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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O produto Segundo Embrapa (2012), a framboesa é um fruto agregado, composto de cerca de 75 a 85 pequenas drupas ou drupéolos – que são o verdadeiro fruto, com uma semente cada , epiderme e polpa. Esses drupéolos são presos a um receptáculo carnoso e convexo. A coloração da framboesa pode variar do róseo até o vermelho-escuro, havendo variações em torno da cor amarela, denominada golden raspberry. Apresenta em geral forma cónica arredondada, sendo cada drupéola, constituída por uma semente dura envolvida por polpa, apresentada na Figura 1 por SOUZA (2007). Figura 1 - Morfologia da Framboesa Uma das principais características da framboesa é a facilidade de se destacar o conjunto de drupéolos (a parte comestível da framboesa) do receptáculo. O cultivo da framboesa (Rubus idaeus L.) é restrito aos estados do Sudeste e Sul do Brasil. Esta é uma planta de clima temperado, pertencente à família das rosáceas, que se adapta bem a baixas temperaturas e verões relativamente frescos. Necessita de precipitação entre 700 a 900 mm anuais e altitude entre 1.300 a 1.400 m. ( FIGUEIREDO et al., 2003) 3 Dentre as regiões do cultivo de framboesa, destaca-se a região serrana de São Paulo, como Campos do Jordão; e sul de Minas Gerais e Campos das Vertentes (Caldas, Campestre, Poços de Caldas e Barbacena). Dá-se, também, nas regiões mais frias do Sul, como Caxias do Sul, RS. O espaçamento de plantio depende da espécie, grupo, cultivar, solo e tipo de manejo que se pretende adotar (manual ou mecanizado). A Tabela 1 apresenta as recomendações de espaçamento usualmente utilizadas. Tabela 1 - Espaçamentos de plantio comumente usados para pequenas frutas. Fonte: EMBRAPA (2012). Na prática, a avaliação do estádio de maturação para a colheita da framboesa ocorre segundo cor, aspecto e turgescência, A maturação para colheita está correlacionada a alguns indicadores. Dentre esses, a coloração da epiderme é o mais comum na avaliação da maturação das pequenas frutas, muito embora possam ser utilizados, conjuntamente, os teores de sólidos solúveis e acidez titulável. Para Framboesas (EMBRAPA,2012), frutas completamente coloridas, túrgidas e de fácil remoção do receptáculo são destinadas ao mercado nacional para consumo in natura. As frutas em estádio de maturação equivalente à coloração rosa são destinadas à exportação. Já as frutas de coloração intensa e com ligeira perda de turgescência podem ser congeladas e destinadas ao processamento. O armazenamento das framboesas deve ser feito segundo a utilização de baixas temperaturas constitui o fator mais importante na redução da deterioração e na maximização da vida útil das pequenas frutas. Framboesas podem ser mantidas por até 12 dias (TEZOTTO, 2012; ISOQUIP) sob temperatura de -0,5 ºC a 0 ºC e umidade 4 relativa de 90% a 95% (EMBRAPA,2012). Logo, o tempo de armazenamento utilizado é de 7 dias, sob temperatura de 0º C (Tabela 2). Tabela 2 - Características do produto. O calor específico a ser utilizado da framboesa será de 0,87 J . kg-1 . ºC-1 (ISOQUIP), e a taxa de respiração do produto utilizada é 15000 Kcal/t.24h (1,5 Kcal/kg.24h), de acordo com a Tabela 3. Tabela 3 - Parâmetros específicos de conservação por refrigeração para a framboesa. Fonte: Souza, 2007. Sua produtividade normal é de 2 a 5 toneladas de frutos por hectare. Cada hectare tem uma área de 10.000 metros quadrados. Uma planta bem formada e conduzida adequadamente pode produzir 0,8 quilo por ano. Os frutos são consumidos ao natural ou preparados na forma de polpa congelada, sucos, geléias, xaropes e licores. Embalagens As embalagens recomendadas para este tipo de cultura (EMBRAPA, 2012) comercialmente utilizadas são cumbucas transparentes de polietileno tereftalato (PET) ou bandejas de poliestireno expandido (isopor), recobertas com filme de policloreto de vinila (PVC) esticável. Essas embalagens, contendo uma ou duas camadas de frutas, apresentam dimensões variáveis. Adicionalmente, pode ser utilizado plástico polibolha no fundo da cumbuca, com o objetivo de conferir maior proteção às frutas mais sensíveis, como framboesas e amoras pretas. Recomenda-se que a comercialização seja feita em caixas de papelão ondulado paleteáveis. Além disso, tanto as cumbucas quanto as caixas de papelão devem ter 5 aberturas em número suficiente para permitir a passagem do ar, de forma a otimizar a eficiência do resfriamento rápido. Conforme exigências nacionais e internacionais, para fins de rastreabilidade, a caixa deve ser rotulada com as seguintes informações: • Identificação – produtor, embalador ou expedidor. • Natureza do produto – nome do produto e cultivar. • Origem do produto – país e região onde a fruta foi produzida. • Identificação comercial – categoria, tipo e peso. Adicionalmente, deve ser evitada a condensação de água no interior da embalagem, por favorecer o crescimento fúngico e a deterioração das frutas. Para tanto, recomenda-se o emprego do resfriamento rápido e a manutenção de baixa temperatura, sem oscilações, durante o armazenamento. Sendo assim, para embalagens, serão utilizadas caixas de papelão com 500 x 400 x 120 mm, que facilitarão o armazenamento das mesmas sobre os pallets, além de oferecer certa resistência mecânica caso necessário. Para entrar em contato direto com o produto serão utilizadas transparentes de polietileno tereftalato (PET) com 120 x 180 x 60 mm. Essa embalagem foi escolhida devido à semelhança de resistência mecânica que apresenta a framboesa e o morango, visto que esta é utilizada comumente para a comercialização do mesmo. Figura 2 - Embalagens de papelão e PET. Localização A produção de framboesa no Brasil iniciou-se com a chegada dos imigrantes alemães, que a cultivavam nos quintais de suas colônias, visando consumo familiar (Pagot, 2004). A produção comercial ocorreu pela primeira vez em Campos do Jordão, 6 Estado de São Paulo, com o intuito de abastecer pequenas agroindústrias locais. Mais tarde, foram realizados plantios nas regiões de Vacaria e de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e no Sul de Minas Gerais (Pagot, 2004). A framboesa vem sendo bastante difundida na industrialização de polpa congelada, sucos, iogurtes, sorvetes, gelatinas e geleias. Mas é também muito apreciado in natura, o que torna seu cultivo atraente para áreas com atividades de turismo rural. Rústica, a framboeseira apresenta problemas mínimos com doenças e pragas no cultivo. Ótima para ser plantada em locais frios, a planta encontra boa produção em áreas de verão ameno e com temperaturas menores que sete graus por mais de 250 horas no inverno. Por isso, é cultivada principalmente na região da alta Mantiqueira, em cidades como Gonçalves, em Minas Gerais; Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo; assim como em Caxias do Sul e Vacaria, no Rio Grande do Sul. (Mathias, 2014) Caxias do sul foi o município escolhido para a realização do projeto devida sua grande participação na produção de framboesa. Segundo o INMET a cidade esta localizada a Latitude 29,17 S, Longitude 51,20 W e altitude de 760 m. Dados climáticos As características climáticas de Caxias do Sul estão apresentadas na tabela a seguir. Tabela 4 – Características climáticas de Caxias do Sul. Mês Temperatura (°C) UR (%) Janeiro 20,6 77 Fevereiro 20,6 79 Março 19,1 82 Abril 16,2 81 Maio 14,3 80 Junho 12,1 80 Julho 12,3 78 Agosto 12,7 78 Setembro 14,4 77 Outubro 15,8 78 Novembro 17,8 75 Dezembro 19,6 76 Média Total Anual 16,3 78,4 Fonte: INMET, 2013. 7 A média das temperaturas máximas e de umidade relativa de verão foram obtidas a partir do maior valor entre as médias de dezembro, janeiro e fevereiro e janeiro, fevereiro e março, sendo nesse caso a maior a média de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, apresentadaabaixo. Tmáx = (25,7+26,6+26,4)/3 = 26,23ºC UR = (76+77+79)/3 = 77,33% Tabela 5 – Dados utilizados nos cálculos de carga térmica. Temperatura bs 26, ºC Temperatura ponto de orvalho 22,0 ºC Umidade relativa 77,3 % Volume específico ar externo 0,956 m³/kg de ar seco Entalpia ar externo 72,91 kJ/kg de ar seco Entalpia ar interno 9,3 kJ/kg de ar seco Planta Tendo em conta que a produção da framboesa é de 7680 kg e o tempo da colheita é de 8semanas a quantidade de armazenagem por uma semana é de 960 kg. Além disso, é preciso ter presente a recomendação que diz que refrigeração da framboesa é 7días. Devido a que serão utilizadas embalagens 120 x 180 x 60 mm de 100gr de produto, umas caixas de papelão com 500 x 400 x 120 mm e as dimensões dos pallets são 100 x 120 x 120 cm, Fig. 4; se tem que: o número necessário de pallets são 10, 10 filas, seis caixas de papelão por fila, 16 embalagens de plástico por cada caixa. A distância entre os pallet e as paredes é de 10 cm. A localização da sala de máquinas é uma sugestão feita por o livro da Embrapa (Resfriamento de frutas e hortaliças) de acordo à Fig. 4. Em câmaras de estocagem os evaporadores deverão ser instalados na parte superior das paredes ou no teto, mantendo certa distância, 30-50cm, o objetivo desta é permitir a passagem do ar e obter uma melhor eficiência. O lugar do evaporador de ar forçado, seguindo a recomendação do Manual de instalação HEATCRAFT, esta no fundo da câmara. Ele pode ser montado com tirantes ou barras roscadas. 8 Figura 3 – Evaporador no fundo da câmara. Recomendações para instalação 1. O fluxo de ar deve cobrir a câmara inteira. 2. Nunca instale evaporadores sobre portas. 3. Localizar o evaporador dentro da câmara e considerar o mínimo trajeto das tubulações de refrigerante e de dreno. 4. Um espaço equivalente à altura do evaporador deve ser deixado entre a parte inferior do equipamento e o produto armazenado na câmara, não deixe o produto na frente da descarga de ventiladores. 5. Para evaporadores múltiplos, o controle de temperatura e intervalo de degelo, deverá ser único, ou seja, todos os evaporadores devem entrar e sair simultaneamente do degelo. A altura da câmara frigorífica é de 2.6m. Devido à altura da empilhadeira. A planta encontra-se no anexo 1. Fig. 4. Tomadas do livro Resfriamento de frutas e hortaliças; izquerda, padronização dos paletes ISOII; direita, sugestão para a construção da sala das máquinas. Porta revestida com chapa de aço cromo pré-pintado, frigorífica e giratória (unidade): altura 2,3m e largura 1,3m. 9 Outras Informações Será considerado no projeto que duas pessoas entram simultaneamente dentro da câmara, isso fazendo alusão a um operador de empilhadeira e alguma outra pessoa para dar possíveis suportes, ou em caso esporádicos um inspetor acompanhado de um funcionário. Para a iluminação, o tipo de lâmpada e o tipo de luz podem resultar em cargas térmicas apreciáveis, porém como lâmpadas de descarga têm dificuldades em baixas temperaturas, a melhor solução é sem dúvidas, as lâmpadas incandescentes. Temos que considerar também, que o regime de trabalho de uma câmara fria é de entra e sai, com a porta abrindo e fechando. O acende e apaga fica muito bem com incandescentes, sendo contraindicado para fluorescentes, lâmpadas de mercúrio, sódio ou outras lâmpadas de descarga, terão nessas condições vida útil reduzida. Para dar aos trabalhadores boas condições de trabalho será utilizada uma condição de 250 lux (área de trabalho), e para isso serão utilizadas três lâmpadas fluorescentes de 100 W e 110 v da Philips, que possuem vida útil média de 750h. Figura 4 – Lâmpada. Para o trabalho com a empilhadeira será considerado o uso de uma hora diária dentro da câmara, valor considerado suficiente para os trabalhos realizados na mesma, visto que não haverá retirada e entrada de grandes volumes em um único dia. Empilhadeira Tander Modelo NSPM1025 – Dados: altura mínima 1,83 m e máxima 2,5 m, potência 1,5 KW, largura do corredor para paletes de 100 por 120 mm 2,15m. 10 Figura 4 – Empilhadeira. CÁLCULO CARGA TÉRMICA Transmissão pelas Paredes, Teto e Piso Qtr = U . A . (Te – Ti) Onde: U = coeficiente global de transferência de calor [kcal/hm²°C]; A = área externa da parede, piso e teto [m2]; Ti = temperatura interna por parede [°C]; Te = temperatura externa por parede [°C]. Infiltração e Troca de ar Qinf = (V/v) . n . (He - Hi) Onde: V = volume interno da camara [m3]; v = volume específico do ar externo [m3/kg]; n = número de trocas de ar em 24h Hi = entalpia do ar interno [kcal/kg]; He = entalpia do ar externo [kcal/kg]. Tabela 6 – Número de trocas de acordo com volume. Volume da Câmara (m³) Trocas de ar (trocas por dia) 10 31,0 20 21,0 30 17,0 40 14,0 11 50 13,0 100 9,0 150 7,0 200 6,0 250 5 500 4 750 3 1000 2,5 1250 2 1800 1,7 2400 1,4 Resfriamento do produto Qp = m . cp . (Ti-Tf) m = massa de produto a ser resfriado [kg]; Cp = calor específico do produto a ser resfriado [kcal/kg°C]; Tf = temperatura de resfriamento [°C]; Ti = temperatura inicial do produto [°C]. Respiração do produto Qresp = m . R Onde: m = massa de produto a ser resfriado [kg]; R = calor de respiração (kcal/kg24h). Resfriamento das embalagens Qe = me.ce.(Te-Ti) Onde: me = massa da embalagem [kg]; Ce = calor específico do material da embalagem [kcal/kg°C]; Ti = temperatura interna da câmara [°C]; Te = temperatura inicial do produto, considera como igual a temperatura externa [°C]. As demais cargas foram obtidas por valores informados pelos fabricantes em seus catálogos. Todos os valores calculados estão apresentados na Tabela 8 e as variáveis de entrada na Tabela 7. 12 Tabela 7 – Dados de entrada. Dado Símbolo Valor Unidade Dados condições climáticas Temp. ext. Te 26 ºC Temp. int. Ti 0 ºC Nº trocas N 10 Vol. esp. ar ext. V 0,956 m³/kg Entalpia ext. He 17,5 kcal/kg Entalpia int. Hi 2,23 kcal/kg Dados câmara Comp ext C 7,5 M Larg ext L 4,6 M Altura ext H 2,6 M Coef. Global U 0,192 kcal/hm²ºC Área ext. câmara A 131,92 m² Volume int. câmara V 83,51 m³ Dados produto Massa M 7680 Kg Calor esp. cp 0,87 kcal/kgºC Calor resp. R 1,5 kcal/kgºC Dados embalagem Massa Me 192 Kg Calor espplast Ce 0,45 kcal/kgºC Massa Me 30 Kg Calor esppapelao Ce 0,35 kcal/kgºC Tabela 8 – Resumo da Carga Térmica Total Carga térmica kcal/dia % do total Transmissão 664,4 1,54 Infiltração 13819,4 32,13 Resfriamento 21907,3 50,94 Respiração 1440 3,35 Embalagem 2541,7 5,91 Lâmpadas 412,8 0,96 Pessoas 932 2,17 Empilhadeira 1290 3,00 Total 43007,6 100,00 Utilizando um fator de segurança igual a 10% obteve-se a carga térmica por hora no valor de 2365,4 kcal. Carga Térmica obtida pelo software on line PhPlus disponível no site: http://www.phddanfoss.com/. Tabela 9 – Carga cálculada pelo PhdDanfoss. Carga térmica kcal/hr % do total Transmissão 1429 32,33 13 Infiltração 661 14,95 Produto 1790 40,50 Embalagem 14 0,32 Lâmpadas 21 0,48 Pessoas 47 1,06 Empilhadeira 64 1,45 Total 4420 100,0 SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Comparando a carga térmica das tabelas 8 e 9 calculadas, respectivamente, pelas equações e pelo software da Danfoss, notou-se uma distinção entre os valores, que pode ser justificada pela quantidade de variáveis consideradas em cada método. Como o valor encontrado pelo Danfoss foi maior, presou-se pela segurança e considerou-se esse valor para a seleção de equipamentos. Para a escolha dos equipamentos é necessário definir primeiramente o refrigerante utilizado no sistema. O gás escolhido foi o R404a. A temperatura de evaporação utilizada (Temperatura da câmara menos cinco graus) foi de -5 ºC. Com base no catálogo da Danfoss: Unidade Condensadora, aplicações comerciaisde refrigeração e ar condicionado com R22, R407C, R134a, R404A e R507. Escolhido HJZ 028-35, 4504Kcal/h. 14 Seleção do evaporador TRS (D) Escolhido evaporador Trineva TRS (D) 5, 4940 Kcal/h. Tubulações Para este cálculo foi usada Tabela 10 para a análise do comprimento equivalente das conexões e linhas retas, disponível no manual de instalação da Heatcraft. As Tabelas 11 e 12 apontam as bitolas de entradas e saídas de tubulações para evaporador e unidade condensadora, respectivamente. Através destas e do posicionamento do sistema, pode-se determinar a quantidade de tubulações. Tabela 10 - Comprimento equivalente dos diâmetros das tubulações. 15 Fonte: (HEATCRAFT, 2014) Tabela 11 - Dimensões Tubulação TRS (D) 5 Tabela 12 - Tubulação da unidade condensadora HJZ 28. Na tubulação de sucção foi instalado um sifão de mesma bitola que a saída da sucção do evaporador, no trecho de subida, para evitar o retorno do óleo. A posição da unidade condensadora segue a recomendação do manual da Heatcraft distando 70 cm da câmara fria, valor superior a sua altura de 60,5 cm. A base para a unidade deverá ser de concreto, nivelada a 150 mm de altura em relação ao piso, garantindo proteção contra água e sujeiras. Tabela 13 - Comprimento equivalente da tubulação de sucção. Linha sucção Bitola Quantidade M. Equivalente Total Tubulação 1 1/8 2,30 1 2,3 Sifão 1 1/8 2 1,65 3,3 Redução 1 1/8 1 0,7 0,7 Curva estreita 1 1/8 2 0,8 1,6 Total 7,9 16 Linha líquido Bitola Quantidade M. Equivalente Total Tubulação ½ 2,05 1 2,05 Curva estreita ½ 2 0,5 1,0 Total 3,05 Portanto, os diâmetros de tubulação utilizados para sucção é de 1 1/8” enquanto o diâmetro da linha de líquido é de 1/2” para a câmara de armazenagem. Quantidade de refrigerante no sistema A quantidade de refrigerante foi calculada como apresentado no manual da Heatcraft, utilizando a Tabela 14 para obtenção da carga e a Tabela 13 para a obtenção do comprimento equivalente. Os resultados seguem na Tabela 15. Tabela 14 - Carga de refrigerante em tubulações por 10m de comprimento linear Tabela 15 – Quantidade de refrigerante Linha Bitola Carga Refrigerante M. Equivalente Total (kg) Sucção 1 1/8 0,161 7,9 1,27 Líquida ½ 0,960 3,05 2,93 Descarga ½ 0,095 7,9 0,75 Carga Evaporador 1,6 Total 7,9 RESFRIAMENTO RÁPIDO 17 Para a escolha do método foram consideradas as opções: ar forçado, gelo e água gelada. Tanto a opção do gelo quanto da água gelada não podem ser realizadas porque a framboesa necessita de uma segunda embalagem para proteção. Além disso, o contato direto do gelo com a framboesa pode causar injurias ao produto. ORÇAMENTO Os valores dos equipamentos utilizados estão apresentados na tabela a seguir: Tabela X Orçamento Descrição Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$) Refrigerante R404a 10,896 kg 1 499,30 499,30 Válvula solenóide Danfoss EVR 1 155,79 130,00 Válvula de expansão TEX-2 1 97,66 97,66 Filtro Secador DML084 1 22,00 22,00 Visor de líquido SGN12 1 45,44 45,44 Cortina de ar 1,2 m 1 420,00 420,00 Evaporador TRS Trineva 1 1166,00 1166,00 Condensador HJZ028 1 2307,00 2307,00 Curva 1/2’’ 2 2,30 4,60 Curva 1 1/8” 2 9,90 19,80 Tubo de cobre 1/2” (15 m) 1 153,93 153,93 Tubo de cobre 1 1/8” (15 m) 1 251,90 251,90 Sifão 1 1/8” 2 39,80 79,60 Redução 1 1/8” 1 16,35 16,35 Painel de poliestireno revestido com aço e pré-pintado, com 100 mm (2,58 x1,14 m) 22 291,00 6402,00 Porta revestida com chapa de aço cromo pré-pintado, frigorífica e giratória (unidade) 1 2928,06 2928,06 Outros componentes - 1800,00 1800,00 Total - - 16343,64 Total + FS (10%) - - 17978,00 Fonte do orçamento: Catálogo Frigelar - www.frigelar.com/catalogo/Cat_Frigelar_NovDez10.pdf www.frigelar.com.br/catalogo/mala.pdf CWB Câmaras - www.cwbcamaras.com.br Refrigeração Marechal - www.refrigeracaomarechal.com.br Clima Certo - www.climacerto.com.br/porta-flexivel.htm VIABILIDADE ECONÔMICA 18 A viabilidade econômica serve para verificar se o investimento para instalação desse sistema será paga pelos benefícios econômicos do sistema de refrigeração. Para isto, o valor calculado no orçamento mais um margem de segurança de 10% foi de R$ 17978,00, para fins de cálculo, foi utilizado o valor de R$ 18000,00 e a taxa de juros Selic diária (27/06/2014) de 10,90 % ao ano para uma vida útil do sistema de 15 anos. Mateus José da Silva é consultor técnico há 20 anos nas lavouras da Serra da Mantiqueira. Segundo ele, a framboesa tem alta rentabilidade e custo baixo. O custo médio de produção é de R$ 5 o quilo. O preço de venda é mais que o dobro: R$ 12. Mesmo já sendo um produto altamente rentável, ainda se pode ter outra opção. A exportação é uma opção que chega a pagar 40% a mais. O alto preço é porque quase não há frutas vermelhas na Europa durante o inverno. Na câmara fria, temperaturas perto de 0 ºC ajudam a conservar e preparar as frutas para resistir a uma longa viagem. A carga vai de caminhão até o aeroporto e, de lá, segue para países como Itália, Alemanha e Espanha. Tabela - Custos anuais do sistema de refrigeração. Custo Fixo Custo inicial - Ci (R$) 18000,00 Vida útil - n (anos) 15,00 Valor residual assumido – d (R$) 1800 Tempo de uso - u (horas) 2400,00 Depreciação - D (R$/hora) 0,45 Depreciação - D (R$/ano) 1080,00 Custo Variável % dedicado a manutenção - r (% a.a.) 0,01 Reparos ou manutenção - Rm (R$/h) 0,08 Reparos ou manutenção - Rm (R$/ano) 180,00 Custo Variável Salário - S (R$) 700,00 d (dias) 24,00 19 H (horas) 8,00 Mão-de-obra - Mo (R$/h) 3,65 Mão-de-obra - Mo (R$/ano) 8750,00 Custo Variável C (kW) 5,50 Preço (R$/kWh) 0,12 Custo de Energia - E (R$/hora) 0,66 Custo de Energia - E (R$/ano) 1584,00 CT = Custo Total (R$/ano) 11594,00 Adotou-se o valor pago ao consumidor de R$ 10,50 o quilo, mantendo-se o custo de R$ 5,00, e considerando uma porcentagem de 20% a mais no preço pago pela framboesa para o produto exportado, analisou-se a viabilidade do projeto e seu tempo de retorno. Framboesa: receita – custo de produção = 7680 kg *(10,50 R$/kg *1,2) - (7680 kg* 5 R$/kg) = 58368 reais Para um lucro de 30%, o fechamento do caixa será de 40857,60 reais. Para esse valor, com um investimento de R$ 18000,00 mais o custo anual de R$ 11594,00 a uma taxa de juros de 10,90%, o retorno do investimento seria em um ano. Para o cenário sem a exportação, pago ao produtor apenas o valor de mercado o retorno do investimento seria em dois anos. O uso da refrigeração é um investimento viável, porém os riscos desse tipo de produto também é elevado. Assim, para a garantia da qualidade e longa duração do produto recomenda-se o uso de outras técnicas. Tezotto (2013) mostra em seu trabalho o uso da quitosana aliada à refrigeração como eficiente opção de manutenção da qualidade da framboesa. Saji (2013) concluiu em seu trabalho que o uso da radiação gama na dose 1,0 kGy em conjunto com o armazenamento refrigerado amplia o período de conservação da framboesa em até 8 dias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20 EMBRAPA. 500 Perguntas e 500 respostas – Pequenas Frutas, 2012. <http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000011-ebook-pdf.pdf> Acesso em 12/05. FIGUEIREDO, M.B.; NOGUEIRA, E.M. DE C.; FERRARI, J.T.; APARECIDO, C.C.; HENNEN, J.F. Ocorrência de ferrugem em framboesa no estado de são paulo. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.70,n.2, p.199-201, 2003. INMET Disponível em http://www.inmet.gov.br/ , visitado em 26 de agosto de 2013. ISOQUIP; Exigências para armazenagem. < http://isoquip.com.br/pdf/EXIGENCIA_PARA_ARMAZENAGEM.pdf> Acesso em 15 de maio de 2014 Lucros com exportação. http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL557979-10406,00- LUCROS+COM+EXPORTACAO+DE+FRUTAS.html MATHIAS, J. Framboesa Ideal para o cultivo em regiões montanhosas,a fruta é boa fonte de renda para o agricultor pelo fácil cultivo e pela possibilidade de preparo de geléias caseiras. Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1602263-4529,00.html Acesso em: 10/04/2014. PAGOT, E. Diagnóstico da produção e comercialização de pequenas frutas. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS, 2., Vacaria. Anais ... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004. p. 09-18. (Embrapa Uva e Vinho. Documentos, 44). Rentabilidade da Framboesa <http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2009/12/cultivo- da-framboesa-tem-baixo-custo-e-boa-rentabilidade-2762314.html> SAJI, F. R, Q. Conservação pós-colheita de framboesa ‘Autumn Bliss’ com uso de radiação gama. Dissertação de Mestrado. Esalq. 2013. SOUZA, M.B. Framboesa – Qualidade Pós-Colheita. Folha de Divulgação AGRO 556, n. 6, 2007. TANDER – Catálogo equipamentos Disponível em: http://www.tanderequipamentos.com.br/canais/produtos/vitrine.asp?codProduto=115 Acessado em 26/05/2014. TEZOTTO, J. V.; Métodos de conservação de framboesa in natura. 103 p.; Piracicaba, 2012.
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