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ABDOME AGUDO CASO 1 • MGO, feminino, 52 anos. • Paciente previamente hígida com história de dor abdominal há 2 dias, de início súbito, difusamente, em caráter de facada, de forte intensidade, que piora com a movimentação . Desde então a dor mantém-se inalterada, difusa e sem irradiação, associada a náusea, anorexia e febre não aferida. • Apresentou lipotimia. • Antecedentes: nega cirurgias prévias e comorbidades. Relata constipação crônica (4 a 7 dias). Nega traumatismos. CASO 1 • Exame físico: • EGRuim, desidratada 1+/4+, corada, anictérica, febril. • Abdome: em tábua, doloroso à palpação superficial e DB (+) difusamente. Sinal de Jobert presente. CASO 1 • Exames complementares: • Leucócitos 14.000 com neutrofilia moderada. • EAS sem alterações. • Radiografia de tórax (apenas em decúbito dorsal, pois a paciente não tolerava qualquer movimento). CASO 1 Sinais de pneumoperitôneo: Sinal de Rigler (setas brancas) em inúmeros locais. Visualização do ligamento falciforme (seta branca larga). Ar coletado na bolsa de Morrison (ponta de seta branca). CASO 1 Sinais de pneumoperitôneo com maior clareza: Sinal de Rigler (setas brancas). Ligamento falciforme visualizado por ter ar em ambos os lados. Na bolsa de Morrison, pode-se observar o sinal do "chapéu de Doge". CASO 1 • Discussão: • Pneumoperitôneo --> perfuração de víscera oca, e paciente com sinais de peritonite. • Diagnóstico: Abdome agudo perfurativo. • CD: LE que mostrou líquido livre na cavidade e perfuração de divertículo de cólon esquerdo. Realizada colectomia total, pois havia diverticulite intensa. ABDOME AGUDO • Situação emergencial • Surgimento abrupto de sintomas abdominais. • Evolução potencialmente grave. • Não precisa de diagnóstico etiológico --> diagnóstico sindrômico. • 5 grandes síndromes: Inflamatório Obstrutivo Perfurativo Vascular Hemorrágico ABDOME AGUDO PERFURATIVO • Entre os abdomes agudos não-traumáticos mais comuns. • Causas: Processos inflamatórios, neoplásicos, infecciosos, C.E., traumatismos, iatrogenias. • Mortalidade 8-10%. • Quadro clínico: • Intervalo curto entre início da dor e chegada à Emergência. • Dor súbita, intensa, rápida difusão. • Sinais de sepse, hipotensão ou choque. • Ao exame, evidência de peritonite, ausência de macicez hepática (Jobert). • RHA reduzidos ou ausentes. ABDOME AGUDO PERFURATIVO • Fisiopatologia • Sintomas e a gravidade dependerão do local, tempo, secreção extravasada e condições do doente. • Inicialmente --> inflamação peritoneal química • Invasão bacteriana secundária • Processo infeccioso progressivo • *Intestino grosso: sepse desde o início ABDOME AGUDO PERFURATIVO • Fisiopatologia • Em alguns casos a clínica está mascarada... • Sintomas de outras afecções clínicas (idosos, imunossuprimidos). • Forma bloqueada --> dor e peritonite localizada. ABDOME AGUDO PERFURATIVO • Diagnóstico por imagem • Ar ou líquido livres na cavidade • Pneumperitôneo em 75-80% dos casos • Radigrafia simples de abdome • Em ortostase, AP • Em decúbito lateral E, raios horizontais • Radiografia de tórax AP ABDOME AGUDO PERFURATIVO ABDOME AGUDO PERFURATIVO ABDOME AGUDO PERFURATIVO Sinal de Rigler ABDOME AGUDO PERFURATIVO • Tratamento • Sempre cirúrgico. • A conduta intra-operatória é ditada pelo local da perfuração, sua etiologia, consições do paciente e da cavidade peritoneal. • ATB é iniciado no pré-op, duração do ttt dependerá do achado na cirurgia. CASO 2 • PVS, feminino, 18 anos. • História de dor abdominal e coloração amarelada da pele há 15 dias. • Refere aumento do volume abdominal e dor abdominal há 2 semanas, associados a coloração amarelada da pele e dos olhos, colúria, hipocolia fecal há 2 dias, além de vômitos pós-alimentares. CASO 2 • Exame físico: • Abdome distendido, RHA+, doloroso à palpação superficial especialmente em HD, DB (-). Presença de sinais de ascite. • Edema de MMII. CASO 2 • Exames complementares: • Hb=6,4 Leucócitos=25.000 com neutrofilia Plaq=169.000 • FA=nl AST=252 ALT=130 BT= 18,4 (BD=13,2 BI=5,2) • Evoluiu com aumento do volume e piora da dor abdominal após alimentação. • Piora do estado geral e sinais de insuficiência hepática. CASO 2 CASO 2 Trombose de veia mesentérica superior estendendo-se para a veia porta (seta preta) CASO 2 VMS parcialmente ocluída por trombo (seta preta). AMS de aspecto normal (posta da seta branca). CASO 2 • Diagnóstico • Trombose portal e da VMS de origem não determinada --> Abdome agudo vascular . • Discussão • Dx de trombose da veia porta foi acidental. A USG foi realizada para estudo e definição de icterícia colestática. • Conduta: • Expectante com tratamento de suporte. ABDOME AGUDO VASCULAR • Isquemia aguda • Causas oclusivas --> dos principais ramos arteriais viscerais. • Embolia • Trombose aguda • Causas não-oclusivas • Redução do DC • Coque neurogênico ou traumático • Gastroenterites • Hemoconcentração • Placenta prévia • Cocaína • DVA *Causas de sofrimento visceral: -Trombose das veias do sistema mesentérico ABDOME AGUDO VASCULAR • Quadro clínico • Dor abdominal intensa + exame físico desproporcional. • Com a evolução: distensão abdominal, vômitos, alteração na característica das fezes. • Toque retal: fezes em geleia de amoras. • Investigar arritmia, miocardiopatia, valvopatia... ABDOME AGUDO VASCULAR • Exames complementares • Inicialmente: Rx simples e USG de abdome são pouco sensíveis • Na suspeita de abdome agudo vascular: evitar estudo do trânsito intestinal e enema opaco. • Angiografia • Método ideal ABDOME AGUDO VASCULAR • Tratamento • Cirúrgico --> de preferência nas 1ªs 6 h do início da dor. • Objetivo: restabelecer o fluxo ao intestino ainda viável. • Prognóstico • Mortalidade 70% • Pacientes idosos CASO 3 • JDP, masculino, 34 anos. • Dor abdominal há 1 dia. • Paciente previamente hígido, com história de dor abdominal difusa, em cólica, de forte intensidade, associada a parada na eliminação de gases e fezes. Refere 2 episódios de vômitos há 2 horas. • Antecedentes: • Ulcerorrafia duodenal há 4 anos. CASO 3 • Exame físico: • EGRegular, desidratado, corado, eupneico, acianótico, anictérico. • Abdome: incisão mediana xifoumbilical, distendido, RHA metálicos, doloroso difusamente à palpação profunda, sem sinais de irritação peritoneal. Timpânico difusamente. • Toque retal: ausência de fezes na ampola retal. CASO 3 • Exames omplementares • Hemograma, U, Cr, Na+, K+, Cl-, amilase, EAS normais. CASO 3 CASO 3 CASO 3 • Diagnóstico: • Abdome agudo obstrutivo • Etiologia? • CD: • LE que mostrou obstrução completa do íleo, causada por uma massa resultante da aderência de algumas alças do íleo entre si. • Observou-se gastrectomia parcial prévia com reconstrução à Billroth II. • Optou-se pela ressecção dessa massa, dentro da qual seobservou uma compressa cirúrgica na luz do intestino delgado. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO • Obstáculo mecânico ou • Alteração da motilidade intestinal • Íleo adinâmico • Íleo paralítico • Íleo neurogênico • Classificações • Alta x baixa • Parcial/incompleta x completa • Aguda x crônica • Simples x estrangulada • Em alça fechada • Qualquer idade --> pico máximo aos 50 anos. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Fisiopatologia • Obstrução intestinal mecânica simples • Acúmulo de gás e líquido acima da obstrução (PGE) • Alteração da motilidade intestinal • Alterações sistêmicas importantes. • Edema de alça • Vômitos e débito da SNG • Hipovolemia, hemoconcentração, IRA, choque e morte. • Inicialmente ruídos de luta... ...aperitalse ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Fisiopatologia • Obstrução com estrangulamento • Veia ou artéria • Isquemia • Necrose • Mais frequente quando volvo, hérnia, aderência. • Liberação de substância tóxicas • Necrose + bactérias • Toxinas não passam pela mucosa normal • Absorção das toxinas >> sua produção • Sintomas secundários ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Fisiopatologia• Obstrução em alça fechada • Rápida progressão para estrangulamento • Grande pressão • Íleo paralítico • Lenta recuperação da motilidade intestinal no pós-op. • DHE • Medicamentos ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO • Causas • Dolgado • 1º) Brida 60% • Cólon • 1º) Adenocarcinomas 55% (pp sigmoide) • 2º) Volvo /torção 12% ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO • Quadro clínico • Dor abdominal em cólica, difusa • Parada na eliminação de gases e fezes, náuseas, vômitos • Exame físico • Queda do estado geral • Desidratação • Em geral não há febre • Distensão abdominal • Doloroso • RHA inicialmente aumentados ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Radiografia simples de abdme Intestino delgado em 80%. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO CASO 4 • JRS, masculino ,77 anos. • Dor abdominal em FIE há 2 dias, com piora com a deambulação com irradiação para raiz da coxa. Nega febre, vômitos, etc. • Antecedentes: • HAS, FA. • Em uso de anticoagulante. • Apendicectomia há 15 anos. CASO 4 • Exame físico: • Hipocorado, afebril, eupneico. • ACV: RCI em 2T, BNF, sem sopros. • AR: MV+ em AHT, sem RA. • Abdome com RHA+, flácido, doloroso à palpação profunda em FIE. • Dor à flexão e extensão da coxa E CASO 4 • Exames complementares • Hb=9,0 (micro/hipo), série branca normal. EAS normal. CASO 4 CASO 4 • Diagnóstico • Hematoma do músculo psoas e do músculo ilíaco. • Abdome agudo inflamatório. • Conduta • Expectante, com tratamento da dor. Seguimento de 30 dias mostrou TC normal. ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO • Grupo mais comum de abdome agudo. • Processo inflamatório ou infeccioso. • Inúmeras causas... ...as "ites" abdominais. • Apendicite aguda (1º causa) • Colecistite aguda • Pancreatite aguda • Diverticulite aguda • Causas ginecológicas ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO • Fisiopatologia • Reação do peritônio e modificações do funcionamento no trânsito intestinal. • Peritonite localizada x generalizada • Quadro clínico • Dor abdominal, em geral progressiva. • Febre é frequente • Sinal de Blumberg • Sinal de Rovsing • Sinal de Murphy ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO • Exames complementares • Radiografia • USG • TC ABDOME AGUDO INFAMATÓRIO • Tratamento • Infecção é quase sempre presente --> ATBterapia • Cirúrgico x conservador CASO 5 • TRM, feminino, 31 anos. • Dor em baixo ventre há 1 dia, de início súbito e de grande intensidade, no momento generalizada, associada a náuseas e vômitos. Evoluiu com parada de eliminação de gases e fezes há 1 dia. • IS: Queixa-se de dispneia, dificuldade para se movimentar e abdome distendido. • Relata lipotimia. Nega leucorreia ou disúria. • Antecedentes: Relata atraso menstrual de 4 semanas e teste urinário para gravidez positivo há 3 semanas. • Possui endometriose, tendo sido submetida a 2 videolaparoscopias para ttt de endometrioma de ovário, nos últimos 3 anos. CASO 5 • Exame físico • EGBom, descorada 2+/4+, anictérica, acianótica. • PA=80x50mmHg, FC= 96bpm. • Abdome plano, RHA ausentes, rígido, doloroso, DB (+), sem massa ou VMG palpável. • Punhopercussão de flancos indolor. • Exame ginecológico • Colo uterino amolecido, com discreto sangramento vaginal. • Abaulamento no fundo de saco de Douglas, com dor intensa ao toque. • Útero e anexos de difícil delimitação por causa da dor. CASO 5 • Exames complementares • HB=9,6 Htc=29% Leucócitos=12.000 sem desvio Plaq=247.000 • Beta-HCG positivo Diagnóstico: Gravidez ectópica rota (Abdome agudo hemorrágico) Conduta: LE + salpingectomia esquerda ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO • Hemorragia intra-abdominal espontânea é rara. • Conhecer fatores de risco + elevado grau de suspeição. • Causas: • Rotura de aneurisma de aorta abdominal • Gravidez ectópica rota • Cisto ovariano roto • Hemangioma / adenoma hepático • Neoplasias ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO • Quadro clínico • Dor abdominal súbita ou progressiva • Peritonite • Sinais de hipovolemia • No exame físico buscar massa pulsátil, sopro abdominal, viceromegalia, sinais de irritação peritoneal • Sinal de Cullen • Sinal de Gray-Turney
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