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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER MARISA PAIVA MONTEIRO DE MORAIS, RU: 1388274, TURMA: 05/2016 ESTÁGIO SUPERVISIONADO – DIFERENTES CONTEXTOS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER MARISA PAIVA MONTEIRO DE MORAIS, RU: 1388274, TURMA: 05/2016 RELATÓRIO DE ESTÁGIO Relatório de Estágio Supervisionado – Diferentes contextos apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 2 A ESCOLA ESTAGIADA .................................................................................. 05 2.1 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ESTAGIADA.................................................. 05 2.2 CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA .................................................. 06 2.3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE REFLEXIVA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ............................................................................................. 08 2.3.1 CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL ........................................................... 08 2.3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA INSTITUIÇÃO ESTAGIADA ............................................................................ 10 2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ATENDIDO PELA INSTITUIÇÃO ESTAGIADA ......................................................................................................... 12 3 PROJETO INTERVENÇÃO: PROJETO MULHERES ÁGAPE ........................ 13 3.1 CONTEXTO DO PROJETO ........................................................................... 13 3.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 14 3.3 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 15 3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 15 3.5 PÚBLICO ALVO.............................................................................................. 15 3.6 METODOLOGIA ............................................................................................. 15 3.7 CRONOGRAMA ............................................................................................. 16 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 18 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 20 ANEXO A – FICHA DE FREQUÊNCIA ............................................................... 21 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO .................................. 23 3 1 INTRODUÇÃO A grade curricular do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter, inclui o Estágio Supervisionado como uma disciplina articuladora das habilitações previstas através das disciplinas ministradas e dos projetos desenvolvidos em cada UTA, que tem a carga horária do Estágio distribuída entre elas. Dessa forma, é possível enfatizar a relação entre teoria e prática, dos conhecimentos discutidos nas disciplinas que compõem a unidade. Constitui uma experiência indispensável a formação integral dos acadêmicos. Nesse contexto, o Estágio Supervisionado é um momento essencial para que o universitário possa desenvolver competências indispensáveis à atuação pedagógica através da reflexão de sua própria prática, promovendo a formação do pensamento crítico e reflexivo a respeito das questões científicas e sociais. Além disso, pode-se também compreender o estágio como uma atividade de investigação, compreensão, análise, interpretação e intervenção na realidade, que enriquece e consolida a formação profissional do futuro professorado. Desse modo, pensar o Estágio Supervisionado na atualidade requer olhares, sensíveis para as demandas emanadas de uma sociedade, tanto para as questões de ensino para as de aprendizagem. É preciso repensar ainda os espaços formativos de estágio, entre eles os não escolares, assim, podemos afirmar que a riqueza formativa do estágio consiste em possibilitar ao estudante: a aproximação do mundo da profissão, à sua cultura, a compreensão do sentido e da natureza do trabalho a ser desenvolvido, a aquisição de conhecimentos e habilidades, reforçando ou modificando suas atitudes frente á constituição da sua identidade docente, seja no espaço escolar ou não escolar. Nesse sentido, é preciso assinalarmos que por espaço "não escolar" entendemos que seja aquele local diferente da organização do ambiente escolar formal mas onde pode também ocorrer uma ação educativa. Essa educação não escolar acontece fora dos muros da escola, com marcadores diferenciados, como por exemplo objetivos conteúdos, metodologias, técnicas, processo de avaliação e acompanhamento, sujeitos e recursos envolvidos. 4 Por conseguinte, o tempo das aprendizagens torna-se mais fluído e flexível, havendo também respeito às diferenças e ás capacidades de cada sujeito envolvido no processo. Já a educação "formal" utiliza padrões definidos e legitimados institucionalmente como: presença e papel do professor, do currículo escolar, diretrizes e legislações específicas, metas, tempos, espaços, conteúdos específicos, obrigatoriedade, entre outros (SANZ FERNANDEZ, 2006). Portanto, o presente relatório de estágio é elaborado no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado: Diferentes Contextos, pela discente Marisa Paiva Monteiro de Morais, do Curso Superior em Licenciatura em Pedagogia, do Centro Universitário Internacional Uninter. O estágio foi realizado na Associação Ágape para Educação Especial, no período de 29/01/2020 a 21/02/2020, sob a supervisão da Coordenadora Mariângela Machado Borota. A instituição estagiada é uma Organização da Sociedade Civil, beneficente, sem fins lucrativos, fundada em 1996 no Vale do Paraíba - SP, por um grupo de pessoas envolvidas com a causa dos deficientes, para atender crianças, adolescentes e jovens com deficiência. Atualmente podemos contar com o polo de atendimento na cidade de São José dos Campos-SP, onde realizamos o Estágio Supervisionado. Este projeto foi financiado com recursos do FUMDICARD - Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo Conselho Municipal dos Direitos da criança e do Adolescente de São José dos Campos- SP e desde o ano de 2006, recebe patrocínio da Empresa Petrobrás que através do Programa Socioambiental, lançou o Projeto "Tô Dentro", oferece para pessoas com deficiência ou dificuldade de aprendizagem, a partir dos 12 anos de idade, oficinas gratuitas de: teatro, música, dança, artes plástica, mídias sociais e capacitação para o trabalho. A Instituição tem a nobre missão de promover a inclusão sociofamiliar e comunitária da pessoa com deficiência no Vale do Paraíba, através de programas de assistência social, educação, saúde, arte e esporte Além disso, tem o compromisso de ser um polo de referência na assistência e na construção e difusão de conhecimento com importantes valores como ética, responsabilidade social, transparência, comprometimento e excelência. 5 A metodologia utilizada para elaboração desse relatório foi a visita pessoal na instituição estagiada, entrevista com a equipe diretiva, observação participativa nas atividades, análise de documentação da instituição, leitura de livros para fundamentação teórica, videoaulas, rádio web, leitura do manual pedagógico da Universidade Internacional Uninter. As partes que compõem este trabalho são: identificação da instituição estagiária, concepçãopedagógica/filosófica da instituição, descrição e análise reflexiva das atividades de estágio supervisionado, caracterização estrutural da instituição, caracterização dos profissionais que atuam na instituição estagiada, caracterização do público atendido pela instituição, projeto intervenção. 2 A ESCOLA ESTAGIADA 2.1 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ESTAGIADA O Estágio Supervisionado: Diferentes Contextos foi realizado na instituição Associação Ágape para Educação Especial, situada à Rua Helsinque, n° 124, no Bairro Vila Letônia, CEP 12231-260, localizada na cidade de São José dos Campos, no Estado de São Paulo. O contato com a instituição pode ser realizado por meio do telefone (12) 3931-5722 e do e-mail agapespecial@yahoo.com.br. A instituição Associação Ágape para Educação Especial oferta atendimento no período matutino e vespertino, 08h00min às 17h00min. Esta instituição atende a um total de 90 pessoas. O estágio foi realizado no período de 29 de janeiro de 2020 a 21 de fevereiro de 2020 no período vespertino, sendo observada o trabalho inclusivo realizado com crianças, adolescentes e jovens, a partir dos 12 anos de idade com deficiência ou com dificuldade de aprendizagem e atendimento a suas famílias. mailto:agapespecial@yahoo.com.br. 6 2.2 CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA Por meio de contato telefônico agendamos nossas visitas A Associação Ágape para Educação Especial. Com a autorização da Coordenadora local, Sra. Mariângela Machado Borota, iniciamos nossas observações participativas no período de 29/01/2020 e término 21/02/2020, no período vespertino. Primeiramente, foi necessário a leitura do Projeto Político Pedagógico da Instituição, por ser o documento que norteia como a escola planeja suas ações, estratégias, metas com real participação de todos. Define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem nas Instituições (VEIGA, 2013). Também, identificamos que utilizam diversas linguagens da Arte como: dança, artes plásticas, música, teatro, mídias sociais e capacitação para o trabalho, por meio de recursos pedagógicos que contribua para o desenvolvimento dos assistidos com deficiência intelectual, visual, física ou auditiva, auxiliando-os em seu autoconhecimento, relacionamento intra e interpessoal, autonomia e no exercício consciente da cidadania, possibilitando sua inclusão na comunidade. Acredita-se que todas as pessoas tem algum potencial para ser desenvolvido, inclusive pessoas com deficiência, que precisam apenas de oportunidades para desenvolver seu potencial e alcançar maior independência. Dessa maneira, a Associação Ágape para Educação Especial, com patrocínio da Petrobrás, através do Programa Socioambiental, lançou o Projeto "Tô Dentro" visando a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens com idade a partir dos 12 anos, com deficiência e ou dificuldades de aprendizagem, reconhecendo a "Arte" como uma linguagem de superação de Barreiras e de aproximação dos diversos grupos de pessoas, visando uma sociedade inclusiva. Desse modo, as oficinas ofertadas pelo Projeto "Tô Dentro", são gratuitas nas tardes das segundas, quartas e sextas-feiras, com duração de 01h30min e os atendidos podem frequentar mais de uma oficina de acordo com seu interesse e necessidades individuais. 7 Em relação as oficinas, são oferecidas vagas divididas entre: Oficinas de dança - favorece experiência de movimentos e habilidades físico- motoras, proporcionado a socialização, a autoestima, o respeito e autonomia. Oficinas de artes plásticas - os participantes são convidados a conhecer as várias possibilidades artísticas tendo como base materiais reutilizados. Com o aproveitamento dos materiais, eles aprendem a transformar e atribuir valores de expressão artística como prova que todo cidadão pode e deve participar da construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Oficinas de música - oferece uma riqueza rítmica e harmônica de gêneros musicais, além de despertar a sensibilidade, a capacidade de concentração e de memória. Os instrumentos de percussão são a base para a aprendizagem de técnicas e habilidades que compõe a linguagem musical. Oficinas de teatro - os participantes são convidados a conhecer a Arte Dramática e experimentá-la de forma criativa e espontânea, por meio de jogos teatrais, com exercícios lúdicos e de improviso, desenvolvendo a comunicação, autoestima, maturidade emocional e a capacidade de interpretação. Oficinas de mídias sociais - oferece conhecimento digital com garantia de acessibilidade para todos no ambiente online, através de sistemas de aplicativos que permitem a leitura de textos digitais, teclados adaptados para pessoas com dificuldades motoras. Oficinas de Capacitação - o objetivo principal é a capacitação para o mercado de trabalho, é despertar nos participantes, a partir dos 16 anos de idade, a consciência de que todos são iguais, com forças e fraquezas, habilidades e limitações, além da capacidade de executar determinadas tarefas com excelência. Sobretudo, a Associação Ágape, reconhece que o papel do município vai além das questões relacionadas com as deficiências humanas. Por isso, vem desenvolvendo projetos ambientais de cidadania e cultura de paz, tendo alcançado excelentes resultados com os atendidos e suas famílias, assim como na sensibilização da comunidade. Diante de todo exposto, conclui-se que os princípios filosóficos e teórico- metodológicos gerais que norteiam as práticas da instituição estagiada, estão alicerçadas no respeito aos direitos humanos e entre eles, o direito à educação, à instrução e a formação profissional. Reconhecendo a riqueza da razão humana, sem 8 que nos esqueçamos de seus limites internos e a possibilidade de cair no erro e na intolerância. Por isso, cultiva-se sempre em sua Gestão Democrática, firmes decisões pelo conhecimento racional, aliadas a uma cultura da compreensão humana como abertura ao outro e à diversidade mediada pelo diálogo esclarecedor e compartilhamento de decisões, como integrantes de uma coletividade na luta contra processos de exclusão. 2.3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE REFLEXIVA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 2.3.1 CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL A Associação Ágape para Educação Especial, é uma Organização da Sociedade Civil, Nacional, beneficente sem fins lucrativos, fundada em 1996 no Vale do Paraíba, por um grupo de pessoas envolvidas com a causa dos deficientes. No ano de 2006 inaugurou a unidade de atendimento na cidade de São José dos Campos – SP, para atender crianças, adolescentes e jovens com deficiência e dificuldades em aprendizagem a partir dos 12 anos de idade. A instituição tem prestado serviço a está população, mantendo programas e projetos que visam o desenvolvimento do potencial individual e a inclusão social destas pessoas através de programas de assistência social, educação, saúde, arte e esporte. Embora o prédio da Associação Ágape seja antigo, a estrutura está bem conservada, com pinturas novas além de boa iluminação e ventilação e possui algumas estruturas arquitetônicas conforme as necessidades de locomoção das pessoas atendidas. Todos os (10) espaços para realização das oficinas pedagógicas da instituição possuem mesas e cadeiras conservadas. As salas de artes possuem armários para guardar os materiais que serão utilizados, bancadas, varais, prateleiras para expor os trabalhos e os locais onde os alunos guardam os materiais são de fácil acesso. A sala destinada a dança possui espelhos que permitem aos atendidos a visão de seus movimentos. 9 O espaço destinado ao ensino de música possui instrumentos e objetos sonoros além de armários para guardar os instrumentos e materiais utilizados em aula. As atividades de dramatização, teatro, tem um espaço para guardarfantasias, papéis para elaboração dos cenários, objetos de sonoplastia e um palco para realizações de apresentações. Na sala de mídias sociais, possuem 10 computadores, tablets, mesas e cadeiras bem conservadas além de jogos e diferentes softwares e com o auxílio do professor mediador os educandos se inserem no conhecimento digital e no conhecimento do mundo. O professor busca garantir acessibilidade para todos no ambiente online por meio de sistemas e aplicativos que permitam a leitura de textos digitais, teclados adaptados para pessoas com dificuldades motoras, entre outas tecnologias de acessibilidade. No local que as refeições são preparadas e o refeitório onde as refeições são servidas, estão sempre limpos e os alimentos organizados, o cardápio é variado com frutas, verduras, cereais, carne, ou seja, a refeição é balanceada e elaborada por nutricionista. Possuem banheiros para os atendidos, o piso é antiderrapante e está em boas condições e limpos, além de que, o sanitário é espaçoso para a circulação. Todos os acessórios do banheiro como toalheiro, descarga, cesto de lixo espelho, barras de apoio, permitem que todas as pessoas atendidas na instituição alcancem. Todas as torneiras da unidade são de fácil manuseio. Ademais, a biblioteca é adequada a idade dos alunos e os livros são expostos em estantes de fácil acesso e comunicação compreendida por todos, além disso, os cantos para leitura utilizados pelos discentes é decorado com almofadas e tem ótima iluminação. Além disso, a instituição possui recepção, sala dos professores, sala de coordenação, administração, diretoria, Oficina de corte e costura, banheiro para os funcionários, quadra de esportes coberta e estacionamento. 10 2.3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAL NA INSTITUIÇÃO ESTAGIADA A equipe de profissionais que atuam na Associação Ágape para Educação Especial, é composta por (1) Gestora- Sra. Lindóia Bernardino Garcia, (1) Coordenadora de Projetos- Sra. Mariângela Machado Borota, (1) Coordenadora Pedagógica- Sra. Giovana Marassi, (2) Psicólogas- Sra. Jaciara Batista da Costa e Rosângela Braga dos Santos, que atuam nas Oficinas para Capacitação para o Mercado de Trabalho. Também, (1) Assistente Social- Sra. Lindinalva Gomes de Souza e (3) Assistentes administrativas. A equipe de professores é formada por (8) professores contratados pela Petrobrás Socioambiental. Nem todos os funcionários da instituição possuem especialização em Educação Especial e Graduação na área que atuam, e a equipe é formada em sua maioria por pessoas com vivências e experiência concreta no cuidado de pessoas com deficiência. A equipe de voluntários, é composta por (5) pessoas e atuam como auxiliares pedagógicos que acompanham os atendidos em suas atividades, possuem formação no Ensino Médio Regular, apenas (1) possui formação em Licenciatura em Pedagogia. Ainda, no quadro de funcionários, (4) auxiliares de serviços gerais, (2) cozinheiras, (1) professora de Corte e costura especializada. A equipe de funcionários que oferece esporte e lazer para os atendidos, é da Secretaria de Esportes- Programa de bem com a vida, parceria da Prefeitura Municipal de São José dos Campos-SP com a Instituição Ágape. O perfil dos profissionais no espaço estagiado é exemplar, são participativos com todos os alunos atendidos, transmitem segurança, solidariedade, afetividade, sempre incentivando-os fazerem as atividades pois compreendem que pessoas com deficiência ou com dificuldades cognitivas, levam mais tempo para aprender mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais. A ideia é prezar pela vida dos participantes, dar um pouco de dignidade e qualidade de vida para essas pessoas com objetivo de combater o preconceito e incluir seus discentes ajudando-os á enfrentar seus desafios com dignidade, confiança, integração, saúde e o bem-estar. 11 Dessa forma, entendem que esses sujeitos não deixam de ter seus direitos enquanto cidadãos pelas suas condições físicas, mentais ou quaisquer outras que possa vir apresentar. Partindo da ideia de que a Pedagogia caracteriza-se, atualmente, como um dos domínios do conhecimento mais explorados e consequentemente, mais evidenciados e investe seus esforços no debate referente à educação inclusiva em todos os seus percalços, desafios e contradições, e a "Educação Especial" é uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia e o papel do professor nesse processo assume fundamental importância, já que sua ação mediadora é imprescindível na produção de culturas e práticas inclusivas no contexto escolar. Em contrapartida, resquícios do mau preparo foram observados, pelos estagiários na metodologia com que alguns profissionais trabalhavam na instituição estagiada, realizando algumas atividades, por exemplo, exercícios que possuíam enunciados e tarefas confusas. Entretanto, por se tratar de estágio em uma Instituição de Educação Especial, assim como as escolas de ensino regular, as instituições de ensino especial, às quais geralmente se espera uma melhor capacitação estrutural no que diz respeito ao acolhimento de pessoas com necessidades especiais, algumas vezes, também sofrem dificuldades ao ensinar seus alunos, devido à falta de um corpo profissional especializados para lidar com os desafios que o campo apresenta. Isso poderá acarretar uma série de danos ao processo de ensino- aprendizado, por exemplo, metodologias inadequadas à realidade dos discentes, podem dificultar na compreensão das atividades propostas pelo professor. Nos dados levantados junto a alguns funcionários da instituição estagiada, podemos perceber que eles, em alguns momentos, sentem dificuldades em desenvolver atividades com as crianças que tem dificuldades em aprendizagem. De acordo com eles, isso ocorre devido à falta de capacitação prévia, acreditam ser necessário que se obtenha o conhecimento o saber pedagógico, a condução do processo ensino-aprendizagem como primícia a promoção ao ensino de qualidade na educação. Certamente, reconhecer que a educação precisa ser realizada com base em conhecimentos científicos e não apenas baseada no bom senso, possibilita entender que hoje temos clareza de que o acesso aos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade, mas de maneira significativa e compreensiva, é um elemento de peso na luta por uma sociedade mais justa e democrática. 12 Acreditamos que cada profissional da educação, individual e escola coletivamente, precisam estar sempre revendo as concepções que dirigem suas práticas mesmo inconscientemente, com objetivo de superar o senso comum pedagógico e agir de maneira mais consciente, reflexiva, científica na educação, procurando melhorar constantemente o processo de ensino aprendizagem. Do mesmo modo, a formação continuada precisa constituir-se como política de desenvolvimento profissional e não apenas como relatórios de programas de investimento financeiro e treinamentos de professores. Contudo, entende-se que atualmente a gestão como um trabalho de equipe, tanto nos espaços formais quanto nos espaços informais, devem incluir a participação dos professores em seu projeto político pedagógico, além de, criar condições e oportunidades para o desenvolvimento profissional e pessoal dos profissionais que atuam na instituição. 2.3.3 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ATENDIDO PELA INSTITUIÇÃO A instituição estagiada, atualmente atende em sua unidade um total de 90 pessoas a partir dos 12 anos de idade com deficiência ou dificuldades em aprendizagem e seus familiares. Grande parte dos indivíduos e suas famílias que são atendidos na instituição, não tem um perfil socioeconômico estável, muitos enfrentam o desemprego ou vivem em contexto de vulnerabilidade social. Diante dessa realidade, a instituição, através do serviço social acompanha os atendidos esuas famílias com apoio, atendimento, orientações, e encaminhamentos aos profissionais de diversas áreas da saúde, além de receber recursos financeiros do poder público municipal que auxiliam à manutenção e a qualidade de vida para essas pessoas. Além disso, durante as atividades do projeto, as mães ou responsáveis pelos atendidos são convidados a participarem de oficinas de costura, empreendedorismo, e artesanato, visando a geração de renda familiar. Sabe-se, também que a instituição promove o "Evento Pizza", que tem como finalidade a arrecadação de recursos para manutenção e promoção de projetos da instituição. As pizzas são montadas no próprio prédio e reúne toda equipe, cada um 13 que contribui com seu tempo no voluntariado ou comprando as pizzas, fazem toda diferença com suas ações em prol dos projetos voltados para os atendidos e seus familiares. Destacamos, também, que o público atendido na instituição, demonstra bastante interesse em tudo que lhes é proposto. Eles participam, interagem e manifestam alegria e satisfação em participar das atividades e projetos além de respeitar muito os profissionais que lá atuam. Acrescento que a pessoa com deficiência também percebe que pode conviver em um ambiente sem preconceito, que pode ser aceita, ter relações sociais e afetivas. Nesse sentido, existe um vínculo amigável entre os professores e seus discentes, claro que têm dias que os atendidos estão mais tolerantes para algumas atividades e têm dias que não, mais existe respeito entre os profissionais da instituição para com os atendidos, compreendem que em um ambiente inclusivo essa interação pode acontecer de maneira espontânea, da mesma forma, respeita que nem todos têm o mesmo ritmo, interesses, vontades e necessidades. 3 PROJETO INTERVENÇÃO: PROJETO MULHERES ÁGAPE 3.1 CONTEXTO DO PROJETO Apesar das mudanças na família contemporânea, a diferença de papéis entre homens e mulheres ainda é uma realidade, sobretudo, no que se refere às famílias com deficientes ou menor poder aquisitivo. Dificilmente o homem se responsabiliza pelos cuidados diretos e geralmente os mesmos participam do cuidado de forma secundária, por meio do sustento da família ou em tarefas externas, como por exemplo, o transporte da pessoa que necessita de cuidados diferenciados. Segundo Crowe, Vanleite e Berghmans, 2000, a maioria dos estudos conta, que as mães de crianças com deficiências é o membro da família que mais adaptações deve fazer em suas rotinas de vida levando muitas vezes a abdicação de suas atividades profissionais e se afastando do mercado de trabalho, dedicando se exclusivamente ao tratamento da pessoa cuidada e às atividades domésticas. 14 Por isso, muitas das vezes se torna em atribuições onerosas em famílias de baixa renda. Entretanto, considerando que a relação entre o Estado e família é mediada por profissionais representantes das instituições e executores das políticas sociais, fica assim, evidente sua responsabilidade além de sua inclusão em políticas de proteção social, a condução e promoção da população que vivem em condições de vulnerabilidade alcançar recursos necessários a manutenção e emancipação de suas famílias. Nesse sentido, A Associação Ágape para Educação Especial, uma Organização da Sociedade Civil, beneficente, sem fins lucrativos com o apoio da Fundação Volkswagen, lançou o Projeto Mulheres Ágape que oferece oficinas de corte, costura e empreendedorismo para mães de adolescentes e jovens com deficiência inscritos em projetos ou programas sociais. As vagas oferecidas a comunidade são gratuitas e preferencialmente para famílias que vivem em contexto de vulnerabilidade social e que estejam desempregadas, visando autonomia econômica e geração de renda familiar. As oficinas serão realizadas no próprio prédio da instituição, todas as quartas e sextas-feiras no período vespertino. E as inscrições poderão serem feitas na recepção da instituição a partir do dia 10 de fevereiro de 2020, com previsto para iniciar suas atividades a partir do dia 17 de fevereiro de 2020, com encerramento previsto para seis meses. Foram também divulgadas pelos sites da internet e por meio de grupos pelo Watsapp. 3.2 JUSTIFICATIVA Uma vez que, as mães tradicionalmente são as mais diretamente envolvidas no contato direto com filhos deficientes, suas vivências são marcadas pela narrativa de dor, sofrimento, despesas de alto custo, dificuldades financeiras, impossibilitada de ser incluída no mercado de trabalho que muitas das vezes, afeta toda dinâmica familiar Diante disso, o Projeto Mulheres Ágape, oferece as mulheres do município de São José dos Campos, que têm filhos deficientes, Oficinas de Costura e Empreendedorismo, com o objetivo de capacita-las e prepará-las para serem 15 inseridas no mercado de trabalho ou trabalharem em casa , assim, obter rendimentos financeiros e melhorar a qualidade de vida familiar. 3.3 OBJETICO GERAL Capacitar mulheres do município de São José dos Campos, para que tenham uma vida social e econômica mais digna, autônoma, visando o enfrentamento das diversas formas de vulnerabilidades vivenciadas no cotidiano. 3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Trazer Qualificação para área da confecção e empreendedorismo, a fim de melhorar a qualidade de vida de mães que tenham filhos deficientes. 3.5 PÚBLICO ALVO Mulheres do município de São José dos Campos-SP, que têm filhos deficientes e inscritos em projetos ou programas sociais. 3.6 METODOLOGIA No primeiro encontro, a professora, explana sobre os objetivos do projeto e o método do trabalho para que as expectativas das alunas se alinhem. Nas oficinas de costura e empreendedorismo, o método de trabalho compreende aulas dialogadas sobre o processo de criação e confecção de produtos, e em seguida, as alunas recebem apostilas explicativas sobre o curso de corte e costura. De acordo com a professora especialista da oficina de costura, será essencial identificar o desejo das mulheres atendidas e seus potenciais para o aprendizado, estimular a iniciativa e a autonomia, descobrir e/ou desenvolver as habilidades manuais, oportunizar novas relações sociais, a ressignificação da atividade trabalho preparando as alunas para inserção ou retorno ao mercado de trabalho, exercício da cidadania. 16 Para tanto, as oficinas se dão duas vezes por semana, quarta-feira e sexta- feira, abordando técnicas de costura e modelagens, técnicas de acabamento, e criação dos moldes, fichas, técnicas e protótipos de cada produto a ser confeccionado, com base nos materiais didáticos. Parte-se desse protótipo para a condução das aulas na qual as alunas são incentivadas a interferir na criação pela escolha de materiais, após, se inicia a confecção com acompanhamento. Como também, agregar valores aos materiais doados como retalhos de tecidos, sobras de sintéticos de empresas calçadistas da região e aviamentos, bem como conceitos de autogestão, e criação de produtos. O local conta com um espaço de mostra e venda dos produtos desenvolvidos pelas alunas, que agregam valor aos materiais reaproveitado, com objetivo de geração de renda para o local. A avaliação é feita no fim do período de atendimento, ou seja, no prazo de execução do projeto que está previsto para seis meses a partir da data início ,17 de fevereiro de 2020. A partir de uma ficha de avaliação, a professora avalia a capacidade técnica em costura e capacidade produtiva. 3.7 CRONOGRAMA Final de Janeiro de 2020 A Associação Ágape para Educação Especial, possui um fundo da Fundação VolksWagen, para projetos sociais e assim foi contemplada com uma contribuição após a apresentação do Projeto Mulheres Ágape, para Oficinas de costura e empreendedorismo. Início de Fevereiro de 2020 Conseguiram então, comprar as máquinas para costurae montar toda a estrutura física da oficina. As oficinas se dão duas vezes por semana e conta com uma professora especialista, abordando técnicas de costura, técnicas de acabamento, a fim de 17 agregar valores aos materiais doados, como conceitos de autogestão, criação de produtos e geração de renda tanto para Instituição como para as mulheres bolsistas do projeto. Final de Fevereiro de 2020 Os beneficiários são cadastrados mediante preenchimento de ficha socioeconômica, encaminhamentos de documentos, comprovação de renda familiar. O projeto teve início no dia 17 de fevereiro e atendeu 4 turmas de mulheres nas oficinas de costura. O prazo de execução do projeto está previsto para seis meses. 18 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Buscou-se descrever este trabalho por meio da reflexão na ação através das atividades regulares de estágio curricular em instituição não escolar que possibilitou aos licenciados configurarem a relação teoria e prática da formação docente através evidenciando as formas de educar que ocorreram na Instituição Associação Ágape para Educação Especial - prática, e os sujeitos- ação, com seus modos de agir e pensar, seus valores, seu conhecimento, seus esquemas teóricos de leitura do mundo, seus modos de ensinar, de se relacionar com alunos, planejar e de desenvolver suas atividades. Nesse contexto, a reflexão remete-nos a um retorno do pensamento, não confinado em si mesmo, mas articulado às práticas vivenciadas com vista ao reexame do sentido das ações para nossa vida, que expressam exercícios de ação e reflexão na medida em que indicam como os sujeitos se articulam a própria prática na trajetória profissional nos diferentes contextos educativos. Por se tratar de estágio em instituição de "Educação Especial", de um modo geral, aspectos existentes entre educação escolar e educação não escolar, chama atenção para a necessidade de se estabelecer relações entre elas, já que ambas englobam o processo de socialização e cultura que buscam formar membros da sociedade. Nesse contexto, parece portanto, oportuno reproduzir aqui que a formação humana em qualquer espaço, escolar ou não escolar, necessita de profissionais que estejam preparados para lidar com a prática pedagógica. Conforme Tardif (2003) afirma, o saber do pedagogo é um saber diversificado, pois sua prática implica vários saberes inter-relacionados direta ou indiretamente. Entender como o sujeito constrói seu conhecimento é uma tarefa difícil às vezes, razão pela qual no contexto desta pesquisa apontamos a necessidade de reflexão sobre a formação dos profissionais que atuam na instituição estagiada, a possibilidade de ir além do crescimento físico no que diz respeito de complementar- se tanto aos conteúdos que configuram o programa formativo como às estratégias que melhor contribuam para capacitar esses profissionais, que colabore com a melhoria dos processos educacionais. Destacamos a importância de que as pesquisas sobre formação continuada enfatizam estudos baseados em programas que são desenvolvidos por universidades ou secretarias de educação com a finalidade de 19 avaliar a metodologia de ensino e a prática docente dos professores e constituir-se como política de desenvolvimento profissional. Além disso, definiu-se, neste estudo, que o pedagogo é o profissional formado em curso de Pedagogia, qualificado para atuar em diferentes ambientes educativos, que atende a várias demandas no campo da educação formal e não-formal e que atua em ambientes educativos quer escolares, quer não-escolares. O pedagogo é, portanto, o profissional que trabalha com a prática educativa, que estimula e mobiliza aprendizagens. Uma das melhores possibilidades de que esse profissional pode valer-se neste processo é o estímulo à auto-regulação da aprendizagem por seu potencial determinante para a qualidade da ação, da reflexão e da própria aprendizagem dos educandos-trabalhadores. Denominaram-se, nesta pesquisa, educandos-trabalhadores os sujeitos que trabalham em ambientes não-escolares e que, por necessidades pessoais, profissionais, sociais, contextuais, são desafiados e envolvidos em processos de formação, qualificação, educação. Estes sujeitos, com os quais o pedagogo trabalha, demarcam uma nova categoria de aprendizes (educandos-trabalhadores) os quais, por estarem inseridos em espaços não escolares, constituem um grupo diferenciado, que precisa dedicar- se à construção de conhecimentos, visando à sua qualificação para atendimento às demandas advindas do contexto profissional . Assim sendo, o estágio curricular supervisionado deve ser visto como um importante meio na formação do futuro pedagogo, pois traz elementos importantes para o exercício diário profissional. É no período de estágio supervisionado que o acadêmico percebe a possibilidade de utilizar os conhecimentos teóricos na prática, sempre procurando fazer uma reflexão depois de cada atividade pedagógica , em busca de melhorias e transformações ao longo deste período e com certeza as mudanças continuam no decorrer do seu cotidiano que exige posturas diferentes, a cada nova situação em que as vezes são exigidas atualizações, flexibilidade na maneira de conduzir suas práticas para melhor orientar seu trabalho. 20 REFERÊNCIAS CROWE, T.K.; VANLEITE, B.; BERGHMANS, K.K. Mathers perceptions of childcare assistance: the impacto of a child's disability. The American Jornal of Occupational Therapy, v. 54. 2000. SANZ FERNÁNDEZ, Florentino: El aprendizagem fuera de la escuela : tradición del pasadoy desafio para El futuro Madrid: Ediciones Acadêmicas, 2006. TARDÍF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: vozes, 2003. VEIGA, I.P.A Projeto político pedagógico da escola, uma construção possível, 29 ed. Campinas, SP: Papirus, 2013. 21 ANEXO A – FICHA DE FREQUÊNCIA 22 23 ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 24
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