laranja, frutas secas, abacate, cenoura, 
beterraba, tomate, batata, folhas verde-escuras (couve, espinafre), castanhas, 
nozes, amêndoas, ervilha, feijão, soja, grão de bico, semente de gergelim e gér-
men de trigo. O paciente deve estar apto a reconhecer quais são os alimentos 
que são ricos em potássio para que possa evitá-los ou cozinhá-los para reduzir 
o teor desse mineral (HOSPITAL SAMARITANO, 2010, p. 8-9).
4.3.2 Orientações práticas aos pacientes e familiares
É importante realizar as seguintes orientações práticas aos pacientes e 
familiares:
•	 Evite excessos, ou seja, alimentos com muito sal e muito açúcar.
•	 Para controle da ingesta hídrica, é indicado colocar a água a ser ingeri-
da, durante as 24h, em uma garrafa.
•	 Evite alimentos industrializados, como sopas, caldos e temperos.
•	 Use temperos naturais (alho, cebola, cebolinha, louro, manjericão, ale-
crim etc.).
•	 Evite ou use pouco sal no preparo dos alimentos.
•	 Tire o saleiro da mesa.
•	 Não esqueça: sempre ler os rótulos dos alimentos industrializados 
(HOSPITAL SAMARITANO, 2010).
Os principais grupos de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica 
são diabete mellitus, hipertensão arterial sistêmica e história familiar de DRC. 
62
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
Segundo Brasil (2006, p. 23):
Existem outros fatores de risco para doença renal crônica que estão re-
lacionados à perda de função renal, como glomerulopatias, doença renal 
policística, doenças autoimunes, infecções sistêmicas, infecções uriná-
rias de repetição, litíase urinária, uropatias obstrutivas e neoplasias.
Alguns fatores de risco estão relacionados com taxa de declínio da filtração 
glomerular com evolução mais rápida, como: controle glicêmico ineficaz, hi-
pertensão arterial, maior proteinúria, hipoalbuminemia, dislipidemia e tabagis-
mo. Além destes, é conhecido que sexo masculino e idade avançada conferem 
maior risco (BRASIL, 2006, p. 44).
É importante destacar que, independentemente do diagnóstico etiológico da 
DRC, a presença de dislipidemia, obesidade e tabagismo acelera a progressão 
da doença (BRASIL, 2006, p. 23).
Desta forma, os seguintes aspectos devem ser abordados na visita domiciliar 
à Sra. L.F.:
•	 estimular a realização de atividade física conforme as possibilidades 
de L.F;
•	 controle da pressão arterial e temperatura axilar;
•	 enfatizar a necessidade de controle de ingestão de sal;
•	 solicitar avaliação e acompanhamento da Equipe Multiprofissional de 
Atenção Domiciliar (EMAD).
Com o avanço da doença renal, a capacidade dos rins de eliminar o excesso de 
água e sódio do organismo diminui, levando à retenção dessas substâncias no 
63
Insuficiência renal crônica no idoso
organismo, o que acarreta a formação de edema e o aumento da quantidade 
de líquido no corpo. Desse modo, deve-se evitar a ingesta hídrica em excesso. 
A adoção de hábitos alimentares adequados e saudáveis, cessação do tabagis-
mo, prática de atividade física regular, controle da pressão arterial, manejo das 
dislipidemias, manejo do diabetes com controle da glicemia e uso profilático de 
alguns fármacos são intervenções protetoras vasculares e renais de benefício 
comprovado (BRASIL, 2006, p. 26).
A avaliação na fístula arteriovenosa deve ser realizada a fim de verificar sinais 
de trombose no acesso venoso, infecções locais e alterações, o que pode cau-
sar sua inoperância (FURTADO; LIMA, 2006).
No âmbito da Estratégia Global de Promoção da Alimentação Saudável,Ati-
vidade Física e Saúde para doente renal crônico, a Organização Mundial da 
Saúde recomenda que a “energia total deve ser distribuída nos macronutrientes 
de gorduras, carboidratos e proteínas, sendo o consumo de colesterol total 
inferior a 300 mg/dia e de sódio < 2,0 gramas” (BRASIL, 2006, p. 27).
Link
Para conhecer a tabela de composição de alimentos por 100 gramas de 
parte comestível (centesimal, minerais, vitaminas e colesterol) elaborada 
pela Universidade Estadual de Campinas, acesse: <https://unasus2.moo-
dle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6948>.
A recomendação para abandono do tabagismo deve ser universal, sendo par-
ticularmente útil na prevenção de doença cardiovascular, cerebrovascular e re-
nal (BRASIL, 2006, p. 33). As pessoas devem incorporar a atividade física nas 
atividades rotineiras, como caminhar, subir escadas, realizar atividades domés-
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6948
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6948
64
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
ticas dentro e fora de casa, optar sempre que possível pelo transporte ativo nas 
funções diárias, que envolvam pelo menos 150 minutos/semana (equivalente a 
pelo menos 30 minutos realizados em 5 dias por semana). “O efeito da ativida-
de de intensidade moderada realizada de forma acumulada é o mesmo daquela 
realizada de maneira contínua, isto é, os trinta minutos podem ser realizados 
em uma única sessão ou em duas sessões de 15 minutos (por exemplo, manhã 
e tarde), ou ainda em três sessões de dez minutos (exemplo: manhã, tarde e 
noite)” (BRASIL, 2006, p. 31-32).
No caso da Sra. L.F., a Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (EMAD) 
é contactada para a avaliação da fístula arteriovenosa. A EMAD realiza o aten-
dimento domiciliar e solicita exames laboratoriais, iniciando com antibioticote-
rapia endovenosa.
A infecção no acesso vascular é a segunda causa mais comum de per-
da da fístula arteriovenosa. Os microrganismos mais frequentes são o 
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e os germes Gram-
negativos.
A terapêutica a ser instituída dependerá do tipo de fístula. Em fístulas nativas, 
a infecção ocorre geralmente por contaminação local no momento da punção 
ou higiene precária do paciente com a fístula. Os antibióticos são utilizados de 
4 a 6 semanas, associados a cuidados locais. Em fístulas de enxerto, além do 
uso de antibiótico, é necessária a ressecção da porta infectada.
A escolha do antibiótico sistêmico deve ser guiada pelos resultados de exames 
laboratoriais, como hemocultura, ou cultura de secreção local, devendo ser ins-
tituída antibioticoterapia empírica para cobertura de bactérias Gram-positivas 
65
Insuficiência renal crônica no idoso
e negativas até que os resultados desses exames estejam disponíveis (NASCI-
MENTO et al., 1999).
Para preservar a permeabilidade da fístula, deve-se orientar que o paciente 
realize regularmente exercícios com a mão e o braço onde está localizada a 
fístula. Deve-se orientar ainda que o paciente evite esforço com o braço no 
dia em que fez a hemodiálise para evitar a ocorrência de sangramento. Não se 
deve permitir a punção e a verificação de pressão arterial no membro da FAV 
por outros profissionais, para evitar hematomas.
Após a hemodiálise o correto é pressionar os curativos da fístula arteriovenosa 
por no mínimo 20 a 30 minutos, ainda no serviço. Recomenda-se retirar os 
curativos até duas horas após a sessão, para evitar o comprometimento da 
fístula (FERMI, 2003).
Entre os cuidados, deve-se estar atento a sinais e sintomas de infecção, rea-
lizar higiene adequada do local, não permitir administração de medicamentos 
por punção venosa no local da FAV por outros profissionais, não dormir sobre 
o braço do acesso e evitar compressão do local, e nunca verificar pressão arte-
rial no membro do acesso (MOREIRA; ARAUJO; TORCHI, 2013).
Esses cuidados destinam-se a proteger a fístula do excesso de peso sobre o 
braço, para que não haja comprometimento do fluxo sanguíneo, ocasionando 
trombose no acesso venoso. O cliente deve estar apto a compreender o funcio-
namento de seu acesso vascular e o objetivo das medidas de precaução para 
evitar sua inoperância (FURTADO; LIMA, 2006).
66
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
Atenção
Em caso de sangramento no local da fístula, o paciente deve comprimir 
o local usando material limpo e elevar o membro. O paciente deverá pro-
curar imediatamente uma unidade de hemodiálise ou pronto-socorro se 
houver sangramento intenso (FERMI, 2003).
É necessário observar os seguintes aspectos gerais em relação à fístula arte-
riovenosa (MOREIRA; ARAUJO; TORCHI, 2013):
•	 vigiar o funcionamento do acesso por meio da palpação e percepção 
do frêmito;
•	 durante o banho diário, lavar bem o braço e a fístula com água e sabão, 
secando-a cuidadosamente com uma toalha limpa;
•	 inspecionar a fístula diariamente e informar a equipe de saúde quando 
houver alguma anormalidade. A sujidade e a umidade representam risco 
para infecção;
•	 evitar carregar pesos ou dormir sobre o braço da fístula, pois a pressão 
sobre ele pode interromper o fluxo sanguíneo;
•	 realizar regularmente exercícios com a mão e o braço onde está locali-
zada a fístula, para garantir sua permeabilidade;
•	 a equipe de saúde deve atentar para os sinais de infecção do acesso 
vascular: edema, hiperemia, saída de pus no local de incisão da fístula e 
presença de febre ou calafrios. Observar a presença de frêmitos e pulso.
Saiba mais
Para conhecer mais sobre a assistência aos pacientes renais crônicos, 
acesse: <http://www.pro-renal.org.br/renal_023.php> (PRÓ-RENAL BRA-
SIL, 2011).
http://www.pro-renal.org.br/renal_023.php
67
Insuficiência renal crônica no idoso
• Edema agudo de pulmão
• Dispneia
• Náusea e vômitos
• Hipoglicemia
Complicações que 
podem ocorrer no 
domicílio após a 
sessão de hemodiálise
O edema agudo de pulmão nos pacientes em diálise geralmente decorre da 
sobrecarga hídrica na presença de disfunção ventricular já existente. Pacientes 
urêmicos são propensos a desenvolver hipoglicemia por vários fatores: redu-
ção da inativação renal da insulina, diminuição da gliconeogênese renal, perda 
de proteínas resultando no baixo suprimento de alanina (precursor da gliconeo-
gênese) e defeito na reabsorção da glicose. Já as reações alérgicas são com-
plicações raras e quando acontecem são do tipo anafilático, principalmente 
devido ao uso de dialisadores novos, e são raros no domicílio.
Link
Para conhecer as orientações ao cuidador sobre os sinais de alerta em 
pacientes que realizam hemodiálise, acesse: <https://unasus2.moodle.
ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6949>.
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6949
https://unasus2.moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=6949
68
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 4
Encerramento da unidade
Ao concluir a unidade sobre insuficiência renal crônica e tratamento dialí-
tico, você adquiriu informações de como conduzir os cuidados ao pacien-
te renal crônico, bem como as orientações necessárias aos familiares/
cuidadores para que o paciente permaneça no domicílio clinicamente 
estável e confortável. 
Unidade 5
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos
Idoso com dor precordial 
70
Parte I - Abordagem domiciliar multiprofissional - enfermeiros e médicos - Unidade 5
5.1 Introdução da unidade
Nesta unidade, exploraremos, a partir de um caso clínico, aspectos considera-
dos de grande importância sobre a abordagem e o manejo domiciliar em situa-
ções de idoso com dor precordial:
•	 identificar os cuidados necessários ao paciente após infarto agudo do 
miocárdio (IAM) e as orientações a serem dadas para seus cuidadores 
quanto aos cuidados no domicílio;
•	 verificar o protocolo clínico das síndromes coronarianas agudas

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