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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAI UNIDADE ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO: AGRONOMIA Disciplina: Hidráulica Aplicada Professor(a): Vanda Maria de Lira Escoamento em condutos forçados Nos condutos forçados a pressão interna é diferente da pressão atmosférica, as seções transversais são sempre fechadas e completamente cheias pelo fluido escoante. O movimento pode se efetuar em qualquer sentido do conduto. Condutos equivalentes – são condutos que transportam a mesma vazão com igual perda de energia; Condutos em série – são condutos de diâmetros diferentes onde escoa a mesma vazão e podem ter ou não comprimentos e diâmetros iguais; Condutos em paralelo - são condutos que têm em comum as extremidades inicial e final. A vazão da extremidade inicial divide-se nos demais condutos em paralelo e na extremidade final a vazão é igual ao valor inicial. 2 Perda de carga – é a perda de energia que ocorre no escoamento. � No regime laminar a perda de carga deve-se unicamente à resistência oferecida pela camada mais lenta àquela mais rápida que lhe é adjacente. A energia hidráulica é transformada em trabalho na anulação da resistência oferecida pelo fluido escoante em função da sua viscosidade. A resistência é função das tensões tangenciais que promovem a transferência da quantidade de movimento. � No regime turbulento, além do fenômeno que ocorre no regime laminar, existe ainda perda de energia nos choques entre as moléculas causados pelo movimento desordenado das partículas. A perda de carga está diretamente relacionada com a turbulência que ocorre no conduto. Pode-se deduzir que em uma tubulação reta a perda de carga seja menor se comparada com uma tubulação igual, mas com uma série de peças especiais como curvas, tês, reduções, etc. Velocidade crítica superior: velocidade onde ocorre a passagem do regime laminar para o regime turbulento; Velocidade crítica inferior: velocidade onde ocorre a passagem do regime turbulento para o regime laminar. Para definir o regime, basta calcular o número de Reynolds e caracterizá-lo pelos limites. Se Re < 2.000 - regime laminar Se Re > 4.000 - regime turbulento Se 2.000 < Re < 4.000 - zona de transição Os condutos apresentam asperezas não uniformes e são distribuídas aleatoriamente nas paredes internas, e, estas influem na perda de carga dos escoamentos. Para o cálculo da perda de carga essas asperezas são consideradas uniformes e sua espessura denominada rugosidade absoluta uniforme. A perda de carga em condutos forçados é calculada através de equações e os parâmetros nelas contidos são: Q – vazão (m3/s); v – velocidade média (m/s); D – diâmetro interno do conduto (m); A – área da seção interna do conduto (m2); L – comprimento do conduto (m); h – diferença de nível (m); J – perda de carga por atrito unitária (m/m); hf – perda de carga contínua (m) = J x L; C – coeficiente que depende do material de fabricação do conduto; m – coeficiente de rugosidade. 3 Equação de Darcy-Weisbach (Fórmula universal) gD Lv f=hf 2 2 Onde: hf – perda de carga (m.c.a); L – comprimento do tubo (m); D – diâmetro interno do tubo (m); v – velocidade da água (m/s); g – aceleração da gravidade (m/s2); f – coeficiente de atrito. O coeficiente de atrito depende do Nº de Reynolds (Rn) e da Rugosidade relativa (ε/D), da rugosidade absoluta (ε) (tabelado); Para um regime laminar (RN < 2000) o coeficiente f pode ser calculado pode ser calculado por: Rn =f 64 Para regime turbulento em tubos lisos: ,_)fRnlog(= f 802 1 Para regime turbulento em tubos rugosos: 512 713 2 1 ) fRn , + D, e log(= f Equação de Hazen-Williams – recomendada para tubos com diâmetros maiores que 50 mm. 8521 874 1 64610 , , ) C Q ( D .,=J 540632 27880 ,, JDC,=Q 540630 3550 ,, JDC,=V Equação de Flamant – recomendada para tubos com diâmetros menores que 50 mm. 754 751 1076 , , D Q b.,=J b – coeficiente de Flamant (Tabelado em função do material do tubo) PVC e Polietileno: b = 0,000135 Ferro Fundido e Aço: b = 0,000230 4 Q – vazão (m³/s); V – velocidade média (m/s); D – diâmetro da tubulação (m); J – perda de carga unitária m.c.a/m); C – coeficiente que depende do material e estado do tubo). Equação de Manning 335 2 2 27310 ,D Q n.,=J 331 2 2 3456 ,D V n.,=J 506723120 ,, JD n , =Q 506703970 ,, JD n , =V A Figura abaixo apresenta um perfil de uma canalização que alimenta o reservatório R2, a partir do reservatório R1, com uma redução de diâmetro. Do reservatório R1 para o reservatório R2 existe uma perda de carga total “ht”, que é igual a diferença de nível entre os reservatórios. A perda de carga é devido a: ∆h1 – perda de carga localizada na entrada da canalização; hf1 – perda de carga contínua no conduto de diâmetro D1; ∆h2 – perda de carga localizada na redução do conduto, representada pela descontinuidade da linha de carga; hf2 – perda de carga contínua no trecho de diâmetro D2; ∆h3 – perda de carga na entrada do reservatório. Perda de carga localizada Na prática as canalizações não são constituídas exclusivamente de tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, as canalizações apresentam peças especiais (válvulas, registros, medidores de vazão etc) e peças especiais (ampliações, reduções, curvas, cotovelos, tês etc) que pela sua forma geométrica e disposição elevam a turbulência, resultando em perdas de carga. Estas perdas são denominadas localizadas, acidentais ou singulares, pelo fato de decorrerem 5 especificamente de pontos ou partes bem determinadas da tubulação ao contrário do que ocorre com as perdas em conseqüência do escoamento ao longo dos encanamentos. A perda de carga total (hfTotal) ao longo de uma tubulação é o resultado da soma das perdas de carga ao longo dos trechos retilíneos (perda de carga contínua ) com as perdas de carga nas peças especiais e peças especiais (perda de carga localizada): g V K=hfloc 2 2 K – coeficiente da conexão causadora da perda de carga (tabelado); V – velocidade da água (m/s); g – aceleração da gravidade (m/s2). Podem-se desconsiderar as perdas localizadas quando a velocidade da água é pequena (v < 1,0 m/s), quando o comprimento é maior que 4.000 vezes o diâmetro e quando existem poucas peças no conduto. Considerar ou não as perdas localizadas é uma atitude que o projetista irá tomar, em face das condições locais e da experiência do mesmo. 6 Comprimento virtual É o comprimento equivalente de peças especiais que compõem a tubulação. Cada peça especial corresponde a um certo comprimento fictício adicional de tubo. g V D Lvir .K=hftotal 2 2 Em termos práticos, e como as perdas localizadas são pequenas em relação às contínuas, pode- se considerar que K e f são constantes. Por conseguinte, o comprimento fictício a ser adicionado ao comprimento real poderá ser expresso em um número de diâmetro: n expressa o comprimento fictício de cada peça em números de diâmetros (tabelado).
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