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LIVRO 06 - Dicas OABencoadas - SEMANA 06

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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A 
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O 
 
LIVRO 06 
 
 
 
 
 
 
 
@ O ABAIVO UEU 
 
 
 
 
 
1 PROCESSO CIVIL 
13 PROCESSO PENAL 
28 DIREITO PENAL 
36 ÉTICA 
42 DIREITO CIVIL 
44 CONSUMIDOR 
Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do 
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, 
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS 
OABENÇOADAS para que você consiga obter o 
máximo de resultado durante a sua preparação. 
 
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, 
aprender de forma prática e direta os conceitos e 
institutos dos temas que mais caem na prova da 
OAB! 
 
Agora você pode estudar os temas diários propostos 
no cronograma diretamente das DICAS 
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o 
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da 
aprovação! 
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1 
 
 
linha reta até o 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DICAS OABENÇOADAS 
 
 
 
 
 
 
 
1. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
As causas de impedimento e de suspeição estão 
elencadas junto aos artigos 144 e 145, do NCPC. 
No artigo 144, estão as causas de 
IMPEDIMENTO, já no 145, as causas de 
SUSPEIÇÃO. 
Começaremos, então, com as causas de 
IMPEDIMENTO: 
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado 
exercer suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, 
oficiou como perito, funcionou como membro 
do Ministério Público ou prestou depoimento 
como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de 
jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como 
defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou 
companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive (o 
impedimento só se verifica quando o defensor 
público, o advogado ou o membro do 
Ministério Público já integrava o processo 
antes do início da atividade judicante do juiz.); 
IV - quando for parte no processo ele próprio, 
seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou 
de administração de pessoa jurídica parte no 
processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário 
ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de 
ensino com a qual tenha relação de emprego 
ou decorrente de contrato de prestação de 
serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do 
escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou 
seu advogado. 
Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das 
partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que 
tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do 
litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora 
ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro 
ou de parentes destes, em 
terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em 
favor de qualquer das partes. 
DICA DO DIA 43 
PROCESSO CIVIL 
FIQUE ATENTO: OS MOTIVOS DE SUSPEIÇÃO 
E IMPEDIMENTO TAMBÉM SE APLICAM AOS 
 
2 
 
 
 
 
 
 
MEMBROS DO MP, AUXILARES DE JUSTIÇA E 
DEMAIS SUJEITOS IMPARCIAIS DO 
PROCESSO. Nesses casos, a parte 
interessada deverá arguir o impedimento ou 
a suspeição, em petição fundamentada e 
devidamente instruída, na primeira 
oportunidade em que lhe couber falar nos 
autos, ademais, o incidente deve ser 
processado em separado e sem suspensão 
do processo, ouvindo o arguido no prazo de 
15 (quinze) dias e facultando a produção de 
prova, quando necessária. 
Atenção, o Juiz pode se declarar SUSPEITO por 
motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões. 
 
 
PRAZO DE ALEGAÇÃO: No prazo de 15 (quinze) 
dias, a contar do conhecimento do fato, a parte 
alegará o impedimento ou a suspeição, em 
petição específica dirigida ao juiz do processo, 
na qual indicará o fundamento da recusa, 
podendo instruí-la com documentos em que se 
fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
Portanto, o prazo é de QUINZE DIAS a contar do 
CONHECIMENTO DO FATO. Deve a arguição ser 
feita em PETIÇÃO ESPECÍFICA PARA ESTE FIM. 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição 
ao receber a petição, o juiz ordenará 
imediatamente a remessa dos autos a seu 
substituto legal, caso contrário, determinará a 
autuação em apartado da petição e, no prazo de 
15 (quinze) dias, apresentará suas razões, 
acompanhadas de documentos e de rol de 
testemunhas, se houver, ordenando a remessa 
do incidente ao tribunal. 
Portanto, pode o Juiz ACATAR, situação em que 
encaminha os autos ao seu substituto ou, ainda, 
NÃO ACATAR, e se defender, no prazo de 
QUINZE DIAS. 
O incidente de suspeição ou impedimento pode 
ser recebido pelo relator em dois efeitos: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a 
correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo 
permanecerá suspenso até o julgamento do 
incidente. 
O Tribunal, obviamente, pode julgar 
PROCEDENTE ou IMPROCEDENTE o incidente, 
sendo certo que: 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que 
é recebido o incidente ou quando este for 
recebido com efeito suspensivo, a tutela de 
urgência será requerida ao substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento 
ou de suspeição é improcedente, o tribunal 
rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de 
impedimento ou de manifesta suspeição, o 
tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá 
os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz 
recorrer da decisão. (O juiz será condenado em 
custas quando devidamente constatado que 
tratava-se, de fato, de inequívoca hipótese de 
impedimento ou manifesta de suspeição). 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a 
suspeição, o tribunal fixará o momento a partir 
do qual o juiz não poderia ter atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do 
juiz, se praticados quando já presente o motivo 
de impedimento ou de suspeição. (portanto, os 
atos devem ser tidos como NULOS acaso sua 
prática ocorreu quando já existente o motivo 
de suspeição ou impedimento. 
 
 
2. MEDIADORES E CONCILIADORES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Será ilegítima a alegação de suspeição 
quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato 
que signifique manifesta aceitação do 
arguido. 
3 
 
 
 
 
 
Os tribunais criarão centros judiciários de 
solução consensual de conflitos, responsáveis 
pela realização de sessões e audiências de 
conciliação e mediação e pelo 
desenvolvimento de programas destinados a 
auxiliar, orientar e estimular a 
autocomposição. 
O conciliador, que atuará preferencialmente 
nos casos em que não houver vínculo anterior 
entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer 
tipo de constrangimento ou intimidação para 
que as partes conciliem. 
O mediador, que atuará preferencialmente nos 
casos em que houver vínculo anterior entre as 
partes, auxiliará aos interessados a 
compreender as questões e os interesses em 
conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, 
por si próprios, soluções consensuais que gerem 
benefícios mútuos. 
Os conciliadores, os mediadores e as câmaras 
privadas de conciliação e mediação serão 
inscritos em cadastro nacional e em cadastrode tribunal de justiça ou de tribunal regional 
federal, que manterá registro de profissionais 
habilitados, com indicação de sua área 
profissional. Portanto, todos eles devem ter o 
devido REGISTRO. 
Demais disso, preenchendo o requisito da 
capacitação mínima, por meio de curso 
realizado por entidade credenciada, conforme 
parâmetro curricular definido pelo Conselho 
Nacional de Justiça em conjunto com o 
Ministério da Justiça, o conciliador ou o 
mediador, com o respectivo certificado, poderá 
requerer sua inscrição no cadastro nacional e 
no cadastro de tribunal de justiça ou de 
tribunal regional federal. 
Efetivado o registro, que poderá ser precedido 
de concurso público (PORTANTO, O TRIBUNAL 
PODE OPTAR POR CONCURSO PARA AS 
VAGAS), o tribunal remeterá ao diretor do foro 
da comarca, seção ou subseção judiciária onde 
atuará o conciliador ou o mediador os dados 
necessários para que seu nome passe a constar 
da respectiva lista, a ser observada na 
distribuição alternada e aleatória, respeitado o 
princípio da igualdade dentro da mesma área 
de atuação profissional. 
MUITA ATENÇÃO: Os conciliadores e 
mediadores judiciais cadastrados, se 
advogados, estarão impedidos de exercer a 
advocacia nos juízos em que desempenhem 
suas funções. 
 
 
Ambos, tanto o conciliador como o mediador, 
não poderão divulgar ou depor acerca de fatos 
ou elementos oriundos da conciliação ou da 
mediação, isso se dá pelo DEVER DE SIGILO 
INERENTE Á FUNÇÃO. 
ATENÇÃO – ESCOLHA DO CONCILIADOR: As 
partes podem escolher, de comum acordo, o 
conciliador, o mediador ou a câmara privada de 
conciliação e de mediação. Nesse caso, o 
conciliador ou mediador escolhido pelas partes 
poderá ou não estar cadastrado no tribunal. 
Quando não houver acordo quanto à escolha 
do mediador ou conciliador, haverá 
 
registro do tribunal, observada a respectiva 
formação. 
Sempre que recomendável, haverá a designação 
de mais de um mediador ou conciliador. 
ATENÇÃO – TÉCNICAS DE NEGÓCIO: Admite-se 
a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo 
de proporcionar ambiente favorável à 
autocomposição. 
PRINCÍPIOS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO: 
distribuição entre aqueles cadastrados no 
FIQUE ATENTO: 
CONCILIADOR = PREFERENCIALMENTE SEM 
VÍNCULO ANTERIOR ENTRE AS PARTES; 
MEDIADOR = PREFERENCIALMENTE VÍNCULO 
ANTERIOR ENTRE AS PARTES. 
4 
 
 
 
 
 
São eles: independência, da imparcialidade, da 
autonomia da vontade, da confidencialidade, da 
oralidade, da informalidade e da decisão 
informada. 
A mediação e a conciliação serão regidas 
conforme a livre autonomia dos interessados, 
inclusive no que diz respeito à definição das 
regras procedimentais. Ou seja, podem definir 
as regras do jogo (da mediação ou conciliação). 
ATENÇÃO – REMUNERAÇÃO DOS 
CONCILIADORES/MEDIADORES: Quando não 
for instituído o cargo por concurso, o 
conciliador e o mediador receberão pelo seu 
trabalho remuneração prevista em tabela fixada 
pelo tribunal, conforme parâmetros 
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
A mediação e a conciliação podem ser 
realizadas como trabalho voluntário, 
observada a legislação pertinente e a 
regulamentação do tribunal. 
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO: Em caso de 
impedimento ou suspeição do conciliador ou 
mediador, estes deverão comunicar 
imediatamente o Juízo, de preferência por meio 
eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do 
processo ou ao coordenador do centro judiciário 
de solução de conflitos, devendo este realizar 
nova distribuição. 
Se a causa de impedimento for apurada quando 
já iniciado o procedimento, a atividade será 
interrompida, lavrando-se ata com relatório do 
ocorrido e solicitação de distribuição para novo 
conciliador ou mediador. 
PERÍODO DE QUARENTENA: O conciliador e o 
mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 
(um) ano, contado do término da última 
audiência em que atuaram, de assessorar, 
representar ou patrocinar qualquer das partes. 
EXCLUSÃO DA QUALIDADE DE 
CONCILIADOR/MEDIADOR: 
I - agir com dolo ou culpa na condução da 
conciliação ou da mediação sob sua 
responsabilidade ou violar qualquer dos deveres 
decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º 
(NOTADAMENTE O DEVER AO SIGILO E 
CONFIDENCIALIDADE); 
II - atuar em procedimento de mediação ou 
conciliação, apesar de impedido ou suspeito. 
OBS: OS CASOS DEVERÃO SER APURADOS 
ATRAVÉS DA PROCESSO ADMINISTRATIVO. 
AFASTAMENTO DO MEDIADOR/CONCILIADOR: 
O juiz do processo ou o juiz coordenador do 
centro de conciliação e mediação, se houver, 
verificando atuação inadequada do mediador 
ou conciliador, poderá afastá-lo de suas 
atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, 
por decisão fundamentada, informando o fato 
imediatamente ao tribunal para instauração do 
respectivo processo administrativo. 
 
 
3. ATOS PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Atos processuais são as ações e movimentos 
praticados no processo, pelas partes e pelo 
órgão jurisdicional, com objetivo de produzir 
uma consequência jurídica. 
São atos processuais: Petições, despachos, 
decisões, recursos e demais movimentações. 
Inicialmente, saiba que os atos e os termos 
processuais independem de forma 
determinada (Princípio da liberdade das 
formas), SALVO quando a lei expressamente a 
exigir, considerando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, lhe preencham a 
finalidade essencial. 
É muito simples, mas cai muito, inclusive em 
provas de concursos, veja você: 
1) Os atos e termos processuais 
Alternativas 
A) não dependem de forma 
determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir, reputando- 
se válidos os que, realizados de 
5 
 
 
 
 
 
outro modo, Ihe preencham a 
finalidade essencial. 
B) dependem sempre de forma 
determinada, a ser estabelecida 
pelo juiz em caso de omissão da lei, 
reputando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, Ihe 
preencham a finalidade essencial. 
C) não dependem de forma 
determinada senão quando a lei 
expressamente a exigir, reputando- 
se inválidos os realizados de outro 
modo, ainda que Ihe preencham a 
finalidade essencial. 
D) dependem sempre de forma 
determinada, a ser estabelecida 
pelo juiz em caso de omissão da lei, 
reputando-se inválidos os 
realizados de outro modo, ainda 
que Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
E) dependem sempre de forma 
determinada, conforme previsto 
em lei, reputando-se inválidos os 
realizados de outro modo, ainda 
que Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
Tá vendo? Fica ligado, a simplicidade e 
literalidade da LEI caem muito! 
Outro ponto que você deve ter conhecimento, é 
que os atos processuais SÃO PÚBLICOS, salvo os 
que tramitam em segredo de justiça. 
E quando deve ser atribuído o segredo de 
justiça? Confere abaixo: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de 
corpos, divórcio, separação, união estável, 
filiação, alimentos e guarda de crianças e 
adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo 
direito constitucional à intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive 
sobre cumprimento de carta arbitral, desde que 
a confidencialidade estipulada na arbitragem 
seja comprovada perante o juízo. 
Ah, e como já estudamos, o direito de consultar 
os autos de processo que tramite em segredo 
de justiça e de pedir certidões de seus atos é 
restrito às partes e aos seus procuradores. 
Também é importante você saber que quando 
o processo versar sobre direitos que admitam 
autocomposição, é lícito às partes plenamente 
capazes estipular mudanças no procedimento 
para ajustá-lo às especificidades da causa e 
convencionar sobre os seus ônus, poderes, 
faculdades e deveres processuais, antes ou 
durante o processo. E claro, obviamente, nos 
casos de nulidade ou de inserção abusiva em 
contrato de adesão ou em que alguma parte se 
encontre em manifesta situação de 
vulnerabilidade,o JUIZ deve intervir. 
Obviamente, em todos os atos e termos do 
processo é obrigatório o uso da língua 
portuguesa. 
Quando houver documento oriundo de língua 
estrangeira, este somente poderá ser juntado 
aos autos quando acompanhado de versão 
para a língua portuguesa tramitada por via 
diplomática ou pela autoridade central, ou 
firmada por tradutor juramentado. 
Também fique atento ao artigo 191, do CPC: 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes 
podem fixar calendário para a prática dos atos 
processuais, quando for o caso. 
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os 
prazos nele previstos somente serão 
modificados em casos excepcionais, 
devidamente justificados. 
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a 
prática de ato processual ou a realização de 
audiência cujas datas tiverem sido designadas 
no calendário. 
6 
 
 
 
 
 
Os atos processuais podem, além de físicos, se 
dar por meio eletrônico. É o que prevê o artigo 
193, do CPC: “Os atos processuais podem ser 
total ou parcialmente digitais, de forma a 
permitir que sejam produzidos, comunicados, 
armazenados e validados por meio eletrônico, 
na forma da lei”. 
Os atos das partes consistentes em declarações 
unilaterais ou bilaterais de vontade produzem 
imediatamente a constituição, modificação ou 
extinção de direitos processuais. 
Atenção: Em se tratando de desistência da 
ação, esta só produzirá efeitos após 
homologação judicial. 
As partes poderão exigir recibo de petições, 
arrazoados, papéis e documentos que 
entregarem em cartório (É UMA GARANTIA 
PARA A PARTE). 
Já os atos e pronunciamentos do juiz 
consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
A sentença (via de regra devem ser proferidas 
pelo Juiz no prazo de 30 dias – art. 226, III) é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 (extinção sem 
resolução do mérito) e 487 (julga o mérito), põe 
fim à fase cognitiva do procedimento comum, 
bem como extingue a execução (ISSO VAI 
DEPENDER DE QUE FASE ESTÁ O PROCESSO). 
Decisão interlocutória (via de regra devem ser 
feitas pelo Juiz no prazo de 10 dias – art. 226, II) 
é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre como sentença, 
ou seja, não tem natureza de extinguir o 
processo (são decisões QUE NÃO POEM FIM AO 
PROCESSO - atos pelos quais o juiz resolve 
questões que surgem durante o processo, mas 
não são o julgamento dele). 
São despachos (via de regra devem ser feitos 
pelo Juiz no prazo de 5 dias – art. 226, I) todos 
os demais pronunciamentos do juiz praticados 
no processo, de ofício ou a requerimento da 
parte (Meras movimentações administrativas 
para impulsionar o processo). 
Note que o CPC prevê prazos para que o Juiz 
profira suas sentenças, despachos e decisões 
interlocutórias, contudo, havendo motivo 
justificado, pode o juiz exceder, por igual 
tempo, os prazos a que está submetido. 
Os atos meramente ordinatórios (atos dos 
servidores), como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, 
devendo ser praticados de ofício pelo servidor e 
revistos pelo juiz quando necessário. 
Os despachos, as decisões, as sentenças e os 
acórdãos serão redigidos, datados e assinados 
pelos juízes (a assinatura pode ser feita 
eletronicamente, na forma da lei). 
Em razão do princípio da publicidade dos atos 
processuais, os despachos, as decisões 
interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a 
ementa dos acórdãos serão publicados no 
Diário de Justiça Eletrônico. 
TEMPO DOS ATOS: Os atos processuais serão 
realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) 
horas. 
Obs: Serão concluídos após as 20 (vinte) horas 
os atos iniciados antes, quando o adiamento 
prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
Portanto, perceba, o fato de o ato ser iniciado 
antes das 20h não quer dizer que ele pode ser 
continuado após isso, mas tão somente deve 
ser continuado/concluído quando o adiamento 
prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
MUITA ATENÇÃO AGORA: O artigo 212, §2º, 
estabelece que, Independentemente de 
autorização judicial, as citações, intimações e 
penhoras poderão realizar-se no período de 
férias forenses, onde as houver, e nos feriados 
ou dias úteis fora do horário estabelecido neste 
artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso 
XI, da Constituição Federal. 
Isso quer dizer que NÃO É PRECISO MAIS a 
autorização expressa do Juiz para a VALIDADE 
7 
 
 
 
 
 
das citações, intimações e penhoras feitas fora 
do horário previsto no caput do artigo 212, 
desde que sejam OBSERVADOS E RESPEITADOS 
os DIREITOS E GARANTIAS DETERMINADOS 
pela Constituição: “a casa é asilo inviolável do 
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial”. 
Em resumo, então, tem-se que ainda que o 
oficial de justiça chegue na casa de alguém para 
cumprir um mandado de citação ou intimação 
ANTES das 06h ou APÓS as 20h, e independente 
do dia (seja ele sábado, domingo ou feriado), a 
medida citatória/intimatória será considerada 
válida SE o morador houver consentido e 
recebido. 
ATENÇÃO – JUIZADO ESPECIAL: Os mandados 
dos juizados especiais podem ser realizados em 
qualquer dia/ hora. Isto porquê a Lei 9.099/95, 
em seus artigos 12 e 13, autoriza a prática de 
atos processuais durante a noite e estabelece 
que, se os atos atingirem sua finalidade, serão 
considerados válidos. 
Quando se tratar de ATO ELETRÔNICO, este 
pode ocorrer em qualquer horário até as 24 
(vinte e quatro) horas do último dia do prazo. 
Via de regra, durante as férias forenses e nos 
feriados, não se praticarão atos processuais, 
exceto TUTELA DE URGENCIA e os atos 
previstos no art. 212, § 2º, do CPC. 
Importante: Art. 215. Processam-se durante as 
férias forenses, onde as houver, e não se 
suspendem pela superveniência delas: 
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e 
os necessários à conservação de direitos, 
quando puderem ser prejudicados pelo 
adiamento; 
II - a ação de alimentos e os processos de 
nomeação ou remoção de tutor e curador; 
III - os processos que a lei determinar. 
FERIADOS: Além dos declarados em lei, são 
feriados, para efeito forense, os sábados, os 
domingos e os dias em que não haja expediente 
forense. 
LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS: Os atos 
processuais realizar-se-ão ordinariamente na 
sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro 
lugar em razão de deferência, de interesse da 
justiça, da natureza do ato ou de obstáculo 
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. 
PRAZOS DOS ATOS: Os atos processuais serão 
realizados nos prazos prescritos em lei. 
Prazos processuais: São divididos em próprios e 
impróprios; peremptórios e dilatórios. 
Próprios: Prazos que são impostos às partes, 
gerando a preclusão no seu termo final. 
Impróprios: Prazo fixado na lei e usado como 
parâmetro para a prática do ato. A perda de 
prazo improprio não acarreta preclusão 
temporal, persistindo a possibilidade de 
praticar-se o ato mesmo depois de ultimado o 
mesmo. 
Dilatório: Prazo que permite a sua ampliação ou 
redução pela vontade das partes. 
Peremptório: Prazo que não comporta qualquer 
dilação ou redução. EXCEÇÃO: Art. 222 (VER 
TABELA ABAIXO)! 
Em casos de omissão da lei quanto à fixação do 
prazo, o juiz determinará os prazos em 
consideração à complexidade do ato. 
Art. 218, § 2º: Quando a lei ou o juiz não 
determinar prazo, as intimações somente 
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 
(quarenta e oito) horas. 
Art. 218, § 3º: Inexistindo preceito legal ou 
prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) 
dias o prazo para a prática de ato processual a 
cargo da parte. 
ATENÇÃO: O ATO QUE FOR PRATICADO ANTES 
MESMO DO SEU TERMO INICIAL SERÁ TIDO 
COMO VÁLIDO E TEMPESTIVO!8 
 
 
 
 
 
Na contagem de prazo SOMENTE SERÃO 
COMPUTADOS OS DIAS ÚTEIS (aplica-se 
somente aos prazos processuais)! 
RECESSO FORENSE: Suspende-se o curso do 
prazo processual nos dias compreendidos entre 
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
Durante a suspensão do prazo, não se realizarão 
audiências nem sessões de julgamento. 
ATENÇÃO: Suspende-se o curso do prazo por 
obstáculo criado em detrimento da parte ou 
ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 , 
devendo o prazo ser restituído por tempo igual 
ao que faltava para sua complementação. VEJA 
QUE O PRAZO NÃO VOLTA DO COMEÇO!!! 
IMPORTANTE – ARTIGO 222, CPC: 
Na comarca, seção ou subseção judiciária onde 
for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar 
os prazos por até 2 (dois) meses. 
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes. 
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite 
previsto no caput para prorrogação de prazos 
poderá ser excedido. 
 
MAS SEMPRE LEMBRE-SE: O Novo Código de 
Processo Civil permite o juiz ampliar os 
prazos peremptórios nas seguintes 
hipóteses: 
Em caso de processo tramitando em 
comarcas de difícil transporte, por até dois 
meses (art. 222, caput) 
Em caso de calamidade pública, podendo a 
ampliação do prazo ultrapassar dois meses 
(222, § 2º); 
Quando ocorre evento alheio à vontade da 
parte e que a impediu de praticar o ato por 
si ou por mandatário. (art. 223, § 1º) – leia o 
artigo inteiro. 
Valer dizer que, além das hipóteses acima 
previstas, o CPC/2015 inovou ao incluir a 
possibilidade de alteração dos prazos 
peremptórios, permitindo ao juiz adequá-los às 
necessidades das partes, tudo com o objetivo 
de dirimir eventual desigualdade processual 
decorrente da exiguidade de prazos em causas 
de maior complexidade. 
É o que dispõe o artigo 139, IV: "incumbe ao juiz 
dilatar os prazos processuais e alterar a ordem 
dos meios de produção de prova, adequando- 
as às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito". 
CONTAGEM DOS PRAZOS: os prazos serão 
contados excluindo o dia do começo e incluindo 
o dia do vencimento. E lembre-se: Na contagem 
de prazo SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS 
DIAS ÚTEIS (aplica-se somente aos prazos 
processuais)! 
ATENÇÃO: Os dias do começo e do vencimento 
do prazo serão protraídos para o primeiro dia 
útil seguinte, se coincidirem com dia em que o 
expediente forense for encerrado antes ou 
iniciado depois da hora normal ou houver 
indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
FICA ATENTO: Considera-se como data de 
publicação o primeiro dia útil seguinte ao da 
disponibilização da informação no Diário da 
Justiça eletrônico. Então, a contagem (dia 01 do 
prazo) tem início no dia seguinte à publicação, 
acaso este dia seja útil (Vide artigo 224, §3º, do 
CPC). 
RENÚNCIA AO PRAZO: A parte poderá renunciar 
ao prazo estabelecido exclusivamente em seu 
favor, desde que o faça de maneira expressa. 
PRAZO EM DOBRO - ATENÇÃO: Os 
litisconsortes que tiverem diferentes 
procuradores, de escritórios de advocacia 
distintos, terão prazos contados em dobro para 
todas as suas manifestações. CONTUDO, se 
somente um dos réus oferece contestação, O 
PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM 
NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O 
PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). 
MAIS SOBRE PRAZO EM DOBRO: O Ministério 
Público gozará de prazo em dobro para 
manifestar-se nos autos, que terá início a partir 
de sua intimação pessoal. No mesmo sentido, a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os 
9 
 
 
 
 
 
Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público gozarão de prazo 
em dobro para todas as suas manifestações 
processuais, cuja contagem terá início a partir 
da intimação pessoal. Ainda, A Defensoria 
Pública gozará de prazo em dobro para todas as 
suas manifestações processuais (O prazo tem 
início com a intimação pessoal do defensor 
público). 
Passado isto, ressalte-se que SOBRE O DIA DO 
COMEÇO DO PRAZO, VALE LER A ÍNTEGRA DO 
ARTIGO 231, DO CPC, EIS QUE CONSISTE EM 
IMPORTANTE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA QUE 
CERTAMENTE SERÁ COBRADA NO EXAME: 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, 
considera-se dia do começo do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de 
recebimento, quando a citação ou a intimação 
for pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado 
cumprido, quando a citação ou a intimação for 
por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da 
intimação, quando ela se der por ato do 
escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação 
assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da 
citação ou da intimação ou ao término do prazo 
para que a consulta se dê, quando a citação ou 
a intimação for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que 
trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de 
juntada da carta aos autos de origem 
devidamente cumprida, quando a citação ou a 
intimação se realizar em cumprimento de 
carta; 
VII - a data de publicação, quando a intimação 
se der pelo Diário da Justiça impresso ou 
eletrônico; 
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der 
por meio da retirada dos autos, em carga, do 
cartório ou da secretaria. 
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na 
forma prevista na mensagem de citação, do 
recebimento da citação realizada por meio 
eletrônico. 
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do 
começo do prazo para contestar corresponderá 
à última das datas a que se referem os incisos I 
a VI do caput . 
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo 
para cada um é contado individualmente. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado 
diretamente pela parte ou por quem, de 
qualquer forma, participe do processo, sem a 
intermediação de representante judicial, o dia 
do começo do prazo para cumprimento da 
determinação judicial corresponderá à data em 
que se der a comunicação. 
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à 
citação com hora certa. 
 
 
4. CITAÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, 
o executado ou o interessado para integrar a 
relação processual. 
A citação completa a relação processual, 
estabilizando, assim, a lide. Em virtude disso, a 
citação é ato obrigatório em qualquer tipo de 
processo e procedimento (Vide artigo 239, do 
CPC). 
A citação será efetivada em até 45 (quarenta e 
cinco) dias a partir da propositura da ação 
MAS FIQUE ATENTO: O comparecimento 
espontâneo do réu ou do executado supre a 
falta ou a nulidade da citação, a partir desta 
data, então, começa a fluir o prazo para 
10 
 
 
 
 
 
apresentação de contestação ou de embargos à 
execução. 
Obviamente, acaso a citação seja válida e o réu 
não comparece, HAVERÁ REVELIA. Acaso o 
executado não compareça, o processo de 
execução seguirá o seu fluxo normal. 
A citação válida, ainda quando ordenada por 
juízo incompetente, induz litispendência, torna 
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor. 
A interrupção da prescrição, operada pelo 
despacho que ordena a citação, ainda que 
proferido por juízo incompetente, retroagirá à 
data de propositura da ação (também se aplica 
à decadência – art. 240, §4º, do CPC). 
FORMA DE CITAÇÃO: A citação será pessoal, no 
entanto, pode ser feita na pessoa do 
representante legal ou do procurador do réu, 
do executado ou do interessado. Ainda, prevê 
o artigo 246, do CPC, que a citação será feita 
preferencialmente por meio eletrônico, no 
prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da 
decisão que a determinar, por meio dos 
endereços eletrônicos indicados pelo citando 
no banco de dados do Poder Judiciário, 
conforme regulamento do Conselho Nacional 
de Justiça. 
Na ausência do citando, a citação será feita na 
pessoa de seumandatário, administrador, 
preposto ou gerente, quando a ação se originar 
de atos por eles praticados. 
A citação da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios e de suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público será 
realizada perante o órgão de Advocacia Pública 
responsável por sua representação judicial. 
LUGAR DA CITAÇÃO: A citação poderá ser feita 
em qualquer lugar em que se encontre o réu, o 
executado ou o interessado. O militar em 
serviço ativo será citado na unidade em que 
estiver servindo, se não for conhecida sua 
residência ou nela não for encontrado. 
FIQUE ATENTO: Art. 244. Não se fará a citação, 
salvo para evitar o perecimento do direito: 
I - de quem estiver participando de ato de culto 
religioso; 
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer 
parente do morto, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou na linha colateral em segundo grau, 
no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias 
seguintes; 
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias 
seguintes ao casamento; 
IV - de doente, enquanto grave o seu estado. 
Também não se fará citação quando se verificar 
que o citando é mentalmente incapaz ou está 
impossibilitado de recebê-la. 
Como anteriormente adiantado, a Lei nº 14.195, 
de 2021, que alterou o CPC, passou a prever que 
a citação será feita preferencialmente por meio 
eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis, 
contado da decisão que a determinar, por meio 
dos endereços eletrônicos indicados pelo 
citando no banco de dados do Poder Judiciário, 
conforme regulamento do Conselho Nacional de 
Justiça. 
Em razão disso, as empresas públicas e privadas 
são obrigadas a manter cadastro nos sistemas 
de processo em autos eletrônicos, para efeito 
de recebimento de citações e intimações, as 
quais serão efetuadas preferencialmente por 
esse meio. 
De acordo com o artigo 246, § 1º-A, a ausência 
de confirmação da citação, em até 3 (três) dias 
úteis, contados do recebimento da citação 
eletrônica, implicará a realização da citação: 
I - pelo correio (Art. 247 e 248 – leia os artigos); 
II - por oficial de justiça (Art. 249 ao 255 – leia os 
artigos); 
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o 
citando comparecer em cartório; 
IV - por edital (Art. 256 ao 259 – leia os artigos). 
11 
 
 
 
 
 
Abaixo, veremos as consequências em razão da 
AUSÊNCIA DE CONFIRMAÇÃO: 
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos 
autos, o réu citado nas formas previstas nos 
incisos I, II, III e IV do § 1º-A do artigo 246 
deverá apresentar justa causa para a ausência 
de confirmação do recebimento da citação 
enviada eletronicamente. 
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade 
da justiça, passível de multa de até 5% (cinco 
por cento) do valor da causa, deixar de 
confirmar no prazo legal, sem justa causa, o 
recebimento da citação recebida por meio 
eletrônico. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 
2021) 
§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e 
às entidades da administração indireta. 
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os 
confinantes serão citados pessoalmente, 
exceto quando tiver por objeto unidade 
autônoma de prédio em condomínio, caso em 
que tal citação é dispensada. 
§ 4º As citações por correio eletrônico serão 
acompanhadas das orientações para realização 
da confirmação de recebimento e de código 
identificador que permitirá a sua identificação 
na página eletrônica do órgão judicial citante. 
(Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 5º As microempresas e as pequenas empresas 
somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste 
artigo quando não possuírem endereço 
eletrônico cadastrado no sistema integrado da 
Rede Nacional para a Simplificação do Registro 
e da Legalização de Empresas e Negócios 
(Redesim). (Incluído pela Lei nº 14.195, de 
2021) 
§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá 
haver compartilhamento de cadastro com o 
órgão do Poder Judiciário, incluído o endereço 
eletrônico constante do sistema integrado da 
Redesim, nos termos da legislação aplicável ao 
sigilo fiscal e ao tratamento de dados pessoais. 
(Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
 
 
5. DAS INTIMAÇÕES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Citação e intimação não se confundem. 
A intimação, ao contrário da citação 
(anteriormente estudada), é o ato pelo qual se 
dá ciência a alguém dos atos e dos termos do 
processo. OU SEJA, O PROCESSO JÁ EXISTE E O 
RÉU/EXECUTADO JÁ FOI CITADO! 
As intimações realizam-se, sempre que possível, 
por meio eletrônico, na forma da lei. 
Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria 
Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1º 
do art. 246. Ou seja, estes órgãos devem 
manter cadastro nos sistemas de processo em 
autos eletrônicos, para efeito de recebimento 
de citações e intimações. 
O juiz determinará de ofício as intimações em 
processos pendentes, salvo disposição em 
contrário. 
Quando não realizadas por meio eletrônico, 
consideram-se feitas as intimações pela 
publicação dos atos no órgão oficial. 
IMPOSSIBILIDADE DE INTIMAÇÃO POR MEIO 
ELETRÔNICO E POR ÓRGÃO OFICIAL PARA 
PUBLICAÇÃO: Se inviável a intimação por meio 
eletrônico e não houver na localidade 
publicação em órgão oficial, incumbirá ao 
escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos 
os atos do processo os advogados das partes: 
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede 
do juízo; 
II - por carta registrada, com aviso de 
recebimento, quando forem domiciliados fora 
do juízo. 
Por fim, vale a atenta leitura dos artigos 273 ao 
275, do CPC: 
12 
 
 
 
 
 
Art. 273. Se inviável a intimação por meio 
eletrônico e não houver na localidade 
publicação em órgão oficial, incumbirá ao 
escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos 
os atos do processo os advogados das partes: 
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede 
do juízo; 
II - por carta registrada, com aviso de 
recebimento, quando forem domiciliados fora 
do juízo. 
Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as 
intimações serão feitas às partes, aos seus 
representantes legais, aos advogados e aos 
demais sujeitos do processo pelo correio ou, se 
presentes em cartório, diretamente pelo 
escrivão ou chefe de secretaria. 
Parágrafo único. Presumem-se válidas as 
intimações dirigidas ao endereço constante dos 
autos, ainda que não recebidas pessoalmente 
pelo interessado, se a modificação temporária 
ou definitiva não tiver sido devidamente 
comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir 
da juntada aos autos do comprovante de 
entrega da correspondência no primitivo 
endereço. 
Art. 275. A intimação será feita por oficial de 
justiça quando frustrada a realização por meio 
eletrônico ou pelo correio. 
§ 1º A certidão de intimação deve conter: 
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa 
intimada, mencionando, quando possível, o 
número de seu documento de identidade e o 
órgão que o expediu; 
II - a declaração de entrega da contrafé; 
III - a nota de ciente ou a certidão de que o 
interessado não a apôs no mandado. 
§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser 
efetuada com hora certa ou por edital. 
ATENÇÃO: Sob pena de nulidade, é 
indispensável que da publicação constem os 
nomes das partes e de seus advogados, com o 
respectivo número de inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da 
sociedade de advogados. 
Constando dos autos pedido expresso para que 
as comunicações dos atos processuais sejam 
feitas em nome dos advogados indicados, o seu 
desatendimento implicará nulidade. 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A retirada dos 
autos do cartório ou da secretaria em carga 
pelo advogado, por pessoa credenciada a 
pedido do advogado ou da sociedade de 
advogados, pela Advocacia Pública, pela 
Defensoria Pública ou pelo Ministério Público 
 
 
 
CIÊNCIA E SAI INTIMADO. 
Em caso de eventual nulidade de intimação, a 
parte a arguiráem capítulo preliminar do 
próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será 
tido por tempestivo se o vício for reconhecido. 
 
 
5. DAS NULIDADES (BÔNUS) 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
As nulidades são previstas entre os artigos 276 e 
283, do CPC. 
Uma das regras básicas, acerca do tema, é que a 
NULIDADE NÃO PODE SER ARGUIDA POR QUEM 
LHE DEU CAUSA (Princípio do interesse). 
Além disso, vale dizer que quando a lei 
prescrever determinada forma para a prática do 
ato, o juiz o considerará válido se, realizado de 
outro modo, lhe alcançar a finalidade (princípio 
da instrumentalidade das formas). 
A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira 
oportunidade em que couber à parte falar nos 
autos, sob pena de preclusão (Princípio da 
convalidação ou preclusão). FIQUE ATENTO: 
Não se aplica tal princípio quando o juiz deva 
decretar de ofício a nulidade, nem prevalece a 
implicará intimação de qualquer decisão 
contida no processo retirado, ainda que 
pendente de publicação. Ou seja, ele TOMA 
 
13 
 
 
DICA DO DIA 44 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
preclusão provando a parte legítimo 
impedimento. 
INTERVENÇÃO DO MP: É nulo o processo 
quando o membro do Ministério Público não for 
intimado a acompanhar o feito em que deva 
intervir. A nulidade só pode ser decretada após 
a intimação do Ministério Público, que se 
manifestará sobre a existência ou a inexistência 
de prejuízo. 
As citações e as intimações serão nulas quando 
feitas sem observância das prescrições legais. 
ATENÇÃO MÁXIMA: Anulado o ato, 
consideram-se de nenhum efeito todos os 
subsequentes que dele dependam, todavia, a 
nulidade de uma parte do ato não prejudicará 
as outras que dela sejam independentes. 
Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que 
atos são atingidos e ordenará as providências 
necessárias a fim de que sejam repetidos ou 
retificados. 
Obviamente, o ato não será repetido nem sua 
falta será suprida quando não prejudicar a 
parte (NÃO HÁ NULIDADE SEM PREJUÍZO). 
Outro importante ponto é que quando puder 
decidir o mérito a favor da parte a quem 
aproveite a decretação da nulidade, o juiz não 
a pronunciará nem mandará repetir o ato ou 
suprir-lhe a falta. 
 
 
1. COMPETÊNCIA 
O QUE DEVO SABER: 
Ao falarmos de competência faz-se necessário 
fazer um breve estudo sobre jurisdição, afinal 
competência nada mais é que as limitações e a 
medida desta. 
 
1- Princípios que norteiam a Jurisdição: 
a) Inafastabilidade da jurisdição: - a lei 
não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito 
(Art. 5º, XXXV da CF) 
b) Indeclinabilidade: O juiz competente 
não pode recusar exercer a exercer a 
sua atividade. 
c) Inércia da Jurisdição: O juiz não poderá 
iniciar o processo de oficio, faz-se 
necessário que o judiciário seja 
provocado pelas partes. 
d) Unidade da Jurisdição: No Brasil a 
jurisdição é una. 
e) Indelegabilidade da jurisdição: O juiz 
competente não poderá delegar a 
outro juiz atos decisórios. 
f) Improrrogabilidade da jurisdição: 
salvo em situações excepcionais 
expressamente previstas, um juiz não 
pode invadir a competência de outro. 
g) Princípio da Correlação: o juiz, ao 
proferir sentença, deverá observar a 
exata correspondência entre sua 
decisão e o pedido incorporado à 
denúncia e à queixa 
h) Princípio do Juiz Natural: este princípio 
consiste que ninguém poderá ser 
processado e julgado, senão por meio 
de quem tenha competência 
jurisdicional em regras previamente 
determinada, e que não haverá juízo ou 
tribunal de exceção 
(art. 5.º, LIII, XXXVII da CF 
 
#linkmental #CPP#CPC 
Obs. Sentença infra, Extra e Ultra petita: 
O limite da sentença é o pedido, com a sua 
fundamentação. A sentença deverá decidir 
sobre os fatos descritos na denúncia ou queixa, 
que estabelecem a lide penal, vinculando-se as 
narrativas ali inseridas. No processo penal, o réu 
se defende dos fatos que pesam contra ele e não 
da imputação realizada ao término do libelo 
acusatório. É o que a doutrina denomina de 
princípio da adstrição, princípio da congruência 
da conformidade, da correlação. O afastamento 
desse limite, ou seja, a violação desses 
princípios, enseja a nulidade da sentença, pois 
caracteriza as sentenças infra, ultra e extra 
petita. 
1- Infra petita: neste tipo de decisão o Juiz foi 
omisso (é mais comum acontecer no 
14 
 
 
 
 
 
processo civil). Ex: Foram feitos dos 
pedidos e o juiz só acatou um e em nada 
falou sobre o outro. 
2- Ultra Petita: O juiz decidiu além do que o 
Ministério Público (no caso de um 
processo penal) pediu. Ex: O MP 
denunciou o réu por furto simples e juiz 
condenou por furto qualificado. É o vício 
de excesso. 
3- Extra petita: O juiz decidiu totalmente 
diferente do que constava na denúncia. 
Ex: Se um processo penal se inicia sob o 
argumento da prática de furto e o juiz 
condena por roubo sem que tenha dado à 
acusação a oportunidade de emendar a 
denúncia, o julgamento, então, será extra 
petita 
 
Obs. Emendatio e Mutatio Libelli: 
A emendatio libelli trata da possibilidade de 
emendar/reparar/consertar a acusação quando 
a inicial acusatória contiver um erro de 
classificação do delito. Nessa situação, não há 
alteração dos fatos imputados, pois foram 
corretamente descritos pela acusação, mas sim 
alteração da classificação jurídica da conduta. 
 
“Art. 383 do CPP. O juiz, sem modificar a 
descrição do fato contida na denúncia ou 
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em consequência, tenha de 
aplicar pena mais grave.” 
 
PRESTE ATENÇÃO: Na emendatio o juiz não 
altera os fatos, ele apenas entende que diante 
dos fatos narrados não se trata do delito, pelo 
qual o réu foi denunciado, mas por outro delito. 
Lembra que falei lá em cima, que o réu se 
defende do quê? DOS FATOS. Logo, se não 
ocorreu a alteração dos fatos, não tem nulidade, 
porque o réu exerceu o seu direito de defesa. 
Entendeu? 
Já na Mutatio ele MODIFICA a tipificação 
jurídica, porque encontrou FATOS novos. Neste 
caso, é preciso que ele envie o Processo Para o 
MP aditar a denúncia e enviar para que o réu se 
defenda DOS FATOS NOVOS. 
Para você não confundir: Emendatio Libeli NÃO 
modifica a descrição dos fatos, mas a definição 
Jurídica. 
Na Mutatio Libeli, MODIFICA a definição 
jurídica porque modificou os Fatos. LEMBRA 
QUE MUTATIO TEM M DE MODIFICAR =) 
 
1.1 COMPETÊNCIA 
Conforme mencionado acima, a competência é 
o limite a medida da jurisdição. 
 
Critérios para distribuição de competência: 
a)Ratio Materiae: Em razão da matéria. 
b) Ratio loci: Em razão do local da infração. 
c) Ratio personae: Em razão da pessoa. 
 
 
Obs. A Ratio Persoanae: Leva em consideração 
os casos de foro por prerrogativa de função. Ex. 
deputados federais e senadores serão julgados 
pelo STF (art. 102, I, “b”, CF); governadores e 
Desembargadores serão julgados perante o STJ 
(art. 105, I, “a”, CF); juízes e promotores dos 
Estados serão julgados pelo respectivo Tribunal 
de Justiça local, salvo no tocante a crimes 
eleitorais (art. 86, III, CF). 
Com a decisão proferida pelo STF em 2018 , 
ficou como regra a seguinte tese: “o foro por 
prerrogativa de função aplica-se apenas aos 
crimes cometidos durante o exercício do cargo 
e relacionados às funções desempenhadas”. O 
entendimento acima não se aplica caso a 
instrução já tenha se encerrado. Em outras 
palavras, se a instrução processual já havia 
terminado, mantém-se a competência do STF 
para o julgamento de detentores de foro por 
prerrogativa de função, ainda que o processo 
apure um crime que não está relacionado com o 
cargo ou com a função desempenhada. Isso 
porque o STF definiu, como 2ª tese, que “após o 
final da instrução processual, com a publicação 
do despacho de intimação para apresentação 
de alegações finais, a competência para 
processar e julgar ações penais não será mais 
afetada em razão de o agente público vir a 
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que 
ocupava, qualquerque seja o motivo.” STF. 1ª 
Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. 
p/ o ac. Min. 
15 
 
 
 
 
 
Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018 (Info 
920) 
 
REGRA NA DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA: 
 
Art. 69 do CPP - Determinará a competência 
jurisdicional: 
I - O lugar da infração: 
II - O domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - A distribuição; 
V - A conexão ou continência; 
VI - A prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
No critério do lugar da infração, o CPP adota a 
teoria do resultado (o juízo do lugar onde a 
infração se consumou, ou, sendo hipótese de 
tentativa, o local onde o último ato de execução 
foi praticado.), entretanto, admite-se que a 
competência seja fixada pelo local da atividade 
como forma de facilitar a produção de provas, 
como no caso de homicídio. 
 
CPP= Como regra é a teoria do RESULTADO. 
Juizado especial Criminal= Teoria da 
ATIVIDADE 
 
CRIME CONSUMADO = lugar em que se 
consumar a infração; 
CRIME TENTADO= lugar em que for praticado 
o último ato de execução. 
 
Art. 70. A competência será, de regra, 
determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar 
em que for praticado o último ato de execução. 
 
§ 1
o
 Se, iniciada a execução no território 
nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em 
que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato 
de execução. 
 
§ 2
o
 Quando o último ato de execução for 
praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, 
embora parcialmente, tenha produzido ou devia 
produzir seu resultado. 
§ 3
o
 Quando incerto o limite territorial entre 
duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a 
jurisdição por ter sido a infração consumada ou 
tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, 
a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), quando praticados 
mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de 
valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de 
pluralidade de vítimas, a competência firmar- 
se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 
14.155, de 2021) NOVIDADE LEGISLATIVA, 
PRESTA ATENÇÃO VIU?! 
 
#TOSENTINDOCHEIRINHODEPROVA 
 
A lei nº 14.155/21 teve entre suas inúmeras 
mudanças, a inclusão do §4º ao art. 70 do CPP. 
Este artigo está relacionado ao delito de 
estelionato (art. 171 do CP), quando praticados 
mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de 
valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima. 
 
Vamos lá, tentar entender sobre este tema! 
 
Como já mencionado, a regra geral para 
determinação da competência é do local em que 
se consumar a infração (teoria do resultado). 
E quando que o crime de estelionato é 
consumado? Em qual momento? 
Se consuma no momento da obtenção da 
vantagem ilícita em prejuízo alheio, para si ou 
para outrem, em razão do uso de artifício, ardil 
ou qualquer outro meio fraudulento. 
Por Ex: Sandy engana Junior na cidade de São 
Paulo, fazendo-o realizar pagamento para ela ou 
para terceiro no Rio de Janeiro. Neste caso, o 
delito se consuma no momento da obtenção da 
vantagem ilícita, a qual se consuma no Rio de 
Janeiro. Logo, competência é do Rio de Janeiro, 
16 
 
 
 
 
 
que foi o local da consumação, ainda que a 
conduta (o meio fraudulento) tenha ocorrido 
em outro local. 
 
Contudo, a lei nº 14.155/21 modificou essa 
regra geral, pois ela determina a competência 
do DOMICÍLIO DA VÍTIMA, quando o estelionato 
for praticado mediante depósito, emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de 
valores. 
Por ex: Sandy, engana Junior (residente e 
domiciliado em Recife), na cidade de São Paulo, 
fazendo-o realizar pagamento na cidade do Rio 
de Janeiro. Caso esse pagamento tenha sido 
feito por meio de depósito, qual será jurisdição 
competente para julgar tal delito? 
A COMPETÊNCIA SERÁ DE RECIFE, ainda que o 
valor tenha sido sacado na cidade do Rio de 
JANEIRO. 
 
Em resumo: A competência para julgar o crime 
de estelionato, como regra geral, é do local da 
consumação, mas caso o estelionato seja 
praticado mediante as situações já 
mencionadas, a competência será do 
DOMICÍLIO DA VÍTIMA. 
 
Repare que não se trata de todos os casos de 
estelionato, mas somente os praticados 
mediantes (tem muita cara de prova isso!): 
 
1) depósito; 
 
2) cheque sem fundo ou com pagamento 
frustrado; 
 
3) transferência de valores. 
 
Nesses três casos, a competência não será do 
local da consumação, mas sim do domicílio da 
vítima. E se forem mais de uma vítima, com 
domicílios distintos? Fixação pelo critério 
subsidiário de fixação de competência, que é 
sempre a prevenção (quem atua primeiro). 
 
NÃO CONFUNDA: CHEQUE SEM FUNDO É 
DIFERENTE DE CHEQUE FALSIFICADO. 
SE O ESTELIONATO FOR PRATICADO POR 
CHEQUE SEM FUNDO, COMPETÊNCIA SERÁ DO 
DOMICÍLIO DA VÍTIMA, MAS SE FOR 
PRATICADO MEDIANTE CHEQUE FALSIFICADO 
A COMPETÊNCIA É DO LOCAL DA OBTENÇÃO 
DA VANTAGEM ILÍCITA. 
 
Sendo assim, a súmula 521 do STF perde, a 
princípio, a aplicabilidade, já que diz que “o foro 
competente para o processo e julgamento dos 
crimes de estelionato, sob a modalidade da 
emissão dolosa de cheque sem provisão de 
fundos, é o do local onde se deu a recusa do 
pagamento pelo sacado”. 
 
Todavia, a sumula súmula 48 do STJ continua 
sendo válida e aplicada: “compete ao juízo do 
local da obtenção da vantagem ilícita processar 
e julgar crime de estelionato cometido mediante 
falsificação de cheque”. 
 
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU 
RESIDÊNCIA DO RÉU 
 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. REPARE, AQUI É 
O DOMICÍLIO DO RÉU E NÃO DA VÍTIMA, COMO 
TRATADO NO ARTIGO ANTERIOR. 
 
§ 1
o
 Se o réu tiver mais de uma residência, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
§ 2
o
 Se o réu não tiver residência certa ou for 
ignorado o seu paradeiro, será competente o 
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o 
querelante poderá preferir o foro de domicílio 
ou da residência do réu, ainda quando 
conhecido o lugar da infração. 
 
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA 
INFRAÇÃO 
 
Art. 74. A competência pela natureza da 
infração será regulada pelas leis de organização 
judiciária, salvo a competência privativa do 
Tribunal do Júri. 
17 
 
 
 
 
 
1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento 
dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 
2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 
126 e 127 do Código Penal, consumados ou 
tentados. 
 
Obs. Crimes de competência do Tribunal do Júri 
O Tribunal do Júri é o órgão do poder judiciário 
que tem a competência para julgar 
os crimes dolosos, ou intencionais, contra a 
vida. Atualmente, são de sua competência os 
seguintes delitos: homicídio doloso, 
infanticídio, participação em suicídio, aborto - 
tentados ou consumados – e 
seus crimes conexos... 
 
Obs.: LATROCÍNIO é um crime contra o 
patrimônio, logo, não é de competência do 
Tribunal do Júri. 
 
§ 2
o
 Se, iniciado o processo perante um juiz, 
houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o 
processo, salvo se mais graduada for a jurisdição 
do primeiro, que, em tal caso, terá sua 
competência prorrogada. 
 
§ 3
o
 Se o juiz da pronúncia desclassificar a 
infração para outra atribuída à competência de 
juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 
410; mas, se a desclassificação for feita pelo 
próprio Tribunaldo Júri, a seu presidente 
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2
o
) 
 
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU 
CONTINÊNCIA 
 
Art. 76. A competência será determinada pela 
conexão: 
I - Se, ocorrendo duas ou mais infrações, 
houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, 
por várias pessoas reunidas, ou por várias 
pessoas em concurso, embora diverso o tempo 
e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as 
outras; 
II - Se, no mesmo caso, houverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou 
para conseguir impunidade ou vantagem em 
relação a qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de 
qualquer de suas circunstâncias elementares 
influir na prova de outra infração. 
 
 
Art. 77. A competência será determinada pela 
continência quando: 
I - Duas ou mais pessoas forem acusadas pela 
mesma infração; 
 
0bs. A conexão está ligada a pluralidade de 
infrações, já a continência está atrelada a 
pluralidade de infratores. 
 
Quando houver concorrência de jurisdição, no 
caso de CONEXÃO OU CONTIÊNCIA, a 
competência segue outras regras. 
Por ex: Quando várias pessoas, ao mesmo 
tempo tiverem praticado duas ou mais 
infrações, ainda quem em locais diferentes, mas 
em concurso. Qual será o local competente para 
julgar os crimes? Ou, por exemplo, homicídio do 
segurança para o fim de se sequestrar o seu 
patrão (crime praticado para facilitar ou ocultar 
as outras, ou para conseguir impunidade ou 
vantagem em relação a qualquer delas. 
 
O art. 78 do CPP traz exatamente as regras que 
deverão ser observadas para determinar a 
competência de qual juízo irá julgar ambos 
delitos. 
 
Art. 78. Na determinação da competência por 
conexão ou continência, serão observadas as 
seguintes regras: 
I - No concurso entre a competência do júri e a 
de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri 
 
Quer dizer que um crime que não seja doloso 
contra a vida, pode ser julgado pelo tribunal do 
Júri? Pode. Desde que ele seja conexo com o 
crime doloso contra a vida. Por ex: Um 
homicídio e um furto praticados pela mesma 
pessoa, na mesma situação. 
 
Il - no concurso de jurisdições da mesma 
categoria: 
18 
 
 
 
 
 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual 
for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver 
ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual 
gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, 
nos outros casos 
 
III - no concurso de jurisdições de diversas 
categorias, predominará a de maior 
graduação; 
 
IV - No concurso entre a jurisdição comum e a 
especial, prevalecerá está. 
 
Sendo assim, a conexão se revela como 
instrumento de unificação de processos que 
guardam, entre, si algum vínculo. Já 
a continência, como o próprio nome indica, 
ocorre quando um fato criminoso contém 
outros, o que impõe que o julgamento de todos 
seja realizado em conjunto. Não são regra de 
fixação de competência, mas de modificação, 
por economia processual e para evitar 
contradições. 
 
Hipóteses de NÃO CABIMENTO DA CONEXÃO 
OU CONTINÊNCIA: 
 
Art. 79. A conexão e a continência importarão 
unidade de processo e julgamento, salvo: 
I - No concurso entre a jurisdição comum e a 
militar; 
II - No concurso entre a jurisdição comum e a do 
juízo de menores. 
§ 1
o
 Cessará, em qualquer caso, a unidade do 
processo, se, em relação a algum corréu, 
sobrevier o caso previsto no art. 152. 
 
§ 2
o
 A unidade do processo não importará a do 
julgamento, se houver corréu foragido que não 
possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese 
do art. 461 
 
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO 
 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de 
função é do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos 
Estados e do Distrito Federal, relativamente às 
pessoas que devam responder perante eles por 
crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Art. 85. Nos processos por crime contra a 
honra, em que forem querelantes as pessoas 
que a Constituição sujeita à jurisdição do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de 
Apelação, àquele ou a estes caberá o 
julgamento, quando oposta e admitida a 
exceção da verdade. 
 
CONEXÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERSUBJETIVA 
(art.76,I do CPP) 
 
Por Simultaneidade- 
Quando várias pessoas 
praticarem as infrações, 
ao mesmo tempo, sem 
vínculo subjetivo 
Por Concurso- Quando 
várias pessoas praticarem 
as infrações, ainda que em 
lugares diversos, porém 
possuindo vínculo 
subjetivo 
Reciprocidade- Quando as 
infrações forem cometidas 
por várias pessoas, umas 
contra as outras 
 
 
 
 
 
Objetiva 
Teleológica: Quando as 
infrações ou a infração foi 
praticada para assegurar 
execução de outra 
Consequencial: Quando 
para garantir a ocultação 
de outra infração pratica, 
para garantir a impunidade 
do delito, ou para 
assegurar a vantagem, o 
produto do crime. 
19 
 
 
Competência para processar e julgar 
nos crimes comuns e de 
responsabilidade: 
 
- Ministros de Estado; Comandantes 
da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ressalvado o disposto 
no art. 52, I (estabelecendo a 
competência do Senado Federal 
para julgar os comandantes das 
forças armadas em crimes de 
responsabilidade conexos com os do 
Presidente da República e Vice) ; 
Membros dos Tribunais Superiores, 
do Tribunal de Contas da União - 
Chefes de missão diplomática em 
caráter permanente (art. 102, I, c, da 
CF). 
Infrações penais comuns: 
 
Governadores dos Estados e do 
Distrito Federal (art. 105, I, a, da CF). 
 
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade: 
 
Desembargadores dos Tribunais de 
Justiça dos Estados e do Distrito 
Federa; Membros dos Tribunais de 
Contas dos Estados e do Distrito 
Federal, dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais 
Eleitorais e do Trabalho; Membros 
dos Conselhos ou Tribunais de 
Contas dos Municípios e do 
Ministério Público da União que 
oficiem perante Tribunais. 
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade: 
 
Juízes Estaduais e do Distrito 
Federal - Membros do Ministério 
Público, ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral (art. 96, III, da 
CF); Prefeitos Municipais que 
praticarem crimes submetidos à 
Justiça Estadual (art. 29, X, da CF) 
 
 
Instrumental 
Quando a prova de uma 
infração ou elementares 
influir na prova de outra 
infração 
 
STJ 
Competência para processar e julgar 
nos crimes comuns: 
 
Presidente da República; Vice- 
Presidente; Membros do Congresso 
Nacional; seus próprios Ministros; 
Procurador-Geral da República (art. 
102, I, b, da CF) 
 
 
 
 
 
 
STF 
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade: 
Juízes Federais da área de sua 
jurisdição, incluídos os da Justiça 
Militar e da Justiça do Trabalho; 
Membros do Ministério Público da 
União, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral; Prefeitos 
Municipais que praticarem crimes 
submetidos à Justiça Federal 
(Súmula 702 do STF). 
 
TRF 
STF 
 
 
 
 
 
Já Continência poderá ser: Subjetiva, que o caso 
de concurso de agentes, ou seja, duas ou mais 
pessoas praticando a mesma infração. 
Ou Objetiva, podendo ser o caso de concurso 
formal, aberratio ictus (erro na execução, com 
resultado duplo) ou aberratio criminis 
(resultado diverso do pretendido, com resultado 
duplo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Súmula Vinculante 45: A competência 
constitucional do Tribunal do Júri prevalece 
sobre o foro por prerrogativa de função, 
estabelecido exclusivamente pela Constituição 
estadual. 
TJ 
20 
 
 
Para além disso, decidiu o STF que se 
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de 
função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos. O 
foro por prerrogativa de função foi previsto 
apenas para os prefeitos (art. 29, X, da CF/88). 
Diante disso, é inconstitucional norma de 
Constituição Estadual que crie foro por 
prerrogativa de função para Vereadores ou 
Vice-Prefeitos. A CF/88, apenas 
excepcionalmente,conferiu prerrogativa de 
foro para as autoridades federais, estaduais e 
municipais. Assim, não se pode permitir que os 
Estados possam, livremente, criar novas 
hipóteses de foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
 
 
 
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com 
o exterior, quando, então, a competência será 
da Justiça Federal, compete a justiça dos estados 
o processo e o julgamento dos crimes relativos a 
entorpecentes. 
 
 
Art. 53, § 3º Recebida a denúncia contra o 
Senador ou Deputado, por crime ocorrido após 
a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto 
da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação. 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no 
julgamento da Questão de Ordem na Ação Penal 
937, adotou, em relação aos parlamentares 
federais (deputados federais e senadores) nova 
orientação sobre o tema, estabelecendo as 
seguintes diretrizes: 1. A prerrogativa de função 
alcança, unicamente, os crimes praticados no 
exercício do cargo que a confere, devendo-se 
considerar o momento da diplomação (e não a 
data da posse, consoante art. 53, § 1.º, da CF) 
do parlamentar federal como o marco do início 
do exercício do mandato eletivo. 2- A 
prerrogativa de foro subsiste apenas em 
relação aos crimes que tenham relação com as 
funções atinentes ao cargo. 3. o STF assentou 
que "após o final da instrução processual, com a 
publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a 
competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o 
agente público vir a ocupar outro cargo ou 
deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o 
motivo" (STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 3/5/2018) 
 
Privilegiando a regra de que, para ser julgada 
pelo Tribunal respectivo, a infração penal 
cometida deve guardar relação com o exercício 
do cargo, o STF assentou "que o recebimento de 
doação ilegal destinado à campanha de 
reeleição ao cargo de Deputado Federal é um 
crime relacionado com o mandato 
parlamentar", competindo-lhe o julgamento de 
tal fato. 
mostra "desimportante a circunstância de este 
delito ter sido praticado durante o mandato 
anterior, bastando que a atual diplomação 
decorra de sucessiva e ininterrupta reeleição" 
(STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. 
Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 
14/3/2019). 
 
Logo, se o parlamentar cometeu um crime, 
relacionado com a sua função, ainda que a 
prática tenha sido no mandato anterior, se ele 
foi reeleito sucessiva e ininterruptamente 
haverá o foro privilegiado. 
 
CUIDADO COM ESSAS SÚMULAS: 
 
Súmula 208-STJ: Compete a justiça federal 
processar e julgar prefeito municipal por desvio 
de verba sujeita a prestação de contas perante 
órgão federal. 
 
Súmula 209-STJ: Compete a justiça estadual 
processar e julgar prefeito por desvio de verba 
transferida e incorporada ao patrimônio 
municipal. 
 
Se a verba foi transferida e já incorporada ao 
patrimônio do Município, ela pertence ao 
Município e não mais a Justiça Federal, sendo 
assim a competência para processar e julgar o 
prefeito é da Justiça Estadual, contudo, caso a 
verba seja federal e ainda não foi incorporada ao 
patrimônio do Município, o prefeito deverá ser 
processado e julgado na justiça Federal. 
 
#JURISNACABEÇA 
21 
 
 
 
 
 
Nos crimes de estelionato, quando praticados 
mediante depósito, por emissão de cheques 
sem suficiente provisão de fundos em poder do 
sacado ou com o pagamento frustrado ou por 
meio da transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do 
domicílio da vítima, em razão da 
superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda 
Qual a competência para julgar crimes contra 
interesse da Sociedade de Economia Mista 
Federal? Compete a Justiça ESTADUAL julgar 
crimes no interesse da SEM (banco do Brasil), 
entretanto cabe a Justiça Federal julgar crimes 
contra empresas públicas (caixa econômica) ou 
autarquia federal (INSS). 
que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. 
Veja o § 4º do art. 70 que foi inserido no CPP 
Art. 109 do CF: Aos 
processar e julgar: 
compete 
pela Lei nº 14.155/2021: 
Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 
171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), quando praticados 
mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de 
valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de 
pluralidade de vítimas, a competência firmar- 
se-á pela prevenção. 
STJ. 3ª Seção. CC 180832-RJ, Rel. Min. Laurita 
Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706) 
 
compete à Justiça Federal processar e julgar os 
crimes consistentes em disponibilizar ou 
adquirir material pornográfico, acessível 
transnacionalmente, envolvendo criança ou 
adolescente, quando praticados por meio da 
rede mundial de computadores (arts. 241, 241- 
A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). 
STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, 
julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 393) (Info 990) 
 
E a competência quanto as infrações de menor 
potencial ofensivo? 
Art. 63. A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal- TEORIA DA ATIVIDADE 
E o que são infrações de menor potencial 
ofensivo? 
Art. 61 da Lei nº 9099/1995 Consideram-se 
infrações penais de menor potencial ofensivo, 
para os efeitos desta Lei, as contravenções 
penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada 
ou não com multa. 
I - As causas em que a União, entidade 
autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, 
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
 
II - As causas entre Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e Município ou pessoa 
domiciliada ou residente no País; 
 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato 
da União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional; 
 
IV - Os crimes políticos e as infrações penais 
praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades 
autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da 
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 
A JUSTIÇA FEDERAL NÃO É COMPETENTE PARA 
JULGAR CONTRAVENÇÕES PENAIS, AINDA QUE 
PRATICADAS EM DETRIMENTO DE BENS OU 
INTERESSE DA UNIÃO. 
 
V - Os crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional, quando, iniciada a execução no 
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido 
no estrangeiro, ou reciprocamente; 
 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que 
se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
VI - os crimes contra a organização do trabalho 
e, nos casos determinados por lei, contra o 
sistema financeiro e a ordem econômico- 
financeira; 
juízes federais 
22 
 
 
 
 
 
 
VII - os habeas corpus , em matéria criminal de 
sua competência ou quando o constrangimento 
provier de autoridade cujos atos não estejam 
diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
 
VIII – os mandados de segurança e os habeas 
data contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; 
IX – Os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça 
Militar; 
 
X - Os crimes de ingresso ou permanência 
irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença 
estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a 
respectiva opção, e à naturalização; 
 
Obs. Incidente de deslocamento de 
competência: 
Quando houver graves violaçõesa direitos 
humanos, a fim de assegurar o cumprimento das 
obrigações decorrente de tratados 
internacionais que versem sobre Direitos 
Humanos e que o Brasil seja parte, poderá o 
PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA, pleitear 
junto ao STJ o deslocamento de competência DE 
PROCESSO QUE SE ENCONTRA NA JUSTIÇA 
ESTADUAL, para julgamento NA JUSTIÇA 
FEDERAL, em qualquer fase do processo ou 
investigação. 
 
Art. 109. 5º da CF Nas hipóteses de grave 
violação de direitos humanos, o Procurador- 
Geral da República, com a finalidade de 
assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, 
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou 
processo, incidente de deslocamento de 
competência para a Justiça Federal. 
SE LIGUE: O STJ É QUEM DECIDE SOBRE O 
DESLOCAMENTO, N ÃO É O STF TA? 
 
MEDIDAS CAUTELARES 
O QUE DEVO SABER: 
 
No sistema processual brasileiro, a prisão 
preventiva é a ultima ratio, devendo ser 
aplicado, sempre que possível, medidas 
cautelares, diferentes da prisão. 
 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste 
Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - Necessidade para aplicação da lei penal, para 
a investigação ou a instrução criminal e, nos 
casos expressamente previstos, para evitar a 
prática de infrações penais 
 
II - Adequação da medida à gravidade do crime, 
circunstâncias do fato e condições pessoais do 
indiciado ou acusado. 
 
§ 1
o
 As medidas cautelares poderão ser 
aplicadas isolada ou cumulativamente 
 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas 
pelo juiz a requerimento das partes ou, quando 
no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério Público. 
 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de 
perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao 
receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária, 
para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, 
acompanhada de cópia do requerimento e das 
peças necessárias, permanecendo os autos em 
juízo, e os casos de urgência ou de perigo 
deverão ser justificados e fundamentados em 
decisão que contenha elementos do caso 
concreto que justifiquem essa medida 
excepcional. 
 
Ou seja, ao receber um pedido de medida 
cautelar, o juiz intimará o acusado, para que no 
prazo de 05 dias ele se manifeste a respeito. 
Todavia, tal regra não precisa ser observada se 
for caso de urgência ou perigo de ineficácia da 
medida. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas, o juiz, mediante 
23 
 
 
la 
 
 
 
requerimento do Ministério Público, de seu 
assistente ou do querelante, poderá substituir a 
medida, impor outra em cumulação, ou, em 
último caso, decretar a prisão preventiva, nos 
termos do parágrafo único do art. 312 deste 
Código. 
 
PRESTE ATENÇÃO: O juiz não poderá DECRETAR 
de ofício as medidas cautelares, contudo, 
poderá, de ofício REVOGAR OU SUBSTITUIR. 
 
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das 
partes, revogar a medida cautelar ou substituí- 
quando verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem 
As cautelares diversas da prisão serão sempre 
concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou 
representação do delegado de polícia, salvo a 
fiança que pode ser arbitrada pelo delegado 
quando a pena máxima do crime for de até 4 
anos. Como se sabe, as cautelares no processo 
penal se prestam a evitar prejuízos à efetividade 
do processo em razão do decurso do tempo. As 
cautelares pessoais, por sua vez, são aquelas, 
como o próprio nome diz, que recaem sobre as 
pessoas, por exemplo, uma prisão cautelar. 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da 
prisão: 
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo 
e nas condições fixadas pelo juiz, para informar 
e justificar atividades; 
 
II - proibição de acesso ou frequência a 
determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante 
desses locais para evitar o risco de novas 
infrações; 
. 
III - proibição de manter contato com pessoa 
determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou 
acusado dela permanecer distante; 
 
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca 
quando a permanência seja conveniente ou 
necessária para a investigação ou instrução; 
 
V - Recolhimento domiciliar no período noturno 
e nos dias de folga quando o investigado ou 
acusado tenha residência e trabalho fixos 
 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou 
de atividade de natureza econômica ou 
financeira quando houver justo receio de sua 
utilização para a prática de infrações 
penais; 
VII - internação provisória do acusado nas 
hipóteses de crimes praticados com violência ou 
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do 
Código Penal) e houver risco de 
reiteração; 
 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para 
assegurar o comparecimento a atos do 
processo, evitar a obstrução do seu andamento 
ou em caso de resistência injustificada à ordem 
judicial 
 
IX - Monitoração eletrônica 
 
§ 4
o
 A fiança será aplicada de acordo com as 
disposições do Capítulo VI deste Título, 
podendo ser cumulada com outras medidas 
cautelares. 
 
PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
Prisão é a restrição da liberdade que o cidadão 
tem de ir e vir devendo ser executada em casos 
excepcionais sob pena de violação do princípio 
da presunção da inocência. 
 
Art. 282, § 6º A prisão preventiva somente será 
determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar, 
observado o art. 319 deste Código, e o não 
cabimento da substituição por outra medida 
cautelar deverá ser justificado de forma 
fundamentada nos elementos presentes do caso 
concreto, de forma individualizada. 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária 
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competente, em decorrência de prisão cautelar 
ou em virtude de condenação criminal 
transitada em julgado. 
 
Existem três espécies de prisão do sistema 
processual penal brasileiro: prisão preventiva, 
prisão em flagrante, prisão temporária. 
 
Obs. A prisão domiciliar não é uma espécie de 
prisão, mas uma forma de substituir a prisão 
preventiva. 
 
1-Prisão preventiva: Poderá ocorrer durante o 
processo como durante a fase investigativa. 
Antes do advento da Lei n º 13.964/2019, a 
prisão preventiva poderia ser decretada pelo 
juiz na fase processual, cabendo ao delegado de 
policia representar ao juiz a prisão do 
investigado na fase de investigação. Ocorre que 
após a publicação da mencionada lei, não pode 
o juiz decretar de ofício a prisão preventiva do 
réu, seja na fase de investigação, seja na fase 
processual. 
 
Art. 311 do CPP Em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, 
a requerimento do Ministério Público, do 
querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
Perceba que neste artigo a prisão poderá ser 
DECRETADA pelo juiz, A REQUERIMENTO do MP, 
querelante, assistente ou representação da 
autoridade, não sendo possível a decretação, de 
ofício. 
Pressupostos da Prisão preventiva: 
 
1- Fummus commissi delicti- Mediante prova de 
indícios do crime e de autoria 
 
2- Pericullum Libertatis: Situações em que a 
liberdade do agente implica prejuízo as 
investigações. Devendo ser provado este 
periculum libertatis, para que não seja violado 
o direito de liberdade que cada cidadão tem. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência

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