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Organização Política e Legislação do Ensino Superior Rosangela Silveira Garcia Artigo científico ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR Rosangela Silveira Garcia* RESUMO O presente artigo busca refletir sobre a organização política e a legislação que regulamenta o Ensino Superior. Para tanto, apresenta as diretrizes reguladoras e as diretrizes regulamentadoras de determinados órgãos e autarquias, como: o Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE), a Câmara de Educação Superior (CES), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Estadual de Educação (CEE). Da mesma forma apresenta a Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro e suas especificidades. Contemplando o tema gerador desse estudo, apresenta-se também, de forma crítica e reflexiva, a legislação no Ensino Superior Presencial e Educação a Distância; com foco, principalmente, nos órgãos avaliadores, nos formatos e nos instrumentos de avaliação. Palavras-chave: Estrutura do Ensino Superior; Políticas Educacionais; Organização Política e Administrativa do Ensino Superior; Modalidades de Ensino; Sistema de Avaliação e Ingresso do Ensino Superior INTRODUÇÃO No Brasil, o sistema de ensino é estruturado com base no princípio da gestão: no âmbito federal, estadual e municipal. Os sistemas de ensino são um conjunto de instituições educativas que, apesar de suas especificidades, possuem como objetivo garantir a realização de uma ação educativa que atenda às necessidades de determinada sociedade. Embora todas instâncias citadas possam estar voltadas à Educação Superior, as responsabilidades são segmentadas: prioritariamente, corresponde aos municípios a atuação no ensino fundamental e na educação infantil; e aos estados e ao Distrito Federal o atendimento ao Ensino Fundamental e Médio. A gestão – independentemente do nível de ensino – é responsável pela constituição das diretrizes reguladoras e das diretrizes regulamentadoras que irão nortear a ações administrativas (gestão de recursos), políticas e pedagógicas das instituições que fazem parte do sistema de ensino. Nesse contexto, é de vital importância a compreensão sobre a legislação que regulamenta o Ensino Superior no Brasil, seja na modalidade presencial ou na modalidade a distância. Da mesma forma, é necessária a compreensão das ações de competência dos órgãos reguladores e regulamentadores que embasam as * Professora e Consultora em Educação Online – Literacia Digital. Doutora em Informática na Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: prof.rosegarcia@gmail.com. diretrizes na formação, no credenciamento, no recredenciamento e no descredenciamento das Instituições de Educação Superior. 1. A ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: MEC, CNE/CES, INEP, CAPES, CNPQ e CEE A Educação Superior, especificamente, encontra subsídios para sua gestão por meio de determinados órgãos e autarquias, como: o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Educação (CNE), a Câmara de Educação Superior (CES), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Estadual de Educação (CEE). O Ministério da Educação (MEC) – já designado como Ministério da Educação e Saúde (1930), como Ministério da Educação e Cultura (1953), como Ministério da Cultura (1985), como Ministério da Educação e do Desporto (1992), como Ministério da Educação (1995) – é um órgão da administração federal direta que tem, entre suas competências: a política nacional de educação, recursos e definição da legislação do Ensino Superior, a pesquisa e a extensão universitária, a avaliação e a supervisão das instituições privadas. O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão colegiado integrante do Ministério da Educação, é formado pela Câmara de Educação Básica (CEB) e pela Câmara de Educação Superior (CES). O Conselho Nacional de Educação tem como objetivo redigir, fazer cumprir e avaliar a política nacional de educação, assim como zelar pela qualidade do ensino e garantir a participação da sociedade no desenvolvimento de políticas educacionais (BRASIL, 2004). A Câmara de Educação Superior (CES), em conjunto com o Conselho Nacional de Educação, tem como objetivo analisar e emitir pareceres sobre processos relativos ao credenciamento de instituições em geral, autorização de cursos presenciais e credenciamento de instituições para ensino a distância. Já o Conselho Estadual de Educação (CEE), órgão normativo com competências estabelecidas pela Constituição Federal, “também com competências de assessoramento, atua na fiscalização e controle e, ainda na proposição de políticas educacionais locais” (OLIVEIRA et al. 2018, p. 670). O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) integra o Ministério da Educação; é uma autarquia federal que tem como missão “subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes níveis de governo com intuito de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país” (BRASIL, 2019, s. p.). O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), fundação pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem como objetivo “fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação e promover a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa, em todas as áreas do conhecimento” (BRASIL, 2016?, s. p.); além de participar na formulação, na execução, no acompanhamento, na avaliação e na difusão da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, especialmente no que se refere a determinadas ações. São competências do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: • promover e fomentar o desenvolvimento e a manutenção da pesquisa científica e tecnológica e a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa, em todas as áreas do conhecimento; • promover e fomentar a pesquisa científica e tecnológica e capacitação de recursos humanos voltadas às questões de relevância econômica e social relacionadas às necessidades específicas de setores de importância nacional ou regional; • promover e fomentar a inovação tecnológica e promover e realizar estudos sobre o desenvolvimento científico e tecnológico; • promover, implantar e manter mecanismos de coleta, análise, armazenamento, difusão e intercâmbio de dados e informações sobre o desenvolvimento da ciência e tecnologia; • propor e aplicar normas e instrumentos de apoio e incentivo à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, de difusão e absorção de conhecimentos científicos e tecnológicos; • promover a realização de acordos, protocolos, convênios, programas e projetos de intercâmbio e transferência de tecnologia entre entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais; • apoiar e promover reuniões de natureza científica e tecnológica ou delas participar; • prestar serviços e assistência técnica em sua área de competência, e prestar assistência na compra e importação de equipamentos e insumos para uso em atividades de pesquisa científica e tecnológica, em consonância com a legislação em vigor; • credenciar instituições para, nos termos da legislação pertinente, importar bens com benefícios fiscais destinados a atividades diretamente relacionadas com pesquisa científica e tecnológica. Fonte: (BRASIL, 2016, s. p.) Em 1990, o CNPq cria para as atividades de fomento a Plataforma Lattes e o Diretório dos Grupos de Pesquisa; tais “instrumentos têm papel central na avaliação, acompanhamento e direcionamentopara políticas e diretrizes de incentivo à pesquisa” (BRASIL, 2016, s. p.): A criação da Plataforma Lattes estabeleceu a adoção de um padrão nacional de currículos e resultou na maior transparência e confiabilidade às atividades de fomento da Agência. Dado seu grau de abrangência, as informações constantes da Plataforma Lattes podem ser utilizadas tanto no apoio a atividades de gestão, como no apoio à formulação de políticas para a área de ciência e tecnologia. Já o Diretório dos Grupos de Pesquisa constitui-se em bases de dados (censitárias e correntes) que contêm informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no País. Tem três finalidades principais: instrumento para o intercâmbio e a troca de informações; caráter censitário no auxílio de planejamento estratégico ao fomento, e por fim, constituir base de dados importante papel na preservação da memória da atividade científico-tecnológica no Brasil. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é uma fundação do Ministério da Educação, órgão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação stricto sensu (Decreto 86.79/81), que tem como objetivo: [...] a avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos humanos de alto nível, no país e exterior; promoção da cooperação científica internacional; indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica nos formatos presencial e a distância. (BRASIL, 2018, s. p.) Apresentados os órgãos e as autarquias responsáveis pelas diretrizes de gestão, avaliação e normatização da educação superior, vamos nos deter na discussão sobre como se estabelecem e são classificadas as Instituições de Educação Superior. 1.1 Instituições de Educação Superior: Faculdades, Centros Universitários e Universidades A Educação Superior é formada por cursos sequenciais, cursos de extensão e por cursos de graduação e pós-graduação (art. 44 da LDB, BRASIL, 2007). A pós- graduação, etapa posterior à graduação, é dividida em cursos lato sensu e cursos stricto sensu. Um ponto importante a se observar é o de que os cursos sequenciais e os cursos de extensão – embora caracterizados como educação superior – não possuem caráter de graduação; portanto, não atendem aos pré-requisitos necessários de acesso a cursos de pós-graduação. É vital compreendermos a finalidade da Educação Superior que, com base na LDB, determina como propósito das instituições: I – Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II. Formar diplomados, nas diferentes áreas do conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III. Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e, ainda, da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV. Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V. Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII. Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. Atendendo a esses objetivos, organiza-se a educação superior no Brasil, que será ministrada em instituições de Ensino Superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou de especialização, a partir dos interesses institucionais de cada IES. (STALLIVIERI, 2006, p. 12-13) Historicamente, se considerarmos a estrutura da educação formal, a universidade é uma instituição moderna. E, para entendermos a configuração das instituições de Educação Superior no Brasil e as diretrizes das políticas educacionais, temos de compreender que, em nosso país, há certo atraso na institucionalização da Educação Superior, considerando que a primeira instituição de Ensino Superior foi criada em 1808, a Escola de Cirurgia da Bahia. Observe-se como referência a criação da primeira universidade na Europa em 1098, a Universidade de Bolonha, e, nas Américas, a Universidade de San Marcos, em Lima, em 1551, e Harvard, nos Estados Unidos, em 1636. Estruturalmente, no Brasil, as Instituições de Educação Superior são compostas por faculdades, centros universitários, centros de educação tecnológica/centros federais de educação tecnológica (IF e CEFET) e universidades; tipologia redefinida pela LDB, Lei 9.394/96 no que se refere à natureza e à dependência administrativa (Quadro 1). Quadro 1 – Tipologia e especificidades das Instituições de Educação Superior Tipologia Especificidades Centros de Educação Tecnológica e Centros Federais de Educação Tecnológica Especializadas em educação profissional pós-secundária, públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar profissionais, nos vários níveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia, bem como para realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento, produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e sociedade, oferecendo mecanismo para a educação continuada. Centros Universitários Instituições multicurriculares que oferecem educação de excelência e têm autonomia em seus cursos e programas de educação superior. Eles têm autonomia semelhante à das universidades, no sentido de estar dispensados de solicitar autorização para abertura de novos cursos; no entanto, não são obrigados a efetivar a realização de pesquisas. Configuram-se em uma nova modalidade de instituição de ensino superior pluricurricular, que se caracteriza pela oferta de ensino de graduação, qualificação do seu corpo docente, estágios supervisionados, prestação de serviços à comunidade, levantamento bibliográfico e elaboração autônoma ou em grupos de trabalhos teóricos ou descritivos sobre temas específicos, com orientação docente, sendo essas práticas necessárias a um ensino de alta qualidade. Faculdades Instituições que, em geral, desenvolvem um ou mais cursos com estatutos próprios e distintos para cada um deles, não possuem autonomia para a criação de cursos, devendo pedir autorização para o Ministério da Educação cada vez que desejarem aumentar ou diminuir o número de vagas, ofertar novos cursos ou deixar de oferecer algum curso já existente. Universidades Instituições pluridisciplinares que se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, gozando de autonomia didático-científica. As diretrizes aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação estabeleceram que as Universidades precisariam ofertar, pelo menos, 4 (quatro) mestrados e 2 (dois) doutorados. Devem contar com, pelo menos, um terço dos docentes em regime de tempo integral e um terço de docentes com títulos de mestres e doutores. Fonte: Adaptado de Balbo (2018, p. 10-13). Quanto à natureza administrativa, as Instituições de Educação Superior (IES) podem ser públicas ou privadas; as públicas podem ser federais, estaduais ou municipais; de acordo com o Censo da Educação Superior (Inep, 2019), as instituições de educação superior privadas superam as instituições públicas, representando estasum pouco mais de 11% do total das Instituições de Educação Superior. Outro aspecto importante, além da superioridade numérica das instituições privadas, é o de que as faculdades superam em quase 82% as outras categorias das Instituições de Educação Superior, bem como observa-se que quase 65% das instituições de Ensino Superior no Brasil encontra-se no interior dos estados. Em relação aos cursos de graduação ofertados, a maior diversidade é oferecida pelas universidades (42% do total nacional), seguidas de perto pelas faculdades (36% do total nacional); 61% dos cursos de Ensino Superior no Brasil encontram-se no interior dos estados (Tabela 2). As Instituições de Educação Superior “públicas estão subdivididas em universidades, faculdades e institutos tecnológicos. Já as privadas, segregam-se em particulares, confessionais, filantrópicas, comunitárias, faculdades isoladas e centros universitários” (ROTH et al. 2013, p. 119). Entre as atribuições das Instituições de Educação Superior, a LDB estabelece que estas possuem autonomia para: a) criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; b) fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes; c) estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão; d) fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio; e) elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes; f) conferir graus, diplomas e outros títulos; g) firmar contratos, acordos e convênios; h) aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; i) administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; j) receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas (BRASIL, 1996, s. p.) Em relação à subordinação, as Instituições de Educação Superior públicas (autarquias ou fundações públicas) são, em grande parte, vinculadas à União; já as Instituições de Educação Superior privadas são mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo ser classificadas em: particulares em sentido estrito, comunitárias, confessionais, filantrópicas. (ROTH et al. 2013). Um ponto importante são as universidades públicas estaduais – financiadas e supervisionadas pelos estados – que não estão diretamente sob o crivo do Ministério da Educação. No contexto ampliado, Roth et al. (2013, p. 115) destaca que a função das universidades é a de “formar quadros superiores com capacidade de reflexão crítica e social, propiciando respostas a sociedade através do fornecimento de profissionais para o país”. Segundo o artigo 52 da Lei 9.394/96 (LDB), as universidades são “instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais em nível superior, de pesquisa e extensão e de domínio e cultivo do saber humano” (BRASIL, 1996, s. p.) e se caracterizam por: I – produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II – um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III – um terço do corpo docente em regime de tempo integral. (BRASIL, 1996, s. p.) No que tange à supervisão das Instituições de Educação Superior, a partir da Lei 5.540 de 28 de novembro de 1968, as universidades federais passaram a ser acompanhadas por órgãos supervisores e órgãos setoriais (Organograma 2). Organograma 2 – Órgãos das Instituições de Educação Superior Federais Fonte: Adaptado de Trigueiro (2000, p.11-14) A avaliação dos cursos de graduação das Instituições de Educação Superior é realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e usa como instrumentos: a avaliação das condições de ensino, a avaliação institucional e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Os cursos são avaliados pelo MEC antes de receberem autorização, reconhecimento ou renovação de reconhecimento de curso, a avaliação é periódica, os princípios que regem a avaliação proposta pelo Sinaes são: a) Responsabilidade social com a qualidade da educação superior; b) Reconhecimento à diversidade do sistema; c) Respeito à identidade, a missão e a história das instituições; d) Globalidade institucional, pela utilização de um conjunto significativo de indicadores (de qualidade), considerados em sua relação orgânica (e não de forma isolada); e) Continuidade de processo avaliativo como instrumento da política educacional de cada instituição e para o sistema de educação superior em seu conjunto. Um dos fatores principais, para a avaliação, é a coerência na construção do PDI, do PPI do PPC e no currículo. (Adaptado de BRASIL 2005 apud ZOCOLI 2012, p. 138 -141) No que tange ao ingresso nos cursos de graduação, o pré-requisito é o de que o candidato tenha concluído o Ensino Médio ou equivalente e tenha sido classificado em processo seletivo em formato definido pela instituição (Quadro 2). Quadro 2 – Formas de ingresso ao ensino superior (graduação) Formato do ingresso Características Vestibular É o processo seletivo tradicionalmente utilizado para ingresso no In st it u iç õ es d e Ed u ca çã o Su p er io r Fe d er ai s ÓRGÃOS SUPERVISORES Conselho Universitário Conselho de Curadores Conselho Diretor Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Reitoria ÓRGÃOS SETORIAIS Centros (ou faculdades/institutos/escolas) – de caráter facultativo Diretoria Ensino Superior brasileiro. Compreende provas que deverão cobrir os conteúdos das disciplinas cursadas no Ensino Médio, uma língua estrangeira moderna e uma prova de redação. Os alunos são convocados por edital e os exames podem ser realizados pela própria IES ou por instituição especializada em realização de concursos ou processos seletivos. Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) É o exame realizado pelo INEP, ao qual os alunos concluintes ou egressos do Ensino Médio poderão submeter-se voluntariamente. Cobre o conteúdo estudado no Ensino Médio de forma contextualizada e interdisciplinar, além de prova de redação. Mais de 300 IES do país estão usando os resultados do Enem como parte do processo seletivo de acesso ao Ensino Superior. Avaliação seriada no Ensino Médio É uma modalidade de acesso ao Ensino Superior de forma gradual e progressiva, compreendendo avaliações realizadas ao término de cada uma das três series. O participante do programa não está impedido de concorrer também ao vestibular tradicional, ao concluir a terceira etapa do processo. Teste, prova e/ou avaliação de conhecimentos É o processo seletivo usado por algumas IES para avaliar o conhecimento dos alunos que pretendem ingressar nos seus cursos de graduação. As questões, que podem ser objetivas ou subjetivas, e o conteúdo ficam a critério da própria instituição, em função do curso pretendido. Avaliação de dados pessoais e/ou profissionais Processo seletivo de ingresso na educação superior, que substitui a realização de provas e testes pelo exame dos dados pessoais (escolarização, cursos, histórico escolar) e ou profissionais (experiência, desempenho profissional). Outras seleções baseiam-se em avaliação de dados pessoais/profissionais dos candidatos por meio de: entrevista e exame curricular do histórico escolar. Fonte: Adaptado de Zocoli (2012, p. 132-133). De acordo com Zocoli (2012,p. 131), os cursos superiores de graduação podem ser ministrados nas modalidades presencial, semipresencial e a distância; “presencial: quando exige a presença do aluno em, pelo menos 75% das aulas e em todas as avaliações; semipresencial: quando combina ensino presencial com parte de ensino e de outras atividades que podem ser realizadas a distância; a distância quando exige a presença do aluno somente nas avaliações presenciais.” Em relação à certificação dos alunos: a) egressos dos cursos de graduação podem receber diplomas de bacharel, licenciado ou tecnólogo; b) egressos de cursos de pós-graduação podem receber diplomas de mestres, doutores ou certificados de pós-doutores; c) cursos sequenciais e de extensão recebem certificados. O diploma de bacharel possibilita ao graduado exercer profissão de nível superior relacionada à área de saber de sua formação; por exemplo, o diploma de bacharel em administração permite ao diplomado exercer atividades como administrador com registro no Conselho Federal de Administração. O diploma em licenciatura habilita o diplomado a atuar como docente da educação básica (Ensino Fundamental e Médio). 2. A LEGISLAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, LDB 9.394/1996, DECRETO 9.057/2017, PORTARIA 2.117/2019, DCNS, PROUNI, ENEM E ENADE Como vimos, as Instituições de Educação Superior seguem determinadas diretrizes que irão nortear, ou mesmo servir como parâmetro para a avaliação, as ações ou sua aplicação (função). A legislação educacional, como dito anteriormente, pode ser reguladora ou regulamentadora. A legislação reguladora é descritiva e se manifesta por meio de leis e normas constitucionais que regulam a organização da educação nacional. Já a legislação regulamentadora é prescritiva e se manifesta por meio de decretos, portarias, resoluções e pareceres. A Constituição Federal é considerada o marco central da legislação educacional no Brasil, ou seja, sustenta todas as políticas públicas educacionais a partir dela constituídas. Elaborar políticas públicas é um exercício muito complexo, que pode cair na condição de não se materializar se não consideram as peculiaridades de cada região ou estado. O período histórico, o contexto social e econômico, a influência mundial são algumas das “questões de fundo que devem ser avaliadas, compreendidas e consideradas ao se implementar uma política governamental qualquer.” (BORGES et al., 2013, p. 66) As políticas públicas afetam e são afetadas pelo contexto histórico, político e social em que se inserem. De acordo com Peters (1986) e Padilha (2005), as políticas públicas atuam de forma regulatória em uma sociedade e são instituídas por um agente administrador (governo) que age de forma direta (pelo seu presidente) ou de forma indireta (pelos ministérios, por exemplo). Para Souza (2006), a forma mais apropriada de compreender política pública é percebê-la como “campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar esta ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou no curso dessas ações (variável dependente)” (SOUZA, 2006, p. 26). As políticas públicas educacionais têm seu início com o Decreto 19.850, de 11 de abril de 1931, que criou o Conselho Nacional de Educação (Quadro 3). Segundo Vieira (2011 apud Borges et al. 2013), as políticas públicas educacionais registram a pluralidade e a diversidade de intervenções específicas em determinado momento histórico, sendo por seu contexto afetada. É possível identificar a evolução histórica da educação no Brasil. No que se relaciona diretamente à Legislação no Ensino Superior, discutiremos com maior destaque alguns tópicos referentes: à Constituição Federal de 1988, à Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9.394/1996), ao Decreto 9.057/2017, à Portaria 2.117/2019, às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNS), ao PROUNI, ao ENEM e ao ENADE. O termo educação é citado 76 vezes na Constituição Federal, sendo que relacionado à educação superior a expressão aparece apenas nos artigos 207 e 213, referindo-se, unicamente, a aspectos da gestão, como observado: Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. Art. 213. § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (BRASIL, 1988) A grande crítica feita por autores como Cezne (2006) e Crosara e Silva (2018) está relacionada à não inclusão da educação superior na gratuidade de ensino prevista para a educação básica na Constituição Federal. Cezne (2006) reforça que: [...] o direito à educação superior na Constituição Federal pode ser considerado como direito fundamental, mas de proteção mais frágil, cujos instrumentos precisam ainda ser desenvolvidos através de estudos teóricos e especialmente da sua aplicação concreta pelos tribunais. Necessita-se de uma interpretação constitucional que leve em consideração o todo dos princípios e diretrizes previstos, de forma a concretizar os direitos sociais adequando-os às condições fáticas e jurídicas, mas sem deixar que estes direitos, especialmente o direito à educação, perca a sua aplicabilidade. (CEZNE 2006, p. 130) Se a discussão sobre a educação superior não foi contemplada de forma ampla na Constituição, diferente cenário se observa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9.394/96); legislação que regulamenta o sistema de ensino brasileiro da educação básica ao ensino superior. Na LDB 9.394/96, além de um capítulo totalmente dedicado à Educação Superior (Cap. IV, do artigo 43 ao 57), o texto aborda diretrizes de gestão (artigos: 16; 17; 21; 44 ao 53; artigos 78 e 86), de responsabilidades (artigos: 9; 10; 43; 54 ao 56) e da formação docente (artigos: 57; 65; 66; 84). A LDB discute de forma abrangente a regulação e a organização do Ensino Superior no Brasil, sendo um dos principais tópicos a sistematização da gestão e da estrutura administrativa das Instituições de Educação Superior, sejam elas públicas ou privadas. Outro importante documento da legislação educacional, agora de formato regulamentador, são as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação que definem o perfil do egresso, competências e habilidades discentes, propostas curriculares, duração e estrutura dos cursos, regulamentos de estágios e atividades complementares. Atualmente, no site do Ministério de Educação, há uma grade composta de pareceres e resoluções com diretrizes curriculares para 67 diferentes cursos de graduação, como direito, filosofia e teologia. Aguardando homologação encontra-se o Parecer CNE/CES 334/2019 que atualiza a Orientação às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores (Parecer CNE 776/97) trazendo propostas inovadoras para a modernização curricular – com a flexibilização do currículo – e a busca de novas metodologias de ensino como as metodologias ativas. Esses dois fatores impactam consideravelmente a constituição do perfil do egresso, dessa forma mais adequada às necessidades do mundo contemporâneo. Confira o que o Parecer CNE/CES 334/2019 diz sobre as novas orientações: [...] às Diretrizes Curriculares Nacionais não dinamiza apenas os conteúdos, mas acima de tudo propõe uma nova organização institucional ao currículo. Isso significa, de igual maneira, também uma nova e diversa forma de aprendizado: a superação do tradicional ensino em sala de aula e das suas antigas formas de ensinar;a interação de conteúdos com as metodologias de pesquisa e de extensão como forma de aprendizado; a busca de novas metodologias ativas; a ampliação das atividades práticas e novas formas de avaliação, sempre priorizando o reforço que deve ser dado ao aprendizado. [...] O processo avaliativo passa a ser diversificado e adequado às etapas e às atividades do curso, distinguindo o desempenho em atividades teóricas, práticas, laboratoriais, de pesquisa e extensão. Um destaque relevante é a avaliação dos egressos, a ser realizada sob a forma de cooperação das instituições com os empregadores e com os conselhos profissionais. (BRASIL, 2019, p. 4) A Orientação às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores aborda: “o perfil dos egressos; as competências esperadas do egresso; a organização do curso de graduação; a avaliação das atividades; o corpo docente; as disposições finais e transitórias” (BRASIL, 2019, p. 5). Os dois próximos tópicos que veremos tratam especificamente de uma das modalidades de ensino que mais cresce no Brasil, a EaD (Educação a Distância), também conhecida na literatura como ensino mediado por tecnologias digitais ou e- learning (aprendizagem eletrônica). O primeiro tema se refere ao Decreto 9.057/2017, que regulamenta o art. 80 da LDB (Lei 9.394/96), o qual, nos primeiros artigos, aponta a concepção de Educação a Distância e as modalidades a que atenderá. De acordo com o Decreto 9.057/2017, considera-se educação a distância a modalidade de ensino em que “a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação [...] e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos” (BRASIL, 2017, s. p.). O Decreto 9.057/2017 (art 2º) determina que a Educação a Distância pode ser ofertada na educação básica e na educação superior “observadas as condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e meios utilizados” (BRASIL 2017, s. p.). No Decreto 9.057/2017, há um capítulo que trata especificamente da Educação Superior (Cap. III, artigos 11 a 19), onde são descritos fatores como credenciamento, recredenciamento, criação e extinção de polos, bem como parceria entre instituições (Quadro 5). Quadro 5 – Decreto 9.057/2017 e a Educação Superior Artigo Premissas Art. 11 (§ 1º, § 2º, § 3º, § 4º, § 5º) As instituições de ensino superior privadas deverão solicitar credenciamento para a oferta de cursos superiores na modalidade a distância ao Ministério da Educação. Art. 12 As instituições de ensino superior públicas dos sistemas federal, estaduais e distrital ainda não credenciadas para a oferta de cursos superiores na modalidade a distância ficam automaticamente credenciadas, pelo prazo de cinco anos, contado do início da oferta do primeiro curso de graduação nesta modalidade, condicionado à previsão no Plano de Desenvolvimento Institucional. Art. 13. Os processos de credenciamento e recredenciamento institucional, de autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de cursos superiores na modalidade a distância serão submetidos à avaliação in loco na sede da instituição de ensino, com o objetivo de verificar a existência e a adequação de metodologia, de infraestrutura física, tecnológica e de pessoal que possibilitem a realização das atividades previstas no Plano de Desenvolvimento Institucional e no Projeto Pedagógico de Curso. Art. 14. As instituições de ensino credenciadas para a oferta de educação superior na modalidade a distância que detenham a prerrogativa de autonomia dos sistemas de ensino federal, estaduais e distrital independem de autorização para funcionamento de curso superior na modalidade a distância. Art. 15 Os cursos de pós graduação lato sensu na modalidade a distância poderão ter as atividades presenciais realizadas em locais distintos da sede ou dos polos de educação a distância. Art. 16 (§ 1º, § 2º) A criação de polo de educação a distância, de competência da instituição de ensino credenciada para a oferta nesta modalidade, fica condicionada ao cumprimento dos parâmetros definidos pelo Ministério da Educação, de acordo com os resultados de avaliação institucional. Art. 17 Observado o disposto no art. 14, os pedidos de autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de cursos superiores na modalidade a distância, ofertados nos limites dos Estados e do Distrito Federal nos quais estejam sediadas as instituições de ensino dos sistemas estaduais e distrital, deverão tramitar nos órgãos competentes de âmbito estadual ou distrital, conforme o caso, aos quais caberá a supervisão das instituições de ensino. Art. 18. A oferta de programas de pós-graduação stricto sensu na modalidade a distância ficará condicionada à recomendação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, observadas as diretrizes e os pareceres do Conselho Nacional de Educação. Art. 19 (§ 1º, § 2º, § 3º) A oferta de cursos superiores na modalidade a distância admitirá regime de parceria entre a instituição de ensino credenciada para educação a distância e outras pessoas jurídicas, preferencialmente em instalações da instituição de ensino, exclusivamente para fins de funcionamento de polo de educação a distância, na forma a ser estabelecida em regulamento e respeitado o limite da capacidade de atendimento de estudantes. Fonte: Brasil (2017, s. p.) Uma premissa que afeta diretamente a autonomia defendida pelas Instituições de Educação Superior está presente nas redação do artigo 18 ,que determina que a oferta de cursos de mestrado e doutorado dependerá de recomendação da CAPES; enquanto flexibiliza os critérios para a oferta de cursos de graduação EAD (LEITE et al 2018). Em sua análise sobre o Decreto 9.057/2017, os autores criticam na redação do decreto a excessiva flexibilização no credenciamento dos cursos de graduação na modalidade a distância alegando que “a possibilidade de pedido de credenciamento da educação a distância a empresas/instituições que não possuem cursos correlatos na modalidade presencial, pode “parecer” positivo por um lado, em termos de maior oferta, mas pode ser preocupante em termos de qualidade dos aspectos didático-pedagógicos” (LEITE et al. 2018, p. 10). No mesmo tom, destacam ausência na discussão de orientações aos cursos tecnólogos (art. 4) que não possuem Diretrizes Curriculares (DCN). Destaca-se que o Decreto 9.057/2017 é uma política usada como ponto de defesa na oferta da modalidade de ensino a distância em práticas de ensino remoto neste momento de isolamento social, em virtude da pandemia da Covid-19. Fundamento encontrado na redação do artigo 9º, que aprova a oferta de ensino fundamental na modalidade a distância em situações emergenciais (já previstas no § 4º do art. 32 da Lei 9.394, de 1996) em circunstâncias as quais os estudantes: I – estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino presencial; II – se encontrem no exterior, por qualquer motivo; III – vivam em localidades que não possuam rede regular de atendimento escolar presencial; IV – sejam transferidos compulsoriamente para regiões de difícil acesso, incluídas as missões localizadas em regiões de fronteira; ou V – estejam em situação de privação de liberdade. (BRASIL, 2017, s. p.) A legislação complementar à discussão sobre o ensino na modalidade a distância encontra-se a Portaria 2.117/2019, que dispõe sobre a oferta de carga horária na modalidade de Ensino a Distância em cursos de graduação presenciais, exceto os cursos de medicina, ofertados por Instituições de Educação Superior que integram o Sistema Federal de Ensino. Um dos grandes destaques dessa Portaria está na autorização (art. 2º) para aumento de carga horária na modalidade de EaD na organização pedagógica ecurricular de cursos de graduação presenciais, ampliados de 20% para o limite de 40% da carga horária total do curso. Com relação ao acesso e à avaliação em Instituições de Educação Superior, Santos (2011, p. 10) destaca algumas importantes medidas implantadas pós-década de 1990 pelas políticas educacionais, sendo elas: Prouni, Enem e Enade. O Programa Universidade para Todos – PROUNI, lançado em 2004, consiste em concessão de bolsas de estudo para alunos de graduação em universidades privadas. São concedidas bolsas parciais para os estudantes cuja renda familiar, por pessoa, seja de até três salários mínimos, e bolsas integrais para aquelas cuja renda familiar é inferior a um salário e meio. Como forma de incentivar as universidades a participarem do programa, tem sido oferecida a isenção de impostos. As críticas que estão sendo feitas a este programa encontram-se vinculadas à redução de expectativas dos jovens das camadas mais pobres de terem acesso ao ensino superior público. (SANTOS 2011, p. 10) O Prouni é meta apontada pela reforma universitária (Lei 5.540/68), que gerou grandes mudanças na estrutura acadêmica e administrativa das Instituições de Educação Superior. No que se refere à gestão administrativa, a reforma universitária promoveu a “instituição do departamento como unidade única de ensino e pesquisa; a institucionalização da pesquisa e a centralização da tomada de decisão, na esfera federal, dos órgãos de administração” (BRASIL, 2012, p. 11). A Lei do Prouni (11.096/2005) tem mencionado no art. 1º, além de bolsas integral e parcial de 50%, benefícios parciais de 25% do valor do curso. Para participar do ProUni, o candidato deve atender inicialmente a dois pré- requisitos básicos: a) ser aprovado no exame do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem (nota mínima de 45 pontos), que funciona como elemento chave na distribuição de bolsas. Os estudantes que alcançam as melhores notas no Exame terão maiores chances de escolher o curso e a instituição em que estudarão; b) preencher uma série de exigências concernentes à trajetória acadêmica ou ao perfil profissional do potencial participante: ter renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos, ter cursado o Ensino Médio completo em escola pública, ou o Ensino Médio completo em escola privada com bolsa integral, ou ser portador de deficiência, ou, ainda, ser professor da rede pública de ensino básico, em efetivo exercício, integrando o quadro permanente da instituição e concorrendo a vagas em cursos de Licenciatura, Normal Superior ou Pedagogia, sendo que, neste caso, a renda familiar por pessoa não é considerada. (SEGENREICH 2009, p. 207-208) O Prouni é considerado por muitos autores, entre eles Catani et al. (2006), Segenreich (2009) e Santos (2011), uma política pública que democratiza o acesso às Instituições de Educação Superior e possibilita – e potencializa – a expansão do ensino superior. Entretanto Catani et al. (2006, p. 137) alertam que “cabe lembrar que o Prouni previa em sua primeira versão 20% das vagas de todo o enorme setor privado, percentual que despencou para ínfimos 8,5%. Apesar disso, observa-se, no geral, o aumento em 2019 na concessão de bolsas Prouni com a oferta de 225.555 mil bolsas; sendo aproximadamente 74% de bolsas integrais e 26% de bolsas parciais de 50% da mensalidade. Um dos critérios de seleção para o ingresso no Ensino Superior com o uso de uma bolsa Prouni é por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), criado em 1988 com a meta de avaliar o desempenho do estudante antes do ingresso ao nível superior. A partir de 2009 medidas governamentais estimularam o uso do ENEM não apenas como um processo de avaliação do Ensino Médio, mas como forma de acesso ao ensino superior no Brasil. O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) passou a operar em larga escala no processo de alocação dos candidatos às vagas. [...] Segundo o discurso oficial, a adoção do ENEM/Sisu contribuiu para a democratização das oportunidades de acesso às vagas oferecidas por Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), favorecendo de fato a mobilidade acadêmica e induzindo a reestruturação dos currículos do Ensino Médio. (SILVEIRA et al. 2015 p. 1101-1102) O ENEM é composto por testes de rendimento (provas) em quatro áreas do conhecimento (linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias), que visam avaliar os saberes do aluno por meio da aplicação de testes objetivos compostos por 45 questões de múltiplas escolha, além de uma redação dissertativa com temática definida e critérios de correção bem delineados. (ANDRIOLA 2011). Se o ENEM registra a avaliação do desempenho do aluno, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) – com instrumento avaliativo aplicado aos alunos de graduação ao final do primeiro e do último anos de curso – é um dos métodos utilizados pelo Ministério da Educação para avaliação dos cursos de graduação e como critério para promover o reconhecimento, a renovação ou a extinção de um curso. O ENADE (instituído pela Lei 10.861/2004) tem como objetivo mensurar o conhecimento dos alunos de graduação no que se refere ao conteúdo desenvolvido pelas instituições e sua correlação com os conteúdos programáticos propostos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores. A prova do ENADE é um instrumento avaliativo em larga escala composta de 40 questões (Organograma 3) comuns a todos os cursos; um questionário de impressões dos estudantes sobre a prova; o questionário do estudante e o questionário do coordenador do curso. Organograma 3 – Composição da Prova ENADE Fonte: Elaborada pela autora, 2020. De acordo com o art. 5º, § 5º, da Lei 10.861/2004, o Enade é “componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, sendo inscrita no histórico escolar do estudante [...] atestada pela sua efetiva participação ou, quando for o caso, dispensa oficial pelo Ministério da Educação” (BRASIL, 2004, s. p.). O mesmo artigo, em seu § 8º, determina que a avaliação “será expressa por meio de conceitos, ordenados em uma escala com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões mínimos estabelecidos por especialistas das diferentes áreas do conhecimento” (BRASIL, 2004, s. p.). O exame é aplicado anualmente por grupos de áreas previamente definidos, sendo cada grupo submetido à aplicação do exame a cada três anos. Os grupos de áreas e datas de aplicação da avaliação são definidos por portaria publicada no site do INEP. No ano de 2020, as provas para os concluintes dos cursos de graduação estão marcadas para 22 de novembro de 2020, definidas pela Portaria 14, de 3 de janeiro de 2020. Os cursos que serão avaliados, de acordo com essa portaria são: Grau de licenciatura em: Artes visuais, Ciências da computação, Ciências biológicas, Ciências sociais, Educação física, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras – inglês, Letras – português, Letras – português e espanhol, Letras – português e inglês, Matemática, Música, Pedagogia, Química. Grau de bacharelado em: Ciências da computação, Ciências biológicas, Ciências sociais, Design, Educação física, Filosofia, Geografia, História, Química, Sistemas de informação. Grau de tecnólogo em: Tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas, Tecnologia em gestão da tecnologia da informação, Tecnologia em redes de computadores (INEP, s.d.). O calendário e as diretrizes são de responsabilidade do Inep e o resultados são publicados no ano seguinte à sua aplicação. Para uma Instituições de Educação Superior receber o Conceito Enade no curso avaliado, é necessário ter ao menos dois estudantes concluintes presentes na prova, com resultados válidos para fins de avaliação. A previsão de divulgação dos resultados e as estatísticas do exame de EN A D E Formação Geral (25% da nota) 08 questõesde múltipla escolha 02 questões discursivas Conhecimento Específico (75% da nota) 27 questões de múltipla escolha 03 questões discursivas 2019 está prevista, segundo o calendário do INEP, para agosto de 2020 e irá detalhar todos os indicadores avaliados; entre eles a nota ENADE por curso avaliado (Tabela 3). Tabela 3 – Conceito ENADE por Cursos com titulação de Bacharel Área de avaliação 1 2 3 4 5 Administração 1,6% 22,2% 51,0% 20,7% 4,5% Administração Pública 15,5% 37,9% 20,7% 19,0% 6,9% Ciências Contábeis 4,6% 32,3% 44,3% 14,8% 3,9% Ciências Econômicas 10,0% 35,8% 38,4% 11,6% 4,2% Comunicação Social – Jornalismo 3,2% 23,8% 41,8% 23,8% 7,4% Comunicação Social – Publicidade e Propaganda 3,5% 22,3% 42,8% 22,5% 9,0% Design 3,3% 20,9% 36,6% 32,7% 6,5% Direito 2,9% 33,8% 43,4% 13,0% 6,9% Psicologia 3,8% 36,3% 38,4% 14,7% 6,9% Relações Internacionais 1,0% 19,2% 48,1% 26,0% 5,8% Secretariado Executivo 12,8% 25,6% 38,5% 12,8% 10,3% Serviço Social 6,9% 27,9% 40,1% 18,2% 6,9% Teologia 3,9% 14,6% 43,7% 31,1% 6,8% Turismo 7,7% 27,5% 25,3% 29,7% 9,9% Fonte: Inep (2019, p. 41). Com o podemos identificar, há ainda um percentual significativo de Instituições de Educação Superior que atingem o limite na nota 3. Alunos com interesse em iniciar uma graduação, podem consultar a nota ENADE dos cursos desejados em determinada instituição de ensino, dessa forma identificando a qualidade de seu curso – e da futura instituição – de acordo com os padrões de qualidade definidos pelas políticas públicas de avaliação da educação superior. 3. EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESENCIAL E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PARECERES, NORMATIVAS, AVALIAÇÕES E INSTRUMENTOS De acordo com a Lei 9.131/95 (art. 1º), cabe ao CNE emitir pareceres sobre assuntos educacionais. Os atos Normativos do Conselho Nacional de Educação (CNE) – Súmulas, Pareceres e Resoluções – são organizados por temas relacionados à regulação e à supervisão da educação superior. Os Pareceres são um tipo de legislação regulamentadora e os temas contemplados – no que se refere à educação superior são: Aluno Especial / Aluno Regular/ Apostilamento de Diploma – Pedagogia; Áreas de conhecimento / Campos de Saber; Cobrança de Taxas; Conceito de Sede; Convalidação de Estudos; Credenciamento / Recredenciamento; Cursos de Teologia; Cursos Sequenciais no Ensino Superior; Cursos Superiores de Tecnologia; Denominações e Siglas de IES; Diretrizes Curriculares – Cursos de Graduação; Descredenciamento Voluntário; Educação a distância; Ensino Militar; Equivalência de Disciplinas; Estatutos/Regimento; Frequência / Faltas e Abono de Faltas; Hora-aula; Internato – Curso de Medicina; Notório Saber; Pós-graduação; Recursos Contra Decisões de Órgãos do MEC; Referenciais Orientadores para os bacharelados interdisciplinares e similares; Regime de Exercícios Domiciliares; Registro de Diplomas, Revalidação / Reconhecimento de Diplomas no Exterior; Transferência de Alunos; Transversalidade. Os Pareceres emitidos para a educação superior no Brasil pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) compreendem o período de 1996 a 2020 abrangendo temáticas relacionadas à Educação Superior Presencial e Educação a Distância. Ao longo desse período, contabilizaram-se 8.466 pareceres publicados, sendo quase na sua totalidade referentes ao credenciamento, ao recredenciamento e a recursos contra decisão de pareces de descredenciamento de cursos de Instituições de Educação Superior. Os Pareceres emitidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para o Ensino Superior a distância, compreendendo o período de 1996 a 2020, totalizam 24 publicações. Entre os Pareceres publicados, destaca-se o Parecer CNE/CES 564/2015 (Quadro 7) pela abrangência de seu texto em relação ao credenciamento, avaliação da aprendizagem e nas diretrizes para a forma e o conteúdo dos materiais pedagógicos: Quadro 7 – Excertos do Parecer CNE/CES 564/2015 Descritores Excertos Das Políticas Internas A modalidade EAD, em consonância com a legislação vigente, deve ser institucionalizada, e prevista no PDI/PPI e nos PPCs, tanto para os atos de entrada (autorização, credenciamento) quanto para reconhecimento de curso e para os atos de permanência (recredenciamento e renovação de reconhecimento de curso) da IES. Do Polo O polo é um prolongamento orgânico e funcional da sede, com atividades político pedagógicas e administrativas da IES a serem realizadas em nível local. Polo é um espaço acadêmico, capaz de abrigar as atividades de ensino, pesquisa e extensão, de acordo com a organização acadêmica de cada IES. Deve oferecer recursos humanos e infraestrutura compatíveis com a missão proposta no PDI e com os projetos pedagógicos dos cursos ofertados na modalidade EAD. Da avaliação da aprendizagem A avaliação da aprendizagem na EAD pode seguir modelos distintos, definidos no projeto político pedagógico dos cursos, envolvendo ambientes virtuais multimídias e interativos adotados; das estratégias, conteúdos e metodologias pedagógicas adotadas; dos meios em que se realiza e dos recursos e materiais didáticos utilizados, os quais devem estar previstos no PDI, PPI e nos PPCs. As avaliações da aprendizagem na EAD devem ser compostas de avaliações a distância e avaliações presenciais, sendo que as avaliações presenciais devem ser obrigatórias e prevalentes sobre outras formas de avaliação (Decreto 5.622/2005). Os momentos presenciais obrigatórios precisam ser devidamente planejados e claramente definidos, assim como os estágios obrigatórios previstos em lei, a defesa de trabalhos de conclusão de curso e as atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso (BRASIL/MEC/SEED, 2007). Da Docência Online Nos cursos e programas de EAD, os professores, tutores e gestores são compreendidos como profissionais da educação superior com direitos (plano de carreira, política salarial, formação, condições de trabalho) e obrigações, relativas às atividades definidas pelos marcos legais e assegurados pela IES. Cabe à IES detalhar, claramente, em seu PDI, PPI e PPC, o papel desses profissionais vitais para a efetivação do PPC da IES, cujo trabalho pedagógico deve-se pautar por meio de planejamento coletivo e participativo. Referente ao currículo, os docentes em articulação com os tutores devem selecionar e elaborar o conteúdo curricular, bem como definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares, que possibilitem diversificar as possibilidades de acesso ao mesmo currículo. Dos materiais instrucionais Forma e conteúdo são indissociáveis. Por essa concepção, os recursos e materiais didáticos pedagógicos, analógicos e/ou digitais, devem estar garantidos e justificados no Projeto Político Pedagógico e em consonância com os ambientes virtuais multimídias e interativos, com a dinâmica pedagógica e com a garantia de efetivo acompanhamento pedagógico dos estudantes pelos profissionais da educação. A sua seleção e/ou produção deve ser definida em função do processo de ensino e aprendizagem explicitado no PPI e PPC. Na modalidade de Educação a Distância, toda a relação de ensino e aprendizagem requer o uso de material didático pedagógico, utilizando múltiplas linguagens: verbal, textual, hipertextual ou hipermidiática. O material didático inclui as atividades pedagógicas e seus recursos (livro, texto, vídeo, áudio, imagem, entre outros), articulados com as dinâmicas formativas, cujas concepções e estratégias pedagógicas devem contribuir para a melhoria da formação do estudante, que, por sua vez, deve ter assegurado seu acompanhamento pedagógico pelo professor e tutor, do mesmo modo a possibilidade de compartilhamento de sua formação com os colegas, a fim de contribuir para sua formação de qualidade, que propicie-lhedesenvolvimento cognitivo, crítico, ético e social do estudante. Do credenciamento As instituições credenciadas para oferta de cursos e programas a distância podem estabelecer parcerias e compartilhamento de polos em regime de colaboração. A IES credenciada responde acadêmica, pedagógica e financeiramente pelos programas e cursos de educação superior na modalidade EAD, sendo vedada à IES parceira assumir esses processos. O pedido de credenciamento para EAD observará, no que couber, as disposições processuais que regem o pedido de credenciamento. O ato de credenciamento para EAD considerará, como abrangência geográfica para atuação da instituição de educação superior, a sede da instituição acrescida dos polos de EAD. O pedido de credenciamento e recredenciamento institucional, e suas decorrências para educação superior, na modalidade a distância, respeitará as especificidades do Sistema UAB, instituído pelo Decreto 5.800/2006. Fonte: BRASIL (2015, s. p.) Com relação às normativas, sejam elas portarias ou instruções, são partes da legislação regulamentadora das políticas públicas educacionais; as portarias são documentos de atos administrativos instrucionais de aplicação de uma política, sendo as instruções compreendidas como atos administrativos instrucionais complementares as normativas de uma portaria. As Portarias Normativas que se referem à educação superior emitidas pelo Ministério da Educação, compreendendo o período de 2007 a 2018, totalizam 74 publicações: 7 delas direcionadas à Educação a Distância; 24 com diretrizes voltadas à regulamentação de credenciamento, recredenciamento e descredenciamento de cursos de graduação; 13 direcionadas ao e-MEC. O e-MEC, instituído pela Portaria Normativa 40/2007, é um sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação no sistema federal de educação. Quanto à Educação Superior a Distância, a Portaria 1428/2018 autoriza a ampliação da carga horária de oferta de disciplinas na modalidade a distância em cursos de graduação presencial. Art. 2º As IES que possuam pelo menos 1 (um) curso de graduação reconhecido poderão introduzir a oferta de disciplinas na modalidade a distância na organização pedagógica e curricular de seus cursos de graduação presenciais regularmente autorizados, até o limite de 20% (vinte por cento) da carga horária total do curso. Parágrafo único. As disciplinas na modalidade a distância devem estar claramente identificadas na matriz curricular do curso, e o projeto pedagógico do curso deve indicar a metodologia a ser utilizada nestas disciplinas. Art. 3º O limite de 20% (vinte por cento) definido art. 2º poderá ser ampliado para até 40% (quarenta por cento) para cursos de graduação presencial, desde que também atendidos os seguintes requisitos: I – a IES deve estar credenciada em ambas as modalidades, presencial e a distância, com Conceito Institucional – CI igual ou superior a 4 (quatro); II – a IES deve possuir um curso de graduação na modalidade a distância, com Conceito de Curso – CC igual ou superior a 4 (quatro), que tenha a mesma denominação e grau de um dos cursos de graduação presencial reconhecidos e ofertados pela IES; III – os cursos de graduação presencial que poderão utilizar os limites definidos no caput devem ser reconhecidos, com Conceito de Curso – CC igual ou superior a 4 (quatro); e IV – A IES não pode estar submetida a processo de supervisão, nos termos do Decreto 9.235, de 2017, e da Portaria Normativa MEC 315, de 4 de abril de 2018. (BRASIL, 2018, s. p.) As Instruções Normativas que se referem a Educação Superior emitidas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), compreendendo o período de 2013 a 2017, totalizam 12 publicações com textos complementares a determinadas Portarias Normativas. Sob o prisma da normalização da EAD, de acordo com Marques (2004 apud Costa e Faria 2008). [...] o marco cronológico é 1996, quando a Lei 9.394/96 oficializa a era normativa da educação a distância no Brasil pela primeira vez, como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Pela primeira vez, na história da legislação ordinária, o tema da EAD se converte em objeto formal. No ano seguinte, iniciaram-se os primeiros cursos de pós- graduação, mas somente dois anos depois, em 1999 que o MEC (Ministério da Educação) começou a se organizar para credenciar oficialmente instituições universitárias para atuar na EAD, processo que ganhou corpo em 2002. (MARQUES 2004 apud COSTA e FARIA, 2008, p. 4) O Decreto 5.622/05 indica que os atos governamentais relacionados à EAD deverão ser pautados pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância. Tal decreto direciona-se, em maior abrangência, para a educação superior, com diretrizes que propõem a padronização de normas e procedimentos para a educação ofertada na modalidade a distância. De acordo com Lemgruber (2009, p. 153): Este documento especifica oito tópicos dos quais se encontram: [...] concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; sistemas de comunicação; material didático; avaliação; equipe multidisciplinar; infraestrutura de apoio; gestão acadêmico-administrativa e sustentabilidade financeira. As diretrizes propostas pelo MEC presentes nos Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância: [...] circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento às determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada. No Decreto 5.622, ficou estabelecida a política de garantia de qualidade no tocante aos variados aspectos ligados à modalidade de educação a distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação. Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque: a) a caracterização de EaD visando instruir os sistemas de ensino; b) o estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em relação às avaliações feitas a distância; c) maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos polos descentralizados de atendimento ao estudante; d) mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas; e) permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de informações; supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de procedimentos e articulação de agentes; f) previsão do atendimento de pessoa com deficiência; g) institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade para a educação a distância. (BRASIL (2007, p. 2-6) No que concerne à legislação que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das Instituições de Educação Superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino, temos os textos do Decreto 9.235/2017 (revoga o Decreto 5.773/2006, que revogou o Decreto 3.860/2001, que revogou o Decreto 2.026/1996). No que tange à avaliação, o Decreto 9.235/2017 determina diretrizes referentes ao sistema de avaliação, das competências dos órgãos avaliadores, da avaliação das instituiçõesde educação superior e dos cursos superiores de graduação e pós-graduação, bem como da avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes de cursos de graduação por meio do Enade. Referente a competências dos órgãos avaliadores, o Decreto 9.235/2017 faz determinadas distribuições (Quadro 8). Quadro 8 – Competência dos Órgãos Avaliadores Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES Art. 1º – § 3º A avaliação será realizada por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes, com caráter formativo, e constituirá o referencial básico para os processos de regulação e de supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade. § 4º As funções de supervisão e de avaliação poderão ser exercidas em regime de cooperação com os sistemas de ensino estaduais, distrital e municipais. Ministro de Estado da Educação Art. 4º Ao Ministro de Estado da Educação compete aprovar os instrumentos de avaliação elaborados pelo Inep. Compete ao CNE Art. 6º Compete ao CNE: III – propor diretrizes e deliberar sobre a elaboração dos instrumentos de avaliação para credenciamento e recredenciamento de instituições a serem elaborados pelo Inep. Compete ao INEP Art. 7º Compete ao Inep: as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade, os exames e as avaliações de estudantes de cursos de graduação; a constituição e a manutenção de bancos de avaliadores e colaboradores especializados, incluída a designação das comissões de avaliação. III – elaborar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Educação os instrumentos de avaliação externa in loco , em consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior e pelos outros órgãos competentes do Ministério da Educação; IV – conceber, planejar, avaliar e atualizar os indicadores dos instrumentos de avaliação externa in loco , em consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação. Compete à CONAES Art. 8º Compete à Conaes: I- propor e avaliar as dinâmicas, os procedimentos e os mecanismos de avaliação institucional, de cursos e de desempenho dos estudantes; II – estabelecer diretrizes para organização das comissões de avaliação, analisar relatórios, elaborar pareceres e encaminhar recomendações às instâncias competentes; III – formular propostas para o desenvolvimento das IES, com base nas análises e recomendações produzidas nos processos de avaliação; IV – articular-se com os sistemas estaduais de ensino, com vistas ao estabelecimento de ações e critérios comuns de avaliação e supervisão da educação superior. Fonte: BRASIL (2017, s. p.) Em relação à avaliação das Instituições de Educação Superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação, o Decreto 9.235/2017 estabelece determinadas normativas sobre os termos de avaliação no âmbito do SINAES (art. 79), os processos de avaliação realizados pelo SINAES (art. 80), dos critérios da avaliação externa (art. 81, 82 e 83) e da composição das comissões de avaliação (art. 84 e 85). Os cursos de Educação Superior passam por três tipos de avaliação: para autorização, para reconhecimento e para renovação de reconhecimento. A avaliação para autorização se refere à autorização para abertura de cursos e é feita in loco por avaliadores determinados pelo MEC; esse tipo de autorização segue parâmetros predeterminados com base em três dimensões: a organização didático-pedagógica; o corpo docente e técnico-administrativo e as instalações físicas (INEP, s. d.). A avaliação para reconhecimento é realizada também in loco por avaliadores determinados pelo MEC e tem como objetivo verificar se houve cumprimento do projeto apresentado na autorização. A avaliação por reconhecimento analisa: a organização didático-pedagógica, o corpo docente, discente, técnico-administrativo e as instalações físicas (INEP, s. d.). A avaliação para renovação de reconhecimento é realizada a cada triênio – de acordo com o Ciclo Sinaes – e é feita in loco por avaliadores determinados pelo MEC. Nesse tipo de avaliação, é calculado o Conceito Preliminar do Curso (CPC). De acordo com Campos (2013, p. 24) “os resultados da avaliação de IES, de cursos e de desempenho dos estudantes constituem-se referencial básico para regulação e supervisão da Educação Superior”. Para a autora, “o alinhamento entre os três componentes (Quadro 10) propõe a efetivação da qualidade do ensino e contribui para o desenvolvimento acadêmico e tecnológico do País” (CAMPOS 2013, p. 24, grifo nosso). Quadro 10 – Instrumentos e componentes da avaliação da educação superior Instru mentos Avaliação Institucional (AI) – Instituição Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) – O curso Exame Nacional de Desempenhos dos Estudantes (Enade) – O Estudante Características / Componentes Autoavaliação Realizada pela própria IES, por meio da constituição da Comissão Própria de Avaliação (CPA) Avaliação in loco realizada pelas Comissões de Especialistas/ Avaliadores cadastrados no Banco de Avaliadores do Sinaes (Basis) Prova; questionário socioeconômico, questionário de impressões sobre a prova, questionário de curso. Avaliação institucional externa in loco realizada pelas Comissões de Especialistas/ Avaliadores cadastrados do Banco de Avaliadores do Sinaes (Basis). Credenciamento e recredenciamento de instituições Autorização e reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação. A prova é aplicada a cada ano a estudantes (ingressantes e concluintes) de diferentes grupos de área. Objetivos Avaliar as dez dimensões do Sinaes Identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização didático- pedagógica Avaliar o desempenho do estudante com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares das áreas, bem como as competências e as habilidades necessárias à formação profissional e à formação geral Documentos de informação do sistema Relatório de autoavaliação produzido pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) Censos da Educação Superior – Inep Cadastros de IES e cursos Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) Regimento e estatuto da IES Projetos pedagógicos da IES Projetos de extensão da IES Plano de cargos e salários Plano de qualificação docente Cadastro e atas de funcionamento da CPA Censos da Educação Superior – Inep Cadastro de IES e cursos Regulamento do curso Projeto Pedagógico do curso com matriz curricular Projetos de extensão do curso Planos de estágio Cadastro de docentes Relatórios do Inep Censos da Educação Superior– Inep Cadastro de IES e cursos Lista de matrículas de ingressantes e concluintes fornecidos pela IES Endereço dos estudantes Fonte: Campos (2013, p. 25). No que se refere à avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes de cursos de graduação por meio do ENADE, o Decreto 9.235/2017 estabelece que: [...] Art. 88. Os instrumentos de avaliação do Enade serão compostos a partir de itens do Banco Nacional de Itens da Educação Superior – BNI-ES a ser mantido pelo Inep. § 1º O BNI-ES do Inep é um acervo de itens elaborados com objetivo de compor instrumentos de avaliação da educação superior, assegurados os critérios de sigilo, segurança, ineditismo e qualidade técnico-pedagógica. § 2º Os itens serão propostos por docentes colaboradores, selecionados mediante edital de chamada pública a ser realizado pelo Inep, com vistas à democratização e à representatividade regional do banco. (BRASIL 2017, s. p.) O BNI-ES do Inep foi criado em 2010 com a meta dereunir questões de qualidade técnica que permitam avaliar o conhecimento dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos, habilidades e competências previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação. O Guia de Elaboração e Revisão de Itens produzido pelo Inep traça as diretrizes para a construção e revisão de itens para testes de avaliação e aborda: definições e conceitos; estrutura do item de múltipla escolha; etapas para elaboração de item; especificações para apresentação do item; etapas de validação de item e protocolo de revisão de item. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo apresentado evidenciou o grau de complexidade da legislação que organiza o Ensino Superior. Delineou as competências dos órgãos públicos que regulamentam o Ensino Superior no Brasil, e os critérios estabelecidos para avaliação das Instituições de Educação Superior, dos cursos de graduação ofertados na modalidade presencial e na modalidade a distância. Complementarmente a essa discussão, observou-se a sistematização das diretrizes responsáveis pelo credenciamento, recredenciamento e descredenciamento de cursos de graduação e Instituições de Educação Superior. Destacou-se, ainda, a importância do conhecimento das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores que servem de base à construção dos instrumentos de avaliação. Em síntese, o presente estudo demonstrou a necessidade – para gestores e educadores das Instituições de Educação Superior – de domínio da legislação que determina a Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro e compõe suas especificidades. De fato, observamos que as reformulações na legislação educacional vão sendo construídas a partir da necessidade de adequação às mudanças educacionais. Se considerarmos a criação da primeira instituição de Ensino Superior no Brasil em relação a outros países, identificamos que ainda há um longo caminho a ser percorrido para diminuir a distância das composições administrativas, curriculares e de gestão das universidades brasileiras. Um dos pontos de destaque se refere exatamente ao ingresso do aluno ao Ensino Superior por meio de provas de seleção que, potencialmente, podem aumentar o grau de exclusão de alunos de baixa renda. Soma-se a esse fator o aumento de instituições privadas e a disposição dos espaços físicos em grandes centros. Para atuar de forma a ampliar o acesso ao Ensino Superior, algumas políticas educacionais surgiram com grande impacto na democratização de acesso à educação superior, entre eles: a Universidade Aberta do Brasil e o Prouni. BIBLIOGRAFIA ANDRIOLA, W. B. Doze motivos favoráveis à adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) pelas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 19, n. 70, p. 107-126, jan./mar. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ensaio/v19n70/v19n70a07.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. BALBO, G. C. Educação superior brasileira: organização acadêmica. Revista Científica Eletrônica do Curso de Direito. Jul. 2018. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/wkAntfKsLYEcp33_201 9-2-28-15-25-49.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. BORGES, G. F. de M.; ARAÚJO, C. A.; PEREIRA, D. Políticas públicas e políticas educacionais: primeiras aproximações. VII Encontro de Pesquisa em Educação. Uberaba: 2013. Disponível em: http://revistas.uniube.br/index.php/anais/article/view/673.pdf. Acesso em: 6 jun. 2020. BRASIL. LEI 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9.394.htm. 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Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós- graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013. Disponível em: http://www.mestrado.caedufjf.net/wp-content/uploads/2014/02/dissertacao-2011- fernanda-cristina-dos-santos-campos.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. CATANI, A. M.; HEY, A. P.; GILIOLI, R. de S. P. PROUNI: democratização do acesso às Instituições de Ensino Superior? Educ. Rev., Curitiba, n. 28, jul./dez., 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 40602006000200009&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 5 jun. 2020. CEZNE, A. N. O direito à educação superior na Constituição Federal de 1988 como direito fundamental. Educação Santa Maria, v. 31, n. 01, p. 115-132, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1532/845. Acesso em: 5 jun. 2020. COSTA, K. da S.; FARIA, G. G. Ead – sua origem histórica, evolução e atualidade brasileira face ao paradigma da educação presencial. 14° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância: “Mapeando o Impacto da EAD na Cultura do Ensino-Aprendizagem”. Santos, 2008. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/552008104927am.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=31361-parecer-cne-ces-564-15-pdf&category_slug=dezembro-2015-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=31361-parecer-cne-ces-564-15-pdf&category_slug=dezembro-2015-pdf&Itemid=30192 http://www.cnpq.br/web/guest/apresentacao_institucional http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9057.htm http://www.capes.gov.br/historia-e-missao http://portal.inep.gov.br/web/guest/sobre-o-inep http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=119811-pces334-19&category_slug=agosto-2019-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=119811-pces334-19&category_slug=agosto-2019-pdf&Itemid=30192 http://www.mestrado.caedufjf.net/wp-content/uploads/2014/02/dissertacao-2011-fernanda-cristina-dos-santos-campos.pdf http://www.mestrado.caedufjf.net/wp-content/uploads/2014/02/dissertacao-2011-fernanda-cristina-dos-santos-campos.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40602006000200009&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40602006000200009&script=sci_arttext&tlng=pt https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1532/845
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