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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA MONITORIA DE GASTROENTEROLOGIA MONITORA: LOUYSE JERÔNIMO DE MORAIS LISTA DE QUESTÕES - PROVA III 1. Homem, 79 anos, refere alteração no hábito intestinal há 1 ano, passando a evacuar várias vezes ao dia, em pequena quantidade, com muco e estrias de sangue nas fezes. Relata dor retal e perda ponderal de 10 kg no período. A abordagem inicial, o provável diagnóstico e o tratamento mais adequado são: a. Exame proctológico - neoplasia de reto - radioterapia e/ou cirurgia. b. Colonoscopia - neoplasia colorretal - cirurgia transanal. c. Retoscopia - neoplasia de sigmoide - radioterapia. d. Toque retal - neoplasia de próstata - prostatectomia. 2. Qual a principal etiologia da pancreatite crônica? a. Cálculos biliares. b. Alcoolismo. c. Idiopática. d. Trauma. 3. Sobre a Síndrome do Intestino Irritável, assinale a alternativa INCORRETA: a. Antidepressivos tricíclicos são indicados na obstipação. b. Antiespasmódicos devem ser empregados com cuidado nos casos de obstipação. c. Agentes antidiarreicos são contraindicados na obstipação. d. Anticolinérgicos são indicados apenas em caso de diarreia. 4. O gráfico abaixo ilustra os níveis de um componente sérico, em função do tempo, na vigência de um quadro de pancreatite aguda. O tempo inicial (0h) corresponde ao início da injúria inflamatória. Nessa situação, qual componente apresenta o comportamento expresso no gráfico? a. Amilase b. Lipase c. Proteína C reativa d. Lactato 5. Assinale a INCORRETA sobre pancreatite: a. A etiologia mais frequente de pancreatite aguda é a biliar. b. A dosagem de PCR (Proteína C-Reativa) tem bom valor prognóstico. c. A tomografia do abdome tem valor diagnóstico e prognóstico. d. A diminuição das enzimas amilase e lipase representa uma boa evolução. e. O uso de antibióticos deve ser criterioso e indicado para casos mais graves. 6. A respeito do câncer colorretal, assinale a alternativa CORRETA: a. São sintomas que merecem investigação em virtude de sangue oculto nas fezes: anemia, dor abdominal contínua, sangramento anal, perda ponderal. b. Paciente com sangramento anal deve ser submetido ao toque retal, pois as neoplasias de reto baixo podem se apresentar com essa queixa, e o toque retal sugere o diagnóstico. c. O primeiro exame a ser solicitado na suspeita dessa neoplasia é o hemograma. d. O estadiamento da doença é avaliado por enema opaco, tomografia de tórax e abdome. 7. Assinale a opção a seguir que sinaliza um importante fator de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma do cólon: a. Doença diverticular b. Retocolite ulcerativa c. Infecção por Yersinia enterocolítica d. Dieta rica em fibras 8. Um homem de 48 anos é admitido com dor em faixa no andar superior do abdômen e vômitos. A amilase sérica é de 1200 U/L .Quatro dias após a admissão, a TC mostra necrose em 50% do parênquima pancreático, com extensão para o parênquima peripancreático. Sobre o tratamento cirúrgico da necrose pancreática associada à pancreatite aguda, é incorreto afirmar: a. A pancreatite aguda grave é definida como a pancreatite aguda complicada por falência de órgãos persistentes (>48 horas) e ocorre em 15%-20% dos pacientes. b. Os pacientes com pancreatite aguda grave que desenvolvem falência orgânica dentro da fase precoce, correm um risco de 36% a 50% de morte. c. Paciente com indicativo de laparotomia exploradora precoce para desbridamento do pâncreas e drenagem da cavidade. d. Em pacientes sintomáticos com necrose infectada, métodos minimamente invasivos de necrosectomia são preferíveis à cirurgia convencional. e. Em paciente que tem pancreatite aguda grave, especialmente com necrose pancreática, a colecistectomia deverá ser retardada. 9. Paciente masculino, 14 anos, com queixa de dor abdominal, inicialmente periumbilical, com posterior migração para fossa ilíaca direita, há 2 dias. Refere febre de 38ºC, vômitos e anorexia. Nega sintomas semelhantes. Nega alteração do hábito intestinal ou disúria. Ao exame abdominal: abdome tenso em fossa ilíaca direita, com sinais de irritação peritoneal localizados em fossa ilíaca direita. Baseado na principal hipótese diagnóstica, indique a alternativa CORRETA: a. É necessária a solicitação de exames complementares como hemograma e ultrassonografia de abdome para definição diagnóstica. b. O tratamento deve ser clínico e consiste em internação hospitalar, jejum, hidratação e antibioticoterapia com cobertura para germes Gram-negativos e anaeróbios. c. Esse paciente deve ser encaminhado ao centro cirúrgico, sem a realização de exames complementares, para se submeter ao tratamento cirúrgico, de preferência por videolaparoscopia. d. A complicação pós-operatória mais comum dessa patologia é a fístula entérica. e. Se for feita a opção por tratamento cirúrgico convencional, a via de acesso de escolha é a incisão mediana, pois há grande chance do paciente apresentar peritonite purulenta generalizada. 10. Quanto ao tratamento cirúrgico do câncer colorretal, assinale a alternativa CORRETA: a. Os casos de tumores com fístula duodenocólica não devem ser operados, haja vista que invasão de duodeno é contraindicação cirúrgica. b. A via laparoscópica é contraindicada nos casos com metástases hepáticas. c. Tumores do ceco são mais apropriadamente tratados com hemicolectomia direita. d. Nos tumores de retossigmoide com invasão do útero, deve-se realizar ressecção multivisceral denominada exenteração pélvica anterior. e. A ooforectomia profilática é sempre recomendada. 11. Os sintomas de doenças orgânicas e funcionais são frequentemente indistintos. Portanto, é importante descartar doença orgânica grave em portadores de sintomas crônicos do TGI. Dentre os vários sintomas, um dos que pode estar presente tanto no câncer de cólon quanto na síndrome do intestino irritável é: a. Hematoquezia b. Dor abdominal que frequentemente desperta à noite c. Perda ponderal d. Alternância do hábito intestinal entre constipação e diarreia. 12. Um homem de 42 anos procura o médico com queixa de inchaço e dor na região anal. Refere também que há cerca de 3 meses vem apresentando episódios de dor abdominal intensa, às vezes acompanhado de febre baixa e diarreia e que nas últimas vezes notou sangue nas fezes. Perdeu 5 quilos nesse período. O exame mostra um abscesso perianal que uma radiografia com contraste revelou ser uma fístula retal. Esse paciente, mais provavelmente, é portador de: a. Tuberculose intestinal b. Doença diverticular do cólon c. Retocolite ulcerativa d. Síndrome do Intestino Irritável e. Doença de Crohn 13. Sintomas de diarreia crônica, dor abdominal, perda ponderal e sangramento retal direcionam a anamnese para as manifestações clínicas da Doença de Crohn. Essas são mais frequentemente de natureza inflamatória, obstrutiva e/ou fistulizante, as quais têm maior ou menor valor prognóstico. Assinale a alternativa INCORRETA. a. A apresentação da ileíte aguda requer diagnóstico diferencial com apendicite aguda. b. A colite de Crohn requer diagnóstico diferencial com a retocolite ulcerativa. c. Em até 80% dos casos, esgotados os recursos de investigação atualmente disponíveis, não é possível realizar diagnóstico, classificando-se a doença como colite indeterminada. d. O diagnóstico da doença de Crohn intestinal também requer diferenciação com outras formas de enterocolites (isquêmica, actínica ou induzida por antibióticos). 14. São complicações possíveis da retocolite ulcerativa, exceto: a. Megacólon tóxico b. Hemorragia digestiva baixa grave c. Estenose ileal d. Displasia e câncer e. Colite fulminante 15. Homem, 28 anos, relata aumento da frequência e diminuição da consistência das evacuações há 4 meses. Refere, há um mês, cólicas abdominais, fezes amolecidas com sangue e muco, em torno de 10 evacuações diárias, com tenesmo, evacuações noturnas e febre não aferida, com artralgias em joelho e tornozelo direito, sem limitação da amplitude de movimentos. Perdeu 6 kg neste período. Exame físico: abdome difusamente doloroso com RHA presentes, descompressão bruscaindolor. PA: 116 x 60 mmHg e FC: 110 bpm. Discreta hiperemia e aumento de temperatura em joelho e tornozelo direito, sem sinais de derrame articular. Exame perianal sem alterações. Toque retal doloroso, sem sangue na luva, sem massas palpáveis. Exames laboratoriais: Hb: 10,5 g/dl; HT: 23%; VCM: 72 fl; GB: 9600/mm³, sem desvio à esquerda; VHS: 98 mm/1ª hora. Colonoscopia: mucosa do reto ao ceco difusamente hiperemiada, friável, granular, com erosões e ulcerações superficiais recobertas por fibrina em reto e cólon sigmoide. Biópsia de cólon: infiltrado inflamatório leucocitário e presença de microabscessos. Qual é o diagnóstico mais provável? a. Doença celíaca. b. Doença de Crohn. c. Colite pseudomembranosa. d. Retocolite ulcerativa. 16. Paciente com quadro de fadiga, associado à anemia e emagrecimento de 4 kg em três meses. Assinale a alternativa que apresenta o provável câncer colorretal associado a esse quadro. a. Cólon transverso. b. Cólon descendente. c. Reto. d. Cólon sigmoide. e. Cólon direito. 17. Quais são as manifestações cutâneas observáveis nas doenças inflamatórias intestinais? 18. Uma paciente procura o ambulatório com queixas de diarreia crônica. Qual dos sintomas abaixo fala contra o diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável? a. Piora da diarreia após as refeições (reflexo gastrocólico) b. Diarreia noturna que interfere no sono c. Presença de muco transparente nas fezes d. Cólicas abdominais difusas e de forte intensidade e. Piora dos sintomas devido a fatores psicológicos 19. Em relação às síndromes disabsortivas, marque a opção CORRETA: a. Anemia, osteomalácia e hipoalbuminemia são manifestações clínicas frequentes. b. Supercrescimento bacteriano pode estar relacionado, através de desconjugação de sais biliares. c. Cegueira noturna, neuropatia periférica, noctúria e fenômenos hemorrágicos podem estar presentes. d. A e B estão corretas. e. Todas as assertivas estão corretas. 20. Além de possível associação com fibromialgia, as manifestações clínicas de pirose, náuseas, dor abdominal em cólica com sensação de distensão e diarreia, geralmente diurna em pequenos volumes, com fezes amolecidas, podendo piorar após alimentação ou estresse e aliviar após evacuação, caracterizam um quadro de: a. Síndrome do intestino irritável. b. Doença diverticular dos cólons. c. Parasitose do intestino delgado. d. Pancreatite aguda medicamentosa. 21. Sobre o tratamento da dor na pancreatite crônica, considere as afirmativas a seguir: I. O tratamento cirúrgico está indicado quando a dor é grave o suficiente para limitar as atividades do paciente ou persistente, apesar da abstinência alcoólica e da administração de analgésicos. II. O tratamento cirúrgico de escolha para pacientes com ducto pancreático dilatado é uma anastomose entre o ducto dilatado e o lúmen intestinal. III. Pacientes com ductos pancreáticos menores que 6 mm de diâmetro podem se beneficiar com esfincteroplastia do ducto biliar comum. IV. O bloqueio nervoso do plexo celíaco, por via percutânea ou endoscópica, tem sido o tratamento de escolha nos casos de falha do tratamento com analgésicos. Assinale a alternativa correta: a. Somente as afirmativas I e II são corretas. b. Somente as afirmativas I e IV são corretas. c. Somente as afirmativas III e IV são corretas. d. Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 22. Em relação à insuficiência pancreática que ocorre na pancreatite crônica, pode-se afirmar que: a. A esteatorreia ocorre tardiamente quando a função pancreática está reduzida a menos de 10% do normal. b. A disabsorção é a principal causa do emagrecimento dos pacientes nos estágios iniciais da pancreatite crônica. c. O quadro ictérico ocorre pelo desbalanço e maior reabsorção dos sais biliares no intestino delgado. d. Ocorre grande deficiência das vitaminas lipossolúveis, sendo muito frequente a cegueira noturna e os episódios de sangramentos. e. O diabetes mellitus ocorre em cerca de 65% dos casos no momento do diagnóstico e comumente pode desenvolver cetoacidose. 23. Klaus, 32 anos, etilista, procura o pronto-socorro com queixa de dor abdominal intensa, difusa, de início súbito há 18 horas. Refere que há alguns meses vem apresentando quadros de tendinites de repetição tratadas por conta própria com Ibuprofeno e Nimesulida. Ao exame físico, apresenta fácies de dor, o abdômen está tenso, com defesa, ruídos presentes e diminuído. Sinal de Jobert positivo. Qual o diagnóstico mais provável para o caso? a. Apendicite aguda. b. Pancreatite aguda ou Agudização de pancreatite crônica. c. Abdome agudo vascular. d. Abdome agudo perfurativo. e. Colecistite aguda. 24. Um paciente chamado Diogo Azevedo, de 70 anos, cardiopata, procura o Pronto Socorro com queixa de dor abdominal difusa, de início abrupto, há cerca de três horas. A dor é contínua com períodos de piora e é impossível obter uma localização precisa, embora pareça doer em epigástrico e região periumbilical. O exame físico revela uma pessoa ansiosa e inquieta. O pulso é taquicárdico e a pressão arterial é normal. Queixa-se de muita dor abdominal. O abdômen é moderadamente distendido, mas flácido. Os ruídos hidroaéreos estão presentes e até um pouco aumentados. O diagnóstico mais provável é: a. Úlcera perfurada. b. Pancreatite aguda. c. Isquemia mesentérica. d. Pielonefrite aguda. e. Apendicite aguda (fase inicial). 25. São fatores de risco para neoplasia colorretal, EXCETO: a. História familiar de câncer colorretal. b. Idade acima de 40 anos. c. Retocolite ulcerativa idiopática. d. Polipose familiar adenomatosa. e. História pessoal de pólipos adenomatosos múltiplos e maiores que 1 cm. 26. Relacione a história clínica com seu respectivo diagnóstico: I. Mulher, 35 anos, 3 filhos, com história de dor abdominal aguda epigástrica, com irradiação para o dorso, associada à febre e vômitos incoercíveis. A dor não melhora após vomitar. ( ) Pancreatite crônica II. Homem, 50 anos, obeso, com história de infarto agudo do miocárdio há 3 anos diabético, com dor no quadrante superior do abdome e vômitos. ( ) Pancreatite aguda por hipertrigliceridemia III. Homem, 55 anos, com dor abdominal no quadrante superior do abdome e calcificações na topografia do pâncreas à radiografia simples de abdome. ( ) Insuficiência pancreática IV. Homem, 57 anos, com dor abdominal crônica, esteatorreia, perda de peso e diabetes mellitus. ( ) Pancreatite aguda biliar 27. Intolerância à lactose é o nome que se dá à incapacidade parcial ou completa do organismo em digerir o açúcar existente no leite e seus derivados (lactose). Tal situação ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, que decompõe a lactose. Na suspeita dessa doença, quais os primeiros exames complementares a serem solicitados? a. Hemograma, substâncias redutoras/açúcar nas fezes, teste respiratório de lactose 13C, teste de tolerância à lactose, coprocultura. b. Hemograma, coprocultura, pH fecal, biópsia do intestino delgado, teste do hidrogênio no ar expirado de lactose. c. Hemograma, teste de tolerância à lactose, coprocultura, substâncias redutoras/açúcar nas fezes, teste do hidrogênio no ar expirado de lactose. d. Hemograma, substâncias redutoras/açúcar nas fezes, biópsia do intestino delgado, pH fecal, teste do hidrogênio no ar expirado de lactose. e. Hemograma, coprocultura, pH fecal, teste de tolerância à glicose, genotipagem. 28. O teste da D-xilose tem indicação para pacientes com suspeita de: a. Intolerância à glicose b. Pancreatite crônica c. Retocolite ulcerativa d. Diarreia devido a diabetes mellitus 29. Em relação à investigação da diarreia crônica em adultos, considere as seguintes afirmativas: I. Na suspeita de doença pancreática alcoólica, espera-se gordura fecal maior que 7g/24h. II. O supercrescimento bacteriano pode estar associado à síndrome do intestino irritável. III. A presença de mucosa duodenal normal à endoscopia afasta a possibilidade de doençacelíaca. Está/Estão correta (s) a (s) afirmativa (s): a. I, apenas b. II, apenas c. III, apenas d. I e II, apenas e. I, II e III 30. Após a confirmação diagnóstico de doença de Whipple, a terapia de manutenção mais indicada é: a. Ciprofloxacino b. Azitromicina c. Clindamicina d. Amoxicilina com clavulanato e. Sulfametoxazol + trimetoprima GABARITO 1. Resposta certa: A. Idoso com queixa de constipação progressiva, perda ponderal e presença de sangue nas fezes, até prova em contrário, é um paciente que possui uma neoplasia maligna do cólon, provavelmente do cólon ESQUERDO, haja vista que os tumores nesta localização possuem maior probabilidade de causar constipação e hematoquezia (os tumores à direita cursam mais com sangramento oculto e anemia ferropriva, dificilmente obstruindo o trânsito intestinal). Boa parte dos tumores colorretais à esquerda se localizam no reto, sendo acessível pelo exame de toque retal. Logo, um bom exame proctológico, incluindo, além do toque, uma retossigmoidoscopia, que pode ser realizada no consultório sem necessidade de preparo, são simplesmente obrigatórios já nesta consulta. Confirmado o diagnóstico, procederemos ao tratamento, que tipicamente envolve radioquimioterapia neoadjuvante e cirurgia de ressecção da lesão (de preferência preservando o esfíncter anal e a continência fecal, se possível). Cumpre ressaltar que este paciente TAMBÉM DEVERÁ FAZER UMA COLONOSCOPIA, a fim de excluir tumores sincrônicos mais proximais. Porém, atente-se para o fato de que o enunciado fala em “abordagem inicial”, logo, o gabarito fornecido pela banca com certeza é a opção mais aceitável em face das demais. 2. Resposta certa: B. Quando falamos de pancreatite AGUDA, as principais causas são álcool e litíase biliar. Quando falamos de pancreatite CRÔNICA, o álcool representa até 75-80% dos casos. 3. Resposta certa: A. A alternativa A está incorreta porque os tricíclicos são medicações de segunda linha para pacientes com dor abdominal que não melhora com antiespasmódicos. Além disso, mas formas com predomínio de obstipação, não são a melhor opção, por provocarem obstipação como efeito colateral. A alternativa B está correta, visto que os antiespasmódicos são utilizados para a dor abdominal, porém devem ser utilizados com cuidado nas formas com predomínio de obstipação, pois podem provocar lentificação do trato gastrointestinal. Alguns possuem ação anticolinérgica. A alternativa C está correta pois os antidiarreicos são contraindicados na obstipação, uma vez que vão agir de forma totalmmente contrária à necessária, piorando o sintoma. Por fim, a alternativa D está correta, pois os anticolinérgicos geralmente agem como antiespasmódicos e antidiarreicos, não sendo indicados na obstipação, e sim nos casos de predomínio da forma diarreica. Lembre-se que a questão quer a alternativa INCORRETA. 4. Resposta certa: A. A amilase se eleva, em geral, junto com a lipase, mas a sua meia-vida é mais curta, normalizando após cerca de 7 dias a partir do início da lesão do pâncreas, na ausência de complicações que prolonguem a agressão ao órgão (ex.: pancreatite aguda leve). Os níveis de lipase, por outro lado, tendem a persistir elevados por mais tempo (8 a 14 dias), mesmo na pancreatite aguda não complicada. A proteína C reativa e o lactato não refletem, de forma específica, o dano pancreático. 5. Resposta certa: D. A principal causa de pancreatite aguda é a biliar, seguida da alcoólica. Alguns marcadores bioquímicos estão relacionados com o prognóstico, entre eles, a PCR, fosfolipase A2, alfa 1 antitripsina, entre outros. A TC identifica o acometimento pancreático, além de avaliar o grau de comprometimento pancreático. De maneira geral, a antibioticoterapia está indicada para os casos de necrose com mais de 30% do parênquima e para as necroses infectadas. A alternativa errada é a D, uma vez que os níveis de lipase e amilase não guardam relação com o prognóstico. 6. Resposta certa: B. Nas neoplasias de reto baixo, o toque retal possibilita a identificação da lesão, de sua distância da borda anal e da superfície retal mais acometida e o grau de penetração do tumor na parede intestinal. A - incorreta, pois o sangramento anal já seria visível, não é necessário pesquisa de sangue oculto. B - correta, pois o toque retal é uma manobra semiológica imprescindível em qualquer episódio de sangramento do trato gastrointestinal. C - incorreta, pois o primeiro exame a ser solicitado na suspeita dessa neoplasia é a colonoscopia. D - incorreta, visto que o enema opaco não tem papel no estadiamento de câncer colorretal. 7. Resposta certa: B. Nas doenças inflamatórias intestinais, o risco de câncer colorretal aumenta com a extensão e a duração da doença. A- incorreta, uma vez que doença diverticular não é fator de risco para CCR. B- correta, pois a RCU é um importante fator de risco para CCR, sendo o rastreamento por colonoscopia indicado a partir de 8 a 0 anos da doença. C- incorreta, pois não é fator de risco. D - dieta rica em fibras, na verdade, é um fator protetor para CCR. 8. Resposta certa: C. A pancreatite aguda grave é definida pela presença de disfunção orgânica após 48h do diagnóstico, geralmente está correlacionada como a forma necro-hemorrágica que está presente em até 20% dos casos de pancreatite aguda. O tratamento da pancreatite aguda grave é baseado no suporte clínico, hidratação venosa, analgesia otimizada e suporte nutricional (oral vs. enteral vs. parenteral a depender da aceitabilidade do paciente). A mortalidade atribuída a pancreatite aguda é bimodal: nos primeiros 14 dias associado a intensa resposta inflamatória sistêmica e após 14 dias associada às complicações infecciosas das complicações locais. Por sua vez, o tratamento das complicações locais (coleções líquidas agudas, infectadas ou não, necroses pancreáticas infectadas ou não)devem ser adiados para o mais tarde possível e preferencialmente por via minimamente invasiva (drenagem percutânea guiada por imagem). Já está bem estabelecido que a necrosectomia pancreática precoce AUMENTA a MORBIMORTALIDADE, atingindo até 75%de mortalidade quando realizada nos primeiros 14 dias, e reduzindo para 8% após 30 dias. Nos casos de pancreatite aguda grave,quando a etiologia for biliar, o tratamento definitivo que é a colecistectomia laparoscópica deverá ser adiada para depois de 6 semanas, também pela maior morbimortalidade de procedimentos cirúrgicos na fase inicial. Portanto, a única alternativa ERRADA é a ALTERNATIVA C, já que não há indicação precoce para necrosectomia aberta. 9. Resposta certa: C. Trata-se de um quadro clássico de apendicite aguda, com dor periumbilical que migrou para a fossa ilíaca direita. O diagnóstico é clínico e não há necessidade de mais exames complementares, sendo suficiente para indicar o tratamento, que é a apendicectomia, preferencialmente por via laparoscópica. Caso se opte pela via convencional, há duas opções principais de via de acesso, todas sobre o quadrante inferior direito: a incisão de Davis e a incisão de McBurney. A antibioticoterapia deve ser associada à cirurgia e deve cobrir germes Gram-negativos e anaeróbios. A principal complicação é a infecção de sítio cirúrgico, mais comumente de ferida operatória. 10. Resposta certa: C. A- incorreta, pois os tumores de cólon sempre são operados, pois deve-se evitar quadros obstrutivos (que de outro modo ocorreriam na história natural da doença). B- incorreta, pois pode ser feita, dependendo da experiência do cirurgião e do quadro hemodinâmico do paciente. C- correta, pois se faz “ileocolectomia direita + linfadenectomia”. D- incorreta, pois aqui seria a posterior, na anterior seriam os órgãos fenitais femininos + trato urinário inferior - bexiga e ureter distal, já na posterior, órgãos genitais femininos + retossigmoide. E- incorreta, não existe essa recomendação. 11. Resposta certa: D. A SII, assim como o Câncer de Colo, pode apresentar alterações do hábito intestinal (seja constipação ou diarreia). No entanto, não é esperado da SII perda de peso, hematoqueziaou dor abdominal que desperta o paciente à noite (já que a síndrome é de origem psicogênica e não costuma ter atividade nesse horário). 12. Resposta certa: E. Lembre-se que, ao contrário da Retocolite Ulcerativa, que acomete cólon e reto, a Doença de Crohn pode acometer qualquer parte do sistema digestivo, desde a boca até o ânus. Além disso, seu acometimento não é apenas de mucosa, como da RCIU, mas sim de toda a parede de onde a doença estiver estabelecida. Assim, devido a esse aprofundamento através das camadas da parede intestinal, é comum haver a presença de estenoses e fístulas, como no caso em questão. 13. Resposta certa: C. A DC faz parte do grupo de doenças inflamatórias intestinais, juntamente com a retocolite ulcerativa, sendo este um importante diagnóstico diferencial. Contudo, mesmo após exames diagnósticos, em cerca de 10 a 15% dos casos, não é possível diferenciá-las, ficando com a classificação de colite indeterminada. De acordo com a forma de apresentação e região acometida, outras doenças podem entrar no diagnóstico diferencial, como apendicite (acometimento ileal pode levar a dor localizada em quadrante inferior direito, em cólica) ou outras formas de enterocolites. 14. Resposta certa: C. Sabemos que a retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória que acomete a mucosa dos cólons e do reto, podendo apresentar complicações graves, como o megacólon tóxico, sangramento baixo importante, colite grave e fulminante e, devido ao processo inflamatório crônico, aumenta o risco de displasias da mucosa e, portanto, de neoplasias. No entanto, sabendo apenas o conceito da doença, podemos excluir o acometimento ileal (porção final do intestino delgado), pois este não é comumente acometido, uma vez que a doença se restringe aos cólons e ao reto. 15. Resposta certa: D. A doença celíaca é uma condição que afeta o intestino delgado, causando má absorção intestinal. O quadro aqui é de “colite”, isto é, os sinais e sintomas apontam para a existência de inflamação no colorreto (A ERRADA). A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal que pode afetar qualquer parte do tubo digestivo, da boca ao ânus. Ela até pode comprometer o cólon difusamente, porém, o mais clássico é que o comprometimento seja “salteado”, isto é, o exame endoscópico revela áreas de mucosa doente intercaladas com áreas de mucosa sã (B ERRADA). A colite pseudomembranosa é uma superinfecção intestinal pelo Clostridium difficile, que aparece, em geral, em pacientes que fizeram uso recente de antimicrobianos. Ela até pode aparecer fora desse contexto, porém isso (além de raro) tipicamente acontece com idosos debilitados. O fato é que nenhum desses fatores de risco está presente no caso em tela, logo, a probabilidade pré-teste de CPM é ínfima (C ERRADA). Ora, o que temos aqui, na realidade, é um quadro CLÁSSICO de Retocolite Ulcerativa (RCU). Paciente jovem, com diarreia crônica (> 4 semanas) e sanguinolenta (o sangue nas fezes está presente em virtualmente 100% das RCU, sendo menos comum na DC), apresentando na colonoscopia uma colite difusa (sem áreas de mucosa sã intercalada) marcada por grande comprometimento inflamatório superficial (granularidade, erosões, hemorragia). Na biópsia da RCU é clássica a descrição de um infiltrado neutrofílico e formação de microabscessos glandulares. Na biópsia da DC, por outro lado, um achado essencialmente patognomônico é a presença de granulomas não caseosos (presentes, no entanto, em somente cerca de 30% dos pacientes). Vale lembrar ainda que na “colite de Crohn” é comum que o reto seja poupado (algo que simplesmente não acontece na RCU, condição que SEMPRE afeta primeiro o reto). 16. Resposta certa: E. Os tumores colorretais à direita (pp. ceco, ascendente) são mais associados à anemia e perda ponderal, já que a chance de obstrução neste lado do cólon é mais baixa (maior calibre, fezes mais líquidas). Os tumores localizados à esquerda (pp. retossigmoide), por sua vez, têm mais chances de obstruir, pois o calibre colônico é mais estreito deste lado, além de as fezes estarem mais sólidas e formadas. Logo, o quadro descrito é sugestivo de câncer colorretal à direita. 17. Eritema nodoso, pioderma gangrenoso, úlceras aftosas e orais (estomatite). Geralmente, tais manifestações estão associadas com a intensidade da doença, exceto o pioderma gangrenoso. 18. Resposta certa: B. A - incorreta, pois o reflexo gastrocólico em si pode ser agente de precipitação de evacuação, favorecendo o padrão funcional. B - correta, pois o padrão de sintomas noturnos que atrapalham o sono não é característico dessa síndrome. C - incorreta, pois a presença de um muco transparente, ou seja, sem produtos patológicos, fala a favor de diarreia funcional. D - incorreta, visto que a presença de cólicas abdominais associadas à diarreia e, principalmente, que cedem com a evacuação, é característica da SII. E - incorreta, pois a piora dos sintomas ou o desencadeamento com gatilhos psicológicos são características da síndrome. 19. Resposta certa: E. Todas as situações listadas podem ocorrer na síndrome disabsortiva. As vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis e, portanto, têm sua absorção comprometida quando existe esteatorreia (pois o excesso de gordura perdido nas fezes “quela” as referidas vitaminas). Isto leva à cegueira noturna (hipovitaminose A), osteomalácia (hipovitaminose D) e fenômenos hemorrágicos (hipovitaminose K). A vitamina D também é importante na conjugação de sais biliares. A ausência da bilirrubina conjugada (direta) nas fezes pode levar ao supercrescimento bacteriano intestinal. A anemia pode ser causada por má absorção de ferro, vitamina E, ácido fólico e vitamina B12. A deficiência de tiamina (vit. B1) e vit. B12 pode causar neuropatia. A hipoalbuminemia é constante nas síndromes disabsortivas e é um importante preditor de desnutrição. 20. Resposta certa: A. A síndrome do intestino irritável é caracterizada por dor abdominal crônica/recorrente associada à alteração do hábito intestinal sem evidência de doença orgânica. Predomina em mulheres dos 30-50 anos e realmente é associada estatisticamente à fibromialgia e outros transtornos “funcionais”. Pode ser diagnosticada a partir dos critérios de Roma IV: presença de dor abdominal recorrente, pelo menos 1 vez por semana nos últimos 3 meses, associada a pelo menos dois dos seguintes: 1) Relação com evacuação; 2) Início da dor coincide com alteração na frequência fecal; 3) Início da dor coincide com alteração na aparência das fezes. 21. Resposta certa: D. A assertiva I é verdadeira, pois o tratamento cirúrgico geralmente é indicado em dor grave, refratária, limitante, apesar das medidas terapêuticas adotadas, comportamentais e farmacológicas. A assertiva II é verdadeira, visto que o tratamento de escolha para pacientes que possuem doença de grande ducto, com dilatação, é a anastomose laterolateral pancreático-jejunal (procedimento de Puestow, hoje modificado). A assertiva III é verdadeira, pois quando não há dilatação dos ductos na doença pancreática crônica, a técnica endoscópica com esfincteroplastia do ducto biliar comum é uma possibilidade. Por fim, a alternativa IV é falsa, uma vez que o bloqueio nervoso do plexo celíaco não é o tratamento de escolha após falha com analgésicos. Ele deve ser reservado para pacientes com dor refratária sem condições ou indicações adequadas para outras técnicas cirúrgicas, sendo seus efeitos transitórios. 22. Resposta certa: A. A disfunção exócrina provoca sintomas mais tardiamente, e a esteatorreia geralmente ocorre quando se atinge 10% ou menos de função exócrina pancreática. A alternativa B está incorreta, pois embora a causa do emagrecimento seja a deficiência de síntese de enzimas digestivas causando disabsorção, o que justifica perda ponderal mesmo com ingesta alimentar normal, a insuficiência pancreática exócrina se manifesta francamente em estágios mais avançados, tardiamente. A alternativa C está incorreta, pois o colédoco possui uma porção intrapancreática, e a doença pancreática com destruiçãoarquitetural, fibrose e calcificações pode provocar icterícia de caráter obstrutivo. Além disso, pacientes com pancreatite possuem alta prevalência de doença calculosa das vias biliares. A alternativa D está incorreta, pois as vitaminas lipossolúveis geralmente são absorvidas normalmente na mucosa intestinal nos quadros de insuficiência pancreática exócrina, uma vez que não há doença da mucosa intestinal. Por fim, a alternativa E também está incorreta, tendo em vista que mais de 70% dos pacientes com pancreatite crônica diagnosticada possuem diabetes mellitus. Na literatura, há dados que relatam até 90% de prevalência em portadores de pancreatite crônica calcificada. 23. Resposta certa: D. Paciente em uso de anti-inflamatório não esteroidal (AINE) desenvolve dor abdominal de início súbito com sinais de peritonite e pneumoperitônio (o sinal de Jobert deixa claro este diagnóstico). Tal combinação de dados deve nos fazer pensar em abdome agudo perfurativo. Neste caso, a etiologia mais provável é úlcera péptica perfurada - pelo uso de AINE - e a conduta, rafia da lesão. Dicas para pensar nas demais opções seriam: (1) dor periumbilical migrando para fossa ilíaca direita; (2) dor em barra no abdome superior, com vômitos; (3) dor desproporcionalmente intensa, quando relacionada ao exame físico, que, no início, tende a ser normal; (4) dor em hipocôndrio direito com sinal de Murphy. 24. Resposta certa: C. O enunciado dessa questão é extremamente claro: o quadro álgico desse homem surgiu abruptamente, o que nos faz pensar,dentre as alternativas, em apenas duas: úlcera perfurada e isquemia mesentérica. Qual das duas é a mais provável? Veja, primeiro,que a questão não citou o fato de o paciente ser cardiopata por acaso - talvez ele tenha doença coronariana, implicando doençaaterosclerótica difusa, ou alguma doença emboligênica, como fibrilação atrial; segundo, note que a dor abdominal é desproporcional ao exame físico. Esses dados, em conjunto, são altamente sugestivos de isquemia mesentérica! Caso esse paciente tivesse úlcera perfurada há três horas, já encontraríamos sinais de peritonite. 25. Resposta certa: B. A idade também é fator de risco para o câncer colorretal, porém, o ponto de corte considerado “divisor de águas” é 50 anos, e não 40. Considera-se que todo ser humano — mesmo na ausência de qualquer fator de risco adicional — se tornará de risco no mínimo intermediário para câncer colorretal ao atingir a idade de 50 anos. É por este motivo que o rastreio desta doença é indicado para todas as pessoas a partir de tal idade. 26. Ordem correta: III, II, IV, I. O primeiro caso foi uma mulher JOVEM com dor abdominal epigástrica AGUDA, o que nos faz pensar em pancreatite aguda. O segundo caso apresenta um homem DIABÉTICO e OBESO, que já infartou, ou seja, claramente uma síndrome metabólica, o que sugere pancreatite aguda por hipertrigliceridemia. O terceiro caso trata-se de um homem com CALCIFICAÇÕES pancreáticas, o que nos fala que ele já possui uma pancreatite crônica. Por fim, o último caso é de um homem com dor abdominal CRÔNICA e ESTEATORREIA, além de DIABETES e EMAGRECIMENTO. Dessa forma, ele apresenta não apenas pancreatite crônica, mas também um diagnóstico mais avançado, que é o da insuficiência pancreática. 27. Resposta certa: C. Portadores de deficiência de lactase (intolerância à lactose) referem a ocorrência de manifestações clínicas bastante estereotipadas após ingestão de leite e derivados, logo, o diagnóstico clínico após anamnese dirigida possui elevada acurácia. Os sinais e sintomas comumente presentes são: plenitude pós-prandial, saciedade precoce, cólicas, distensão abdominal, diarreia, flatulência. Exames simples de fezes corroboram a impressão clínica (pH fecal < 5,5, gap osmolar fecal elevado), e o diagnóstico geralmente é confirmado, na prática atual, pelo teste de exalação de lactose marcada com H2 (ou “teste do HIDROGÊNIO no ar expirado de lactose” - superior ao teste de carbono marcado). Lembre-se de que a biópsia intestinal é NORMAL nessa doença, não sendo importante para confirmação. É claro que outros exames podem ser solicitados com o intuito de afastar outras possíveis entidades no diagnóstico diferencial, como coprocultura, parasitológico de fezes, entre outros. Um hemograma, vale lembrar, também é de bom tom, pois a existência de anemia sugere desnutrição pela diarreia crônica. Existem ainda outros métodos que serão mais ou menos utilizados conforme a prática de local e disponibilidade (ex.: pesquisa direta de açúcares nas fezes). 28. Resposta certa: B. O teste da D-xilose diferencia entre uma DOENÇA DA MUCOSA INTESTINAL e INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA. Ele é feito da seguinte forma: ministra-se 25 g de D-xilose pela via oral e mede-se a D-xilose urinária nas próximas 5h. Em um indivíduo normal, a D-xilose é absorvida pela mucosa de forma independente da ação do suco pancreático e, após a carga de 25 g, espera-se que no mínimo 5 g sejam encontrados na urina após um período de 5h. Se a D-xilose urinária for > 5 g, a causa da má absorção intestinal deve ser uma insuficiência exócrina do pâncreas. Por outro lado, com uma mucosa intestinal primariamente doente, a D-xilose não consegue ser absorvida. Nesta situação, espera-se < 5 g de D-xilose na urina de 5h. 29. Resposta certa: D. Afirmativa I CORRETA - A pancreatite crônica, na maioria dos casos associada ao abuso de etanol, provoca disfunção pancreática com maior frequência que outras causas, como fibrose cística, obstrução do ducto pancreático e, raramente, somatostatinoma. Quando mais de 90% da função secretora pancreática é perdida, ocorre insuficiência pancreática exócrina, que traz como consequência a má digestão intraluminal e esteatorreia. Em termos quantitativos, a esteatorreia é definida como um nível de gordura fecal superior à taxa normal de 7 g/dia; Afirmativa II CORRETA - Tem sido observada elevada prevalência de supercrescimento bacteriano em pacientes com síndrome do intestino irritável, principalmente no subgrupo com predomínio de diarreia; Afirmativa III INCORRETA - Durante a realização da EDA, já podemos fortalecer a hipótese de doença celíaca quando visualizamos mucosa atrófica e redução do pregueamento mucoso com aspecto serrilhado. Porém, a biópsia de delgado é o exame padrão-ouro para o diagnóstico da doença e, assim, o aspecto macroscópico da mucosa à endoscopia não é suficiente para afastar o diagnóstico. Os achados histológicos compatíveis com doença celíaca são: atrofia de vilosidades, hiperplasia de criptas e infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria (> 40/100 enterócitos). Assim, somente as afirmativas I e II estão CORRETAS. 30. Resposta certa: E. A doença de Whipple é uma doença infecciosa causada por um bacilo Gram-positivo denominado Tropheryma whipplei. A presença de esteatorreia associada a manifestações sistêmicas como artrite, mioarritmia oculomastigatória e oculofacialesquelética, endocardite, demência, entre outras, configura o quadro clínico da doença. A presença, na biópsia de delgado, de macrófagos PAS-positivos contendo pequenos bacilos é o grande marco diagnóstico. O tratamento é realizado nas primeiras duas semanas com ceftriaxona ou meropenem intravenosos, seguido de terapia de manutenção com sulfametoxazol + trimetoprima da segunda semana até o final de 1 ano.
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