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Avaliação Psicopedagógica Aula 2

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AVALIAÇÃO 
PSICOPEDAGÓGICA 
INSTITUCIONAL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Genoveva Ribas Claro 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A intervenção da psicopedagogia 
Neste momento, vamos discutir sobre o processo de avaliação 
psicopedagógica institucional, por meio do qual se configura o direcionamento 
da prática do profissional da psicopedagogia. Em todas as instituições em que 
exista algum tipo de aprendizagem e interação entre as pessoas, há 
possibilidade de surgirem problemas que dificultem o desenvolvimento. 
Assim, o psicopedagogo é o profissional que, por meio de instrumentos e 
técnicas próprias, pode analisar a queixa e propor soluções, estabelecendo um 
prognóstico, que é um resultado obtido por meio de interpretações feitas com 
base em um diagnóstico. Isso significa que o prognóstico de uma instituição está 
intrinsecamente ligado às estratégias de avaliação que resultarão no diagnóstico 
e em planos de ações, no intuito de discutir com os envolvidos possíveis 
aprimoramentos. 
Hoje, no mundo instantâneo e imediatista, em que o ter está acima do ser, 
em que o individualismo supera a consciência social, a violência sufoca a paz, 
há o mau uso da tecnologia, e o descaso destrói a natureza, colocando em risco 
a preservação da vida, estão tornando o ser humano cada vez mais intolerante, 
gerando conflitos que atrapalham seu desenvolvimento e aprendizagem. 
A psicopedagogia, como um estudo sobre a aprendizagem, deve 
proporcionar a consciência e o desenvolvimento da sociabilidade, para construir 
pontes que possibilitem o desenvolvimento social. 
E por onde começar? 
• Conceitualizar a avaliação psicopedagógica. 
• Compreender a matriz diagnóstica. 
• Analisar a queixa na avaliação institucional. 
• Realizar o enquadramento do processo diagnóstico. 
• Realizar a entrevista operativa centrada na modalidade de ensino-
aprendizagem (EOCMEA). 
 
 
3 
TEMA 1 – CONCEITUALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
INSTITUCIONAL 
A avaliação psicopedagógica institucional é uma importante ferramenta 
para tomar decisões que possam aprimorar o desempenho de aprendizagem, 
como também promover mudanças do contexto institucional. Sendo assim, 
muitos cuidados são necessários, pois uma ação de mudança mal elaborada 
pode ser desastrosa tanto no âmbito profissional como no âmbito individual. 
Ela deve ser um processo dinâmico de investigação do processo de 
aprendizagem do sujeito, que vai incluir técnicas e instrumentos para detectar as 
dificuldades que obstaculizam a aprendizagem. 
Bossa (2000, p. 89) fala da importância da psicopedagogia na construção 
do conhecimento pelo sujeito, este que vem carregado de valores, crenças, 
ideologias construídas pelos sistemas sociais. “A demanda da instituição está 
associada à forma de existir do sujeito institucional”, seja ele em qualquer tipo 
de instituição. 
Assim, o psicopedagogo deve estar atento a todas as possibilidades de 
aprendizagem e valorizar as informações que os circundam. A intervenção 
psicopedagógica deve criar condições favoráveis de aprendizagem para o grupo, 
fazendo com que todos se comprometam com o objetivo comum, sabendo lidar 
com seus valores pessoais e do grupo. 
Mesmo a primeira intervenção avaliativa pode comprometer todo o 
processo de aprendizagem, assim é necessário que o avaliador tenha uma 
postura ética e que transmita confiança explicando aos avaliados como será o 
processo e qual a intenção. Essa atitude não deve ser arbitrária, mas sim um 
diálogo aberto com os profissionais diretamente vinculados à realidade 
institucional. Dessa forma, a avaliação institucional só pode ser realizada com 
todos os envolvidos no processo, estando estes compromissados com o trabalho 
e as mudanças propostas. 
No Código de Ética do psicopedagogo, em seu capítulo sobre suas 
responsabilidades, no capítulo IV, art. 11, cita como deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e 
técnicos que tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo 
respeito, pela atitude crítica e pela cooperação com outros 
profissionais; 
 
 
4 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos 
parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição 
clara do seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por 
meio de documento pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a 
título de exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a 
harmonia da classe e a manutenção do conceito público. 
O psicopedagogo institucional pode perceber a importância de uma 
postura adequada na avaliação psicopedagógica para não comprometer o 
resultado da avaliação. Ele tem como função apresentar a tarefa e de também 
intervir durante a execução, sempre observando a temática, registrando tudo que 
for dito pelos envolvidos no processo e o observar e registrar a dinâmica 
anotando suas ações e comportamentos. 
Podemos dizer que a intervenção psicopedagógica inicia-se no primeiro 
contato com a instituição e na análise da queixa, o que veremos a seguir. 
TEMA 2 – MATRIZ DIAGNÓSTICA 
O primeiro nível para o trabalho com a avaliação psicopedagógica é a 
matriz diagnóstica, que envolve três dimensões: a específica, que se refere ao 
sintoma em observação; a singular, que se relaciona à instituição como um todo; 
e a universal, que envolve a concepção de mundo e do ser humano em suas 
relações entre educação e sociedade. 
O diagnóstico psicopedagógico é uma rede de relações que se concentra 
em um sintoma. Oliveira (2014, p. 52) diz que “O sintoma que orienta o início da 
ação diagnóstica é um sinalizador dessa dinâmica, comunicando a configuração 
que essa rede de relações está assumindo”. O sintoma orienta para a ação 
diagnóstica, sinalizando como as dinâmicas relacionais ocorrem dentro das 
instituições. 
Tendo origem no vocabulário grego diagnostikós, a palavra diagnóstico 
tem como significado “discernir”. Mais especificamente, na área de Saúde, se 
relaciona à investigação de uma doença com base nos sintomas do paciente e 
na realização de exames. 
No contexto psicopedagógico, podemos dizer que é a identificação de 
uma dificuldade de aprendizagem pelo estudo de seus sintomas e pelo resultado 
de vários testes e técnicas utilizadas. 
 
 
5 
Assim, precisamos identificar os sintomas. As dificuldades de 
aprendizagem se tornaram a patologia na psicopedagogia, como os sintomas 
histéricos levaram Freud à descoberta do inconsciente. Dessa forma, 
precisamos compreender o sintoma da aprendizagem, o que requer uma 
avaliação sistemática, seguindo critérios estabelecidos e instrumentos 
fundamentados. 
Bossa (2000) aponta que a prática da Psicopedagogia está em identificar 
a aprendizagem humana e suas dificuldades, criando um saber específico e um 
fazer próprio tanto na prevenção como no tratamento de tais problemas. 
As dificuldades de aprendizagem podem se manifestar de várias 
maneiras, como o baixo nível de aprendizagem, seja ele no aspecto da 
linguagem ou do raciocínio numérico, dificuldades de mudanças em seu 
desenvolvimento, pouca produtividade, desorganização, baixa autoestima, 
desmotivação. Como são vários fatores que influenciam o processo de 
aprendizagem, a psicopedagogia tem que avaliar todos os aspectos afetivos, 
sociais, biológicos e cognitivos necessários para montar a matriz diagnóstica. 
A matriz diagnóstica deve ser organizada da seguinte forma: 
• Análise do contexto e leitura do sintoma, que consiste na observação da 
realidade e em analisar o contexto. Todo o sintoma reflete no 
funcionamento da instituição. 
• Explicação das causas do sintoma, no aspecto temporal, ou seja, buscar 
as causas no presente, determinadas por Visca(1997) como causas 
históricas, que podem ser apresentadas como obstáculos de diferentes 
ordens, como: 
- obstáculos da ordem do conhecimento: caracteriza-se pelo pouco 
aprofundamento num determinado ramo de conhecimento, ou ainda, o 
desconhecimento total sobre um tema específico. Pode ter como causa 
a desmotivação para a aprendizagem, a indisciplina, a falta de 
planejamento e espaços para reflexões e debates. 
- obstáculos da ordem de interação: quando envolve questões de 
vínculo afetivo que permeiam a relação do sujeito ou do grupo com a 
aprendizagem. Advêm na comunicação entre os sujeitos envolvidos no 
processo de ensino e aprendizagem; 
- obstáculos da ordem de funcionamento: surgem de acordo com o 
grau de envolvimento dos sujeitos em relação à instituição. Por 
 
 
6 
exemplo, se “vestem a camisa da instituição”; se há cooperação em 
busca de atingir objetivos; se há preocupações com as ações 
direcionadas. Apresentam-se por obstáculos que envolvem questões 
administrativas, na caracterização dos sujeitos envolvidos no processo 
e na, possível, inversão de seus papéis; 
- obstáculos de ordem estrutural: relaciona-se a questões sobre como 
a instituição está organizada em nível de hierarquia e organograma. 
• Explicação das causas históricas e da origem dos sintomas, que se refere 
a pesquisar a história da instituição ou dos fatos que podem ter interferido 
na dificuldade atual. 
• Análise do distanciamento do fenômeno que está relacionado a valores, 
crenças e costumes estabelecidos na instituição. 
• Levantamento das hipóteses que supõem um prognóstico. 
• Indicações e encaminhamentos, visto que depois do resultado é 
necessário ter ações para a solução das dificuldades. 
A matriz do diagnóstico psicopedagógico são as ações voltadas para o 
processo de ensino e aprendizagem desenvolvidas na instituição. Para isso, é 
necessário ter um roteiro dos passos a seguir. Vamos propor aqui o de Barbosa 
(2000), iniciando com a entrevista, para expor os motivos da avaliação 
psicopedagógica. 
TEMA 3 – QUEIXA NA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 
A entrevista para exposição dos motivos denomina-se queixa. É realizada 
por uma equipe responsável pela instituição e ocorre no início de diagnóstico 
psicopedagógico. Caracteriza-se por ser aberta e observadora. 
Nesse momento, o psicopedagogo precisa analisar o discurso e as 
atitudes do entrevistado, apurar sua capacidade de escuta e de olhar, ficando 
atento: 
• à temática da conversa: analisar tudo o que é dito, ou seja, as coerências 
e incoerências, a objetividade e o subjetivo das respostas e as afirmações 
deixadas nas “entrelinhas”; 
• à dinâmica: observar os movimentos e a postura corporal no decorrer da 
entrevista, como também a atenção voltada para às perguntas e a 
disposição mostrada pelo sujeito. 
 
 
7 
Segundo Fernandes (1994, p. 109-110), o indivíduo, quando se queixa de 
algo, está envolvido no problema, o que lhe faz ter dificuldade de enfrentá-lo e 
de ter atitudes de mudanças. Assim, é importante observar a comunicação 
latente, que pode ser observada por meio simbólico, e a comunicação manifesta, 
que ocorre explicitamente na ordem afetiva, cognitiva e física, que vão se tornar 
referência para explicitar a queixa. 
Após registrar todas as respostas que foram dadas e a entrevista, faz-se 
necessária a integração dos registros da temática e da dinâmica para se obter 
um quadro geral a respeito da queixa formulada e para que se possa dar início 
à organização das hipóteses obtidas por meio dessa primeira entrevista. 
Como me comportar nesse primeiro momento? 
Esse primeiro momento deve ser um espaço dado para se estabelecer 
relações interpessoais de apresentação de explicações de seu papel juntamente 
com a equipe técnico-pedagógica. Deve-se observar sem parecer intruso ou 
indiscreto. É o momento de simpatia, acolhimento, conquista do seu espaço 
como psicopedagogo. Não fique anotando tudo nesse momento, em frente às 
pessoas; faça algumas anotações posteriormente, para evitar constrangimentos. 
Chegue nos horários estabelecidos, não dê sugestões, não critique, não 
emita pareceres, você ainda não avaliou nada, só está colhendo informações. 
Mantenha um contato formal com todos os envolvidos, sem muitas 
aproximações afetivas que podem ser mal interpretadas. Peça para conhecer o 
espaço físico, os diversos departamentos, demonstrando interesse pela 
instituição. 
 É importante ter um roteiro claro e objetivo com os aspectos mais 
importantes a serem esclarecidos. 
TEMA 4 – ENQUADRAMENTO NO PROCESSO DIAGNÓSTICO 
Após a exposição da queixa, é importante estabelecer um contrato 
juntamente com o responsável pela instituição. O enquadramento é um termo 
criado por Pichon-Rivière que auxilia na obtenção de critérios para a avaliação 
psicopedagógica, como estabelecer a quantidade de encontros (os dias da 
semana, a data do início e do último encontro); estabelecer o horário, espaço e 
material; esclarecer a justificativa e objetivos do diagnóstico; os honorários 
previstos e a entrega de um projeto de intervenção. 
 
 
8 
Segundo Barbosa (2000, p. 150), nesse momento é importante isolar a 
realidade do contexto e integrá-lo a ele novamente de forma controlada. O 
enquadramento, no entanto, não é algo estático: conforme necessidades e 
imprevistos, alguns termos podem ser ajustados de comum acordo. O 
enquadramento serve para que o psicopedagogo tenha um controle sobre as 
variáveis que podem ocorrer ao longo do percurso, além da formalização, que 
possibilita certo distanciamento do fenômeno que está sendo investigando. 
O distanciamento é essencial para que o psicopedagogo não se envolva 
com o fenômeno a ser investigado. Isso possibilita observar sem colocar 
inferências pessoais, mantendo claro seu papel dentro da instituição. Esse 
distanciamento possibilita analisar o sintoma pela aproximação sucessiva do 
objeto de estudos de maneira menos contaminada (Carlberg, 2012). Um contrato 
formal deve ter alguns registros importantes para a segurança tanto do 
contratante como do contratado, e garante o cumprimento do Código de Ética 
em todas as suas peculiaridades. A figura, a seguir, mostra um modelo de 
enquadramento. 
 
 
 
9 
Figura 1 – Modelo de contrato de enquadramento psicopedagógico 
 
CONTRATO DE ENQUADRAMENTO PSICOPEDAGÓGICO 
 
CONTRATANTE: 
Sr(a)__________________________________________________________ 
portador(a) do RG n._________________, CPF n.______________________ 
Residente na ___________________________________________________ 
bairro_______________, cidade_______________, fone:________________. 
 
CONTRATADA: 
Sr(a)___________________________________________________________ 
portador(a) do RG n.____________________, CPF n.____________________ 
Residente na ____________________________________________________ 
bairro__________________, cidade_____________, fone:________________ 
 
Os deveres do contratante são os seguintes: 
1. Participar das entrevistas quando solicitado; 
2. Não omitir ou negligenciar fatos que possam comprometer no tratamento; 
3. Acatar as orientações do terapeuta; 
4. Não faltar às sessões. Caso ocorra, deve ser justificado com antecedência de 
24 horas, caso contrário, o pagamento é devido; 
5. Os horários devem ser respeitados. Atrasos não serão tolerados; 
6. Crianças menores de 13 anos deverão vir ao consultório acompanhadas de 
responsáveis, salvo termo de responsabilidade; 
7. As sessões são agendadas em dias e horários previamente aceitos por ambas 
as partes. Caso haja ocorrência de feriados que inviabilizem o atendimento, as 
sessões não serão remarcadas; 
8. O valor das sessões é de R$ ______,____ ( ) sendo 2 
atendimentos por semana, iniciando dia ___/___/_____ 
9. O pagamento dos atendimentos é feito mensalmente, até o 5º. dia útil do mês 
seguinte. É importante a pontualidade nas datas de pagamentos, evitando 
assim maiores transtornos.10. A desistência do tratamento é direito do cliente, mas deve ser informada ao 
terapeuta com antecedência a fim de seja realizada uma sessão de 
encerramento. 
Os deveres do contratado são os seguintes: 
1- Cumprir os horários pré-estabelecidos; 
2- Avisar ao cliente a impossibilidade de ministrar a sessão contratada. Neste 
caso, esta será reagendada ou descontada do pagamento mensal; 
3- Comunicar-se com outros profissionais que porventura atendam ao mesmo 
cliente, caso haja necessidade; 
4- métodos e técnicas próprios da Psicopedagogia; 
5- ao cliente os recursos materiais necessários ao atendimento; 
6- Cumprir o determinado no Código de Ética do psicopedagogo; 
 
O presente contrato tem duração até o final dos atendimentos e poderá ser rescindido 
nas seguintes hipóteses: 
 
a) pelo contratado; 
b) pelo contratante; 
c) por inadimplência. 
 
 
10 
Em todos os casos de rescisão citados, o Contratante fica obrigado pagar o valor da 
parcela do mês em que ocorrer a rescisão. 
 
 
Local:____________________________ 
 
Data:_____________________________ 
 
Assinatura do 
Contratante:_________________________________________________ 
 
Assinatura do 
Contratado:__________________________________________________ 
 
Fonte: Gonçalves, 2014. 
TEMA 5 – ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA MODALIDADE DE 
ENSINO APRENDIZAGEM (EOCMEA) 
Por meio da base teórica da Epistemologia Convergente proposta por 
Visca (2010) e dos pressupostos de Pichon-Rivière (1994), o objetivo da 
Entrevista Operativa Centrada no Modelo de Ensino-Aprendizagem (EOCMEA) 
se refere a investigar como a instituição aprende e identificar sintomas que 
podem estar interferindo nesse processo. 
A EOCMEA consiste em uma consigna aplicada ao grupo relacionado à 
queixa. Esta, muitas vezes, se dá por meio de dinâmicas de grupo propostas 
para constatar os motivos levantados pelo gestor ou responsáveis pela 
instituição. 
A caracterização do sintoma é um dos mais importantes passos do 
diagnóstico psicopedagógico institucional, pois indica pistas que vão delinear, 
como um todo, o processo diagnóstico. 
O psicopedagogo, como coordenador da tarefa/atividade, deve observar 
a temática e a dinâmica por meio de observações e discursos do grupo de acordo 
com a queixa apresentada pela instituição. 
O trabalho se concretiza por meio do levantamento de hipóteses, e revela 
os obstáculos e as potencialidades da instituição, em função da integração das 
dimensões do conhecimento e da interação funcional e cultural. 
• Hipóteses de ordem do conhecimento. 
• Hipóteses de ordem da interação. 
 
 
 
11 
• Hipóteses de ordem funcional. 
• Hipóteses de ordem estrutural. 
A EOCMEA é uma técnica importante para o diagnóstico, pois, com o 
levantamento das hipóteses, poderemos escolher os instrumentos a serem 
aplicados para a coleta de dados. 
Exemplo de EOCMEA: Num primeiro momento de um diagnóstico 
institucional, os sintomas observados na queixa são os indícios das dificuldades 
vivenciadas pelos sujeitos da instituição. Desse modo, os problemas de 
aprendizagem relatados por um indivíduo ou por um grupo precisam ser 
analisados no contexto das relações que se estabelecem entre ele/eles e a 
instituição. 
Em uma escola, certa vez, havia uma turma de 2.ª série do Ensino 
Fundamental que não conseguia avançar nos seus conhecimentos da linguagem 
e da matemática, o que preocupava os educadores, que acreditavam já terem 
realizado tudo que conheciam para auxiliar essa turma. 
Partindo dessa queixa, foi realizado um momento de observação dessa 
turma, entendendo, como já foi dito, que ela estaria trazendo à tona dificuldades 
da instituição como um todo. Foi solicitado à turma que, utilizando um 
determinado material, construísse um jogo. Durante esse trabalho, a equipe, 
responsável pelo diagnóstico da instituição, dividiu-se de tal forma que um dos 
elementos coordenasse a atividade, outro observasse a temática e outro 
observasse a dinâmica da turma. 
Essa atividade permitiu que a equipe levantasse algumas hipóteses ao 
observar que as crianças da turma não conseguiam iniciar a tarefa por meio de 
uma consigna mais aberta, do tipo: “Gostaríamos que, com esse material, vocês 
construíssem um jogo de memória, juntos”. 
No material, constavam figuras duplicadas em número suficiente para que 
todos pudessem trabalhar, cartolinas, tesouras, tubos de cola, réguas e lápis. 
Não surgia do grupo alguém que liderasse os trabalhos. Todos continuavam 
sentados, esperando que a coordenadora da equipe de diagnóstico 
especificasse mais o pedido. 
Como isso não ocorreu, timidamente, alguns começaram a fazer algumas 
perguntas, como “É para cada uma pegar uma figura?”, “Dá para recortar as 
figuras?”, “Pode fazer de dois em dois?”. Essas perguntas podem nos levar a 
 
 
12 
levantar a hipótese de que o tipo de relação de autoridade, naquela instituição, 
é marcado por um vínculo de dependência, por exemplo, e de que aquelas 
crianças só conseguem executar tarefas se tiverem com todos os passos em 
mãos; do contrário, não é possível produzir. Isso foi confirmado após a realização 
do diagnóstico propriamente dito. 
Assim como essa hipótese, é imprescindível que, por meio das 
observações da percepção dos sujeitos em análise, se averigue o que está 
realmente ocorrendo. Isso facilita o estabelecimento do primeiro sistema de 
hipóteses. Por meio dele, se pode definir os instrumentos de investigação. 
Essa forma de iniciar o processo diagnóstico, segundo Carlberg (2012), 
possibilita ao psicopedagogo se aproximar do seu objeto de estudo de forma 
mais isenta. Para isso, a autora desenvolveu um instrumento para observação e 
análise do sintoma, que chamou de entrevista operativa centrada na modalidade 
de ensino-aprendizagem (EOCMEA). Essa maneira de iniciar o processo 
diagnóstico torna possível uma aproximação mais efetiva entre o profissional e 
o seu objeto de estudo. 
Ao se referir ao EOCMEA, Carlberg (2012), destaca que o mais indicado 
para a utilização desse instrumento, seria a composição de uma equipe por três 
profissionais, desempenhando as seguintes funções: um coordenador e dois 
observadores, porém, sem uma hierarquia entre eles. Desse modo, o 
coordenador apresenta a tarefa e, quando preciso, intervêm para que os 
objetivos sejam alcançados; um observador registra tudo o que for verbalizado 
pelo grupo; o outro observador registra todas as ações do grupo. Esse registro 
precisa se dar de forma discreta, evitando assim, constrangimentos para os 
entrevistados. 
A escolha do grupo para investigação dos sintomas institucionais requer 
um preparo, pois, conforme Carlberg (2012), se faz necessária uma análise 
profunda da queixa para que se possa selecionar um grupo como amostra que 
contemple os sintomas essenciais e representativos das questões essenciais 
que marcam as características da instituição. 
Evidencia-se assim, que a análise do sintoma é o passo mais importante 
de um diagnóstico psicopedagógico institucional, pois por meio dele se delineia 
o processo mais amplo. 
 
 
 
13 
Leitura complementar 
A borboleta e a psicopedagogia 
 
O psicopedagogo coloca-se 
À altura da borboleta, 
Intervindo no processo de seu nascimento, 
Elaborando o tempo e o espaço necessários, 
Sem medo, Sem insegurança, 
Sem precipitação. 
Há tempo para tudo, 
Tempo para nascer, 
Tempo para viver, 
Tempo para respirar, 
Tempo para morrer. 
Viver, este é o segredo, 
O psicopedagogo conhece 
A história da borboleta, 
Acompanha o seu desenvolvimento, 
Percebe o seu progresso, 
Evolução. 
Impaciência, 
Ansiedade, 
Devem ser superadas. 
Esta ação é humanizante, 
Coletiva, 
Socialmente, 
E com ela conquistaremos a maturidade, 
A consciência da realidade 
E a humanização da borboleta, 
Esta borboleta é o EDUCANDO. 
Franklin Delano 
NA PRÁTICA 
Realize uma pesquisa sobre a atuação do psicopedagogo institucional em 
sua comunidade, entrevistando algumdesses profissionais sobre seu trabalho, 
dificuldades e desafios. Reflita sobre a função do psicopedagogo. 
 
 
 
14 
FINALIZANDO
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, L. M. S. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. 
Curitiba: Expoente, 2000. 
BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. 
ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
CARLBERG, S. Psicopedagogia: uma matriz de pensamento diagnóstico no 
âmbito clínico. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
FERNANDES, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1994. 
GONÇALVES, J. E. Modelo de Contrato de Enquadramento Psicopedagógico 
para Download. Edupp, 26 nov. 2014. Disponível em: 
<http://www.edupp.com.br/2014/11/modelo-de-contrato-de-enquadramento-psico 
pedagogico-para-download/>. Acesso em: 26 abr. 2019. 
OLIVEIRA, M. Â. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: 
InterSaberes, 2014. 
PICHÓN-REVIÈRE, E. O processo grupal. Trad. de Marco Aurélio Fernandes 
Velloso. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994. 
VISCA, J. Clínica psicopedagógica: epistemologia convergente. 2. ed. Trad. de 
Laura Monte Serrat Barbosa. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2010. 
_____. La Psicopedagogia: el error, los ámbitos, el desarrollo del pensamiento 
abstracto, el aprendizaje, los grupos operativos. Buenos Aires, 1997.

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