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Disciplina de Fundamentos da Oclusão | Curso de Graduação em Odontologia | Prof. Julia Meller Dias de Oliveira. MOLDAGEM E USO DE ARTICULADORES SEMI-AJUSTAVEIS (ASA) CONCEITO “É um instrumento mecânico que representa a articulação temporomandibular que registra e duplica alguns movimentos mandibulares. Os articuladores são utilizados no planejamento do tratamento restaurador em casos de média e alta complexidade. Com o objetivo de auxiliar nas fases laboratoriais do trabalho protético, substituindo partes anatômicas por mecânicas equivalentes”. OBJETIVO Representação mecânica da boca que será enviado ao laboratório para auxiliar o trabalho do protético, substituindo partes anatômicas para que possa ser feito o melhor trabalho possível. “Modelos superiores e inferiores das arcadas dentárias de um paciente são montados nesse dispositivo para simular todos ou alguns movimentos mandibulares”. TIPOS · ARTICULADOR NÃO AJUSTÁVEL · Geralmente utilizado em casos de baixa complexidade · Exemplo: Charneira · Reproduz apenas MIH · Não reproduz movimentos excêntricos · ARTICULADOR TOTALMENTE AJUSTÁVEL · Sua maior vantagem é a reprodução precisa dos movimentos excêntricos da mandíbula, e individualização de várias medidas anatômicas · Permite confecção de próteses que se relacionam perfeitamente com o sistema estomatognático. · ARTICULADOR SEMI-AJUSTÁVEL (ASA). · Ajuste da distância intercondilar · Ajuste da inclinação condilar · Ajuste do ângulo de Bennett · Reproduz alguns movimentos mandibulares; · Registra as relações intermaxilares em 3 dimensões; · Reproduz os movimentos mandibulares de interesse protético; · Torna mais rápido e mais fácil a confecção da prótese e exige menos habilidade do profissional Tipos de ASA · ARCON: possui cavidade articular ligada ao ramo superior do articulador. · NÃO ARCON: possui cavidade articular ligada ao ramo inferior do articulador. VANTAGENS DO ASA SEMI AJUSTAVEL · Facilita o diagnóstico; · Auxilia no planejamento; · Melhora a visualização das relações estáticas e dinâmicas do paciente; · Permite um exame lingual da oclusão do paciente; · Possibilidade de se executarem os movimentos; · Excelente instrumento de aprendizagem; · Pacientes com contatos prematuros diagnosticados com mais eficiência pelo ASA; · Melhora a comunicação com o paciente, permitindo apresentar e justificar as opções terapêuticas consideradas; · Diminuição dos ajustes feitos pelo dentista na fase clínica. DESVANTAGENS DO ASA SEMI AJUSTAVEL · Tempo extenso de montagem; · Não é possível realizar o movimento mandibular de retrusão; · No ASA, os deslocamentos condilares seguem uma trajetória retilínea. PARTES CONSTITUINTES DO ASA 1. RAMO SUPERIOR · Possui duas cápsulas posicionadas bilateralmente representando as cavidades articulares, onde ajustamos Ângulo de Bennett e Ângulo da inclinação condilar. Ajustamos a distância intercondilar. Na parte anterior possui um orifício para o posicionamento do pino guia. · Guia de inclinação condilar: Existem duas guias condilares, representando as ATMs. Nelas podemos ajustar a guia condilar nos valores 0o a 60o graus, onde cada intervalo corresponde a 5o graus. · Guia do Ângulo de Bennett: O Ângulo de Bennett ocorre no movimento de lateralidade quando no lado de balanceio a cabeça da mandíbula efetua uma trajetória ampla superior a 10mm onde efetua uma fase de excursão por translação pra frente, pra baixo e pra dentro. Existem duas guias condilares representando o Ângulo de Bennett, representando as ATMs. Nelas podemos ajustar a guia horizontal onde controlamos o deslocamento do côndilo de balanceio no movimento de lateralidade e protrusão, essa guia pode ser ajustada entre 0o e 30o graus, onde cada intervalo corresponde a 5 o graus. · Cavidade articular: Representada no ramo superior, onde será alocado o côndilo representado pelo ramo inferior. No paciente ela é curva. 2. RAMO INFERIOR · A distância média entre os dois ramos é de 10 a 11cm e em sua ponta encontramos as esferas condilares. Na parte anterior tem uma abertura para posicionar a mesa incisiva. Ajustamos a distância intercondilar e o posicionamento da mesa incisiva. 3. ARCO FACIAL · Possui as olivas que se adaptam no ouvido do paciente. Determina a distância entre os côndilos. Determina a distância entre as articulações nos dentes superiores. Registra a relação do plano horizontal de Frankfurt e o plano oclusal da arcada superior. Relaciona a maxila com o resto do crânio (dá a localização tridimensional da maxila). 4. PINO INCISAL · Confeccionado em metal e com formato cilíndrico. Posicionado na parte anterior do ASA, ele é preso em um orifício no ramo superior e a outra extremidade toca na mesa incisiva. Nele temos algumas marcações que nos auxiliam no registro da DVO. Ele guia na execução dos movimentos de protrusão, lateralidade, abertura e fechamento. 5. INDICADOR NASAL · Adaptado no násio do paciente. 6. GARFO · É colocado na boca do paciente com 3 pontos de godiva plastificada. Não deve haver contato do metal do garfo com a ponta de cúspide para não perdermos a estabilidade. Adaptado no arco facial. 7. MESA INCISAL · Com ela conseguimos travar a MIH do paciente. Nos auxilia na execução dos movimentos de protrusão e lateralidade. Em conjunto com o pino guia incisal registra a DVO · Com a mesa de metal conseguimos individualizar os ângulos de Bennett e da inclinação condilar. 8. JUNTA UNIVERSAL · Encaixa no cabo do garfo. Sempre deve ficar o mais próximo possível da boca do paciente. 9. PLACAS DE MONTAGEM · Com retenções mecânicas para aderência do gesso. Função de serem base para montagem dos modelos superior e inferior no ASA. São destacáveis do articulador. MOLDAGEM CONCEITO “Procedimento clínico de impressão para obtenção do molde”. OBJETIVO · Cópia da região de interesse – trabalho. · Planejamento · Materiais Específicos · Técnica PASSO A PASSO PARA MOLDAGEM · Escolha do tipo das moldeiras · Seleção de tamanho das moldeiras · Personalização (ajuste) das moldeiras · Proporção alginato – água · Espatulação do alginato · Carregamento da moldeira · Secar os dentes · Colocação (de lado) em boca · Centralização · Aprofundamento (de trás para frente) · Reposicionamento labial · Sustentação da moldeira · Remoção da moldeira da boca · Desinfecção do molde (feito com hipoclorito) · Armazenamento no umidificador PASSO A PASSO PARA VAZAMENTO DE GESSO · Separar proporção gesso – água · Secar os modelos · Manipulação do gesso · Acrescentar ao poucos para evitar bolhas · Bater o molde ou colocar na plataforma vibratória até não ter visualização de bolhas · Esperar o tempo de secagem · Retirar os modelos de gesso do alginato após a cristalização completa. SEQUÊNCIA DE MONTAGEM SUPERIOR DO ASA 1. Registro com arco facial e godiva: aquecer a godiva e marcar três pontos no arco facial (2 posteriores bilateral e 1 anterior), no lado superior. No momento do registro, a godiva pode ser plastificada novamente e o garfo resfriado para não queimar a boca do paciente. O conjunto pode ser molhado em um grau com água, para diminuir a temperatura. · Garfo com godiva: centralizar na boca do paciente e moldar. · Conferência do registro: adaptar o garfo com godiva no modelo de gesso superior. O encaixe deve ser perfeito, sem báscula. Se o encaixe não for bom, o registro deve ser refeito, aquecendo novamente os pontos de godiva e moldando o paciente. · Fazer o registro com 3 pontos de godiva na parte inferior do garfo (2 posteriores bilaterais e 1 anterior). Os pontos superiores devem ser adaptados nos dentes posteriores, e pede para o paciente ocluir. Desta maneira o garfo ficará estabilizado nos dentes dos pacientes, facilitando a montagem do ASA. 2. Relacionar o arco facial com o garfo: · Adaptar o indicador nasal no arco facial. · Reposicionar o conjunto garfo-godiva na boca do paciente e pedir para o paciente ocluir estabilizando o conjunto. · Introduzir a junta universal do arco no cabo do garfo. Paciente segura o arco facial e introduz as olivas nos condutos auditivos externos.Posicionar o indicador nasal no Násio do paciente. Fazer uma leve pressão e apertar o parafuso do indicador nasal. Apertar os 3 parafusos superiores do arco facial (de forma alternada). Pressionar a junta universal o mais perto possível dos lábios do paciente, apertar os parafusos de forma alternada (cuidar para o arco não deslocar). · Para remover o Arco, afrouxar os 3 parafusos superiores sem afrouxar os da junta universal. Guardar o arco com o garfo virado para cima. · Armazenar cuidadosamente com registro voltado para a parte superior. 3. União do arco facial ao ASA · Ajustar a distancia intercondilar no ramo inferior. · Colocar as placas de montagem nos ramos superior e inferior. · Ajustar as guias do ângulo/inclinação da eminência articular em 30º. · Ajustar o ângulo de Bennett em 15º. · Remover o indicador nasal. · Encaixar o arco facial na parte superior do articulador (prender olivas nos pinos do ramo superior). · Apertar os 3 parafusos do arco incisal (as medidas podem ficar alteradas). 4. Montagem do modelo superior · Hidratar e fazer ranhuras no modelo de gesso superior. · Posicionar o modelo de gesso superior no garfo com o registro. · Manipular o gesso e prender devagar a altura até encostar na placa de montagem superior. Disciplina de Fundamentos da Oclusão | Curso de Graduação em Odontologia | Prof. Julia Meller Dias de Oliveira.