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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Equipe de Elaboração Instituto Mineiro de Formação Continuada Coordenação Geral Ana Lúcia Moreira de Jesus Gerência Administrativa Marco Antônio Gonçalves Professor-autor M.ª Thaís de Sousa e Souza Coordenação de Design Instrucional do Material Didático Eliana Antonia de Marques Diagramação e Projeto Gráfico Cláudio Henrique Gonçalves Revisão Ana Lúcia Moreira de Jesus Mateus Esteves de Oliveira ZAYN –Instituto Mineiro de Formação Continuada Travessa Antônio Olinto, 33 – Centro Carmópolis de Minas – MG CEP: 35.534-000 TEL: (37) 33332233 contato@institutozayn.com.br Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Boas-vindas Olá! É com grande satisfação que o ZAYN – Instituto Mineiro de Formação Continuada agradece por escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus estudos. Nós do ZAYN estamos empenhados em oferecer todas as condições para que você alcance seus objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do processo de aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno. Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de nossas atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o principal agente de sua formação e que, devido a isso, merece um material didático atual e completo, que seja capaz de contribuir singularmente em sua formação profissional e cidadã. Some- se a isso também, o devido respeito e agilidade de nossa parte para atender à sua necessidade. Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no processo de formação continuada de modo independente e eficaz, pautado pela assiduidade e compromisso discente. Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer a você total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em consonância, a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a modalidade de cursos on- line, você terá autonomia para formular seu próprio horário de estudo, respeitando os prazos de entrega e observando as informações institucionais presentes no seu espaço de aprendizagem virtual. Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional, esperamos que amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha aprimorado seu conhecimento crítico acerca de temas relevantes ao exercício no trabalho e na sociedade que atua. Ademais, agradecemos por seu ingresso ao ZAYN e desejamos que você possa colher bons frutos de todo o esforço empregado na atualização profissional, além de pleno sucesso na sua formação ao longo da vida. Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar “Na escola, o orientador educacional é um dos membros da equipe gestora, ao lado do diretor e do coordenador pedagógico. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno, dando suporte a sua formação como cidadão, à reflexão sobre valores morais e éticos e à resolução de conflitos”. Raissa Pascoal Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Organização do conteúdo: Prof.ª M.ª Thaís de Sousa e Souza PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR ZAYN EMENTA: Nesta disciplina estudaremos os fundamentos teóricos das Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar, com foco nas funções, práticas e habilidades do orientador educacional. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - Introdução: as Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar; 1. Um Breve Histórico sobre a Orientação Educacional; 2. As Características do Orientador Educacional; 3. As Práticas do Orientador Educacional; 4. Atuação, Habilidades e Competências do Orientador Educacional; - Leitura Complementar; - Referências. Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA Curso: Disciplina: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR Carga Horária: 40 horas EMENTA Nesta disciplina estudaremos os fundamentos teóricos das Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar, com foco nas funções, práticas e habilidades do orientador educacional. OBJETIVOS Formar especialistas para atuarem no campo da Orientação Educacional. A disciplina destina-se a todos os profissionais licenciados que desejam especializar-se na área de Orientação Escolar, oferecendo subsídios teórico- metodológicos para que os profissionais aprendam com seu próprio ato pedagógico e a partir dele, diagnosticar problemas, programar e realizar atividades centradas nas inovações das práticas escolares, promovendo a qualidade das atividades curriculares, criando condições favoráveis ao desenvolvimento das potencialidades da comunidade escolar, num ambiente de cooperação e fortalecimento da integração entre os grupos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - Introdução: as Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar 1. Um Breve Histórico sobre a Orientação Educacional 2. As Características do Orientador Educacional 3. As Práticas do Orientador Educacional 4. Atuação, Habilidades e Competências do Orientador Educacional - Leitura Complementar - Referências Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar SUMÁRIO Introdução: as Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar 09 1. Um Breve Histórico sobre a Orientação Educacional 09 2. As Características do Orientador Educacional 11 3. As Práticas do Orientador Educacional 12 4. Atuação, Habilidades e Competências do Orientador Educacional 18 Leitura Complementar 23 Referências 24 7 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ORIENTAÇÃO ESCOLAR Introdução: as Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar A presente apostila aborda as práticas e a missão do profissional em Orientação Educacional. Para tanto, faz-se necessário uma reflexão crítica sobre os fatores relativos ao processo educacional e sobre as questões ligadas às relações entre os diversos segmentos atuantes na escola, tendo em vista, a produção coletiva do projeto político pedagógico, os docentes, discentes, direção, família e toda a comunidade escolar. Não é coerente tratar sobre a atuação do trabalho do Orientador Profissional sem mencionar o seu contexto e os interlocutores que estão diretamente dentro de uma instituição de ensino, onde vivenciam quase as mesmas experiências, conflitos e desafios pertinentes na educação. Diante disso, é preciso ter como ponto de partida, a necessidade de discorrer sobre os aspectos citados para melhor compreensão da prática dos especialistas educacionais que visam facilitar a realização de uma atividade mais satisfatória possível para todos àqueles que compõem o cenário institucional. Diante dessas premissas, este estudo compõe-se de capítulos, todos eles voltados para a teoria e a prática da ação sócio-educativa do orientador educacional. 1. Um Breve Histórico sobre a Orientação Educacional A Orientação Educacional no Brasil surge na década de vinte em São Paulo, no Liceu de Artes e Ofícios, criada pelo engenheiro Suíço Roberto Mangue em que o serviço era de orientação profissional e seleção no curso de mecânica. Em 1931, a Orientação Educacional torna-se oficial pelo professor Lourenço Filho que organizou o primeiro serviço Público de Orientação Educacional e Profissional, sendo extinta em 1935. Segundo Grinspun (2001, p. 17) esse período é denominado implementador, pois menciona que a “orientação começa a aparecer no cenário educacional brasileiro timidamente associado à Orientação Profissional, com ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profissional”. A Orientação Educacional foi introduzida em lei algunsanos depois. Foi a partir da Reforma do Ensino em 1942, em que surgiu a Lei Orgânica do Ensino Industrial 8 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar que instituiu o Serviço de Orientação Educacional com a finalidade de correção e encaminhamento dos alunos com problemas e de elevação das qualidades morais por meio do regime autoritário buscando a adaptação dos alunos na sociedade. Nesse período foram descritas as funções do Orientador Educacional e feitas às regulamentações do cargo de Orientador. Pode-se dizer que o Orientador surgiu a partir da era industrial, pois começava o afastamento dos pais de casa para o trabalho ficando assim os filhos em casa. O Orientador passou a ser visto como o conhecimento da realidade do educando, portador de dificuldades que necessitavam ser atendidas e a dedicação à adequação do educando na escola, no lar e no mundo do trabalho. Em 1961 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 4024/61) instituiu nas escolas de Ensino Médio e Ensino Primário a Orientação tendo uma ação educativa voltada para a Orientação Educacional e Vocacional em cooperação com a família. Em 1968 foi promulgada a Lei 5564/68 Lei do Ensino Superior onde esta prevê o exercício da profissão do Orientador em que foi confirmada a linha psicológica e a função de prevenção. Em 1971 foi promulgada a Lei 5692/71 que ajusta os três níveis de ensino buscando a qualificação para o trabalho. Portanto, nessa Lei instituiu-se a habilitação profissional no segundo grau, a iniciação para o trabalho e a sondagem de aptidões no primeiro grau. A lei também obrigou a Orientação Educacional em todas as escolas realizando o trabalho de Orientação Vocacional em ação com a família e comunidade. Em Grinspun (2001, p. 20) “o orientador deveria realizar o aconselhamento Vocacional em cooperação com a família, escola e sociedade, na realidade o que realizou foi uma informação profissional”. No final da década de 70, se percebeu a falta de compromisso das escolas e seus profissionais tentando então, resgatar a importância da escolaridade para a sociedade. E foi somente na década de 80 que se questionou sobre a formação profissional dos Orientadores Educacionais e sua prática, realizando cursos de atividades integradas com supervisores com trabalho voltado para o currículo para um melhoramento desse profissional. Ainda de acordo com Grinspun (2001, p. 21) “o orientador desejava trazer a realidade do aluno para dentro da escola, portanto, começa a discutir suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim, o seu mundo lá fora”. 9 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Nesse período começa a ser exigido do orientador um maior compromisso político com o momento histórico que se estava passando, ou seja, o orientador percebe a educação como parte do contexto socioeconômico, político, cultural buscando dar novo sentido a antigas práticas que estavam fragmentadas dos anos anteriores. Retomada toda a trajetória do Orientador Educacional percebe-se que seu trabalho sempre esteve vinculado apenas ao indivíduo e seus problemas, hoje a figura do orientador está não só ao indivíduo, mas em toda a escola, ultrapassando a prática com pressupostos psicológicos. O Orientador Educacional no contexto atual segundo Grinspun (2001, p. 29), diz “respeito basicamente ao estudo da realidade do aluno, trazendo para dentro da escola, no sentido de melhor promoção no seu desenvolvimento”. Portanto, busca-se formar um aluno para uma nova era, em que a ciência e a tecnologia trazem para o homem novas necessidades o qual tem de se adaptar. 2. As Características do Orientador Educacional Na instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis. Apesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm diferenças marcantes de atuação. "O profissional de sala de aula está voltado para o processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como Geografia ou Matemática", define Mírian Paura, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "Já o orientador não tem currículo a seguir. Seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando." Embora esse seja um papel fundamental, muitas escolas não têm mais esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém desempenhando as mesmas funções. Para Clice Capelossi Haddad, orientadora educacional da Escola da Vila, em São Paulo, "qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais". O que não deve ser confundido com as funções do psicólogo escolar, que 10 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O orientador educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamento com colegas, vivências familiares. 2.1 – O que ele faz? Contribui para o desenvolvimento pessoal do aluno. Ajuda a escola a organizar e realizar a proposta pedagógica. Trabalha em parceria com o professor para compreender o comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em relação a eles. Ouve, dialoga e dá orientações. 3. As Práticas do Orientador Educacional Antes tido como o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problema" a psicólogos, o orientador educacional ganhou uma nova função, perdeu o antigo e pejorativo rótulo de delegado e hoje trabalha para intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldade de aprendizagem. Regulamentado por decreto federal, o cargo é desempenhado por um pedagogo especializado (nas redes públicas, sua presença é obrigatória de acordo com leis municipais e estaduais). Enquanto o coordenador pedagógico garante o cumprimento do planejamento e dá suporte formativo aos educadores, ele faz a ponte entre estudantes, docentes e pais. Para ter sucesso, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações. Do contrário, passa a se dedicar aos incêndios diários. "Garantir a integração dos atores educacionais e avaliar o processo evita a dispersão", explica Sônia Aidar, titular do posto na Escola Projeto Vida, em São Paulo. É também seu papel manter reuniões semanais com as classes para mapear problemas, dar suporte a crianças com questões de relacionamento e estabelecer uma parceria com as famílias, quando há a desconfiança de que a dificuldade esteja em casa. "Antes, o cargo tinha mais um enfoque clínico. A rotina era ser o responsável 11 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar por encaminhar alunos a especialistas, como médicos, fonoaudiólogos etc.", explica Sônia. Recentemente, o orientador passou a atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de aprendizagem. "Essa mudança tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygostky (1896-1934) e Henri Wallon (1879-1962), nos projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais pautados pela psicologia do desenvolvimento - o estudo científico das mudanças de comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa". Em algumas redes, como em Guarulhos, na Grande São Paulo, essa ajuda vem de fora. A organização não governamental Lugar de Vida, por exemplo,foi contratada pela prefeitura para prestar o serviço de orientação. O programa foi pensado para que a equipe da escola tenha encontros quinzenais, de duas horas cada um, com o pessoal da entidade para falar sobre dificuldades diversas. As primeiras reuniões geralmente se iniciavam com um longo silêncio, mas terminavam com os participantes contando experiências muitas vezes traumáticas. "Percebi logo que não se costuma falar sobre esses problemas. Os docentes têm dificuldade em compartilhá-los com seus pares e, com isso, acabam por não resolvê- los", conta Fernando Colli, psicanalista e coordenador da Lugar de Vida. Quando essa dinâmica está incorporada à unidade de ensino, o trabalho flui de forma mais contínua. Para mostrar como isso funciona, ouvimos três orientadores com perfis distintos. Todos foram convidados a narrar seu dia-a-dia em textos em primeira pessoa - você confere o resultado abaixo. Maria Eugênia de Toledo, da Escola Projeto Vida, fala sobre como é lidar diretamente com crianças e jovens. O relato de Lidnei Ventura, da EBM Brigadeiro Eduardo Gomes, em Florianópolis, é um bom exemplo da rotina de quem trabalha lado a lado com os professores. E Suzana Moreira Pacheco, titular do posto na EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, em Porto Alegre, conta como é ser o elo com a comunidade. 3.1 – Convívio e Parceria com os Estudantes 12 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola "Meu nome é Maria Eugênia Toledo e, desde 2002, sou orientadora responsável por sete turmas do 6º e do 7º ano da Escola Projeto Vida, em São Paulo. A demanda de acompanhamento dos jovens é grande. O desafio é não descuidar do coletivo, ao mesmo tempo que desenvolvemos uma série de intervenções individuais. Recentemente, precisei sentar e conversar com um aluno que fez uma coisa errada. Os professores reclamavam que ele dava trabalho e provocava os colegas. Em nossa conversa, ele chorou muito e desabafou: ninguém enxergava suas qualidades. Eu disse: 'Você tem de mostrar seu lado bom. É sua meta. Combinado?' Ele respondeu que sim. Estávamos de acordo. Uma semana depois, a escola promoveu um passeio à exposição Diálogos no Escuro (ambiente em que se simula o cotidiano dos deficientes visuais), na cidade de Campinas, a 98 quilômetros de São Paulo. Esse estudante foi. Para minha surpresa, quando estávamos no escuro para conversar com os guias cegos, ele fez as melhores perguntas. Queria saber se os guias eram vaidosos, como era o dia-a-dia deles etc. No fim do programa, um deles perguntou o nome do aluno e disse: 'Eu enxergo muitas coisas boas em você'. A reação do estudante foi incrível. Ele me disse, comovido: 'Puxa, o cara não enxerga, mas viu minhas qualidades'. Essas situações trazem um efeito positivo para toda a vida da pessoa. Para fazer parte do convívio dos estudantes, chego meia hora antes do início das aulas, às 7 da manhã. Acho que o orientador não pode atuar só em classe, por isso acompanho a circulação no pátio, nos intervalos e nas atividades de grupo fora de sala. Estou sempre circulando entre eles. Além disso, temos um encontro semanal com cada uma das turmas. Funciona como se fosse uma aula dentro da grade curricular, mas tem uma especificidade de temas. Por exemplo, do 6º ao 9º, eles passam pelo Projeto Vida e Saúde, no qual 13 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar discutimos questões como alimentação, drogas, sexualidade, mídia e relação com o corpo. No 7º ano, trabalhamos a entrada na adolescência. Nesses encontros, elaboramos cartazes com três colunas (eu critico, eu solicito, eu quero discutir) em que os estudantes, de forma anônima, colocam os fatos - sempre os fatos. Então, conversamos sobre cada assunto por categoria (respeito entre eles, uso inadequado do espaço etc.). As soluções vêm do grupo. Todos pensam sobre como têm administrado os próprios conflitos. Incentivamos a formação de uma pessoa crítica, sempre em conjunto com o professor e a família". 3.2 – Ponte Entre a Turma e os Professores Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola "Sou Lidnei Ventura, orientador da EBM Brigadeiro Eduardo Gomes. Aqui, na rede pública de Florianópolis, a portaria nº 6 de 2006 estabelece uma proporção entre os orientadores educacionais e o número de alunos por escola. Muitas vezes, como no meu caso atualmente, esses profissionais acumulam a função com a coordenação pedagógica. Moderamos as relações na unidade de ensino, verificando problemas e buscando soluções conjuntas. Tudo isso sem perder de vista o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Por isso mesmo, nosso contato com os professores tem de ser muito próximo. Como temos 750 alunos na unidade, a demanda é bem grande. Recebo diversos tipos de situação, como casos de indisciplina, dificuldade de aprendizagem 14 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar e baixa frequência. Às vezes, observo um descompasso entre o docente e a história das famílias. Nesses casos, cabe a mim fazer a ponte. No ano passado, por exemplo, os educadores vieram me avisar, preocupados, sobre um aluno que estava vivenciando a separação dos pais: 'Lidnei, ele parou de vir à escola'. Acontece. A criança fica perdida nessa hora. Não está pronta para passar por aquilo e pode até desistir dos estudos por causa disso. Eu e os professores nos juntamos para estimular o estudante a voltar para as aulas - afinal, estávamos perto do fim do ano escolar. Ligamos para os pais, pedindo que eles continuassem a trazê-lo. Conversamos individualmente com os amigos mais chegados ao rapaz para que eles pudessem de alguma forma ajudar. Queríamos, além de tudo, incentivar a solidariedade entre eles. O resultado foi incrível. Pouco a pouco, o aluno foi voltando à escola. Se não fossem os educadores atuantes, fazendo essa ponte com a orientação, perderíamos o jovem. E ele ficaria atrasado nos estudos. Toda essa interação com os professores é feita no dia-a-dia ou durante as reuniões pedagógicas trimestrais e de planejamento (mensais), quando discutimos também as temáticas que têm a ver com o cotidiano educacional na escola, sempre buscando ajudar o docente a encontrar o melhor caminho para o aluno. Do 1º ao 5º ano, o professor é quem passa para o orientador as informações sobre os alunos, já que é possível manter um contato mais individualizado com a turma. Do 6º ano em diante, existe uma dificuldade maior. Até o docente conseguir identificar os problemas de aprendizagem, leva tempo. Por isso, preciso ajudá-lo, contando a história de cada aluno, as dificuldades ou habilidades, quem é a família e quem devemos chamar à escola em caso de complicações. São dados que levanto em conversas que tenho com cada jovem em outros momentos. Outra questão é que acredito ser fundamental o contato dos professores com os pais. Nossa unidade não é uma ilha. É preciso discutir em conjunto o desenvolvimento das crianças. Com esse objetivo, programamos alguns eventos de interação - previstos para esse ano. Queremos chamá-los para alguns ciclos de palestras sobre as problemáticas da adolescência. É o nosso desafio em 2009: desenvolver projetos que tragam a comunidade para dentro do espaço da unidade de ensino de forma planejada e produtiva". 3.3 – Os Pais como Aliados no Ensino dos Filhos 15 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola "A EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da Silva, em Porto Alegre, foi uma conquista da comunidade do Morro Alto - que se mobilizou pela construção da escola junto à prefeitura. Por isso, o entorno está muito presente em nosso dia-a-dia. Tudo isso representa uma satisfação para mim, Suzana Moreira Pacheco, orientadora da unidade. Comoforma de perpetuar essa relação, sempre busco prestar apoio ao professor, ao estudante e à família. Junto aos pais, particularmente, promovo entrevistas e acolhimento de alunos que estejam chegando. Participamos ainda de fóruns ligados à proteção da criança e do adolescente e realizamos grupos de reflexão com a comunidade. Tenho muitos casos interessantes que mostram o sucesso do trabalho. Um deles é o de uma família bastante carente que chegou à comunidade. Eles viviam em situação muito precária, num ambiente de dois cômodos com cinco filhos, uma matriculada em nossa unidade. Além disso, a mãe, Lusia Flores Machado (que aparece comigo na foto), nem sempre se entendia com a gente. Em poucos dias, a aluna começou a faltar. Não pensei duas vezes: fui até a casa da família buscá-la. Às vezes, chegava e eles me diziam: 'Ela se atrasou hoje...' Eu respondia que não tinha importância. Esperava que eles a aprontassem e levava a menina para a aula, mesmo atrasada. Cansei de ir buscar essa aluna em sua residência. Depois, o problema virou o material escolar. Vira e mexe, ela chegava sem nada para anotar. O fato é que todas as pessoas da família utilizavam o caderno. Ela, com 7 anos, não conseguia se organizar naquele espaço. Cheguei a sugerir que ela guardasse as coisas em uma caixa. Aos poucos, consegui pontuar com a família a importância de cuidar do material. 16 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Ao mesmo tempo, acionei um trabalho em rede com outras instâncias, como o posto de saúde e a assistência social. Consegui que a família participasse de um programa de auxílio do governo. Isso para que eles tivessem uma estrutura mínima para que as crianças pudessem frequentar a escola. Recentemente, essa mãe me procurou, avisando que tinha conseguido um trabalho e que não conseguiria mais levar um dos filhos, um aluno com deficiência, ao serviço da prefeitura para a educação inclusiva. Para ela, a prioridade era colocar dinheiro em casa, mas juntas encontramos uma alternativa, conciliando os dias da semana e os horários do serviço com o novo emprego. Nesse caso, ela fez tudo o que podia. Cabe ao orientador, dentro dos seus limites e com cuidado, ajudar a pessoa a enxergar a saída e acionar os recursos disponíveis". 4. Atuação, Habilidades e Competências do Orientador Educacional A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, contínuo e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional e vocacional. Integrada com a Orientação Pedagógica e Docentes, a O.E. deverá ser um processo cooperativo devendo: - mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação coletiva da realidade na qual todos estão inseridos; - cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em particular; - manter os professores informados quanto às atitudes do SOE junto aos alunos, principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor; - esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento do SOE; - atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como forca viva e ativa; - desenvolver trabalhos de integração: pais x escola,professores x pais e pais x filhos; - pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral; -trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades, promovendo condições que favoreçam o desenvolvimento do educando; 17 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar - organizar dados referentes aos alunos;- procurar captar a confiança e cooperação dos educandos, ouvindo-os com paciência e atenção; - ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um clima de cooperação na escola; - desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização; tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto às diversas disciplinas; Jardim a 4ª séries - Junto aos professores: - treinamento de professores em observação e registro do comportamento do aluno; - orientação e pesquisa sobre as causas do desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno; - assessorar os professores no planejamento de experiências diversificadas que permitam ao aluno; - descobrir através da autoavaliação e da execução de atividades, suas dificuldades e facilidades; - descobrir o seu modo e ritmo de trabalho; - descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da escola; - fazer escolhas; - treinar a autoavaliação; - recursos teóricos para interpretar os dados obtidos nas observações; desenvolvimento de acordo com a faixa etária; - pesquisa sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno; Oferecer subsídios aos professores quanto a: - coleta e registro de dados de alunos através de observações, questionários, .....entrevistas, reuniões de alunos, reuniões com pais. desenvolver um trabalho de prevenção: - estudo sobre o rendimento dos alunos e tarefas educativas conjuntas que levem ao alcance dos objetivos comuns; - sugerir Direção da realização de estudos por profissionais especializados a pais, alunos e professores; 18 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar - avaliação dos resultados do processo ensino-aprendizagem, adequando-os aos objetivos.educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor e Conselho de Classe os.casos de aprovação e reprovação do aluno. Junto às famílias dos alunos - entrevista com os pais para troca de dados e informações acerca do aluno; - propiciar aos pais o conhecimento de características do processo de desenvolvimento; psicológico da criança, bem como de suas necessidades e condicionamentos sociais; - refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer as observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando variáveis externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, para estudar diretrizes comuns a serem adotadas; - a orientação familiar se fará através de reuniões individuais com os pais, em pequenos grupos e nas reuniões bimestrais programadas constantes do Calendário Escolar. Junto aos alunos - atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colégio, respeito aos professores e funcionários; - atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de problemas citados acima ocorridas em situações de grupo. - esclarecer quanto a regras e sanes no que diz respeito ao cumprimento das normas do colégio. 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Objetivo Geral A Orientação Educacional se propõe em ser um processo educacional organizado, dinâmico e contínuo. Atua no educando, através de técnicas adequadas às diferentes faixas etárias, com a finalidade de orientá-lo na sua formação integral, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas capacidades e dificuldades 19 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar oferecendo-lhe elementos para um ajustamento harmonioso ao meio escolar e social em que vive. Objetivos específicos relacionados aos professores - assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua turma; - Integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um trabalho comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a serem desenvolvidas com os alunos; - garantir a continuidade do trabalho;- avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola; - assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com os alunos, colegas etc.; - desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os professores visando a melhoria do rendimento escolar, por meio da aquisição de bons hábitos de estudo. Atividades junto aos professores - divulgação do perfil das classes; - organização de arquivos e fichas cumulativas; - proposição de estratégias comuns entre os professores, coordenação e orientação; - análise junto à coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas; - realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos; - realização de atendimentos individuais na O.E para fornecer ou receber informações necessárias dos alunos; - análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos, das classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos; - participação nas reuniões de curso; - participação nas reuniões de E.T; - participação na preparação e realização dos Conselhos de classe; - participação nos eventos da escola; - organização e participação junto à coordenação das atividades extracurriculares. 20 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Objetivos específicos relacionados aos alunos - orientação vocacional; - instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz; - identificar e assistir alunos que apresentam dificuldades de ajustamento à escola, problemas de rendimento escolar e/ou outras - dificuldades escolares; - acompanhar a vida escolar do aluno; - assistir o aluno na análise de seu desempenho escolar e no desenvolvimento de atitudes responsáveis em relação ao estudo; - promover atividades que levem o aluno a analisar,discutir,vivenciar e desenvolver atitudes fundamentados na filosofia cristã de valores; - promover atividades que levem o aluno a desenvolver a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana do cidadão,do Estado,da família e dos demais grupos que compõem a comunidade e a cultura em que vive o aluno; - despertar no aluno o respeito pelas diferenças individuais, o sentimento de responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o encaminhamento e solução dos problemas humanos; - promover atividades que levem o aluno a desenvolver a compreensão dos valores, das implicações e das responsabilidades em relação à dimensão afetiva e sexual do indivíduo de acordo com a filosofia da escola e os valores da família; - identificar na escola, eventos esportivos, culturais e de lazer que possam ser utilizados pelos alunos; - desenvolver atitudes de valorização do trabalho como meio de realização pessoal e fator de desenvolvimento social; - Levar o aluno a identificar suas potencialidades, características básicas de personalidade e limitações preparando-o para futuras escolhas; - Preparar o aluno para a escolha de representantes de classe e/ou comissões; - Preparar e acompanhar os representantes de classe para o exercício de suas funções; - Promover atividades que desenvolvam aspectos relativos a dificuldades e /ou necessidades inerentes à faixa etária; - Desenvolver o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em grupo. 21 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar Atividades junto aos alunos - Realização de sessões de orientação com cada série, previamente agendadas em calendário, onde o O.E estará propondo temas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, atividades extraclasse etc.) que vão ao encontro dos objetivos propostos e às necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada; - Realização de reuniões com representantes de classe e/ou comissões; - Participação dos eventos da escola(atividades extraclasse, jogos, festa junina, encontros, viagens etc.); - Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos. Objetivos específicos relacionados aos pais - Oferecer às famílias subsídios que as orientem e as façam compreender os princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos, para maior auto realização dos mesmos; - Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos alunos; Interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos. Atividades relacionadas aos pais - Entrevistas solicitadas pelas famílias; - Entrevistas solicitadas pela escola; - Palestras (junto à coordenação e APM); - Reuniões. Leitura Complementar O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA PROMOÇÃO DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ENTRE ALUNOS E PROFESSORES CONTRIBUINDO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM LONGO, M. PEREIRA, Z. C. Resumo: O presente trabalho teve por finalidade enfocar diversas particularidades do âmbito educacional, demonstrando que a estrutura física da escola e o ensino de qualidade não dependem apenas do gestor escolar, mas do esforço, união e cooperação de todos os membros desta unidade, juntamente com a comunidade do seu entorno. Teve também como objetivo relatar a importância das Relações Interpessoais, dentre elas, sua influência na aprendizagem, percebendo que o espaço da sala de aula é um local privilegiado para que estas relações aconteçam, produzindo com a relação professor-aluno um par educativo para a produção de um espaço de ensino-aprendizagem satisfatório, a fim de elevar a curiosidade, despertar o interesse, 22 Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar e transformando um conhecimento confuso e fragmentado em um saber organizado e preciso em conjunto com o Orientador Educacional. Palavras-chave: Escola. Aluno. Professor. Relações interpessoais. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/132_243.pdf> Acesso em: 28/09/2017. Referências Atribuições da Orientação Educacional. Disponível em: <http://www.procampus.com.br/ensino_orientacao_atribuicoes.asp> Acesso em: 28/09/2017. Curso de Especialização em Orientação Educacional. Disponível em: <https://www.ucamprominas.com.br/public/site/docs/file_ementa/b2bb13b222f8dc89 67bfa82747ca281d20150530.pdf> Acesso em: 28/09/2017. Faculdade PROMINAS. Práticas Pedagógicas de Orientação Escolar. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/104628102/PRATICAS-PEDAGOGICAS-DE- ORIENTACAO-EDUCACIONAL-MODULO-3> Acesso em: 28/09/2017. Faculdade PROMINAS. Práticas Pedagógicas de Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Disponível em: <http://www.portalprominas.com.br/extensao/educacao/praticas-pedagogicas-de- supervisao-escolar-e-orientacao-educacional-EPPDSEEOE240> Acesso em: 28/09/2017. GRINSPUN, Mírian Paura Sabrosa Zippin. A prática dos orientadores educacionais. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. Orientador Educacional: o mediador da escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/450/mediador-escola> Acesso em: 28/09/2017. Orientação Educacional e a Formação do Aluno Cidadão em uma Escola Profissionalizante. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/PO-030- 04.pdf> Acesso em: 28/09/2017. Orientação Educacional e Intervenção Psicopedagógica, Isabel Solé, 260 págs., Ed. Artmed. Quem é e o que faz o Orientador Educacional? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/47/quem-e-o-e-que-faz-o-orientador- educacional> Acesso em: 28/09/2017.
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