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Química Analítica Experimental Aula 3 – Fundamento da análise química Prof. Dr. Fernando C. Moraes Fevereiro de 2022 Definições ➢ Aplicação de um processo ou uma série de processos para identificar ou quantificar substâncias, ou componentes de uma solução ou mistura, ou ainda para determinar estrutura de compostos químicos. ➢ Diariamente utilizamos alguma forma de análise química: ➢ Nem sempre é necessário utilizar procedimentos instrumentais avançados para executar análises exatas. ➢ Análises simples e rápidas são mais desejadas. O papel da química analítica ➢A química analítica é empregada na indústria, na medicina e em todas as outras ciências. ➢ A Química Analítica é uma ciência de natureza interdisciplinar que a torna uma ferramenta vital em laboratórios médicos, industriais, agências governamentais e laboratórios acadêmicos em todo o mundo. Tipos de análise ➢ Quando um analista recebe uma amostra completamente desconhecida, a primeira coisa é estabelecer que substâncias estão presentes. ➢ De forma inversa, que impurezas estão presentes. ➢ Quando queremos qualificar ou identificar uma amostra denominamos ANÁLISE QUALITATIVA. ➢ Conhecida a amostra, o analista deve determinar quanto de cada componente está na amostra. ➢ Quando queremos quantificar a concentração (dosagem, teor, etc) utilizamos a ANÁLISE QUANTITATIVA. ➢ Análise Química Quantitativa utilizando métodos clássicos de análise – VOLUMETRIAS – baseadas nos 4 equilíbrios (ácido-base, precipitação, complexação e oxirredução. Análise quantitativa típica ➢ Uma análise química completa envolve uma série de etapas e procedimentos. ➢Cada etapa deve ser considerado e conduzido minuciosamente , com a finalidade de minimizar o máximo de erros e manter a exatidão e reprodutibilidade da análise. Etapas Procedimentos Amostragem Depende do tamanho e da natureza física da amostra. Preparação da amostra Redução do tamanho das partículas, homogeneização, secagem, determinação do peso e volume da amostra Dissolução da amostra Aquecimento, ignição, fusão, uso de solvente(s), diluição. Remoção de interferentes Filtração, extração com solventes, troca iônica, separação cromatográfica. Medidas na amostra Padronização, calibração, medida da resposta (visual, ótica, elétrica, tempo, etc) Resultados Cálculos dos resultados analíticos e avaliação estatísticas dos dados. Apresentação dos resultados Método gráfico, planilhas, números (algarismos corretos e erros associados) Como selecionar um método 1) Natureza da informação procurada (qualitativo ou quantitativo). 2) Quantidade de amostra disponível e a porcentagem de constituintes a ser determinados. 3) A utilização dos resultados da análise. a) Análise aproximada: Determina a quantidade de cada elemento em uma amostra mas não os componentes presentes b) Análise parcial: Determina alguns constituintes da amostra. c) Análise de traços: Tipo de análise parcial em que se determinam constituintes presentes em quantidades muito pequenas. d) Análise completa: Determina a composição e proporção de cada componente presente na amostra. Como selecionar um método i) Macro: Quantidades igual ou superior a 0,1 g ii) Semimicro: Quantidades entre 10-2 e 10-1 g. iii) Micro: Quantidades entre 10-3 e 10-2 g. iv) Submicro: Quantidades entre 10-3 e 10-4 g. v) Ultramicro: Quantidades inferiores a 10-4 g. vi) Traço: Quantidades entre 102 e 104 g g-1 (100 a 1000 ppm). vii) Traço: Quantidades entre 102 e 104 g g-1 (100 a 1000 ppm). viii) Microtraço: Quantidades entre 10-1 e 102 pg g-1 (0,1 a 10 ppb). ix) Nanotraço: Quantidades entre 10-1 e 102 fg g-1 (0,1 a 100 ppt). i) Macro: Quantidades igual ou superior a 0,1 g ii) Semimicro: Quantidades entre 10-2 e 10-1 g. iii) Micro: Quantidades entre 10-3 e 10-2 g. Como selecionar um método Volumetria Termogravimetria Potenciometria iii) Micro: Quantidades entre 10-3 e 10-2 g. iv) Submicro: Quantidades entre 10-3 e 10-4 g. v) Ultramicro: Quantidades inferiores a 10-4 g. Como selecionar um método Espectrofotometria UV-vis Espectrofotometria emissão por chama vi) Traço: Quantidades entre 102 e 104 g g-1 (100 a 1000 ppm). vii) Traço: Quantidades entre 102 e 104 g g-1 (100 a 1000 ppm). viii) Microtraço: Quantidades entre 10-1 e 102 pg g-1 (0,1 a 10 ppb). ix) Nanotraço: Quantidades entre 10-1 e 102 fg g-1 (0,1 a 100 ppt). Como selecionar um método Cromatografia Espectrômetro de massas Espectrometria de emissão ótica Métodos eletroquímicos Como selecionar um método 1) Tipo de análise requerida: elementar, molecular, rotina ou eventual 2) Problemas causados pela natureza do analito: radioativo, corrosivo, se decompõe. 3) Interferência de outros constituintes da amostra. 4) Faixa de concentração a ser analisada. 5) Facilidade de instrumentação e disponibilidade. 6) Tempo de análise. 7) Número de amostras a serem analisadas. 8) Natureza da amostra: métodos destrutivos e não destrutivos. ➢ Definição: Os métodos volumétricos de análise envolve a medida de volume de uma solução de concentração conhecida, necessária para reagir completamente com o analito. Métodos volumétricos de análise ❑ Execução muito mais rápida ❑ O método é fácil de ser instalado, economicamente viável. ❑ Apresentam confiabilidade e podem perfeitamente serem utilizadas na quantificação da grande maioria de agentes químicos em diversas situações. ➢ Vantagens da análise volumétrica ➢ Desvantagens da análise volumétrica ❑ Baixa precisão. ❑ A visualização do ponto final é o inevitável erro de titulação. 12 ➢ O ponto de equivalência é o resultado ideal que procuramos em uma titulação. O que realmente medimos é o ponto final, que é indicado pela mudança súbita em uma propriedade física da solução. ➢ A titulação envolve adicionar uma solução chamada de titulante, por meio de uma bureta, em um frasco contendo a amostra, chamada de titulado (analito). ➢ O ponto estequiométrico ou ponto de equivalência é alcançado quando a quantidade de titulante adicionado é a quantidade exata para uma reação estequiométrica com o analito. Métodos volumétricos de análise 13 (3) A monitorização da absorbância da luz pelas espécies químicas na reação. Métodos volumétricos de análise ➢ Os métodos para determinar quando o analito foi consumido incluem: (1) A detecção de uma súbita mudança na diferença de potencial, na corrente elétrica, ou condutividade entre um par de eletrodos (titulações potenciométricas, amperométricas e condutométricas. (2) A observação da mudança de cor de um indicador. 14 Volumetrias ➢Resultados : ❑ Expressão numérica (Algarismos significativos corretos) ❑ Possuem unidades (Grandezas físicas) ❑ Volume x massa (Propagação de erros) ❑ Obtidos a partir de relações estequiométricas. ❑ Validação dos resultados (Testes estatísticos). ➢ Volumetria de complexação ❑ Formação de íons complexos Y4-(aq) + Ca 2+ (aq) CaY 2- (aq) EDTA ➢ Métodos precipitação ❑ Métodos argentimétricos Ag+(aq) + Cl - (aq) AgCl(s) ➢ Volumetria de oxirredução ❑ Equilíbrio redox Fe2+(aq) + Ce 4+ (aq) Fe 3+ (aq) + Ce 3+ (aq) ➢ Volumetria de neutralização ❑ Equilíbrio ácido-base H3O + (aq) + OH - (aq) H2O(l) Titulação Solução padrão Amostra Solução padrão ➢ É uma solução de concentração exatamente conhecida, que é indispensável para realizar análises volumétricas. É a solução que será usada para comparação das concentrações. Padrão primário Padrão secundário Composto com alto grau de pureza que serve como referência na titulação. Composto cuja pureza pode ser estabelecida por análise química e que serve como referência na titulação. Padronização 17 ➢ É um reagente puro o suficiente para ser pesado e usado diretamente. ➢ Apresenta um alto grau de pureza que serve como referência na titulação. ➢ A precisão do método é criticamente dependente das propriedades desde composto. ❑ Quando o reagente titulante ou solução padrão é um padrãoprimário, ele pode ser preparado diretamente, isto é, o reagente é pesado com a maior precisão possível e dissolvido em água destilada ou deionizada, sendo a diluição realizada a um volume definido em balão volumétrico. Padrão primário 18 Requisitos para um padrão primário: 1. Alta pureza (99,9% ou superior) 2. Fácil obtenção, dessecação e conservação. 3. Estabilidade à atmosfera 4. Não deve ser higroscópico. 5. Deve ser bastante solúvel. 6. Baixo custo 7. Massa molar grande para minimizar o erro relativo a pesagem do padrão ❑ Oxalato de sódio (99,95 %) ❑ Ácido benzóico (99,985) ❑ Biftalato de potássio (99,99 %) ❑ Dicromato de potásssio (99,98 %) Padrão primário 19 ➢ São substâncias que tem sua concentração determinada por análise química e também são utilizadas como referência em análises volumétricas. ➢ Quando não há disponível um padrão primário. ➢ Usa-se uma solução de um reagente (padrão secundário) com concentração aproximada da desejada para titular uma massa conhecida de um padrão primário. ❑ Nitrato de prata ❑ Hidróxido de sódio ❑ EDTA ❑ Permanganato de potássio Padrão secundário 20 ➢ Utiliza-se uma solução contendo aproximadamente a concentração desejada para titular um padrão primário. ➢ A partir do volume de titulante necessário para reagir com o padrão primário calcula-se a concentração do titulante. ➢ A solução de concentração conhecida de titulante é uma solução-padrão. 2HCl + Na2CO3 → H2CO3 + 2NaCl (amostra) (padrão primário) MM= 105,99 g HCl + NaOH → NaCl + H2O (padronizado) (amostra) padrão 2ário Padronização 21 Titulação Opção 1 – No momento que ocorrer uma mudança físico-química da solução (COR), paramos a adição e anotamos o volume de titulante gasto. Realização de um cálculo estequiométrico Determinamos a concentração da substância na amostra Titulação Opção 2 – Para cada volume adicionado anotamos o valor que aparece no instrumento. Construímos uma tabela Curva de titulação Determinação do ponto estequiométrico Determinamos a concentração da substância na amostra 0 1 2 3 4 5 0 2 4 6 8 10 12 p H V HCl (mL) Titulação
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