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ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTORIO PARTE 3

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ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTORIO PARTE 3 
 
FIGADO 
 
O fígado é a maior glândula do corpo e, 
depois da pele, o maior órgão. 
Pesa cerca de 1.500 gramas e representa 
aproximadamente 2,5% do peso corporal do 
adulto. 
No feto maduro – no qual também atua como 
órgão hematopoético – é proporcionalmente 
duas vezes maior (sendo cerca de 5% do 
peso corporal). 
O fígado está situado principalmente no 
quadrante superior direito do abdome, onde é 
protegido pela caixa torácica e pelo 
diafragma. 
O fígado normal situa-se profundamente da 
sétima a decima costelas no lado direito e 
cruza a linha mediana em direção à papila 
mamária esquerda. 
O fígado ocupa a maior parte do hipocôndrio 
direito e do epigástrio superior e estende-se 
até o hipocôndrio esquerdo. 
O fígado move-se com as excursões do 
diafragma e na postura ereta sua posição é 
mais baixa devido à gravidade. 
Com exceção da gordura, todos os nutrientes 
absorvidos pelo sistema digestório são 
levados primeiro ao fígado pelo sistema 
venoso porta. Além de suas muitas atividades 
metabólicas, o fígado armazena glicogênio e 
secreta bile que ajuda na emulsificação das 
gorduras. 
 
 
 
A bile sai do fígado pelos ductos biliares – 
ductos hepáticos direito e esquerdo – que se 
unem para formar o ducto hepático comum, 
que se une ao ducto cístico para formar o 
ducto colédoco. A produção hepática de bile 
é contínua; mas entre as refeições ela se 
acumula e é armazenada na vesícula biliar, 
que também concentra a bile por meio da 
absorção de água e sais. Quando o alimento 
chega ao duodeno, a vesícula biliar envia a 
bile concentrada pelas vias biliares até o 
duodeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fígado tem uma face diafragmática 
convexa (anterior, superior e algo posterior) e 
uma face visceral que é relativamente plana, 
ou até mesmo côncava (póstero-inferior), que 
são separadas anteriormente por sua 
margem inferior aguda, que segue a margem 
costal direita, inferiormente ao diafragma 
A face diafragmática do fígado é lisa e tem 
forma de cúpula, onde se relaciona com a 
concavidade da face inferior do diafragma, 
que a separa das pleuras, pulmões, 
pericárdio e coração. 
Existem recessos subfrênicos – extensões 
superiores da cavidade peritoneal – entre o 
diafragma e as faces anterior e superior da 
face diafragmática do fígado. Os recessos 
subfrênicos são separados em recessos 
direito e esquerdo pelo ligamento falciforme, 
que se estende entre o fígado e a parede 
anterior do abdome. 
A parte do compartimento supracólico da 
cavidade peritoneal inferior ao fígado é o 
recesso sub-hepático. 
 
 
 
 
 
 
O recesso hepatorrenal (bolsa de Morison) 
é a extensão postero-superior do recesso 
sub-hepático, situada entre a parte direita da 
face visceral do fígado e o rim e a glândula 
suprarrenal direitos. 
O recesso hepatorrenal é uma parte da 
cavidade peritoneal dependente da gravidade 
em decúbito dorsal; o líquido que drena da 
bolsa omental flui para esse recesso. 
O recesso hepatorrenal comunica-se 
anteriormente com o recesso subfrênico 
direito. 
E esse recesso é apenas um espaço virtual, 
que tem apenas líquido peritoneal suficiente 
para lubrificar as membranas peritoneais 
adjacentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A face diafragmática do fígado é coberta por 
peritônio visceral, exceto posteriormente na 
área nua do fígado, onde ele está em contato 
direto com o diafragma. 
A área nua é demarcada pela reflexão do 
peritônio do diafragma para o fígado, como 
as lâminas anterior (superior) e posterior 
(inferior) do ligamento coronário. Essas 
lâminas encontram-se à direita para formar o 
ligamento triangular direito e divergem para a 
esquerda a fim de envolver a área nua 
triangular. 
A lâmina anterior do ligamento coronário é 
contínua à esquerda com a lâmina direita do 
ligamento falciforme, e a lâmina posterior é 
contínua com a lâmina direita do omento 
menor. 
Próximo ao ápice (a extremidade esquerda) 
do fígado cuneiforme, as lâminas anterior e 
posterior da parte esquerda do ligamento 
coronário se encontram para formar o 
ligamento triangular esquerdo. 
A veia cava inferior atravessa um profundo 
sulco da veia cava na área nua do fígado 
A face visceral do fígado também é coberta 
por peritônio menos na fossa da vesícula 
biliar e na porta do fígado – que é uma fissura 
transversal por onde entram e saem os vasos 
(veia porta, artéria hepática e vasos 
linfáticos), o plexo nervoso hepático e os 
ductos hepáticos que suprem e drenam o 
fígado. 
Ao contrário da face diafragmática lisa, a face 
visceral tem muitas fissuras e impressões 
resultantes do contato com outros órgãos 
 
 
 
 
 
Duas fissuras sagitais, unidas centralmente 
pela porta do fígado transversal, formam a 
letra H na face visceral. 
A fissura sagital direita é o sulco contínuo 
formado anteriormente pela fossa da vesícula 
biliar e posteriormente pelo sulco da veia 
cava. A fissura umbilical (sagital esquerda) é 
o sulco contínuo formado anteriormente pela 
fissura do ligamento redondo e 
posteriormente pela fissura do ligamento 
venoso. 
O ligamento redondo do fígado é o 
remanescente fibroso da veia umbilical, que 
levava o sangue oxigenado e rico em 
nutrientes da placenta para o feto. O 
ligamento redondo e as pequenas veias para-
umbilicais seguem na margem livre do 
ligamento falciforme. 
Já o ligamento venoso é o remanescente 
fibroso do ducto venoso fetal, que desviava 
sangue da veia umbilical para a veia cava 
inferior, passando ao largo do fígado. 
O omento menor, que encerra a tríade portal 
(ducto colédoco, artéria hepática e veia porta) 
segue do fígado até a curvatura menor do 
estômago e os primeiros 2 centímetros da 
parte superior do duodeno. 
A margem livre e espessa do omento menor 
estende-se entre a porta do fígado e o 
duodeno (o ligamento hepatoduodenal) e 
envolve as estruturas que atravessam a porta 
do fígado. E o restante do omento menor, 
que parece uma lâmina, é o ligamento 
hepatogástrico, estende-se entre o sulco para 
o ligamento venoso do fígado e a curvatura 
menor do estômago. 
 
 
 
 
 
Além das fissuras, as impressões na face 
visceral (em áreas dela) refletem a relação 
do fígado com: 
→Lado direito da face anterior do estômago 
(áreas gástrica e pilórica) 
→Parte superior do duodeno (área duodenal) 
→Omento menor (estende-se até a fissura do 
ligamento venoso) 
→Vesícula biliar (fossa da vesícula biliar) 
→Flexura direita do colo e colo transverso 
direito (área cólica) 
→Rim e glândula suprarrenal direitos (áreas 
renal e suprarrenal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOBOS ANATÔMICOS DO FÍGADO 
 
Externamente, o fígado é dividido em dois 
lobos anatômicos e dois lobos acessórios 
pelas reflexões do peritônio a partir de sua 
superfície, as fissuras formadas em relação a 
essas reflexões e os vasos que servem ao 
fígado e à vesícula biliar. 
Esses “lobos” superficiais não são lobos 
verdadeiros porque esse termo geralmente é 
usado em relação às glândulas e têm apenas 
relação secundária com a arquitetura interna 
do fígado. 
O plano essencialmente mediano definido 
pela inserção do ligamento falciforme e a 
fissura sagital esquerda separa um lobo 
hepático direito grande de um lobo 
hepático esquerdo muito menor. 
Na face visceral inclinada, as fissuras sagitais 
direita e esquerda passam de cada lado dos 
– e a porta do fígado transversal separa – 
dois lobos acessórios (partes do lobo 
hepático direito anatômico): que é o lobo 
quadrado anterior e inferiormente, e o lobo 
caudado posterior e superiormente. 
O lobo caudado tem esse nome não por 
conta da sua posição caudal (não é), mas sim 
porque muitas vezes ele dá origem a uma 
“cauda” na forma de um processo papilar 
alongado. 
O processo caudado estende-se para a 
direita, entre a veia cava inferiore a porta do 
fígado, unindo os lobos caudado e hepático 
direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBDIVISÃO FUNCIONAL DO FÍGADO 
 
O fígado é dividido em quatro divisões portais 
pelos quatro ramos principais da veia porta. 
Tem-se então as divisões lateral direita, 
medial direita, medial esquerda e lateral 
esquerda. 
As três principais veias hepáticas passam 
entre essas divisões como as veias 
intersetoriais. 
Esses planos intersetoriais também são 
chamados de fissuras portais. 
Cada divisão está subdividida em segmentos 
(geralmente dois) com base no seu 
suprimento por divisões terciárias das 
bainhas vasculares biliares. 
FISSURAS DO FÍGADO 
O conhecimento das fissuras hepáticas é 
essencial para o entendimento da cirurgia do 
fígado. As três principais fissuras (fissura 
portal principal, fissura portal direita e fissura 
portal esquerda), que não são visíveis na 
superfície, seguem através do parênquima 
hepático e abrigam as três principais veias 
hepáticas. As três fissuras menores (fissura 
umbilical, fissura venosa e fissura de Gans) 
são visíveis como fendas naturais da 
superfície hepática. 
FISSURA PORTAL PRINCIPAL 
A fissura portal principal estende-se da ponta 
da vesícula biliar até o ponto médio da veia 
cava inferior e contém a veia hepática 
intermédia (principal). 
Divide o fígado em metades direita e 
esquerda. 
Os segmentos 5 (V) e 8 (VIII) estão à direita 
dessa fissura, e o segmento 4 (IV) está à sua 
esquerda. 
 
 
FISSURA PORTAL ESQUERDA 
A fissura portal esquerda divide a metade 
esquerda do fígado em divisões medial 
(anterior) e lateral (posterior). 
Estende-se do ponto médio da margem 
anterior do fígado, entre o ligamento 
falciforme e o ligamento triangular esquerdo, 
até o ponto que marca a confluência das 
veias hepáticas esquerda e intermédia. 
Contém a veia hepática esquerda e drena o 
segmento II 
Separa a divisão anterior esquerda da divisão 
posterior esquerda: o segmento 3 (III) está 
anteriormente, e o segmento 2 (II) está 
posteriormente. 
FISSURA PORTAL DIREITA 
A fissura portal direita divide a metade direita 
do fígado em divisões lateral (posterior) e 
medial (anterior). 
O plano da fissura direita é o mais variável 
entre as fissuras principais, e segue 
aproximadamente na diagonal através da 
massa do lobo hepático direito desde a 
extremidade lateral da margem anterior até a 
confluência das veias hepáticas esquerda e 
intermédia. 
Essa fissura separa a divisão anterior direita 
à sua esquerda (segmentos 5 (V) e 8 (VIII) da 
divisão posterior direita à sua direita 
(segmentos 6 (VI) e 7 (VII)) e contém a veia 
hepática direita. 
A fissura direita marca o ponto mais espesso 
do parênquima hepático, que é habitualmente 
transecionado durante a ressecção do fígado. 
 
 
 
 
 
FISSURA UMBILICAL 
A fissura umbilical separa o segmento 3 (III) do 
segmento 4 (IV) dentro da divisão anterior 
esquerda e contém o ramo principal da veia 
hepática esquerda (a veia da fissura umbilical). 
Ela está destacada pela fixação do ligamento 
falciforme e, às vezes, está coberta com uma 
crista de tecido hepático que se estende entre 
os segmentos: é com frequência avascular e 
pode ser secionada com segurança com 
diatermia durante uma cirurgia. 
Contém a parte umbilical do ramo esquerdo da 
veia porta, as divisões finais do ducto hepático 
esquerdo e os ramos da artéria hepática 
esquerda. 
A parte umbilical do ramo esquerdo da veia 
porta é um ponto de referência importante: o 
acesso a essa veia e a mobilização do ramo 
esquerdo da veia porta são etapas essenciais 
da cirurgia do colangio-carcinoma (hilar). 
O conhecimento da disposição da veia porta, 
da artéria hepática e do ducto biliar dentro da 
fissura umbilical também é fundamental na 
bipartição de um fígado destinado a um 
receptor adulto e outro infantil, e naquele 
destinado a um transplante de doador vivo para 
um receptor infantil. 
FISSURA VENOSA 
A fissura venosa é uma continuação da fissura 
umbilical sob a superfície do fígado e contém o 
ligamento venoso. 
Está entre o lobo caudado e o segmento 4 (IV). 
A continuação mais profunda desse plano 
corresponde à fissura dorsal. 
FISSURA DE GANS 
A fissura de Gans está na face inferior do lobo 
hepático direito, atrás da fossa da vesícula 
biliar. 
Com frequência contém o pedículo portal 
destinado à divisão posterior direita. 
Acredita-se que corresponda à fissura direita, já 
que se relaciona com as divisões do fígado. 
DIVISÕES E SEGMENTOS DO FÍGADO 
DIVISÕES 
As divisões do fígado são compostas de um a 
três segmentos: 
divisão lateral direita = segmentos 6 (VI) e 7 
(VII); 
divisão medial direita = segmentos 5 (V) e 8 
(VIII); 
divisão medial esquerda = segmentos 3 (III) e 4 
(IV), e parte do 1 (I); 
divisão lateral esquerda = segmento 2 (II). 
Em uma visão inferior do fígado, a numeração 
dos segmentos segue uma espiral de sentido 
anti-horário com centro na veia porta. Essa 
numeração começa no segmento 1 (I) e segue 
até o segmento 6 (VI). Os segmentos 7 (VII) e 
8 (VIII), mais craniais, são numerados no 
sentido horário. 
SEGMENTO 1 (I) 
O segmento 1 (I) corresponde ao lobo caudado 
anatômico e é posterior ao segmento 4 (IV). 
Sua metade esquerda é imediatamente 
posterior aos segmentos 2 (II) e 3 (III), e sua 
metade medial está cercada pelos principais 
ramos vasculares. 
As bainhas de Glisson destinadas ao segmento 
1 (I) originam-se das bainhas principais direita 
e esquerda. Então, o segmento recebe 
independentemente vasos dos ramos direito e 
esquerdo da veia porta e da artéria hepática, e 
drena de modo independente para a veia cava 
inferior por vários ramos pequenos (conhecidos 
como o grupo inferior). Eles quase sempre têm 
origem no terço inferior e ocasionalmente no 
terço médio, mas nunca se originam do terço 
superior do segmento. Os ductos biliares 
responsáveis pela drenagem do segmento 
estão intimamente relacionados com a 
confluência dos ductos hepáticos direito e 
esquerdo, tanto que a excisão de tumores do 
ducto biliar central geralmente exige a remoção 
do segmento 4 (IV). 
SEGMENTO II 
O segmento 2 (II) é póstero-lateral à fissura 
esquerda. 
Com frequência, possui apenas uma bainha de 
Glisson e drena para a veia hepática esquerda. 
Raras vezes uma veia isolada drena 
diretamente para a veia cava inferior. 
SEGMENTO 3 (III) 
O segmento 3 (III) está entre a fissura umbilical 
e a fissura esquerda, e é com frequência 
suprido por uma a três bainhas de Glisson. 
Drena para a veia hepática esquerda. 
A veia do ligamento falciforme pode fornecer 
uma rota de drenagem alternativa para o 
segmento 3 (III). 
SEGMENTO 4 (IV) 
O segmento 4 (IV) está entre a fissura umbilical 
e a fissura principal, anterior à fissura dorsal e 
ao segmento 1(I) 
E é suprido por três a cinco bainhas de Glisson. 
A maioria das bainhas tem origem na fissura 
umbilical, e com frequência essas origens 
estão próximas das origens das bainhas que 
suprem os segmentos 2 (II) e 3 (III). 
Ocasionalmente, o segmento 4 (IV) é suprido 
por ramos do pedículo esquerdo principal. 
A principal drenagem venosa do segmento 
segue para a veia hepática intermédia. O 
segmento pode drenar também para a veia 
hepática esquerda por meio da veia do 
ligamento falciforme. 
SEGMENTO 5 (V) 
O segmento 5 (V) é o segmento inferior da 
divisão medial direita e está entre as veias 
hepáticas intermédia e direita. 
Seu tamanho é variável, assim como o número 
de bainhas de Glisson que o suprem. A 
drenagem venosa segue para as veias 
hepáticas direita e intermédia. 
SEGMENTO 6 (VI) 
O segmento 6 (VI) forma a parte inferior da 
divisão lateral direita, posterior à fissura portal 
direita. 
É com frequência suprido por dois a três ramosda bainha de Glisson posterior direita, mas 
ocasionalmente a bainha de Glisson associada 
ao segmento 6 (VI) pode se originar 
diretamente do pedículo direito. Normalmente, 
a drenagem venosa segue para a veia hepática 
direita, mas também pode seguir diretamente 
para a veia cava inferior através da veia 
hepática direita inferior. 
SEGMENTO 7 (VII) 
O segmento 7 (VII) forma a parte superior da 
divisão posterior e está atrás da veia hepática 
direita. 
As bainhas associadas ao segmento 7 (VII) são 
com frequência únicas. 
A drenagem venosa segue para a veia hepática 
direita. Ocasionalmente, o segmento pode 
drenar diretamente para a veia cava inferior 
através da veia hepática intermédia direita. 
SEGMENTO 8 (VIII) 
O segmento 8 (VIII) é a parte superior da 
divisão anterior direita. 
As bainhas da divisão anterior direita terminam 
no segmento 8 (VIII) e suprem-no após enviar 
ramos para o segmento 5 (V). 
A drenagem venosa segue para as veias 
hepáticas direita e intermédia. 
SEGMENTO IX 
O segmento 9 (IX) é uma subdivisão recente do 
segmento 1 (I) e corresponde à parte do 
segmento que é posterior ao segmento 8 (VIII). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASOS SANGUÍNEOS DO FÍGADO 
 
O fígado, como os pulmões, tem irrigação 
dupla (vasos aferentes): uma venosa 
dominante e uma arterial menor. 
A veia porta traz 75 a 80% do sangue para o 
fígado. O sangue portal, que contém 
aproximadamente 40% mais oxigênios do 
que o sangue que retorna ao coração pelo 
circuito sistêmico, sustenta o parênquima 
hepático (hepatócitos). A veia porta conduz 
praticamente todos os nutrientes absorvidos 
pelo sistema digestório para os sinusoides 
hepáticos. A exceção são os lipídios, que são 
absorvidos pelo sistema linfático e não 
passam pelo fígado. 
A veia porta do fígado, curta e larga, é 
formada pela união das veias mesentérica 
superior e esplênica, posteriormente ao colo 
do pâncreas. Ascende anteriormente à veia 
cava inferior como parte da tríade portal no 
ligamento hepatoduodenal. 
Entre as divisões estão as veias hepáticas 
direita, intermédia e esquerda, que são 
intersegmentares em sua distribuição e 
função, drenando partes dos segmentos 
adjacentes. As veias hepáticas, formadas 
pela união das veias coletoras que, por sua 
vez, drenam as veias centrais do parênquima 
hepático, abrem-se na veia cava inferior logo 
abaixo do diafragma. A ligação dessas veias 
à veia cava inferior ajuda a manter o fígado 
em posição. 
 
 
 
 
 
 
O sangue da artéria hepática, que representa 
apenas 20 a 25% do sangue recebido pelo 
fígado, é distribuído inicialmente para 
estruturas não parenquimatosas, sobretudo 
os ductos biliares intra-hepáticos 
A artéria hepática, um ramo do tronco 
celíaco, pode ser dividida em artéria hepática 
comum, do tronco celíaco até a origem da 
artéria gastroduodenal, e artéria hepática 
própria, da origem da artéria gastroduodenal 
até a bifurcação da artéria hepática própria. 
Na porta do fígado, ou perto dela, a artéria 
hepática própria e a veia porta terminam 
dividindo-se em ramos direito e esquerdo; 
esses ramos primários suprem as partes 
direita e esquerda do fígado, 
respectivamente. Nas partes direita e 
esquerda do fígado, as ramificações 
secundárias simultâneas da veia porta e da 
artéria hepática suprem as divisões medial e 
lateral das partes direita e esquerda do 
fígado, com três dos quatro ramos 
secundários sofrendo ramificações adicionais 
(terciárias) para suprirem independentemente 
sete dos oito segmentos hepáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VEIA PORTA DO FÍGADO E 
ANASTOMOSES PORTOSSISTÊMICAS 
 
A veia porta do fígado é o principal canal do 
sistema venoso porta. Forma-se 
anteriormente à veia cava inferior e 
posteriormente ao colo do pâncreas (perto do 
nível da primeira vértebra lombar e do plano 
transpilórico) pela união das veias 
mesentérica superior e esplênica. Em 
aproximadamente um terço dos indivíduos, a 
veia mesentérica inferior une-se à confluência 
das veias mesentérica superior e esplênica; 
portanto, as três veias formam a veia porta. 
Na maioria das pessoas, a veia mesentérica 
inferior entra na veia esplênica ou na veia 
mesentérica superior (40%). 
Embora seja um grande vaso, a veia porta do 
fígado segue um trajeto curto (7 a 8 cm), a 
maior parte do qual está contido no ligamento 
hepatoduodenal. À medida que se aproxima 
da porta do fígado, a veia porta divide-se em 
ramos direito e esquerdo. A veia porta recebe 
sangue com oxigenação reduzida, mas rico 
em nutrientes da parte abdominal do sistema 
digestório, inclusive vesícula biliar, pâncreas 
e baço, e o conduz ao fígado. Diz-se que há 
uma direção do fluxo sanguíneo na qual o 
sangue da veia esplênica, transportando os 
produtos da decomposição das hemácias no 
baço, segue principalmente para a parte 
esquerda do fígado. O sangue da VMS, rico 
em nutrientes absorvidos no intestino, segue 
principalmente para a parte direita do fígado. 
No fígado, seus ramos são distribuídos em 
um padrão segmentar e terminam em 
capilares expandidos, os sinusoides venosos 
do fígado 
 
 
 
 
As anastomoses portossistêmicas, nas quais 
o sistema venoso porta comunica-se com o 
sistema venoso sistêmico, formam-se na tela 
submucosa da parte inferior do esôfago, na 
tela submucosa do canal anal, na região 
periumbilical e nas faces posteriores (áreas 
nuas) de vísceras secundariamente 
retroperitoneais, ou no fígado. Quando a 
circulação porta através do fígado é reduzida 
ou obstruída por doença hepática ou 
compressão física por um tumor, por 
exemplo, o sangue do sistema digestório 
ainda pode chegar ao lado direito do coração 
pela veia cava inferior graças a essas vias 
colaterais. Essas vias alternativas estão 
disponíveis porque a veia porta e suas 
tributárias não têm válvulas; assim, o sangue 
pode fluir em sentido inverso para a veia cava 
inferior. No entanto, o volume de sangue 
forçado pelas vias colaterais pode ser 
excessivo, resultando em varizes (dilatação 
anormal das veias), potencialmente fatais, se 
a obstrução não for contornada 
cirurgicamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DRENAGEM LINFÁTICA DO FÍGADO 
 
O fígado é um importante órgão produtor de 
linfa, e 25% a 50% da linfa recebida pelo 
ducto torácico provém do fígado. 
Os vasos linfáticos do fígado ocorrem como 
linfáticos superficiais na cápsula fibrosa do 
fígado subperitoneal (cápsula de Glisson), 
que forma sua face externa, e como linfáticos 
profundos no tecido conjuntivo, que 
acompanham as ramificações da tríade portal 
e veias hepáticas. A maior parte da linfa é 
formada nos espaços perissinusoidais (de 
Disse) e drena para os linfáticos profundos 
nas tríades portais intralobulares adjacentes. 
Os vasos linfáticos superficiais das partes 
anteriores das faces diafragmática e visceral 
do fígado e os vasos linfáticos profundos que 
acompanham as tríades portais convergem 
em direção à porta do fígado. Os vasos 
linfáticos superficiais drenam para os 
linfonodos hepáticos dispersos ao longo dos 
vasos e ductos hepáticos no omento menor. 
Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos 
hepáticos drenam para os linfonodos celíacos 
que, por sua vez, drenam para a cisterna do 
quilo, um saco dilatado na extremidade 
inferior do ducto torácico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os vasos linfáticos superficiais das partes 
posteriores das faces diafragmática e visceral 
do fígado drenam para a área nua do fígado. 
Aqui eles drenam para os linfonodos frênicos, 
ou unem-se aos vasos linfáticos profundos 
que acompanharam as veias hepáticas que 
convergem na veia cava inferior, e seguem 
com essa grande veia através do diafragma 
para drenar nos linfonodos mediastinais 
posteriores.Os vasos linfáticos eferentes 
desses linfonodos unem-se aos ductos 
linfático direito e torácico. Alguns vasos 
linfáticos seguem vias diferentes: 
→Da face posterior do lobo hepático 
esquerdo em direção ao hiato esofágico do 
diafragma para terminarem nos linfonodos 
gástricos esquerdos 
→Da face diafragmática central anterior ao 
longo do ligamento falciforme até os 
linfonodos paraesternais 
→Ao longo do ligamento redondo do fígado 
até o umbigo e linfáticos da parede anterior 
do abdome. 
INERVAÇÃO DO FÍGADO 
 
Os nervos do fígado são derivados do plexo 
hepático, que é o maior derivado do plexo 
celíaco. O plexo hepático acompanha os 
ramos da artéria hepática e da veia porta até 
o fígado. Esse plexo é formado por fibras 
simpáticas do plexo celíaco e fibras 
parassimpáticas dos troncos vagais anterior e 
posterior. As fibras nervosas acompanham os 
vasos e os ductos biliares da tríade portal. 
Além da vasoconstrição, sua função não é 
clara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUCTOS BILIARES 
 
Os ductos biliares conduzem bile do fígado 
para o duodeno. A bile é produzida 
continuamente pelo fígado, armazenada e 
concentrada na vesícula biliar, que a libera de 
modo intermitente quando a gordura entra no 
duodeno. A bile emulsifica a gordura para que 
possa ser absorvida na parte distal do intestino. 
O tecido hepático normal, quando seccionado, 
é tradicionalmente descrito como um padrão de 
lóbulos hepáticos hexagonais, quando visto em 
pequeno aumento. Cada lóbulo tem uma veia 
central que atravessa seu centro, do qual se 
irradiam sinusoides (grandes capilares) e 
lâminas de hepatócitos em direção a um 
perímetro imaginário extrapolado das tríades 
portais interlobulares adjacentes (ramos 
terminais da veia porta e artéria hepática, e 
ramos iniciais dos ductos biliares). Mesmo que 
comumente sejam considerados as unidades 
anatômicas do fígado, os “lóbulos” hepáticos 
não são entidades estruturais; em vez disso, o 
padrão lobular é uma consequência fisiológica 
dos gradientes de pressão e é alterado por 
doença. Como o ducto biliar não é central, o 
lóbulo hepático não representa uma unidade 
funcional como ácinos de outras glândulas. 
Mas, o lóbulo hepático é um conceito 
firmemente estabelecido e é útil para fins 
descritivos. 
Os hepatócitos secretam bile para os 
canalículos biliares formados entre eles. Os 
canalículos drenam para os pequenos ductos 
biliares interlobulares e depois para os grandes 
ductos biliares coletores da tríade portal 
intrahepática, que se fundem para formar os 
ductos hepáticos direito e esquerdo. Os ductos 
hepáticos direito e esquerdo drenam as partes 
direita e esquerda do fígado, respectivamente. 
E depois de deixar a porta do fígado, esses 
ductos hepáticos unem-se para formar o ducto 
hepático comum, que recebe no lado direito o 
ducto cístico para formar o ducto colédoco 
(parte da tríade portal extra-hepática do omento 
menor), que conduz a bile para o duodeno. 
DUCTO COLÉDOCO 
 
O ducto colédoco (antes chamado de ducto 
biliar comum) forma-se na margem livre do 
omento menor pela união dos ductos cístico e 
hepático comum. 
O comprimento do ducto colédoco varia de 5 
a 15 centímetros, dependendo do local onde 
o ducto cístico se une ao ducto hepático 
comum. 
O ducto colédoco desce posteriormente à 
parte superior do duodeno e situa-se em um 
sulco na face posterior da cabeça do 
pâncreas. 
No lado esquerdo da parte descendente do 
duodeno, o ducto colédoco entra em contato 
com o ducto pancreático. Esses ductos 
seguem obliquamente através da parede 
dessa parte do duodeno, onde se unem para 
formar uma dilatação, a ampola 
hepatopancreática. A extremidade distal da 
ampola abre-se no duodeno através da papila 
maior do duodeno. O músculo circular ao 
redor da extremidade distal do ducto 
colédoco é mais espesso para formar o 
músculo esfíncter do ducto colédoco. Quando 
esse esfíncter contrai, a bile não consegue 
entrar na ampola e no duodeno; portanto, 
reflui e segue pelo ducto cístico até a 
vesícula biliar, onde é concentrada e 
armazenada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL 
A irrigação arterial do ducto colédoco provém 
de: 
→Artéria cística: que irriga a parte proximal 
do ducto 
→Artéria hepática direita: que irriga a parte 
média do ducto 
→Artéria pancreático-duodenal superior 
posterior e artéria gastroduodenal: que 
irrigam a parte retro-duodenal do ducto. 
DRENAGEM VENOSA 
A drenagem venosa da parte proximal do 
ducto colédoco e dos ductos hepáticos 
geralmente entra diretamente no fígado. A 
veia pancreático-duodenal superior posterior 
drena a parte distal do ducto colédoco e 
esvazia-se na veia porta ou em uma de suas 
tributárias. 
VASOS LINFÁTICOS 
Os vasos linfáticos do ducto colédoco 
seguem até os linfonodos císticos perto do 
colo da vesícula biliar, que é o linfonodo do 
forame omental e os linfonodos hepáticos. Os 
vasos linfáticos eferentes do ducto colédoco 
seguem até os linfonodos celíacos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VESÍCULA BILIAR 
 
A vesícula biliar (7 a 10 cm de comprimento) 
fica na fossa da vesícula biliar na face 
visceral do fígado. Essa fossa rasa está 
situada na junção das partes direita e 
esquerda do fígado. 
A relação entre vesícula biliar e duodeno é 
tão íntima que a parte superior do duodeno 
no cadáver geralmente é tingida de bile. 
Como o fígado e a vesícula biliar devem ser 
rebatidos para cima para expor a vesícula 
biliar em um acesso cirúrgico anterior (e os 
atlas costumam representá-la nessa 
posição), é fácil esquecer que em sua 
posição natural o corpo da vesícula biliar fica 
anterior à parte superior do duodeno, e seu 
colo e o ducto cístico situam-se 
imediatamente superiores ao duodeno . 
A vesícula biliar piriforme consegue 
armazenar até 50 miçiçitros de bile. O 
peritônio circunda completamente o fundo da 
vesícula biliar e une seu corpo e colo ao 
fígado. 
A face hepática da vesícula biliar fixa-se ao 
fígado por tecido conjuntivo da cápsula 
fibrosa do fígado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vesícula biliar tem três partes: 
→Fundo: a extremidade larga e arredondada 
do órgão que geralmente se projeta a partir 
da margem inferior do fígado na extremidade 
da nona cartilagem costal direita na linha 
médio-clavicular 
→Corpo: parte principal, que toca a face 
visceral do fígado, o colo transverso e a parte 
superior do duodeno 
→Colo: extremidade estreita e afilada, oposta 
ao fundo e voltada para a porta do fígado; 
normalmente faz uma curva em forma de S e 
se une ao ducto cístico. 
O ducto cístico (3 a 4 cm de comprimento) 
une o colo da vesícula biliar ao ducto 
hepático comum. A túnica mucosa do colo 
forma a prega espiral (válvula espiral). A 
prega espiral ajuda a manter o ducto cístico 
aberto; então, a bile pode ser facilmente 
desviada para a vesícula biliar quando a 
extremidade distal do ducto colédoco é 
fechada pelo músculo esfíncter do ducto 
colédoco ou pela músculo esfíncter da 
ampola hepato-pancreática, ou a bile pode 
passar para o duodeno quando a vesícula 
biliar se contrai. A prega espiral também 
oferece resistência adicional ao 
esvaziamento súbito de bile quando os 
esfíncteres estão fechados e há aumento 
súbito da pressão intra-abdominal, como ao 
espirrar ou tossir. O ducto cístico segue entre 
as lâminas do omento menor, geralmente 
paralelo ao ducto hepático comum, ao qual 
se une para formar o ducto colédoco. 
 
 
 
 
 
 
 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL 
A irrigação arterial da vesícula biliar e do 
ducto cístico provém principalmente da 
artéria cística. A artéria cística 
frequentemente origina-se da artéria hepática 
direita no triângulo entre o ducto hepático 
comum, o ductocístico e a face visceral do 
fígado, o trígono cisto-hepático (triângulo de 
Calot). 
Há variações na origem e no trajeto da artéria 
cística 
DRENAGEM VENOSA 
A drenagem venosa do colo da vesícula biliar 
e do ducto cístico flui pelas veias císticas. 
Essas veias pequenas, em geral múltiplas, 
entram diretamente no fígado ou drenam 
através da veia porta para o fígado, depois de 
se unirem às veias que drenam os ductos 
hepáticos e a parte proximal do ducto 
colédoco. As veias do fundo e do corpo da 
vesícula biliar seguem diretamente até a face 
visceral do fígado e drenam para os 
sinusoides hepáticos. 
Como essa drenagem se faz de um leito 
capilar (sinusoidal) para outro, constitui um 
sistema porta adicional (paralelo). 
DRENAGEM LINFÁTICA 
A drenagem linfática da vesícula biliar se faz 
para os linfonodos hepáticos, frequentemente 
através dos linfonodos císticos localizados 
perto do colo da vesícula biliar. Os vasos 
linfáticos eferentes desses linfonodos 
seguem até os linfonodos celíacos. 
 
 
 
 
 
 
INERVAÇÃO 
Os nervos para a vesícula biliar e para o 
ducto cístico seguem ao longo da artéria 
cística a partir do plexo nervoso celíaco 
(fibras [de dor] aferentes viscerais e 
simpáticas) e do nervo vago 
(parassimpático). 
O nervo frênico direito (fibras aferentes 
somáticas) carreiam os impulsos de dor 
causados pela inflamação da vesícula biliar. 
A estimulação parassimpática causa 
contrações da vesícula biliar e relaxamento 
dos esfíncteres na ampola 
hepatopancreática. Mas, essas respostas 
geralmente são estimuladas pelo hormônio 
colecistocinina (CCK), produzido pelas 
paredes duodenais (em resposta à chegada 
de alimentos gordurosos) e que circula na 
corrente sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PÂNCREAS 
 
O pâncreas é uma glândula acessória da 
digestão, alongada, retroperitoneal, situada 
sobrejacente e transversalmente aos corpos 
da primeira e segunda vértebras lombar (no 
nível do plano transpilórico) na parede 
posterior do abdome. Ele fica atrás do 
estômago, entre o duodeno à direita e o baço 
à esquerda. O mesocolo transverso está 
fixado à sua margem anterior 
O pâncreas produz: 
→Secreção exócrina (suco pancreático 
produzido pelas células acinares) que é 
liberada no duodeno através do ducto 
pancreático e do ducto acessório 
→Secreções endócrinas (glucagon e insulina, 
produzidos pelas ilhotas pancreáticas [de 
Langerhans]) que passam para o sangue 
O pâncreas é dividido em quatro partes: 
cabeça, colo, corpo e cauda. 
A cabeça do pâncreas é a parte expandida 
da glândula que é circundada pela curvatura 
em forma de C do duodeno à direita dos 
vasos mesentéricos superiores logo abaixo 
do plano transpilórico. Está firmemente fixada 
à face medial das partes descendente e 
horizontal do duodeno. 
O processo uncinado, que é uma projeção da 
parte inferior da cabeça do pâncreas, 
estende-se medialmente para a esquerda, 
posteriormente à artéria mesentérica 
superior. 
A cabeça do pâncreas está apoiada 
posteriormente na veia cava inferior, artéria e 
veia renais direitas, e veia renal esquerda. 
O ducto colédoco em seu trajeto para se abrir 
na parte descendente do duodeno ele situa-
se em um sulco na face póstero-superior da 
cabeça ou está inserido em sua substância 
O colo do pâncreas é curto (1,5 a 2 cm) e 
está situado sobre os vasos mesentéricos 
superiores, que deixam um sulco em sua face 
posterior. 
A face anterior do colo, coberta por peritônio, 
está situada adjacente ao piloro do 
estômago. 
A veia mesentérica superior une-se à veia 
esplênica posteriormente ao colo para formar 
a veia porta 
O corpo do pâncreas é o prosseguimento do 
colo e situa-se à esquerda dos vasos 
mesentéricos superiores, passando sobre a 
aorta e a segunda vértebra lombar, logo 
acima do plano transpilórico e posteriormente 
à bolsa omental. 
A face anterior do corpo do pâncreas é 
coberta por peritônio, e está situada no 
assoalho da bolsa omental e forma parte do 
leito do estômago. A face posterior do corpo 
do pâncreas não tem peritônio e está em 
contato com a aorta, artéria mesentérica 
superior, glândula suprarrenal esquerda, rim 
esquerdo e vasos renais esquerdos. 
A cauda do pâncreas situa-se anteriormente 
ao rim esquerdo, onde está intimamente 
relacionada ao hilo esplênico e à flexura 
esquerda do colo. A cauda é relativamente 
móvel e passa entre as camadas do 
ligamento esplenorrenal junto com os vasos 
esplênicos 
O ducto pancreático começa na cauda do 
pâncreas e atravessa o parênquima da 
glândula até a cabeça do pâncreas: aí ele se 
volta inferiormente e tem íntima relação com 
o ducto colédoco. O ducto pancreático e o 
ducto colédoco geralmente se unem para 
formar a ampola hepato-pancreática (de 
Vater), que se abre na parte descendente 
do duodeno, no cume da papila maior do 
duodeno. Em pelo menos 25% das pessoas, 
os ductos se abrem no duodeno 
separadamente. 
O músculo esfíncter do ducto pancreático (ao 
redor da parte terminal do ducto pancreático), 
o músculo esfíncter do ducto colédoco 
(esfíncter do colédoco – ao redor da 
extremidade do ducto colédoco) e o músculo 
esfíncter da ampola hepato-pancreática (de 
Oddi), ao redor da ampola hepato-
pancreática, são esfíncteres de músculo liso 
que impedem o refluxo das secreções 
digestivas e do conteúdo duodenal. Desses 
apenas o músculo esfíncter do ducto 
colédoco tem participação significativa no 
controle do fluxo da bile para o duodeno. 
O ducto pancreático acessório abre-se no 
duodeno no cume da papila menor do 
duodeno. Em geral, o ducto pancreático 
acessório comunica com o ducto pancreático. 
E em alguns casos, o ducto pancreático é 
menor do que o ducto pancreático acessório 
e pode não haver conexão entre os dois. 
Nesses casos, o ducto pancreático acessório 
conduz a maior parte do suco pancreático 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL 
A irrigação arterial do pâncreas provém 
principalmente dos ramos da artéria 
esplênica, que é muito tortuosa. Várias 
artérias pancreáticas formam diversos arcos 
com ramos pancreáticos das artérias 
gastroduodenal e mesentérica superior. Até 
10 ramos da artéria esplênica irrigam o corpo 
e a cauda do pâncreas. As artérias 
pancreático-duodenais superiores anterior e 
posterior, ramos da artéria gastroduodenal, e 
as artérias pancreático-duodenais inferiores 
anterior e posterior, ramos da artéria 
mesentérica superior, formam arcos 
anteriores e posteriores que irrigam a cabeça 
do pâncreas. 
 
 
 
 
DRENAGEM VENOSA 
A drenagem venosa do pâncreas é feita por 
meio das veias pancreáticas 
correspondentes, tributárias das partes 
esplênica e mesentérica superior da veia 
porta; a maioria delas drena para a veia 
esplênica 
VASOS LINFÁTICOS 
Os vasos linfáticos pancreáticos 
acompanham os vasos sanguíneos. A 
maioria dos vasos termina nos linfonodos 
pancreático-esplênicos, situados ao longo da 
artéria esplênica. Alguns vasos terminam nos 
linfonodos pilóricos. Os vasos eferentes 
desses linfonodos drenam para os linfonodos 
mesentéricos superiores ou para os 
linfonodos celíacos através dos linfonodos 
hepáticos. 
NERVOS 
Os nervos do pâncreas são derivados dos 
nervos vago e esplâncnico abdominopélvico 
que atravessam o diafragma. As fibras 
parassimpáticas e simpáticas chegam ao 
pâncreas ao longo das artérias do plexo 
celíaco e do plexo mesentérico superior. 
Além das fibras simpáticas que seguem para 
os vasos sanguíneos, fibras simpáticas e 
parassimpáticas são distribuídas para as 
células acinares e ilhotas pancreáticas. As 
fibras parassimpáticas são secretomotoras, 
mas a secreção pancreática é mediada 
principalmente por secretina e 
colecistocinina, hormônios secretados pelas 
células epiteliais do duodeno e parte proximal 
da túnica mucosa intestinal sob o estímulo do 
conteúdo ácido do estômago.

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