Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO Meu nome é Érika da Silva Bronzi Moura. Sou nutricionista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), mestre em Saúde na Comunidade pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), doutora em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), em Araraquara/SP, e licenciada em Biologia pelo Claretiano – Centro Universitário de Batatais/SP. Atualmente, sou docente do curso de Nutrição e de Educação Física do Claretiano – Centro Universitário, nos quais ministro as disciplinas de Nutrição Social, Técnica Dietética e Prática de Laboratório, Metodologia Científica, Educação Alimentar e Nutricional, Nutrição Aplicada ao Esporte e Nutrição e Dietética, além de ser supervisora de estágio em Nutrição Clínica Ambulatorial e desenvolver trabalhos de pesquisa com a comunidade de Batatais e os alunos do curso de Nutrição em grupos de Educação Alimentar e Nutricional. Também sou docente e coordenadora de curso e do curso técnico em Nutrição e Dietética da Etec "José Martimiano da Silva", do Centro Paula Souza, em Ribeirão Preto/SP. E-mail: esbronzi@claretiano.edu.br Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Érika da Silva Bronzi Moura Batatais Claretiano 2020 TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO © Ação Educacional Claretiana, 2020 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Gerente do Material Didático: Rodrigo Ferreira Daverni Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 613.2 M886t Moura, Érika da Silva Bronze Técnica dietética e prática de laboratório / Érika da Silva Bronze Moura – Batatais, SP : Claretiano, 2020. 189 p. ISBN: 978-65-88553-08-4 1. Técnica dietética. 2. Análise sensorial. 3. Fator de correção. 4. Planejamento de cardápio. 5. Custo. I. Técnica dietética e prática de laboratório. CDD 613.2 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título:Técnica Dietética e Prática de Laboratório Versão: ago./2020 Formato: 15x21 cm Páginas: 189 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. NTRODUÇÃO .................................................................................................... 11 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 17 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 18 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 21 2.1. INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA .................................................... 22 2.2. LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA ................................................. 24 2.3. METODOLOGIA PARA PESOS E MEDIDAS DE DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS ....................................................... 28 2.4. TÉCNICAS BÁSICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS ...................... 39 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 50 3.1. INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA .................................................... 51 3.2. LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA ................................................. 51 3.3. METODOLOGIA PARA PESOS E MEDIDAS DE DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS ........................................................ 52 3.4. TÉCNICAS BÁSICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS ...................... 53 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 53 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 55 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 55 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 56 UNIDADE 2 – CONTROLE DE PROCESSOS E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS GRUPOS ALIMENTARES 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 59 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 59 2.1. AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS E CUSTO .................................................... 60 2.2. ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS .................................................... 63 2.3. RECEITUÁRIO PADRÃO ............................................................................ 66 2.4. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS PARA GRÃOS: CEREAIS E LEGUMINOSAS ............................................... 70 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 89 3.1. AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS E CUSTO .................................................... 89 3.2. ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS .................................................... 89 3.3. RECEITUÁRIO PADRÃO ........................................................................... 90 3.4. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS PARA GRÃOS: CEREAIS E LEGUMINOSAS ............................................... 90 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 91 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 93 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 93 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 94 UNIDADE 3 – TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM FIBRAS, VITAMINAS E MINERAIS E DE AÇÚCARES E GORDURAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 97 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .............................................................97 2.1. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM VITAMINAS, MINERAIS E FIBRAS: FRUTAS E HORTALIÇAS ............................................................................ 98 2.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE AÇÚCARES E PRODUTOS AÇUCARADOS E DE ÓLEOS E GORDURAS .............................................. 114 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 130 3.1. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM VITAMINAS, MINERAIS E FIBRAS: FRUTAS E HORTALIÇAS ................... 130 3.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE AÇÚCARES E PRODUTOS AÇUCARADOS E DE ÓLEOS E GORDURAS .............................................. 131 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 132 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 134 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 134 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 136 UNIDADE 4 – TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS, CONDIMENTOS, CALDOS, MOLHOS, SOPAS E BEBIDAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 139 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 139 2.1. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS: OVOS E CARNES (BOVINA, SUÍNA, AVES E PESCADOS) ...................................................................... 139 2.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS: CONDIMENTOS, CALDOS, MOLHOS, SOPAS E BEBIDAS ....................... 166 2.3. CALDOS, MOLHOS E SOPAS .................................................................... 180 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 185 3.1. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS: OVOS E CARNES ................................................ 185 3.2. TÉCNICAS DE SELEÇÃO E PREPARO DE ALIMENTOS: CONDIMENTOS, CALDOS, MOLHOS E SOPAS E BEBIDAS ..................... 186 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 186 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 188 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 188 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 189 9 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo Definição, objetivos e aplicação da Técnica Dietética. Laboratório de Téc- nica Dietética: normas para uso e frequência no laboratório. Característi- cas dos alimentos. Técnicas de aferição de pesos e medidas de diferentes tipos de alimentos. Operações culinárias para pré-preparo e preparo de alimentos. Fator de correção e índice de conversão. Custo e aquisição de alimentos. Análise sensorial dos alimentos. Técnicas de seleção e preparo de diversos grupos alimentares: cereais, leguminosas, hortaliças, frutas, carnes, ovos, açúcares e produtos açucarados, óleos e gorduras, condi- mentos, infusos e bebidas, sopas, caldos, molhos. Culinária nacional e internacional. Planejamento e elaboração de cardápios. Técnica Dietéti- ca aplicada: as Relações Étnico-Raciais e a História da África e da Cultura Afro-brasileira. Bibliografia Básica ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. RODRIGUES, V. B. (Org.). Técnica dietética I. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. RODRIGUES, V. B. (Org.). Técnica dietética II. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. Bibliografia Complementar BENETTI, G. B. (Org.). Manual de técnicas dietéticas. São Caetano do Sul: Yendis. 2013. CAMARGO, É. B. (Ed.). Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. São Paulo: Atheneu, 2005. 10 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO DOMENE, S. M. Á. Técnica dietética: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. FREIXA, D.; CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2009. JAPUR, C. C.; VIEIRA, M. N. C. M. Dietética aplicada na produção de refeições. São Paulo: Guanabara Koogan, 2011. REGGIOLLI, M. R. Planejamento de cardápios e receitas para unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Atheneu, 2002. TEICHAMANN, I. Cardápios: técnicas e criatividade. 5. ed. Caxias do Sul: Educs, 2000. E-referências IFRO – INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA. Princípios do planejamento de cardápios. Aula 01. 2015. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=mHk2xN69qs8>. Acesso em: 19 set. 2019. RAMOS, P. Entendendo fichas técnicas. 2016. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=HEGfYcXZ4pI>. Acesso em: 19 sert. 2019. VIEIRA, T. Vídeo – Curso on-line de Técnica Dietética – Portal Educação. 2008. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WCJTlM2H75k>. Acesso em: 19 set. 2019. É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se- lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu- ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató- rios, para efeito de avaliação. 11© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO O estudo de Técnica Dietética e Prática de Laboratório é fundamental para a atuação do nutricionista em diversas áreas do conhecimento científico da Nutrição e Alimentação, pois per- mite compreender as operações às quais os alimentos são sub- metidos no seu processo de pré-preparo e preparo, tornando possível o consumo seguro e respeitando os aspectos racionais da elaboração dos alimentos. Na Unidade 1 desta obra, iniciaremos o estudo com uma introdução dos conceitos básicos de Técnica Dietética e do La- boratório de Técnica Dietética, conhecendo as normas de utili- zação do laboratório. Além disso, estudaremos as características dos alimentos e a metodologia para aferição de pesos e medidas de diferentes tipos de alimentos. Finalizaremos o estudo dessa unidade aprofundando o conhecimento das técnicas básicas de manipulação de alimentos. Na Unidade 2, estudaremos sobre as técnicas corretas de aquisição de alimentos para unidades de alimentação e nutri- ção, visando à redução de custos e à manipulação de alimentos de maneira racional. Além disso, verificaremos como deve ser elaborado um receituário padrão e quais aspectos devem ser le- vados em consideração na análise sensorial de alimentos. Esta será finalizada com o estudo das técnicas de seleção e preparo de alimentos para cereais e leguminosas. A Unidade 3 abordará as técnicas de seleção e preparo de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais: hortaliças e fru- tas, bem como as técnicas de seleçãoe preparo de açúcares e produtos açucarados e de óleos e gorduras. 12 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO A Unidade 4, por fim, aborda as técnicas de seleção e pre- paro de alimentos ricos em proteínas: ovos e carnes (bovina, suí- na, aves e pescados) e o estudo de técnicas de seleção e preparo de alimentos como condimentos, caldos, molhos e sopas e bebi- das, finalizando o estudo da Técnica Dietética com a abordagem sobre a culinária regional brasileira e internacional e a elabora- ção e planejamento de cardápios para coletividades sadias. O estudo deste conteúdo pretende conscientizar você da importância da Técnica Dietética no dia a dia do trabalho do nutricionista. Independentemente da área em que o profissio- nal trabalhe, é preciso utilizar esse conteúdo de maneira críti- ca, compreendendo: o modo de preparar os alimentos, unindo a arte culinária com os aspectos sensoriais; a preservação de nutrientes; o custo acessível; e o aproveitamento integral dos alimentos, respeitando a sustentabilidade, as preferências e os hábitos alimentares e regras da alimentação saudável. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí- nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) À americana: tipo de serviço à mesa usado em oca- siões informais em que as pessoas se servem. 2) À francesa: tipo de serviço à mesa sofisticado, usado em ocasiões formais. Nele, os pratos vêm montados e decorados da cozinha e são servidos por garçons que devem estar uniformizados e vestidos de maneira impecável. 13© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 3) À jardineira: pratos que se caracterizam pela combina- ção de vários tipos de legumes cortados em cubinhos, que podem ser apresentados tanto guarnecendo o prato como fazendo parte dele. 4) À julienne: denominação usada para vegetais cortados em tirinhas de quatro a cinco centímetros de compri- mento por dois a três centímetros de largura. Essa de- signação também é dada a uma sopa na qual se cozi- nham vegetais cortados dessa forma. 5) “À la”: é um termo utilizado para designar uma prepa- ração feita de uma maneira específica, ou ainda indicar o nome da pessoa que criou o prato ou o nome do in- grediente que o define. 6) À la carte: expressão francesa que significa "como está no cardápio". É usado para designar "a maneira do car- dápio". Essa expressão pode ser usada para definir o tipo do restaurante – por exemplo, “restaurante à la carte”. 7) À milanesa: modo de pré-preparo em que o alimento é envolvido por farinha de rosca e em ovo para fritar ou assar. 8) Aferventar: cozimento rápido em água em ebulição. 9) Agridoce: combinação de sabores doce e azedo. Con- siste na mistura de condimentos e/ou frutas ácidas com açúcar e mel. Obtém-se o molho agridoce, que combina com carne de porco, aves e peixes, utilizado na cozinha chinesa. 10) Al dente: estado de cozimento de massa que significa ao ponto. A massa está cozida, mas oferece resistência à mordida. 14 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1) Amassar: operação do pré-preparo de alimentos que consiste em reunir ingredientes secos (farinha de trigo, açúcar), com pastosos (ovos, gordura) e líquidos (água, leite) para alterar a consistência de uma massa. 2) Antepastos: pratos de sabor picante que preparam o estômago para receber os alimentos, pois estimulam a secreção dos sucos digestivos. Podem ser servidos como entrada ou no couvert. 3) Ao sugo: molho feito basicamente de tomates, que acompanha massas em geral. 4) Bater: movimento feito utilizando pá de bolo ou batedeira para obter a união de substâncias dificilmente miscíveis. 5) Bouquet garni: amarrado de condimentos (salsa, alecrim, louro, tomilho ou manjericão, mostarda, manjerona, alho poró, salsão e aipo). 6) Caldo apurínico: caldo de vegetais (sem carnes) utilizado comumente em dietas. 7) Caramelizar: submeter o açúcar a calor seco (processo de desidratação), até obter uma coloração escurecida de sabor caramelo. 11) Cheiro verde: combinação de salsa e cebolinha, mui- to usada para temperar preparações da culinária brasileira. 12) Grelhar: submeter o alimento a cozimento em grelha sobre brasas ou em grelha elétrica ou a gás. 13) Lardear: entremear uma peça de carne com toucinho, presunto e/ou cenoura. A palavra vem do francês "lar- don”, que significa “toucinho”. 15© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 14) LTD: Laboratório de Técnica Dietética. 15) Marinada: mistura aromática feita de temperos ver- des, secos e líquidos, utilizada para a maceração de diversos tipos de carne, conferindo aroma especial aos alimentos. 16) Medalhão: porções de carne, peixe ou frango, com 1 a 1,5 cm de espessura, de forma ligeiramente oval. A carne mais usada é o filé-mignon, porque esse tipo não possui nervos nem gordura. 17) Merengue: espécie de suspiro firme com o qual se co- brem tortas, bolos ou outras preparações doces. 18) Mexido: preparação culinária em que entram um ou mais ingredientes cozidos em fogo brando e mexidos durante todo o tempo de cocção. O mais conhecido dos mexidos são os ovos mexidos. 19) Moqueca: espécie de ensopado, típico do Nordeste brasileiro, que tem como base o azeite de dendê e o leite de coco. Pode ser feita com peixe, camarão, fran- go, siri etc. 20) Petit four: biscoito de massa delicada, crocante e de apresentação decorativa. 21) Pincelar: adicionar em preparações de panificação ou pastelaria, com auxílio de pincéis, manteiga ou gemas de ovos, para evitar que ressequem ou para que adqui- ram cor dourada. 22) Poché: alimento (normalmente, utiliza-se o ovo) co- zido em água acidulada, obtendo-se a coagulação superficial. 23) Polvilhar: espalhar substância pulverizada (farinha de trigo, canela, dentre outras) sobre a preparação. 16 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 24) Ponche: mistura de bebidas alcoólicas (vinho, rum, champagne) com frutas ou suco de frutas e açúcar. É servida gelada. 25) Purê: preparação de alimento amassado ou passado por peneira, podendo ser enriquecido com manteiga, leite e temperos suaves. 26) Refogar: técnica de cozimento que consiste em pas- sar o alimento em gordura quente, fazendo-o cozinhar em seus próprios sucos, em forma de vapor ou adicio- nando-se pequena quantidade de líquido quente aos poucos. Constitui a primeira etapa do guisado e do ensopado. 27) Regar: despejar na superfície do alimento gordura, cal- do ou tempero. 28) Remolho: permanência do alimento por várias horas na água, com a finalidade de amolecer, hidratar, ou perder sal. 29) Sautée: alimentos cozidos, dourados com pouca gor- dura e salpicados com salsa picada. 30) Suflê: preparação semelhante a um pudim, que é cozi- da no forno. Em sua composição, é acrescida clara de ovos em neve. Apresenta consistência esponjosa. 31) Tutano: substância cremosa e gordurosa no interior dos ossos. 32) UAN: Unidade de Alimentação e Nutrição. 33) Untar: operação culinária que consiste em passar man- teiga, óleo ou gordura em formas para impedir que o alimento grude no recipiente durante o cozimento. Pode-se enfarinhar a forma depois de untada. 17© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 34) Vinagrete: mistura de vinagre, azeite ou óleo, sal e pi- menta usada como tempero de certos pratos ou como molho. 35) Vinha d’alhos: remolho em temperos diversos e meio ácido para ativar o sabor de carnes. 36) Virado: prato feito com feijão (tutu), farinha de man- dioca ou milho, torresmo e ovos. A diferença está nos complementos. O tutu é basicamente o feijão mistura- do com farinha de milho ou mandioca. 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei- tos mais importantes deste estudo. Pode-se observarneste esquema os principais conceitos abordados nesta obra e a rota para construir o conhecimento. Um exemplo de rota a ser construída a partir do Esquema é a seguinte: o alimento é submetido à técnica dietética, respei- tando os principais objetivos da técnica dietética: nutricionais, higiênicos, digestivos, sensoriais e econômicos. Ao preparar um alimento de maneira racional, deve-se levar em consideração os métodos de seleção e preparo, aprofundando os grupos de alimentos: ovos, carnes, hortaliças, frutas, cereais, leguminosas, condimentos, açúcares, óleos e gorduras. 18 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Técnica Dietética e Prática de Laboratório. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. 19 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Objetivos • Explanar o que é técnica dietética e a relevância do seu estudo para o nutricionista. • Conhecer as normas de utilização do laboratório de técnica dietética. • Descrever como são classificados os alimentos segundo a sua origem e a forma como são produzidos. • Compreender as técnicas para aferição de pesos e medidas de dife- rentes tipos de alimentos utilizados em preparações culinárias. • Compreender e executar técnicas básicas de manipulação de alimen- tos e verificar a interferência delas no resultado final de uma receita. Conteúdos • Introdução à técnica dietética. • Conceitos básicos sobre o laboratório de técnica dietética e sua utilização. • Características dos alimentos. • Metodologia para pesos e medidas de diferentes tipos de alimentos. • Técnicas básicas de manipulação de alimentos. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo desta obra; busque outras informações em si- tes confiáveis e/ou nas referências bibliográficas apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pes- soal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 20 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 2) O estudo da técnica dietética envolve conceitos básicos de Biologia, Quí- mica, Matemática, Física e arte culinária. Dessa forma, quando tiver dú- vida sobre algum conceito específico, você pode buscar aprofundamento em diversas áreas para entender as modificações sofridas pelos alimentos quando submetidos a processos de cozimento por diferentes formas de calor. 3) Como forma de aprofundar o conteúdo estudado nesta unidade, você pode realizar a leitura de livros de técnica dietética disponíveis na Biblio- teca Virtual Pearson, a qual apresenta bibliografias básicas para o estudo dessa área, como a seguinte obra: • PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. 4) A compreensão da metodologia de aferição de pesos e medidas dos ali- mentos será muito importante para as aulas práticas dos encontros pre- senciais. Nelas, será necessário pesar os alimentos antes de submetê-los ao cozimento e fazer relatórios. 5) O estudo das técnicas básicas de manipulação de alimentos serve de intro- dução ao estudo de todos os grupos de alimentos aprofundados nas ou- tras unidades desta obra. Lembre-se de que esta é uma área interessante para o ensino e para a aprendizagem da nutrição e alimentação, visto que é interdisciplinar. 21© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade, serão abordados conceitos iniciais, obje- tivos e aplicação da técnica dietética, sua definição, finalidade e as normas de utilização do laboratório de técnica dietética. Isso capacitará você a iniciar a execução de aulas práticas no la- boratório de técnica dietética utilizando alimentos in natura e industrializados. Além de aprender sobre a metodologia para aferição de pesos e medidas de diferentes tipos de alimentos – como ali- mentos secos em pó, pastosos e líquidos – e as técnicas básicas de manipulação de alimentos, visa-se capacitar você a realizar os cálculos de Fatores de Correção (FC) e Índice de Conversão dos Alimentos (IC). O primeiro busca medir e corrigir as perdas que os alimentos sofrem no processo de pré-preparo, e o segundo ajuda a verificar se o alimento apresentou perdas ou ganho no processo de cocção (hidratação ou desidratação). Será estudada, também, a forma como os alimentos po- dem ser classificados segundo a sua origem e forma de produ- ção, bem como as suas propriedades. Na técnica dietética, é importante conhecer as características dos alimentos e particu- laridades para saber quais as técnicas indicadas para preparo de diversos tipos de alimentos. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 22 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 2.1. INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA A Técnica Dietética (TD) é o estudo dos procedimentos que tornam possível a utilização dos alimentos, visando à preserva- ção de suas qualidades sensoriais desejadas e seu valor nutricio- nal (PHILLIPPI, 2003; ORNELLAS, 2001). A Figura 1 ilustra o conceito de Técnica Dietética: Figura 1 Definição de Técnica Dietética. O estudo da Técnica Dietética apresenta como objetivos: 1) Conhecer as diferentes técnicas de preparo dos alimentos. 2) Identificar as alterações físico-químicas que ocorrem nos alimentos em decorrência do processamento. 3) Compreender as relações entre o custo dos alimentos e de preparações, assim como o rendimento das pre- parações e sua relação com o valor nutritivo. 4) Implementar o uso racional dos alimentos na sua ma- nipulação com vistas à obtenção da segurança alimen- tar e nutricional. 23© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA A utilização racional dos alimentos no seu preparo com- preende o uso de técnicas que objetivem atingir as características dietéticas, digestivas, nutricionais, higiênicas, sensoriais, opera- cionais e econômicas desejáveis. Atingir os aspectos dietéticos significa respeitar as necessidades fisiopatológicas dos comen- sais. Em relação às características digestivas, estas se referem ao uso dos alimentos com técnicas de preparo que facilitem a di- gestão e estejam relacionadas à necessidade do público-alvo do alimento preparado (ORNELLAS, 2007) – por exemplo, o preparo de uma papinha para bebê ou o preparo de uma refeição para um doente ou idoso que apresente dificuldades de mastigação. Os aspectos nutricionais estão ligados ao uso adequado de técnicas de preparo dos alimentos, as quais podem otimizar e/ou preservar o seu valor nutritivo. Considera-se a labilidade de algumas vitaminas e minerais, já que alguns desses micronu- trientes podem ser reduzidos ou perdidos devido à exposição à luz ou ar, ou a variações de pH. Além disso, ao preparar um alimento, deve-se assegurar e/ou melhorar as suas condições higiênico-sanitárias, a fim de produzir alimentos com segurança higiênico-sanitária. É importante destacar que, além de produzir um alimento seguro, otimizar o valor nutritivo e respeitar os aspectos dietéti- cos e fisiológicos dos comensais, é preciso produzir preparações que despertem as experiências sensoriais positivas nos indiví- duos, de modo a agradar seu paladar. Também, ao planejar um cardápio, deve-se levar em conta a viabilidade das preparações segundo a disponibilidade de custo que se deseja empregar no cardápio, escolher técnicas de preparo de alimentos consideran- do os custos envolvidos e os recursos financeiros disponíveis e levar em consideração osaspectos operacionais, o que requer 24 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA organização de recursos e de materiais físicos e humanos utiliza- dos no processamento dos alimentos. Com a finalidade de conhecer as transformações que os alimentos podem sofrer durante o seu preparo, faz-se necessário conhecer os fatores que alteram os alimentos: físicos, químicos e biológicos, exemplificados no Quadro 1. Quadro 1 Fatores que alteram um alimento. TIPOS DE FATORES EXEMPLO DE FATORES Físicos Temperatura, subdivisão, união e dissolução. Químicos Ação enzimática, de ácidos e álcalis, reações químicas e cocção. Biológicos Bactérias, fungos e fermentos. Fonte: adaptado de Ornellas (2007). A leitura indicada no Tópico 3. 1. apresenta mais concei- tos básicos fundamentais à Técnica Dietética. Neste momen- to, você deve realizar essa leitura para se aprofundar no tema abordado. 2.2. LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA O Laboratório de Técnica Dietética (LTD) é uma unidade de desenvolvimento de práticas didáticas e de pesquisa. É compos- to pelas áreas de: ensino; preparação; degustação e discussão dos resultados; avaliação sensorial; armazenamento de mate- riais e utensílios; despensa; lixo; sanitários e vestiários. As atividades desenvolvidas no LTD são: elaboração de pro- tocolos de preparações; testes culinários para conhecer as modi- ficações sofridas pelos alimentos; dimensionamento de pesos e 25© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA medidas caseiras de alimentos; seleção criteriosa dos alimentos para garantir o valor nutritivo e as adequadas condições sani- tárias das preparações; monitoramento constante das modifi- cações ocorridas nos alimentos no processamento; elaboração de registro rigoroso das atividades desenvolvidas no laboratório; cálculo de rendimento das preparações; padronização de por- ções; cálculo de custo das receitas. Dentre os objetivos das aulas no LTD, temos: 1) Conhecer os alimentos in natura e industrializados. 2) Utilizar corretamente os materiais. 3) Sistematizar procedimentos e técnicas. 4) Conhecer pesos e medidas caseiras. 5) Avaliar e degustar as preparações. 6) 6)Praticar normas de higiene e manipulação dos alimentos. 7) 7)Calcular os fatores de correção, conversão e cocção. 8) 8)Racionalizar o trabalho no laboratório. 9) 9)Elaborar relatórios. Para o sucesso e organização do trabalho desenvolvido no LTD, foram elaboradas algumas regras para utilização e frequên- cia do espaço no tocante à conduta pessoal; higiene pessoal; ma- nipulação de alimentos; higienização de materiais, utensílios e equipamentos; planejamento e organização do trabalho. Elas se encontram compiladas no Quadro 2. 26 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Quadro 2 Regras a serem observadas no LTD. CATEGORIA DAS NORMAS NORMAS Conduta pessoal – Ser pontual. – Não utilizar adornos. – Não consumir alimentos a serem preparados. – Participar ativamente de todas as etapas da aula. – Assumir funções preestabelecidas nas aulas. – Evitar conversas paralelas durante as etapas das aulas. Higiene pessoal – Estar paramentado. – Higienizar as mãos com água e sabão ao entrar no LTD, ao iniciar o trabalho e/ou sempre que for necessário. – Não fumar no laboratório. Higienização de materiais, utensílios e equipamentos – Realizar pré-lavagem dos utensílios e equipamentos utilizados. – Higienizar materiais, utensílios e equipamentos imediatamente após seu uso. – Secar materiais, utensílios e equipamentos, antes de guardá-los. – Ser responsável pela área de trabalho, pesagem e degustação. Planejamento e organização do trabalho – Aguardar a divisão das atividades. – Ler atentamente o roteiro de aula antes de iniciar as atividades. – Reunir todo o material a ser utilizado em aula antes de iniciar as atividades. – Transportar os alimentos em meios apropriados. – Organizar todos os materiais após seu uso. – Evitar a geração de restos de alimentos após a degustação, preparar somente o necessário. 27© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA CATEGORIA DAS NORMAS NORMAS Manipulação de alimentos – Não levar à boca utensílios ou as mãos utilizadas na manipulação dos alimentos. – Higienizar os talheres utilizados para provar as preparações imediatamente após seu uso. – Não carregar alimentos com a mão. – Evitar carregar equipamentos pesados. – Escolher panelas com capacidade de acordo com a receita a preparar. – Colocar o alimento para cozinhar em panela tampada e, iniciada a ebulição, diminuir o fogo. – Não abrir o forno durante o processo de cozimento. – Mexer o alimento em cocção em panela metálica, com colher de altileno. – Lavar objetos de vidro, depois louças e, finalmente, as panelas. – Utilizar local próprio para guardar cada objeto. Durante o funcionamento do LTD ou de uma cozinha indus- trial, deve-se sempre visar à economia de tempo, espaço, ener- gia e material. Tais regras e princípios básicos devem ser conside- rados desde sua instalação: o espaço utilizado para a construção deve ser suficiente e compatível com os objetivos estabelecidos e a capacidade desejada; deve apresentar facilidade de abasteci- mento e remoção do lixo; é essencial a boa iluminação, exaustão e ventilação; deve haver área de refrigeração, área de congela- mento, água encanada, fonte de energia alternativa e de fácil controle; equipamentos de cozinha compatíveis com os objeti- vos do local; instalação de móveis e aparelhos de altura acessível aos operadores (ORNELLAS, 2007; DOMENE, 2011). No tocante à presença de equipamentos e utensílios es- senciais para a manipulação dos alimentos, deve-se seguir reco- mendações para seu uso, a fim de conservá-los. Algumas dessas 28 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA recomendações são: evitar atritos e fricção desnecessária em panelas e equipamentos; secar superfícies de materiais que en- ferrujam; não esquecer chapas ligadas; verificar o fechamento de portas de refrigeradores e freezers; limpar cuidadosamente equipamentos elétricos; não deixar panelas secar, nem queimar no fogo; não adicionar água fria em panela muito quente; utilizar tampas bem ajustadas; não utilizar utensílios de madeira. A Técnica Dietética, em resumo, estuda as transformações que ocorrem nos alimentos durante seu preparo e objetiva reter ao máximo os nutrientes e valorizar as características sensoriais dos alimentos. Dessa forma, os ensaios realizados no laborató- rio auxiliam as atividades do nutricionista em diversas áreas de atuação, sempre prezando pela segurança do alimento, com uma rotina do manipulador de alimentos devidamente paramentado e utilizando procedimentos corretos de limpeza, desinfecção e antissepsia, além de boas práticas de utilização de utensílios e equipamentos. As leituras indicadas no Tópico 3. 2. apresentam o con- junto de normas de importantes laboratórios de Técnica Dieté- tica do país. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.3. METODOLOGIA PARA PESOS E MEDIDAS DE DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS Para obter a pesagem correta de alimentos, inicia-se pela escolha de equipamentos adequados, calibrados, com capacida- des de medidas padronizadas, de simples manutenção para fa- 29© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA cilitar seu manuseio e higienização, e de sensibilidade adequada às quantidades utilizadas nas receitas (PHILIPPI, 2014). O sucesso da preparação culinária depende de diversos fatores, incluindo: tipo de utensílio utilizado para medir quan- tidades dos ingredientes, temperatura e tempo de preparo de cada etapa da receita, bem como a qualidade dos alimentos (ma- térias-primas) e a quantidade dos ingredientes. Dessa forma, a padronização dos métodos de pesagemde alimentos em labora- tório de Técnica Dietética, restaurantes ou cozinha experimental é importante para minimizar erros e variações de medidas. Outra forma de preparar receitas culinárias é utilizar as medidas comumente encontradas na cozinha doméstica para reproduzir receitas. São as chamadas medidas caseiras, as quais efetuamos com utensílios disponíveis em casa – colheres de sopa, xícara de chá, copo americano, copo de requeijão, prato, dentre outras, as quais não possuem padronização de quantida- de, pois no Brasil não se tem padronização de capacidades para utensílios domésticos. Contudo, padronizando o modo de medir os ingredientes e sua utilização, pode-se minimizar erros nas re- ceitas, e as medidas caseiras são, então, apenas instrumentos amplamente usados para facilitar a reprodutividade das receitas, já que muitas pessoas não possuem balanças em casa. Vamos, a seguir, tratar em detalhe das medições corretas com a balança e com as medidas caseiras. Confira. Balança Para mensurar alimentos de maneira exata, é necessário ter uma balança de precisão, visando minimizar erros e variações de medidas. É preciso verificar a capacidade (mínima e máxima do equipamento) e a marca, bem como realizar regulagem fre- 30 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA quente. Além disso, deve-se sempre usar a mesma balança para a pesagem de todos os ingredientes, evitando alterações decor- rentes de possíveis diferenças entre equipamentos. Siga os passos para a aferição das medidas: • Pesar um recipiente medidor e anotar o peso. • Colocar o ingrediente no recipiente e pesar. • Subtrair o peso do recipiente do peso total. Se se for usar uma balança digital, é preciso proceder da seguinte forma: • Zerar e nivelar a balança. • Colocar o recipiente medidor na balança. • Tarar (zerar) a balança com o recipiente em cima dela. • Colocar o alimento no recipiente e anotar o peso, que será correspondente apenas ao alimento. Medidas caseiras O objetivo de utilizar medidas caseiras no laboratório de Técnica Dietética e em restaurantes é facilitar as preparações de alimentos e efetivar a análise quantitativa da alimentação de in- divíduos quando se aplica inquéritos alimentares em indivíduos e eles relatam a ingestão alimentar em medidas caseiras e não em peso e volume (PHILIPPI, 2014). 31© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Figura 2 Medidas caseiras de utensílios domésticos. A utilização de medidas caseiras apresenta como vanta- gem a disponibilidade de utensílios domésticos, menor custo e facilidade de utilização desses utensílios. Como desvantagem, temos que o produto final pode ser diferente a cada execução, tornando mais difícil o controle de qualidade, quantidade e cus- to da preparação. Ao utilizar as medidas caseiras para reproduzir receitas, é comum encontrar algumas dificuldades, como: 1) Variedade de nomes para o mesmo produto. Por exemplo: • Aipim; macaxeira; mandioca. • Almeirão; carirú. • Cenoura amarela; mandioquinha; batata baroa. 2) Variedade de utensílios descritos em receitas sem pa- dronização de volume: • Canecas. 32 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA • Cuias. • Latas. 3) Nomes de medidas. Por exemplo: • Um punhado. • Um pouquinho. • Um molho. Ao realizar a medida, deve-se respeitar também as padro- nizações de níveis. Os utensílios empregados como medidas de volumes são usados nos níveis nivelado, raso e cheio. Ao aferir pesos de medidas para pães, bolachas, doces, fru- tas e hortaliças medidos inteiros, pode-se adotar a classificação de unidade pequena, média ou grande. A seguir, descreveremos como deve ser realizada a aferi- ção de medidas para ingredientes de diferentes consistências. Ingredientes sólidos Os alimentos sólidos são diversos em relação à sua forma física (pó, tabletes, grãos etc.), o que demanda cuidados espe- ciais para pesagem e medição precisas: 1) Os ingredientes não devem ser pressionados para se- rem medidos e nem sacudidos. 2) Se estiverem apresentando grumos, é preciso utilizar uma colher para desfazê-los antes de pesar. 3) Deve-se peneirar quando possível. 4) Com o auxílio de uma colher, os alimentos devem ser cuidadosamente colocados no utensílio de medida, sem que sejam comprimidos, até que o utensílio esteja cheio por completo. 33© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 5) Utilizando-se uma espátula ou o lado cego da faca, a superfície do recipiente deve ser nivelada, retirando- -se o excesso. 6) O ingrediente não deve ser retirado da lata ou do paco- te com o utensílio de medição. 7) Para medir uma colher de ingrediente seco, deve-se enchê-la bem e retirar o excesso com uma espátula ou o lado reto da lâmina de uma faca, em posição vertical. 8) Não se deve apertar na colher, pressionando o alimen- to no utensílio. 9) Para medir quantidades fracionadas (por exemplo, ½ colher), é preciso enchê-la, passar a espátula ou a faca, nivelando-a, depois cortar o ingrediente pela metade, no sentido do comprimento da colher, e, por fim, tirar a metade do conteúdo. Figura 3 Aferição de ingrediente seco em uma receita no nível nivelado. 34 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Ingredientes líquidos Na aferição de medida de ingredientes líquidos, não se apresenta grande preocupação com a compactação natural do alimento, como no caso dos ingredientes sólidos. Fonte: Laboratório de Química, 2018. Figura 4 Aferição de ingrediente líquido utilizando a proveta. A seguir, apresentamos a descrição de como deve ser feita essa medida: 35© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 1) Os ingredientes devem ser colocados nos utensílios em que serão pesados e, em seguida, transferidos para medidores de vidro com graduação para leitura do volume. 2) O recipiente deve ser preenchido aos poucos com o auxílio de um funil, até atingir a quantidade indicada na receita. 3) A leitura deve ser feita em superfície plana, ao nível dos olhos. 4) Não se deve segurar o medidor na mão enquanto se despeja o líquido, nem levantá-lo ao nível dos olhos para ver as marcações. É preciso abaixar-se até o nível do medidor ou colocá-lo numa prateleira ao nível dos olhos e fazer a aferição no nível do menisco. 5) Deve-se encher gradativamente o medidor até o ingre- diente atingir a quantidade desejada (PHILIPPI, 2014). Ingredientes pastosos ou gordurosos (doce de leite, manteiga, banha, mel) Na medida de ingredientes de consistência pastosa ou gor- durosa em receitas, deve-se pesá-los em temperatura ambiente para não sofrerem alteração de volume. Depois, deve-se adotar as seguintes ações, a fim de evitar erro de medida: 1) Colocar o alimento em um utensílio padronizado, com o auxílio de uma colher. 2) Pressionar o alimento a cada adição, a fim de acomo- dá-lo e evitar a formação de bolhas de ar. 36 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 3) Quando a medida estiver cheia, nivelar a superfície com espátula ou com o lado cego da faca para retirar o excesso. 4) Para medir com colheres, pode-se colocar o alimento diretamente, tomando-se cuidado para evitar a forma- ção de bolhas e a adesão do produto na parte externa da colher. Vale ressaltar, por fim, que, para a pesagem de óleos, são observados os mesmos procedimentos para ingredientes líquidos. Método para redação de receitas culinárias É importante ao nutricionista, no trabalho na unidade de alimentação e nutrição, a padronização de receitas culinárias e, para isso, deve-se compreender o que é uma receita e como deve ser descrita. Ela consiste em uma fórmula para obtenção de uma preparação culinária. Deve apresentar ingredientes, quan- tidades, modo de preparo, tempo despendido para o seu prepa-ro, rendimento final, valor calórico e custo. Além disso, pode-se apresentar as receitas dividindo-as em função dentro do cardá- pio. A redação deve conter informações claras e precisas. Suas finalidades são: • Serve como base de cálculo para o custo das preparações. • Facilita o trabalho de compras e o controle de desperdícios. • Possibilita o aumento da produtividade. Algumas recomendações sobre como utilizar as receitas são as seguintes: 37© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 1) Ler com atenção a receita. 2) Verificar se existem termos desconhecidos e pesquisar seus significados. 3) Não modificar as quantidades de ingredientes descritas. 4) Não alterar os condimentos indicados na receita. 5) Reunir os ingredientes e utensílios. Escrever uma receita culinária exige um método que per- mita ao leitor compreender e executar a fórmula, assim como a repetição com resultados semelhantes (reprodutibilidade) em todas as vezes que a receita for preparada. Nas receitas, os alimentos são relacionados e classificados em grupos e por ordem alfabética, e elas devem apresentar: 1) Nome fantasia (por exemplo, torta caipira). 2) Nome técnico, com a descrição da preparação e iden- tificação dos principais ingredientes (torta de frango com milho e requeijão). 3) Lista detalhada dos ingredientes por ordem de uso. 4) Lista dos utensílios, com descrição de capacidade e tamanhos. 5) Descrição de quantidades, em medidas usuais ou pa- dronizadas e em gramas. 6) Modo de preparo. 7) Tempo de pré-preparo e preparo. 8) Temperatura de cocção. 9) Rendimento da receita; 10) Custo total e por porção. 38 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 11) Valor nutritivo. 12) Definição da forma verbal: infinitivo ou em terceira pessoa. 13) Grupo a que a preparação pertence. Caso seja necessário indicar medidas de forma abreviada, é importante usar o padrão disponível no quadro a seguir. Quadro 3 Formas abreviadas de medidas em receitas. C Colher de sopa c Colher de chá Cs Colher de sobremesa cc Colher de café peq Pequeno md Médio gde Grande F Passo a passo À Tempo de preparo xíc Xícara de chá r Raso (a) ch Cheio (a) dt Dente u Unidade q.s. Quantidade suficiente ä Porções em pratos rasos (individual) ½ Frações Fonte: adaptado de Philippi (2014, p. 15). A leitura indicada no Tópico 3. 3. expandirá seu conheci- mento sobre as medidas estimadas dos itens mais consumidos na cozinha brasileira. Neste momento, você deve realizar essa leitura para se aprofundar no tema abordado. 39© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 2.4. TÉCNICAS BÁSICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS A utilização correta e racional dos alimentos envolve arte e ciência. O uso de calor para o preparo dos alimentos implica alterações como redução da umidade, desnaturação proteica, gelatinização do amido, inativação de fatores antinutricionais, redução ou eliminação de formas viáveis de microrganismos. Ao adotarmos as técnicas básicas de preparo dos alimen- tos em Técnica Dietética, devemos assegurar: 1) Valor nutritivo adequado. 2) Aproveitamento máximo dos alimentos e mínimo desperdício. 3) Palatabilidade agradável (maior aceitação). 4) Digestibilidade e melhor absorção dos nutrientes. 5) Aspecto visual atraente da preparação (ORNELLAS, 2007). As etapas de preparo dos alimentos para o consumo são divididas em operações de pré-preparo e preparo dos alimentos. As operações de pré-preparo correspondem às operações a que os alimentos são submetidos antes de sua cocção, as quais podem ser operações de união ou de separação, além das de limpeza e desinfecção (as quais podem ser seca, como catar o feijão, ou úmidas, como lavar frutas, verduras e legumes). Vamos iniciar o detalhamento desses processos falando das operações de pré-preparo. Métodos de divisão de alimentos. 40 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Operações de pré-preparo Como já mencionado, são diversas as naturezas das ope- rações de pré-preparo. Comecemos pelos métodos de divisão. Métodos de divisão de alimentos no pré-preparo Dentre os métodos de divisão de alimentos, existe a divi- são simples, que compreende a manipulação em que o alimento é fracionado em partes, sendo que cada fragmento que foi di- vidido contém os componentes do todo. Um exemplo clássico desse processo seria a divisão de uma pera ao meio – cada par- te dela conteria casca, polpa, miolo e sementes, sendo uma a amostra do todo. Nesse tipo de operação, pode-se variar o grau da divisão e o alimento pode ser dividido com a utilização de equipamentos ou não. São métodos empregados na divisão simples: • Cortar ou picar: dividir o alimento em pedaços menores utilizando facas ou lâminas. Por exemplo: picar queijo. • Moer: dividir o alimento em pequenos pedaços, tornan- do-o homogêneo, por meio manual ou com auxílio de máquinas. Por exemplo: moer o grão de café. • Triturar: dividir o alimento em pedaços muito pequenos por meio de aparelhos ou máquinas. Por exemplo: tritu- rar castanha de caju (PHILIPPI, 2014). Além da divisão simples, existe a divisão com separação de partes. Nesse tipo de divisão, o alimento é fracionado em partes menores e cada parte contém diferentes componentes. Como exemplo, temos o ato de descascar batatas: de um lado, temos as cascas de batatas e, do outro, a polpa. 41© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Esse tipo de separação pode ocorrer entre dois líquidos, entre líquidos e sólidos e entre dois sólidos (ORNELLAS, 2007). Vejamos cada um desses processos em detalhe. São métodos possíveis de separação de dois líquidos: 1) Decantação: separação devido às diferentes densida- des dos líquidos. Por exemplo: retirar a gordura do cal- do de carne. 2) Centrifugação: separação a partir de diferentes densi- dades com o auxílio de uma centrífuga. Por exemplo: separação do creme do leite. 3) Destilação: separação de dois líquidos por meio de fervura seguida da condensação do vapor. Os vários componentes condensam a diferentes temperaturas, o que permite que sejam separados uns dos outros. A destilação simples é uma técnica usada na separa- ção de um líquido volátil de uma substância não volátil. Não é uma forma muito eficiente para separar líquidos com diferença de pontos de ebulição próximos. Como exemplo de uso desse processo na cozinha, temos a destilação de cachaça (Figura 5). 42 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Figura 5 Destilador para destilação simples. Já na separação de dois sólidos, são utilizadas as seguintes técnicas: 1) Pelar ou descascar: retirar a pele ou casca, utilizando facas. Por exemplo, descascar frutas, pelar tomate, be- rinjela etc. 43© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 2) Tamisar: peneirar separando partículas sólidas de di- versos tamanhos. Por exemplo: retirar impurezas de farinhas. 3) Moer: retirar partes de um alimento utilizando um moinho. Por exemplo: separar germes dos cereais. 4) Desossar: separar e desprezar o osso aderido à carne. Por exemplo: desossar um pernil. Para a separação de um líquido de um sólido, podem-se utilizar as seguintes técnicas: 1) Espremer: utilizando agentes de pressão, extrair um líquido de um alimento sólido. Por exemplo, limão e laranja para obter suco. 2) Sedimentar: deixar o líquido em repouso para que as partículas sólidas se depositem no fundo do recipien- te. Por exemplo: sedimentação do pó de café na técni- ca do café turco. 3) Filtrar ou coar: separar partículas sólidas de um líqui- do a partir de um filtro poroso. Utilizando um coador, temos o método de coar (para caldos e bebidas, por exemplo); usando um filtro, temos o método de filtrar (para café ou chás). 4) Centrifugar: separar sólidose líquidos por força cen- trífuga. Por exemplo: extração de suco com centrífuga (PHILIPPI, 2014). Fator de correção No estudo dos métodos de pré-preparo de alimentos, é importante lembrar que todas as operações efetuadas na co- zinha representam custos e estes devem ser calculados. Dessa 44 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA forma, é importante calcular as perdas que se teve no processo de pré-preparo pela retirada de cascas, aparas, ossos e caroços que variam de alimento para alimento. O fator que prevê essas perdas é denominado de Fator de Correção (FC) e é calculado pela relação entre o Peso Bruto (PB) e o Peso Líquido (PL). O peso bruto é o peso do alimento como ele é adquirido e o peso líquido do alimento é o valor obtido após limpo e preparado para ser utilizado. FC = PB PL Cada Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) deve ter calculada a sua tabela de fator de correção para alimentos, va- riando por conta de diversos fatores, como mão de obra, utensí- lio utilizado e qualidade dos alimentos. Métodos de união dos alimentos As operações utilizadas durante o preparo de receitas, vi- sando unir os ingredientes, são: • Misturar: unir ingredientes facilmente miscíveis, utili- zando energia mecânica. Por exemplo: misturando in- gredientes de um bolo. • Bater: reunir substâncias dificilmente miscíveis; há ne- cessidade de movimentos mais rápidos. Por exemplo, batendo manteiga e gema de ovo no preparo de bolos. • Sovar ou amassar: operação empregada na confecção de massas. Pela adição de água na farinha, desenvol- ve-se o glúten, o que exige movimentos bruscos para torná-la homogênea. 45© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Operações de preparo O preparo compreende as operações fundamentais, por meio de energia mecânica (divisão ou união), térmica (calor ou frio) ou pela associação de ambas. Durante o preparo, frequentemente, utiliza-se a cocção para possibilitar o consumo dos alimentos. A cocção consiste na aplicação de calor, que pode emanar de diferentes fontes para o alimento. Os principais objetivos da cocção dos alimentos são: 1) Manter ou melhorar o valor nutritivo. 2) Aumentar a digestibilidade, pois abranda as fibras. 3) Aumentar a palatabilidade. 4) Inibir o crescimento de organismos patogênicos ou o desenvolvimento de substâncias prejudiciais à saúde (74°C no centro geométrico). A perda de componentes hidrossolúveis durante a cocção é uma das mais importantes alterações que podem ocorrer no valor nutritivo. O calor da cocção, a quantidade de água utiliza- da e o tempo de preparo estão diretamente ligados à preserva- ção do valor nutritivo dos alimentos – a destruição de vitaminas (como a tiamina e o ácido ascórbico) também pode ocorrer pelo uso do calor. Por meio da cocção, pode-se manter a palatabilidade dos alimentos e também acentuar seu sabor natural. Quando o obje- tivo é manter o sabor original do alimento, o processo de cocção deve ser o mais breve possível. Algumas vezes, o objetivo é modificar ou misturar os sabo- res dos alimentos, como em cozidos e sopas. Quando os alimen- 46 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA tos são cozidos juntos para haver um novo sabor final, o processo de cocção com frequência é mais longo. Cozinhar desnecessaria- mente prejudica o sabor, além de fazer com que os alimentos se tornem rijos ou extremamente moles. De acordo com Ornellas (2007, p. 52), são processos bási- cos de cocção: 1) Calor úmido (cocção em líquido): é usada a água como meio de cocção. O calor úmido hidrata o alimento abrandando as fibras. a) Cocção em líquido: cozinhar em água. Pode se dar em fogo lento ou ebulição. • Fervura em fogo lento: possui longa duração; coloca-se líquido suficiente para cobrir o alimento e a temperatu- ra é inferior à de seu ponto de ebulição. Por exemplo: ovo poché. • Fervura em ebulição: cozinhar em água abundante, a uma temperatura de 100°C. Por exemplo: macarrão cozido. b) Cocção a vapor: cozinhar por meio de vapor, que en- volve os alimentos. • Sem pressão: realizada com recipiente com orifícios no fundo, colocado sobre outro com líquido em ebulição (100°C). Por exemplo: legumes cozidos no vapor. • Sob pressão: utilizam-se panelas especiais, vedadas, possibilitando a formação de pressão e temperatura su- perior a 100°C. Por exemplo: músculo cozido na panela de pressão. 2) Calor seco: processo que proporciona a desidratação do alimento, concentrando suas substâncias. As pro- 47© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA teínas coagulam-se, o amido dextriniza-se, o açúcar carameliza-se e a gordura decompõe-se. a) Calor seco com gordura: transmitir calor, de forma in- direta, ao alimento por meio de gordura. Os métodos são: • Saltear: submeter pequenas quantidades de alimentos a pouca gordura, bem quente, mantendo a frigideira em constante movimento para que os alimentos não gru- dem no fundo. Por exemplo: batata sauté. • Frigir: colocar os alimentos em pouca gordura, bem quente, sem movimentar o recipiente de cocção. Por exemplo: ovos (omelete). • Dourar: salpicar gordura à temperatura muito elevada na superfície do alimento, a fim de torná-lo crocante e com coloração dourada. Por exemplo: leitoa dourada. • Fritar com gordura: colocar os alimentos em gordura suficiente, em temperatura elevada, sem imersão. Por exemplo: bife. • Fritar por imersão: mergulhar completamente o ali- mento em grande quantidade de gordura. Por exemplo: batata frita; bife à milanesa. b) Calor seco sem gordura: aplicar ar seco, sem adição de gordura. A aplicação dessa forma de calor pode ser realizada por meio direto – prancha (sanduicheira e chapa); raios infravermelhos (micro-ondas); aqueci- mento eletrônico (forno elétrico), ou indireto – ar livre (churrasqueira), confinado (churrasqueira de bafo, for- no convencional). • Assar no forno (ar confinado): aplicação de ar quen- te e calor indireto. Utiliza-se ar seco constantemente 48 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA aquecido e confinado em um ambiente fechado, onde está o alimento. Pode-se utilizar fornos convencionais a gás ou elétrico. Por exemplo: assar um bolo em forno convencional. • Assar no espeto (ar livre): aplicação de ar quente e ca- lor indireto. Utiliza ar seco constante aquecido e libera- do em um recipiente aberto. Podem-se utilizar equipa- mentos tais como grelha, chapa, churrasqueira, prancha ou espeto. Por exemplo: churrasco. • Grelhar: método que consiste em preparar os alimentos por exposição ao calor seco e forte, utilizando-se gre- lha (meio indireto). Para grelhar, são utilizadas chapas aquecidas que transferem calor ao alimento por meio direto. Por exemplo: filé de frango grelhado. c) Calor misto: inicia-se com calor seco e posteriormente adota-se o úmido. Os métodos são: • Brasear: doura-se o alimento com pequenas quanti- dades de gordura e em seguida acrescenta-se líquido; mantém-se o ponto de fervura, até que o alimento fique macio. Por exemplo: carne de panela. • Refogar: frita-se o alimento em pouca quantidade de gordura e termina-se o cozimento no vapor, que se des- prende na cocção. Na segunda etapa, pode-se utilizar calor úmido com líquido em associação. Por exemplo: chuchu e abobrinha refogados; arroz. • Ensopar: refoga-se o alimento em gordura quente e em seguida acrescenta-se líquido para cozinhar e formar molho. Por exemplo: sopa de carne com batatas. • Sous-vide: termo francês que significa “sob vácuo”. Con- siste em embalar alimentos cárneos em sacola plástica 49© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA selada e submergir em água a altas temperaturas por longos períodos, até que o alimento esteja cozido. Por exemplo: carne de porco preparada sous-vide.• Banho-maria: a vasilha é submersa em outra com água em ebulição; a temperatura aproxima-se de 100°C e o calor é distribuído uniformemente. Por exemplo: pudim. Tipos de Fornos São diversas as opções de fornos, as quais se adequam a determinadas preparações. Vejamos cada uma em detalhe: • Forno eletrônico: a transmissão de calor por irradiação é feita por ondas como as sonoras e as de luz, que são, entretanto, de maior comprimento. Os alimentos são cozidos pela ação de micro-ondas. O calor penetra rapi- damente no alimento, cozinhando-o em poucos minu- tos e não aquece o prato. • Forno de convecção: o calor é conduzido por de molé- culas do corpo aquecido pela formação de correntes de convecção que transmitem calor aos corpos de maior coesão. A convecção não ocorre em sólidos pela gran- de coesão da matéria, e sim em gases ou líquidos, nos quais o calor é transmitido com facilidade. O aqueci- mento por convecção se realiza sempre que o alimento está rodeado por ar e/ou água e/ou óleo. • Forno combinado: equipamento único que permite as- sar, fritar, grelhar, gratinar, cozinhar em banho-maria e a vapor. Além disso, pode-se aquecer alimentos sem ressecá-los, mantendo suas características originais. Um forno combinado diminui a necessidade de outros equipamentos, como fogões, fritadeiras, outros fornos 50 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA etc. Sua multiplicidade de funções se deve ao uso de ar quente ou vapor, ou ainda a uma combinação de am- bos. As variadas combinações de calor e umidade per- mitem que se cozinhe mais rápido, com adequação ao tipo de alimento e mantendo nutrientes, sabores e tex- turas, além do prazer de cozinhar sem fumaça e sem ca- lor no ambiente. No mercado, pode-se encontrar fornos combinados a gás ou elétricos, com vários tamanhos e capacidades. As leituras e os vídeos indicados no Tópico 3. 4. visam expandir seu conhecimento sobre as técnicas de pré-preparo e preparo de alimentos. Neste momento, você deve consultar esses materiais para se aprofundar no tema abordado. Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do material. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e in- dispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 51© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 3.1. INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA A fim de relembrar e complementar os conceitos iniciais de Técnica Dietética, leia o primeiro capítulo do livro indicado a seguir. Nele são discutidos os conceitos iniciais de Técnica Dieté- tica, os objetivos de estudá-la e a forma de utilizar os alimentos na culinária de maneira racional. Confira: • ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 1-8. (Disponível na Biblioteca Virtual Pearson). 3.2. LABORATÓRIO DE TÉCNICA DIETÉTICA Para rever o conteúdo sobre normas de utilização do labo- ratório de Técnica Dietética, sugerimos a leitura dos manuais de normas de três importantes faculdades do nosso país. Confira: • UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Normas do Laboratório de Técnica Dietética (UFV/CRP). Rio Paranaíba: UFV, 2015. Disponível em: <http:// www.ntr.crp.ufv.br/wp-content/uploads/2013/06/ Manual-Laborat%C3%B3rio-de-T%C3%A9cnica- Diet%C3%A9tica1.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. • FEAP – FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ALÉM PARAÍBA. Faculdade de Ciências da Saúde Archimedes Theodoro. Regulamento e Normas de Conduta e Segurança Laboratório de Técnica Dietética. Além Paraíba: Feap, 2011. Disponível em: <https://feap.edu.br/wp-content/ uploads/2016/11/LABORAT%C3%93RIO-TECNICA- DIET%C3%89TICA-1.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. 52 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA • USP – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Nutrição. Laboratório de Técnica Dietética. Normas para Utilização do Laboratório de Técnica Dietética. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2677641/ mod_resource/content/1/Normas%20para%20uso%20 do%20LTD%20-%20TD%20I%202017.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. 3.3. METODOLOGIA PARA PESOS E MEDIDAS DE DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS Para aprofundar mais o conhecimento nessa área, realize a leitura do artigo científico indicado a seguir. Nele, os autores des- crevem os procedimentos utilizados para estimar as medidas de massa e de volume dos itens mais consumidos no Brasil, confor- me o Inquérito Nacional de Alimentação, e apresentam propos- tas que podem ser adotadas para o aprimoramento do cálculo das quantidades ingeridas nos inquéritos alimentares no Brasil. • BEZERRA, I. N. et al. Procedimentos empregados na estimativa das medidas de massa e de volume de alimentos selecionados pelo Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009. Revista de Nutrição, Campinas, v. 25, n. 5, p. 645-655, set./out. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v25n5/a09.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. 53© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 3.4. TÉCNICAS BÁSICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS As técnicas básicas de manipulação de alimentos são importantes para identificar as operações a que estes são submetidos para melhorar a digestibilidade, preservar ao máximo seus nutrientes lábeis, mesmo que submetidos ao processo de cocção, e garantir a sua qualidade higiênico-sanitária. Para saber mais sobre o assunto, realize a leitura do capítulo da obra de Ornellas, o artigo de AKUTSU et al. (2005) e assista aos vídeos indicados a seguir: • ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 41-57. (Disponível na Biblioteca Virtual Pearson). • AKUTSU, R. C. et al. A ficha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições. Rev. Nutr., Campinas, v. 18, n. 2, p. 277-279, mar./abr., 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v18n2/24384.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. • RAMOS, N. Técnica dietética: Série "Não sabia que Nutrição tinha Matemática” – Parte 6. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=p- GpGj1l5bw>. Acesso em: 19 set. 2019. • RAMOS, N. Técnica dietética – Série "O início" – Parte 1. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=h8FS2VN89-U>. Acesso em: 19 set. 2019. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 54 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú- dos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) Quais as vantagens e desvantagens da utilização de medidas caseiras? 2) Quais aspectos devem ser levados em consideração ao se preparar uma receita? 3) Descreva um exemplo de receita, com todos os itens obrigatórios que de- vem constar na redação. 4) Qual das alternativas a seguir apresenta métodos de pré-preparo de ali- mentos que são classificados como divisão com separação de partes entre dois líquidos? a) Decantar, tamisar e destilar. b) Sedimentar, filtrar e coar. c) Decantar, sedimentar e destilar. d) Sedimentar, centrifugar e filtrar. e) Decantar, centrifugar e destilar. 5) Quanto alface devo comprar para um almoço com 100 pessoas, servindo uma porção de 50 g de alface pronto (peso líquido do alface)? O fator de correção (FC) doalface é 1,25. a) 5.000 g. b) 5,5 Kg. c) 6.250 g. d) 6 Kg. e) 5.125 g. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as Questões Autoavaliativas propostas: 4) e. 5) c. 55© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA 5. CONSIDERAÇÕES Esta unidade apresentou alguns aspectos básicos do estu- do de Técnica Dietética e prática de laboratório, com foco em conceitos iniciais e em como utilizar o alimento na culinária de maneira racional, bem como em normas de utilização do labo- ratório de Técnica Dietética, metodologia de aferição de pesos e medidas de diferentes tipos de alimentos, e técnicas culinárias de pré-preparo e preparo de alimentos. O tema é extremamente amplo e, portanto, o ideal é que você complemente seus estudos por meio das referências bibliográficas citadas e das sugestões de leitura feitas no Conteúdo Digital Integrador. Como continuação do assunto, a próxima unidade tratará da aquisição e análise sensorial de alimentos; receituário padrão e técnicas de seleção e preparo de alimentos para grãos: cereais e leguminosas. 6. E-REFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 2 Medidas caseiras de utensílios domésticos. Disponível em: <http://www. aquinacozinha.com/?s=medidas+caseiras>. Acesso em: 24 set. 2019. Figura 3 Aferição de ingrediente seco em uma receita no nível nivelado. Disponível em: <https://cozinhatecnica.com/2018/06/como-medir-os-ingredientes-de-uma- receita/>. Acesso em: 24 set. 2019. Figura 4 Aferição de ingrediente líquido utilizando a proveta. Disponível em: <http:// www.ufjf.br/quimica/files/2015/06/2018-QUI126-AULA-2-VIDRARIAS.pdf>. Acesso em: 24 set. 2019. Figura 5 Destilador para destilação simples. Disponível em: <http://quiprocura. net/w/2015/07/27/destilacao/#inline_content>. Acesso em: 24 set. 2019. 56 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À TÉCNICA DIETÉTICA Sites pesquisados BAUER, C. C. Proposta de padronização de medidas caseiras para coleta de amostras em serviço de alimentação. 2014. 40f. Monografia (Bacharelado em Nutrição) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/109003/000949859. pdf?sequence=1>. Acesso em: 19 set. 2019. BEZERRA, I. N. et al. Procedimentos empregados na estimativa das medidas de massa e de volume de alimentos selecionados pelo Inquérito Nacional de Alimentação 2008- 2009. Revista de Nutrição, Campinas, v. 25, n. 5, p. 645-655, set./out. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v25n5/a09.pdf>. Acesso em: 19 set. 2019. RAMOS, N. Técnica dietética: Série "Não sabia que Nutrição tinha Matemática” – Parte 6. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=p-GpGj1l5bw>. Acesso em: 19 set. 2019. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOMENE, S. M. Á. Técnica dietética: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 7. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. ORNELLAS, L. H . Técnica dietética: seleção e preparo dos alimentos. 8 ed. São Paulo: Atheneu, 2007. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. Barueri: Manole, 2003. ORNELLAS, L. H . Nutrição e técnica dietética. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. RODRIGUES, V. B. (Org.). Técnica dietética I. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. ORNELLAS, L. H . Técnica dietética II. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. VIEIRA, M. N. C. M.; JAPUR, C. C. (Coords.). Gestão de qualidade na produção de refeições. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. (Nutrição e Metabolismo). 57 CONTROLE DE PROCESSOS E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS GRUPOS ALIMENTARES Objetivos • Expor os princípios que devem ser levados em consideração para a aquisição de alimentos em unidade de alimentação e nutrição. • Discutir quais aspectos devem ser levados em consideração ao calcu- lar o custo de alimentos. • Explicar quais os princípios de um receituário padrão. • Discutir a importância de realizar análise sensorial de alimentos. • Compreender as técnicas de pré-preparo e preparo de alimentos rela- tivos aos cereais e leguminosas. Conteúdos • Aquisição de alimentos e custo. • Análise sensorial de alimentos. • Receituário padrão. • Técnicas de seleção e preparo de alimentos para grãos: cereais e leguminosas. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo desta obra; busque outras informações em si- tes confiáveis e/ou nas referências bibliográficas apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pes- soal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. UNIDADE 2 58 © TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 2 – CONTROLE DE PROCESSOS E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS GRUPOS ALIMENTARES 2) O estudo da Técnica Dietética envolve conceitos de custo de preparações culinárias e você, estudante de Nutrição, deve buscar métodos de utilizar o alimento de maneira racional, com o menor custo possível, levando em consideração a qualidade do alimento no momento da compra, o Fator de Correção (FC), o peso real e aparente, a capacidade de armazenamento, a previsão de compras e entrega de gêneros, a safra dos alimentos e a pa- dronização de receitas realizadas por meio de Receituário Padrão. 3) Como forma de aprofundar o conteúdo estudado nesta unidade, você pode realizar a leitura de livros de Técnica Dietética disponíveis na Biblio- teca Virtual Pearson a qual apresenta bibliografias básicas para o estudo dessa área, como o seguinte livro: • PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. 4) A compreensão da análise sensorial de alimentos é de grande relevância, pois o nutricionista pode fazer uso dessas técnicas em diversas situações do seu trabalho, como em laboratório de Técnica Dietética, indústria de alimentos, cozinha experimental, pesquisa com comensais em restauran- tes e em creches, a fim de verificar a aceitabilidade de diversas prepara- ções servidas. Na análise sensorial, utilizam-se os órgãos dos sentidos para realizar as avaliações. Para evitar erros, é necessário que sejam criteriosos o preparo das amostras e a escolha do teste aplicado. 5) Nesta unidade, você iniciará o estudo dos alimentos por grupos alimenta- res. Os primeiros a serem estudados serão os cereais e as leguminosas. É importante o aprofundamento da metodologia de pré-preparo e preparo, conhecer as diferentes espécies de grãos e suas particularidades de rendi- mento e valor nutricional. 59© TÉCNICA DIETÉTICA E PRÁTICA DE LABORATÓRIO UNIDADE 2 – CONTROLE DE PROCESSOS E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS GRUPOS ALIMENTARES 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade, serão abordadas técnicas de seleção e pre- paro de alimentos, iniciando por dois grupos de alimentos de ori- gem vegetal e que representam grande parte da ingestão ener- gética diária do brasileiro: cereais e leguminosas. Nesse estudo, serão destacados os conceitos de cereais e leguminosas, as espé- cies mais utilizadas na alimentação do brasileiro, suas formas de cocção e armazenamento e o rendimento de preparações. Além disso, estudaremos sobre a importância do planeja- mento na aquisição de alimentos em serviços de alimentação, devendo seguir exigências do cardápio, capacidade de armaze- namento do estabelecimento e respeitar as necessidades nutri- cionais dos comensais. Ademais, é preciso levar em consideração as perdas sofridas pelos alimentos no pré-preparo, atentando-se ao fator de cocção dos alimentos e a demais fatores que alteram esses valores, como qualidade da matéria-prima utilizada na ela- boração das preparações, treinamento de funcionários e safra dos alimentos. Será estudada, ainda, a forma como os alimentos podem ser avaliados por meio de técnicas de análise sensorial de ali- mentos. Identificaremos qual o teste adequado para cada obje- tivo do nutricionista. 2.
Compartilhar