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FISIOPATOLOGIA KARINA AV2 ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM) Doença desmielinizante: apresentam destruição da bainha de mielina, mediado pelo sistema imunológico, com relativa preservação de outros elementos do tecido nervoso. OBS: qualquer coisa que baixe muito a imunidade deixa o indivíduo susceptível a doenças mielinizantes (consideradas doenças autoimunes > pioram com o tempo e são comuns em mulheres pelo estresse – 30, 40 anos); OBS.: · Não sabe a causa (idiopática); doença neurodegenerativa; · Se tem destruição da bainha de mielina, tem destruição dos nódulos de Ranvier, e a propagação do impulso vai se tornar cada vez mais lenta, até que um dia ele não vai chegar; · A esclerose múltipla não é a única doença desmielinizantes; · Esclerose: processo de cicatrização desorganizado, do processo de fibrose que fica depois da destruição da bainha de mielina; · É chamada de múltipla, pois encontra bainha de mielina é encontra na substancia branca (que se encontra no cérebro inteiro), então vai ter a destruição de múltiplas regiões; · Em fases agudas (começo), a bainha se regenera; · Caracterizadas por surtos e remissões (são prejudiciais ao paciente, por não irem ao médico); · Depois da destruição da bainha ocorre uma fibrose/cicatrização/esclerose. · Outras afecções (menos comum) que destroem também a bainha de mielina; ocorre depois de grandes infecções virais : “esclerose cerebral difusa de Schilder”, “esclerose concêntrica de Balo”, “encefalomielites disseminadas agudas (infeções/ vacinações)” , “encefalite hemorrágica necrosante aguda” (pós- infeccioso – herpes)”. · Sempre perguntar se passou por momentos de estresse recentemente, pois depois desse episódio de estresse, a imunidade diminui e a pessoa fica susceptível a doença desmielinizante. · Os exames que pede para saber se tem EM são: Exame da cultura do Liquor (porque quando olhar no LCR e for EM, vai ter pedaços de bainha de mielina e oligodendrócitos) e exame de imagem ( Ao pedir o exame de imagem, onde tiver pontos de desmielinização vai parecer como se fosse uma bolinha de gude fosforescente ( mais para o tom de branco), esses pontos de desmielinização). 1) CONCEITOS · Oligodendrócitos: ramificam-se em vários segmentos, que vão para os axônios circulantes. Esses segmentos envolvem os axônios em organelas membranosas especializadas (segmentos de mielina), portanto a esclerose múltipla ataca os oligodendrócitos. Os anticorpos quando destroem a bainha de mielina, destroem os oligodendrócitos; · Nódulo de Ranvier: pequena região da membrana plasmática axonal exposta; · Condução saltatória: condução do impulso -> rápida e eficiente; · Mielina: rica em lipídios inibe a transferência iônica; · Perda da mielina: o potencial de ação não é conduzido normalmente e a função do nervo cessa rapidamente. 2) A DESMIELINIZAÇÃO · É encontrada na substancia branca do neurônio (todas as substancias brancas podem ser acometidas); · A substancia branca é disseminada de forma aleatória e total: hemisférios cerebrais, tronco encefálico, cerebelo, medula espinhal, interior do nervo óptico e quiasma óptico. OBS1: Na cultura de liquor são achados fragmentos de oligodendrócitos e de bainha de mielina; No exame de imagem são achados pontos brancos que indica a desmielinização; OBS2: A queixa/sintoma indica a área de lesão. No inicio a bainha de mielina regera, então é difícil perceber um sintoma. 3) ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA · Mulheres acima de 40 anos; estresse; tabagismo; · Variabilidade da prevalência da EM, de acordo com a latitude. Países que fica mais exposto ao sol tem menos casos. Vitamina D influencia, diminui a incidência. Ex.: regiões equatoriais (<1 em 100.000). Climas temperados do norte europeu e da américa do norte (>100 em 100.000); · Tendência familiar: 15% dos pacientes com EM tem um parente afetado. Ex.: gêmeos idênticos (30%) e gêmeos não idênticos (5%); · Fator genético: HLA-DR, DR, B e A (marcadores para o gene de suscetibilidade; antígenos de histocompatibilidade); · Ambiental: exposição a agentes externos (vírus) - resposta autoimune. 4) CLASSIFICAO DA EM: · Conforma a forma de instalação; 1- EM recidivante com remissão: caracterizada por recidivas (retorno da atividade da doença) recorrentes e discretas entremeadas, por período de remissão quando a recuperação é completa. A progressão da doença a incapacidade aumenta, evoluindo para a EM progressiva secundaria; essa fase dura de 10 a 15 anos, em que a pessoa fica bem, mal, bem, mal. 2- EM progressiva secundaria: depois de um período de remissão (em que a doença não apresenta sinais), a doença entra em uma fase que há deterioração progressiva (passa de um estado bom para um estado pior) com ou sem recidivas sobrepostas identificáveis (efeitos cumulativos das recidivas); 3- EM progressiva primaria: déficit neurológico progressivo e cumulativo desde o início (raro). A pessoa só tem surtos desde do início, então a pessoa não fica boa e só vai piorando com o passar dos dois, pois a bainha de mielina não regenera da noite para o dia. Mais comum quando o inicio se dá em fase tardia da vida. 5) SINAIS E SINTOMAS · Paciente diz que é um “acontecimento inesperado” mas é um pensamento errôneo; pois os sintomas de início não são relevantes para os pacientes, que fazem ir ao médicos. Pois a bainha de mielina no inicio se regenera, logo os sintomas não são sentidos mais. · Queixam-se de vagas sensações de mal – estar nos meses ou anos precedentes; · “Sensações” : distúrbios sensoriais esporádicos, incômodos e dores de letargia; · HMA: visão dupla (nervo oculomotor ), cegueira (vulto; desmielinização do nervo óptico) , vertigem, ou fraqueza nos membros (episódio anterior de desmielinização); · Início dos sintomas pode ser agudo (minutos) ou crônico (meses depois da desmielinização); · Típico: evoluam durante horas ou dias. · SINTOMAS PRECOCES: · Episódios de fraqueza e fadiga e/ou insensibilidade em um ou mais membros; · Fenômeno de Lhermitte: sensação de levar um tiro repentino ou um choque elétrico que desce pelas costas até os MMII ao flexionar a cervical -> indica desmielinização medular. Como fazer: flexão cervical, a pessoa vai relatar a sensação de choque que desce pela região cervical e vai ate o final dos membros MMII; · Nistagmo, ataxia, disartria cerebelar -> indica desmielinização cerebelar; · Paralisia dos nervos cranianos -> indica desmielinização do TE; (depende o que o paciente terá: se o paciente ter uma desmielinização do mesencéfalo, ele vai ter pitose palpebral, dimioplia, dificuldade de olhar para cima, estrabismo. Se for desmielinização da ponte, o paciente terá paralisia facial, dificuldade de mastigar, de desviar o olhar para lateral). · SINTOMAS TARDIOS: · Atrofia óptica (não enxerga; desmielinização do nervo óptico); · Tremor incapacitante (mover-se/ grave); se vem piorando com o tempo é neuroincapacitante; · Tetraparesia espástica com aumento do tônus (desmielinização do trato cortico espinhal e estruturas do tronco cerebral); · Alteração na marcha ( necessitam dispositivos auxiliares. Pode ser desmielinização da medula espinhal, do cerebelo); · Diminuição da coordenação e equilíbrio (desmielinização do cerebelo); · Ataxia (desmielinização do cerebelo); · Espasticidade (desmielinização da medula espinhal); · Distúrbios de esfíncteres, incontinência urinária e intestinal e disfunção sexual.(desmielinização de medula espinhal) ; · Instabilidade emocional (evolui para depressão, ansiedade); · A propagação de um potencial de ação ao longo de um neurônio é bastante afetada pela temperatura; quando esta no calor fica lento/ mole. · Fenômeno de UBTOFF: o aumento da temperatura pode resultar no bloqueio da condução elétrica e a manifestação clínica é conhecida como fenômeno de UBTOFF (sintomas pioram em temperaturas elevadas). Aconselhados: evitar extremos de temp. e os exercícios exagerados, uma crise pode ser precipitada. 6) DIAGNÓSTICO · Punção lombar: Análise do LCR observando-se primeiramente a presença de bandas oligocionaise o aumento dos níveis da imunoglobulina (IgG) no interior do SNC; · Ressonância magnética da cabeça e medula: Pode revelar lesões “silenciosas” que não estão associadas a sinais e/ou sintomas. Vai aparecer os pontos de desmielinização. · Potencial evocado: Exame que mede o índice de respostas ao sistema nervoso central através de estímulos rápidos e repetidos, porque a condução nervosa diminui quando acontece a desmielinização. 7) TRATAMENTO · Remédios médicos (tratamento para complicações secundarias) · Corticosteroides (para aumentar a imunidade do paciente e evitar ter mais destruição de bainha de mielina); · B-interferon ( propriedades antivirais); aumentar a imunidade; · Baclofen (diminuir a espasticidade; quando o paciente tem desmielinização importante da medula, o trato cortico espinhal fica comprometido e pode ter uma espasticidade grave): agonistas de receptores gaba, vai promover o relaxamento dessa musculatura, diminuindo o tônus. Inibe a transmissão em nível medular; · BZP (benzodiadrepina; serve para diminuir a ansiedade); · Toxina butulínica (diminuir o desparro excitatório na fenda sináptica, deixando esse braço um pouco menos ruim); · Propranolol (diminui o tremor); · Fisioterapia · as pessoas com EM normalmente são encaminhadas para fisioterapia, ou a solicitam, quando perdem a habilidade de movimentar-se ou de realizar atividades funcionais. · Estágio: danos irreversíveis no SNC e apresenta nível e incapacidade notável e persistente. · Abordagem: agir no nível da incapacidade (diminuir) e aumentar as habilidades (flexível e adequada as necessidades do paciente que mudam com o tempo). · Metas da fisioterapia: diminuir a incapacidade e aumentar as habilidades. Alongamento e exercícios ativos (diminuir as contraturas e deformidades; normalização do tônus (espasticidade); manter e/ou aumentar a força muscular; atividades de coordenação; treino de equilíbrio e marcha; exercícios respiratórios e orientação de AVDS. OBS: Exercícios resistidos (contra-indicados = pacientes sofrem deterioração e causam fadiga). Calor (contra-indicado??) = piora os sintomas e aumenta a fadiga –hidroterapia? Gelo (contra-indicado??) = causa vasoconstricção e diminui a circulação.
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