Buscar

05_Conhecimentos_Gerais_em_Educacao

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 157 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 157 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 157 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Juiz de Fora-MG 
Secretário Escolar I 
 
 
 
1. A função social da escola pública. .................................................................................. 1 
2. Políticas educacionais vigentes. ................................................................................... 18 
3. Currículo, planejamento e avaliação: na perspectiva ao direito à educação. ................. 90 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro(a), tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco!
 
1 
 
 
 
Estamos vivendo um momento de profundas transformações. A sociedade atual encontra-se em 
profunda crise, na qual somos remetidos a repensar nossos valores e atitudes frente ao conceito de 
educação. 
A educação faz parte da nossa vida, ninguém está isento dela, estamos envolvidos para aprender e 
ensinar, e a escola surge como instituição formadora de indivíduos. 
Para que essa transformação social ocorra é necessário que a escola imponha o conhecimento, nesse 
caso a educação é e sempre foi um duplo processo, que significa a atividade desempenhada pelos adultos 
para assegurar a vida e o desenvolvimento de gerações futuras, e para despertar e fazer crescer as suas 
habilidades, e nesse caso a escola é vista como uma instituição, ou seja, um conjunto de normas e 
procedimentos padronizados, e valorizados pela sociedade, cujo objetivo principal é a socialização do 
indivíduo e a transmissão de determinados aspectos da cultura. 
 
Reflexões sobre o Papel da Educação 
 
Há muitas reflexões importantes a fazer, quando se fala no conceito de educação para a sociedade. 
Começa na inserção da escola na comunidade, com formação de espíritos críticos, o envolvimento da 
escola nos projetos de transformação social, a aproximação entre teorias e práticas, entre ideias e 
realidades, entre o conhecimento e a existência real do estudante, entre educação e vida, que evidenciam 
a urgente necessidade de repensar várias coisas relacionadas a educação. 
Diante tais situações, são muitas as vozes que reivindicam a importância da educação para enfrentar 
os desafios. Em todo mundo, a educação hoje é uma prioridade nos programas de quase todos os 
partidos políticos. De fato, umas das principais funções da escola sempre foi a de preparar as novas 
gerações para as mudanças e garantir uma melhor inserção no mundo profissional e no mercado 
de trabalho. 
Devemos perguntar o que significa hoje pedir mais educação. Por um lado, essas mudanças 
introduzidas pela sociedade da informação e do conhecimento fazem que tenhamos de rever o significado 
atual do conceito de educação, pois em nenhum caso as formas de transmissão e de criação do 
conhecimento serão as mesmas. 
As mudanças ocorridas no âmbito político, científico e tecnológico não parecem trazer uma 
sociedade mais justa e solidária, pelo contrário, introduzimos novas formas de desigualdade e de injustiça, 
que fazem aumentar a pobreza, a marginalização e a exclusão. Diante de tal fato, devemos repensar 
essa frase “a educação para todos durante toda a vida”, está bem longe de ser realidade num mundo 
que 20%(vinte por cento) das crianças entre 6 a 11 anos estão fora das escolas, mesmos nos países 
desenvolvidos. Podem refletir em fenômenos derivados da negação da diferença, em forma de guerra, 
xenofobia e violência, demonstrando que existe uma importante crise ética e moral. Por tudo isso, é 
preciso que deixemos de pensar na educação exclusivamente a partir dos parâmetros econômicos e 
produtivos e passamos a uma concepção da educação que cultive, sobretudo em valores de cidadania 
democrática, conforme a resolução da Unesco1: 
 
“Aprender a ser, a formação de uma cidadania criativa, capaz de transformar a informação em 
conhecimentos que, a partir da diferença, afirme o respeito e a valorização do próximo, para, dessa forma, 
projetarem juntos um futuro comum de convivência ativa e participativa na vida democrática, como lugar 
privilegiado para consensuar objetivos que conciliem os legítimos interesses individuais como os coletivo.” 
 
Muitos anos, a escola e a família foram as duas instituições encarregadas da educação e da formação 
das novas gerações, mas hoje isso é impossível de afirmar. A família está passando por grandes 
transformações e muitas vezes, delega sua função educativa tradicional para outros agentes, como a 
televisão ou a própria escola. Por um lado, a escola não pode enfrentar sozinha todos os desafios 
apresentados pela nova sociedade da informação. 
A crise nas escolas agravam, como também aumentam as sensações de desvalorizações sociais aos 
professores. Nos dias atuais, a influência educativa é exercida a partir de vários âmbitos, a tais como a 
 
1 UNESCO. http://unesdoc.unesco.org 
1. A função social da escola pública. 
 
 
2 
 
família, trabalho, sociedade, associações etc., e por diferentes meios, televisão, multimídia e as vezes 
que opõem às propostas educativas. 
Considerando, todas essas mudanças dentro do contexto histórico, visando a sua transformação, pois 
se compreende que a realidade não é algo pronto e acabado, não se trata, no entanto, de atribuir à 
educação e a escola nenhuma função de salvação e sim de reconhecer seu incontestável papel social no 
desenvolvimento de processos educativos, na sistematização e socialização da cultura historicamente 
produzida pelos homens. 
 
A Educação e sua Função Social 
 
Mudanças legais - Uma nova Realidade 
Ao delimitar a função da educação e da escola como complexas, amplas, diversificadas, ampliam a 
necessidade de dedicação exclusivamente por parte do professor, de acompanhar as mudanças que se 
processam no campo de trabalho, atualizando o seu currículo e sua metodologia. 
Para dar sustentação às contínuas evoluções, a educação precisa ressaltar um ensino que crie 
conexão entre o que o aluno aprende nela e o que ele faz fora dela, há um parâmetro entre o ensino 
formal, o trabalho, o conhecimento e a na vida prática do aluno. 
Buscando a solucionar essas lacunas, o Poder Público tem buscado alternativas de reforma do sistema 
ensino, criando e aprovando leis, como: Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB - n. 9.394/96, 
que institui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do 
Magistério - FUNDEF - Lei n. 9.424/96 e o Plano Nacional de Educação (PNE). É importante 
reconhecer o papel da legislação tem exercido no cenário brasileiro, seja no sentido de promover reformas 
necessárias ou de implantar a profissionalização da educação básica. Mas a reflexão sobre a função 
social da escola, não pode ser vista somente com base na legislação, isto porque nela estão definidos os 
fins da educação brasileira.O direito de todos à educação está estabelecido na Constituição Federal no artigo 205 e no artigo 2 
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB - n. 9.394/96: 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais 
de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
De acordo como o artigo 12 da LDB, os seguintes parâmetros: 
Artigo 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de 
ensino, terão a incumbência de: 
VI - Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade 
com a escola; 
Portanto, conforme previsto em lei, o papel da escola é de promover o pleno desenvolvimento do 
educando e preparar para a cidadania, qualificando-o para o trabalho, conforme cada características e 
formas de organização própria, dependendo de sua localização geográfica e outros aspectos. 
 
A Função do Professor 
 
Nos dias atuais levam-nos a refletir sobre a complexidade das funções entre uma boa ou péssima 
administração da educação e as políticas de formação dos profissionais. 
No contexto das transformações que vêm ocorrendo no mundo, os desafios das políticas de formação 
dos profissionais da educação. O professor, exerce sua função enquanto educador, ao estimular o 
educando a refletir sobre os cuidados com a saúde, natureza, as questões da sociedade, entre outros, a 
consciência do que seja participante dessa sociedade, sendo aspecto importante ao exercício da 
democracia, isso se torna mais fácil, facilitar a aprendizagem do aluno, aguçar seu poder de 
argumentação, conduzir ás aulas de modo questionador, onde o aluno-sujeito ativo estará também 
exercendo seu papel de sujeito pensante; que dá ótica construtivista constrói seu aprendizado, através 
de hipóteses que vão sendo testadas, interagindo com o professor, argumentando, questionando em fim 
trocando ideias que produzem inferências. 
O papel da família nesse contexto, está ligado ao nível social e educacional, que a escola oferece 
através da socialização. O professor surge como agente de socialização, significando o elo entre a família 
e a sociedade. Pois são construídos a partir do desenvolvimento da moralidade, os hábitos e 
 
3 
 
responsabilidade social, devido uma situação de mudança e de resultados das convivências familiares, 
em um meio que o estimula ou impede. 
Para o sucesso cognitivo do aluno e êxito no desenvolvimento do trabalho do professor, o planejamento 
é como uma bússola que orienta a direção a ser seguida, pois quando o professor não planeja o aluno é 
o primeiro a perceber que algo ficou a desejar, por mais experiente que seja o docente, e esse é um dos 
fatores que contribuem para a indisciplina e o desinteresse na sala de aula. 
É importante que o planejar aconteça de forma sistematizada e contextualizado com o cotidiano do 
aluno, para desperta seu interesse e participar ativamente no resultado, que será aulas dinâmicas e 
prazerosas. 
Para que a escola exerça sua função como local de oportunidades, interação e de encontro e o saber, 
para que haja esse paralelo tão importante para o sucesso do aluno o bom desenvolvimento das 
atribuições do coordenador pedagógico tem grande relevância, pois a ele cabe organizar o tempo na 
escola para que os professores façam seus planejamentos e ainda que atue como formador de fato. 
Conforme que ensina Libâneo2, as características positivas eficazes para o bom funcionamento de 
uma escola: professores preparados, com clareza de seus objetivos e conteúdos, que planejem as aulas, 
cativem os alunos, através de um bom clima de trabalho, em que a direção contribua para conseguir o 
empenho de todos, em que os professores aceitem aprender com a experiência dos colegas. 
Os coordenadores por sua vez precisam assumir sua responsabilidade pela qualidade do ensino, 
atuando como formadores do corpo docente, promovendo momentos de trocas de experiências e reflexão 
sobre a prática pedagógica, o que trará bons resultados na resolução de problemas cotidianos, e ainda 
fortalece a qualidade de ensino, contribui para o resgate da auto-estima do professor, pois o mesmo 
precisa se libertar de práticas não funcionais, e para isso a contribuição do coordenador será 
imprescindível, o que resultará no crescimento intelectual dos alunos. 
Essa clareza no plano de trabalho do Projeto pedagógico-curricular que vá de encontro às reais 
necessidades da escola, para sanar problemas como: falta de professores, cumprimento de horário e 
atitudes que assegurem a seriedade, o compromisso com o trabalho de ensino e aprendizagem, com 
relação a alunos e funcionários e seu profissionalismo conquista o respeito e admiração da maioria de 
seus funcionários e alunos, há um clima de harmonia que predispõe a realização de um trabalho, onde, 
apesar das dificuldades, os professores terão prazer em ensinar e alunos prazer em aprender. 
A escola enquanto espaço de reflexões sobre a comunidade, passa a reconstruir alguns elementos de 
desenvolvimento de uma escola para a formação da cidadania, precisa formar profissionais que 
conheçam quais as funções sociais da escola brasileira em diferentes momentos, para que em seguida 
possa discutir a função pedagógica, política e do trabalho em relação à escola cidadã. 
 
A Função Social 
 
Ao se falar em educação devemos estar atentos ao contexto social ao qual a escola se configura. É 
uma instituição social com objetivo explícito, através do desenvolvimento das potencialidades físicas, 
cognitivas e afetivas dos alunos, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em que 
vivem, tendo como função básica de garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores 
necessários à socialização do indivíduo, sendo necessário que a escola propicie o domínio dos 
conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita, da ciência das artes e das letras, sem estas 
aprendizagens dificilmente o aluno poderá exercer seus direitos de cidadania. 
Neste sentido a escola por ser uma instituição que transmite o saber, essa função de formar cidadãos 
para atuar na sociedade, deve contribuir para a mudança de uma sociedade desigual, injusta. A escola 
deve dar condições, para preparar o indivíduo na construção sólida da sua identidade, inserindo valores 
e pressupostos que possa fazer com que o mesmo conviva em sociedade e na sociedade com autonomia, 
solidariedade, capacidade de transformação e ética. 
A escola deve oferecer situações que favoreçam o aprendizado, onde haja sede em aprender e 
também razão, entendimento da importância desse aprendizado no futuro do aluno. Se ele compreender 
que, muito mais importante do que possuir bens materiais, é ter uma fonte de segurança que garanta seu 
espaço no mercado competitivo, ele buscará conhecer e aprender sempre mais. E para o sociólogo 
francês Émile Durkheim, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a 
harmonia social. Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo 
processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E 
quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola 
esteja inserida. 
 
2 LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas estrutura e organização. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
 
4 
 
Assim, a função social da educação e da escola tem como objetivo de incluir o indivíduo ao saber 
histórico, ao conhecimento científico, de forma eficaz e com qualidade, também cumpre com sua função 
social de preparar osujeito para o trabalho, o pleno exercício da cidadania e seu desenvolvimento de 
pessoas solidárias, cooperativas, autônomas, capazes de conviver com as diferenças, precisa ser um 
espaço de socialização, que possibilite a construção do conhecimento, tendo em vista que esse 
conhecimento não é dado a priori. Pois, trata-se de conhecimento vivo e que se caracteriza como 
processo em construção. 
 
E o papel da educação num contexto democrático, está previsto no artigo 3º da LDB: 
Artigo 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
As políticas que fortaleçam laços entre comunidade e escola é uma medida, um caminho que necessita 
ser trilhado, para assim alcançar melhores resultados. O aluno é parte da escola, é sujeito que aprende, 
que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida, assim sendo a escola lida com pessoas, 
valores, tradições, crenças, opções e precisa estar preparada para enfrentar tudo isso. 
 
Ao analisarmos toda esta conjuntura verificamos que, apesar da tendência para limitar a educação ao 
contexto escolar e familiar, trabalho e as práticas sociais, a educação assume um sentido muito mais 
amplo e complexo. Não se reduz apenas a uma etapa, mas trata-se sim de um processo gradual e 
contínuo, vivido ao longo da vida, que promove a consciencialização, desenvolvimento e libertação do ser 
humano. 
Podemos afirmar que a educação assume um papel determinante na formação associada à 
capacidade de transformação e mudança do indivíduo e consequentemente da própria realidade em que 
este está inserido. 
 
Questões 
 
01. (Minas Gerais Administração e Serviços S.A - MGS - Pedagogo - IBFC) A escola é uma 
instituição social, que mediante sua prática no campo do conhecimento, dos valores e atitudes, contribui 
para a constituição dos processos educativos. Assim, a escola, no desempenho de sua função social de 
formadora de sujeitos históricos, precisa ser um espaço de sociabilidade que possibilite a construção do 
conhecimento produzido. Com esse contexto, assinale a alternativa correta a seguir: 
(A) Em nossa sociedade, a escola é um lugar privilegiado para o exercício da democracia indireta com 
a escolha dos seus dirigentes. 
(B) A escola tem como função social formar o cidadão, construir conhecimentos, atitudes e valores que 
tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo. 
(C) A escola, em sua função social, contribuirá efetivamente para afirmar os interesses individuais das 
pessoas no processo educativo. 
(D) A função social da escola é irrelevante para a administração civil e os órgãos governamentais. 
 
02. (CETAM - Analista Técnico Educacional - FCC) Para responder à questão, considere a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei nº 9.394/1996). A Lei destaca um entendimento 
amplo da função social da educação, quando: 
(A) determina que a mesma deve ser organizada em período integral. 
(B) propõe a reflexão crítica da prática educacional. 
(C) explicita que deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. 
(D) destaca o entendimento da função social de uma educação preparatória. 
(E) vincula a vida social à vida cultural a partir do ensino na escola. 
 
03. (FUB - Pedagogo - CESPE) A respeito dos fundamentos da educação e da relação 
educação/sociedade em suas dimensões filosófica, sociocultural e pedagógica, julgue o item 
subsequente. 
A educação, em uma abordagem funcionalista, é, essencialmente, um meio de socialização dos 
indivíduos a fim de torná-los membros de uma dada estrutura social preestabelecida, exercendo, portanto, 
a função de integração social. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
5 
 
04. (SEDU/ES - Professor - Pedagogo - CESPE) Considerando o desenvolvimento histórico das 
concepções pedagógicas e a função social atribuída à escola, julgue o item que se segue. 
A perspectiva progressista, sustentando as finalidades sociopolíticas da educação, define que a escola 
tem a função social de formar o cidadão mediante um processo de construção de conhecimento, de 
atitudes e de valores que o tomem um sujeito solidário, crítico, ético e participativo. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
05. (SAP/SP - Analista sociocultural - VUNESP) De acordo com Libâneo, a didática trata dos 
objetivos, condições e meios de realização do processo de ensino, unindo meios pedagógico-didáticos a 
objetivos sócio-políticos. Neste sentido, 
(A) Os conteúdos devem ser trabalhados de forma acrítica e inflexível para não intervir no produto. 
(B) O ensino deve ser planejado a partir de propósitos claros sobre a sua finalidade, tendo em vista 
que os alunos estão sendo preparados para viverem em sociedade. 
(C) As questões de ordem social sempre prevalecem sobre as de ordem pedagógica. 
(D) Os planejamentos indicam a necessidade de serem neutros e escolarizados. 
(E) Os estudantes são vistos enquanto seres passivos, daí porque a facilidade de aprendizagem. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C / 03.Certo / 04.Certo / 05.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
É a função social da Escola, em termos governamentais, a função social da escola pública é formar o 
cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético 
e participativo. 
 
02. Resposta: C 
Dispõe o artigo 1º § 2º da LDB: A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social. 
 
03. Resposta: Certo 
A função de integração social pode confundir, mas é importante perceber que a integração social existe 
em qualquer modelo de sociedade, é fundamental seja para modificá-la ou para manter seu status quo. 
 
04. Resposta: Certo 
A educação é comprometida com a formação integral do ser humano deve adotar procedimentos 
facilitadores que permitam a construção de identidades crítico reflexivas portadoras de autonomia 
intelectual, política, social e cultural fortemente alicerçadas nos princípios de igualdade, de justiça e de 
solidariedade humana. Isso pressupõe que todas as crianças, jovens, adultos, homens e mulheres ao 
buscarem a escola encontrem um contexto que os permita construir competências e habilidades, 
qualificando-os para o trabalho, mas, sobretudo, preparando-os para a vida. 
 
05. Resposta: B 
O papel do ensino é de preparação intelectual e moral dos alunos para assumir um papel na sociedade. 
 
ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
 
A organização da Educação3 que temos encontra razões históricas para ser o que é, a mudança da 
realidade requer a mudança da lógica que nos trouxe até aqui. Atribui-se a Einstein a afirmação de que 
não é possível resolver um problema com a lógica que o criou. Desvelar a lógica histórica da organização 
da educação brasileira é essencial para a proposição de alternativas de mudança. 
Dessa forma, porque temos a organização da educação que temos? 
Para responder a questão acima é preciso analisar referenciais importantes, como, a análise do 
processo de constituição do Estado brasileiro, iluminada pela teoria do imaginário social efetivo de 
Castoriadis; o Manifesto dos Pioneiros; a natureza das leis; e os conceitos fundantes da organização 
 
3 BORDIGNON, G. Gestão da Educação no Município: sistema, conselho e plano. São Paulo Instituto Paulo Freire, 2009. 
 
6 
 
sistêmica. Esses referenciais estabelecem as bases teóricas para a compreensão da situação atual da 
organização da educação brasileira. Essa compreensão permitirá a proposição de alternativas para a 
conciliação da unidade nacional com a autonomia dos sistemas de ensino, ambas imperiosas para a 
efetivação da finalidade essencial da educação, que é a promoção do exercício da cidadania, como 
condição para o desenvolvimento pleno da pessoa. 
 
O Processo de Constituição do Estado Brasileiro 
 
A sociedade humana se institui por um processo de autocriação, auto instituição, determinada pelas 
significações sociais do imaginário coletivo. Esse imaginário, é constituído pelo “magma”de crenças, 
valores, costumes historicamente construídos, que constituem a cultura de um povo. E com base nela a 
sociedade se autoinstitui, por meio da instituição das normas, do Estado que a governa. Córdova4, 
analisando o imaginário social efetivo de Castoriadis, afirma, tais significações são os valores básicos, ou 
fundamentais que dão sentido, a orientação básica dessa sociedade, a sua identidade, o amálgama que 
lhe permite reunir-se e dizer-se. 
O Estado brasileiro foi constituído com base na cultura europeia latina, na cultura europeia anglo-
saxônica, a constituição dos Estados derivou dos valores da identidade nacional, construída pelas 
significações das práticas sociais. 
Nos países latinos, ao contrário, prevaleceu o processo dedutivo, ou seja, a instituição dos Estados 
obedeceu a princípios e valores teóricos, a fundamentar a nacionalidade. Apenas como sinalização 
histórica, vale lembrar que na França, Espanha e Portugal, monarquias constituídas à época como 
Estados unitários, centralizados, a institucionalidade derivava dos valores das Cortes. 
O Estado brasileiro, ignorando a cultura e a história das mais de duzentas nações indígenas aqui 
existentes, foi constituído pelas “significações” da cultura latina, de feitio napoleônico. Neste sentido, o 
Estado brasileiro precedeu à Nação. As leis do Império buscavam impor valores de inspiração católica, 
latina e capitalista. Desta forma foram tecendo muito mais um Estado ideal, centrado na burocracia da 
Corte, do que o Estado real, centrado num projeto de nacionalidade. 
A República, de bases positivistas, seguiu o figurino napoleônico. As leis que temos guardam a 
memória do processo histórico de formação da sociedade brasileira. Embora às vezes esquecidas, 
perdidas no tempo, as significações históricas que moldaram a constituição do Estado brasileiro 
continuam atuando na sociedade atual e fundamentam nosso ordenamento jurídico, porque guardadas 
como valores no inconsciente coletivo. 
Gomes5 em seu artigo, Conselhos de educação: luzes e sombras, explicita bem o impacto dessa 
cultura no ordenamento jurídico da educação brasileira, de feitio “hipernormatizador”. Para o autor, os 
herdeiros da tradição napoleônica e positivista, ainda alimentamos a falaciosa crença de que a norma 
pode criar valores e infundi-los nas pessoas. As normas são incapazes de mudar o caráter das pessoas 
e suas práticas sociais e, por isso, não são eficazes para criar valores. Os valores são criados pelos 
processos sociais, pela cultura, tarefa atribuída precipuamente à família e à educação. Em nome da 
afirmação de valores e do controle dos desvios éticos, que radicam no caráter das pessoas, tendemos a 
cair na armadilha de limitar o espaço da autonomia institucional e do exercício pessoal da cidadania. A 
excessiva regulamentação, o engessamento normativo da ação pedagógica, é contraditório com o 
fundamento freiriano da educação emancipadora. 
Embora a Constituição de 1988 tenha buscado expressar os valores da nacionalidade, estimulando a 
participação social, as práticas sociais ainda permanecem impregnadas de traços culturais imperialistas, 
de fundo patrimonialista e paternalista. Ainda temos mais aparelhos de Estado do que Nação, mais 
valores instituídos, determinados pelas leis, do que práticas sociais de cidadania ativa. 
 
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova 
 
A educação brasileira, nos primeiros 210 anos (entre 1549 e 1759), foi marcada predominantemente 
pelo ensino jesuítico, destinado aos colonizadores e aos filhos dos caciques, com o objetivo de “dilatar a 
fé e o império”. Depois, até o final do Império, foi o vazio das reformas pombalinas e o “ensino livre” da 
reforma Leôncio de Carvalho. 
O Manifesto dos Pioneiros analisa os primeiros 43 anos de República, para eles, as diversas reformas 
republicanas representavam visões isoladas, permanecendo “tudo fragmentado e desarticulado” sem 
visão de um projeto de totalidade da educação nacional. Havia uma educação para as elites e outra, se 
é que havia, para o povo, de viés profissionalizante. 
 
4 CÓRDOVA, Rogério de A. Educação Brasileira: processos e trabalhos. Módulo V, vol. I. PIE. FE/UnB, Brasília, 2003. 
5 GOMES, C. A. C. Conselhos de educação: luzes e sombras. Revista de Educação - AEC, Brasília, v. 32, 2003. 
 
7 
 
O Manifesto preconizava uma organização da educação fundada em bases e diretrizes nacionais, 
articulando responsabilidades próprias dos entes federados. Um projeto nacional com responsabilidades 
descentralizadas. 
Assim, o Manifesto enfatizava uma organização da educação brasileira unitária sobre a base e os 
princípios do Estado, no espírito da verdadeira comunidade popular e no cuidado da unidade nacional, 
não implica um centralismo estéril e odioso, ao qual se opõem as condições geográficas do país e a 
necessidade de adaptação crescente da escola aos interesses e às exigências regionais. Unidade não 
significa uniformidade. A unidade pressupõe multiplicidade. Por menos que pareça, à primeira vista, não 
é, pois, na centralização, mas na aplicação da doutrina federativa e descentralizadora, que teremos de 
buscar o meio de levar a cabo, em toda a República, uma obra metódica e coordenada, de acordo com 
um plano comum, de completa eficiência, tanto em intensidade como em extensão. 
 A principal discussão que permeou as discussões da elaboração do Plano Nacional de Educação, 
pelo Conselho Nacional de Educação de 1937, foi a da descentralização, já apontando caminhos para a 
municipalização do ensino. 
Azanha6 analisa que: Para Anísio Teixeira, grande protagonista dessas discussões, a municipalização 
do ensino primário oferecia vantagens de ordem administrativa, social e pedagógica. Quanto à primeira 
as razões são óbvias. Quanto à segunda, as vantagens adviriam do fato de o professor ser um elemento 
local ou pelo menos aí integrado e não mais um ‘cônsul’ representante de um poder externo. Quanto à 
terceira, residiria principalmente na possibilidade de o currículo escolar refletir a cultura local. 
As discussões promissoras suscitadas pelos pioneiros foram interrompidas em 1937 pelo advento do 
Estado Novo, que optou pela fragmentação das leis orgânicas. A Constituição de 1946 retomou os 
fundamentos da Constituição de 1934, permitindo a retomada do projeto dos Pioneiros, consolidado na 
primeira LDB de 1961. 
A descentralização remete à questão do poder local e de abertura de espaços para o exercício da 
cidadania, via participação. A descentralização do ensino, por meio de sistemas articulados, na 
concepção dos Pioneiros, não significava mera transferência de responsabilidades da União para os 
entes federados. Significava, muito mais, compartilhamento de poder. Por isso, os movimentos pela 
descentralização sempre acompanharam os movimentos de democratização e de autonomia dos entes 
federados. 
 
Conceitos Fundantes da Organização Sistêmica 
 
Originário da física, o termo sistema, segundo Agesta7, foi introduzido nas ciências sociais por V. 
Pareto, e difundido por T. Parsons, como instrumento metodológico para compreender a inter-relação dos 
diferentes elementos que constituem as unidades da sociedade. Dessa forma, o autor define sistema: 
“Entende-se por sistema o conjunto de coisas que ordenadamente entrelaçadas contribuem para 
determinado fim; trata-se, portanto de um todo coerente cujos diferentes elementos são interdependentes 
e constituem uma unidade completa”. 
Sistema compreende um conjunto de elementos, ideais ou concretos, que mantêm relação entre si 
formando uma estrutura. Elementos, partes estruturadas em relação interdependente, formando um todo 
dotado de certo grau de harmonia e autonomia, voltado para uma finalidade. Em síntese, um sistema 
compreende: 
 
A) Totalidade: um sistema se caracteriza como um conjunto de partes articuladas em 
interdependência formando um todo; 
B) Finalidade ou intencionalidade: A finalidade constitui o pólo magnético, o princípio unificador, a 
energia que ligaas partes no todo; 
C) Autonomia: o sistema se constitui como um sujeito coletivo com espaço e capacidade de 
autorregulação, autônomos; 
D) Organização: a organização estrutura o sistema, estabelece a articulação, as inter-relações das 
partes no todo, em vista da finalidade; 
E) Normatização: a norma é o elemento articulador, organizador do sistema, que estabelece a 
coerência da ação das partes em vista da finalidade do todo e define os limites da autonomia. 
 
O conceito de sistema não se limita a valores de grandeza, dessa forma, pode ser atribuído da mesma 
forma a grandes e pequenos espaços da organização social. O fundamental é ter presente a delimitação 
 
6 AZANHA, J.M.P. Educação: temas polêmicos. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
7 AGESTA, Luiz Sanchez. Sistema Político. In: Dicionário de ciências sociais. Fundação Getúlio Vargas. Instituto de Documentação. Benedicto Silva (Coord). 
Rio de Janeiro. Ed. FGV. 1986. 
 
8 
 
do todo considerado, a abrangência, o que compreende, do que é constituído um determinado sistema, 
sem perder de vista as inter-relações com o todo maior no qual se insere. 
Os sistemas de ensino compreendem o conjunto de instituições, órgãos e normas educacionais de 
cada ente federado. Ou seja: organizam o todo educacional sob responsabilidade de cada ente federado, 
no âmbito de sua autonomia. 
 
A Trilogia da organização da Educação brasileira: sistemas, conselhos e planos de educação 
 
A compreensão da organização da educação brasileira atual, derivada das significações históricas, é 
necessária para a proposição de sua reestruturação. Para superar a fragmentação e desarticulação das 
normas e ações educacionais, os Pioneiros propuseram, e as Constituições de 1934 e 1946 consagraram, 
a articulação de um projeto nacional de educação fundado na unidade com multiplicidade. 
A unidade assegurada por meio de políticas e diretrizes nacionais e a multiplicidade pela 
descentralização com distribuição de poder e responsabilidades. A organização e a gestão do projeto 
nacional de educação, com articulação da unidade na multiplicidade, se assentavam no tripé: sistemas, 
planos e conselhos de educação. 
Foi essa concepção que fundamentou os dispositivos constitucionais de 1934 e 1946 de criação dos 
sistemas de ensino e conselhos de educação, com sua ação orientada por um Plano Nacional de 
Educação, instrumento de garantia da unidade nacional. 
O Plano, que chegou a ser elaborado pelo Conselho Nacional de Educação em 1937, assumia 
claramente uma feição de lei de diretrizes e bases. A primeira Lei de Diretrizes e Bases (Lei 4.024/61) 
veio consolidar a idéia de um projeto nacional global de educação, abrangendo todos os níveis de ensino. 
A Constituição de 1988, aprofundando a doutrina federativa, ampliou os sistemas de ensino, também 
para os municípios, todos dotados de autonomia no seu âmbito de atuação, e instituiu o princípio do 
regime de colaboração. A segunda LDB (Lei nº 9.394/96) definiu as diretrizes de organização dos 
sistemas e respectivas competências, mas não tratou do regime de colaboração. 
À União é atribuída a responsabilidade pela coordenação da política nacional de educação. Além das 
diretrizes e bases nacionais, definidas na LDB, outras leis federais (PNE, FUNDEB, Alimentação Escolar) 
e diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação, complementam as políticas e diretrizes 
nacionais. O MEC, no seu papel de coordenador da política nacional, por meio de estratégias próprias, 
abrangendo um conjunto de programas de apoio aos sistemas de ensino, atua para tornar efetivas na 
prática as políticas e diretrizes nacionais. 
Os Sistemas de Ensino foram constituídos para dar efetividade à doutrina federativa da autonomia dos 
entes federados no âmbito de suas responsabilidades, adotada como estratégia de democratização do 
exercício de poder pelos cidadãos. A LDB atribui aos sistemas de ensino autonomia de organização nos 
limites das normas nacionais, ou seja, cada sistema organiza o seu todo, articulando as partes e definindo 
as normas de funcionamento, em vista das finalidades inerentes às suas responsabilidades. Mas suas 
responsabilidades são definidas pelos objetivos nacionais, o que significa que a autonomia diz respeito à 
liberdade de organização e operação do sistema. No entanto, essa liberdade não implica em autonomia 
para divergir das finalidades educacionais constitucionalmente definidas. 
Neste sentido, há quem defenda que os sistemas dos entes federados se constituem em subsistemas 
de um sistema nacional. Na verdade, na teoria sistêmica, o subsistema deixaria de ser um todo 
organizado com autonomia, o que significaria ser parte, não todo. No entanto, situados no todo da nação, 
os sistemas de ensino estabelecem interconexões para a efetivação das políticas e diretrizes nacionais. 
Cada sistema - municipal, estadual e federal - constitui uma totalidade com competências próprias. 
Articulados entre si formam a totalidade nacional. É bom lembrar que, na Constituição Federal, o regime 
federativo constitui cláusula pétrea. 
Os Conselhos de Educação foram historicamente concebidos como órgãos técnicos de 
assessoramento superior, com a função precípua de colaborar na formulação das políticas e diretrizes 
educacionais no interior dos sistemas, dessa forma, a função situou os conselhos como órgãos 
normativos. Na prática, os conselhos centraram sua ação na normatização e controle do funcionamento 
das instituições educacionais, assumindo, no decorrer do tempo, caráter predominantemente cartorial. 
As novas exigências da democratização, especialmente a partir da Constituição de 1988, que instituiu 
o princípio da gestão democrática da educação, passaram a requer dos conselhos, além da tradicional 
competência normativa, ações de controle e de mobilização social. Esses novos papéis atribuem aos 
conselhos, por sua vez, uma nova natureza de órgãos de Estado. Essa natureza demanda novo perfil de 
composição e de atuação, invertendo a tradicional postura de “ecos” da voz do governo falando à 
sociedade, para passar a expressar a voz da sociedade falando ao governo. Na verdade, a nova natureza 
situa os conselhos como pontes, mediadores do diálogo entre o governo e as aspirações da sociedade. 
 
9 
 
Os Planos de Educação, elaborados com a participação da sociedade, passaram a constituir-se em 
instrumentos fundamentais da gestão democrática dos sistemas de ensino. Como instrumentos de 
gestão, os planos necessitam guardar coerência com as políticas e diretrizes nacionais e locais. Para 
isso, é fundamental estabelecer as interconexões entre os diferentes planos, desde o âmbito nacional até 
o escolar. 
O Plano Nacional de Educação (PNE - Lei 1.072/2001), como Plano de Estado, define os objetivos e 
metas nacionais. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE/2007), como plano de governo, com 
seus eixos estruturantes (Financiamento, Formação de professores e piso salarial, Avaliação e 
responsabilização e Planejamento e gestão educacional) é o instrumento estratégico de gestão do MEC, 
para realização dos objetivos e metas nacionais do PNE, com foco na qualidade da educação, ou seja, 
no educando, razão originária de toda a ação educacional. 
Os planos estaduais e municipais, definem os objetivos e metas locais, tanto para a realização, no seu 
âmbito, dos objetivos e metas nacionais, como para os próprios de seu sistema de ensino. O Plano de 
Ações Articuladas (PAR) define as estratégias locais em para o cumprimento, no seu âmbito, das metas 
do PDE. 
O Projeto ou Proposta Pedagógica (termos utilizados indistintamente pela LDB e pelo CNE nas 
Diretrizes Curriculares, mas definido na literatura pedagógica e na maioria das instituições educacionais 
como Projeto Político Pedagógico - PPP - ou, em alguns casos, Eco-Político-Pedagógico - PEPP) 
particulariza para a escola, segundo sua identidade, definida pelo ambiente e pela educação oferecida, 
as políticas e diretrizes nacionais e locais. Conforme estabeleceo artigo 13 da LDB, a proposta 
pedagógica - PEPP para nós - fundamenta o Plano de Trabalho Anual - PTA - ou, em coerência com o 
PDE e o PAR, o PDE-Escola, que particularizam na escola as metas estratégicas anuais da promoção da 
qualidade da educação. 
Na prática, essa arquitetura constitui um verdadeiro sistema nacional de educação, que articula, por 
meio dos dispositivos normativos e planos, os sistemas de ensino, nos quais se inserem os conselhos de 
educação. Sistema a ser operado por meio do regime de colaboração. O Regime de Colaboração é o 
princípio constitucional posto como nó para estabelecer a conectividade geradora das interconexões 
necessárias para articular a unidade na multiplicidade. Mas, esse princípio não foi eficaz como elo 
articulador dessas interconexões. Assim, hoje se coloca a questão da regulamentação do regime de 
colaboração por meio da construção de um sistema nacional de educação. 
 
O Regime de Colaboração: por meio de um sistema nacional articulado de educação 
 
A Conferência Nacional da Educação Básica, realizada em abril de 2008, teve como tema central a 
“Construção do Sistema Nacional Articulado de Educação”. Em síntese, a Conferência define, com base 
nos princípios explicitados no art. 206 da Constituição Federal, que: 
 
 “(...) a construção de um SNE requer o redimensionamento das ações dos entes federados, garantindo 
diretrizes educacionais comuns a todo o território nacional, visando à superação das desigualdades 
regionais. Dessa forma, objetiva-se o desenvolvimento de políticas públicas educacionais nacionais 
universalizáveis, por meio da regulamentação das competências específicas de cada ente federado no 
regime de colaboração. Nesse sentido, o SNE assume o papel de articulador, normatizador, coordenador 
e, sempre que necessário, financiador dos sistemas de ensino (federal, estadual/DF e municipal), 
garantindo diretrizes educacionais comuns e mantendo as especicifidades de cada um, respeitadas as 
normas gerais emanadas dos órgãos superiores e definindo-se o papel da União, estados e municípios” 
(Documento Final da Conferência Nacional de Educação Básica). 
 
Ao longo do Documento Final é recorrente a referência à necessidade de regulamentação do regime 
de colaboração e como processo de construção do Sistema Nacional Articulado de Educação. Em que 
pese a convergência das discussões nacionais sobre essa necessidade de regulamentação, expressão 
da nossa cultura histórica hipernormatizadora, ao que parece dominando nosso inconsciente coletivo, 
algumas reflexões, ou questões provocadoras, se tornam pertinentes. 
As normas existentes já não são suficientes? E, seria uma nova regulamentação capaz de tornar 
efetivo o que já é determinação legal? A Constituição e a LDB, complementadas por outras leis federais 
e Resoluções do CNE, definem diretrizes educacionais comuns a todo o território nacional, no 
cumprimento do § 1º, art. 8º da LDB que atribui à União a “coordenação da política nacional de educação, 
articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em 
relação às demais instâncias educacionais”, com vistas a superar as desigualdades regionais e promover 
a qualidade da educação. 
 
10 
 
Por outro lado, qual seria a dimensão da nova regulamentação? O que entendemos por 
“regulamentação”? É oportuno distinguir a natureza, o que é própria da lei, do que é próprio dos 
regulamentos, ou normas complementares. A natureza da lei é a de formalizar e legitimar, fundada em 
nossa identidade cultural e política, os valores da cidadania que queremos. O objeto próprio da lei é o de 
definir os objetivos e diretrizes gerais; estabelecer os limites das liberdades da cidadania, os direitos e 
deveres, o que pode e o que não pode. Ou seja: a lei define a intencionalidade, o horizonte a alcançar, a 
orientação da ação, o caminho a percorrer. Neste sentido a lei assume um caráter mais geral e 
permanente. Até porque, sua elaboração, de competência privativa do Poder Legislativo, demanda 
demoradas discussões com os representantes de toda a sociedade. 
O objeto dos regulamentos, ou normas complementares (decretos, resoluções, pareceres normativos, 
portarias, estatutos, regimentos, regulamentos), como o termo o diz, é o de regulamentar a aplicação da 
lei, estabelecendo os critérios e processos da ação no âmbito do Poder Executivo, o modo de percorrer 
o caminho, para alcançar os objetivos definidos pela lei. 
Em síntese, a lei institui, formaliza e legitima os valores e objetivos mais permanentes da sociedade, 
do projeto de nacionalidade e; as normas complementares tratam dos processos, das metodologias - 
situados no transitório das circunstâncias da gestão - para o caminhar na direção definida pela lei. 
 
Dessas questões derivam duas análises para reflexão: 
- A regulamentação do regime de colaboração não demanda, necessariamente, uma lei própria. Cabe 
sim definição legal, disciplinando - na LDB ou, se for o caso, em lei própria - o princípio constitucional do 
regime de colaboração, explicitando de forma pertinente as competências próprias dos entes federados. 
A regulamentação das ações que efetivam o regime de colaboração está mais para a ordem da definição 
de processos e métodos, de regulamentação propriamente dita no âmbito do Poder Executivo. No caso 
é oportuno enfatizar o papel normativo dos conselhos de educação (Nacional, Estaduais/Distrital e 
Municipais) para a efetivação do princípio constitucional e das diretrizes e objetivos legais. 
- A construção do Sistema Nacional Articulado de Educação não implica na organização de um novo 
sistema. A criação de um novo sistema - não previsto na Constituição - do ponto de vista filosófico 
incorreria em equívoco, se constituído como ente ontologicamente substante, com vida e realidade, 
órgãos e regulamentação próprios. Sua adequada natureza será de Fórum e de atuação em rede, não de 
sobreposição piramidal ao regime federativo. Convém enfatizar que a Constituição não atribui ao regime 
federativo organização piramidal. O Sistema Nacional Articulado de Educação, como o próprio termo 
articulado induz, aponta para a interconectividade dos atuais sistemas, seus conselhos e planos, 
articulados com base na moderna teoria das redes. Como já afirmavam os Pioneiros, esse sistema, “no 
cuidado da unidade nacional, não implica um centralismo estéril e odioso, ao qual se opõem as condições 
geográficas do país”, mas a articulação dos atuais sistemas, respeitada sua autonomia, “na aplicação da 
doutrina federativa e descentralizadora”, republicana e democrática. 
Assim, além dos princípios constitucionais e diretrizes legais, para a regulamentação do regime de 
colaboração entre os atuais sistemas de ensino e a construção do Sistema Nacional Articulado de 
Educação, se apresentam como importantes os seguintes fundamentos: 
 
A) A dimensão da nacionalidade: se em sua constituição original o Estado brasileiro precedeu a 
Nação, hoje a identidade nacional está culturalmente constituída. A Constituição Federal de 1988 colocou 
no cenário nacional um novo ator social: o cidadão. A organização do Estado, nele a organização da 
educação, precisa não só preservar essa identidade, mas promover a cidadania ativa para todas e todos. 
Essa tarefa demanda visão sistêmica da educação nacional e fundamenta a necessidade de formulação 
de políticas e diretrizes nacionais comuns, que requerem articulação, normatização e coordenação, 
assegurando a unidade nacional na multiplicidade das características e culturas locais. 
 
B) As políticas e diretrizes nacionais de educação: as políticas se fundamentam nos valores 
nacionais, definem as intencionalidades e indicam o caminho a seguir rumo ao futuro. As diretrizes são 
as orientações básicas para a ação na direção definida pelas políticas. As diretrizes traduzem as políticas 
em normas, procedimentos, critérios e processos de ação institucional. O objetivo das políticas e diretrizes 
é o de orientaros agentes públicos para o sentido fundamental de seus esforços e estabelecer parâmetros 
para a tomada de decisões. Neste sentido as políticas e diretrizes estabelecem a unidade nacional na 
multiplicidade de ações descentralizadas. 
 
C) A doutrina federativa - autonomia dos entes federados: ao constituir-se como República 
Federativa, o Brasil adota os fundamentos democráticos de que o Estado pertence aos cidadãos, é “res-
pública”, coisa pública. O espaço de poder, a autonomia dos entes federados, descentraliza a ação 
 
11 
 
governamental, permitindo ao cidadão exercer sua cidadania no seu “lócus” concreto de vida. Mas o 
sistema de ensino do ente federado não é apenas parte de um todo maior, é também um todo em si. Por 
isso se constitui como um sistema dotado de finalidade, autonomia, organização e normatização próprias, 
como espaço de poder e de exercício de cidadania. O regime federativo articula e preserva o papel da 
diversidade local com a unidade nacional, por meio da distribuição de responsabilidades prioritárias e 
competências específicas dos sistemas de ensino dos entes federados. 
 
D) As competências e responsabilidades de cada ente federado: o artigo 211 da Constituição, que 
institui o princípio do regime de colaboração na organização dos sistemas de ensino, e os artigos 8º, 9º, 
10 e 11 da LDB, estabelecem as responsabilidades educacionais prioritárias comuns e específicas dos 
entes federados. 
 
E) A natureza própria das leis e das normas regulamentadoras: do caráter geral e mais permanente 
e do particular de caráter mais transitório, conforme já explicitado. 
 
O papel dos Conselhos de Educação 
 
Os movimentos pela democratização da gestão pública encontram nas diferentes formas de conselhos, 
situados na mediação entre sociedade e governo, a estratégia mais efetiva de exercício do poder pelo 
cidadão. Neste contexto, os conselhos de educação, especialmente a partir da Constituição de 1988, 
assumem nova natureza de órgãos de Estado, que demanda novas funções, composição e condições de 
funcionamento. Em sua nova configuração de órgãos de Estado, os conselhos de educação podem 
assumir o importante e relevante papel de protagonistas na formulação de políticas e diretrizes e dos 
planos de educação e na articulação da unidade nacional. Era o que preconizava a LDB/61, primeira lei 
de educação articuladora do todo nacional. Sonho interrompido pela ruptura democrática do novo 
contexto nacional autoritário e centralizador, gerador das reformas educacionais do final dos anos 60 
(Leis nº 5.540/68 e 5.692/71). 
A análise do papel dos conselhos de educação na efetivação do regime de colaboração se estrutura 
em dois eixos: na sua natureza de órgãos de Estado, como condição essencial para o exercício de suas 
funções, e no moderno princípio de organização em rede, como base para a atuação de forma articulada, 
interconectada. 
 
Natureza dos conselhos de educação: órgãos de Governo ou de Estado? 
O Estado tem o caráter da perenidade, da institucionalidade permanente, assim é constituído pela 
estrutura jurídica que define a institucionalidade da Nação. Nos regimes republicanos democráticos os 
interesses do Estado se identificam com os dos cidadãos, com a vontade nacional. O Governo tem o 
caráter da transitoriedade. Nos regimes democráticos é exercido pelos agentes públicos eleitos ou 
nomeados para exercer o poder político, na gestão do Estado, em um determinado momento. 
Em tese, todos os órgãos públicos são órgãos de Estado. E os agentes públicos são servidores do 
Estado. Os servidores públicos, como a própria etimologia da palavra explicita, são servidores do 
“público”, vale dizer: da cidadania. 
Essa dualidade é percebida e situada como importante na discussão dos conselhos de educação 
porque, historicamente no Brasil, foram situados a serviço dos governos, enquanto estes, por sua vez, 
estiveram mais voltados para interesses de grupos dominantes, com viés patrimonialista. Essa tensão 
está na raiz da formação histórica do Estado brasileiro, que permitiu aos “donos do poder” se apossar 
patrimonialmente do Estado e instituir uma burocracia baseada na obediência à vontade dos governantes 
de plantão. 
Embora tenha sido da tradição dos conselhos sua constituição com mandatos não coincidentes com 
os do respectivo poder executivo, a livre nomeação dos conselheiros por este, os situou historicamente 
como órgãos a serviço do governo. Os conselhos assumem feição de órgãos de governo quando na sua 
composição e no exercício de suas funções expressam, traduzem, legitimam junto à sociedade, a vontade 
de determinado governo. 
A discussão da natureza de órgãos de Estado teve início na instalação do atual Conselho Nacional de 
Educação, quando o conselheiro Arthur Gianotti, falando em nome dos colegas, afirmou que o CNE se 
constituía como órgão de Estado, porque representava a sociedade civil organizada e em nome dela 
devia se pronunciar. 
Os conselhos de educação se constituem como órgãos de Estado quando representam, articulam e 
expressam a vontade da diversidade social; quando falam ao governo em nome da sociedade para 
 
12 
 
responder às suas aspirações e, em nome dela, exercer suas funções; quando formulam políticas 
educacionais para além da transitoriedade dos governos. 
A natureza dos conselhos remete à análise de sua posição na estrutura do respectivo executivo e dos 
papéis atribuídos e desempenhados. A relação entre os conselhos e os órgãos de gestão da estrutura 
dos sistemas de ensino tem registrado tensões, conflitos e rupturas na sua trajetória. Tensões e 
movimentos de cooperação e de conflitos, de ampliação e estreitamento da autonomia, de centralização 
e descentralização. 
A nova natureza de órgãos de Estado, assumida pelos conselhos de educação a partir da Constituição 
de 1988 demanda novos critérios de composição, novas condições de funcionamento e o exercício de 
novas funções. 
 
1) Funções dos Conselhos de Educação 
Na questão das funções atribuídas aos conselhos é relevante distinguir a natureza e o objeto. A 
natureza da função diz respeito ao caráter da competência, ao poder conferido ao conselho: se consultivo, 
deliberativo ou outro. O objeto diz respeito aos temas sobre os quais os conselhos são chamados a 
deliberar ou opinar 
Quanto à natureza, tradicionalmente têm sido atribuídas aos conselhos funções de caráter consultivo 
e deliberativo. No atual contexto da gestão democrática da educação pública os conselhos são chamados 
a exercer, também, funções de mobilização e controle social. 
O caráter deliberativo, como o próprio termo o diz, atribui ao conselho poder de decisão em matérias 
definidas em lei como de sua competência. A natureza deliberativa implica em poder de decisão, em 
caráter final. Caso contrário assumiria caráter meramente consultivo. Dentre as competências de caráter 
deliberativo destaca-se a função normativa. 
O caráter consultivo situa os conselhos na função de assessoramento às ações do governo na área 
de educação. Na sua concepção original os conselhos eram considerados “órgãos de assessoramento 
superior”, chamados a “colaborar” na formulação das políticas educacionais. No exercício dessa função 
os conselhos propõem ações, opinam sobre temas relevantes, respondem a consultas. A história dos 
conselhos revela que muito pouco tem sido consultado pelos respectivos executivos na formulação de 
políticas, na definição de normas e planejamento de ações. Historicamente, estiveram mais voltados às 
demandas das instituições educacionais. 
O caráter de mobilização e controle social constitui novo desafio atribuído aos conselhos de educação. 
O novo espírito e desejo de participação democrática na formulação e gestão das políticas públicas atribui 
aos conselhos essas novas funções, que não faziam parte da sua tradição. Essas funções situam os 
conselhos no campo propositivo e de acompanhamento e controle da oferta de serviços educacionais. A 
função mobilizadora situa os conselhoscomo espaços aglutinadores dos esforços comuns do governo e 
da sociedade para a melhoria da qualidade da educação. A função de controle social coloca o conselho 
na vigilância da boa gestão pública e na defesa do direito de todos à educação de qualidade. 
Quanto ao objeto são variadas as competências atribuídas aos conselhos, algumas são tradicionais e 
gerais. Destacam-se como mais tradicionais e próprias dos conselhos: 
A) A normativa (definir normas para o sistema de ensino); 
B) A interpretativa (interpretar e dirimir conflitos sobre a aplicação de normas educacionais); 
C) A credencialista (aprovar o credenciamento de instituições de ensino e a autorização de seus 
cursos); 
D) A recursal (resolução de conflitos); 
E) A ouvidora (defesa dos direitos educacionais dos cidadãos). 
 
Nem sempre a natureza da função está claramente explicitada nas normas que instituem os conselhos, 
nem são muito claros os limites da autonomia do conselho no exercício de suas competências legais. 
Mas é fundamental que, especialmente as competências de caráter deliberativo, sejam claramente 
explicitadas na lei que institui o conselho para que seu poder de decisão não seja ignorado ou contestado. 
Neste aspecto cabe analisar o tradicional instituto da homologação. 
O instituto da homologação se situa como uma das questões mais polêmicas relativas à autonomia 
dos conselhos. Nesta questão, convém enfatizar que os conselhos estão situados no âmbito do poder 
executivo e integram o sistema de educação. Nele, sua ação é de natureza deliberativo consultiva, de 
supervisão, controle e mobilização social, não executiva. A efetivação de suas deliberações se situa no 
âmbito da ação administrativa do executivo. A homologação, formal ou não, corresponde ao ato 
administrativo que dá efetividade, põe em execução a decisão do conselho. A autoaplicabilidade das 
decisões do conselho poderia criar duas instâncias, na mesma estrutura e no mesmo campo de ação, 
 
13 
 
com poderes independentes, não articulados, o que seria fator potencial de conflitos, sem mecanismos 
de negociação. 
No entanto, é fundamental que os conselhos tenham autonomia para propor e deliberar sobre questões 
de sua esfera de competência legal e que o executivo não possa deliberar, nem adotar, em matéria 
definida em lei como de competência do conselho, ações que contrariam decisões deste. Caso o 
executivo considere inviável ou inadequado adotar a decisão do conselho, deve solicitar a reanálise do 
assunto, oferecendo razões fundamentadas. 
Mas é imperioso distinguir quais decisões do conselho devem ser objeto de homologação e quais não 
necessitam dela. Aceitando-se que a homologação é o instrumento de gestão para dar efetividade às 
decisões do conselho, somente devem ser objeto dela as que necessitam de ação administrativa própria 
do executivo para sua efetivação na prática. 
O instituto da homologação, sem esses limites, tornaria o conselho mero órgão consultivo e de 
governo, não de Estado. O instituto da homologação é instrumento adotado para a mediação entre a 
competência deliberativa do conselho e a administrativa do executivo. Neste sentido, a homologação não 
afeta a autonomia do conselho, mas constitui ato administrativo de cumprimento de suas decisões. É 
pertinente, para elucidar a questão, a analogia com o mecanismo de sanção ou veto, pelo Poder 
Executivo, dos projetos de lei aprovados pelo Legislativo, mecanismo que não afeta a independência 
desses poderes. 
 
2) Composição dos Conselhos de Educação 
A composição e a forma de escolha dos conselheiros revelam, em boa medida, a concepção e a 
natureza do conselho, em nome de quem e para quem opinam e decidem. Em sua origem os conselhos 
foram concebidos para assessoramento superior do governo, inicialmente foram constituídos como 
“conselhos diretores”, compostos por representação de cargos de confiança do governo. Posteriormente 
os conselheiros passaram a ser escolhidos pelo Poder Executivo, com base em critérios de “notório saber” 
educacional e representatividade dos diferentes graus de ensino e regiões do país ou do estado. 
O novo contexto de gestão democrática da educação pública preconiza critérios de representatividade 
social na composição dos conselhos, constituídos por representantes da pluralidade social. A ação dos 
conselheiros, porque chamados a opinar e deliberar sobre políticas educacionais, normas e processos 
pedagógicos, requer “saberes” - acadêmico e da vivência - ambos sempre com percepção política das 
aspirações sociais. 
Quanto maior a diversidade de saberes e de representação da pluralidade das vozes sociais, mais rica 
será a ação dos conselhos. Um conselho de educação somente cumprirá efetivamente sua verdadeira 
função se expressar as aspirações da sociedade na sua totalidade. A representatividade social tem como 
fundamento a busca da visão de totalidade a partir dos olhares dos conselheiros desde os diferentes 
“pontos de vista” da sociedade. Se for constituído de tal forma que represente e expresse somente, ou 
hegemonicamente, a voz de um segmento, ou do governo, poderá perder a visão do todo, o foco da razão 
de ser conselho. 
O significado da representação nos conselhos de educação encerra tensões e polêmicas. Distinguir é 
preciso, e com meridiana clareza, a natureza de cada espaço de participação social. Um é um espaço de 
defesa dos interesses corporativos e outro o da defesa dos interesses coletivos. Um é o objetivo da parte, 
da categoria representada, outro o do todo social, onde transita e atua o conselho de educação. O 
conselho exerce o cuidado do projeto educativo fundamentado na cidadania, na nacionalidade, que 
requer visão do todo social, construída pelos diferentes pontos de vista dos diferentes segmentos sociais. 
 
3) Condições de funcionamento dos Conselhos de Educação: Questão de Autonomia 
As condições de funcionamento do conselho indicam o grau de autonomia e sua importância na gestão 
do sistema de ensino. A autonomia requer que o conselho seja dotado de normas próprias e condições 
objetivas para desempenhar suas responsabilidades. Sem condições de exercer suas funções com 
autonomia, dependentes da boa vontade do executivo para funcionar, os conselhos ficariam desprovidos 
de sua natureza de órgãos de Estado. 
Dentre as condições necessárias para a autonomia dos conselhos no exercício de suas funções de 
órgãos de Estado, convém destacar: 
 
A) Normas próprias claramente definidas, explicitando a natureza e o objeto de suas competências, 
de caráter consultivo, deliberativo, de supervisão, mobilização e controle social, distinguindo as de livre 
exercício das sujeitas à homologação, com definição dos mecanismos de negociação; 
B) Dotação orçamentária própria, com autonomia de gestão financeira, suficiente para o exercício 
de suas funções; 
 
14 
 
C) Autonomia na escolha do presidente (por eleição interpares-vedada a possibilidade da escolha 
de ocupantes de cargos de confiança do governo) e dos cargos comissionados (pela presidência); 
D) Definição da agenda de reuniões, quanto à periodicidade (com regularidade de funcionamento) e 
à pauta (com autonomia); 
E) Condições materiais de funcionamento, com espaços próprios, dotados das condições 
necessárias ao exercício das funções; 
F) Apoio aos conselheiros, técnico, tecnológico, material e financeiro inerente ao exercício da 
função, de acordo com as necessidades próprias. 
 
Uma Rede Nacional de Conselhos de Educação 
A organização em rede nacional dos Conselhos de Educação oferece uma alternativa não 
centralizadora para o exercício de seu papel na efetivação do regime de colaboração e na construção de 
um sistema nacional articulado de educação. 
Preliminarmente é fundamental não associar o moderno conceito de organização em rede com o 
tradicional e burocrático conceito de redes de ensino. A proposta de organização em rede dos Conselhos 
adota o moderno conceito de Castells8, definido por ele na obra “A sociedade em rede”, comoa nova 
morfologia social de nossas sociedades. 
O conceito fundamental da organização em rede está fundado no princípio da sinergia, ou seja: duas 
ou mais organizações em interação trocam energias, sem perdê-las, assumindo cada uma a força das 
demais. O princípio da sinergia supera, ou tende a eliminar, a polaridade dominação-subordinação de 
uma sobre outra, para estabelecer uma nova cultura, determinada pelas relações entre ambas: a cultura 
da cooperação. Portanto a rede supera as relações de competição, os projetos isolados, para estabelecer 
cumplicidade e corresponsabilidade. 
Mota, Duarte e Bartholo,9 partindo da análise de Castells10, Capra,11 e Whitaker12, apresentam cinco 
elementos que caracterizam a moderna organização em rede: 
A) A rede, e somente ela, é capaz de dar coerência a uma pluralidade de componentes divergentes, 
funcionando como um todo; 
B) A rede supera as cadeias lineares de causa e efeito, para estabelecer relações de realimentação, 
perdendo sentido a idéia de origem e destino, emissão e recepção; 
C) A rede, a partir do compartilhamento de códigos, constitui um sistema aberto e dinâmico, como 
malha de múltiplos fios, sem que um dos nós possa ser considerado principal ou central; 
D) A lógica de redes é necessária para estruturar o não estruturado, porém preservando a flexibilidade, 
pois o não estruturado é a força motriz da inovação na atividade humana; 
E) As informações constituem os elos básicos - fios - que interligam os integrantes da rede, 
estabelecendo interação mais frequente e intensa. 
 
A organização em rede dos conselhos de educação oferece uma alternativa para a efetivação do 
regime de colaboração, com a vantagem de permitir a superação de dois possíveis equívocos: 
A) Do conceito de colaboração, cuja conotação é de ato de vontade unilateral, responsável por certo 
descompromisso mútuo, pelo da sinergia cooperativa; 
B) Da ideia de um sistema único da União, como supersistema, de viés piramidal centralizador, pelo 
de sistema nacional articulado, o que implica em novas relações de articulação entre os atuais sistemas 
e não em outro ou novo ente, incompatível com os fundamentos do regime federativo. 
 
A lógica das redes fornece os princípios fundamentais para a criação de vínculos, novas relações 
sistêmicas em torno de objetivos e metas comuns. Ou seja: A organização dos conselhos em rede 
estabelece a interdependência e articulação entre eles, cada um contribuindo com sua especificidade 
para alcançar objetivos e metas nacionais, sem constituir-se em supersistema e sem interferir na 
autonomia de cada ente federado. 
Em síntese, podemos dizer que a organização em rede permite estabelecer o regime de colaboração, 
articulado as competências e responsabilidades de cada ente federado no todo nacional, sem perda da 
autonomia e das especificidades de ação de cada sistema de ensino. A organização em rede estabelece 
conectividade e interdependência entre os conselhos, para realizar cooperativamente os objetivos 
nacionais comuns e os específicos de cada um. A organização em rede supera a mera agregação ou 
justaposição e permite eliminar ruídos de comunicação e superar os conflitos da competição. 
 
8 CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede - A era da informação: economia, sociedade e cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 
9 MOTA, C. Renato, DUARTE, Francisco J. de C. M., BARTHOLO Jr, Roberto dos S. Participação e Gestão Social. Brasília: SESI, Departamento Nacional, 2002. 
10 CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede - A era da informação: economia, sociedade e cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 
11 CAPRA, Frijof. A teia da vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix/Amaná/Key, 1997. 
12 WHITAKER, Francisco. Rede: uma estrutura alternativa de organização. Mutações sociais: publicação trimestral do Cedac, Rio de Janeiro, ano 2, n. 3, 1994. 
 
15 
 
A questão está em definir as interconexões do planejamento e da gestão das ações próprias de cada 
um. As políticas e objetivos nacionais estão definidos pela Constituição, pela LDB, pelo PNE e PDE. O 
papel dos conselhos será o de contribuir para a organização do sistema nacional articulado de educação, 
definindo as competências e responsabilidades comuns e específicas e as estratégias de sua ação para 
realizar as políticas e objetivos nacionais. 
A questão central na constituição e gestão de uma rede é a definição das interconexões, dos nós da 
conectividade. Na organização da educação as normas nacionais têm sido usadas como o instrumento 
dessa conectividade. Mas sua efetividade tem sido baixa. Será uma nova norma eficaz para realizar a 
articulação necessária? A norma é necessária para organizar a rede, mas será ineficaz se não vier 
acompanhada de ações efetivas. 
O caminho aponta, então para a gestão, nela incluídos os planos de educação e um sistema eficiente 
de informações, de comunicação. Sem informação uma rede será morta. E na questão da gestão da 
articulação os conselhos de educação podem assumir um novo e relevante papel. 
A Lei nº 9.131/95 atribui ao Conselho Nacional de Educação a função de “subsidiar a elaboração e 
acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação” e de “manter intercâmbio com os sistemas de 
ensino dos Estados e do Distrito Federal acompanhando a execução dos respectivos Planos de 
Educação”. Como poderiam o CNE, o Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, incluído 
o Distrito Federal, e a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação articular-se em rede para 
estabelecer as interconexões necessárias para a efetivação do regime de colaboração? 
Quatro ações de curto prazo poderiam iniciar a caminhada: 
 
A) Criação de Fórum Gestor: Para manter coerência com os princípios da rede - sem que um dos 
nós possa ser considerado principal ou central - representantes das três instâncias dos conselhos 
(Nacional, Estadual e Municipal) constituem um Fórum em condições de igualdade de representação. A 
coordenação do Fórum poderia ser exercida em regime colegiado, de cogestão, pelos três presidentes; 
B) Criação de uma rede virtual de informação e comunicação: A essência da organização em rede 
é a conectividade, a comunicação aberta e dinâmica com troca de experiências e informações, 
informações que constituem os elos básicos - fios - que interligam os integrantes da rede; 
C) Definição de papéis comuns e específicos: O pacto federativo requer o cumprimento de papeis 
próprios de cada ente em vista de uma finalidade nacional comum. Que papeis cabem a cada ente 
federado? E qual o papel de cada conselho nele? Essa definição é importante para um diálogo construtivo 
e para evitar a perda de energias em conflitos, explícitos ou velados, que mais levam à competição do 
que à colaboração; e 
D) Definição de compromissos comuns (norma ou acordo): A norma é um dos fios essenciais que 
ligam os integrantes da rede. Mas que norma seria essa? Talvez se apresentem como mais apropriados, 
porque dinâmicos e flexíveis, o Acordo, o Termo de Cooperação ou a Resolução, aprovados pelas três 
instâncias participantes. Ou então uma Resolução do CNE, (exercendo a competência nacional) com 
Parecer respaldado por participação conjunta do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e da UNCME. 
No longo prazo a experiência irá aperfeiçoando os caminhos. O importante é ter a sabedoria de aceitar 
o inacabado, ter a perspectiva do processo instituinte, alimentar o sonho. 
 
À Guisa de Conclusão 
Os desafios da efetivação do Princípio Constitucional do regime de colaboração, proposta pela 
Conferência Nacional de Educação Básica como a construção de um sistema nacional articulado de 
educação, se situam na mudança de algumas lógicas que geraram a atual situação. Dentre elas 
destacam-se: A da cultura de poder nos processos de gestão; da colaboração como processo de 
transferência de responsabilidades e; da crença no poder da norma para mudar a realidade. Lembremos 
que os velhos paradigmas são incapazes de superaros problemas que eles próprios geraram. 
Em primeiro lugar, um sistema em rede requer a mudança de nossa concepção e cultura de exercício 
do poder. Como afirma de Castells13, a organização em rede estabelece uma hierarquia horizontal 
deslocando o poder para a periferia da organização e colocando no centro, como eixo articulador, a 
finalidade, no caso, o educando, razão originária de todo o processo educacional. Isso requer dos agentes 
públicos visão clara dos objetivos nacionais. Requer a postura do agente público como servidor da 
cidadania. Requer a superação da concepção patrimonialista do ato de governar e visão do todo, a partir 
da consideração dos diferentes pontos de vista, o que, por sua vez, requer sabedoria, desapego e 
humildade. 
 
13 CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede - A era da informação: economia, sociedade e cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 
 
16 
 
A superação do conceito de colaboração, como ato de boa vontade, implica em visão de Estado, em 
cumprimento das responsabilidades próprias e compartilhamento das comuns em processos 
cooperativos. Implica em covencer o desafio da melhoria da qualidade da educação. 
Para a superação da crença do poder da norma para mudar a realidade - tida entre nós como panaceia 
para todos os problemas - é preciso distinguir o que é de caráter geral, no âmbito de políticas e diretrizes 
nacionais, do que é próprio da regulamentação de cada instância de ação concreta. Quando a lei, seja 
federal ou local, define o caminho e o processo do caminhar, constituindo-se ao mesmo tempo em lei e 
regulamento, cai na armadilha da centralização legal, do cerceamento do espaço de autonomia normativa 
das instâncias concretas de ação. O poder centralizador da lei, às vezes nem tão sutil, constitui uma 
armadilha a cercear a aprendizagem democrática do exercício da cidadania. Quanto mais a lei federal 
invade o local, mais assume o risco de aproximar a unidade da uniformidade, perigo já denunciado pelos 
Pioneiros. 
Por outro lado, a regulamentação nacional excessiva trai um preconceito de que as comunidades locais 
ainda são incapazes do exercício da cidadania e de que precisam ser tuteladas. Mas a cidadania é algo 
que somente se promove e se aprimora exercendo-a. Esta é, em essência, a lição de Paulo Freire na 
Pedagogia do Oprimido. A educação libertadora da escola cidadã requer espaço de autonomia para o 
exercício da cidadania. 
A construção de um efetivo sistema nacional articulado de educação precisa superar o divórcio entre 
o Brasil oficial e o Brasil real, já denunciado por Anísio Teixeira como fruto de nossa cultura 
“hipernormatizadora”. A norma é necessária, mas está longe de ser suficiente. A solução está além da 
norma, está na eficácia da ação dos agentes públicos e no efetivo exercício da cidadania ativa. 
 
Questões 
 
01. (IF/BA - Pedagogo - FUNRIO) Em 1932 foi publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova liderado por Fernando de Azevedo. Tal Manifesto se caracterizou fundamentalmente pela defesa 
da (o) binômio abaixo: 
(A) Educação pública - ensino eclesiástico. 
(B) Sistema dualista - ensino público. 
(C) Escola particular - educação elitista. 
(D) Escola básica - educação gratuita. 
(E) Ensino obrigatório - ensino religioso. 
 
02. (Prefeitura de Osasco/SP - Professor de desenvolvimento Infantil - FGV) Em 1932, um grupo 
de intelectuais redigiu um documento direcionado ao povo e ao governo, como resultado dos anseios por 
reformas educacionais, acreditando que seria necessário realizar uma mudança no modelo educacional 
como precursora de mudanças na estrutura do país; fazia-se necessário, portanto, traçar diretrizes de 
uma nova política nacional de educação e ensino em todos os níveis, aspectos e modalidades. 
Esse documento representou não apenas uma síntese dos ideais de reconstrução educacional, mas 
também, um impulso à tentativa de avanço sobre novas propostas de educação. 
Assinale a opção que o identifica. 
(A) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(B) Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova 
(C) Parâmetros Curriculares Nacionais 
(D) Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
(E) Plano Nacional de Educação 
 
03. (Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo/MG - Assistente de Educação Básica - IDECAN) A 
construção de um Sistema Nacional de Educação requer o redimensionamento da ação dos entes 
federados, garantindo diretrizes educacionais comuns a serem implementadas em todo o território 
nacional, tendo como perspectiva a superação das desigualdades regionais. Dessa forma, objetiva‐se o 
desenvolvimento de políticas públicas educacionais nacionais universalizáveis, por meio da 
regulamentação das atribuições específicas de cada ente federado no regime de colaboração e da 
educação privada pelos órgãos de Estado. O Sistema Nacional de Educação assume, assim, um papel 
que visa garantir as finalidades, diretrizes e estratégias educacionais comuns, mas mantendo as 
especificidades próprias de cada um. Assinale a alternativa que cita INCORRETAMENTE uma das 
características do papel assumido pelo Sistema Nacional de Educação, de acordo com o contexto 
supracitado. 
 
 
17 
 
(A) Neutral. 
(B) Articulador. 
(C) Normatizador. 
(D) Financiador dos sistemas de ensino (Federal, Estadual, DF e Municipal). 
 
04. (TJ/AM - Analista judiciário - Pedagogia - FGV) Os sistemas de ensino definem as normas da 
gestão democrática em conformidade com as disposições legais. Assinale a alternativa que apresenta os 
princípios da gestão democrática estabelecidos na LDB n. 9.394/96: 
(A) Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico e eleição de 
diretores 
(B) Eleição de grêmios estudantis e participação da comunidade em conselhos escolares 
(C) Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico e participação da 
comunidade em conselhos escolares 
(D) Eleição de diretores e participação da comunidade em conselhos escolares 
(E) Eleição de grêmios estudantis e eleição de diretores 
 
05. (MF - Pedagogo - ESAF) A respeito do entendimento sobre participação popular no planejamento 
e na organização da educação nacional, assinale a opção que determina o conceito. 
(A) Presença dos pais nas reuniões das escolas públicas. 
(B) Participação de representantes nos conselhos das escolas. 
(C) Participação de representantes nos conselhos, nos fóruns, nas conferências e nas consultas 
públicas. 
(D) O trabalho da Comissão de Educação do Congresso Nacional. 
(E) O desenvolvimento do desempenho dos estudantes nas provas nacionais. 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.B / 03.A / 04.C / 05.C 
 
Respostas 
 
01. Resposta: D 
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, publicado em 1932, caracterizava-se pela defesa de 
uma educação pública, laica, obrigatória e gratuita, sendo redigido por Fernando de Azevedo e assinado 
por 26 intelectuais, entre eles: Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Delgado 
de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles. 
 
02. Resposta: B 
Conforme visto, o Manifesto da Pioneiros da Educação Nova, publicado em 1932 e liderado por 
Fernando de Azevedo, representou uma reconstrução educacional pois preconizava uma organização da 
educação fundada em Bases e Diretrizes Nacionais. 
 
03. Resposta: A 
A construção de um Sistema Nacional de Educação requer o redimensionamento da ação dos entes 
federados, garantindo diretrizes educacionais comuns a serem implementadas em todo o território 
nacional, com a finalidade de superação das desigualdades regionais. Para tanto, o Sistema Nacional de 
Educação, objetiva o desenvolvimento de políticas públicas educacionais nacionais universalizáveis, por 
meio da regulamentação das atribuições específicas de cada ente federado no regime de colaboração e 
da educação privada pelos órgãos de Estado. Assim, o Sistema Nacional de Educação assume um papel 
que visa garantir as finalidades, diretrizes e estratégias educacionais comuns, mas mantendo

Continue navegando