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ANTROPOLOGIA MÉDICA

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1 
ISEC 
Vanessa Berto 
ANTROPOLOGIA MÉDICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Conhecer o significado de Antropologia Mé-
dica; 
• Compreender a influência cultural para a 
prática médica; 
• Aplicar conhecimentos médicos para indi-
vidualizar os cuidados com o paciente; 
• Analisar situações de illness e disease. 
ADOECER E A PERCEPÇÃO DA DOENÇA 
 
O QUE É CULTURA 
• É a identidade de um povo; 
• “Universo de símbolos e de significados que 
permite aos indivíduos de um grupo inter-
pretar a experiência e guiar as ações” – Cli-
fford Geertz 
• O conceito de cultura pretendeu, desde a 
origem da antropologia, fornecer as bases 
para o projeto de reconhecer e compreen-
der uma humanidade plural. 
PESQUISA E ANTROPOLOGIA 
• A maior parte dos estudos são qualitativos; 
• Estudos epidemiológicos são associados 
aos qualitativos. 
→Mulheres que perdiam filhos, antiga-
mente, não choravam, pois lágrimas pode-
riam encharcar as “asas dos anjos”. 
MEDICINA E ANTROPOLOGIA 
• Desenvolvimento de competências cultu-
rais para o manejo clínico; 
• Importância de entender a cultura em que 
a pessoa está inserida para melhorar o di-
álogo entre profissional de saúde e paci-
ente. 
• ILLNESS: como você percebe sua doença; 
• DISEASE: como o profissional de saúde 
pode registrar sua doença. 
• Quanto maior e mais complexa a socie-
dade, maior a possibilidade e disponibili-
dade de alternativas terapêuticas. 
 
 
KLEINMAN 
• Sugere que, na análise de qualquer socie-
dade complexa, identificam-se 3 subsiste-
mas de cuidado à saúde: 
1. Informal (Folk ou para-profissional) 
2. Popular 
3. Profissional 
• São subsistemas amplamente utilizados 
pelas pessoas de forma sobreposta e não 
excludente, interagindo mediante à passa-
gem dos indivíduos por eles. 
• Esses sistemas fornecem à pessoa os ca-
minhos para efetuar a interpretação de sua 
condição de saúde-doença e buscar as 
ações possíveis que proporcionem o cui-
dado e/ou a cura. 
SISTEMAS DE CUIDADO DE SAÚDE 
(SCS) 
• É um modelo de saúde conveniente, que 
pode ser adaptado a diversas sociedades; 
• Países desenvolvidos → possuem setor pro-
fissional vigoroso; 
• Outros países → podem apresentar o setor 
para-profissional maior; 
• Da mesma forma, este modelo aplica-se 
igualmente bem no nível local, onde tam-
bém os três setores atuam de forma simul-
tânea. 
 
 
ILLNESS DISEASE 
Categorização e 
sentido aos sinto-
mas 
É o formato como a 
experiência da do-
ença é interpretada 
pelos profissionais 
de saúde 
É a resposta sub-
jetiva do indivíduo 
à situação de do-
ença 
Baseado no modelo 
biomédico 
Aspectos sociais, 
individuais e cul-
turais 
Orienta o trabalho 
clínico 
 
2 
ISEC 
Vanessa Berto 
SETOR POPULAR 
• É aquele em que a família e o grupo social 
mais próximo desempenham papel impor-
tante; 
• É um espaço eminentemente leigo, onde a 
doença começa a ser definida e onde são 
desencadeados os vários processos tera-
pêuticos de cura. 
• Os cuidados adotados podem ser remédios 
caseiros, repouso, suporte emocional, mu-
dança na dieta alimentar, massagens etc. 
• Criança com febre → mãe dá banho frio ou 
remédio. 
SETOR FOLK OU PARAPROFISSIONAL 
• Abrange práticas de saúde “não-profissio-
nalizadas”. 
• Erveiros, benzedores, práticas religiosas e 
outras formas alternativas de curas. 
SETOR PROFISSIONAL 
• Representa a organização formal da prática 
de saúde. 
• Na maior parte dos casos tem a Biomedi-
cina como referência primordial, mas pode 
também incluir a homeopatia e a acupun-
tura. 
• É o setor que, em certos países, por ser 
mais desenvolvido, organizado e poderoso, 
acabou submetendo todas as outras práti-
cas à sua autoridade. 
• Por sua grande penetração e pelo poder que 
dispõe em algumas sociedades, como a 
brasileira, busca impor-se aos demais se-
tores, forçando um processo de medicaliza-
ção da sociedade, baseado em um modelo 
científico e biológico. 
INTINERÁRIO TERAPÊUTICO 
• Na comunicação, estão colocadas em inte-
ração diferentes experiências de ambas as 
partes; 
• Conjunto articulado de ações e estratégias 
que, por meio da interpretação, buscam 
modificar a situação de sofrimento e do-
ença levando em consideração que as alter-
nativas de tratamento disponíveis são 
construídas no âmbito das redes de 
relações sociais continuamente negocia-
das, confirmadas ou questionadas. 
• O encontro entre profissional de saúde e o 
paciente remete uma relação efetiva entre 
sujeitos que partilham do universo cultural 
próprio e que a comunicação trará benefí-
cios para ambas as partes. 
NOSSA REALIDADE 
• O modelo biomédico trata as pessoas com 
base em suas doenças e na explicação bio-
lógica para suas causas e mecanismos de 
tratamento. 
• A antropologia médica acredita que o pro-
cesso saúde-doença deve ser entendido sob 
o olhar psicobiológico e sociocultural, 
numa construção permanente e contextu-
alizada de negociações que vão ao encontro 
das multidimensionalidades e subjetivida-
des do ser humano. 
• As pessoas com problemas de saúde esco-
lhem não apenas entre tipos diferentes de 
curandeiros (informal, profissional ou po-
pular), mas também entre os diagnósticos 
e as recomendações que fazem sentidos 
para elas, sendo que o desfecho pode ser o 
da “não adesão” ao tratamento ou a trans-
ferência a outro segmento da rede terapêu-
tica. 
• A interpretação das ações e escolhas é de 
natureza conjuntural histórica, que ex-
pressa e produz sentidos que podem ser re-
formulados com base nas ações dos indiví-
duos nos diferentes contextos da sua vida. 
• O encontro entre o profissional de saúde e 
o paciente remete a uma relação efetiva en-
tre sujeitos que partilham de universos 
culturais próprios. 
• A “comunicação” resultante do “encontro” 
trará benefícios para ambos, no sentido de 
resgate da humanização do cuidado e da 
integralidade da atenção à saúde.

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