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2021 Práticas de Negociação CADERNO DO ALUNO Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 2 CONSELHO NACIONAL Titulares Márcio Lopes de Freitas - presidente Adão José Correa Paiani Celso Ramos Régis Cergio Tecchio Edivaldo Del Grande Fernando Henrique Kohlmann Schwanke Gabriela de Souza Valente Geanluca Lorenzon Juliano Cardoso Eleutério Luiz Vicente Suzin Mauri Viana Pereira Suplentes Andréia Lúcia Araújo da Cruz de Carvalho Alex Pereira Freitas Fabiano Maluf Amui Joel Amaral Junior José Merched Chaar Leonardo Boesche Luis Alberto Pereira Nivair de Castro de Souza Pedro Scarpi Melhorim Roberta Carolina Soares CONSELHO FISCAL Titulares Antônia Tallarida Serra Martins Alexandre Gatti Lages João Teles de Melo Filho Marcio Eli Almeida Leandro Raphael Miguel da Silva Luiza Lemos Roland Suplentes José Aparecido dos Santos José Ronkoski Luciana Maria Rocha Moreira Mara Marlene Machado Papini Rogério Nagamine Waldir Ferreira da Silva DIRETORIA EXECUTIVA Superintendente Renato Nobile Gerente Geral do Sescoop Karla Tadeu Duarte de Oliveira Gerente Geral da OCB Tânia Regina Zanella EQUIPE TÉCNICA Geâne Nazaré Ferreira Cláudia Chagas Moreno Detley Moreira Porto Gleice Santana Morais Guilherme Souza Costa Projeto Gráfico e Diagramação DOT Digital Group Endereço: Setor de Autarquias Sul - SAUS Qd. 4 • Bloco “I” • Brasília-DF (Brasil) Tel.: +55 (61) 3217-2119 • CEP 70070-936 Brasília, julho/2021 Práticas de Negociação − Caderno do Aluno Sumário APRESENTAÇÃO DO CURSO...............................................................05 Seja bem-vindo(a)!....................................................................................................................................05 Objetivos de aprendizagem....................................................................................................................07 Módulo 1 - NEGOCIAÇÃO BASEADA EM MÉRITOS – SEPARANDO O PROBLEMA DAS PESSOAS..............................................................09 Introdução....................................................................................................................................................09 Introdução à negociação...........................................................................................................................12 Negociação de posições...........................................................................................................................21 Por que a negociação de posições não é vantajosa?....................................................................24 O Método Harvard de Negociação........................................................................................................25 Atividades de Aprendizagem..................................................................................................................28 Módulo 2 - IDENTIFICANDO PESSOAS E INTERESSES.................30 Lidando com problemas humanos......................................................................................................30 Trabalhando com os interesses das partes.....................................................................................38 Atividades de aprendizagem...................................................................................................................45 Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 4 Módulo 3 - BUSCANDO A RELAÇÃO GANHA-GANHA....................47 Criando opções de ganhos mútuos......................................................................................................47 Os critérios objetivos em uma negociação.......................................................................................52 Atividades de aprendizagem...................................................................................................................55 ENCERRAMENTO..................................................................................56 Gabarito..........................................................................................................................................................59 Referências bibliográficas.......................................................................................................................60 Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 5 Seja bem-vindo(a)! O curso Práticas de Negociação, oferecido pelo SESCOOP, vai te ajudar a lidar com os fatores emocionais que envolvem o processo de negociação. Você também entenderá a hora de ser firme ou gentil, além de conhecer os agentes envolvidos em uma negociação. APRESENTAÇÃO DO CURSO Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 6 Neste curso, você vai aprender a alinhar diferentes percepções e se comunicar de forma assertiva para criar um ambiente propício para negociar. Em uma negociação, é fundamental chegar em um cenário em que ambas as partes saiam ganhando. E para conseguir isso, você vai precisar desenvolver diversas técnicas que te tornarão um negociador nato! Bons estudos! Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 7 Saber lidar com fatores emocionais que envolvem o processo de negociação. Entender o problema do outro. Conhecer as premissas para fechar um acordo sensato, sem comprometer os relacionamentos. Objetivos de aprendizagem Esperamos que, ao final do curso, você tenha desenvolvido algumas competências: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 8 Conteúdo do curso Tudo certo até aqui? Agora, se ligue nos assuntos que serão trabalhados. Gostou do conteúdo que elaboramos para você? Esperamos que esse curso te ajude a ser um profissional mais preparado para enfrentar futuras negociações que surgirem tanto no trabalho, quanto na sua vida. Módulo 1 – Negociação baseada em méritos – separando o problema das pessoas Módulo 2 - Identificando pessoas e interesses Módulo 3: Buscando a relação ganha-ganha Esse módulo apresentará os conceitos da negociação, os agentes envolvidos e a importância do conflito nos negócios. Falará também de negociação de posições e ensinará o Método Harvard de Negociação. O tema desse módulo são os problemas humanos inerentes de uma negociação, por exemplo, como criar um clima favorável e controlar as emoções durante a negociação. Também dá dicas de como trabalhar com os interesses das partes envolvidas no processo. Por fim, esse módulo focará nos aspectos da negociação em que todos ganham. Falará sobre os quatro passos para criar opções criativas de ganho mútuo e sobre os critérios objetivos de uma negociação. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 9 MÓDULO 1 – NEGOCIAÇÃO BASEADA EM MÉRITOS – SEPARANDO O PROBLEMA DAS PESSOAS Introdução Negociações, em sua definição, referem-se a tratos comerciais. Entretanto, elas estão presentes em vários momentos de nossas vidas, e não apenas em relações comerciais. Ter um conhecimento profundo das melhores técnicas de negociação pode ajudar em várias áreas da vida de cada um. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 10 Apesar de tudo isso, é comum imaginarmos que, em um negócio, necessariamente um lado ganha e o outro perde. Por conta dessa confusão, as pessoas tendem a negociar dizendo o que estão dispostas ou não a fazer, e, assim, assumem uma posição. A negociação baseada em uma posição não visa ao melhor negócio possível, mas àquele que não irá gerar perdas dentro dos limites estabelecidos pela posição. Entretanto, caso seja feito dessa forma, as partes de um acordo podem ter problemas. Entenda: Um bom negociador é aquele que consegue, por meio do seu conhecimento aplicado, gerar ganhos para todos os envolvidos em um processo – seja ele comercial ou não – preservando, assim, não apenas o acordo, mas também o relacionamento entre as partes. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 11 Romper o relacionamento, por meio de uma relação ganha- perde Cancelar o acordo, o que representa uma relação de perde-perde As técnicas apresentadas nestecurso são baseadas no modelo Harvard de negociação e têm como objetivo formar acordos de relação ganha- ganha – ou seja, em que os dois lados saem ganhando e o relacionamento é preservado. Isso pode ser feito por meio de uma negociação baseada nos méritos do acordo, e não nas posições das pessoas, e é esse o tema central deste curso. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 12 Introdução à negociação O conceito da negociação Para iniciar este curso, é importante salientar que qualquer um de nós pode assumir o papel de negociador em diversos momentos da vida, para, por exemplo: Pedir um aumento para o chefe. Fazer um acordo sobre a compra de algum bem. Esses são exemplos de negociações individuais. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 13 Porém, as negociações podem ter maior magnitude, como quando duas nações em guerra negociam sobre um tratado de paz. Observe que, entre os exemplos citados, há algumas diferenças, que configuram os tipos de acordo, mas os elementos básicos não mudam – esses são os agentes envolvidos na negociação. Agentes envolvidos em uma negociação Os agentes são aqueles envolvidos no processo de comunicação: remetente, destinatário, mensagem, código, canal e ruídos. Acompanhe o infográfico a seguir: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 14 Para entendermos quem são os agentes envolvidos em uma negociação, é importante saber quais são os elementos básicos da comunicação. Para que um processo de comunicação seja completo, é necessário que se tenha um contexto. Esta mensagem chegará ao destinatário ou interlocutor, que só poderá entendê-la se o código usado para formular a mensagem for comum entre as duas partes. Dentro deste contexto, um remetente emite uma mensagem por meio de um canal, formada por um código. Além disso, um processo de comunicação pode contar com um ruído, que se dá por alguma interferência (externa ou interna) na comunicação e faz com que o processo não seja concluído com sucesso. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 15 Veja um exemplo prático para entender melhor esse processo: Durante a transmissão de um noticiário via rádio, o apresentador é o remetente. Do outro lado, os ouvintes são os destinatários. O contexto é o noticiário e o rádio, o canal. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 16 A negociação se dá de uma forma parecida. Porém, devemos adicionar um elemento importante: o interesse. A negociação nada mais é do que uma comunicação que tem como objetivo concretizar os interesses das partes. As notícias são as mensagens, transmitidas por intermédio do código, que é a linguagem usada pelo apresentador e interpretada pelos ouvintes. Caso haja situações que causem interferência no processo da comunicação, como mal sinal de rádio, ou mesmo uma “rouquidão” na voz do apresentador, por conta de um resfriado, prejudicando sua fala, elas acabam sendo ruídos no processo. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 17 Entretanto, quando esses interesses são diferentes, pode haver o conflito. A importância do conflito nos negócios Como explicado anteriormente, em uma negociação, quando há diferenças entre os interesses das partes – ou seja, quando eu peço uma coisa que o outro lado não aceita, ou vice-versa – é natural que haja conflito. Existe a premissa de que a harmonia entre as pessoas e os grupos é “natural e boa”, enquanto o conflito seria “prejudicial e mau”, e que a presença dele significaria que há algo errado com o relacionamento entre as partes. Essa afirmação não é verdadeira, visto que o conflito também é natural e, portanto, inevitável. Sendo assim, devemos nos preparar para lidar com ele. É importante frisar que, se há conflito no negócio, há interesse e, portanto, a negociação tem potencial. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 18 Há duas condutas que podem dimensionar a postura de um negociador: Determinação É a medida pela qual o indivíduo tenta satisfazer seus interesses próprios (o quanto eu quero ganhar). Cooperação É a medida pela qual o indivíduo aceita satisfazer os interesses de outra pessoa (o quanto eu quero ou posso ceder). Um ponto importante sobre a cooperação: em uma negociação, quando ceder, reforce que está fazendo um esforço para favorecer o outro lado. Isso pode ser usado a favor do acordo no futuro, pois estabelece uma relação de cooperação. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 19 Se considerarmos a determinação como eixo vertical e a cooperação como eixo horizontal, podemos criar uma matriz que mostra os cinco modos de administrar conflitos. Para uma negociação próspera, deve-se sempre buscar um modelo ganha- ganha. Isso é mostrado no infográfico a seguir: Evasão Aceitação Ambos os lados perdem. Isso porque a negociação se rompe e, junto dela, o acordo. É o pior modo de administrar conflitos. Acontece quando os negociadores não buscam seus interesses entre si. O conflito não é resolvido e é postergado, a fim de evitar uma situação de ameaça. O negociador deixa de lado seus próprios interesses para satisfazer o interesse de terceiros. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 20 Competição Colaboração Compromisso Quando há grande determinação e pouca cooperação, a relação do conflito é de competição. O lado determinado ganha, e o outro perde. Neste modelo, o negociador busca satisfazer seus próprios interesses às custas do outro, normalmente orientado a poder. O negociador busca trabalhar em conjunto com a outra parte para encontrar uma solução que satisfaça plenamente os objetivos de ambos. Busca-se compreender o ponto de vista do outro e encontrar soluções criativas. O negociador busca uma solução aceitável para satisfazer ambas as partes. É o balanceamento entre concessões, a fim de tentar uma rápida solução intermediária. Principais diferenças entre colaboração e compromisso: • em colaboração, ambos vão procurar o máximo de benefícios; • em compromisso, ambos irão ceder para obter benefícios. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 21 Negociação de posições O modelo mais tradicional de negociação, encontrado na maioria dos casos, é a negociação de posições. Nele, os negociadores estabelecem o que estão ou não dispostos a fazer, assumindo, assim, uma posição – por isso, a nomenclatura. Baseadas nisso, as pessoas acreditam que só há duas maneiras de se posicionar em uma negociação: gentil ou firmemente. O ego envolvido na negociação de posições Quando os negociadores assumem posições, eles tendem a se identificar com elas e a se comprometer com aquilo que assumiram. Quanto mais se tenta convencer o outro lado da impossibilidade de mudar sua posição inicial, mais difícil se torna fazê-lo, pois o ego se identifica à posição. A preocupação passa a ser em manter uma aparência construída. A maioria das pessoas não se sente segura em mudar, com medo de parecer confusa. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 22 Ser firme ou gentil nas negociações? Qual a diferença entre um negociador firme e um gentil? Veja: O negociador firme Encara os acordos como competições e enxerga seu interlocutor como um adversário. Busca, assim, uma suposta “vitória” e forçando concessões por meio de imposições, insistência e firmeza. O negociador gentil Também conhecido como afável, busca sempre evitar conflitos pessoais e concede tudo em troca da preservação de um bom relacionamento. Ele também pode encarar seu interlocutor como um “amigo”. É importante salientar que a imposição, muitas vezes, pode não ser o melhor caminho. Pessoas podem ter um comportamento de imposição, mas, em negociações profissionais, deve-se tentar conciliar os objetivos. Qualquer negociação preocupada puramente com o relacionamento (gentil) corre o risco de produzir um acordo ruim. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 23 Por fim, podemos concluir que ser gentil ou firme nas negociações não é o que deve ser discutido aqui,mas, sim, quando e com o que/com quem é preciso ser firme ou gentil. Um negociador que é firme ou afável com os problemas e as pessoas, provavelmente terá desvantagens. Identificando a negociação de posições Frases como “O preço é R$ 5 mil e ponto-final” evidenciam a negociação de posições. Afinal, qual o real interesse do negociador em estabelecer esse preço? Por que não há espaço para negociação? Quais os critérios para chegar a tal preço? São todas características da negociação de posições. Por que a negociação de posições não é vantajosa? Por que as pessoas negociam posições? Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 24 O principal fator que leva as pessoas a negociar baseadas em posições é a insegurança. Firmar uma posição em uma conversa de interesses é, para elas, vantajoso pois, dessa forma, o negociador consegue esclarecer ao outro lado o que ele busca. Além disso, em tese, conseguiria se segurar à sua posição (como se ela fosse uma âncora) em situações de incerteza ou pressão. Por que a negociação de posições é um problema? Negociar posições não é eficiente. Nesse modelo, cada parte impõe uma posição extrema no início da conversa, a fim de aumentar a chance de ter mais vantagens. Com isso, acaba por enganar a outra parte quanto às suas verdadeiras opiniões, fazendo pequenas concessões apenas para manter a negociação rolando. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 25 O Método Harvard de Negociação Duro com os problemas, afável com as pessoas: o perfil do negociador baseado em princípios. Nem firme, nem gentil. Um terceiro tipo de negociador busca mesclar os dois tipos, separando os problemas das pessoas, sendo firme com o que está sendo negociado e amável com a pessoa com quem se está negociando. Quanto mais extremas as posições iniciais e menores as concessões, mais tempo se leva para se descobrir se um acordo é ou não possível. Eleva-se a chance de não haver acordo algum. Este método é baseado nos princípios do negócio, e não nas posições, e foi desenvolvido no Projeto de Negociação de Harvard. Para conhecer mais, clique no link: https:// escolaconquer.com.br/o-que-e-o-metodo-harvard-de- negociacao/ https://escolaconquer.com.br/o-que-e-o-metodo-harvard-de-negociacao/ Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 26 Os quatro pontos da negociação baseada em princípios O método de negociação baseado em princípios pode ser resumido em quatro pontos: Pessoas Interesses Opções Critérios Separe as pessoas do problema – seja afável com as pessoas e firme com o problema. Concentre-se nos interesses e não nas posições. Antes de decidir o que fazer, primeiramente, crie diversas opções com possibilidade de ganhos mútuos. Insista em que o resultado se baseie em critérios objetivos. Ou seja, como chegar a um acordo justo quando os interesses entre as partes forem opostos, baseando-se em padrões que independem das vontades dos negociadores. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 27 Os três estágios da negociação A negociação, desde seu início até o acordo ou desistência, pode ser dividida em 3 estágios: análise, planejamento e discussão. Entendê-los é importante para trabalhar os 4 pontos do Método Harvard de Negociação. Confira: Análise Planejamento Discussão • Fazer um diagnóstico da situação. • Identificar seus interesses e os da outra parte. • Verificar os problemas de nível pessoal, como pontos de vista tendenciosos, emoções hostis e falta de clareza na comunicação. • Como pretende resolver os problemas humanos ou de nível pessoal? • Entre seus interesses, quais são os mais importantes? • Quais seus objetivos realistas? • Resolver pontos de vista, sentimentos de frustração e irritação e dificuldade de comunicação. • Deve-se entender os interesses mútuos para chegar a um acordo vantajoso para ambos os lados. Hora de testar seus conhecimentos! Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 28 Atividades de aprendizagem Para fixar o conteúdo estudado no módulo, responda às atividades seguintes. Enunciado Um aluno universitário entra em contato com um professor, seu orientador de TCC, por telefone. O estudante cumprimenta o professor e explica sobre o assunto que precisa falar, que é sobre dúvidas quanto ao TCC. Durante a conversa, a ligação passa por uma turbulência nas conexões, até que cai. Identifique os elementos da comunicação presentes neste caso. A Aluno (contexto); universidade (canal); telefone (remetente); professor (destinatário); dúvidas (código) B Aluno (remetente); universidade (ruído); telefone (canal); professor (destinatário) C Aluno (remetente); telefone (canal); professor (destinatário); turbulência nas conexões (ruído) D Aluno (destinatário); universidade (contexto); telefone (código); professor (remetente) Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 29 Enunciado Em um acordo trabalhista cotidiano de uma cooperativa, um cooperado precisa combinar um período de folga para resolver assuntos pessoais, que só podem ser resolvidos durante à tarde, período de atividade da cooperadora. Os cooperados, que já têm suas folgas bem programadas, precisam se reunir para decidirem como isso pode ser acordado, visto que, quando um dos cooperadores se faz ausente, suas tarefas devem ser cobertas por outro membro, o que gera mais trabalho para outra pessoa. Ao final, decidem ceder uma folga a mais na semana para o cooperado que precisava desse período, enquanto outro colega cobriria suas duas folgas. Para compensar o colega que cobriria o trabalho dobrado, a cooperativa combinou de ceder uma folga remunerada para ele – tendo em vista que, nessa cooperativa, os trabalhadores recebem apenas por dia trabalhado. Os dois cooperados cederam: o primeiro, seu dia remunerado e, o segundo, seu esforço. Essa relação de negócio pode ser traduzida em qual dos modelos apresentados no módulo? A Competição. B Evasão. C Aceitação. D Colaboração. Caso tenha ficado alguma dúvida, ou caso queira retomar algum assunto, você pode voltar ao módulo e revisar os temas estudados. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 30 MÓDULO 2 - IDENTIFICANDO PESSOAS E INTERESSES Lidando com problemas humanos Como alinhar as diferentes percepções Uma negociação é um processo que ocorre entre pessoas, que, por sua vez, possuem emoções, percepções e, por vezes, dificuldades de se comunicar com clareza. Esta etapa do curso visa entender como lidar com pessoas nos negócios, começando por suas percepções. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 31 É uma tendência que todos nós façamos análises de situações com base no que já vivenciamos e em nossos pontos de vista, e não necessariamente conforme a realidade aponta. Por isso, quando houver diferentes percepções entre os negociadores, é necessário procurar esclarecê-las. Confira na tabela a seguir exemplos práticos de como um cliente e cooperativas de diferentes setores podem ter diferentes percepções quanto a uma situação: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 32 O negociador baseado em méritos não deve deduzir as percepções das pessoas com quem negocia, mas buscar entendê-las a partir de uma discussão aberta e sincera. Após isso, se necessário, deve-se buscar mudar as percepções do outro lado. Na condução da mudança de percepção, envolva a outra parte do processo, para que ela se interesse pelo resultado. Peça conselhos e, sempre que possível, valorize e dê créditos para as ideias fornecidas pelo outro lado. Por fim, torne suas propostas coerentes com os valores da outra parte. A conciliação do acordo deve parecer e ser justa, de modo a ter preocupação em não afetar as reputações dos negociadores. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 33 As emoções envolvidas nos negócios Como dito anteriormente, as negociações são processos humanos, que logo envolvem as emoções de cada um. As emoções de um lado tendem a conduzir as emoções do outro (positiva ou negativamente). Para lidarcom elas, o primeiro passo deve ser reconhecê-las Como reverter emoções negativas e criar um clima positivo para negociar? Atente-se as suas emoções e descubra quais são. Se possível, anote o que está sentindo – medo, preocupação, raiva – e, depois, como gostaria de se sentir, por exemplo: confiante, relaxado. Faça o mesmo, pensando em seu interlocutor. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 34 Caso você testemunhe acessos de raiva ou descontrole do outro lado da negociação, procure perguntar-se o porquê daquele sentimento: Após entender a fonte do sentimento negativo, fica mais fácil mitigá-lo. Confira a seguir algumas indicações importantes para lidar com as emoções negativas: Explicite suas emoções e reconheça-as como legítimas Permita que o outro lado desabafe Não há problema em falar que está chateado com determinada situação, mas também é importante deixar claro que isso é uma percepção sua (ou da sua equipe), e explicar o motivo de ela ter sido gerada. Pergunte, ao final, se o outro lado também se sente assim. Isso faz com que o outro lado se sinta aliviado. A melhor forma de ouvir o outro lado “extravasar” é em silêncio e, de vez em quando, pedir para que siga em frente até o fim. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 35 Não reaja a acessos de raiva Use gestos simbólicos Isso pode resultar em uma discussão violenta. Certifique-se de que apenas uma pessoa desabafe e exponha sua raiva por vez. Têm baixo ou zero custo e são altamente eficientes: pedir desculpas, declarar arrependimento, fazer uma refeição juntos etc. Aqui, o gatilho mental do rapport pode ser interessante. As técnicas de gatilhos mentais baseiam-se em ações rápidas que nosso cérebro toma por natureza. O gatilho do rapport propõe que as pessoas são mais facilmente convencidas ou influenciadas por aquelas com quem enxergam semelhança ou afinidade, portanto, esses dois pontos podem ser explorados para que você se aproxime do seu interlocutor. Rapport A comunicação eficaz para inibir mal-entendidos Um ponto de atenção inerente às pessoas nos negócios é que a comunicação entre elas pode não ser clara. Elas tendem a entender situações a partir de seu próprio repertório e ponto de vista, e não da realidade. Existem três problemas comuns que podem ocorrer no processo de comunicação, de forma a gerar mal-entendidos: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 36 1 - O comunicador não está se comunicando com seu interlocutor, mas buscando impressionar terceiros, o que leva o processo à ineficiência. 2 – Um dos lados pode não estar ouvindo: certifique-se de que isso não esteja acontecendo. Em uma negociação, uma pessoa pode estar preocupada com o que vai dizer em seguida, e acaba por não ouvir o que está sendo dito no momento. 3 - Mal-entendido: isso pode ser ainda mais latente em idiomas diferentes. E o que fazer a respeito desses três problemas? Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 37 1 - Pratique a escuta ativa e anote o que está sendo dito 2 - Fale para ser entendido 4 - Fale com um objetivo 3 - Fale sobre você, não sobre eles Se prestar atenção e interromper de vez em quando para dizer “se eu entendi corretamente, você disse que...” o outro lado perceberá que você está realmente prestando atenção no assunto, e se sentirá satisfeito por estar sendo ouvido e compreendido. Também solicite que algo seja repetido, caso haja uma ambiguidade ou incerteza. Quando for reformular as palavras, considere uma entrada positiva “Você tem um bom argumento. Deixe-me ver se entendi bem...”. Para isso ser mais fácil, é melhor recorrer a meios particulares para a conversa (inibindo a necessidade de agradar a terceiros). Antes de dizer algo importante, tenha segurança sobre o que deseja comunicar ou descobrir e saiba para que propósito a informação servirá. Transmita uma mesma informação de sua perspectiva, pois ela é difícil de ser contestada e você não incentivará o confronto. Usar um “estou (eu) decepcionado com você” em vez de “você não cumpriu com sua palavra”, por exemplo. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 38 Trabalhando com os interesses das partes Concentre-se nos interesses, e não nas posições Os interesses são desejos e preocupações que motivam as pessoas. A posição é algo que você decidiu, enquanto seus interesses são o que te levou à decisão. A junção dos interesses em comum com os interesses contrastantes, mas complementares, pode edificar um acordo sensato. Como identificar interesses É provável que uma posição seja concreta e explícita. Os interesses, no entanto, podem ser ocultos, ou mesmo confusos. A maneira mais fácil para identificá-los e entendê-los é perguntando “por que”, se preciso, mais de uma vez. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 39 Imagine a seguinte situação: Pedro é professor de uma universidade. Ele solicitou uma tarefa para seus alunos: “Apenas aceitarei relatórios com ao menos cinco páginas, e nada menos que isso!”. Os alunos reclamam do tamanho do relatório: “Mas professor, cinco páginas é muito extenso. Temos outras atividades além dessa...”. Perceba que, aqui, o real interesse do professor não era receber um trabalho com um número mínimo de páginas, mas garantir entregas de qualidade por parte seus alunos. Veja que, nessa situação, o professor Pedro utilizou-se de uma estratégia de negociação. Para conseguir que todos os alunos fizessem entregas de qualidade, ele determinou o número mínimo de páginas que julga necessário para obter bons relatórios de seus alunos. Tendo a identificação desse interesse, é possível criar outras opções para condução do acordo. As necessidades humanas básicas e sua relação com os interesses Os interesses mais poderosos são as necessidades humanas. Se você as identificar e puder cuidar dessas necessidades básicas, terá mais chance de chegar a um acordo. Entre elas, estão: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 40 Esses interesses são os mais difíceis de identificar, mas podem estar presentes em qualquer tipo de negociação. Como discutir interesses? O primeiro passo para discutir interesses é mostrar quais são eles. Explique quais são seus interesses de forma específica. As negociações tendem a não progredir se um dos lados acreditar que suas necessidades humanas básicas são ameaçadas pelo outro. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 41 Quando você quiser saber exatamente os interesses da outra parte, ao ouvir sua explicação, sempre diga “corrija-me se eu estiver errado”, pois, assim, dá espaço para o diálogo. Se você não for corrigido, significa que sua suposição sobre o interesse da outra parte foi aceita. Você também pode utilizar o gatilho do compromisso: Outra forma de garantir que entendeu os interesses da outra parte e que não terá problemas no futuro é usar outro gatilho mental, o de compromisso. Esse gatilho se refere ao fato de as pessoas odiarem não honrar com seus compromissos. Por isso, quando você faz com que seu interlocutor estabeleça um compromisso, ele dificilmente deixará de honrá-lo. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 42 Você pode abrir conversas com uma frase como “falarei sobre o que entendi sobre seus interesses ao longo da conversa e, caso eu tenha entendido errado, você pode me sinalizar, por favor?”. Dessa forma, o interlocutor assume o compromisso de sinalizar caso suas suposições sejam incorretas. Uma outra forma de usar o gatilho do compromisso é quando você quiser que o outro lado atenda seus interesses. Veja o exemplo a seguir: “Ok, posso tentar recorrer internamente para abaixar o preço e atender a seu critério. No entanto, se conseguir esse desconto, você se compromete a avançar na negociação?”. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 43 Perceba que o gatilho de compromisso foi usado para que a negociação avance, caso uma condição especial seja alcançada. Dicas Como falamos anteriormente, seja gentil com aspessoas e firme com os problemas! Entretanto, é preciso também ser gentil com as pessoas. Confira algumas dicas para estimular esse ponto: É importante ser sempre firme ao falar de interesses e problemas. Dois negociadores firmes em seus interesses muitas vezes estimularão a criatividade um do outro, para pensar em soluções mutuamente vantajosas. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 44 Lembre-se também das dicas que já demos ao longo do curso: Problemáticas humanas Lidando com interesses Considere sempre as problemáticas humanas dentro dos negócios: diferentes percepções, emoções envolvidas e comunicação. Cuidado ao lidar com interesses, escrita e fala. Técnicas de negociação Saber escutar e discutir interesses, separando as pessoas (e entendendo-as) dos problemas (sendo firme com eles) é o que capacita o negociador para que possa prosseguir para os próximos passos no Método Harvard de Negociação: a criação de opções apoiado em critérios objetivos. Hora de testar seus conhecimentos! Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 45 Atividades de aprendizagem Para fixar o conteúdo estudado no módulo, responda às atividades seguintes. Enunciado Após uma importante reunião de núcleo de uma cooperativa de consumo, um dos estagiários do departamento de gestão geral recebe a simples missão de registrar um e-mail, para selar a reunião e estabelecer os próximos passos e, em seguida, fazer o convite da reunião seguinte. Por ser mês de janeiro, no entanto, no qual os membros responsáveis pelos assuntos financeiros na assembleia tendem a ter suas agendas constantemente alteradas pela alta demanda, a taxa de turnover (ou seja, não comparecimento) deles nas reuniões tende a aumentar, muitas vezes sem que haja aviso prévio. Por saber dessa particularidade sazonal, e buscando otimizar sua entrega, o estagiário usa uma técnica para conseguir ter maior controle sobre os avisos nos turnovers, e redige o seguinte e-mail para os membros da assembleia: “Olá, Conforme combinado ao fim da reunião de hoje, retomaremos o tema na reunião do dia 14/01, reunindo todos os membros da assembleia geral. Caso alguém tenha algum empecilho e não possa comparecer ao evento, poderia avisar com antecedência nesta mesma conversa? O departamento de gestão geral aguarda as considerações”. Todos os membros da assembleia respondem que sim quanto à confirmação prévia em caso de não comparecimento. Qual técnica foi utilizada no e-mail? A Gatilho mental de rapport. B Gatilho mental de compromisso. C Escuta ativa. D Identificação de emoções. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 46 Enunciado Após uma negociação, um vendedor recusa um desconto pedido por seu cliente, que era um representante de uma cooperativa de consumo que comprava da empresa do vendedor há anos. O desconto pedido foi de 5% sobre o valor que era cobrado pelos impostos da transação. O vendedor entendeu errado, e, pensando que o desconto pedido havia sido de 5% sobre o valor total da compra, fez a recusa. A cooperativa se sentiu ofendida por ter tido um desconto tão baixo recusado, de forma tão abrupta, e interrompeu a negociação, seguindo-a com outra empresa. O que o vendedor poderia ter feito para impedir a perda do cliente? A Cedido um desconto de 5% sobre o valor total da compra. B Perguntado por que o cliente queria pagar menos. C Ter repetido o que entendeu sobre a proposta do cliente, perguntando, no fim, se ele entendeu corretamente. D Ter explicado o porquê de não poder ceder o desconto. Caso tenha ficado alguma dúvida, ou caso queira retomar algum assunto, você pode voltar ao módulo e revisar os temas estudados. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 47 MÓDULO 3 - BUSCANDO A RELAÇÃO GANHA- GANHA Criando opções de ganhos mútuos Por que desenvolver opções de ganhos mútuos? Mas, antes de partir para como desenvolver essas opções, é necessário entender os quatro obstáculos que podem inibir a criação de opções. Existem negociações em que parece impossível gerar um acordo que favoreça um dos lados e desfavoreça outro. Como chegar a um acordo justo? É importante desenvolver múltiplas opções que possam garantir o ganho mútuo entre as partes. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 48 Diagnóstico dos obstáculos que inibem a criação de opções 1 – Pré-julgamento 4 - A crença de que “resolver o problema do outro é problema do outro” 2 – A busca por uma resposta única Criar opções não é algo natural. Fazer a criação dessas opções pode gerar medo, por conta de uma possível resposta negativa do outro lado, ou por soltar informações que prejudicariam a negociação. As pessoas tendem a acreditar que um acordo será alcançado apenas se pensarmos em como resolver nossos problemas, mas, para atender seus próprios interesses, é preciso também criar soluções para atender os interesses do outro. Trata-se de uma decisão prematura, que inibe as possibilidades de um acordo mais sensato baseado em várias opções. Se apenas uma opção for proposta, só há a possibilidade de responder sim ou não. Se duas ou três opções forem oferecidas, ocorre a abertura de escolha de opções do outro lado. Ainda é possível orientar a resposta esperada, deixando-a por último. 3 – A pressuposição de que o bolo tem um tamanho fixo Refere-se à suposição de que não existe um meio termo e que só um dos lados pode conseguir o que quer. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 49 Os quatro passos para criar opções criativas de ganhos mútuos Agora, vamos entender como criar opções diversas para favorecer o negócio por meio de quatro passos: 1 - Separar o ato de criar opções do ato de julgá-las 2 - Ampliar o leque de opções Invente primeiro, decida depois. Uma boa ferramenta para desenvolver diversas ideias para a resolução de um problema pode ser o brainstorming. Nele, define-se um objetivo e reúne-se um grupo (de cinco a oito pessoas), que deve gerar diversas opções, sem julgamentos ou compromissos – deve-se deixar de lado, inicialmente, se as ideias são boas ou ruins, irrealistas ou realistas, extravagantes ou não. A ideia final é separar o ato de criar opções do ato de decidir. Isso pode gerar soluções mais construtivas. 3 - Buscar acordos vantajosos para ambas as partes 4 - Facilitar as decisões de seu interlocutor Sua satisfação em uma negociação depende, até certo ponto, de deixar o outro lado contente o bastante com o acordo para querer mantê- lo. Exponha seus interesses, de modo a poder conciliar aqueles em comum e os distintos. Uma boa dica para a conciliação de interesses: procure itens que são de baixo custo para você e de alto benefício para a outra parte e use- os em prol do negócio. Sua negociação é bem sucedida quando a outra parte toma uma decisão que você deseja – para isso, facilite sua decisão. Apresente à outra parte a escolha menos complicada possível. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 50 Quer aprender mais sobre a técnica de brainstorming? Clique no link para ler um artigo interessante da Rock Content: https://rockcontent.com/br/blog/brainstorming/ Não faça ameaças, e sim, ofertas Para evitar problemas em um acordo, o negociador, baseado em princípios, deve trabalhar com ofertas, em vez de ameaças. Para isso, a preparação é fundamental. O negociador de princípios pode pensar a respeito do outro lado: Como ele poderia ser criticado, caso escolha minha solução? De que forma ele pode criticar minha oferta (liste um ou dois argumentos que podem surgir)? https://rockcontent.com/br/blog/brainstorming/ Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 51 O que é possível criar para ele que seja atraente, mas de baixo custo para você? Que proposta seria facilmente aceita de primeira (liste também)? Após fazer sua oferta, uma boa técnica para fortalecê-la pode ser a de utilizar perguntas de necessidade de solução. Essas perguntas são baseadas na metodologia SPIN Selling, e o objetivo delas é fazer com que o seu interlocutordiga por que sua solução é importante para ele. Confira algumas delas: É importante resolver este problema? Por que você acha essa solução tão útil? Há alguma outra forma de isso ajudá-lo? Perceba que a resposta a essas perguntas será sua própria oferta, mas ela será falada por seu interlocutor. Dessa forma, ele próprio deve se convencer da importância do acordo. No blog da Resultados Digitais, há um artigo interessante sobre SPIN Selling! Clique aqui para acessar: https:// resultadosdigitais.com.br/agencias/spin-selling- metodologia/ https://resultadosdigitais.com.br/agencias/spin-selling-metodologia/ https://resultadosdigitais.com.br/agencias/spin-selling-metodologia/ https://resultadosdigitais.com.br/agencias/spin-selling-metodologia/ Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 52 Os critérios objetivos em uma negociação Desenvolvendo critérios objetivos A última das quatro etapas do Método Harvard de Negociação é a de explorar critérios objetivos para basear os resultados dos acordos. Por melhor que você entenda os interesses da outra parte, sempre haverá interesses conflitantes, e os critérios objetivos servem para lidar com essas diferenças. Exemplos de critérios para serem utilizados nas negociações Deve-se insistir para que a negociação seja baseada em critérios justos e objetivos. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 53 Na compra de um automóvel... Por que não insistir que uma negociação por preço seja baseada em algum critério, como custos de logística e produção, ou valor de depreciação ou preços dos competidores, em vez de se fundamentar no valor pedido pelo vendedor? Em uma promoção no trabalho... Por que não insistir que uma efetivação em um programa de estágio seja baseada em critérios como metas atingidas e influência positiva no ambiente de trabalho, em vez de afinidade com os líderes? Confira outros exemplos de critérios que podem ser utilizados na tabela a seguir: Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 54 As ações voltadas para os critérios Algumas ações devem ser aplicadas antes de se desenvolver os critérios. São elas: • Desenvolva critérios objetivos que sejam independentes da vontade de qualquer parte. • Crie procedimentos justos, como o critério de escolha entre duas opções. • Defina os critérios justos antes da decisão da negociação ser tomada. As decisões nos acordos podem ser feitas por revezamento, sorteio, a cargo de terceiros etc. Ao insistir que a negociação seja baseada nos méritos, você pode levar seu interlocutor a entrar no jogo, pois essa passa a ser a única forma que ele terá de defender os próprios interesses. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 55 Neste módulo, vimos técnicas para a criação de múltiplas opções de ganho para o desfecho de uma negociação, unindo estes conhecimentos com o desenvolvimento de critérios objetivos para lidar com os interesses em conflito. Além disso, vimos também técnicas aplicadas de SPIN Selling e persuasão de vendas, como os gatilhos mentais, foram apresentadas para fortificar a bagagem do aluno. Hora de testar seus conhecimentos! Atividades de aprendizagem Para fixar o conteúdo estudado no módulo, responda às atividades seguintes Enunciado Para criar opções de como duas empresas podem fechar negócios, o gestor de vendas de uma delas sugere que reúnam os principais agentes negociadores, para discutirem ideias, de modo a filtrarem-nas após a primeira rodada, até que cheguem às opções mais viáveis para entrarem em julgamento das opções. Essa ação representa uma estratégia de: A Perguntas de necessidade de solução. B Identificação de interesses. C Análise. D Brainstorming. Enunciado Marque a opção composta por três exemplos de critérios objetivos justos. A Valor de mercado, opinião científica e custos de produção. B Tradição, padrões e brainstorming C Pré-julgamento, SPIN Selling e reciprocidade. D Valor de depreciação, sorteio e tradição. Caso tenha ficado alguma dúvida, ou caso queira retomar algum assunto, você pode voltar ao módulo e revisar os temas estudados. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 56 ENCERRAMENTO Parabéns, você chegou ao fim do curso Práticas de negociação! O Método Harvard de Negociação traz uma abordagem que visa a alcançar os melhores resultados em qualquer tipo de acordo. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 57 O passo a passo do método, que também pode ser chamado de negociação baseada em princípios/méritos, visa a gerar acordos amigáveis e vantajosos para ambas as partes, sem a necessidade de fazer concessões. Podemos obter esse resultado pelas técnicas de identificação de interesses, separação de pessoas e problemas com posturas diferentes para cada um e, por fim, com a criação de opções de ganhos mútuos baseadas em critérios justos. A ideia principal é quebrar o paradigma de que negociações são embates, por isso, o método se torna ainda mais poderoso quando todos os negociadores envolvidos o conhecem. Ao longo do curso, também apresentamos técnicas avançadas de negociação, como perguntas da metodologia SPIN Selling e gatilhos mentais de persuasão em vendas. Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 58 Veja um resumo do que vimos ao longo dos módulos: Módulo 1: Negociação baseada em méritos – separando o problema das pessoas Módulo 2: Identificando pessoas e interesses Módulo 3: Buscando a relação ganha-ganha Vimos os conceitos da negociação, abordamos sobre as desvantagens da negociação de posições e falamos sobre o Método Harvard de Negociação. Notamos como as emoções podem interferir no processo de negociação e aprendemos como trabalhar com os interesses das partes, para chegar a um acordo em que todos saem ganhando. Percebemos a importância de criar um ambiente de ganhos mútuos e da transparência na hora de impor os critérios objetivos em uma negociação. Com a sintetização do conteúdo sobre práticas de negociação, esperamos que os alunos caminhem para se tornar grandes negociadores, capazes de alcançar excelentes resultados em suas vidas profissionais e pessoais. Bons negócios! E aí, curtiu conteúdo? Realize também os demais cursos do programa, para que sua formação fique ainda mais completa. Seu sucesso depende você! Bons estudos! Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 59 Gabarito Módulo 1 Questão 1 C Questão 2 D Questão 1 B Questão 2 C Questão 1 D Questão 2 A Módulo 2 Módulo 3 Práticas de Negociação − Caderno do Aluno 60 Referências bibliográficas CIALDINI, R. B. As armas da persuasão: como influenciar e não se deixar influenciar. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. FISHER, R.; URY, W.; PATTON, B. Como chegar ao sim. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. RACKHAM, N. Alcançando excelência em vendas – SPIN selling. São Paulo: M. Books, 2008.
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