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Semiologia cardiovascular 5

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Continuação... 
AVALIAÇÃO DO SOPRO 
- Quando o paciente apresenta um sopro mas o medico esta em duvida se o sopro vem do lado direito ou 
esquerdo, pede-se o paciente para inspirar profundamente pois isso irá diminuir a pressão intratorácica e 
aumentar o retorno venoso para as câmeras cardíacas direitas do coração. Esse retorno venoso trás uma 
sobrecarga volumétrica, então se a pessoa tiver um sopro de origem direita do coração irá ter um aumento 
da intensidade no ruído nesse lado. Se o sopro for de origem cardíaca esquerda, a intensidade do ruído irá 
se manter. 
É feita uma manobra. 
 
SITUAÇÃO NO CICLO CARDIACO 
- Quando fazemos uma ausculta, a primeira coisa que temos que identificar é se o sopro esta na sístole ou 
na diástole. 
- O sopro pode ser: 
 Sistólicos: entre B1 e B2. Depois de B1 
 Diastólicos: entre B2 e B1. Depois de B2 
 Sistodiastólicos 
 Continuos 
- O pulso carotídeo e o ictus cordis coincidem com B1 (sístole). Então, é importante fazer a palpação 
 Sopro coincidindo com o pulso: sopro sistólico, em B1 
 Sopro não coincide com pulso: sopro diastólico, em B2 
 
SOPRO SISTÓLICO DE EJEÇÃO 
- O sopro vai acontecer durante a sístole, a ejeção ventricular, quando o ventrículo esta se esvaziando. 
- O problema esta na abertura das valvas semilunares. 
Problema: Vai ter dificuldade/resistência na saída do sangue do ventrículo para a artéria que esta a diante 
devido a um estreitamento da valva semilunar: estenose de valva aórtica ou pulmonar. 
- intensidade de característica “crescendo-decrescendo”. O sopro é 
semelhante a um losango: 
Temos B1 (fechamento das valvas atrioventriculares) e abertura das valvas 
semilunares para a sístole ventricular. Porem, o sopro vai acontecer um pouco 
depois de B1, vai ter um intervalo de tempo porque quando a valva estenosada 
começa a se abrir ela não se abre de forma escancarada, ela se abre aos 
poucos e com dificuldade. A medida que ela vai se abrindo o fluxo sanguíneo 
vai passando por ela gradativamente, ele vai ficando maior, então vamos ter 
um sopro inicialmente crescente ate chegar em seu ponto máximo. Quando 
chega no ponto máximo o volume de sangue intraventricular esta menor, então 
o sopro começa a decrescer. 
Portanto a medida que a valva estenosada vai se abrindo e o sangue começa 
a passa, vai haver um soprinho e a medida que ela vai se abrindo mais e mais 
sangue vai passando, o sopro vai aumentar ate chegar em seu ponto máximo 
pois já houve um grande debito sistólico, então o sopro vai reduzindo sua 
intensidade 
- Quanto mais grave o estreitamento da estenose for, mais prolongado será a fase do sopro 
- O sopro acontece um pouco depois de B1, entre B1 e B2, na sístole ventricular. 
 
SOPRO SISTOLICO DE REGURGITAÇÃO 
- Regurgitação de sangue dos ventrículos para os átrios 
- Aparece com a primeira bulha: O sopro vai ter inicio imediato em B1 e ocupar toda a sístole ventricular 
(sopro holosistolico), entre B1 e B2. 
- Intensidade mantida 
- Termina imediatamente antes da B2 ou pode recobri-la. 
- O problema vai estar no fechamento das valvas atrioventriculares. 
Problema: Na hora que o ventrículo estiver se contraindo para ejetar o sangue para a artéria a diante, o 
sangue irá regurgitar/voltar para o átrio pois a valva atrioventricular esta com problema no seu fechamento 
adequado: insuficiências de valva mitral ou tricúspide 
 
 
 
 
Isabela Machado 
Portanto, sopro sistólico esta entre B1 e B2. 
Vamos ausculta-los ao mesmo tempo com o pulso carotídeo 
- Sopro sistólico de ejeção: estenose de valva aórtica ou pulmonar. Em geral ele começa um pouco depois 
da B1, tem aspecto crescente e decrescente e pode ter seu prolongamento de acordo com a intensidade 
da estenose. 
- Sopro sistólico de regurgitação: insuficiência mitral ou tricúspide. Vamos auscultar-lo desde o início da 
sístole e se estendendo com intensidade mantida ate o final da sístole 
 
SOPRO DIASTOLICOS 
- Diástole é o enchimento de ventrículo. Sopros diastólicos acontecem no grande silencio 
- Vai desde a B2 ate B1. Nesse meio tempo teremos o sopro diastólico 
- pode acontecer no inicio da diástole, no meio da diástole ou no final da diástole 
- Ele pode ser: 
 Protodiastólicos 
 Mesodiastólicos 
 Telediastólicos ou préssistólicos 
- Os sopros diastólicos acontecem na diástole e nesse momento o átrio vai estar em sístole, ou seja, se 
tiver alguma alteração de valva atriovetricular que esteja trazendo uma dificuldade nesse esvaziamento do 
átrio pro ventrículo, estamos falando de uma: estenose da valva mitral ou tricúspide 
- As estenoses atrioventriculares representam uma importante causa de sopro diastólico, principalmente a 
estenose mitral que é a mais comum 
- Outra condição que pode esta relacionada ao momento em que o ventrículo esta em diástole e o átrio em 
sistole é quando as válvulas semilunares estão fechadas mas não da maneira adequada, permitindo então 
durante o enchimento ventricular um refluxo de sangue, uma regurgitação da artéria aorta ou pulmonar pra 
dentro do ventrículo: insuficiência de valva aórtica ou pulmonar 
 
Repetindo explicando separadamente agora: 
 
SOPROS DIASTOLCOS DE ESTENOSES ATRIOVENTRICUARES 
- O ruído do sopro é associado ao bater de asas de um passarinho chamado: ruflar diastólico. 
- Surge em um intervalo de tempo após a segunda bulha B2. 
- Sopros de baixa frequência e tonalidade grave ( “Ruflar”) 
- Reforço pré-sistólico (contração atrial) 
- Se é um sopro de estenose atrioventricular, significa que esta ocorrendo dificuldade no esvaziamento do 
átrio pro ventrículo, a valva atrioventricular esta se abrindo com dificuldade, é um processo gradativo, ela 
esta estreitada então mais uma vez começamos a escutar o ruído um pouco depois da B2. 
- O ruindo se inicia com Intensidade máxima e vai gradativamente diminuindo e depois aumenta a 
intensidade novamente. Isso acontece pois a primeira fase da diástole é o enchimento ventricular rápido, o 
átrio esta com muito sangue e muita pressão, então o sangue passa pela valva estreitada com muita 
pressão para um ventrículo com baixa pressão. De acordo com a passagem do sangue, a intensidade do 
sopro vai reduzindo pois o átrio vai perdendo seu volume e pressão e então o sangue começa a ter maior 
dificuldade pra sair já que o átrio não é uma câmara de pressão. A ultima fase do enchimento ventricular 
(diástole) é a contração atrial (B4) pra conseguir terminar o enchimento final ventricular. 
É um reforço pré-sistólico (contração atrial) 
- Então vou auscultar B2 e após um intervalo vou auscultar um sopro alto que vai diminuindo e no final 
aumenta de novo 
 
SOPRO DIASTOLICO DE INSUFICENCIA AORTICA OU PULMONAR 
- Sabemos que sopro de insuficiência começa junto com a bulha 
- Então o sopro que começa imediatamente após a segunda bulha é um sopro 
diastólico de insuficiência aórtica ou pulmonar. 
- Ele mostra uma regurgitação da aorta ou da pulmonar para o ventrículo no 
momento da diástole ventricular. As válvulas semilunares estão com problema 
de fechamento 
- Ele pode ocupar só o inicio da diástole ou todo o período diastólico 
- Ele é sopro de alta frequência 
- É um sopro decrescente 
- Tem caráter aspirativo, tum ta fumm 
 
 
Isabela Machado 
LOCALIZAÇÃO DO SOPRO 
- A localização do sopro se dá pelo foco em que é mais audível 
- Não tem valor absoluto devido a irradiação 
- A depender da intensidade do sopro ele se irradia para outro focos, mas a localização será atribuída ao 
foco que o sopro for mais audível 
 
IRRADIACAO 
- A partir do foco de ausculta vamos movendo a membrana do esteto em varias direções 
- A irradiação esta ligada a intensidade dele, ela determina a irradiação 
- Ela vai ir pra regiões de acordo com a direção da corrente sanguínea 
 Sopro no foco aórtico/ estenose aórtica: levar o estetoscópio pra região cervical pra ver ate onde 
ele se irradia. 
 Sopro no foco mitral/ insuficiência mitral: levar o estetoscópio pra ver se irradia para axila 
 
INTENSIDADE 
- Caracteriza-sea intensidade pelo sistema de cruzes do porto: 4 cruzes 
 1 cruz: sopros débeis, audíveis apenas quando se ausculta com atenção e em ambientes 
silenciosos 
 2 cruzes: intensidade moderada 
 3 cruzes: intenso. Pode ter frêmito 
 4 cruzes: sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se afasta o estetoscópio da parede 
torácica. Pode ter frêmito 
 
TIMBRE E TONALIDADE 
- “Qualidade do sopro”: relacionada diretamente a velocidade do fluxo sanguíneo, causando o 
turbilhonamento. O turbilhonamento vai ser o grande responsável pela qualidade do sopro 
- O sopro pode ser rude, metálico, piante, ruflar. Tudo isso depende da velocidade do fluxo e isso pode 
se apresentar nas diversas condições 
Ex: ruflar: sopro de estenose atrioventricular 
 
MODIFICAÇÃO DO SOPRO COM A FASE DA RESPIRAÇÃO 
- Oque mais se faz na pratica clinica é a avaliação com as fases da respiração. 
- Na inspiração profunda temos o aumento do retorno venoso, maior volume chegando no ventrículo 
direto, maior fluxo de sangue pro átrio durante a sístole. 
- A principal situação em que se faz a manobra de rivero é pra fazer a identificação se o sopro é de 
insuficiência mitral ou tricúspide. Se for insuficiência tricúspide o sopro ira se intensificar, se for 
insuficiência mitral o sopro vai se manter 
 
MANOBRA DE RIVERO-CARVALLO 
1) Paciente em decúbito dorsal 
2) Estetoscópio no foco tricúspide 
3) Inspiração profunda 
- Se não houver alteração na intensidade do sopro => Manobra Negativa - (Sopro de valva mitral) 
- Se houver intensificação do sopro => Manobra positiva - (sopro de valva tricúspide) 
 
 
Isabela Machado 
 
 
 
 
 
 
 
Isabela Machado 
 
 
SOPRO INOCENTE 
- Acontece em criança e adolescente 
- Não tem associação com nenhuma alteração valvar 
 
 
 
 
 
 
Diagnostico diferencial: outras condições que podem trazer 
 
 
 
Isabela Machado

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