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Tumores malignos Tumores malignos menstrual de útero e ovário Um exame para ser bom para fazer rastreamento de certa doença precisa ter alta especificidade e sensibilidade, ter um bom preço e pouco invasivo. No caso do câncer de colo de útero, o exame é o papanicolaou/citologia oncótica Problemas no rastreamento da doença: falta de informação da população menos esclarecida, problema cultural (medo da doença, vergonha) Câncer cervical e HPV: • O HPV é essencial para carcinogênese • HPV 16 e 18 são considerados de alto risco • A infecção por HPV de alto risco é necessário, mas insuficiente para câncer de colo de útero Diagnóstico: • Colposcopia – não é utilizado para tratamento, é apenas um anatomopatológico • Biópsia excisional – se houver necessidade • Exame anatomo-patológico – o útero possui o epitélio escamoso (exposto) e o glandular (muito mais delicado, possui apenas a produção de mucina para defesa). Os tumores podem ser do tipo espinocelular (faz parte do epitélio escamoso, ocorre em cerca de 80-85% dos casos) ou adenocarcinoma (10-15% dos casos) Anticoncepcional é fator de risco para câncer do colo de útero porque o estrógeno quando age na área glandular leva à sua hipertrofia, exteriorizando esse epitélio glandular JEC – possui células metaplásicas, onde células indiferenciadas podem se diferenciar em qualquer tipo de célula Vias de disseminação do carcinoma do colo do útero: • Para a mucosa vaginal • Para o miometrio da porção inferior do corpo uterino • Para os linfáticos paracervicais e depois para os linfonodos • Extensão direta para estruturas adjacentes Tumores sólidos → as vias de disseminação são continuação e linfática Tumores de partes moles → hematogênica Quadro clínico: • No estágio inicial da doença, normalmente a paciente é assintomátia • Quando começa a ter sintomas, normalmente a doença já está avançada → descarga vaginal, sangramento anormal (pós-coito, menorragia e sangramento pós-menopausa) • Em estágio ainda mais avançado, ocorre corrimento fétido, dor lombar ou pélvica, perda de peso e fistula vesical ou retal Estadiamento: • Exame físico: palpação dos gânglios linfáticos inguinais e supraclaviculares, exame retovaginal, exame especular, exame de toque (normalmente a textura é fibroelástica, quando acometido pelo tumor fica endurecido), toque retal avalia se o paramétrio foi acometido • Exames de estadiamento: rx de tórax, urografia excretora, cistoscopia, retossigmoidoscopia Estágio I • Restrito ao colo uterino • IA – lesão microscópica, até 5mm de invasão o IA1 – invasão estromal com menos de 3mm de profundidade o IA2 – invasão estromal entre 3 e 5mm de profundidade • IB – carcinoma invasivo com invasão maior que 5mm e que já é visível macroscopicamente o IB1 – invasão com profundidade igual ou maior que 5mm e menor que 2cm o IB2 – invasão com profundidade igual ou maior a 2cm e dimensão menor que 4cm o IB3 – dimensão igual ou maior que 4cm Estágio II • Quando o carcinoma invade além do útero, mas não se estende para o terço inferior da vagina ou parede pélvica • IIA – câncer que envolve apenas os 2 terços superiores da vagina (sem envolvimento do paramétrio) o IIA1 – com dimensão menor que 4cm o IIA2 – com dimensão maior ou igual a 4cm • IIB – câncer que envolve o paramétrio, mas não atinge a parede pélvica Estágio III • Quando o carcinoma invade o terço inferior da vagina e/ou se estende para a parede pélvica e/ou atinge linfonodos para-aórticos e/ou causa hidronefrose ou insuficiência renal • IIIA – quando envolve o terço inferior da vagina, mas não se estende para a parede pélvica • IIIB – quando se estende para a parede pélvica, linfonodos ou causa hidronefrose ou insuficiência renal • IIIC – quando envolve a parede pélvica e/ou linfonodos para-aórticos o IIIC1 – com metástase apenas para os linfonodos pélvicos o IIIC2 – com metástase para os linfonodos para-aórticos Estágio IV • Quando o carcinoma se estende para além da pelve verdadeira ou invade a mucosa da bexiga ou do reto • IVA – extensão do crescimento tumoral para órgãos adjacentes • IVB – extensão do tumor para órgãos distantes Tratamento: Depende do estadio do tumor • IA e IB2 – podem ser tratados por cirurgia de histerectomia total (retirada do terço superior da vagina + parametrectomia total + linfadenectomia ilíaca e externa, fossa obturadora e ureteral) ou quimioirradiação • IB3 e IVA – tratados por quimioirradiação • IVB – quimioterapia sistêmica Até IB2 se opera, acima disso o tratamento é apenas quimioterapia e radioterapia Preservação da fertilidade • IA1 sem IELV (invasão do espaço linfo-vascular) → cone com margens negativas (no mínimo 3mm) • IA1 com IELV e IA2 → cone com margens negativas (no mínimo 3mm) + linfadenectomia ou traquelectomia radical (mantém o útero, feito em pacientes que ainda não engravidaram) + linfadenectomia Terapia padrão para IB2 – IVA → radiação pélvica externo + braquiterapia (irradia a via linfática) + quimioterapia cisplatina IV Em casos de estádios que são operáveis, o prognóstico é o mesmo para pacientes que são submetidas a cirurgia ou quimioterapia + radioterapia. O que muda é o pós, nas pacientes com quimio+radio o tecido fibrosa, podendo ter dificuldade em ter relação depois, além disso, a função ovariana pode ser destruida Tumores benignos menstrual Em casos de estádios que são operáveis, o prognóstico é o mesmo para pacientes que são submetidas a cirurgia ou quimioterapia + radioterapia. O que muda é o pós, nas pacientes com quimio+radio o tecido fibrosa, podendo ter dificuldade em ter relação depois, além disso, a função ovariana pode ser destruida (é muito frequente acontecer) Tumores recorrentes ou metastáticos (estadio IVB) → esses tumores raramente podem ser curados, de modo que a paciente deve ser submetida ao tratamento paliativo com quimioterapia ou clinical trials. Além disso, a exenteração pélvica é uma opção para esses casos e pode ser anterior (bexiga + útero + vagina), poterior (reto + vagina + útero) ou total (bexiga + reto + vagina + útero) Fatores prognósticos: • Status dos linfonodos • Tamanho do tumor primário • Profundidade de invasão estromal • Mais ou menos invasão do espaço linfo-vascular (IELV) • Mais ou menos invasão parametrial • Tipo celular histológico • Comprometimento da margem vaginal Paciente “ideal” → intervalo livre de doença maior que 2 anos, tamanho do tumor menor que 3cm ou menor que 5cm, possibilidade de margens livres, ser operada em um centro de referência e bom psicológico Seguimento: • As pacientes devem ser acompanhas no 2 primeiros anos através da cistoscopia ou colposcopia semestrais. No 3º ao 5º ano devem fazer o exame de citologia anualmente. E após o 5º ano devem fazer o rastreamento trienal Tumores benignos menstrual da vulva Tipos: • Líquen escleroso: provoca prurido vulvar e lesões avermelhadas que evoluem para atrofia da pele. Também pode ocorrer fusão dos pequenos lábios. Essa doença é responsável por mais de 60% dos casos de câncer de vulva • Úlceras vulvares: podem ser causadas por traumas, sífilis (provoca úlcera indolor com bordos endurecidos e fundo limpo), cancro mole (formam pústulas e úlceras, dolorosas, fundo irregular coberto por tecido necrótico, fétida, também há linfonodomegalia inguinal) e herpes (úlceras herpéticas são múltiplas e dolorosas) • Cisto da glândula de Bartholin: tumoração vulvar mais comum, responsável pela produção de muco vaginal. Forma-se massas císticas de tamanho variado na parede posterior do grande lábio. O tratamento pode ser feito com antibióticoterapia ou por cirurgia (marsupialização) • Cisto de Nuck: acompanhamento do peritônio parietal ao ligamentoredondo, o que leva a formação do canal de Nuck. Esse cisto é semelhante à hidrocele • Pólipos fibroepiteliais: surgem do tecido mesodérmico e podem ser predominantemente epiteliais ou primariamente estromais. Usualmente são benignos • Outros tumores: lipomas, nevos, hemangiomas e neurofibromase Tumores malignos menstrual • É o 2º tipo histológico mais comum e representa 3-5% de todos os tumores malignos da vulva • A localização mais comum é nos grandes lábios, seguida de pequenos lábios e clitóris • A sua forma mais frequente de apresentação é uma lesão pigmentada com um nódulo ou pólipo assintomáticos • O tratamento se faz seguindo as mesmas indicações do tratamento do melanoma em outras partes do corpo → ressecção com margens livres e, se invasão for maior que 1mm, deve-se fazer a pesquisa de linfonodo sentinela obrigatoriamente Tumores malignos menstrual da vulva • A incidência é maior a partir da 6ª década de vida e o local mais frequentemente acometido é a região dos grandes lábios, seguido pelos pequenos lábios, clitóris, períneo e lesões multifocais • Etiologia: o líquen escleroso é o mais comum (60-75%), enquanto a infecção por HPV (subtipo 16) representa cerca de 25-40% dos casos • O tipo histológico mais comum é o epidermoide (90%) Quadro clínico: • Prurido • Presença de nódulo/massa • Sangramento • Corrimento • Disúria (fica próximo da uretra) As lesões podem ser nodular, ulcerada, verrucosas, exzematosas ou leucoplásicas Diagnóstico: • É anatomo-patológico, feito através da biópsia incisional Vias de disseminação: • Local: vagina, uretra, ânus • Linfática: é a mais importante → linfáticos inguinais, femorais e pélvicos Tratamento: • Pode ser cirúrgico → vulvectomia radical (retirada total da vulva), vulvectomia simples ou excisão local radical com linfadenectomia ipsilateral. As complicações possíveis são deiscência da ferida operatória, infecção ou edema de membros inferiores o Tumores <1mm de invasão – excisão ampla o Tumores até 2cm – excisão ampla com 1cm de margem e pesquisa de LNS o Tumores até 4cm – excisão ampla com 1cm de margem e linfadenectomia o Tumores >4cm – vulvectomia com linfadenectomia o Tumores a menos de 1cm da linha média – linfadenectomia bilateral • Radioterapia → neoadjuvante (lesão) ou adjuvante (pélvico e/ou inguinal) • Quimioterapia → neoadjuvante ou paliativa • Quimioterapia → neoadjuvante ou paliativa Prognóstico: • Está relacionado com o comprometimento linfático • A sobrevida em 5 anos é de 90% para as pacientes em comprometimento linfonodal, enquanto é de 50% para aquelas com comprometimento de linfonodos inguinais e de 15% quando há comprometimento de linfonodos pélvicos