Prévia do material em texto
Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) Medicina – 4º Período TICS IV – Semana 15 Hiperplasia Prostática Benigna COMO É FEITO O MANEJO CLÍNICO (DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO) DO PACIENTE COM HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA? A HPB é uma condição crônica relacionada a proliferação do epitélio glandular, da musculatura lisa e do tecido conjuntivo da zona de transição prostática. Em virtude da sua localização mais centralizada, há sintomas que atingem o trato urinário baixo, pois causa uma obstrução urinária (PINHEIRO, Endy Silva; CARNEIRO, Pedro Henrique Guimarães, 2021). ETIOLOGIA A etiologia da HP é ainda desconhecida, mas associa-se com o aumento do número de receptores de androgênios provocado pelo excesso relativo de estrogênio (DEVLIN, C. M.; SIMMS, M. S.; MAITLAND, N. J., 2021). Aumento do número de receptor de androgênios (DHT e testosterona) Acredita-se que a di-hidrotestosterona (DHT), o metabólito biologicamente ativo da testosterona, seja o mediador final da HPB, servindo o estrogênio para sensibilizar o tecido prostático aos efeitos de crescimento da DHT. A testosterona plasmática livre penetra nas células prostáticas, onde pelo menos 90% é convertida em DHT através da ação da 5a- redutase. A descoberta de que a DHT é o fator ativo na HPB constitui a base racional para o uso dos inibidores da 5a-redutase (p.ex., finasterida, dutasterida) no tratamento do distúrbio. Excesso relativo de estrogênio Embora a fonte exata do estrogênio permaneça incerta, os homens produzem pequenas quantidades de estrogênio. Outros fatores hormonais que foram implicados incluem níveis intraprostáticos aumentados de fator de crescimento insulinossímile-1 (IGF-1). DIAGNÓSTICO A Organização Mundial de Saúde e as principais sociedades e associações urológicas do mundo estabelecem ama avaliação inicial mínima que quantifica os sintomas urinários por meio de: o Exame clínico – questionário I-PSS; o Exame de toque retal. o Exame laboratorial – determinação do antígeno prostático específico (PSA) e uroaálise; Exame Clinico O questionário analisa os sintomas relacionados ao trato urinário inferior, sendo nomeado por International Prostate Score Symptoms .I-PSS (PINHEIRO, Endy Silva; CARNEIRO, Pedro Henrique Guimarães, 2021). Nele, há sete questões e as respostas são quantificadas de 0 a 5 de acordo com a frequência com que a queixa ocorre naquele paciente. Uma única pergunta relativa à qualidade de vida (QV) é respondida separadamente no final, com notas variando de 0 a 6 (0 – ótimo [sem queixas] e 6 – péssimo [queixas acentuadas]). De acordo com os pontos decorrentes da soma dos sintomas irritativos e obstrutivos, os sintomas são catalogados em o Leves (0 a 7); o Moderados (8 a 19); o Severos (20 a 35) – cabendo o escore de 35 aos casos de retenção urinária Exame de Toque Retal Toque retal avalia tamanho e consistência da próstata e existência de nódulos ou mesmo de tecido muito alterado, de consistência pétrea, sugestiva de neoplasia maligna da próstata Exames Laboratoriais Determinação do antígeno específico prostático (PSA) é obrigatória na avaliação inicial., pois trata- se de um marcador especifico da próstata, que se altera junto a anormalidades que ela possa sofrer. Os métodos mais utilizados para determinação do PSA referem como normal valores inferiores a 2,5 ng/ml em indivíduos abaixo de 65 anos de idade. O exame de urina tipo I deve ser realizado para descartar infecção ou hematúria. TRATAMENTO O Urologia Fundamental (2010) cita que muitos homens com HPB apresentam-se assintomáticos, portanto, são candidatos a seguimento clínico, que inclui orientação sobre a doença e monitoração anual (FILHO, M.Z.; JUNIOR, A.N. 2010). Alfa-bloqueadores Os alfa-bloqueadores atuam bloqueando os receptores alfa-1adrenérgicos no músculo liso existente no estroma prostático, na uretra e no colo vesical. Dessa forma, relaxam a musculatura lisa prostática e do colo vesical, diminuindo a resistência ao fluxo urinário e, por conseguinte, ocorre melhora dos sintomas. Pelo caráter seletivo do bloqueio, a tamsulozina e a alfuzosina têm menor probabilidade de causar hipotensão ortostática, principal efeito colateral nessa classe de fármacos, porém cursam com maior incidência de ejaculação retrógrada Inibidores da 5-AR A testosterona é convertida pela enzima 5-AR numaforma mais potente, a di-hidrotestosterona (DHT). Existem duas isoenzimas de 5-AR: o tipo 1: presente no fígado, pele, folículos pilosos, glândula sebácea e em pequena quantidade na próstata; o tipo 2: responsável pela masculinização do feto e presente na próstata em maior quantidade) A ação inibitória provoca diminuição de 70 a 90% nos níveis intraprostáticos de DHT, reduzindo o volume prostático em cerca de 20% e os níveis do PSA em aproximadamente 50%. Efeitos colaterais dos inibidores da 5-AR são relacionados a queixas de disfunção sexual, como diminuição da libido, alteração ejaculatória e ginecomastia Ressecção transuretral da próstata (RTUP) A RTUP é o método minimamente invasivo padrão-ouro de tratamento, sendo uma das cirurgias mais realizadas em urologia, porém pode apresentar inúmeras complicações. É realizado através da visualização da próstata pela uretra, e remoção do tecido por eletrocauterização ou dissecção aguda. Referências: 1. DEVLIN, C. M.; SIMMS, M. S.; MAITLAND, N. J. Benign prostatic hyperplasia–what do we know?. BJU international, v. 127, n. 4, p. 389-399, 2021. 2. PINHEIRO, Endy Silva; CARNEIRO, Pedro Henrique Guimarães. Diagnósticos de hiperplasia benigna e câncer de próstata em um Município do Sudoeste Goiano: análise de 20 anos. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 1, p. 3963-3974, 2021. 3. Urologia fundamental / editor Miguel Zerati Filho, Archimedes Nardozza Júnior, Rodolfo Borges dos Reis. São Paulo: Planmark, 2010.