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Artigo - Organizacao Politica e Legislacao do Ensino Superior

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Organização Política e 
Legislação do Ensino 
Superior 
 
 
Rosangela Silveira Garcia 
 
 
 
Artigo científico 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR 
 
 
Rosangela Silveira Garcia* 
 
RESUMO 
 
O presente artigo busca refletir sobre a organização política e a legislação que 
regulamenta o Ensino Superior. Para tanto, apresenta as diretrizes reguladoras e as 
diretrizes regulamentadoras de determinados órgãos e autarquias, como: o 
Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE), a Câmara 
de Educação Superior (CES), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio 
Teixeira (Inep), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 
e o Conselho Estadual de Educação (CEE). Da mesma forma apresenta a Estrutura 
do Sistema Educativo Brasileiro e suas especificidades. Contemplando o tema 
gerador desse estudo, apresenta-se também, de forma crítica e reflexiva, a 
legislação no Ensino Superior Presencial e Educação a Distância; com foco, 
principalmente, nos órgãos avaliadores, nos formatos e nos instrumentos de 
avaliação. 
 
 
Palavras-chave: Estrutura do Ensino Superior; Políticas Educacionais; Organização 
Política e Administrativa do Ensino Superior; Modalidades de Ensino; Sistema de 
Avaliação e Ingresso do Ensino Superior 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, o sistema de ensino é estruturado com base no princípio da gestão: 
no âmbito federal, estadual e municipal. Os sistemas de ensino são um conjunto de 
instituições educativas que, apesar de suas especificidades, possuem como objetivo 
garantir a realização de uma ação educativa que atenda às necessidades de 
determinada sociedade. 
Embora todas instâncias citadas possam estar voltadas à Educação Superior, 
as responsabilidades são segmentadas: prioritariamente, corresponde aos 
municípios a atuação no ensino fundamental e na educação infantil; e aos estados e 
ao Distrito Federal o atendimento ao Ensino Fundamental e Médio. 
A gestão – independentemente do nível de ensino – é responsável pela 
constituição das diretrizes reguladoras e das diretrizes regulamentadoras que irão 
nortear a ações administrativas (gestão de recursos), políticas e pedagógicas das 
instituições que fazem parte do sistema de ensino. 
Nesse contexto, é de vital importância a compreensão sobre a legislação que 
regulamenta o Ensino Superior no Brasil, seja na modalidade presencial ou na 
modalidade a distância. Da mesma forma, é necessária a compreensão das ações 
de competência dos órgãos reguladores e regulamentadores que embasam as 
 
* Professora e Consultora em Educação Online – Literacia Digital. Doutora em Informática na Educação. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: prof.rosegarcia@gmail.com. 
 
 
 
 
diretrizes na formação, no credenciamento, no recredenciamento e no 
descredenciamento das Instituições de Educação Superior. 
 
 
1. A ESTRUTURA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: MEC, CNE/CES, INEP, CAPES, 
CNPQ e CEE 
A Educação Superior, especificamente, encontra subsídios para sua gestão 
por meio de determinados órgãos e autarquias, como: o Ministério da Educação 
(MEC), o Conselho Nacional de Educação (CNE), a Câmara de Educação Superior 
(CES), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), a 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o 
Conselho Estadual de Educação (CEE). 
O Ministério da Educação (MEC) – já designado como Ministério da Educação 
e Saúde (1930), como Ministério da Educação e Cultura (1953), como Ministério da 
Cultura (1985), como Ministério da Educação e do Desporto (1992), como Ministério 
da Educação (1995) – é um órgão da administração federal direta que tem, entre 
suas competências: a política nacional de educação, recursos e definição da 
legislação do Ensino Superior, a pesquisa e a extensão universitária, a avaliação e a 
supervisão das instituições privadas. 
O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão colegiado integrante do 
Ministério da Educação, é formado pela Câmara de Educação Básica (CEB) e pela 
Câmara de Educação Superior (CES). O Conselho Nacional de Educação tem como 
objetivo redigir, fazer cumprir e avaliar a política nacional de educação, assim como 
zelar pela qualidade do ensino e garantir a participação da sociedade no 
desenvolvimento de políticas educacionais (BRASIL, 2004). 
A Câmara de Educação Superior (CES), em conjunto com o Conselho 
Nacional de Educação, tem como objetivo analisar e emitir pareceres sobre 
processos relativos ao credenciamento de instituições em geral, autorização de 
cursos presenciais e credenciamento de instituições para ensino a distância. Já o 
Conselho Estadual de Educação (CEE), órgão normativo com competências 
estabelecidas pela Constituição Federal, “também com competências de 
assessoramento, atua na fiscalização e controle e, ainda na proposição de políticas 
educacionais locais” (OLIVEIRA et al. 2018, p. 670). 
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
(Inep) integra o Ministério da Educação; é uma autarquia federal que tem como 
missão “subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes níveis de 
governo com intuito de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do 
país” (BRASIL, 2019, s. p.). 
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 
fundação pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e 
Comunicações (MCTIC), tem como objetivo “fomentar a pesquisa científica, 
tecnológica e de inovação e promover a formação de recursos humanos qualificados 
para a pesquisa, em todas as áreas do conhecimento” (BRASIL, 2016?, s. p.); além 
de participar na formulação, na execução, no acompanhamento, na avaliação e na 
difusão da Política Nacional de Ciência e Tecnologia, especialmente no que se 
refere a determinadas ações. São competências do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico: 
 
 
 
 
 
 
• promover e fomentar o desenvolvimento e a manutenção da pesquisa 
científica e tecnológica e a formação de recursos humanos qualificados para a 
pesquisa, em todas as áreas do conhecimento; 
• promover e fomentar a pesquisa científica e tecnológica e capacitação de 
recursos humanos voltadas às questões de relevância econômica e social 
relacionadas às necessidades específicas de setores de importância nacional 
ou regional; 
• promover e fomentar a inovação tecnológica e promover e realizar estudos 
sobre o desenvolvimento científico e tecnológico; 
• promover, implantar e manter mecanismos de coleta, análise, 
armazenamento, difusão e intercâmbio de dados e informações sobre o 
desenvolvimento da ciência e tecnologia; 
• propor e aplicar normas e instrumentos de apoio e incentivo à realização de 
atividades de pesquisa e desenvolvimento, de difusão e absorção de 
conhecimentos científicos e tecnológicos; 
• promover a realização de acordos, protocolos, convênios, programas e 
projetos de intercâmbio e transferência de tecnologia entre entidades públicas 
e privadas, nacionais e internacionais; 
• apoiar e promover reuniões de natureza científica e tecnológica ou delas 
participar; 
• prestar serviços e assistência técnica em sua área de competência, e prestar 
assistência na compra e importação de equipamentos e insumos para uso em 
atividades de pesquisa científica e tecnológica, em consonância com a 
legislação em vigor; 
• credenciar instituições para, nos termos da legislação pertinente, importar 
bens com benefícios fiscais destinados a atividades diretamente relacionadas 
com pesquisa científica e tecnológica. Fonte: (BRASIL, 2016, s. p.) 
 
Em 1990, o CNPq cria para as atividades de fomento a Plataforma Lattes e o 
Diretório dos Grupos de Pesquisa; tais “instrumentos têm papel central na avaliação, 
acompanhamento e direcionamentopara políticas e diretrizes de incentivo à 
pesquisa” (BRASIL, 2016, s. p.): 
 
A criação da Plataforma Lattes estabeleceu a adoção de um padrão 
nacional de currículos e resultou na maior transparência e confiabilidade às 
atividades de fomento da Agência. Dado seu grau de abrangência, as 
informações constantes da Plataforma Lattes podem ser utilizadas tanto no 
apoio a atividades de gestão, como no apoio à formulação de políticas para 
a área de ciência e tecnologia. Já o Diretório dos Grupos de Pesquisa 
constitui-se em bases de dados (censitárias e correntes) que contêm 
informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no País. Tem três 
finalidades principais: instrumento para o intercâmbio e a troca de 
informações; caráter censitário no auxílio de planejamento estratégico ao 
fomento, e por fim, constituir base de dados importante papel na 
preservação da memória da atividade científico-tecnológica no Brasil. 
 
 A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é 
uma fundação do Ministério da Educação, órgão responsável pela elaboração do 
Plano Nacional de Pós-Graduação stricto sensu (Decreto 86.79/81), que tem como 
objetivo: 
 
[...] a avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da 
produção científica; investimentos na formação de recursos humanos de 
 
 
 
 
alto nível, no país e exterior; promoção da cooperação científica 
internacional; indução e fomento da formação inicial e continuada de 
professores para a educação básica nos formatos presencial e a distância. 
(BRASIL, 2018, s. p.) 
 
Apresentados os órgãos e as autarquias responsáveis pelas diretrizes de 
gestão, avaliação e normatização da educação superior, vamos nos deter na 
discussão sobre como se estabelecem e são classificadas as Instituições de 
Educação Superior. 
 
1.1 Instituições de Educação Superior: Faculdades, Centros Universitários e 
Universidades 
 
A Educação Superior é formada por cursos sequenciais, cursos de extensão e 
por cursos de graduação e pós-graduação (art. 44 da LDB, BRASIL, 2007). A pós-
graduação, etapa posterior à graduação, é dividida em cursos lato sensu e cursos 
stricto sensu. Um ponto importante a se observar é o de que os cursos sequenciais e 
os cursos de extensão – embora caracterizados como educação superior – não 
possuem caráter de graduação; portanto, não atendem aos pré-requisitos 
necessários de acesso a cursos de pós-graduação. 
 
É vital compreendermos a finalidade da Educação Superior que, com base na 
LDB, determina como propósito das instituições: 
 
I – Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e 
do pensamento reflexivo; II. Formar diplomados, nas diferentes áreas do 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua; III. Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação 
científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e, ainda, 
da criação e difusão da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento 
do homem e do meio em que vive; IV. Promover a divulgação de 
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da 
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de 
outras formas de comunicação; V. Suscitar o desejo permanente de 
aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente 
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos 
numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada 
geração; VI. Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, 
em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à 
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII. 
Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à 
difusão das conquistas e benefícios da criação cultural e da pesquisa 
científica e tecnológica geradas na instituição. Atendendo a esses objetivos, 
organiza-se a educação superior no Brasil, que será ministrada em 
instituições de Ensino Superior, públicas ou privadas, com variados graus 
de abrangência ou de especialização, a partir dos interesses institucionais 
de cada IES. (STALLIVIERI, 2006, p. 12-13) 
 
Historicamente, se considerarmos a estrutura da educação formal, a 
universidade é uma instituição moderna. E, para entendermos a configuração das 
instituições de Educação Superior no Brasil e as diretrizes das políticas 
educacionais, temos de compreender que, em nosso país, há certo atraso na 
institucionalização da Educação Superior, considerando que a primeira instituição de 
Ensino Superior foi criada em 1808, a Escola de Cirurgia da Bahia. Observe-se 
 
 
 
 
como referência a criação da primeira universidade na Europa em 1098, a 
Universidade de Bolonha, e, nas Américas, a Universidade de San Marcos, em Lima, 
em 1551, e Harvard, nos Estados Unidos, em 1636. 
Estruturalmente, no Brasil, as Instituições de Educação Superior são 
compostas por faculdades, centros universitários, centros de educação 
tecnológica/centros federais de educação tecnológica (IF e CEFET) e universidades; 
tipologia redefinida pela LDB, Lei 9.394/96 no que se refere à natureza e à 
dependência administrativa (Quadro 1). 
 
Quadro 1 – Tipologia e especificidades das Instituições de Educação Superior 
 
Tipologia Especificidades 
Centros de Educação Tecnológica 
e Centros Federais de Educação 
Tecnológica 
Especializadas em educação profissional pós-secundária, 
públicas ou privadas, com a finalidade de qualificar 
profissionais, nos vários níveis e modalidades de ensino, 
para os diversos setores da economia, bem como para 
realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento, 
produtos e serviços, em estreita articulação com os setores 
produtivos e sociedade, oferecendo mecanismo para a 
educação continuada. 
Centros Universitários Instituições multicurriculares que oferecem educação de 
excelência e têm autonomia em seus cursos e programas 
de educação superior. Eles têm autonomia semelhante à 
das universidades, no sentido de estar dispensados de 
solicitar autorização para abertura de novos cursos; no 
entanto, não são obrigados a efetivar a realização de 
pesquisas. Configuram-se em uma nova modalidade de 
instituição de ensino superior pluricurricular, que se 
caracteriza pela oferta de ensino de graduação, 
qualificação do seu corpo docente, estágios 
supervisionados, prestação de serviços à comunidade, 
levantamento bibliográfico e elaboração autônoma ou em 
grupos de trabalhos teóricos ou descritivos sobre temas 
específicos, com orientação docente, sendo essas práticas 
necessárias a um ensino de alta qualidade. 
Faculdades Instituições que, em geral, desenvolvem um ou mais cursos 
com estatutos próprios e distintos para cada um deles, não 
possuem autonomia para a criação de cursos, devendo 
pedir autorização para o Ministério da Educação cada vez 
que desejarem aumentar ou diminuir o número de vagas, 
ofertar novos cursos ou deixar de oferecer algum curso já 
existente. 
 
 
 
 
Universidades Instituições pluridisciplinares que se caracterizam pela 
indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e 
extensão, gozando de autonomia didático-científica. As 
diretrizes aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação 
estabeleceram que as Universidades precisariam ofertar, 
pelo menos, 4 (quatro) mestrados e 2 (dois) doutorados. 
Devem contar com, pelo menos, um terço dos docentes em 
regime de tempo integral e um terço de docentes com 
títulos de mestres e doutores. 
 
Fonte: Adaptado de Balbo (2018, p. 10-13). 
 
Quanto à natureza administrativa, as Instituições de Educação Superior (IES) 
podem ser públicas ou privadas; as públicas podem ser federais, estaduais ou 
municipais; de acordo com o Censo da Educação Superior (Inep, 2019), as 
instituições de educação superior privadas superam as instituições públicas, 
representando estasum pouco mais de 11% do total das Instituições de Educação 
Superior. 
Outro aspecto importante, além da superioridade numérica das instituições 
privadas, é o de que as faculdades superam em quase 82% as outras categorias 
das Instituições de Educação Superior, bem como observa-se que quase 65% das 
instituições de Ensino Superior no Brasil encontra-se no interior dos estados. Em 
relação aos cursos de graduação ofertados, a maior diversidade é oferecida pelas 
universidades (42% do total nacional), seguidas de perto pelas faculdades (36% do 
total nacional); 61% dos cursos de Ensino Superior no Brasil encontram-se no 
interior dos estados (Tabela 2). 
As Instituições de Educação Superior “públicas estão subdivididas em 
universidades, faculdades e institutos tecnológicos. Já as privadas, segregam-se em 
particulares, confessionais, filantrópicas, comunitárias, faculdades isoladas e centros 
universitários” (ROTH et al. 2013, p. 119). Entre as atribuições das Instituições de 
Educação Superior, a LDB estabelece que estas possuem autonomia para: 
 
a) criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de 
educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da 
União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; b) fixar os 
currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais 
pertinentes; c) estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa 
científica, produção artística e atividades de extensão; d) fixar o número de 
vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu 
meio; e) elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em 
consonância com as normas gerais atinentes; f) conferir graus, diplomas e 
outros títulos; g) firmar contratos, acordos e convênios; h) aprovar e 
executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, 
serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos 
conforme dispositivos institucionais; i) administrar os rendimentos e deles 
dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos 
estatutos; j) receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação 
financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas 
(BRASIL, 1996, s. p.) 
 
 
 
 
 
Em relação à subordinação, as Instituições de Educação Superior públicas 
(autarquias ou fundações públicas) são, em grande parte, vinculadas à União; já as 
Instituições de Educação Superior privadas são mantidas e administradas por 
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo ser classificadas em: 
particulares em sentido estrito, comunitárias, confessionais, filantrópicas. (ROTH et 
al. 2013). Um ponto importante são as universidades públicas estaduais – 
financiadas e supervisionadas pelos estados – que não estão diretamente sob o 
crivo do Ministério da Educação. 
No contexto ampliado, Roth et al. (2013, p. 115) destaca que a função das 
universidades é a de “formar quadros superiores com capacidade de reflexão crítica 
e social, propiciando respostas a sociedade através do fornecimento de profissionais 
para o país”. Segundo o artigo 52 da Lei 9.394/96 (LDB), as universidades são 
“instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais em nível 
superior, de pesquisa e extensão e de domínio e cultivo do saber humano” (BRASIL, 
1996, s. p.) e se caracterizam por: 
 
I – produção intelectual institucionalizada mediante o estudo 
sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do 
ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II – 
um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica 
de mestrado ou doutorado; III – um terço do corpo docente em 
regime de tempo integral. (BRASIL, 1996, s. p.) 
 
No que tange à supervisão das Instituições de Educação Superior, a partir da 
Lei 5.540 de 28 de novembro de 1968, as universidades federais passaram a ser 
acompanhadas por órgãos supervisores e órgãos setoriais (Organograma 2). 
 
Organograma 2 – Órgãos das Instituições de Educação Superior Federais 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Trigueiro (2000, p.11-14) 
 
A avaliação dos cursos de graduação das Instituições de Educação Superior 
é realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e 
usa como instrumentos: a avaliação das condições de ensino, a avaliação 
institucional e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). 
 
Os cursos são avaliados pelo MEC antes de receberem autorização, 
reconhecimento ou renovação de reconhecimento de curso, a avaliação é 
periódica, os princípios que regem a avaliação proposta pelo Sinaes são: a) 
Responsabilidade social com a qualidade da educação superior; b) 
Reconhecimento à diversidade do sistema; c) Respeito à identidade, a 
missão e a história das instituições; d) Globalidade institucional, pela 
utilização de um conjunto significativo de indicadores (de qualidade), 
considerados em sua relação orgânica (e não de forma isolada); e) 
Continuidade de processo avaliativo como instrumento da política 
educacional de cada instituição e para o sistema de educação superior em 
seu conjunto. Um dos fatores principais, para a avaliação, é a coerência na 
construção do PDI, do PPI do PPC e no currículo. (Adaptado de BRASIL 
2005 apud ZOCOLI 2012, p. 138 -141) 
 
No que tange ao ingresso nos cursos de graduação, o pré-requisito é o de 
que o candidato tenha concluído o Ensino Médio ou equivalente e tenha sido 
classificado em processo seletivo em formato definido pela instituição (Quadro 2). 
 
Quadro 2 – Formas de ingresso ao ensino superior (graduação) 
 
Formato do ingresso Características 
Vestibular É o processo seletivo tradicionalmente utilizado para ingresso no 
In
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Ed
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ÓRGÃOS SUPERVISORES 
Conselho Universitário
Conselho de Curadores
Conselho Diretor
Conselho de Ensino, Pesquisa e 
Extensão
Reitoria
ÓRGÃOS SETORIAIS
Centros (ou 
faculdades/institutos/escolas) –
de caráter facultativo
Diretoria
 
 
 
 
Ensino Superior brasileiro. Compreende provas que deverão cobrir os 
conteúdos das disciplinas cursadas no Ensino Médio, uma língua 
estrangeira moderna e uma prova de redação. Os alunos são 
convocados por edital e os exames podem ser realizados pela própria 
IES ou por instituição especializada em realização de concursos ou 
processos seletivos. 
Exame Nacional do Ensino 
Médio (ENEM) 
É o exame realizado pelo INEP, ao qual os alunos concluintes ou 
egressos do Ensino Médio poderão submeter-se voluntariamente. 
Cobre o conteúdo estudado no Ensino Médio de forma 
contextualizada e interdisciplinar, além de prova de redação. Mais de 
300 IES do país estão usando os resultados do Enem como parte do 
processo seletivo de acesso ao Ensino Superior. 
Avaliação seriada no 
Ensino Médio 
É uma modalidade de acesso ao Ensino Superior de forma gradual e 
progressiva, compreendendo avaliações realizadas ao término de 
cada uma das três series. O participante do programa não está 
impedido de concorrer também ao vestibular tradicional, ao concluir a 
terceira etapa do processo. 
Teste, prova e/ou 
avaliação de 
conhecimentos 
É o processo seletivo usado por algumas IES para avaliar o 
conhecimento dos alunos que pretendem ingressar nos seus cursos 
de graduação. As questões, que podem ser objetivas ou subjetivas, e 
o conteúdo ficam a critério da própria instituição, em função do curso 
pretendido. 
Avaliação de dados 
pessoais e/ou profissionais 
Processo seletivo de ingresso na educação superior, que substitui a 
realização de provas e testes pelo exame dos dados pessoais 
(escolarização, cursos, histórico escolar) e ou profissionais 
(experiência, desempenho profissional). 
Outras seleções baseiam-se em avaliação de dados pessoais/profissionais dos candidatos por meio 
de: entrevista e exame curricular do histórico escolar. 
Fonte: Adaptado de Zocoli (2012, p. 132-133). 
 
De acordo com Zocoli (2012,p. 131), os cursos superiores de graduação 
podem ser ministrados nas modalidades presencial, semipresencial e a distância; 
“presencial: quando exige a presença do aluno em, pelo menos 75% das aulas e em 
todas as avaliações; semipresencial: quando combina ensino presencial com parte 
de ensino e de outras atividades que podem ser realizadas a distância; a distância 
quando exige a presença do aluno somente nas avaliações presenciais.” 
Em relação à certificação dos alunos: a) egressos dos cursos de graduação 
podem receber diplomas de bacharel, licenciado ou tecnólogo; b) egressos de 
cursos de pós-graduação podem receber diplomas de mestres, doutores ou 
certificados de pós-doutores; c) cursos sequenciais e de extensão recebem 
certificados. O diploma de bacharel possibilita ao graduado exercer profissão de 
nível superior relacionada à área de saber de sua formação; por exemplo, o diploma 
de bacharel em administração permite ao diplomado exercer atividades como 
 
 
 
 
administrador com registro no Conselho Federal de Administração. O diploma em 
licenciatura habilita o diplomado a atuar como docente da educação básica (Ensino 
Fundamental e Médio). 
 
2. A LEGISLAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 
LDB 9.394/1996, DECRETO 9.057/2017, PORTARIA 2.117/2019, DCNS, PROUNI, 
ENEM E ENADE 
 
Como vimos, as Instituições de Educação Superior seguem determinadas 
diretrizes que irão nortear, ou mesmo servir como parâmetro para a avaliação, as 
ações ou sua aplicação (função). A legislação educacional, como dito anteriormente, 
pode ser reguladora ou regulamentadora. A legislação reguladora é descritiva e se 
manifesta por meio de leis e normas constitucionais que regulam a organização da 
educação nacional. Já a legislação regulamentadora é prescritiva e se manifesta por 
meio de decretos, portarias, resoluções e pareceres. 
A Constituição Federal é considerada o marco central da legislação 
educacional no Brasil, ou seja, sustenta todas as políticas públicas educacionais a 
partir dela constituídas. 
 
Elaborar políticas públicas é um exercício muito complexo, que pode cair na 
condição de não se materializar se não consideram as peculiaridades de 
cada região ou estado. O período histórico, o contexto social e econômico, a 
influência mundial são algumas das “questões de fundo que devem ser 
avaliadas, compreendidas e consideradas ao se implementar uma política 
governamental qualquer.” (BORGES et al., 2013, p. 66) 
 
As políticas públicas afetam e são afetadas pelo contexto histórico, político e 
social em que se inserem. De acordo com Peters (1986) e Padilha (2005), as 
políticas públicas atuam de forma regulatória em uma sociedade e são instituídas 
por um agente administrador (governo) que age de forma direta (pelo seu 
presidente) ou de forma indireta (pelos ministérios, por exemplo). Para Souza 
(2006), a forma mais apropriada de compreender política pública é percebê-la como 
“campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” 
e/ou analisar esta ação (variável independente) e, quando necessário, propor 
mudanças no rumo ou no curso dessas ações (variável dependente)” (SOUZA, 
2006, p. 26). 
As políticas públicas educacionais têm seu início com o Decreto 19.850, de 11 
de abril de 1931, que criou o Conselho Nacional de Educação (Quadro 3). Segundo 
Vieira (2011 apud Borges et al. 2013), as políticas públicas educacionais registram a 
pluralidade e a diversidade de intervenções específicas em determinado momento 
histórico, sendo por seu contexto afetada. 
É possível identificar a evolução histórica da educação no Brasil. No que se 
relaciona diretamente à Legislação no Ensino Superior, discutiremos com maior 
destaque alguns tópicos referentes: à Constituição Federal de 1988, à Lei de 
Diretrizes e Bases (LDB 9.394/1996), ao Decreto 9.057/2017, à Portaria 2.117/2019, 
às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNS), ao PROUNI, ao ENEM e ao ENADE. 
O termo educação é citado 76 vezes na Constituição Federal, sendo que 
relacionado à educação superior a expressão aparece apenas nos artigos 207 e 
213, referindo-se, unicamente, a aspectos da gestão, como observado: 
 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao 
 
 
 
 
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É 
facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às 
instituições de pesquisa científica e tecnológica. Art. 213. § 2º As atividades 
de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas 
por universidades e/ou por instituições de educação profissional e 
tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (BRASIL, 
1988) 
 
A grande crítica feita por autores como Cezne (2006) e Crosara e Silva (2018) 
está relacionada à não inclusão da educação superior na gratuidade de ensino 
prevista para a educação básica na Constituição Federal. Cezne (2006) reforça que: 
 
[...] o direito à educação superior na Constituição Federal pode ser 
considerado como direito fundamental, mas de proteção mais frágil, cujos 
instrumentos precisam ainda ser desenvolvidos através de estudos teóricos 
e especialmente da sua aplicação concreta pelos tribunais. Necessita-se de 
uma interpretação constitucional que leve em consideração o todo dos 
princípios e diretrizes previstos, de forma a concretizar os direitos sociais 
adequando-os às condições fáticas e jurídicas, mas sem deixar que estes 
direitos, especialmente o direito à educação, perca a sua aplicabilidade. 
(CEZNE 2006, p. 130) 
 
Se a discussão sobre a educação superior não foi contemplada de forma 
ampla na Constituição, diferente cenário se observa na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Brasileira (LDB 9.394/96); legislação que regulamenta o sistema de 
ensino brasileiro da educação básica ao ensino superior. Na LDB 9.394/96, além de 
um capítulo totalmente dedicado à Educação Superior (Cap. IV, do artigo 43 ao 57), 
o texto aborda diretrizes de gestão (artigos: 16; 17; 21; 44 ao 53; artigos 78 e 86), de 
responsabilidades (artigos: 9; 10; 43; 54 ao 56) e da formação docente (artigos: 57; 
65; 66; 84). 
 
A LDB discute de forma abrangente a regulação e a organização do Ensino 
Superior no Brasil, sendo um dos principais tópicos a sistematização da gestão e da 
estrutura administrativa das Instituições de Educação Superior, sejam elas públicas 
ou privadas. Outro importante documento da legislação educacional, agora de 
formato regulamentador, são as Diretrizes Curriculares para os Cursos de 
Graduação que definem o perfil do egresso, competências e habilidades discentes, 
propostas curriculares, duração e estrutura dos cursos, regulamentos de estágios e 
atividades complementares. 
Atualmente, no site do Ministério de Educação, há uma grade composta de 
pareceres e resoluções com diretrizes curriculares para 67 diferentes cursos de 
graduação, como direito, filosofia e teologia. 
Aguardando homologação encontra-se o Parecer CNE/CES 334/2019 que 
atualiza a Orientação às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores 
(Parecer CNE 776/97) trazendo propostas inovadoras para a modernização 
curricular – com a flexibilização do currículo – e a busca de novas metodologias de 
ensino como as metodologias ativas. Esses dois fatores impactam 
consideravelmente a constituição do perfil do egresso, dessa forma mais adequada 
às necessidades do mundo contemporâneo. Confira o que o Parecer CNE/CES 
334/2019 diz sobre as novas orientações: 
 
[...] às Diretrizes Curriculares Nacionais não dinamiza apenas os conteúdos, 
mas acima de tudo propõe uma nova organização institucional ao currículo. 
 
 
 
 
Isso significa, de igual maneira, também uma nova e diversa forma de 
aprendizado: a superação do tradicional ensino em sala de aula e das suas 
antigas formas de ensinar;a interação de conteúdos com as metodologias 
de pesquisa e de extensão como forma de aprendizado; a busca de novas 
metodologias ativas; a ampliação das atividades práticas e novas formas de 
avaliação, sempre priorizando o reforço que deve ser dado ao aprendizado. 
[...] O processo avaliativo passa a ser diversificado e adequado às etapas e 
às atividades do curso, distinguindo o desempenho em atividades teóricas, 
práticas, laboratoriais, de pesquisa e extensão. Um destaque relevante é a 
avaliação dos egressos, a ser realizada sob a forma de cooperação das 
instituições com os empregadores e com os conselhos profissionais. 
(BRASIL, 2019, p. 4) 
 
A Orientação às Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores 
aborda: “o perfil dos egressos; as competências esperadas do egresso; a 
organização do curso de graduação; a avaliação das atividades; o corpo docente; as 
disposições finais e transitórias” (BRASIL, 2019, p. 5). 
Os dois próximos tópicos que veremos tratam especificamente de uma das 
modalidades de ensino que mais cresce no Brasil, a EaD (Educação a Distância), 
também conhecida na literatura como ensino mediado por tecnologias digitais ou e-
learning (aprendizagem eletrônica). 
O primeiro tema se refere ao Decreto 9.057/2017, que regulamenta o art. 80 
da LDB (Lei 9.394/96), o qual, nos primeiros artigos, aponta a concepção de 
Educação a Distância e as modalidades a que atenderá. De acordo com o Decreto 
9.057/2017, considera-se educação a distância a modalidade de ensino em que “a 
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com 
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação [...] e desenvolva 
atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em 
lugares e tempos diversos” (BRASIL, 2017, s. p.). O Decreto 9.057/2017 (art 2º) 
determina que a Educação a Distância pode ser ofertada na educação básica e na 
educação superior “observadas as condições de acessibilidade que devem ser 
asseguradas nos espaços e meios utilizados” (BRASIL 2017, s. p.). 
No Decreto 9.057/2017, há um capítulo que trata especificamente da 
Educação Superior (Cap. III, artigos 11 a 19), onde são descritos fatores como 
credenciamento, recredenciamento, criação e extinção de polos, bem como parceria 
entre instituições (Quadro 5). 
 
Quadro 5 – Decreto 9.057/2017 e a Educação Superior 
 
Artigo Premissas 
Art. 11 
(§ 1º, § 2º, § 3º, § 4º, § 5º) 
As instituições de ensino superior privadas deverão solicitar 
credenciamento para a oferta de cursos superiores na 
modalidade a distância ao Ministério da Educação. 
 
Art. 12 As instituições de ensino superior públicas dos sistemas 
federal, estaduais e distrital ainda não credenciadas para a 
oferta de cursos superiores na modalidade a distância ficam 
automaticamente credenciadas, pelo prazo de cinco anos, 
contado do início da oferta do primeiro curso de graduação 
nesta modalidade, condicionado à previsão no Plano de 
Desenvolvimento Institucional. 
 
Art. 13. Os processos de credenciamento e recredenciamento 
institucional, de autorização, de reconhecimento e de 
renovação de reconhecimento de cursos superiores na 
 
 
 
 
modalidade a distância serão submetidos à avaliação in 
loco na sede da instituição de ensino, com o objetivo de 
verificar a existência e a adequação de metodologia, de 
infraestrutura física, tecnológica e de pessoal que possibilitem 
a realização das atividades previstas no Plano de 
Desenvolvimento Institucional e no Projeto Pedagógico de 
Curso. 
 
Art. 14. As instituições de ensino credenciadas para a oferta de 
educação superior na modalidade a distância que detenham a 
prerrogativa de autonomia dos sistemas de ensino federal, 
estaduais e distrital independem de autorização para 
funcionamento de curso superior na modalidade a distância. 
 
Art. 15 Os cursos de pós graduação lato sensu na modalidade a 
distância poderão ter as atividades presenciais realizadas em 
locais distintos da sede ou dos polos de educação a distância. 
 
Art. 16 
(§ 1º, § 2º) 
A criação de polo de educação a distância, de competência da 
instituição de ensino credenciada para a oferta nesta 
modalidade, fica condicionada ao cumprimento dos 
parâmetros definidos pelo Ministério da Educação, de acordo 
com os resultados de avaliação institucional. 
 
Art. 17 Observado o disposto no art. 14, os pedidos de autorização, 
de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de 
cursos superiores na modalidade a distância, ofertados nos 
limites dos Estados e do Distrito Federal nos quais estejam 
sediadas as instituições de ensino dos sistemas estaduais e 
distrital, deverão tramitar nos órgãos competentes de âmbito 
estadual ou distrital, conforme o caso, aos quais caberá a 
supervisão das instituições de ensino. 
 
Art. 18. A oferta de programas de pós-graduação stricto sensu na 
modalidade a distância ficará condicionada à recomendação 
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior – Capes, observadas as diretrizes e os pareceres do 
Conselho Nacional de Educação. 
 
Art. 19 
(§ 1º, § 2º, § 3º) 
A oferta de cursos superiores na modalidade a distância 
admitirá regime de parceria entre a instituição de ensino 
credenciada para educação a distância e outras pessoas 
jurídicas, preferencialmente em instalações da instituição de 
ensino, exclusivamente para fins de funcionamento de polo de 
educação a distância, na forma a ser estabelecida em 
regulamento e respeitado o limite da capacidade de 
atendimento de estudantes. 
 Fonte: Brasil (2017, s. p.) 
 
Uma premissa que afeta diretamente a autonomia defendida pelas 
Instituições de Educação Superior está presente nas redação do artigo 18 ,que 
determina que a oferta de cursos de mestrado e doutorado dependerá de 
recomendação da CAPES; enquanto flexibiliza os critérios para a oferta de cursos de 
graduação EAD (LEITE et al 2018). Em sua análise sobre o Decreto 9.057/2017, os 
autores criticam na redação do decreto a excessiva flexibilização no credenciamento 
dos cursos de graduação na modalidade a distância alegando que “a possibilidade 
de pedido de credenciamento da educação a distância a empresas/instituições que 
não possuem cursos correlatos na modalidade presencial, pode “parecer” positivo 
 
 
 
 
por um lado, em termos de maior oferta, mas pode ser preocupante em termos de 
qualidade dos aspectos didático-pedagógicos” (LEITE et al. 2018, p. 10). No mesmo 
tom, destacam ausência na discussão de orientações aos cursos tecnólogos (art. 4) 
que não possuem Diretrizes Curriculares (DCN). 
Destaca-se que o Decreto 9.057/2017 é uma política usada como ponto de 
defesa na oferta da modalidade de ensino a distância em práticas de ensino remoto 
neste momento de isolamento social, em virtude da pandemia da Covid-19. 
Fundamento encontrado na redação do artigo 9º, que aprova a oferta de ensino 
fundamental na modalidade a distância em situações emergenciais (já previstas no § 
4º do art. 32 da Lei 9.394, de 1996) em circunstâncias as quais os estudantes: 
 
I – estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino 
presencial; II – se encontrem no exterior, por qualquer motivo; III – vivam em 
localidades que não possuam rede regular de atendimento escolar 
presencial; IV – sejam transferidos compulsoriamente para regiões de difícil 
acesso, incluídas as missões localizadas em regiões de fronteira; ou V – 
estejam em situação de privação de liberdade. (BRASIL, 2017, s. p.) 
 
A legislação complementar à discussão sobre o ensino na modalidade a 
distância encontra-se a Portaria 2.117/2019, que dispõe sobre a oferta de carga 
horária na modalidade de Ensino a Distância em cursos de graduação presenciais, 
exceto os cursos de medicina, ofertados por Instituições de Educação Superior que 
integram o Sistema Federal de Ensino. Um dos grandes destaques dessa Portaria 
está na autorização (art. 2º) para aumento de carga horária na modalidade de EaD 
na organização pedagógica ecurricular de cursos de graduação presenciais, 
ampliados de 20% para o limite de 40% da carga horária total do curso. 
Com relação ao acesso e à avaliação em Instituições de Educação Superior, 
Santos (2011, p. 10) destaca algumas importantes medidas implantadas pós-década 
de 1990 pelas políticas educacionais, sendo elas: Prouni, Enem e Enade. 
 
O Programa Universidade para Todos – PROUNI, lançado em 2004, 
consiste em concessão de bolsas de estudo para alunos de graduação em 
universidades privadas. São concedidas bolsas parciais para os estudantes 
cuja renda familiar, por pessoa, seja de até três salários mínimos, e bolsas 
integrais para aquelas cuja renda familiar é inferior a um salário e meio. 
Como forma de incentivar as universidades a participarem do programa, tem 
sido oferecida a isenção de impostos. As críticas que estão sendo feitas a 
este programa encontram-se vinculadas à redução de expectativas dos 
jovens das camadas mais pobres de terem acesso ao ensino superior 
público. (SANTOS 2011, p. 10) 
 
O Prouni é meta apontada pela reforma universitária (Lei 5.540/68), que gerou 
grandes mudanças na estrutura acadêmica e administrativa das Instituições de 
Educação Superior. No que se refere à gestão administrativa, a reforma universitária 
promoveu a “instituição do departamento como unidade única de ensino e pesquisa; 
a institucionalização da pesquisa e a centralização da tomada de decisão, na esfera 
federal, dos órgãos de administração” (BRASIL, 2012, p. 11). A Lei do Prouni 
(11.096/2005) tem mencionado no art. 1º, além de bolsas integral e parcial de 50%, 
benefícios parciais de 25% do valor do curso. 
 
Para participar do ProUni, o candidato deve atender inicialmente a dois pré-
requisitos básicos: a) ser aprovado no exame do Exame Nacional do Ensino 
Médio – Enem (nota mínima de 45 pontos), que funciona como elemento 
chave na distribuição de bolsas. Os estudantes que alcançam as melhores 
 
 
 
 
notas no Exame terão maiores chances de escolher o curso e a instituição 
em que estudarão; b) preencher uma série de exigências concernentes à 
trajetória acadêmica ou ao perfil profissional do potencial participante: ter 
renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos, ter cursado o 
Ensino Médio completo em escola pública, ou o Ensino Médio completo em 
escola privada com bolsa integral, ou ser portador de deficiência, ou, ainda, 
ser professor da rede pública de ensino básico, em efetivo exercício, 
integrando o quadro permanente da instituição e concorrendo a vagas em 
cursos de Licenciatura, Normal Superior ou Pedagogia, sendo que, neste 
caso, a renda familiar por pessoa não é considerada. (SEGENREICH 2009, 
p. 207-208) 
 
O Prouni é considerado por muitos autores, entre eles Catani et al. (2006), 
Segenreich (2009) e Santos (2011), uma política pública que democratiza o acesso 
às Instituições de Educação Superior e possibilita – e potencializa – a expansão do 
ensino superior. Entretanto Catani et al. (2006, p. 137) alertam que “cabe lembrar 
que o Prouni previa em sua primeira versão 20% das vagas de todo o enorme setor 
privado, percentual que despencou para ínfimos 8,5%. Apesar disso, observa-se, no 
geral, o aumento em 2019 na concessão de bolsas Prouni com a oferta de 225.555 
mil bolsas; sendo aproximadamente 74% de bolsas integrais e 26% de bolsas 
parciais de 50% da mensalidade. 
 
Um dos critérios de seleção para o ingresso no Ensino Superior com o uso de 
uma bolsa Prouni é por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), criado 
em 1988 com a meta de avaliar o desempenho do estudante antes do ingresso ao 
nível superior. 
A partir de 2009 medidas governamentais estimularam o uso do ENEM não 
apenas como um processo de avaliação do Ensino Médio, mas como forma 
de acesso ao ensino superior no Brasil. O Sistema de Seleção Unificada 
(Sisu) passou a operar em larga escala no processo de alocação dos 
candidatos às vagas. [...] Segundo o discurso oficial, a adoção do 
ENEM/Sisu contribuiu para a democratização das oportunidades de acesso 
às vagas oferecidas por Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), 
favorecendo de fato a mobilidade acadêmica e induzindo a reestruturação 
dos currículos do Ensino Médio. (SILVEIRA et al. 2015 p. 1101-1102) 
 
O ENEM é composto por testes de rendimento (provas) em quatro áreas do 
conhecimento (linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências 
humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática 
e suas tecnologias), que visam avaliar os saberes do aluno por meio da aplicação de 
testes objetivos compostos por 45 questões de múltiplas escolha, além de uma 
redação dissertativa com temática definida e critérios de correção bem delineados. 
(ANDRIOLA 2011). 
Se o ENEM registra a avaliação do desempenho do aluno, o Exame Nacional 
de Desempenho dos Estudantes (ENADE) – com instrumento avaliativo aplicado aos 
alunos de graduação ao final do primeiro e do último anos de curso – é um dos 
métodos utilizados pelo Ministério da Educação para avaliação dos cursos de 
graduação e como critério para promover o reconhecimento, a renovação ou a 
extinção de um curso. O ENADE (instituído pela Lei 10.861/2004) tem como objetivo 
mensurar o conhecimento dos alunos de graduação no que se refere ao conteúdo 
desenvolvido pelas instituições e sua correlação com os conteúdos programáticos 
propostos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores. 
A prova do ENADE é um instrumento avaliativo em larga escala composta de 
40 questões (Organograma 3) comuns a todos os cursos; um questionário de 
 
 
 
 
impressões dos estudantes sobre a prova; o questionário do estudante e o 
questionário do coordenador do curso. 
 
Organograma 3 – Composição da Prova ENADE 
 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020. 
 
De acordo com o art. 5º, § 5º, da Lei 10.861/2004, o Enade é “componente 
curricular obrigatório dos cursos de graduação, sendo inscrita no histórico escolar do 
estudante [...] atestada pela sua efetiva participação ou, quando for o caso, dispensa 
oficial pelo Ministério da Educação” (BRASIL, 2004, s. p.). O mesmo artigo, em seu § 
8º, determina que a avaliação “será expressa por meio de conceitos, ordenados em 
uma escala com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões mínimos estabelecidos 
por especialistas das diferentes áreas do conhecimento” (BRASIL, 2004, s. p.). 
 O exame é aplicado anualmente por grupos de áreas previamente definidos, 
sendo cada grupo submetido à aplicação do exame a cada três anos. Os grupos de 
áreas e datas de aplicação da avaliação são definidos por portaria publicada no site 
do INEP. No ano de 2020, as provas para os concluintes dos cursos de graduação 
estão marcadas para 22 de novembro de 2020, definidas pela Portaria 14, de 3 de 
janeiro de 2020. Os cursos que serão avaliados, de acordo com essa portaria são: 
Grau de licenciatura em: Artes visuais, Ciências da computação, Ciências biológicas, 
Ciências sociais, Educação física, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras – 
inglês, Letras – português, Letras – português e espanhol, Letras – português e 
inglês, Matemática, Música, Pedagogia, Química. Grau de bacharelado em: Ciências 
da computação, Ciências biológicas, Ciências sociais, Design, Educação física, 
Filosofia, Geografia, História, Química, Sistemas de informação. Grau de tecnólogo 
em: Tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas, Tecnologia em gestão 
da tecnologia da informação, Tecnologia em redes de computadores (INEP, s.d.). 
O calendário e as diretrizes são de responsabilidade do Inep e o resultados 
são publicados no ano seguinte à sua aplicação. Para uma Instituições de Educação 
Superior receber o Conceito Enade no curso avaliado, é necessário ter ao menos 
dois estudantes concluintes presentes na prova, com resultados válidos para fins de 
avaliação. A previsão de divulgação dos resultados e as estatísticas do exame de 
EN
A
D
E
Formação Geral
(25% da nota)
08 questõesde múltipla 
escolha 
02 questões discursivas
Conhecimento Específico
(75% da nota)
27 questões de múltipla 
escolha
03 questões discursivas
 
 
 
 
2019 está prevista, segundo o calendário do INEP, para agosto de 2020 e irá 
detalhar todos os indicadores avaliados; entre eles a nota ENADE por curso avaliado 
(Tabela 3). 
Tabela 3 – Conceito ENADE por Cursos com titulação de Bacharel 
 
Área de 
avaliação 
1 2 3 4 5 
Administração 1,6% 22,2% 51,0% 20,7% 4,5% 
Administração 
Pública 
15,5% 37,9% 20,7% 19,0% 6,9% 
Ciências 
Contábeis 
4,6% 32,3% 44,3% 14,8% 3,9% 
Ciências 
Econômicas 
10,0% 35,8% 38,4% 11,6% 4,2% 
Comunicação 
Social – 
Jornalismo 
3,2% 23,8% 41,8% 23,8% 7,4% 
Comunicação 
Social – 
Publicidade e 
Propaganda 
3,5% 22,3% 42,8% 22,5% 9,0% 
Design 3,3% 20,9% 36,6% 32,7% 6,5% 
Direito 2,9% 33,8% 43,4% 13,0% 6,9% 
Psicologia 3,8% 36,3% 38,4% 14,7% 6,9% 
Relações 
Internacionais 
1,0% 19,2% 48,1% 26,0% 5,8% 
Secretariado 
Executivo 
12,8% 25,6% 38,5% 12,8% 10,3% 
Serviço Social 6,9% 27,9% 40,1% 18,2% 6,9% 
Teologia 3,9% 14,6% 43,7% 31,1% 6,8% 
Turismo 7,7% 27,5% 25,3% 29,7% 9,9% 
Fonte: Inep (2019, p. 41). 
 
 
 Com o podemos identificar, há ainda um percentual significativo de 
Instituições de Educação Superior que atingem o limite na nota 3. Alunos com 
interesse em iniciar uma graduação, podem consultar a nota ENADE dos cursos 
desejados em determinada instituição de ensino, dessa forma identificando a 
qualidade de seu curso – e da futura instituição – de acordo com os padrões de 
qualidade definidos pelas políticas públicas de avaliação da educação superior. 
 
 
3. EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESENCIAL E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: 
PARECERES, NORMATIVAS, AVALIAÇÕES E INSTRUMENTOS 
 
De acordo com a Lei 9.131/95 (art. 1º), cabe ao CNE emitir pareceres sobre 
assuntos educacionais. Os atos Normativos do Conselho Nacional de Educação 
(CNE) – Súmulas, Pareceres e Resoluções – são organizados por temas 
relacionados à regulação e à supervisão da educação superior. 
Os Pareceres são um tipo de legislação regulamentadora e os temas 
contemplados – no que se refere à educação superior são: Aluno Especial / Aluno 
 
 
 
 
Regular/ Apostilamento de Diploma – Pedagogia; Áreas de conhecimento / Campos 
de Saber; Cobrança de Taxas; Conceito de Sede; Convalidação de Estudos; 
Credenciamento / Recredenciamento; Cursos de Teologia; Cursos Sequenciais no 
Ensino Superior; Cursos Superiores de Tecnologia; Denominações e Siglas de IES; 
Diretrizes Curriculares – Cursos de Graduação; Descredenciamento Voluntário; 
Educação a distância; Ensino Militar; Equivalência de Disciplinas; 
Estatutos/Regimento; Frequência / Faltas e Abono de Faltas; Hora-aula; Internato – 
Curso de Medicina; Notório Saber; Pós-graduação; Recursos Contra Decisões de 
Órgãos do MEC; Referenciais Orientadores para os bacharelados interdisciplinares e 
similares; Regime de Exercícios Domiciliares; Registro de Diplomas, Revalidação / 
Reconhecimento de Diplomas no Exterior; Transferência de Alunos; 
Transversalidade. 
Os Pareceres emitidos para a educação superior no Brasil pelo Conselho 
Nacional de Educação (CNE) compreendem o período de 1996 a 2020 abrangendo 
temáticas relacionadas à Educação Superior Presencial e Educação a Distância. Ao 
longo desse período, contabilizaram-se 8.466 pareceres publicados, sendo quase na 
sua totalidade referentes ao credenciamento, ao recredenciamento e a recursos 
contra decisão de pareces de descredenciamento de cursos de Instituições de 
Educação Superior. 
Os Pareceres emitidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para o 
Ensino Superior a distância, compreendendo o período de 1996 a 2020, totalizam 24 
publicações. Entre os Pareceres publicados, destaca-se o Parecer CNE/CES 
564/2015 (Quadro 7) pela abrangência de seu texto em relação ao credenciamento, 
avaliação da aprendizagem e nas diretrizes para a forma e o conteúdo dos materiais 
pedagógicos: 
 
Quadro 7 – Excertos do Parecer CNE/CES 564/2015 
Descritores Excertos 
Das Políticas Internas A modalidade EAD, em consonância com a legislação vigente, deve 
ser institucionalizada, e prevista no PDI/PPI e nos PPCs, tanto para 
os atos de entrada (autorização, credenciamento) quanto para 
reconhecimento de curso e para os atos de permanência 
(recredenciamento e renovação de reconhecimento de curso) da 
IES. 
Do Polo O polo é um prolongamento orgânico e funcional da sede, com 
atividades político pedagógicas e administrativas da IES a serem 
realizadas em nível local. Polo é um espaço acadêmico, capaz de 
abrigar as atividades de ensino, pesquisa e extensão, de acordo com 
a organização acadêmica de cada IES. Deve oferecer recursos 
humanos e infraestrutura compatíveis com a missão proposta no PDI 
e com os projetos pedagógicos dos cursos ofertados na modalidade 
EAD. 
Da avaliação da 
aprendizagem 
A avaliação da aprendizagem na EAD pode seguir modelos distintos, 
definidos no projeto político pedagógico dos cursos, envolvendo 
ambientes virtuais multimídias e interativos adotados; das 
 
 
 
 
estratégias, conteúdos e metodologias pedagógicas adotadas; dos 
meios em que se realiza e dos recursos e materiais didáticos 
utilizados, os quais devem estar previstos no PDI, PPI e nos PPCs. 
As avaliações da aprendizagem na EAD devem ser compostas de 
avaliações a distância e avaliações presenciais, sendo que as 
avaliações presenciais devem ser obrigatórias e prevalentes sobre 
outras formas de avaliação (Decreto 5.622/2005). Os momentos 
presenciais obrigatórios precisam ser devidamente planejados e 
claramente definidos, assim como os estágios obrigatórios previstos 
em lei, a defesa de trabalhos de conclusão de curso e as atividades 
relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso 
(BRASIL/MEC/SEED, 2007). 
Da Docência Online Nos cursos e programas de EAD, os professores, tutores e gestores 
são compreendidos como profissionais da educação superior com 
direitos (plano de carreira, política salarial, formação, condições de 
trabalho) e obrigações, relativas às atividades definidas pelos 
marcos legais e assegurados pela IES. Cabe à IES detalhar, 
claramente, em seu PDI, PPI e PPC, o papel desses profissionais 
vitais para a efetivação do PPC da IES, cujo trabalho pedagógico 
deve-se pautar por meio de planejamento coletivo e participativo. 
Referente ao currículo, os docentes em articulação com os tutores 
devem selecionar e elaborar o conteúdo curricular, bem como definir 
bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas 
quanto complementares, que possibilitem diversificar as 
possibilidades de acesso ao mesmo currículo. 
Dos materiais 
instrucionais 
Forma e conteúdo são indissociáveis. Por essa concepção, os 
recursos e materiais didáticos pedagógicos, analógicos e/ou digitais, 
devem estar garantidos e justificados no Projeto Político Pedagógico 
e em consonância com os ambientes virtuais multimídias e 
interativos, com a dinâmica pedagógica e com a garantia de efetivo 
acompanhamento pedagógico dos estudantes pelos profissionais da 
educação. A sua seleção e/ou produção deve ser definida em função 
do processo de ensino e aprendizagem explicitado no PPI e PPC. Na 
modalidade de Educação a Distância, toda a relação de ensino e 
aprendizagem requer o uso de material didático pedagógico, 
utilizando múltiplas linguagens: verbal, textual, hipertextual ou 
hipermidiática. O material didático inclui as atividades pedagógicas e 
seus recursos (livro, texto, vídeo, áudio, imagem, entre outros), 
articulados com as dinâmicas formativas, cujas concepções e 
estratégias pedagógicas devem contribuir para a melhoria da 
 
 
 
 
formação do estudante, que, por sua vez, deve ter assegurado seu 
acompanhamento pedagógico pelo professor e tutor, do mesmo 
modo a possibilidade de compartilhamento de sua formação com os 
colegas, a fim de contribuir para sua formação de qualidade, que 
propicie-lhedesenvolvimento cognitivo, crítico, ético e social do 
estudante. 
Do credenciamento As instituições credenciadas para oferta de cursos e programas a 
distância podem estabelecer parcerias e compartilhamento de polos 
em regime de colaboração. A IES credenciada responde acadêmica, 
pedagógica e financeiramente pelos programas e cursos de 
educação superior na modalidade EAD, sendo vedada à IES 
parceira assumir esses processos. O pedido de credenciamento para 
EAD observará, no que couber, as disposições processuais que 
regem o pedido de credenciamento. O ato de credenciamento para 
EAD considerará, como abrangência geográfica para atuação da 
instituição de educação superior, a sede da instituição acrescida dos 
polos de EAD. O pedido de credenciamento e recredenciamento 
institucional, e suas decorrências para educação superior, na 
modalidade a distância, respeitará as especificidades do Sistema 
UAB, instituído pelo Decreto 5.800/2006. 
Fonte: BRASIL (2015, s. p.) 
 
Com relação às normativas, sejam elas portarias ou instruções, são partes da 
legislação regulamentadora das políticas públicas educacionais; as portarias são 
documentos de atos administrativos instrucionais de aplicação de uma política, 
sendo as instruções compreendidas como atos administrativos instrucionais 
complementares as normativas de uma portaria. 
As Portarias Normativas que se referem à educação superior emitidas pelo 
Ministério da Educação, compreendendo o período de 2007 a 2018, totalizam 74 
publicações: 7 delas direcionadas à Educação a Distância; 24 com diretrizes 
voltadas à regulamentação de credenciamento, recredenciamento e 
descredenciamento de cursos de graduação; 13 direcionadas ao e-MEC. O e-MEC, 
instituído pela Portaria Normativa 40/2007, é um sistema eletrônico de fluxo de 
trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, 
avaliação e supervisão da educação no sistema federal de educação. 
Quanto à Educação Superior a Distância, a Portaria 1428/2018 autoriza a 
ampliação da carga horária de oferta de disciplinas na modalidade a distância em 
cursos de graduação presencial. 
 
Art. 2º As IES que possuam pelo menos 1 (um) curso de graduação 
reconhecido poderão introduzir a oferta de disciplinas na modalidade a 
distância na organização pedagógica e curricular de seus cursos de 
graduação presenciais regularmente autorizados, até o limite de 20% (vinte 
por cento) da carga horária total do curso. 
Parágrafo único. As disciplinas na modalidade a distância devem 
estar claramente identificadas na matriz curricular do curso, e o projeto 
 
 
 
 
pedagógico do curso deve indicar a metodologia a ser utilizada nestas 
disciplinas. 
Art. 3º O limite de 20% (vinte por cento) definido art. 2º poderá ser 
ampliado para até 40% (quarenta por cento) para cursos de graduação 
presencial, desde que também atendidos os seguintes requisitos: 
I – a IES deve estar credenciada em ambas as modalidades, 
presencial e a distância, com Conceito Institucional – CI igual ou superior a 
4 (quatro); 
II – a IES deve possuir um curso de graduação na modalidade a 
distância, com Conceito de Curso – CC igual ou superior a 4 (quatro), que 
tenha a mesma denominação e grau de um dos cursos de graduação 
presencial reconhecidos e ofertados pela IES; 
III – os cursos de graduação presencial que poderão utilizar os 
limites definidos no caput devem ser reconhecidos, com Conceito de Curso 
– CC igual ou superior a 4 (quatro); e 
IV – A IES não pode estar submetida a processo de supervisão, nos 
termos do Decreto 9.235, de 2017, e da Portaria Normativa MEC 315, de 4 
de abril de 2018. (BRASIL, 2018, s. p.) 
 
As Instruções Normativas que se referem a Educação Superior emitidas pela 
Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), 
compreendendo o período de 2013 a 2017, totalizam 12 publicações com textos 
complementares a determinadas Portarias Normativas. 
Sob o prisma da normalização da EAD, de acordo com Marques (2004 apud 
Costa e Faria 2008). 
 
[...] o marco cronológico é 1996, quando a Lei 9.394/96 oficializa a era 
normativa da educação a distância no Brasil pela primeira vez, como 
modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Pela 
primeira vez, na história da legislação ordinária, o tema da EAD se converte 
em objeto formal. No ano seguinte, iniciaram-se os primeiros cursos de pós-
graduação, mas somente dois anos depois, em 1999 que o MEC (Ministério 
da Educação) começou a se organizar para credenciar oficialmente 
instituições universitárias para atuar na EAD, processo que ganhou corpo 
em 2002. (MARQUES 2004 apud COSTA e FARIA, 2008, p. 4) 
 
O Decreto 5.622/05 indica que os atos governamentais relacionados à EAD 
deverão ser pautados pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância. 
Tal decreto direciona-se, em maior abrangência, para a educação superior, com 
diretrizes que propõem a padronização de normas e procedimentos para a educação 
ofertada na modalidade a distância. De acordo com Lemgruber (2009, p. 153): 
 
Este documento especifica oito tópicos dos quais se encontram: [...] 
concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; 
sistemas de comunicação; material didático; avaliação; equipe 
multidisciplinar; infraestrutura de apoio; gestão acadêmico-administrativa e 
sustentabilidade financeira. 
 
As diretrizes propostas pelo MEC presentes nos Referenciais de Qualidade 
para a Educação Superior a Distância: 
 
[...] circunscrevem-se no ordenamento legal vigente em complemento às 
determinações específicas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do 
Decreto 5.622, de 20 de dezembro de 2005, do Decreto 5.773 de junho de 
2006 e das Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007. Embora 
seja um documento que não tem força de lei, ele será um referencial 
norteador para subsidiar atos legais do poder público no que se referem aos 
 
 
 
 
processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade 
citada. No Decreto 5.622, ficou estabelecida a política de garantia de 
qualidade no tocante aos variados aspectos ligados à modalidade de 
educação a distância, notadamente ao credenciamento institucional, 
supervisão, acompanhamento e avaliação, harmonizados com padrões de 
qualidade enunciados pelo Ministério da Educação. Entre os tópicos 
relevantes do Decreto, tem destaque: 
a) a caracterização de EaD visando instruir os sistemas de ensino; 
b) o estabelecimento de preponderância da avaliação presencial 
dos estudantes em relação às avaliações feitas a distância; 
c) maior explicitação de critérios para o credenciamento no 
documento do plano de desenvolvimento institucional (PDI), principalmente 
em relação aos polos descentralizados de atendimento ao estudante; 
d) mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do 
número de vagas na educação superior, desvinculada da previsão de 
condições adequadas; 
e) permissão de estabelecimento de regime de colaboração e 
cooperação entre os Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de 
Educação e diferentes esferas administrativas para: troca de informações; 
supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de 
procedimentos e articulação de agentes; 
f) previsão do atendimento de pessoa com deficiência; 
g) institucionalização de documento oficial com Referenciais de 
Qualidade para a educação a distância. (BRASIL (2007, p. 2-6) 
 
No que concerne à legislação que dispõe sobre o exercício das funções de 
regulação, supervisão e avaliação das Instituições de Educação Superior e dos 
cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino, 
temos os textos do Decreto 9.235/2017 (revoga o Decreto 5.773/2006, que revogou 
o Decreto 3.860/2001, que revogou o Decreto 2.026/1996). No que tange à 
avaliação, o Decreto 9.235/2017 determina diretrizes referentes ao sistema de 
avaliação, das competências dos órgãos avaliadores, da avaliação das instituiçõesde educação superior e dos cursos superiores de graduação e pós-graduação, bem 
como da avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes de cursos de 
graduação por meio do Enade. 
Referente a competências dos órgãos avaliadores, o Decreto 9.235/2017 faz 
determinadas distribuições (Quadro 8). 
 
Quadro 8 – Competência dos Órgãos Avaliadores 
 
Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação 
Superior – SINAES 
Art. 1º – § 3º A avaliação será realizada por meio do 
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – 
Sinaes, com caráter formativo, e constituirá o referencial 
básico para os processos de regulação e de supervisão da 
educação superior, a fim de promover a melhoria de sua 
qualidade. § 4º As funções de supervisão e de avaliação 
poderão ser exercidas em regime de cooperação com os 
sistemas de ensino estaduais, distrital e municipais. 
Ministro de Estado da 
Educação 
Art. 4º Ao Ministro de Estado da Educação compete aprovar 
os instrumentos de avaliação elaborados pelo Inep. 
Compete ao CNE Art. 6º Compete ao CNE: III – propor diretrizes e deliberar 
 
 
 
 
sobre a elaboração dos instrumentos de avaliação para 
credenciamento e recredenciamento de instituições a serem 
elaborados pelo Inep. 
Compete ao INEP Art. 7º Compete ao Inep: as ações destinadas à avaliação 
de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; e 
o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade, 
os exames e as avaliações de estudantes de cursos de 
graduação; a constituição e a manutenção de bancos de 
avaliadores e colaboradores especializados, incluída a 
designação das comissões de avaliação. III – elaborar e 
submeter à aprovação do Ministro de Estado da Educação 
os instrumentos de avaliação externa in loco , em 
consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de 
Regulação e Supervisão da Educação Superior e pelos 
outros órgãos competentes do Ministério da Educação; IV – 
conceber, planejar, avaliar e atualizar os indicadores dos 
instrumentos de avaliação externa in loco , em consonância 
com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e 
Supervisão da Educação Superior do Ministério da 
Educação. 
Compete à CONAES Art. 8º Compete à Conaes: I- propor e avaliar as dinâmicas, 
os procedimentos e os mecanismos de avaliação 
institucional, de cursos e de desempenho dos estudantes; II 
– estabelecer diretrizes para organização das comissões de 
avaliação, analisar relatórios, elaborar pareceres e 
encaminhar recomendações às instâncias competentes; III – 
formular propostas para o desenvolvimento das IES, com 
base nas análises e recomendações produzidas nos 
processos de avaliação; IV – articular-se com os sistemas 
estaduais de ensino, com vistas ao estabelecimento de 
ações e critérios comuns de avaliação e supervisão da 
educação superior. 
Fonte: BRASIL (2017, s. p.) 
 
Em relação à avaliação das Instituições de Educação Superior e dos cursos 
superiores de graduação e de pós-graduação, o Decreto 9.235/2017 estabelece 
determinadas normativas sobre os termos de avaliação no âmbito do SINAES (art. 
79), os processos de avaliação realizados pelo SINAES (art. 80), dos critérios da 
avaliação externa (art. 81, 82 e 83) e da composição das comissões de avaliação 
(art. 84 e 85). Os cursos de Educação Superior passam por três tipos de avaliação: 
para autorização, para reconhecimento e para renovação de reconhecimento. 
 
 
 
 
A avaliação para autorização se refere à autorização para abertura de cursos 
e é feita in loco por avaliadores determinados pelo MEC; esse tipo de autorização 
segue parâmetros predeterminados com base em três dimensões: a organização 
didático-pedagógica; o corpo docente e técnico-administrativo e as instalações 
físicas (INEP, s. d.). 
A avaliação para reconhecimento é realizada também in loco por avaliadores 
determinados pelo MEC e tem como objetivo verificar se houve cumprimento do 
projeto apresentado na autorização. A avaliação por reconhecimento analisa: a 
organização didático-pedagógica, o corpo docente, discente, técnico-administrativo e 
as instalações físicas (INEP, s. d.). 
A avaliação para renovação de reconhecimento é realizada a cada triênio – 
de acordo com o Ciclo Sinaes – e é feita in loco por avaliadores determinados pelo 
MEC. Nesse tipo de avaliação, é calculado o Conceito Preliminar do Curso (CPC). 
De acordo com Campos (2013, p. 24) “os resultados da avaliação de IES, de 
cursos e de desempenho dos estudantes constituem-se referencial básico para 
regulação e supervisão da Educação Superior”. Para a autora, “o alinhamento entre 
os três componentes (Quadro 10) propõe a efetivação da qualidade do ensino e 
contribui para o desenvolvimento acadêmico e tecnológico do País” (CAMPOS 2013, 
p. 24, grifo nosso). 
 
Quadro 10 – Instrumentos e componentes da avaliação da educação superior 
Instru
mentos 
Avaliação Institucional 
(AI) – Instituição 
Avaliação dos Cursos 
de Graduação (ACG) – 
O curso 
Exame Nacional de 
Desempenhos dos 
Estudantes (Enade) – 
O Estudante 
Características
/ Componentes 
Autoavaliação 
Realizada pela 
própria IES, por meio 
da constituição da 
Comissão Própria de 
Avaliação (CPA) 
Avaliação in loco 
realizada pelas 
Comissões de 
Especialistas/ 
Avaliadores cadastrados 
no Banco de 
Avaliadores do Sinaes 
(Basis) 
Prova; questionário 
socioeconômico, 
questionário de 
impressões sobre a 
prova, questionário de 
curso. 
Avaliação institucional 
externa in loco 
realizada pelas 
Comissões de 
Especialistas/ 
Avaliadores 
cadastrados do Banco 
de Avaliadores do 
Sinaes (Basis). 
Credenciamento e 
recredenciamento de 
instituições 
Autorização e 
reconhecimento e 
renovação de 
reconhecimento de 
cursos de graduação. 
A prova é aplicada a 
cada ano a estudantes 
(ingressantes e 
concluintes) de 
diferentes grupos de 
área. 
Objetivos Avaliar as dez 
dimensões do Sinaes 
Identificar as condições 
de ensino oferecidas 
aos estudantes, em 
especial as relativas ao 
perfil do corpo docente, 
às instalações físicas e 
à organização didático-
pedagógica 
Avaliar o desempenho 
do estudante com 
relação aos conteúdos 
programáticos 
previstos nas diretrizes 
curriculares das áreas, 
bem como as 
competências e as 
habilidades 
necessárias à 
formação profissional 
 
 
 
 
e à formação geral 
Documentos 
de informação 
do sistema 
Relatório de 
autoavaliação 
produzido pela 
Comissão Própria de 
Avaliação (CPA) 
Censos da Educação 
Superior – Inep 
Cadastros de IES e 
cursos Plano de 
Desenvolvimento 
Institucional (PDI) 
Regimento e estatuto 
da IES Projetos 
pedagógicos da IES 
Projetos de extensão 
da IES Plano de 
cargos e salários 
Plano de qualificação 
docente Cadastro e 
atas de 
funcionamento da 
CPA 
Censos da Educação 
Superior – Inep 
Cadastro de IES e 
cursos Regulamento do 
curso Projeto 
Pedagógico do curso 
com matriz curricular 
Projetos de extensão do 
curso Planos de estágio 
Cadastro de docentes 
Relatórios do Inep 
Censos da Educação 
Superior– Inep 
Cadastro de IES e 
cursos Lista de 
matrículas de 
ingressantes e 
concluintes fornecidos 
pela IES Endereço dos 
estudantes 
Fonte: Campos (2013, p. 25). 
 
No que se refere à avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes de 
cursos de graduação por meio do ENADE, o Decreto 9.235/2017 estabelece que: 
 
[...] Art. 88. Os instrumentos de avaliação do Enade serão compostos a 
partir de itens do Banco Nacional de Itens da Educação Superior – BNI-ES a 
ser mantido pelo Inep. 
§ 1º O BNI-ES do Inep é um acervo de itens elaborados com objetivo de 
compor instrumentos de avaliação da educação superior, assegurados os 
critérios de sigilo, segurança, ineditismo e qualidade técnico-pedagógica. 
§ 2º Os itens serão propostos por docentes colaboradores, selecionados 
mediante edital de chamada pública a ser realizado pelo Inep, com vistas à 
democratização e à representatividade regional do banco. (BRASIL 2017, s. 
p.) 
 
O BNI-ES do Inep foi criado em 2010 com a meta dereunir questões de 
qualidade técnica que permitam avaliar o conhecimento dos estudantes em relação 
aos conteúdos programáticos, habilidades e competências previstas nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais dos cursos de graduação. O Guia de Elaboração e Revisão 
de Itens produzido pelo Inep traça as diretrizes para a construção e revisão de itens 
para testes de avaliação e aborda: definições e conceitos; estrutura do item de 
múltipla escolha; etapas para elaboração de item; especificações para apresentação 
do item; etapas de validação de item e protocolo de revisão de item. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estudo apresentado evidenciou o grau de complexidade da legislação que 
organiza o Ensino Superior. Delineou as competências dos órgãos públicos que 
regulamentam o Ensino Superior no Brasil, e os critérios estabelecidos para 
avaliação das Instituições de Educação Superior, dos cursos de graduação 
ofertados na modalidade presencial e na modalidade a distância. 
 
 
 
 
Complementarmente a essa discussão, observou-se a sistematização das 
diretrizes responsáveis pelo credenciamento, recredenciamento e 
descredenciamento de cursos de graduação e Instituições de Educação Superior. 
Destacou-se, ainda, a importância do conhecimento das Diretrizes Curriculares 
Nacionais dos Cursos Superiores que servem de base à construção dos 
instrumentos de avaliação. 
Em síntese, o presente estudo demonstrou a necessidade – para gestores e 
educadores das Instituições de Educação Superior – de domínio da legislação que 
determina a Estrutura do Sistema Educativo Brasileiro e compõe suas 
especificidades. 
De fato, observamos que as reformulações na legislação educacional vão 
sendo construídas a partir da necessidade de adequação às mudanças 
educacionais. 
Se considerarmos a criação da primeira instituição de Ensino Superior no 
Brasil em relação a outros países, identificamos que ainda há um longo caminho a 
ser percorrido para diminuir a distância das composições administrativas, 
curriculares e de gestão das universidades brasileiras. 
Um dos pontos de destaque se refere exatamente ao ingresso do aluno ao 
Ensino Superior por meio de provas de seleção que, potencialmente, podem 
aumentar o grau de exclusão de alunos de baixa renda. Soma-se a esse fator o 
aumento de instituições privadas e a disposição dos espaços físicos em grandes 
centros. 
Para atuar de forma a ampliar o acesso ao Ensino Superior, algumas políticas 
educacionais surgiram com grande impacto na democratização de acesso à 
educação superior, entre eles: a Universidade Aberta do Brasil e o Prouni. 
 
 
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https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40602006000200009&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40602006000200009&script=sci_arttext&tlng=pt
https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1532/845

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