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Histologia Óssea

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SOI - II 
Histologia Óssea 
Professor: Me. Douglas Mroginski Weber 
 
 
Tecido Ósseo 
 
 O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo. A mineralização da 
matriz proporciona dureza ao tecido, sendo que, a matriz colágena concede certa 
flexibilidade. Graças a essa flexibilidade, suas estruturas são demasiadamente dinâmicas, 
crescem, remodelam e mantem sua atividade durante toda a vida do organismo. 
Funções 
 O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto, serve de suporte para as 
partes moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas cranianas e torácica e 
no canal raquidiano; 
 Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue; 
 Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando as suas contrações 
em movimentos úteis, e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas 
na contração muscular; 
 Funciona, ainda, como depósitos de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando os 
ou libertando-os de maneira controlada, para manter constante a concentração desses 
importantes íons nos líquidos corporais. 
Constituintes 
 O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células, 
e material extracelular calcificado, a matriz óssea. A matriz apresenta 50% de parte 
orgânica e 50% de material mineral. 
Parte orgânica 
 95% colágeno tipo I; 
 Glicosaminoglicanos e proteoglicanos semelhantes aos da cartilagem; 
 Glicoproteínas adesivas com, por ex. a osteonectina que faz a ligação ao colágeno 
e aos proteoglicanos. 
 
SOI - II 
Histologia Óssea 
Professor: Me. Douglas Mroginski Weber 
 
Parte inorgânica 
 Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio que formam cristais de 
hidroxipatita. Os íons da superfície deste cristal são hidratados existindo, portanto, uma 
camada de água à volta onde estão dissolvidos alguns íons, quando é necessário cálcio, o 
primeiro a ser mobilizado é o que está nesta camada à volta dos cristais. Só posteriormente 
é que se dá a dissolução dos cristais através dos osteoblastos. 
Células do tecido ósseo 
Células osteoprogenitoras 
 São células mesenquimatosas (origem mesenquimal) com poder de diferenciar se 
e proliferar-se em células formadoras de tecido ósseo, os osteoblastos. Essas células 
persistem até a vida pós-natal e são encontradas em quase todas as superfícies livres dos 
ossos (endósteo, periósteo, trabéculas de cartilagem calcificada). Durante a fase de 
crescimento dos ossos e reparações de lesões ósseas, as células osteoprogenitoras são 
mais ativas e também aumentam a sua atividade originando novos osteoblastos para o 
tecido ósseo. 
Osteoblastos 
 Os osteoblastos são células jovens com intensa atividade metabólica e 
responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno 
tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, 
participando da mineralização da matriz. São cúbicas ou cilíndricas e são encontradas na 
superfície do osso periósteo (membrana fina que reveste o osso). Fazem a regeneração 
óssea após fraturas. 
 Os osteoblastos existem também no endósteo (membrana de tecido conjuntivo que 
reveste o canal medular da diáfise e as cavidades menores do osso esponjoso e compacto). 
Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita 
basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular 
semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de 
osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua 
síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo. 
SOI - II 
Histologia Óssea 
Professor: Me. Douglas Mroginski Weber 
 
Osteócitos 
 Os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. 
Destas lacunas formam-se canalículos, onde no seu interior os prolongamentos dos 
osteócitos fazem contatos por meio de junções comunicantes, podendo passar poucas 
moléculas e íons de um osteócito para o outro. Os osteócitos têm um papel fundamental 
na manutenção da integridade da matriz óssea. 
 Osteoclastos 
 Os Osteoclastos são células muito grandes que resultam da fusão de várias células 
do sistema fagocitário mononuclear, têm origem em células que se originam na medula 
óssea, e estas por sua vez originam os monócitos e os macrófagos (várias células fundem-
se e dão origem aos Osteoclastos). Participam dos processos de reabsorção e remodelação 
do tecido ósseo. Nos Osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que 
vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma 
finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos 
Osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando 
depressões conhecidas como lacunas de Howship. 
 
Periósteo e endósteo 
 As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células 
osteogênicas e tecido conjuntivo que, constituem o endósteo e o periósteo, 
respectivamente. 
SOI - II 
Histologia Óssea 
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 A camada mais superficial do periósteo contém principalmente fibras colágenas e 
fibroblastos. As fibras de sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que 
penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. Na sua porção 
profunda, o periósteo é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, 
morfologicamente parecidas com fibroblastos. As células osteoprogenitoras se 
multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel 
importante no crescimento dos ossos e na reparação de fraturas. 
 O Endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas 
achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de 
Harvers e os de Volkamnn. As principais funções do Endósteo e do periósteo são a 
nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a 
recuperação do osso. 
Tipos de tecido ósseo: 
Classificação anatômica e macroscópica: 
 Osso compacto: constituído de partes sem cavidades. 
 Osso esponjoso: constituídos por partes com muitas cavidades intercomunicastes. 
 Esta classificação é macroscópica e não histológica, pois o tecido compacto e os 
tabiques que separam as cavidades do osso esponjoso têm a mesma estrutura histológica 
básica. 
 Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso 
com uma delgada camada superficial compacta. A diáfise (parte cilíndrica) é quase 
totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda, 
delimitando o canal medular. Principalmente nos ossos longos, o osso compacto é 
chamado também de osso cortical. Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo 
recobertos em toda a sua periferia por uma camada compacta. Nos ossos chatos, que 
constituem a abóbada craniana, existem duas camadas de osso compacto, as tábuas 
interna e externa, separadas por osso esponjoso. 
 As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são 
ocupados pela medula óssea vermelha. No recém-nascido, toda a medula óssea tem a cor 
vermelha, devido ao alto teor de hemácias, e é ativa a produção de células do sangue 
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(medula óssea hematógena). Pouco a pouco com a idade, vai sendo infiltrada por todo o 
tecido adiposo, com a diminuição da atividade hematógena (medula óssea amarela). 
Osso compacto X Osso esponjoso 
 
 
Classificação histológica: 
 Osso primário ou imaturo. 
 Osso secundário, maduro ou lamelar. 
Tecido ósseo primário 
 Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz. O 
tecido primário é o que aparece primeiro, tanto no desenvolvimento embrionário como 
na reparação das fraturas, sendo temporário e substituídopor tecido secundário. No tecido 
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ósseo primário as fibras colágenas se dispõem irregularmente, sem orientação definida, 
porém no tecido ósseo secundário ou lamelar essas fibras se organizam em lamelas que 
adquirem uma disposição muito peculiar. Em cada osso, o primeiro tecido ósseo que 
aparece é do tipo primário sendo substituído gradativamente por tecido ósseo lamelar ou 
secundário. Deste último tipo fazem parte o osso compacto e o osso esponjoso. 
Corte histológico de osso primário. Observar as fibras colágenas tipo I sem uma orientação definida 
 
Tecido secundário (lamelar) 
 O tecido ósseo secundário é a variedade encontrada no adulto. Sua principal 
característica é possuir fibras colágenas organizadas em lamelas que ficam paralelas umas 
às outras ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, 
formando os sistemas de Harvers ou ósteon. Estes sistemas têm um vaso no eixo do canal 
de Havers, com lamelas concêntricas e fibras à volta. Os canais comunicam-se entre si, 
com a cavidade medular e com a superfície externa de osso por meio de canais transversos 
ou oblíquos, que são os canais de Volkmann, que se distinguem dos de Havers por não 
apresentarem lamelas ósseas concêntricas. 
 
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 As lacunas são os locais onde ficam os osteócitos que têm prolongamentos que 
comunicam uns com os outros através de complexos de união, que permitem a passagem 
de ions e pequenas moléculas de um osteócito para o outro. Estes prolongamentos 
constituem os canalículos ósseos.O osso é irrigado, mas os metabólitos têm de atravessar 
a matriz óssea calcificada, quer através das próprias células que comunicam umas com as 
outras, quer através dos espaços que existem entre os prolongamentos dos osteócitos e as 
paredes dos canalículos ósseos (o fluxo no último caso é reduzido). 
 Os sistemas circunferenciais interno e externo são constituídos por lamelas ósseas 
paralelas entre si, formando duas faixas: uma situada na parte interna do osso, em volta 
do canal medular, e a outra na parte mais externa, próximo ao periósteo. O sistema 
circunferencial externo é mais desenvolvido que o interno. Entre os dois sistemas 
encontram-se inúmeros sistemas de Havers e grupos irregulares de lamelas, as lamelas 
intersticiais, que provém de restos de sistemas de Havers que foram destruídos durante o 
crescimento do osso. 
Organização de um osso lamelar 
 
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Corte histológico de osso lamelar obtido pela técnica de desgaste.Observar as lamelas ao redor dos canais de Havers e os 
osteócitos obedecendo a disposição das lamelas. 
 
Histogênese do Tecido ósseo 
 O desenvolvimento de um osso é tradicionalmente classificado em 
endocondral e intramembranoso. 
 A distinção entre a formação endocondral e intramembranosa depende de um 
modelo de cartilagem servir de precursor do osso (ossificação endocondral) ou da 
formação de osso de modo mais simples, sem a intervenção de um precursor cartilaginoso 
(ossificação intramembranosa). Os ossos dos membros e as partes do esqueleto axial que 
sustentam o peso (p. ex., vértebras) desenvolvem-se por ossificação endocondral. Os 
ossos planos do crânio e da face, a mandíbula e a clavícula desenvolvem-se por 
ossificação intramembranosa. 
 O fato de haver dois tipos distintos de ossificação não implica que o osso existente 
seja um osso membranoso ou endocondral. Esses termos referem-se apenas ao 
mecanismo pelo qual o osso é inicialmente formado. Devido à remodelação que ocorre 
posteriormente, o tecido ósseo inicialmente depositado por ossificação endocondral ou 
por ossificação intramembranosa é posteriormente substituído. O osso de reposição é 
formado sobre o osso preexistente por crescimento aposicional e é estruturalmente 
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idêntico em ambos os casos. Embora os ossos longos sejam classificados como ossos 
formados por ossificação endocondral, seu crescimento continuado envolve a histogênese 
do osso tanto pelo modo endocondral quanto intramembranoso, ocorrendo este último por 
meio da atividade da membrana periosteal ou periósteo. 
Ossificação Intramembranosa 
 Na ossificação intramembranosa, a formação do osso é iniciada pela condensação 
de células mesenquimais (ou mesenquimatosas) que se diferenciam em osteoblastos. 
 Nos humanos, a primeira evidência de ossificação intramembranosa é observada 
em torno da oitava semana de gestação dentro do tecido conjuntivo embrionário, o 
mesênquima. Algumas das células mesenquimatosas fusiformes, de coloração pálida, 
migram e agregam-se em áreas específicas (p. ex., a região do desenvolvimento de ossos 
chatos do crânio), formando centros de ossificação. Essa condensação de células dentro 
do tecido mesenquimal dá início ao processo de ossificação intramembranosa. As células 
mesenquimais nesses centros de ossificação alongam-se e diferenciam- se em células 
osteoprogenitoras. Estas expressam o fator de transcrição CBFA1, que é essencial para 
diferenciação dos osteoblastos e para a expressão dos genes necessários para a ossificação 
tanto intramembranosa quanto endocondral. 
 O citoplasma das células osteoprogenitoras modifica- se, passando de eosinófilo 
para basófilo, e uma área de Golgi de coloração clara torna-se evidente. Essas alterações 
citológicas resultam na formação do osteoblasto que, em seguida, secreta moléculas 
colágenas (principalmente de colágeno do tipo I), sialoproteínas ósseas, osteocalcina e 
outros componentes da matriz óssea (osteoide). Os osteoblastos acumulam-se na periferia 
do centro de ossificação e continuam secretando osteoide. 
 À medida que o processo continua, o osteoide sofre mineralização, e os 
osteoblastos imersos na matriz óssea diferenciam-se em osteócitos. Na matriz óssea, os 
osteócitos afastam-se cada vez mais uns dos outros à medida que ocorre produção de mais 
matriz, mas permanecem unidos por prolongamentos citoplasmáticos muito delgados. 
Com o passar do tempo, a matriz torna-se mineralizada, e os prolongamentos 
citoplasmáticos interconectados dos osteócitos ficam alojados dentro de canalículos. 
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. 
 Inicialmente, a matriz óssea recém-formada aparece em cortes histológicos como 
pequenas espículas e trabéculas de formato irregular. 
 A matriz óssea aparece em cortes histológicos como pequenas espículas e 
trabéculas de formato irregular, que são características do osso esponjoso. Várias células 
osteoprogenitoras estão apostas às espículas ósseas e, progressivamente, vão se 
diferenciando em osteoblastos, os quais acrescentam mais matriz ao tecido ósseo em 
formação. Por meio desse processo, denominado crescimento aposicional, as espículas 
aumentam em número e em espessura e se unem em uma rede trabecular que vai 
construindo o formato do osso em desenvolvimento. 
 Por meio de uma atividade mitótica continuada, as células osteoprogenitoras se 
constituem em uma fonte de osteoblastos para o crescimento das espículas ósseas. Por 
sua vez, os novos osteoblastos depositam a matriz óssea em camadas sucessivas, dando 
origem ao tecido ósseo imaturo do osso não lamelar (Figura 8.18 C). Esse osso imaturo, 
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caracteriza-se, pela existência, em seu interior, de uma rede de espaços interconectados 
ocupados por tecido conjuntivo e por vasos sanguíneos. O crescimento adicional e a 
remodelação resultam em substituição do osso não lamelar por osso compacto na periferia 
da peça óssea e por osso esponjoso no centro do osso recém-formado. Os espaços entre 
as trabéculas ficam ocupados por células da medula óssea transportadas por vasos 
sanguíneos.O tecido ósseo formado pelo processo descrito é denominado osso 
membranoso ou osso intramembranoso. 
Ossificação Endocondral 
 A ossificação endocondral também se inicia com a proliferação e a agregação das 
células mesenquimatosas no local do futuro osso. Sob a influência de diferentes fatores 
de crescimento dos fibroblastos (FGF; do inglês, fibroblastic growth factors) e de 
proteínas morfogênicas ósseas (BMPs), as células mesenquimatosas diferenciam-se em 
condroblastos, passam a expressar colágeno do tipo II e a produzir matriz cartilaginosa. 
 Inicialmente, há formação de um modelo de cartilagem hialina com o formato 
geral do osso. 
 Uma vez estabelecido, o modelo de cartilagem (uma versão em miniatura do 
futuro osso definitivo) desenvolvesse por crescimento intersticial e aposicional. O 
aumento no comprimento do modelo de cartilagem é atribuído ao crescimento intersticial. 
O aumento em sua largura resulta, em grande parte, da adição de matriz cartilaginosa 
produzida pelos novos condrócitos que se diferenciam a partir da camada condrogênica 
do pericôndrio que circunda a massa cartilaginosa. 
 O primeiro sinal de ossificação consiste no aparecimento de um colar ósseo ao 
redor do modelo de cartilagem. 
 Nesse estágio, as células pericondrais na região mediana do modelo de cartilagem 
não mais originam condrócitos. Em vez disso, são produzidas células formadoras de osso 
ou osteoblastos. Por conseguinte, o tecido conjuntivo que circunda essa porção da 
cartilagem não é mais funcionalmente um pericôndrio; Na verdade, devido à aquisição 
dessa nova função, ele agora é denominado periósteo. 
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 Além disso, como as células que compõem essa camada estão se diferenciando 
em osteoblastos, é agora possível identificar uma camada osteogênica dentro do 
periósteo. Em virtude dessas modificações, forma-se uma camada de osso em torno do 
modelo de cartilagem. Esse osso pode ser classificado como osso periosteal (devido à sua 
localização) ou como osso intramembranoso (devido ao seu processo de 
desenvolvimento). No caso de um osso longo, um envoltório de osso periosteal, 
denominado colar ósseo, é formado ao redor do modelo de cartilagem na porção diafisária 
do osso em desenvolvimento. O colar ósseo é mostrado na ilustração 2 da Figura 8.20. 
 Com o estabelecimento do colar ósseo periosteal, os condrócitos na região média 
do modelo de cartilagem tornam-se hipertróficos. 
 À medida que os condrócitos aumentam de tamanho, ocorre reabsorção de sua 
matriz cartilaginosa circundante, formando placas cartilaginosas irregulares e finas entre 
as células hipertróficas. As células hipertróficas começam a sintetizar fosfatase alcalina 
ao mesmo tempo que a matriz cartilaginosa circundante sofre calcificação. A calcificação 
da matriz cartilaginosa não deve ser confundida com a mineralização que ocorre no tecido 
ósseo. 
 A matriz cartilaginosa calcificada inibe a difusão de nutrientes, causando morte 
dos condrócitos no modelo de cartilagem. 
Com a morte dos condrócitos, grande parte da matriz se decompõe, e as lacunas vizinhas 
tornam-se confluentes, produzindo uma cavidade cada vez maior. Enquanto esses eventos 
estão ocorrendo, um ou vários vasos sanguíneos crescem e penetram o delgado colar 
ósseo diafisário para vascularizar a cavidade. 
 As células tronco mesenquimatosas migram para o interior da cavidade, 
juntamente com vasos sanguíneos em crescimento. 
 As células tronco mesenquimatosas que residem no periósteo migram ao longo 
dos vasos sanguíneos e diferenciam-se em células osteoprogenitoras na cavidade da 
medula óssea. As células tronco hemocitopoéticas (HSCs; do inglês, hemopoietic stem 
cells) também ganham aceso à cavidade por meio da nova vascularização, deixando a 
circulação para dar origem à medula óssea que constituirá a fonte de todas as linhagens 
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de células sanguíneas. A maioria da massa de cartilagem calcificada sofre degradação e 
é parcialmente removida; Certa quantidade, no entanto, permanece na forma de espículas 
irregulares. 
 Quando as células osteoprogenitoras entram em aposição com as espículas de 
cartilagem calcificada remanescentes, diferenciam-se em osteoblastos e começam a 
depositar matriz óssea (osteoide) sobre a estrutura da espícula. Por conseguinte, o osso 
formado dessa maneira pode ser descrito como osso endocondral. Esse primeiro local 
onde o osso começa a se formar na diáfise de um osso longo é denominado centro de 
ossificação primário. A combinação do tecido ósseo, que inicialmente consiste apenas em 
uma camada fina, e da cartilagem calcificada subjacente é descrita como espícula mista. 
 Histologicamente, as espículas mistas podem ser reconhecidas por suas 
características de coloração. A cartilagem calcificada tende a ser basófila, enquanto o osso 
é claramente eosinófilo. Com a coloração de Mallory, o osso cora-se em azul escuro, e a 
cartilagem calcificada exibe uma coloração azul claro. Além disso, a cartilagem 
calcificada já não contém células, enquanto o osso recém produzido contém osteócitos 
inseridos na matriz óssea. Essas espículas persistem por um curto período até que o 
componente cartilaginoso calcificado seja removido. O componente ósseo remanescente 
da espícula pode continuar a se desenvolver por crescimento aposicional, tornando- se 
assim cada vez mais ampla e espessa, ou pode sofrer reabsorção concomitantemente com 
a formação de novas espículas. 
Crescimento do osso endocondral 
 O crescimento do osso endocondral começa no segundo trimestre de vida fetal e 
continua até o início da vida adulta. 
 Os eventos descritos anteriormente representam o estágio inicial da formação de 
osso endocondral que ocorre no feto, começando aproximadamente com 12 semanas de 
gestação. 
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 O crescimento em comprimento dos ossos longos depende da existência de 
cartilagem epifisária. 
 À medida que a cavidade medular diafisária se expande, é possível reconhecer 
uma nítida região ocupada por cartilagem em ambas as extremidades da cavidade. Essa 
cartilagem remanescente, designada como cartilagem epifisária, exibe zonas distintas. 
Durante a formação endocondral do osso, a cartilagem avascular é gradualmente 
substituída por tecido ósseo vascularizado. Essa substituição é iniciada pelo fator de 
crescimento endotelial vascular (VEGF; do inglês, vascular endothelial growth factor) e 
é acompanhada pela expressão de genes responsáveis pela produção do colágeno do tipo 
X e das metaloproteases da matriz (enzimas responsáveis pela degradação da matriz 
cartilaginosa). As zonas na cartilagem epifisária, começando com a zona mais distal ao 
centro diafisário de ossificação e prosseguindo em direção a esse centro, são as seguintes: 
 A zona de cartilagem de reserva ou em repouso não exibe nenhuma proliferação 
celular nem produção de matriz; 
 A zona de proliferação é adjacente à zona de cartilagem em repouso na direção da 
diáfise. Nesta zona, as células cartilaginosas sofrem divisão e organizam-se em colunas. 
Essas células são maiores que as da zona de reserva e ativas na produção de colágeno 
(principalmente dos tipos II e XI) e outras proteínas da matriz cartilaginosa; 
 A zona de hipertrofia ou hipertrófica contém células cartilaginosas 
acentuadamente aumentadas (hipertróficas). O citoplasma dessas células é claro, devido 
à existência de glicogênio que elas geralmente acumulam (que é perdido durante a 
preparação tecidual). Nesta zona, os condrócitos permanecem metabolicamente ativos; 
Continuam secretando colágeno do tipo II, enquanto a sua secreção de colágeno do tipo 
X aumenta. Os condrócitos hipertróficos também secretam VEGF, queinduz a invasão 
vascular. A matriz cartilaginosa é comprimida e forma feixes lineares entre as colunas de 
células cartilaginosas hipertrofiadas; 
 Na zona de cartilagem calcificada, as células hipertrofiadas começam a degenerar, 
e a matriz cartilaginosa torna-se calcificada. Em seguida, a cartilagem calcificada atua 
como arcabouço inicial para a deposição de tecido ósseo. Os condrócitos localizados na 
porção mais proximal dessa zona sofrem apoptose; 
 A zona de reabsorção é a zona mais próxima da diáfise. Nessa região, a cartilagem 
calcificada está em contato direto com o tecido conjuntivo da cavidade medular. Nesta 
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zona, pequenos vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras acompanhantes invadem a 
região previamente ocupada pelos condrócitos que sofreram apoptose, formando nesse 
local uma série de alças. A cartilagem calcificada se organiza como espículas 
longitudinais. Em corte transversal, a cartilagem calcificada aparece como um favo de 
mel, devido à ausência das células cartilaginosas. Os vasos sanguíneos invasores 
constituem a fonte de células osteoprogenitoras, que irão se diferenciar em osteoblastos, 
as células produtoras de osso. 
 A deposição óssea ocorre nas espículas cartilaginosas da mesma maneira que 
aquela descrita para a formação do centro de ossificação inicial. 
 À medida que o osso é depositado sobre as espículas calcificadas, a cartilagem é 
reabsorvida, deixando em seu lugar um osso esponjoso primário. Este sofre 
reorganização por meio da atividade osteoclástica e adição de novo tecido ósseo, 
acomodando, assim, o crescimento continuado e os estresses físicos impostos ao osso. 
Pouco depois do nascimento, observa-se o desenvolvimento de um centro de ossificação 
secundário na epífise proximal. As células cartilaginosas sofrem hipertrofia e degeneram. 
Conforme observado na diáfise, ocorre calcificação da matriz, e os vasos sanguíneos e 
células osteogênicas do pericôndrio invadem a região, criando uma nova cavidade 
medular. 
 Posteriormente, forma-se um centro de ossificação epifisário semelhante na 
extremidade distal do osso. Esse centro também é considerado como um centro de 
ossificação secundário, embora se desenvolva posteriormente. Com o desenvolvimento 
dos centros de ossificação secundários, a única cartilagem do modelo original que 
permanece é a cartilagem articular nas extremidades do osso e um disco transversal de 
cartilagem, conhecido como disco epifisário de crescimento, que limita as cavidades 
epifisárias e diafisárias. 
 A cartilagem do disco de crescimento epifisário é responsável pela manutenção 
do processo de crescimento. 
 Para que um osso mantenha suas proporções apropriadas e seu formato específico, 
é preciso que ocorra remodelação tanto externa quanto interna à medida que o osso cresce 
em comprimento. A zona de proliferação do disco epifisário dá origem à cartilagem sobre 
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a qual o osso é posteriormente depositado. Ao revisar o processo de crescimento, é 
importante considerar os seguintes aspectos: 
 A espessura do disco epifisário permanece relativamente constante durante o 
crescimento; 
 A quantidade de nova cartilagem produzida (zona de proliferação) é igual à 
quantidade reabsorvida (zona de reabsorção); 
 Naturalmente, a cartilagem reabsorvida é substituída por osso esponjoso. 
 O alongamento efetivo do osso ocorre quando há produção de nova matriz 
cartilaginosa no disco epifisário. A produção de nova matriz cartilaginosa empurra a 
epífise, afastando-a da diáfise, com consequente alongamento do osso. Os eventos que se 
seguem a esse crescimento – isto é, hipertrofia, calcificação, reabsorção e ossificação – 
dependem do “simples” mecanismo pelo qual a cartilagem recém-formada é substituída 
por tecido ósseo ao longo do desenvolvimento. 
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 O osso aumenta em largura ou diâmetro quando ocorre crescimento aposicional 
de novo osso entre as lamelas corticais e o periósteo. Em seguida, a cavidade medular 
aumenta por reabsorção do osso sobre a superfície endosteal do córtex do osso. À medida 
que o osso se alonga, é necessário haver remodelação que consiste na reabsorção 
preferencial de osso em algumas áreas e na deposição de osso em outras áreas. 
 
 Quando o indivíduo alcança o seu crescimento máximo, a proliferação de nova 
cartilagem no disco epifisário cessa. 
 Quando a proliferação de nova cartilagem cessa, a cartilagem já produzida no 
disco epifisário continua sofrendo as alterações que levam à deposição de novo osso até 
que, por fim, não haja mais nenhuma cartilagem remanescente. Nesse estágio, a cavidade 
medular epifisária e diafisária tornam-se confluentes. A eliminação do disco epifisário é 
designada como fechamento epifisário. A cartilagem epifisária inferior não está mais 
presente; Na ilustração 10 da figura 8.20, ambas as cartilagens epifisárias desapareceram. 
Nesse estágio, o crescimento está completo, e a única cartilagem remanescente é 
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observada nas superfícies articulares do osso. A evidência vestigial do local do disco 
epifisário reflete-se por uma linha epifisária, que consiste em tecido ósseo. 
Reparo de fraturas 
 Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, 
destruição da matriz e morte das células ósseas. Para que o reparo se inicie, o coágulo 
sanguíneo deve ser removido pelos macrófagos. Dá-se a proliferação do periósteo (que 
está por fora do osso) e do Endósteo (que reveste a cavidade óssea), formando-se o osso 
primário, surge tecido imaturo tanto por ossificação intramembranosa como por 
ossificação endocondral. Seguidamente o osso primário forma um calo ósseo, que poderá 
ou não ser substituído por cartilagem hialina, depois forma-se o osso secundário e há 
reabsorção de todo resto para o osso ficar com a forma habitual. 
Processo de consolidação ósseo 
 
Papel metabólico do tecido ósseo 
 O osso é um reservatório de cálcio, cujos níveis têm de estar num limite mais ou 
menos fixo, para poder haver deposição ou reabsorção de cálcio conforme necessário. 
Quando o osso é sujeito a carga induz a reabsorção e quando é sujeito a tração induz a 
deposição (exemplo dos aparelhos dentários). 
 O reservatório de cálcio também é influenciado por fatores hormonais 
(paratormônio e calcitonina). O paratormônio promove a reabsorção óssea e a excreção 
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de fosfato pelo rim, aumentado assim os níveis de cálcio no sangue e diminuindo os de 
fosfato. A calcitonina inibe a reabsorção da matriz. 
 O hiperparatiroidismo provoca um aumento do paratormônio havendo diminuição 
de cálcio no osso – osteomalácia. Quando há hipoparatireoidismo há aumento de cálcio 
no osso – osteopetrose. 
 Os fatores nutricionais também são muito importantes, como o cálcio da 
alimentação e a vitamina D que é fundamental para a absorção de cálcio no intestino. 
Controle hormonal dos níveis de cálcio no sangue 
 
Referencias: 
JUNQUEIRA, Luiz C., CARNEIRO, José. Histologia Básica - Texto & Atlas, 13ª edição. Guanabara 
Koogan, 06/2017. 
ROSS, M., PAWLINA, Wojciech. Ross | Histologia - Texto e Atlas - Correlações com Biologia Celular 
e Molecular, 7ª edição. Guanabara Koogan, 06/2016. 
SADLER, Thomas W.. Langman | Embriologia Médica, 13ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016.

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