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A coluna vertebral, também chamada coluna espinal ou espinha dorsal, consiste de 26 ossos articulados em uma estrutura curva e flexível. Suporte principal do eixo do corpo, a coluna vertebral estende -se a partir do crânio até a pelve, onde transmite o peso do tronco para os membros inferiores. Ela também envolve e protege a delicada medula espinal e fornece pontos de articulação para as costelas, e de inserção para os músculos do pescoço e do dorso. No feto e na criança, a coluna vertebral consiste de 33 ossos separados, ou vértebras. No segmento inferior, nove delas eventualmente se fundem para formar dois ossos, o sacro e o pequeno cóccix. Os 24 restantes permanecem como vértebras individuais que se unem através dos discos intervertebrais. A coluna vertebral, que em média tem aproximadamente 70 cm de comprimento em um adulto, apresenta cinco regiões. As 7 vértebras do pescoço são as vértebras cervicais, as 12 seguintes são as vértebras torácicas e as 5 que apoiam a parte inferior do dorso são as vértebras lombares. As vértebras tornam-se progressivamente maiores da região cervical para a região lombar, pois o peso que devem suportar aumenta progressivamente. No segmento inferior às vértebras lombares está o sacro, que se articula com os ossos do quadril, na pelve. O segmento mais inferior da coluna vertebral é o pequeno cóccix. Todas as pessoas (e na verdade a maioria dos mamíferos) têm sete vértebras cervicais. Variações no número de vértebras nas outras regiões ocorrem em cerca de 5% da população. A partir de uma vista lateral, são visíveis quatro curvaturas que dão à coluna vertebral uma forma de S. As curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente, enquanto as curvaturas torácica e sacral são convexas. Essas curvaturas aumentam a resistência da coluna, permitindo que funcione como uma mola, em vez de uma haste rígida, reta. Só as curvaturas torácica e sacral são bem desenvolvidas no momento do nascimento. Essas duas curvaturas primárias são convexas posteriormente, de modo que a coluna de uma criança se curva (tem a forma da letra C) como a de um animal de quatro patas. As curvaturas secundárias, as curvaturas cervical e lombar, são côncavas posteriormente e desenvolvem- se durante os dois primeiros anos da infância, à medida que os discos intervertebrais são remodelados. A curvatura cervical está presente antes do nascimento, mas não se pronuncia até que o bebê começa a levantar sua cabeça, aos 3 meses de idade, e a curvatura lombar desenvolve -se quando o bebê começa a andar, com aproximadamente 1 ano de idade. A curvatura lombar posiciona o peso da parte superior do corpo sobre os membros inferiores, proporcionando um equilíbrio perfeito quando o corpo está na posição vertical (em pé). Coluna vertebral Regiões e curvaturas normais Ligamentos da coluna A coluna vertebral não se autossustenta e é mantida em posição por um elaborado sistema de suportes, propiciado por diversos ligamentos do dorso e músculos do tronco. Os principais ligamentos de suporte são os ligamentos longitudinais anteriores e posteriores, que correm verticalmente ao longo das superfícies anterior e posterior dos corpos das vértebras, desde o pescoço até o sacro. O ligamento longitudinal anterior é amplo e fixa-se bem tanto às vértebras ósseas como aos discos intervertebrais. No decorrer de sua função de apoio, esse ligamento anterior espesso impede a hiperextensão do tronco (flexão muito longa para trás). O ligamento longitudinal posterior, que é estreito e relativamente fraco, fixa-se apenas aos discos intervertebrais. Esse ligamento ajuda a evitar a hiperflexão (flexão muito longa da coluna vertebral para frente). Vários outros ligamentos posteriores conectam cada vértebra àquelas imediatamente superior e inferior. Entre eles está o ligamento amarelo (“flavo”), que conecta as lâminas de vértebras adjacentes. Ele contém tecido conjuntivo elástico e é especialmente forte: estira-se à medida que nos curvamos para frente, e em seguida retrocede (encurta-se), à medida que voltamos para uma posição ereta. Cada disco intervertebral é uma almofada de amortecimento composta de uma esfera interna, o núcleo pulposo, e um colar externo com cerca de 12 anéis concêntricos, o anel fibroso. Cada núcleo pulposo é gelatinoso e age como uma bola de borracha, permitindo à coluna a absorção de estresse compressivo. No anel fibroso, as camadas exteriores consistem de ligamento e as internas consistem de fibrocartilagem. A função principal desses anéis é conter o núcleo pulposo, limitando a sua expansão quando a coluna é comprimida. No entanto, os anéis também funcionam como uma cinta, mantendo as vértebras adjacentes juntas, resistindo à tensão sobre a coluna e absorvendo forças de compressão. As fibras de colágeno das camadas adjacentes dos anéis fibrosos cruzam como um X, permitindo que a coluna resista à torção. Esse arranjo cria a mesma estrutura antitorção provida pelas lamelas ósseas nos ósteons. Os discos intervertebrais agem como amortecedores durante uma caminhada, saltos e corridas. Em pontos de compressão, os discos achatam-se formando uma pequena saliência ao longo do perímetro entre os corpos de vértebras adjacentes. Os discos são mais espessos nas regiões lombar (parte inferior do dorso) e cervical (pescoço) da coluna vertebral. Coletivamente, os discos intervertebrais constituem cerca de 25% da altura da coluna vertebral. Como resultado da compressão e perda de fluido do núcleo pulposo gelatinoso, eles achatam-se um pouco ao final de cada dia. Provavelmente, à noite você deve medir entre 1 e 2 centímetros a menos, em comparação a quando acorda, pela manhã. Discos intervertebrais As seguintes características são comuns a todas as vértebras: A parte anterior da vértebra é um corpo em forma de disco. O corpo é a região que suporta peso na vértebra. O arco vertebral forma a parte posterior da vértebra, e está composto de dois pedículos e duas lâminas. Os pedículos (“pequenos pés”) são paredes ósseas curtas que se projetam posteriormente ao corpo vertebral, e formam os lados do arco. As duas lâminas (“folhas”) são placas ósseas planas que completam o arco posteriormente, estendendo-se a partir dos processos transversos ao processo espinhoso. O arco vertebral protege a medula espinal e nervos espinais localizados no forame vertebral. O grande orifício cercado pelo corpo e arco vertebral é o forame vertebral. Sucessivos forames vertebrais das vértebras articuladas se superpõem para formar o longo canal vertebral, através do qual a medula espinal e o nervos espinais passam. O processo espinhoso é a projeção posterior, mediana, resultante da junção de duas lâminas. É um local de inserção para músculos e de fixação de ligamentos que movem e estabilizam a coluna vertebral, respectivamente. Um processo transverso projeta-se lateralmente de cada junção pedículo-lâmina. Tal como acontece com o processo espinhoso, o processo transverso são locais de inserção para músculos e fixação de ligamentos. Processos articulares projetam-se superior e inferiormente das junções pedículo-lâmina e formam articulações móveis entre vértebras adjacentes: os processos articulares inferiores de cada vértebra articulam-se aos processos articulares superiores da vértebra imediatamente inferior. Vértebras adjacentes são unidas tanto pelos discos intervertebrais como pelos processos articulares. As superfícies articulares lisas desses processos são facetas (“pequenas faces”) denominadas face articular. Incisuras nas margens superior e inferior dos pedículos formam aberturas laterais entre as vértebras adjacentes, os forames intervertebrais (de conjugação). Nervos espinaisda medula espinal passam através desses forames. Em geral, os tipos de movimentos que podem ocorrer entre as vértebras são (1) flexão e extensão (flexão anterior e estiramento posterior da coluna vertebral); (2) flexão lateral (flexão da parte superior do corpo para a direita ou para a esquerda) e (3) rotação, em que as vértebras fazem um movimento de rotação uma sobre a outra no longo eixo da coluna vertebral. Estrutura geral das vértebras Características das vértebras As sete vértebras cervicais, identificadas como C I - C VII são as vértebras menores e mais leves. As duas primeiras vértebras cervicais são o atlas (C I) e o áxis (C II). Essas duas vértebras são incomuns: não existe disco intervertebral entre elas e têm estrutura única, além de características funcionais. Atlas, C I O atlas carece de um corpo e de um processo espinhoso. Essencialmente, é um anel de osso consistindo de arcos anterior e posterior, além de uma massa lateral em cada lado. Cada massa lateral tem faces articulares em ambas às superfícies superior e inferior. As faces articulares superiores recebem os côndilos occipitais do crânio. Essas articulações participam da flexão e extensão da cabeça sobre o pescoço, como quando você acena com um “sim”. As faces articulares inferiores articulam-se com o áxis. Áxis, C II O áxis, que tem um corpo, um processo espinhoso e os outros processos vertebrais típicos, não é tão especializado como o atlas. Sua única característica incomum é o dente do áxis, projetando superiormente a partir do seu corpo. Esse processo é realmente o corpo “ausente” do atlas que se funde com o áxis durante o desenvolvimento embrionário. Articulado com arco anterior do atlas, o dente do áxis atua como um pivô para a rotação do atlas e do crânio. Assim, esse conjunto participa na rotação da cabeça de um lado para o outro para indicar “não”. Áxis é um bom nome para a segunda vértebra cervical porque seu dente permite que a cabeça gire sobre o eixo do pescoço. Vértebras cervicais Vértebras cervicais típicas, C III -C VII As vértebras cervicais comuns, C III -C VII, têm as seguintes características distintivas: O corpo é mais largo lateralmente do que na dimensão anteroposterior. Exceto na C VII, o processo espinhoso é curto, projeta-se diretamente posteriormente e é bífido, isto é, ele é dividido em sua extremidade. O forame vertebral é grande e geralmente triangular. Cada processo transverso contém uma abertura, um forame transversário, através do qual as artérias vertebrais passam. Esses vasos sobem através do pescoço para ajudar a suprir o encéfalo. As faces articulares superiores estão posicionadas superoposteriormente, e as faces articulares inferiores, inferoanteriormente. Assim, essas articulações encontram-se em um plano oblíquo. A orientação dessas articulações permite que o pescoço realize uma gama extremamente ampla de movimentos: flexão e extensão, flexão lateral e rotação. O processo espinhoso da C VII não é bifurcado, e é muito maior do que aqueles das outras vértebras cervicais. Como seu grande processo espinhoso pode ser visto e sentido através da pele, a C VII é chamada vértebra proeminente e é utilizada como um ponto de referência para a contagem das vértebras em pessoas vivas. Para localizar esse marco, deslize seus dedos na direção inferior ao longo da parte posterior do seu pescoço, na linha mediana, onde você pode sentir os processos espinhosos das vértebras cervicais. O da vértebra C VII é especialmente saliente. Característic a Cervical (III -VII) Torácica Lombar Corpo Pequeno; largo látero- lateralmente . Maior que o da cervical; em formato de coração; fóveas costais superior e inferior próximas do pedículo. Maciço, em forma de rim. Processo espinhoso Curto; bifurcado; projeta-se posteriorme nte. Longo; forte; projeta-se inferiorme nte. Curto; achatado; retangular; projeta-se posteriormen te. Forame vertebral Triangular Circular Triangular Processos transversos Contém forames Fóveas para os tubérculos das costelas (exceto T XI e T XII) nas superfícies anteriores Delgados e cônicos Características regionais das vértebras cervical, torácica e lombar Processos articulares superior e inferior Faces superiores direcionadas supero – posteriorme nte Faces inferiores direcionadas inferoanterio rmente Faces superiores direcionad as posteriorm ente Faces inferiores direcionad as anteriorme nte Faces superiores direcionadas postero - mediamente (ou medialmente) Faces inferiores direcionadas anterolateral mente ou lateralmente Movimentos permitidos Flexão e extensão; flexão lateral; rotação; região da coluna com movimento Rotação; flexão lateral possível, mas restringida pelas costelas; Flexão e extensão; alguma flexão lateral; rotação impedida máximo flexão e extensão limitadas As 12 vértebras torácicas, T I –T XII, articulam -se com as costelas. Suas outras características únicas são: Lateralmente, cada um dos lados do corpo vertebral possui duas pequenas depressões. A fóvea costal superior e a fóvea costal inferior. As cabeças das costelas articulam-se com essas fóveas. Para a maioria das costelas, a cabeça da costela está articulada aos corpos de duas vértebras adjacentes: a fóvea costal inferior da vértebra superior e a fóvea costal superior da vértebra inferior. A vértebra T I difere desse padrão geral, pois seu corpo apresenta uma fóvea completa para a primeira costela e uma meia-fóvea para a segunda costela; além disso, os corpos da T X –T XII têm apenas fóveas únicas para receber suas respectivas costelas. O processo espinhoso é longo e dirige-se inferiormente. O forame vertebral é circular. Com exceção de T XI e T XII, os processos transversos têm fóveas que se articulam com os tubérculos das costelas chamadas facetas costais dos processos transversos. As faces articulares superiores e inferiores, que articulam vértebras adjacentes, encontram- se principalmente no plano frontal, ou seja, as faces articulares superiores posicionam-se posteriormente, enquanto as faces articulares inferiores posicionam-se anteriormente. Tais articulações limitam a flexão e a extensão, mas permitem a rotação entre as vértebras adjacentes. Grande parte da habilidade de girar o tronco vem da região torácica da coluna vertebral. A flexão lateral também é possível, mas é limitada em virtude das costelas. A região lombar da coluna vertebral, a área comumente referida como a menor do dorso, recebe o maior estresse. A função maximizada para o suporte de peso das cinco vértebras lombares (L I –L V) reflete-se em sua estrutura robusta: em vista superior, seus corpos são maciços e reniformes. Suas outras características são as seguintes: Os pedículos e as lâminas são mais curtos e mais espessos do que de outras vértebras. Os processos espinhosos são curtos, planos e em forma de um pequeno machado e projetam-se diretamente na direção posterior. Esses processos são robustos para a inserção dos grandes músculos do dorso O forame vertebral é triangular. As faces articulares superiores estão voltadas posteromedialmente (ou medialmente), enquanto as faces articulares inferiores estão voltadas anterolateralmente (ou lateralmente), orientadas aproximadamente no plano sagital. Tais articulações proporcionam estabilidade por evitar rotação entre as vértebras lombares, enquanto permitem flexão e extensão. A região lombar flexiona, por exemplo, quando você faz abdominais ou curva-se para pegar uma moeda nochão. Além disso, também a flexão lateral é permitida por essa região da coluna vertebral. O sacro, triangular e curvo, molda a parede posterior da pelve. Ele é formado por cinco vértebras fundidas (S I – S V); assim, a maioria das características do sacro são modificações das características vertebrais Vértebras torácicas Vértebras lombares Sacro típicas. Na região superior, o sacro articula-se com a L V através de um par de processos articulares superiores e um disco intervertebral. Inferiormente, articula-se com o cóccix. A margem anterossuperior da primeira vértebra sacral forma uma protuberância na posição anterior dentro da cavidade pélvica definida como promontório. Quatro linhas transversas atravessam a superfície anterior do sacro, definindo as linhas de fusão das vértebras do sacro. Os forames sacrais anteriores permitem a passagem das divisões ventrais (ramos ventrais) dos nervos espinais sacrais. A grande região lateral a esses forames é simplesmente chamada parte lateral. Essa parte expande-se superiormente nas asas que se desenvolvem a partir de elementos fundidos das costelas de S 1 -S 5 (elementos embrionários das costelas desenvolvem-se em associação com todas as vértebras, embora eles só se tornem verdadeiras costelas no tórax. Em outros locais, eles se fundem nas superfícies ventrais dos processos transversos). As asas articulam-se através de suas faces auriculares com os dois ossos do quadril (ilíacos) para formar as articulações sacroilíacas da pelve. Na superfície posterior, na linha mediana, encontra-se a crista sacral mediana, irregular, que representa os processos espinhosos fundidos das vértebras sacrais. Lateralmente a ela estão os forames sacrais posteriores, que permitem a passagem dos ramos dorsais dos nervos espinais sacrais. Lateralmente a eles estão às cristas sacrais laterais, representando as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais a cada lado. O canal vertebral continua dentro do sacro como canal sacral. As lâminas da quinta (e, por vezes, da quarta) vértebra sacral não conseguem fundir-se medialmente, deixando uma abertura externa alargada chamada hiato sacral (hiato = lacuna) na extremidade inferior do canal sacral. O cóccix é pequeno e triangular, composto de três a cinco vértebras fundidas juntas. Exceto pelo pequeno apoio que proporciona aos órgãos pélvicos, ele é quase um osso inútil. A lesão do cóccix, como a causada por queda abrupta, é extremamente dolorosa. A estrutura óssea do tórax (peito), chamada caixa torácica, tem aproximadamente a forma de um barril e inclui as vértebras torácicas posteriormente, as costelas lateralmente e o esterno e as cartilagens costais anteriormente. A caixa torácica forma uma caixa de proteção em torno do coração, pulmões e outros órgãos e também suporta os ombros e membros superiores, bem como fornece pontos de inserção para muitos músculos do dorso, pescoço, tórax e ombros. Além Caixa torácica Cóccix disso, os espaços intercostais são ocupados pelos músculos intercostais, que elevam e deprimem o tórax durante a respiração. Esterno O esterno está localizado na linha média anterior do tórax. Semelhante a um punhal, é um osso plano, com aproximadamente 15 cm de comprimento, composto de três partes: o manúbrio, o corpo e o processo xifoide. O manúbrio (“cabo da faca”) é a parte superior e tem a forma de um nó de gravata. Suas incisuras claviculares articulam-se com as clavículas súpero lateralmente. Imediatamente abaixo, o manúbrio articula-se com a primeira e segunda costelas. O corpo, ou parte média, compõe a maior parte do esterno. É formado a partir de quatro ossos separados, um abaixo do outro, que se fundem após a puberdade. As laterais do esterno são entalhadas para articulação com as cartilagens costais da segunda à sétima costelas. O processo xifoide forma a extremidade inferior do esterno. Esse processo em forma de língua é uma lâmina de cartilagem hialina na juventude e não se ossifica totalmente até aproximadamente os 40 anos de idade. Em algumas pessoas, o processo xifoide projeta- se posteriormente. Golpes no peito podem empurrar esse processo para a região do coração ou fígado, causando forte hemorragia. O esterno tem três pontos anatômicos importantes que podem ser palpados: a incisura jugular, o ângulo do esterno e a articulação xifoesternal. A incisura jugular, também chamada fúrcula supraesternal, é a incisura central na margem superior do manúbrio. Se você deslizar o dedo para baixo, na superfície anterior de seu pescoço, ele vai pousar na incisura jugular, que se situa geralmente no mesmo plano horizontal que o disco entre a segunda e terceira vértebras torácicas. Imediatamente abaixo está o ângulo do esterno, uma crista horizontal na superfície anterior do esterno, onde o manúbrio se articula ao corpo. Essa articulação de fibrocartilagem age como uma dobradiça, permitindo que o corpo do esterno desloque-se anteriormente quando inspiramos. O ângulo do esterno está alinhado com o disco entre a quarta e quinta vértebras torácicas. Anteriormente, ele se situa no nível da segunda costela. É um ponto de referência útil para encontrá-la. Uma vez que a segunda costela está localizada, você pode fazer uma contagem para baixo para identificar todas as outras costelas (exceto a primeira e, por vezes, a décima segunda, que são muito profundas para serem palpadas). Ao localizar as costelas individuais, você identifica uma série de linhas horizontais de “latitude”, pelas quais pode localizar as vísceras da cavidade torácica. A articulação xifoesternal é onde o corpo do esterno e o processo xifoide fundem-se. Ela está localizada no nível da nona vértebra torácica. Profundamente a essa articulação está o coração, sobre o diafragma. Costelas Doze pares de costelas formam os lados da caixa torácica. Todas as costelas articulam-se às vértebras torácicas posteriormente e projetam-se anteroinferiormente no tórax. Os sete pares superiores, que se fixam diretamente ao esterno por suas cartilagens costais, são as costelas verdadeiras, ou costelas vertebrosternais. Os cinco pares inferiores, costelas VIII a XII, são chamados costelas falsas porque eles se fixam ao esterno indiretamente ou não se fixam. As costelas VIII a X fixam-se ao esterno indiretamente, já que cada uma se une à cartilagem costal acima dela; estas são chamadas costelas vertebrocondrais. As costelas XI e XII são chamadas costelas flutuantes, ou costelas vertebrais, porque elas não têm articulações anteriores. Em vez disso, suas cartilagens costais encontram-se embutidas nos músculos da parede lateral do corpo. As costelas aumentam em comprimento dos pares I ao VII, e depois diminuem dos pares VIII ao XII. A margem inferior da caixa torácica, ou arco costal, é formada pelas cartilagens costais das costelas VII a X. As margens costais direita e esquerda divergem a partir da região da articulação xifoesternal, onde formam o ângulo infraesternal. Uma costela típica é um osso plano curvado (também classificado como osso alongado). A parte principal de uma costela é chamada de haste ou corpo. Sua margem superior é lisa, mas a sua margem inferior é forte e afilada e tem um sulco da costela na sua face interna, onde se localizam vasos e nervos intercostais. Além do corpo, cada costela tem uma cabeça, um colo e um tubérculo. A cabeça em forma de cunha articula-se com os corpos vertebrais por duas faces articulares: uma face une-se ao corpo da vértebra torácica de mesmo número; a outra une-se ao corpo da vértebra imediatamente superior. O colo de uma costela é uma região pequena, constrita à parte lateral da cabeça. Exatamente na lateral do colo, na superfície posterior, o tubérculo (como um botão) articula-secom o processo transverso da vértebra torácica de mesmo número. Lateral ao tubérculo, no ângulo da costela, o corpo curva-se acentuadamente para frente e estende-se até a cartilagem costal anteriormente. As cartilagens costais fornecem uniões seguras, mas flexíveis, das costelas ao esterno, e contribuem para a elasticidade da caixa torácica. A primeira costela é atípica, pois é achatada de superior para inferior, e é bem larga. Os vasos subclávios, a grande artéria e veia que suprem os membros superiores, correm em um sulco ao longo de sua superfície superior. Há outras exceções ao padrão de costela típica: a primeira e as costelas X-XII articulam-se somente com um corpo vertebral; as costelas XI e XII não se articualm com os processos transversos das vértebras. Distúrbios do esqueleto axial Fenda palatina Várias anomalias congênitas podem afetar o crânio. A mais comum é a fenda palatina, na qual as metades direita e esquerda do palato não se juntam medialmente. Esse defeito deixa uma abertura entre a boca e a cavidade nasal que interfere na sucção e na habilidade de mamar do bebê. A fenda palatina pode levar à aspiração (inalação) de alimento para dentro da cavidade nasal e para os pulmões, resultando em pneumonia. Muitas vezes acompanhada por lábio leporino, é reparada cirurgicamente. Recentemente, descobriu-se que a probabilidade de fenda palatina é minimizada se a mãe tomar multivitaminas contendo ácido fólico durante o início da gravidez. O esqueleto axial ao longo da vida Os ossos membranosos do crânio começam a se ossificar ao final do segundo mês do desenvolvimento. Nesses ossos planos, o tecido ósseo cresce para fora a partir de centros de ossificação dentro das membranas mesenquimais. No momento do nascimento, os ossos do crânio permanecem incompletos e são separados por remanescentes das membranas, e ainda não ossificados, chamados fontículos (fontanelas). Os principais fontículos — anterior, posterior, anterolateral e posterolateral — possibilitam que o crânio seja levemente comprimido quando a criança passa pelo estreito canal do parto e permitem o crescimento do encéfalo do bebê. O grande fontículo anterior, em forma de diamante, ainda pode ser sentida de um ano e meio a dois depois do nascimento. As outras são geralmente substituídas por osso até o final do primeiro ano. Enquanto os ossos da calvária e da face formam-se diretamente do mesênquima por ossificação intramembranosa, aqueles na base do crânio desenvolvem-se a partir da cartilagem, por ossificação endocondral. Mais especificamente, os ossos endocondrais do crânio são o occipital (exceto o extremo da sua parte posterossuperior), a parte petrosa do temporal, a maior parte do esfenoide e do etmoide. No momento do nascimento, os ossos do crânio são delgados. O osso frontal e a mandíbula começam como ossos pares que se fundem medialmente durante a infância. A parte timpânica do osso temporal é meramente um anel em forma de C em recém- nascidos. O crânio muda ao longo da vida, mas as mudanças são mais drásticas durante a infância. Ao nascer, o crânio do bebê é enorme em relação a sua face pequena. As maxilas e a mandíbula são comparativamente pequenas, e os contornos da face são planos. Aos 9 meses de idade, o crânio já está na metade do seu tamanho adulto. Aos 2 anos, é três quartos de seu pleno tamanho, e aos 8 ou 9 anos o crânio já terá quase atingido o seu tamanho total. Entre as idades de 6 e 13 anos, no entanto, a cabeça parece ampliar substancialmente porque a face literalmente cresce a partir do crânio, assim como a mandíbula, as bochechas e o nariz tornam-se mais proeminentes. O alargamento da face está relacionado com uma expansão do nariz, dos seios paranasais e dos músculos da mastigação, além do desenvolvimento de grandes dentes permanentes. Os problemas com a coluna vertebral tais como lordose ou escoliose, podem aparecer durante os primeiros anos escolares, quando o crescimento rápido dos ossos longos dos membros alonga muitos músculos. As crianças normalmente têm uma ligeira lordose porque seguram o abdome na posição anterior para contrabalançar o peso de suas cabeças relativamente grandes, mantidas levemente na posição posterior. Durante a infância, o tórax fica mais largo, mas a postura adulta verdadeira (cabeça erguida, ombros para trás, abdome para dentro e queixo para fora) não se desenvolve até a adolescência. O envelhecimento afeta muitas partes do esqueleto, especialmente a coluna vertebral. O teor de água dos discos intervertebrais diminui. Como os discos se tornam mais estreitos e menos elásticos, o risco de hérnia aumenta. Um encurtamento adicional do tronco pode ser causado por osteoporose da coluna vertebral que leva à cifose, que é às vezes chamada de “corcunda da viuvez” em adultos mais idosos. Com o aumento da idade, o tórax torna-se mais rígido, principalmente porque as cartilagens costais se ossificam. Essa perda de elasticidade da caixa torácica leva a uma respiração superficial, que por sua vez conduz à troca gasosa menos eficiente nos pulmões. Lembre-se de que todos os ossos perdem massa com a idade. Os ossos do crânio perdem menos massa que a maioria, mas perdem o suficiente para alterar os contornos faciais da pessoa idosa. Como o tecido ósseo da mandíbula e das maxilas diminui, esses ossos parecem pequenos e ficam, novamente, com aspecto infantil. Se uma pessoa idosa perde seus dentes, a perda óssea na região das maxilas é acelerada porque o osso da região alveolar (soquetes dos dentes) é reabsorvido.
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