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1- Anamnese É realizado a coleta de dados. São as informações referidas pelo paciente e o exame físico, a avaliação dos dados objetivos e confirmação de alguns dados subjetivos. Preparação da entrevista: Nesta etapa, é necessária uma organização prévia, a utilização de um guia impresso com tópicos importantes a serem abordados com o paciente (por ex. profissão, religião, presença de acompanhante, condições de moradia), isso dependerá da filosofia institucional e/ou modelo preexistente. Outros quesitos devem ser considerados como: o Tempo: Pode durar em torno de uns 30 minutos o Local tranquilo 2 -Iniciando a entrevista identifique-se ao paciente, diga seu nome e sua função na instituição, seja acolhedor e demonstre disponibilidade O nome do paciente deverá ser confirmado verbalmente com ele e por outro meio, como pulseira de identificação ou prontuário. Obs dica: Procure prestar atenção à fala do paciente, demonstrando interesse na conversa e evitando anotações sucessivas ou leitura de roteiros. Ademais, busque observar a linguagem corporal (como, por exemplo, de tempos em tempos, repita frases simples ditas pelo paciente (por exemplo, “dificuldade para dormir”), isso demonstrará que você está interessado e atento à conversa. 3 - Perguntas objetivas referem-se à queixa principal (história da doença atual) e aos sinais e sintomas apresentados. Para investigação destes, seja objetivo nas suas perguntas, por exemplo, “diga-me o que o trouxe aqui hoje”, “mostre- me onde é a dor”, “quando começou?”, “o que faz piorar?”. Evite julgamentos prévios, não induzindo as respostas, por exemplo “o Sr. não usa drogas, né?”). 4 - Finalizando a entrevista Ao aproximar-se do término da entrevista, resuma as preocupações principais e combinações feitas, validando com o paciente o que foi dito. Pergunte se pode ajudá-lo em outra questão, disponibilizando tempo para dúvidas. Ao despedir-se do paciente, finalize com uma frase positiva e incentive o retorno. A avaliação clínica é composta pela entrevista e exame físico do paciente. precisamos abordar as técnicas utilizadas na sua realização – as técnicas propedêuticas, que são: inspeção, ausculta, palpação e percussão. Avaliação de enfermagem Módulo 1 – A entrevista de enfermagem Módulo 2 – Exame físico em enfermagem Inspeção A inspeção é baseada no sentido da visão e olfato com o intuito de inspecionar os diversos segmentos corporais. Não consiste apenas em observar, mas procura por achados significativos que possam constituir problemas de enfermagem, ou situações a serem encaminhadas a outros profissionais. As normalidades também devem ser descritas e não apenas as alterações. Podendo ser: o Na estática, a observação é direcionada para os contornos anatômicos; nesse momento, devem ser observados a forma, cor, característica, temperatura, inspecionar orifícios e cavidades. o dinâmica, o foco são os movimentos do segmento inspecionado e, para isso, solicita-se que o paciente execute ou executamos por ele determinados movimentos. A inspeção inclui: estado geral do paciente e nível de consciência, postura, alterações no desenvolvimento, lesões de pele, presença de dispositivos como cateteres ou drenos. Palpação É baseada na utilização do sentido do tato e da pressão. Permite detectar modificações da textura, volume, forma, espessura, consistência, flutuações, frêmitos, sensibilidade, elasticidade e edema. A palpação pode ser superficial (profundidade de pressão de 1 cm) ou profunda (profundidade de pressão de 4 cm). Primeiro, é realizada a palpação superficial, pois a palpação profunda pode provocar deslocamento de líquido, rompimento de tecido ou provocar maciez. Técnicas diferentes para cada situação ➢ Para a verificação de posição, textura, tamanho, consistência, líquido, crepitação, forma de uma massa ou estrutura, deve-se utilizar a superfície palmar e coxins dos dedos. ➢ Para vibração, superfícies ulnares da mão e dos dedos. ➢ E, para a temperatura, superfície dorsal da mão Percussão A percussão é baseada na utilização do tato e da audição, mais especificamente nas vibrações originadas de pequenos golpes realizados em determinadas superfícies corporais. Cada vibração tem características próprias quanto à intensidade, timbre e tonalidade, dependendo da estrutura percutida. Também é possível obter impressões sobre a resistência que a região golpeada oferece. As principais técnicas utilizadas são: •Percussão direta: realizada golpeando com a ponta dos dedos a região avaliada •Percussão dígito-digital: com o dedo médio e indicador apoiados sobre a região examinada, golpeia-se a segunda falange com um dedo. •Punho-percussão: com a mão fechada, golpeia-se a área. •Percussão com a borda da mão: o golpe é realizado com os dedos estendidos e unidos. •Piparote: uma das mãos golpeia o abdômen com piparotes enquanto a outra mão permanece espalmada na região contralateral. Os sons encontrados podem ser classificados como: maciço, submaciço, timpânico e claro pulmonar. Quanto mais densa a área percutida maior será o som, mais breve e menos discernível. •Maciço: transmite a sensação de dureza e resistência. Encontrado em regiões desprovidas de ar. •Submaciço: ocorre pela presença de ar em quantidade pequena. •Timpânico: encontrado em cavidades fechadas, recobertas por membranas flexíveis, que contenham ar. A sensação percebida é de elasticidade. Obs: Quanto mais densa a área percutida maior será o som, mais breve e menos discernível. Ausculta A ausculta consiste na utilização do sentido da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos órgãos, que podem ser normais ou patológicos. Para isso, é utilizado um instrumento denominado estetoscópio. Exemplo de uma ausculta: Bônus: Bulha cardíacas Bulha 1 - possui som grave e de duração prolongada, sendo quase simultânea ao pulso carotídeo Bulha 2 é normalmente mais aguda e tem duração mais curta que a primeira. Bulha 3 é um ruído grave e fraco, podendo ser normal em crianças, mas geralmente pode está ligado a uma patologia Bulha 4 seu som será auscultado antes da primeira bulha Exame físico Para iniciarmos, é necessário explicar ao paciente o que será realizado e dispor de um local que mantenha sua privacidade. Antes de iniciar, devemos reunir os materiais (instrumentos e aparelhos) que serão utilizados. São eles: esfigmomanômetro,estetoscópio, termômetro, fita métrica, lanterna, otoscópio, oftalmoscópio, algodão e abaixador de língua. Deve ser realizado no sentido céfalo-caudal (de cima para baixo) e podemos fazer pequenas anotações no seu decorrer Roteiro Sinais Vitais Pulso:____ Pressão Arterial:____ FC:____ FR:____ Temp.:____ Peso:____ Altura:____ Dor:___ (CALOI) Avaliação do nível de consciência: Estado Geral do Paciente: bom, regular ou mal estado geral Nível de consciência: nível de alerta, sonolento, confuso, obnubilado, torporoso, comatoso (escala de Glasgow de 3 a 15- abertura ocular: espontânea, ordem verbal, dor, sem resposta; melhor resposta verbal: orientado, confuso, palavras inapropriadas, sons, sem resposta; melhor resposta motora: obedece comando verbal, localiza dor, flexão normal, flexão anormal, extensão a dor, sem resposta). Quanto maior a escola, melhor. Avaliação do estado mental: Orientação (auto e alopsíquica), memória recente e passada, atenção, linguagem (disartria, dislalia, afonia, afasia, taquilalia). Pele: Temperatura, umidade (palmas), coloração (palidez, cianose, icterícia, alterações pigmentares), turgor, elasticidade. Descrever outras alterações. Cabeça Face: deformidades, assimetrias,sindrômica. Cabeça: inspecionar couro cabeludo. Olhos: cor da esclerótica (branca, ictérica, avermelhada), lesões, pupilas (isocóricas, midriáticas, miose, fotoreagentes, diâmetro pupila), acuidade visual, mobilidade das pálpebras. Ouvidos: sujidade, acuidade auditiva. Nariz: obstrução nasal, deformidades septo nasal. Boca e Orofaringe: lábios, gengiva (sangramento, coloração), dentes (dentes cariados, ausências, restaurações, próteses), halitose, língua, lesões, palato, tonsilas palatinas, parede posterior da orofaringe. Pescoço Pescoço: palpar cadeias de gânglios pré-auriculares, retroauriculares, occipitais, mentonianos, submandibulares, amigdalianos, cervicais posteriores, supraclaviculares. Traqueia: palpar a procura de desvios e ruídos, voz. Tireoide: palpar observando se há existência de massa. Tórax: Forma, simetria. Mamas: forma, tamanho, simetria, massas palpáveis, secreção pelo mamilo, outras alterações. Aparelho Respiratório: Inspeção: Amplitude de movimento Palpação: Pesquisa de frêmito Percussão e ausculta: Distribuição do murmúrio vesicular, ruídos adventícios, localização. Aparelho Cardiovascular: Inspeção: Ictus Palpação: Impulsão para esternal esquerda, frêmito, ictus (localização, extensão: mobilidade). Ausculta: Ritmo (regular/irregular), desdobramentos de bulhas, sopros. Descrever outras alterações. Pulsos: Radiais carotídeos, femurais e pediosos (ritmo, intensidade, simetria, presença de sopros), turgência de jugular (sim/não). Presença de edema pré-tibial e varizes Abdômen: Forma, simetria, circulação visível, presença de cicatrizes. Dor à palpação superficial e profunda, vísceras palpáveis (fígado, baço, rim ou outras), defesa à palpação (voluntária/involuntária), ruídos hidroaéreos, som à percussão. Extremidades e postura corporal Musculatura: trofismo (eutrófico, distrofia), tônus muscular (hipertônico, hipotônico). Atitude: posição corporal adotada espontaneamente (dorsal, lateral, ortopnéia) ou posição involuntária (opistótono). Movimentos involuntários: tiques, tremores, mioclonias. Exame físico direcionado / investigação focalizada Além do exame físico completo, podemos realizar o exame físico direcionado, ou seja, focado nas alterações apresentadas pelo paciente. Essa modalidade é útil quando já acompanhamos o estado de saúde do paciente e para confirmar impressões que retiramos da análise da primeira entrevista e exame físico. Exame direcionado: o Medidas de altura, peso e cintura abdominal o Pressão arterial sentado e em pé Exame da cavidade oral: dentes e infecções o Exame do abdômen o Avaliação dos pulsos periféricos o Exame da pele o Exame detalhado dos pés - pé diabético? o Procurar por alterações como: temperatura normal ou aumentada, pulsos, pele seca: anidrose, calosidades/ úlceras plantares, deformidades. o Avaliação da lesão apresentada: ➢ Grau 1: úlcera superficial, sem comprometimento dos tecidos subjacentes ➢ Grau 2: úlcera acometendo ligamentos e músculo (sem envolvimento ósseo ou formação de abscesso) ➢ Grau 3: úlcera profunda com celulite ou abscesso (pode ter osteomielite) Existem diferentes modalidades para fazer os registros de enfermagem, pois podem ser em fichas, formulários de texto livre ou sistematizado, manualmente ou em sistema online, no caso das instituições que tem prontuário eletrônico. A importância dos registros está em garantir que as informações sejam armazenadas e possam ser consultadas futuramente. 1 – Questão a ser considerada A primeira questão a considerar é onde registrar. Cada sistema de saúde possui diferentes recursos que podem ser os prontuários em papel ou em formato eletrônico. 2 – Questão É “o que registrar?”. O registro deve deixar claro quais são as informações referidas pelo paciente e quais foram constatadas pelo Enfermeiro. Os dados a serem registrados podem ser classificados em subjetivos e objetivos ➢ Subjetiva: As informações ditas pelo paciente ou seu acompanhante são denominadas subjetivas. Estas podem ser registradas da mesma forma que são ditas pelos mesmos, mantendo a linguagem na forma que foi emitida. A questão sociocultural deve ser considerada, pois muitas pessoas utilizam vocabulário e expressões idiomáticas próprias ➢ Objetivos: A utilização das técnicas propedêuticas. inicia-se pela descrição do estado geral do paciente, prosseguindo da cabeça, ao tronco e extremidades. A utilização de terminologia científica fornece maior precisão no dado objetivo que está sendo apresentado Obs: As siglas devem ser economizadas, usando apenas as que forem de conhecimento comum. Muitas instituições adotam a padronização de siglas usando siglários. Exemplo de um caso: Diante dessas orientações, retornemos ao caso de Maria Brasil para apresentar Módulo 3 – Registros de enfermagem exemplos de como registrar a sua avaliação. Ao assistirmos o vídeo da consulta, podemos destacar informações referidas pela Dona Maria que caracterizam o subjetivo no registro de Enfermagem. Quando ela diz: “Estou com uma ferida no pé que não melhora e o médico do posto me mandou aqui” e “Já faz uns dois meses que começou, eu pisei em um prego e abriu de repente, só piorou”, a Enfermeira Marina faz o seguinte registro: Subjetivo: Refere estar vindo à consulta encaminhada pelo médico do posto. Feriu o pé em um prego há dois meses e não apresenta melhora. Da mesma forma, no vídeo assistimos ao momento no qual a Enfermeira Marina retira a atadura do pé para avaliar a lesão. A partir desta inspeção foi feito o seguinte registro no objetivo. Objetivo: Lesão na face interna da região plantar do pé esquerdo. Apresenta presença de esfacelo, área com necrose de coagulação e pontos de sangramento. Região perilesão com retração e pele descamativa. No vídeo da Consulta de Enfermagem existem muitos outros elementos que compõem o registro de Enfermagem. Na atividade avaliativa, vocês terão a oportunidade de destacá-los. A avaliação de enfermagem permite que o cuidado não seja definido por uma rotina de intervenções padronizadas, mas pela singularidade das necessidades de cada ser humano. Ainda, a habilidade de examinar e identificar os problemas que carecem de cuidados também fortalece a associação do embasamento científico na tomada de decisão clínica do enfermeiro Os problemas relacionados à saúde se constituem de aspectos bio-psico-sócio- culturais cujo autocuidado do ser humano encontra-se fragilizado ou impedido, sendo a atuação profissional fundamental para o reestabelecimento da autonomia do indivíduo para o próprio cuidado ou para o auxílio no processo de morrer com dignidade. 1 - Lesão no pé: a sua primeira manifestação foi a claudicação, revelando que, além de ter a integridade de um órgão de proteção afetado (a pele), a paciente ainda enfrenta prejuízos sobre a mecânica corporal e motilidade. O enfermeiro precisa compreender que a lesão no pé é uma prioridade para as ações de cuidado porque representa risco à proteção do organismo, bem como pode limitar a movimentação da paciente, repercutindo negativamente sobre aspectos físicos (o risco de queda), sociais (o trabalho) e psíquicos (a autoestima). Para tomar a decisão mais correta sobre as intervenções de enfermagem, o enfermeiro deverá utilizar conhecimentos prévios da fisiopatologia a fim de saber que não basta realizar um curativo adequado ao tipo de lesão se os processos de circulação e cicatrização se encontram alterados devido a diabetes. 2 -Também os comportamentos do paciente que interferem no tratamento da doença, como por exemplo uma má alimentação como no caso da diabete. 3 - Entende-se, portanto, que além de conscientizar a paciente sobrea necessidade de realizar acompanhamento permanente da doença crônica, mesmo que esta não esteja em fase aguda ou seus danos potenciais sobre os diversos órgãos, o enfermeiro deve buscar acesso e resolutividade na vinculação da paciente ao serviço de saúde, a fim de que o acompanhamento por profissionais habilitados esteja de fato disponível Módulo 4 – Identificação das necessidades
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