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Neoplasia de Mama

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PROBLEMA 08 – PROLIFERAÇÃO 
 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA 
- Mamas – estruturas mais proeminentes na parede anterior do tórax feminino e masculino; 
- Mama Feminina – são mais desenvolvidas e se relacionam com a reprodução; 
- Mama Masculina – são rudimentares e não funcionais, sendo formadas por apenas alguns pequenos ductos; 
1. LOCALIZAÇÃO 
- Repousa na tela subcutânea da parede torácica anterior, com 2/3 da sua estrutura sobre o músculo peitoral maior e o restante em contato 
com o músculo serrátil anterior e a porção superior do músculo obliquo abdominal; 
- A mama apresenta tamanho médio de 10 a 12 cm de diâmetro e espessura central de 5 a 7 cm, assim as variações do tamanho e da forma 
determinam os limites anatômicos da base; 
- Limites anatômicos da base – (superior) 2ª ou 3ª costela, (inferior) sulco ou prega inframamária/6ª costela, (medial) borda lateral do esterno, 
(lateral) linha axilar média; 
- Cauda de Spence / Processo Axilar da Mama – extensão do tecido mamário até a região axilar – pode aumentar durante o ciclo menstrual; 
2. COMPOSIÇÃO 
 
- Pele + tecido subcutâneo + tecido mamário/glandular; 
- Fáscias da mama: fáscia peitoral superficial (2 a 3 mm abaixo da derme, recobre a mama e é contínua com a fáscia abdominal de Camper) e 
fáscia profunda (anteriormente à fáscia do músculo peitoral maior, cobrindo os músculos peitoral maior [2/3] e serrátil anterior [1/3]); 
- Espaço retromamário – plano de tecido conectivo frouxo entre a mama e a fáscia peitoral, com pouca gordura, de modo a permitir que a mama 
tenha algum grau de movimento; 
- Ligamentos Suspensórios de Cooper – faixas fibrosas de tecido conectivo, que correm através do parênquima mamário e se inserem 
perpendicularmente na derme, ligando os dois folhetos fasciais e assim compondo a sustentação natural da mama, dos lobos e dos lóbulos; 
**retrações – contração dos ligamentos suspensórios – clinicamente associadas a tumores malignos** 
- Tecido subcutâneo – tecido fibroso de sustentação, formado por matriz adiposa, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos; 
**o tamanho do seio não lactente é determinado pela gordura ao redor do tecido glandular** 
a. TECIDO MAMÁRIO 
- Elementos epiteliais parenquimatosos (10 a 15% do volume mamário total) + estroma (95 a 90% do volume); 
- Parênquima mamário – sistema ductal + sistema lobular (15 a 20 lobos); 
- Lobos Mamários– unidade funcional da mama, que apresenta ducto secretor (abaixo da aréola) para estocamento do leite antes da sua ejeção 
– constituído por 20 a 40 lóbulos; 
- Lóbulos – constituído por 10 a 100 alvéolos/ácinos, ou seja, ramificações das glândulas túbulo-alveolares; 
- Os alvéolos aglutinam-se em forma de cachos e drenam para canalículos que confluem em ductos lactíferos; 
- Sistema Ductal – ducto coletor principal e vários pequenos dúctulos intralobulares e extralobulares; 
- Seio Galactóforo/Lactífero – dilatação formada pela convergência do ducto principal para a papila, que se abre para o mamilo por um orifício 
estreito – em número de 10 a 20; 
- Estroma - tecido adiposo + tecido conectivo + vasos sanguíneos + vasos linfáticos + nervos - preenche o espaço entre os lobos; 
3. DESENVOLVIMENTO DAS MAMAS 
a. ESTROGÊNIO 
- O estrogênio é o principal estimulador do desenvolvimento das mamas, pois promove o crescimento da parte glandular das mamas e o depósito 
de gorduras nessa; 
- Principais momentos de atuação – no ciclo sexual feminino mensal (produzido em menor quantidade pelos ovários) e na gravidez (em maior 
quantidade, devido os seus altos índices de produção pela placenta); 
- Os altos níveis de estrogênio durante a gravidez permitem o completo desenvolvimento do tecido glandular, preparando para a produção de 
leite; 
- Faz com que o sistema de ductos lactíferos das mamas cresça e se ramifique; 
- Aumenta a quantidade de estroma das mamas, sendo que grande quantidade de gordura deposita-se nesse; 
- Inibe a verdadeira secreção de leite; 
 
 
 
 
 
 Outros Hormônios 
- O hormônio do crescimento, a prolactina, os glicocorticóides adrenais e a insulina também são importantes para o crescimento do sistema de ductos, visto que atuam 
sobre o metabolismo das proteínas; 
b. PROGESTERONA 
**produzido pela placenta** 
- Responsável pelo desenvolvimento final das mamas em órgãos secretores; 
- Age sinergicamente com o estrogênio, após o desenvolvimento do sistema de ductos, causando o crescimento adicional e a formação dos 
lóbulos mamários, a partir da multiplicação dos alvéolos; 
- Responsável pelo desenvolvimento de características secretoras nas células dos alvéolos; 
- Inibe a verdadeira secreção de leite; 
c. MODIFICAÇÃO ESTRUTURAL DA MAMA 
- Sofre variações com a idade, com a gravidez e com a lactação; 
- Nascimento – produz secreção láctea que desaparece em poucas semanas; 
- Infância Antes da Puberdade – glândula mamária com condutos rudimentares; 
- Puberdade - o desenvolvimento glandular e o aumento da deposição de gordura devido às influências hormonais do estrógeno fazem com que 
as mamas, as aréolas e as papilas aumentem de tamanho (a aréola torna-se intensamente pigmentada) – ocorre alongamento dos canais 
lactíferos, formação de tecido fibroso e gorduroso e desenvolvimento dos alvéolos; 
- Gestação - aumenta os níveis sanguíneos de estrogênio e progesterona, ocasionando o desenvolvimento tubular com proliferação alveolar, 
tornando a glândula apta para a produção de leite – ocorre infiltração de linfócitos, células plasmáticas e eosinófilos no tecido intersticial, 
aumento da vascularização, do tecido conjuntivo e gorduroso; 
- Lactação – a secreção de prolactina após o parto coordena nova proliferação de células alveolares e a reorganização das células para início e 
manutenção da síntese láctea; 
4. ANATOMIA SUPERFICIAL DA MAMA 
 
- Deve-se avaliar a presença de variações no tamanho, contorno e densidade da mama entre 
os indivíduos; 
- Volume mamário – varia devido ao componente adiposo entre os lobos; 
a. QUADRANTES 
- Quadrantes: superior medial, superior lateral, inferior medial e inferior lateral; 
- Quadrantes laterais – apresentam a maioria do volume mamário e são o local mais comum 
de tumores mamários; 
b. COMPLEXO AREOLOPAPILAR 
- Papila mamária – parte mais proeminente da mama; 
- Mamilo – presente no centro da aréola, contendo 15 a 20 ductos lactíferos rodeados por células musculares modificadas; 
- Aréola – área cutânea pigmentada circular que envolve a papila mamária, com cerca de 1,5 a 2,5cm dia diâmetro; 
- Localização: sobre o quarto espaço intercostal de mama não pendular, rodeada pela aréola pigmentada; 
- Puberdade – pigmentação mais escura e papila elevada da superfície; 
- Gravidez – aréola se alarga e a pigmentação se torna mais acentuada; 
- Apresenta inervação sensorial de grande importância funcional – quando estimulada pela sucção do recém-nascido, inicia os eventos que 
culminam na ejeção láctea; 
 Composição 
- Contém glândulas sebáceas e sudoríparas, sem folículo piloso; 
- Tubérculos de Morgagni – elevações nodulares formadas pelas aberturas das glândulas de Montgomery na periferia da aréola; 
- Glândulas de Montgomery – glândulas sebáceas secretoras de leite, presentes na superfície da aréola, gerando aspecto rugoso em sua 
superfície – são um estágio intermediário entre as glândulas sudoríparas e mamárias – produzem secreção para lubrificação do mamilo; 
- Feixes de fibras musculares lisas – estendem-se pela papila, sendo responsáveis pela ereção papilar que ocorre com variados estímulos 
sensoriais; 
5. VASCULARIZAÇÃO 
a. IRRIGAÇÃO 
- O suprimento sanguíneo da mama deriva de três vias arteriais principais; 
- Artéria Torácica Interna / Artéria Mamária Interna – seus ramos intercostais perfurantes anteriores suprimem a porção medial e central da 
mama (quadrantes internos e centrais) – seus ramos intercostais anteriores juntamente aos ramos perfurantes irrigam o complexo areolopapilar 
- responsável por 60% do suprimentosanguíneo mamário; 
- Artéria Torácica Lateral / Artéria Mamária Externa – originam-se da artéria axilar e do ramo peitoral da artéria toracoacromial (ramo da artéria 
axilar) – suprimem o quadrante superior lateral da mama, sendo responsável por 30% do suprimento sanguíneo mamário; 
- Artérias Intercostais Posteriores – emitem ramos que suprimem o tecido mamário remanescente; 
- Plexo Subdérmico – responsável pelo suprimento sanguíneo da pele da mama, estando em comunicação com os vasos profundos que suprimem 
o parênquima mamário; 
b. DRENAGEM 
- Segue o curso das artérias, seguindo em direção à axila; 
- Circulus Venosus – círculo anastomótico formado pelas veias ao redor da papila; 
- A veias do círculo e a drenagem da glândula até os vasos se unem nas veias torácicas interna e axilar; 
- Principais vias de drenagem venosa da mama: ramos perfurantes da veia torácica interna (maior plexo venoso que drena a glândula mamária), 
ramos perfurantes das veias intercostais posteriores e as tributárias das veias axilares; 
 
6. INERVAÇÃO SENSITIVA 
- Deriva de ramos cutâneos laterais e anteriores originados do segundo ao sexto nervo intercostal; 
- Pele da porção superior da mama – inervada pelos ramos anteriores do nervo supraclavicular originado do plexo cervical; 
- Papila e aréola – inervada por ramos cutâneos laterais e anteriores provenientes do 2° ao 5° nervo intercostal, que se unem em um plexo na 
região subdérmica; 
- Os nervos que abrangem a mama comunicam-se livremente e convergem em direção à axila; 
7. DRENAGEM LINFÁTICA 
 
- Mais de 75% dessa é realizada pelos 20 a 30 linfonodos axilares; 
- A drenagem linfática é realizada por plexos superficiais e 
profundos; 
- Sistema superficial – avalvulado, com drenagem direcionada para 
o plexo profundo – os de uma mama se comunicam com os da 
mama oposta e a parede abdominal anterior, podendo ser 
drenados diretamente para os linfonodos supraclaviculares 
(cervicais profundos); 
- Sistema profundo – recebe a drenagem do sistema superficial e 
drena a linfa para a axila (95%) e para a cadeia da artéria torácica 
interna; 
- Grupos de linfonodos axilares: grupo da veia axila, grupo mamário 
externo, grupo escapular, grupo central, grupo supraclavicular e 
grupo interpeitoral (linfonodos de Rotter presentes entre os 
músculos peitoral maior e menor); 
- Drenagem medial – ocorre por ramos perfurantes da artéria 
mamária interna, que desembocam no grupo paraesternal de 
linfonodos; 
- A drenagem linfática dos componentes epitelial e mesenquimal 
da mama é a via primária da difusão de metástases do câncer de 
mama para outros sítios; 
a. NOMEAÇÃO DOS GRUPOS 
- Os grupos de linfonodos são nomeados de acordo com sua relação com o músculo peitoral menor; 
- Linfonodos de nível I: localizados lateralmente ao músculo peitoral menor – inclui os grupos veia axilar, mamária externa e escapulares; 
- Linfonodos de nível II: localizados superficialmente e profundamente ao músculo peitoral menor – inclui os grupos central e interpeitoral; 
- Linfonodos de nível III: localizados medialmente ao músculo peitoral menor – inclui grupo subclavicular; 
 NEOPLASIAS MALIGNAS 
- Além dos carcinomas outras neoplasias malignas podem se originar na mama, apresentando os mesmos aspecto morfológico e comportamento 
dos tumores primitivos de outras sedes; 
- Sarcomas de Tecidos Moles – podem se originar na mama como angiossarcomas (raros, mas muito bem diferenciados) e sarcomas de estroma 
(origina-se no estroma mamário, mas não tem componente epitelial do tumor phyllodes); 
- Linfomas – podem se originar na mama; 
- Hemangiomas Perilobulares – são comuns, podendo se manifesta a partir da proliferação vascular na mama; 
1. CARCINOMA 
- Mais importante tumor maligno da mama; 
a. EPIDEMIOLOGIA 
- Neoplasia maligna visceral mais frequente entre as mulheres em todo mundo; 
- É a principal causa de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, apresentando cerca de 520 mil mortes em 2012, porém sua mortalidade 
vem sofrendo redução gradual com a instituição do rastreamento mamográfico e dos tratamentos mais eficazes; 
- Sua frequência vem aumentando nos países desenvolvidos e nos em desenvolvimento, porém a mortalidade vem decrescendo, principalmente 
devido ao uso frequente de métodos de rastreamento, que vem permitindo a detecção precoce das lesões localizadas, de pequeno tamanho e 
do carcinoma in situ, e a intervenção com técnicas terapêuticas aperfeiçoadas; 
- No Brasil, o câncer de mama é o mais incidente na população feminina após os tumores não melanóciticos de pele, apresentando frequência 
de 71,18 casos/100.000 no Sudeste – apenas da região Norte assume o segundo lugar na incidência, sem considerar os tumores não 
melanocíticos da pele, com frequência de 21,3 casos/100.000 no Norte; 
- No Brasil o risco cumulativo de uma mulher com 74 anos ter apresentado câncer de mama durante a vida é de 6,33%; 
- A sobrevida média após 5 anos de diagnóstico no Brasil é de 80%; 
- Carcinoma Invasivo – é menos comum em mulheres não caucasianas, especialmente nas mais velhas, sendo a idade média de diagnóstico nas 
mulheres brancas 61 anos e nas afro-americanas 46 anos; 
- Mulheres Afro-Americanas – têm maior probabilidade de exibirem RE-negativos e terem lesão de alto grau, que são biologicamente mais 
agressivas, apresentando maior taxa de mortalidade; 
 
 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
b. FATORES DE RISCO 
 
- Idade – principal fator de risco - o tumor mamário é muito raro 
antes dos 25 anos, sua incidência aumenta rapidamente a partir 
dos 30 anos e atinge seu pico entre os 50 e 60 anos, quando o 
aumento ocorre de forma mais lenta; 
- Raça/Etnia – mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são mais 
frequentes nas populações judaicas de linhagem étnica Ashkenazi, 
tornando-os mais suscetíveis ao desenvolvimento de carcinoma 
mamário; 
- Estilo de Vida – inclui fatores de risco modificáveis como dieta 
hipercalórica, rica em lipídeos e gordura animal, vida sedentária, 
obesidade e etilismo; 
- História Familiar – os genes BRCA 1 e BRCA2 quando mutados 
associam-se ao aumento da suscetibilidade ao câncer de mama, 
sendo responsáveis pela maioria dos casos de câncer de mama 
hereditário – 1/3 das mulheres com carcinoma mamário tem 
história familiar de um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, 
irmã ou filha) com a mesma neoplasia, porém apenas 5 a 10% dos 
casos são de carcinoma hereditário; 
**o risco não aumenta se o único parente afetado for a mãe na 
menopausa** 
- Hormônios – a estimulação estrogênica prolongada sobre o tecido mamário (apresenta receptores estrogênicos) geneticamente suscetível, 
devido à menarca precoce (antes dos 11 anos – aumenta o risco em 20%), menopausa tardia, nuliparidade (ausência de gestações), primeira 
gestação a termo tardia (após os 35 anos), aumenta o risco de desenvolvimento do carcinoma mamário; 
- Exposição Estrogênica Exógena (anticoncepcionais hormonais e terapêutica de reposição hormonal) - a relação da carcinogênese mamária com 
os hormônios esteroides exógenos ainda não está bem definida, havendo estudos contraditórios acerca do aumento ou não influencia sobre o 
risco de câncer de mama – a maioria dos carcinomas deve-se a reposição hormonal da menopausa, associando-os aos carcinomas pequenos 
com RE-positivos, porém os contraceptivos orais não parecem aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama; 
- Lesões Proliferativas Atípicas – as lesões benignas proliferativas como a hiperplasia atípica são fatores de risco para carcinoma invasivo; 
- Alta Densidade do Tecido Mamário – o câncer de mama se origina em áreas de maior densidade mamográfica, inficando que o aumento da 
concentração de estroma fibroso seja um marcador de risco - apresenta de 4 a 6 vezes mais riscos de desenvolver carcinomas RE-positivos e RE-
negativos, quando comparadas às mulheres com menor densidade mamária; 
- Exposição à Radiação– as altas doses de radiação torácica (secundária a tratamentos de câncer ou acidentes/bombas nucleares) aumentam a 
incidência de câncer de mama, principalmente em idades jovens; 
- Carcinoma da Mama Contralateral – 1% das mulheres com câncer de mama desenvolve um carcinoma na mama contralateral; 
- Amamentação – quanto mais tempo a mulher amamentar, maior a redução dos riscos de carcinoma mamário, uma vez que essa suprime a 
ovulação e pode desencadear diferenciações terminais das células luminais; 
- Urbanização e elevação do status socioeconômico; 
c. ETIOPATOGENIA 
- Em termos etiopatogenéticos, os carcinomas de mama podem ser divididos em carcinomas hereditários e carcinomas não hereditários ou 
esporádicos; 
- O câncer de mama é uma proliferação clonal que se origina de células com várias mutações genéticas adquiridas por influência de exposições 
hormonais ou genes suscetíveis herdados; 
- Os fatores ambientais atuam diretamente sobre as formas hereditárias e esporádicas do câncer; 
 Carcinomas Hereditários 
 
- Correspondem a 5 a 10% dos carcinomas da mama – gera risco de 
câncer de mama de mais de 90% para esses indivíduos; 
- Sua probabilidade aumenta quando existem parentes de primeiro 
grau (mãe, irmã e filha) afetados com carcinoma de mama em idade 
precoce ou quando existem múltiplos câncer ou membros da 
família com outros cânceres específicos; 
- O câncer de mama em alguns casos mostra um traço autossômico dominante (?) de uma cópia anormal de um gene supressor tumoral -> uma 
única mutação esporádica no alelo normal remanescente gera a perda completa da função supressora tumoral, desencadeando o início da 
mutação e as formas de câncer de mama; 
- Critérios Indicativos do Câncer de Mama Hereditário: aparecimento precoce (antes dos 45 anos), bilateralidade, família com 3 ou + casos de 
câncer de mama ou com 1 ou + casos de câncer de ovário, família com 2 ou + parentes de primeiro grau com câncer de mama e família com 
história de câncer de mama masculina; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 
 
 
 
- Genes mais suscetíveis envolvidos com 
o câncer de mama familiar: BRCA1, 
BRCA2, TP53 e CHEK2; 
- BCRA1 e BCRA 2 – genes supressores de 
tumor que atuavam na reparação da 
cadeia dupla de DNA a partir do processo 
de recombinação homóloga - ao 
sofrerem mutações (não ocorrem em 
sítios preferenciais) são responsáveis por 
cerca de 90% dos carcinomas 
hereditários de gene único e cerca de 3% 
de todos os casos de câncer de mama – 
tumores associadas a mutações nesses 
genes apresentam características 
histológicas e morfológicas específicas; 
- BCRA 1 (região 17q21) – suas mutações aumentam os riscos de uma pessoa de 70 anos de desenvolver câncer de mama de 12% para 50 a 80% 
e de desenvolver câncer de ovário de 1,3% para 50% - os carcinomas associados a essas mutações são pouco diferenciados, com características 
medulares, margens de crescimento sincicial expansivas, infiltrado linfocitário e são negativos para RE e HER2/neu, enquanto expressam 
marcadores ceratina 5, P-caderina, p63 e EGRF; 
- BCRA 2 (região 13q12-13) – aumenta os riscos de uma mulher de 70 anos desenvolver câncer de mama de 12% para 50% a 70%, enquanto nos 
homens aumenta o risco da população geral de 0,02% para 5 a 7%; e de desenvolver câncer de ovário de 1,3% para 10% aos 70 anos – os 
carcinomas associados a essas mutações são pouco diferenciados, positivos para RE e mostram expressão de ciclina D1 e de p27 - não se associa 
a nenhum subtipo histológico específico; 
- Mutações germinativas em outros genes associados aos outros 10% de casos de carcinoma mamário hereditário – TP53 (interrompe o ciclo 
celular quando o ATM detecta mutações - síndrome de Li-Fraumeni), PTEN (síndrome de Cowden), ATM (detecta as mutações do DNA) e CHEK2 
(interrompe o ciclo celular quando o ATM detecta mutações) – associam-se à conservação da integridade genômica; 
 Carcinomas Não Hereditários/Esporádicos 
- Estimulação estrogênica prolongada devido ao gênero, idade da menarca ou menopausa, história reprodutiva, amamentação e estrogênios 
exógenos; 
- A exposição estrogênica estimula a proliferação do epitélio mamário durante o ciclo menstrual, propiciando o acúmulo de lesões do DNA de 
forma cumulativa a cada ciclo menstrual, de modo que na presença de células pré-malignas ou malignas, os hormônios também podem estimular 
seu crescimento assim como as células estromais normais; 
- As mutações em BRCA1 e BRCA2 em carcinomas mamários não hereditários é rara, ocorrendo em menos de 5% dos casos; 
d. CLASSIFICAÇÕES 
 Localização e Extensão 
- Como os carcinomas são classificados em geral em in situ e invasor adquiriu-se como correspondentes mamários o tipo ductal (acomete 
predominantemente os ductos) e o tipo lobular (acomete predominantemente os lóbulos); 
- Os critérios citoarquiteturais que distinguem o ductal do lobular se relacionam mais com a diferenciação do que com a origem do tumor; 
 Perfil de Expressão Gênica e Alterações Genômicas 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 
- As células-tronco remanescentes no 
tecido mamário originam o câncer de 
mama a partir das mutações geradas por 
3 diferentes vias genéticas principais da 
carcinogênese; 
- Classificados conforme a expressão de 
receptores de estrogênio e HER2: (1) 
receptores de estrogênio (RE)-positivos e 
HER2-negativos, (2) HER2-positivos com 
RE-positivo ou RE-negativo e (3) RE-
negativo e HER2-negativo; 
- Tumores Luminais – semelhantes às células luminais mamárias normais em padrão de expressão RNAm - RE-positivos e HER2/neu-negativos, 
incluindo grande parte dos carcinomas ductais e lobulares, que exibem a mutação no gene E-caderina – subdivisão conforme o índice 
proliferativo: (luminais A) baixo índice proliferativo e (luminais B) alto índice proliferativo; 
- Tumores HER2/neu – receptores de estrógeno HER2-neu-positivos e RE-negativos; 
- Tumores com Fenótipo Basal / Triplo-Negativos – não são receptores de estrógeno, nem de progesterona, sendo RE-negativos, HER2-neu-
negativos e receptores de progesterona negativos – apresentam marcadores comuns às células mioepiteliais ou basais, como ceratina 5, P-
caderina, p63 e EGFR – apresentam mutações com perda de função no gene TP53; 
e. CARCIMOMA IN SITU 
- Proliferação epitelial maligna restrita aos ductos ou lóbulos mamários pela membrana basal;; 
- Não apresenta invasão estromal – fator que o distingue do carcinoma invasor; 
- Corresponde a 25% de todos os cânceres de mama; 
- Alterações Mamográficas Correlacionadas com o Carcinoma Ductal In Situ –> microcalcificações agrupadas e pleomórficas, com distribuição 
segmentar; 
- Não representam uma entidade única, mas sim um grupo distinto com diferenças histológicas e de comportamento clínico; 
- Podem ser lobular e ductal; 
- Nem todos evoluem para carcinoma invasor; 
- As lesões geralmente são únicas, mas cerca de 0% das mastectomias realizadas para sua ressecção detectam vários focos, evidenciando 
multifocalidade; 
 Carcinoma Ductal In Situ (CDIS) 
- Proliferação de células epiteliais malignas limitadas aos ductos e lóbulos pela membrana basal, que ao envolver os lóbulos assume a aparência 
de ductos; 
- Pode disseminar pelo sistema ductal e produzir lesões extensas; 
- Raramente é palpável (sem o rastreamento menos de 5% seriam detectados) e quase sempre é detectado por mamografia; 
- Com a introdução do rastreamento mamográfico, o número de casos diagnosticados no estádio I (tumor pequeno com linfonodos negativos) 
aumentou, enquanto o de tumores grandes com linfonodos positivos ou carcinomas em estágio avançado (estádios II e IV) diminuiu; 
- Identificação na Mamografia – (maioria) calcificações associadas a secreções ou necrose ou (minoria) fibrose peridcutal, formando densidade 
mamográfica ou massa palpável; 
- Pode produzir descarga papilar; 
- Cerca de 1% ao ano dos CDIS pequeno e de baixo grau se desenvolverem carcinoma invasivo, no mesmo quadrante, com grau e padrão de 
expressão de RE e HER2 semelhante ao CDIS associado; 
 Classificação Arquitetural 
 
- Podem ser classificadas conforme o padrão arquitetural em: comedocarcinoma, cribiforme, 
micropapilar, papilar e sólido; 
- Essa classificação é limitada pela pouca definição dos padrões arquiteturais, pela 
coexistência de vários padrões na mesma lesão, pela fraca correlação com o comportamento 
biológico e pela marcada variação entre diferentes observadores; 
- Comedocarcinoma / Carcinoma Ductal In Situ com Comedonecrose – tumor formado por 
néculas neoplásicas com núcleo pleomórfico de alto grau, associado a área de necrose central 
extensa, que ocupa o interior do ducto – quando extensa é visível macroscopicamente como 
pontos brancos ou amarelados que drenam material necrótico ao comprimi-lo – associa-se 
mais aos focos de invasão – mamografia: áreas de calcificações agrupadas, lineares e 
ramificações; 
- Tipo Não Comedocarcinoma – não apresenta núcleo de alto grau e nem necrose central – 
assume o caráter cribidorme, micropapilar, papilar ou sólido; 
- Cribiforme – apresenta espaços arredondados em meio a ductos - maior tendência de 
multicentricidade; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Micropapilífero – apresenta protusões bulbares sem eixos fibrovasculares, frequentemente arranjadas em complexos padrões intraductais; 
- Papilíferos – produz verdadeiras papilas, com núcleos fibrovasculares desprovidos de células mioepiteliais; 
 Classificação Histológica 
 
- Os tipos histológicos apresentam alterações genéticas e evoluções distintas, considerando-se para a classificação do grau de malignidade: o 
grau nuclear e a presença ou ausência de necrose; 
- Classifica os CDIS em baixo grau de malignidade, grau intermediário e alto grau de malignidade – algumas propostas podem considerar apenas 
o baixo e o alto grau; 
- Graus Nucleares – determinado conforme a presença de nucléolo, o pleomorfismo nuclear e o tamanho do núcleo em relação aos núcleos dos 
ductos mamários adjacentes [(pequeno) 1 a 2 vezes maior, (intermediário) 3 a 4 vezes maior, (grande) 5 vezes ou mais maior] – graus: (Núcleo 
Grau 1) monomórfico, tamanho pequeno ou intermediário e nucléolo pouco evidente; (Núcleo Grau 2) pleomorfismo discreto, tamanho 
pequeno ou intermediário e nucléolo quase sempre evidente; (Núcleo Grau 3) pleomorfismo acentuado, tamanho intermediário ou grande e 
nucléolos grandes e múltiplos; 
- Necrose – para a classificação as áreas de necrose visualizadas podem ser pequenas ou grandes, mas devem ser do tipo comedo, não 
considerando a necrose de células isoladas; 
- CDIS de Baixo Grau – grau nuclear 1 ou 2, ausência de necrose e arquitetura cribiforme – apresenta mais comumente receptores hormonais de 
estrógeno e progesterona; 
- CDIS de Grau Intermediário – grau nuclear 1 ou 2, com presença de áreas de necrose e arquitetura variada, podendo ser cribiforme ou sólida 
com necrose - taxa de recidiva após cirurgia conservadora é intermediária; 
- CDIS de Alto Grau – grau nuclear 3, com necrose e atipias nucleares acentuadas – apresenta mais comumente aneuploidia e expressão de 
HER2/neu - recidiva com maior frequência e apresenta maior tendência de desenvolver focos de invasão do estroma; 
 Doença de Paget da Mama 
 
- Manifestação rara do câncer de mama, que corresponde a 1 a 4% dos casos; 
- Lesão eczematosa (erupção eritematosoa) unilateral no mamilo, com crosta escamosa, devido à disseminação intraepidérmica de células 
malignas de carcinoma intraductal ou invasor subjacente; 
- As células neoplásicas de Paget se disseminam pelo sistema ductal, a partir dos seios galactíferos, para a pele do mamilo, sem infiltrar a 
membrana basal; 
- As suas células neoplásicas rompem a barreira epitelial normal, permitindo que o fluído extracelular seja exteriorizado pela superfície do 
mamilo; 
- Pode ser sinal de neoplasia localizada e curável ou pode ser a primeira manifestação de carcinomas de mau prognóstico – em 50% dos casos a 
lesão subjacente é um carcinoma invasor ou intraductal extenso; 
- Palpação – o tumor não é palpável e está confinado aos ductos abaixo do mamilo, em 10% dos pacientes; 
- Aspecto Microscópico – células grandes, com núcleos vesiculosos, nucléolo evidente, citoplasma claro, abundante e com muco que se cora 
pelo PAS, na intimidade da epiderme; 
- Diagnóstico Diferencial – melanoma, uma vez que apresenta aspecto histológico semelhante; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Células positivas para a proteína codificada pelo gene HER2/neu – proteína que atua como fator de motilidade de células malignas, sinalizando 
sua atração por um componente isolado da epiderme humana e assim permitindo seu deslocamento no interior do sistema ductal – marcador 
determinante da extensão dos carcinomas intraductais e um fator prognóstico para recidiva em cirurgias conservadoras; 
 Carcinoma Lobular In Situ (CLIS) 
 
- Proliferação de células epiteliais malignas dentro dos ductos e 
lóbulos de uma maneira não coesa (devido à perda da E-caderina – 
proteína de adesão tumoral), que apesar da disseminação celular, 
não altera a arquitetura lobular subjacente; 
- Corresponde a 10 a 30% dos carcinomas in situ; 
- Comumente é uma lesão não palpável encontrada de forma 
incidental em mulheres na pré-menopausa; 
- Comumente é um achando incidental na biópsia, pois não se 
associa a calcificações ou reações estromáticas que produzem 
densidades mamográficas; 
- É considerado um marcador do câncer invasivo e não um precursor, uma vez que uma mulher que o apresentou, após sua remoção apresenta 
cerca de 1% ao ano de acréscimo na chance de desenvolver um carcinoma invasivo em ambas as mamas, de forma ductal ou lobular invasiva, 
assim após cerca de 20 anos o risco absoluto é de cerca de 20%; 
- Apresenta alterações morfológicas e genéticas, como a perda da expressão de E-caderina (consequente perda de adesão celular) e a perda de 
heterozigosidade em 16q – são semelhantes as do carcinoma lobular invasor; 
- Características Histológicas – multicêntrico, acomete unidades lobulares, preenche os dúctulos com células pequenas, redondas ou poligonais, 
com citoplasma bem delimitado (pode assumir aspecto de anel de sinete), pouco coesas (falta de E-caderina), com baixo grau nuclear e baixa 
velocidade replicativa; 
- Suas células não podem formar espaços cribiformes ou papilares como as do CDIS; 
- Apresenta tendência a se disseminar de forma pagetoide aos ductos maiores, percorrendo entre a membrana basal e as células luminais 
sobrejacentes; 
- Suas células são morfologicamente idênticas com as células da hiperplasia lobular atípica; 
- Não envolve a pele dos mamilos; 
- Na forma clássica não apresenta necrose nem atividade secretória, não disponibilizando substratos para calcificação; 
- Quase sempre expressam RE-positivos e RP-positivos, sem superexpressar HER2; 
- É um fator de risco para carcinomas invasivos, sendo que cerca de 1% ao ano dos CLIS pode se desenvolver em carcinoma invasivo, porém o 
risco é alto tanto na mama ipsilateral, quanto na contralateral. 
f. CARCINOMA INVASOR 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 
- Infiltra a membrana basal e se desenvolve em meio ao estroma; 
- Pode coexistir com componentes de carcinoma in situ; 
- São divididos em ductais e lobulares; 
- Subtipos especiais: tubulares, medulares e mucionosos; 
- Pode assumir as formas de apresentação da doença de Paget e do carcinoma inflamatório; 
**existem outros carcinomas de mama que incluem subtipos histológicos, como carcinoma adenoide-cístico, carcinoma secretor, carcinoma 
papilífero invasor, carcinoma de células acinares, carcinoma rico em lipídeos e carcinoma apócrino – representam menos de 1% dos carcinoma 
da mama** 
- Alterações Mamográficas Correlacionadas com o Carcinoma Invasor –> densidade assimétrica, lesão espiculadado tipo cicatriz radial e presença 
de nódulo; 
 Carcinoma Ductal Invasor (CDI) Sem Outra Especificação 
 
 
 
- Tipo mais frequente de câncer de mama – corresponde a 90% dos casos infiltrantes; 
- Grupo heterogêneo de lesões, com lesões genéticas e achados morfológicos muito distintos, mas que não se enquadram em um subtipo 
especial; 
- Apresentam todos os subtipos classificados de acordo com o padrão de expressão gênica, ou seja, luminais, HER2/neu, basais e outros; 
- Apresenta comportamento mais agressivo do que a maioria dos tipos especiais, com sobrevida de cerca de 5 anos em 60% das pacientes; 
- Palpação –> massa palpável, endurecida, de cerca de 2 a 3 cm de diâmetro; 
- Mamografia -> lesão bem visualizada, com densidade irregular e microcalcificações frequentes; 
- Aspecto Macroscópico – massa bem individualizada, de forma variável, com superfície de corte amarelada, consistência firme, com trabéculas 
que se irradiam a partir do centro da lesão (aspecto semelhante a um caranguejo), com estrias esbranquiçadas semelhantes a riscos de giz na 
superfície de corte (devem-se a elastose periductal); 
- Carcinoma Cirrose – apresenta estroma exuberante, formando tumor brancacento e muito duro; 
- Aspecto Microscópico – suas células podem ser de pequeno volume, núcleos pequenos, regulares, cromatina homogênea e poucas mitoses ou 
ser de grande volume, com núcleos irregulares, nucléolos evidentes e elevado índice mitótico, de modo que suas células formam estruturas 
glandulares, ninhos sólidos, trabéculas ou ilhotas em padrões predominantes ou mistos; 
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- Carcinoma Ductal Invasor com Predomínio do Componente Intraductal – o componente in situ representa mais de 25% do tumor ou está 
circundando totalmente a área invasiva; 
- Sistema de Graduação – considera o grau de formação glandular, o pleomorfismo nuclear e o índice mitótico; 
 Carcinoma Lobular Invasor (CLI) 
 
- Corresponde a 5 a 10% dos carcinomas invasores da mama; 
- Apresenta bom prognóstico, com sobrevida de 10 anos em 80 a 
90% das pacientes; 
- Em até 60% dos casos coexiste com carcinoma lobular in situ; 
- Tumor com maior tendência a bilateralidade – geralmente ao 
diagnóstico apresenta-se em ambas as mamas de forma 
multicêntrica; 
- Apresenta taxa elevada de recidiva sistêmica tardia, com 
metástases em diferentes locais, podendo surgir na meninge, 
peritônio, trato gastrointestinal e pulmão; 
- Suas variantes alveolar, sólido, pleomórfico e mista apresentam evolução semelhante à do carcinoma ductal, porém perdem a expressão de E-
caderina, possibilitando o diagnóstico diferencial com este; 
- Em sua maioria, acomete mulheres mais idosas; 
- Palpação – massa palpável ou lesão difusa com pouca alteração na textura da mama, não sendo detectada pela mamografia; 
- Aspecto Macroscópico – algumas lesões são firmes e estreladas, enquanto outras são como espessamentos difusos da mama; 
- Aspecto Microscópico – as células são pequenas, homogêneas, com padrão de crescimento difuso, infiltrando no estroma em “fila indiana”, de 
modo que as células se disponham entre as fibras colágenas com padrão em alvo; 
- Subtipo Alveolar e Sólido – células crescem em grupos; 
- Subtipo Pleomórfica – as células são isoladas, mas com pleomorfismo nuclear acentuado; 
- Em sua maioria, os carcinomas lobulares são do tipo luminal A, enquanto a variante pleomórfica pode ser luminal B ou do tipo HER2/neu; 
- Sua variante clássica apresenta positividade para receptores hormonias; 
 Carcinoma Tubular 
 
- Corresponde a 5 a 10% dos carcinomas da mama; 
- Em sua maioria pode ser detectado à mamografia; 
- É multifocal em 10 a 56% dos casos e bilateral em 9 a 38% das 
pacientes; 
- Palpação – nódulo palpável, duro, com diâmetro médio de 1 cm; 
- Aspecto Macroscópico – aspecto estrelado e consistência firme, 
como os demais cânceres; 
- Aspecto Microscópico – forma túbulos arredondados ovoides ou angulados, revestidos por camada única de células uniformes, pequenas e 
com secreção citoplasmática apical, imersos em estroma fibroelastótico; 
- Podem apresentar focos apócrinos e calcificações luminais nas luzes; 
- Diagnóstico diferencial com adenose e com cicatriz radial - os túbulos do carcinoma tubular não apresentam células mioepiteliais; 
- Carcinoma Tubular Puro – deve apresentar 90% da lesão com aspecto tubular – é o câncer mamário invasor de melhor prognóstico; 
- Carcinoma Cribiforme Invasor – variante formada por massas de células pequenas e regulares que formam blocos perfurados por pequenos 
ácinos, gerando aspecto cribiforme – apresenta prognóstico muito bom, com sobrevida de 5 anos em 95 a 100% dos casos; 
- Carcinomas Tubulolublares – carcinomas tubulares associados a carcinomas lobulares invasores ou in situ; 
- São mais frequentes em casos familiares ligados a mutações no gene BRCA 2; 
- Em sua maioria são do tipo luminal A; 
 Carcinoma Medular 
 
- Corresponde a 7% dos carcinomas da mama; 
- Apresenta prognóstico melhor do que os carcinoams ductais em 
geral; 
- Palpação – massa palpável, móvel, bem delimitada, com tamanho 
variável de 2 a 5 cm; 
- Aspectos Macroscópicos – tumor bem delimitado, lobulado, 
homogêneo e de consistência macia, podendo ser confundido com 
fibroadenoma; 
- Aspectos Microscópicos – grupos sólidos, de aspecto sincicial, de células com núcleos pleomórficos, nucléolos evidentes, estroma escasso e 
intenso infiltrado linfoide, podendo apresentar células gigantes bizarras, com focos de metaplasia escamosa e necrose; 
- É mais frequente em mulheres jovens e em casos familiares; 
- Associa-se frequentemente a anormalidades no gene BRCA 1; 
- São mais frequentes do tipo basal; 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Carcinoma Mucinoso / Coloide / Mucoide / Gelatinoso 
 
- Corresponde a 2 a 3% dos carcinomas de mama; 
- Manifesta-se em mulheres após a menopausa; 
- Apresenta bom prognóstico, com sobrevida de 10 anos em 80 a 
90% dos casos; 
- Palpação – massa amolecida; 
- Mamografia – padrão inespecífico; 
- Aspecto Macroscópico – tumor bem circunscrito, com bordas abauladas ou circunscritas e aspecto gelatinoso azul-acinzentado, macio ou 
elástico, com áreas de hemorragia; 
- Aspecto Microscópico – pequenos agrupamentos de células malignas dispostas em ninhos e em pequenas ilhas, em meio a lagos de mucina 
(muco), com aspecto homogêneo e margens expansivas, de baixo grau de malignidade; 
- Carcinoma Mucinoso Puro – mais de 90% do aspecto de carcinoma mucinoso – apresenta bom prognóstico; 
- São mais frequente em mulheres com mutações no gene BCRA 1; 
- São tumores tipicamente luminal A, porém pode-se encontrar carcinomas mucinosos do tipo luminal B e com expressão de HER2/neu; 
 Carcinoma Micropapilar 
- Tipo especial de carcinoma; 
- Aspecto Microscópico – bolsas ocas com células malignas em arranjos micropapilares que flutuam no interior de espaços císticos no estroma 
da mama, sem revestimento epitelial ou endotelial, podendo invadir os vasos em sua periferia, em cerca de 60% dos casos – cerca de 3 a 6% dos 
carcinomas de mama apresentam ao menos focalmente esse padrão arquitetural; 
- Metástases axilares são frequentes ao diagnóstico; 
- São raros na forma pura; 
- São mais dos tipos luminais A e B, com frequente expressão de HER2/neu; 
 Carcinoma Inflamatório 
- Forma de apresentação clínica do carcinoma mamário, não sendo um subtipo histológico; 
- Tumor produzindo sinais semelhantes aos de uma inflamação aguda -> edema, vermelhidão e calor; 
- Pode simular condições benignas como abscessos e necrose gordurosa; 
- Aspecto Microscópico – embolização maciça de vasos linfáticos da derme por células neoplásicas; 
- Geralmente trata-se de carcinoma pouco diferenciado e com péssimo prognóstico; 
- Seu diagnóstico depende da demonstração de embolia neoplásica em vasos linfáticos, não podendo classificar carcinomas que ulceram a pela 
causando infecçãosecundária e inflamação como carcinomas inflamatórios; 
 Carcinoma Metaplásico 
- Grupo de neoplasias formadas por uma mistura complexa de áreas de tipo usual de carcinoma com elementos escamosos e/ou sarcomatoides; 
- Tumor raro, ocorrendo em menos de 1% dos carcinomas da mama; 
- Apresenta comportamento clínico e biológico heterogêneo; 
- Subtipos Histológicos: carcinoma adenoescamoso de baixo grau, carcinoma metaplásico do tipo fibromatose-símile, carcinoma epidermoide, 
carcinoma fusocelular, carcinoma metaplásico com diferenciação mesenquimal e carcinoma metaplásico misto – devem ser diferenciados pois 
algumas variantes, como o carcinoma adenoescamoso de baixo grau e do tipo fibromatose-símile, apresentam melhor prognóstico enquanto as 
demais apresentam comportamento agressivo e metastatizam por via hematogênica; 
- Em sua maioria apresentam fenótipo basal e expressam p63, P-caderina, EGFR e ceratina 5; 
g. EVOLUÇÃO / HISTÓRIA NATURAL 
- Via carcinogenética: hiperplasia ductal e lobular -> carcinoma in situ -> carcinoma invasivo; 
- Carcinoma In Situ – já apresenta as alterações genéticas presentes no carcinoma invasor, inicia a angiogênese e a inflamação; 
- Fatores que facilitam a transição do carcinoma in situ para o invasor: remodelamento da mama na involução após a gravidez e reparo de 
feridas; 
 Multicentricidade 
- Existência de carcinoma em quadrante distinto do que se encontra o tumor principal; 
 Multifocalidade 
- Dois tumores distintos no mesmo quadrante; 
- Ocorre principalmente nos carcinomas lobulares, com incidência global de 15% - cerca de 35% dos focos múltiplos são invasores e os demais 
in situ; 
 Bilateralidade 
- O risco de uma mulher com câncer de uma mama desenvolver carcinoma na mama contralateral é 5 vezes maior do que em mulheres sem 
câncer prévio; 
- É mais comum nos casos de câncer familiar; 
- O tipo histológico mais encontrado em tumores bilaterais é o carcinoma lobular in situ; 
- Não há consenso sobre a realização contralateral da biópsia da mama, exceto quando há a detecção de anormalidades por palpação ou 
mamografia; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Disseminação 
- Vias de Disseminação – invasão local, vias linfáticas e hematogênica; 
- Metástases Sistêmicas – principais focos: pulmões, ossos, fígado, suprarrenais, ovários e sistema nervoso central; 
 Invasão Local 
- Ocorre no parênquima, na pele, no mamilo, no músculo ou na parede torácica 
- Pele - ocorre principalmente na cicatriz cirúrgica, em forma de pequenos nódulos, que devem ser diferenciados de granulomas de reparação, 
pela citologia aspirativa; 
- Mamilo - ocorre de forma microscópica, em 25% dos carcinomas invasores – deve ser retirado em cirurgias; 
 Disseminação Linfática 
 
- Presente em 30 a 50% dos carcinomas de mama no momento do 
diagnóstico – o emprego crescente da mamografia para prevenção 
aumenta o número de diagnóstico de tumores pequenos ainda sem 
metástases axilares; 
- Indica o potencial metastático a distância – quanto maior o 
número de linfonodos envolvidos, maior a probabilidade de haver 
metástases sistêmicas; 
- Progressão das Metástases Linfáticas – linfonodos do nível inferior da axila -> nível médio da axila -> nível superior da axila -> cadeia mamária 
interna e supraclavicular; 
- Geralmente as skip metástases (metástases que saltam uma cadeia linfonodal) e o envolvimento das cadeias mamária interna e supraclavicular 
ocorre apenas após o comprometimento axilar; 
- Cerca de 30% das pacientes sem metástases axilares desenvolvem posteriormente metástases sistêmicas, indicando que parte dos carcinomas 
da mama são doenças sistêmicas no momento do diagnóstico – faz com que as intervenções radicais pouco influenciem na sobrevida global – 
os carcinomas lobulares, anos após sua remoção cirúrgica, disseminam para cavidades serosas, trato gastrointestinal e meninges; 
 Formas de Manifestação Clínica 
- Nódulo palpável – geralmente presente em estádio avançado, podendo ser detectado pela própria paciente a partir do auto-exame, que apesar 
da pouca eficácia deve ser incentivado em países desenvolvidos ou em desenvolvimento sem programas de rastreamento eficazes; 
- Anormalidades mamográficas nos exames de rastreamento – permite o diagnóstico precoce e um melhor prognóstico; 
- Achado incidental histológico em fragmentos de mama retirados por outra razão, como por doença benigna ou por mamoplastia; 
- Encontro de células malignas na investigação de derrames papilares; 
- Metástases; 
h. DETECÇÃO PRECOCE 
- Forma de prevenção secundária que busca identificar o CA de mama em estágios iniciais, com menor envolvimento dos linfonodos axilares, 
buscando um melhor prognóstico e a redução da mortalidade pela doença; 
- As estratégias para a detecção precoce do câncer de mama são o diagnóstico precoce e o rastreamento 
 Diagnóstico Precoce 
- Abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas inicias da doença, buscando reduzir o estágio de apresentação do câncer; 
 
- Sinais e Sintomas Suspeitos de Câncer de Mama e de Referência 
Urgente para Confirmação Diagnóstica: (1) qualquer nódulo 
mamário em mulheres com mais de 50 anos; (2) nódulo mamário 
em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um 
ciclo menstrual; (3) nódulo mamário de consistência endurecida e 
fixo ou que vem aumentando de tamanho em mulheres adultas, de 
qualquer idade; (4) descarga papilar sanguinolenta unilateral; (5) 
lesão eczematosa da pela que não responde a tratamentos tópicos; 
(6) homens com mais de 50 anos com tumoração palpável 
unilateral; (7) presença de linfadenopatia axilar; (8) aumento 
progressivo do tamanho da mama com presença de sinais de 
edema, como pele com aspecto de casca de laranja; (9) retração na 
pele da mama; (10) mudança no formato do mamilo; 
- As mulheres e os profissionais de saúde devem estar preparados para reconhecer os sinais e sintomas suspeitos do câncer de mama; 
- Estratégia Breast Awareness – busca conscientizar as mulheres para a saúde das mamas, destacando a importância do diagnóstico precoce e 
buscando orientar a população feminina sobre as mudanças habituais da mama em diferentes momentos do ciclo de vida e sobre os principais 
sinais suspeitos de câncer de mama – indica que a mulher observe e palpe suas mamas quando se sentir confortável no banho ou na troca de 
roupa, sem precisar aprender uma técnica de autoexame ou de seguir uma periodicidade regular e fixa, de modo que ao realizar a descoberta 
casual de pequenas alterações mamárias suspeitas, deve-se procurar esclarecimento médico em qualquer idade; 
- Um único serviço de saúde deve acolher, informar e realizar os exames diagnósticos, priorizando a marcação de exames de mulheres 
sintomáticas, que já apresentam lesão palpável na mama ou outro sinal de alerta; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Rastreamento 
- Aplicação de teste ou exame em uma população sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de mama, buscando identificar alterações 
sugestivas de câncer de mama em sua fase pré-clínica (assintomática); 
- É direcionada à faixa etária em que existem evidências conclusivas de redução da mortalidade por câncer de mama e balanço favorável entre 
os benefícios e os danos à saúde; 
- Possíveis Ações de Rastreamento: mamografia, autoexame das mamas, exame clínico das mamas, ressonância, ultrassonografia, termografia 
e tomossíntese; 
- Autoexame das Mamas – mulher observa a aparência e o contorno das mamas em frente ao espelho, e palpa as próprias mamas e estruturas 
anatômicas acessórias deitada e em pé, buscando anormalidades que possam indicar um câncer – anteriormente era recomendado na 
frequência de 1 vez por mês, uma semana após o término da menstruação, durante o período reprodutivo - estudos mais atuais demonstram 
que esse não é capaz de reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, de modo que seus danos podem superar os benefícios, assim o Ministérioda Daúde é contra o ensino do autoexame como método de rastreamento do câncer de mama – não indica que a mulher não deve permanecer 
alerta para o aparecimento de sinais e sintomas do câncer de mama, podendo realizar a prática de autopalpação das mamas ocasionalmente, 
mas sem aplicação do método sistemático com periodicidade fixa; 
- Exame Clínico das Mamas – pode ser diagnóstico (auxilia no diagnóstico diferencial de lesões palpáveis) ou instrumento de rastreamento, 
devendo ser realizado anualmente a partir dos 40 anos, em mulheres saudáveis, sem sinais e sintomas suspeitos – achados suspeitos: nódulo 
mamário único, isolado, endurecido, aderido ao tecido adjacente, assimetria e retração - não apresenta recomendação do seu uso sistemático 
no rastreamento, devido o balanço entre possíveis danos e benefícios ser incerto; 
- Mamografia – recomendada pelo MS e pelo INCA 1 vez a cada 2 anos em mulheres entre 50 e 69 anos; 
- Ressonância – é o método de imagem com maior sensibilidade para detecção de lesões mamárias, podendo ser capaz de detectar uma possível 
angiogênese pelo aumento da captação de contraste - não deve ser utilizado isoladamente, nem de forma complementar à mamografia, para 
rastreamento em mulheres com risco padrão de desenvolvimento de CA de mama, mas pode ser utilizado na vigilância para mulheres com risco 
muito aumentado para desenvolver câncer de mama; 
- Ultrassonografia – método importante na investigação diagnóstica de alterações mamárias suspeitas, complementando a mamografia na 
abordagem de casos suspeitos, com especial importância em mamas densas - não deve ser utilizado isoladamente, nem de forma complementar 
à mamografia, para rastreamento; 
- Termografia – exame de imagem que registra a variação da temperatura cutânea, de modo a usar a temperatura como sinalizador da doença, 
porém não existem estudos que comprovem sua eficiência diagnóstica para o rastreamento - não deve ser utilizado isoladamente, nem de forma 
complementar à mamografia, para rastreamento; 
- Tomossíntese/Mamografia Tridimensional/Mamografia Tomográfica – oferece múltiplas e finas imagens da mama a partir de diferentes 
ângulos, minimizando a sobreposição do tecido mamário e aumentando o potencial de detecção precoce de lesões ocultas e de pequenos 
tumores - não deve ser utilizado isoladamente, nem de forma complementar à mamografia, para rastreamento, devido às chances de 
sobrediagnóstico e sobretratamento; 
- Em mulheres com alto risco para desenvolvimento de neoplasia mamária (forte predisposição hereditária devido mutações genéticas dos genes 
BRCA 1 e 2, PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D, TP53, PTEN ou histórico de radioterapia supra diafragmática antes dos 36 anos) 
devem realizar acompanhamento clínico individualizado; 
i. DIAGNÓSTICO 
 Mamografia 
- Método de rastreamento, diagnóstico e acompanhamento das lesões mamárias; 
 Mamografia de Rastreamento 
 
- Principal método de rastreamento do câncer de mama, uma vez que é comprovadamente eficaz no rastreamento populacional, permitindo o 
diagnóstico precoce de tumores assintomáticos e impalpáveis; 
- Objetivo: detecção precoce de câncer de mama, com consequente redução da mortalidade por esse – diminui a mortalidade do câncer de 
mama em 30%; 
- Benefícios - garante melhor prognóstico da doença, trabalho mais efetivo e menor morbidade associada; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Malefícios – resultados falso-positivos (geram ansiedade e excesso de exames), resultados falso-negativos (geram falsa tranquilidade), 
sobrediagnóstico e sobretratamento de tumores com comportamento indolente (não representam ameaça à vida), risco de exposição à radiação 
ionizante (o exame expõe a paciente à radiação que pode gerar cânceres radioinduzidos); 
- Existem inúmeros debates sobre a idade inicial e a periodicidade, uma vez que essa apresenta maior benefício entre os 50 e os 74 anos e 
diferentes índices de redução da mortalidade dependentes da faixa etária; 
- Instituto Nacional de Câncer (INCA) – mamografias bianuais dos 50 aos 69 anos; 
- Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) + Febrasgo + Colégio brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) – mamografias 
periódicas em mulheres assintomáticas, de forma anual, em mulheres após os 40 anos (mais de 40% das pacientes com câncer de mama no 
Brasil são diagnosticadas com menos de 50 anos), sem limite de idade para interrupção; 
- Incidências: duas incidências mediolateral oblíqua e craniocaudal; 
- Realiza o estudo comparativo com os dois lados e com os exames anteriores; 
- Fatores que determinam a habilidade da mamografia em detectar lesões: densidade glandular, morfologia da lesão, treinamento dos 
examinadores e fatores técnicos (posicionamento adequado, dose, qualidade da radiação, compressão da mama, exposição correta, combinação 
da tela e filme e bom processamento do filme); 
- Rastreamento Organizado – convida formalmente as mulheres da faixa etária alvo para os exames periódicos, garantindo seguimento oportuno; 
- Rastreamento Oportunístico – ofertado às mulheres que chegam oportunamente às unidades de saúde; 
 Características das Alterações Mamográficas 
- Nódulos – lesões que ocupam espaço e são detectadas em duas projeções – podem ser classificadas quanto ao formato (ovoide, redondo e 
irregular), às margens (circunscritas, obscurecidas e microlobuladas) e à densidade (alta densidade, isodensa e contendo tecido adiposo) – 
geralmente são benignos quando apresentam limites bem-precisos, arredondados ou ovalados, enquanto os que sugerem malignidade são 
irregulares e espiculados; 
- Assimetrias – pode ser global, focal ou em desenvolvimento; 
- Calcificações – podem ser benignas (formas possíveis: pele, vascular, em pipoca, grande em bastão, redonda, anelar, distrófica, leite de cálcio 
e sutura), suspeitas (amorfa, grosseira heterogênea, pleomórfica fina, linear final ou fina linear ramificada) ou de distribuição (difusa, regional, 
agrupada, linear e segmentar) – sugerem malignidade quando são agrupadas, pequenas, irregulares e lineares, sendo que podem ser 
manifestação do carcinoma in situ (manifesta-se como microcalcificações em 60 a 90% dos casos); 
- Distorção da Arquitetura – espículas irradiadas de um ponto – pode ser decorrente de cicatriz pós-cirúrgica, cicatriz radial ou carcinoma de 
mama; 
 BI-RADS (Breast Imaging Reporling ans Data System) 
- Padronização dos termos utilizados nos laudos mamográficos, das classificações para a densidade mamária e do grupo de categorias (varia de 
0 a 6), aderida em 1998, de modo a estruturar a comunicação e a recomendação do manejo; 
- Em 2013 foi publicada a última edição, reorganizando a descrição da composição mamária, eliminando a subdivisão das microcalcificações 
suspeitas em intermediária e de alta suspeita e a possibilidade de separar as categorias das recomendações; 
 
- Categorias da Densidade Mamária: (A) 
mama lipossubstituída, composta quase 
totalmente por gordura, com 
sensibilidade de 98%, (B) mama com 
áreas de tecido fibroglandular esparsas, 
(C) mamas heterogeneamente densas, 
podendo obscurecer pequenos nódulos, 
com sensibilidade de 70%, (D) mamas 
extremamente densas, diminuindo a 
sensibilidade para 40 a 50%, de modo a 
recomendar procedimentos diagnósticos 
complementares, como a 
ultrassonografia; 
 Ultrassonografia 
- É um exame rápido, seguro, bem tolerado e barato; 
- É um dos métodos de imagem mais importantes na investigação diagnóstica de alterações mamárias suspeitas; 
- É complementar à mamografia na abordagem de diferentes situações clínicas; 
- Vantagens sobre a Mamografia – ausência do uso de radiação ionizante e maior acuidade diagnóstica em mamas densas; 
- Auxilia na caracterização de nódulos benignos e malignos; 
- Apresenta alta sensibilidade na diferenciação de lesões malignas; 
- Limitação – não consegue detectar microcalcificações agrupadas fora do tumor e em mamasadiposas; 
- Indicação: avaliação de nódulos palpáveis em mulheres jovens (mama densa), achados clinicamente ocultos na mamografia, tecido mamário 
denso, após cirurgia de reconstrução, cirurgia de aumento com implante de silicone, mulheres com alto risco, orientação durante biópsias e 
técnicas de intervenção e diferenciação de cistos e tumores sólidos da mama; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
- Apresenta taxa adicional de detecção de câncer de mama em mamografias negativas de 1,8 a 4,1:1000 mulheres, tornando seu custo benefício 
questionável; 
- Elastografia – ferramenta que aumenta a especificidade da ultrassonografia ao avaliar a rigidez das lesões mamárias, melhorando a 
caracterização de nódulos indeterminados; 
- Classifica-se em 6 categorias e a classificação da composição da mamãe em homogênea com predomínio de tecido adiposo, homogênea com 
predomínio de tecido fibroglandular ou ecotextura heterogênea; 
- Classifica os nódulos quanto ao formato (ovoide, redondo ou irregular), orientação (paralela à pele ou não parelela), margem (circunscrita ou 
não circunscrita), ecotextura (anecoica, hiperecoica, complexa, hipoecoica, isoecoisa ou heterogênea) e características acústicas posteriores 
(sem achados, reforço acústico, sobra acústica ou combinado); 
 Ressonância Magnética 
- Apresenta alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de câncer de mama; 
- Não é utilizada como exame de rastreamento; 
- Uso reservado para populações de alto risco e casos com indicação clínica específica; 
- Indicações: imagens inconclusivas por mamografia e ultrassom, rastreamento em pacientes de alto risco, avaliação de implantes mamários, 
diferenciação de cicatriz pós-operatória, recorrência do carcinoma, avaliação da resposta terapêutica à quimioterapia neoadjuvante e 
estadiamento local pré-operatório (determina a extensão da lesão, detecta lesões satélites e outros cânceres); 
 Procedimentos Invasivos 
 
- Indicação: lesões com aspecto 
indeterminado que necessitam de 
investigação adicional e pré-operatória 
(mesmo em achado altamente suspeito 
em exame de imagem para estabelecer 
melhor o planejamento terapêutico; 
- Realizada basicamente a partir da 
biópsia, sendo os procedimentos 
invasivos utilizados para a coleta do 
material histológico; 
- Escolha do método da biópsia – 
correlaciona a imagem com a técnica 
mais adequada para obtenção do 
material representativo da lesão; 
- Pode ser realizada com o sem exame de imagem como guia – ex: as lesões palpáveis dispensam o uso de exame de imagem; 
- Técnicas de exame de imagem possíveis: ultrassonografia, estereotaxia ou ressonância magnética – indicadas em lesões não palpáveis, sendo 
que a escolha da técnica depende do tipo de lesão, de sua localização, do conforto da paciente e da familiaridade com a técnica; 
- A biópsia permite a realização do exame histopatológico da amostra, de modo a confirmar o diagnóstico sugerido pelo exame físico e pelos 
exames de imagem e permitir diferenciar o tipo histopatológico presente (carcinoma tipo ductal infiltrante ou tipo lobular infiltrante); 
 Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) 
- Técnica barata com boa tolerância pelo paciente; 
- Limitações: grande número de amostras inadequadas, alta frequência de falsos negativos e acurácia limitada quando comparada à core biopsy 
ou a exérese cirúrgica, dificuldade de estabelecer o diagnóstico diferencial entre carcinoma in situ e invasor e dificuldade diagnóstica na presença 
de carcinoma lobular; 
- Não representa o exame-padrão para avaliação de massas mamárias; 
- Resultados Citológicos – divididos em benigno, sugestivo de malignidade ou inconclusivo; 
- Indicação: punção de linfonodos axilares, lesões palpáveis e cistos mamários; 
- Cisto mamário – a aspiração do conteúdo líquido leva ao seu colapso, devendo esse ser documentado pela ultrassonografia – a persistência da 
massa palpável e sua recorrência torna necessária a avaliação adicional; 
- Sensibilidade de 62,4% e especificidade de 86,9%; 
 Core Biopsy – Biópsia Percutânea com Agulha Grossa – Biópsia de Fragmentos 
- Método com elevada acurácia, com menores custos e melhor tolerada pelos pacientes, em comparação com a biópsia cirúrgica; 
- Procedimento minimamente invasivo; 
- É realizado com agulha de maior calibre que a PAAF (cerca de 14 gauge), permitindo a obtenção de pequenos cilindros do tecido; 
- Pode ser guiado por mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética; 
- Indicação: achados de microcalcificações nas mamografias; 
- Taxa de falsos-negativos: 2 a 6,7% - ocorrem com mais frequência nas biópsias de microcalcificações; 
- Vantagens: permite a avaliação histológica do tecido biopsiado, diagnostica com clareza lesão invasora ou in situ e permite a análise 
imunohistoquímica; 
- Sensibilidade de 90,5% e especificidade de 98,3%; 
- Desvantagens – algumas lesões podem ser subestimadas, como a hiperplasia ductal atípica que em 50% dos casos revela carcinoma invasor; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Avaliação Imuno-Histoquímica 
 
- Realizada a partir do material histopatológico obtido pela biópsia; 
- Subtipos Moleculares: luminal A, luminal B, luminal híbrido, 
receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2) e 
basal símile – diferem em sua evolução clínica e prognóstica; 
- Na prática clínica utiliza-se para definição do tratamento do 
câncer de mama principalmente o status dos receptores hormonais 
de estrógeno (RE) e progesterona (RP) e a avaliação do status do 
HER-2; 
- Descrição da Concentração das Células com Positividade dos RE e 
RP - porcentagem de células positivas, sistema de Allred 
(associação entre a porcentagem de células positivas e a 
intensidade de coloração) ou escore H (associa a avaliação de 
possível heterogeneidade tumoral, examinando diferentes áreas 
do tumor com diferentes padrões de expressão); 
- Quantificação da Positividade de Receptores HER-2 – 0/3 cruzes, 
1/3 cruzes, 2/3 cruzes ou 3/3 cruzes; 
- Exames Moleculares do HER-2 – indicação: casos em que foi 
detectado por técnica imuno-histoquímica a expressão tumoral 
HER-2 em intensidade de 2 a 3 cruzes - a superexpressão é 
demonstrada por técnicas moleculares como FISH, CISH, SISHI e 
DISH com razão de amplificação maior que 2; 
j. ESTADIAMENTO 
**exames complementares para o estadiamento – hemograma completo, dosagens séricas de glicose, ureia, creatinina, fosfatase alcalina (FA), 
aminotransferases/transaminase, eletrocardiograma (ECG) e radiografia simples de tórax – porém em pacientes dom FA aumentada, dores 
ósseas ou estágio III recomenda-se adicionar aos exames a cintilografia óssea e a ultrassonografia abdominal** 
 Estadiamento TNM 
- Classifica a doença conforme sua extensão locorregional e a distância; 
- Orienta o tratamento e o prognóstico dos casos; 
- Tumor (T) – (Tx) o tumor não pode ser avaliado; (T0) não há evidência do tumor primário; (Tis) carcinoma in situ; (T1) até 2 cm [(T1mi) 
microinvasão até 0,1 cm, (T1a) maior que 0,1 cm e até 0,5 cm, (T1b) maior que 0,5 cm e até 1 cm, (T1c) maior que 1 cm e até 2 cm]; (T2) maior 
que 2 cm e até 5 cm; (T3) maior que 5 cm; (T4) qualquer tamanho, com extensão direta para [(T4a) parede torácica, (T4b) pele, (T4c) pele e 
parede torácica e (T4d) câncer inflamatório]; 
- Acometimento Linfonodal (N) – (Nx) os linfonodos regionais não podem ser avaliados; (N0) sem metástase para linfonodo regional; (N1) 
metástase para linfonodos axilares ipsilaterais móveis; (N2) [(N2a) metástase para linfonodos axilares ipsilaterais fixos entre si ou a outras 
estruturas, (N2b) metástase clinicamente aparente apenas em linfonodos da cadeia mamária interna ipsilateral, na ausência de metástase 
clinicamente aparente na cadeia axilar]; (N3) [(N3a) metástase para linfonodos da cadeia infraclavicular ipsilateral, com ou sem acometimento 
da cadeia axilar, (N3b) metástase clinicamente aparente na cadeiamamária interna ipsilateral, na presença de metástase clinicamente positiva 
na região axilar, (N3c) metástase na cadeia supraclavicular ipsilateral, com ou sem acometimento da cadeia axilar ou mamária interna]; 
- Metástase à Distância (M) – (M0) sem metástase a distância; (M1) com metástase a distância; 
 Agrupamento TNM em Estágios 
 
- Estágio 0 - TisN0M0; 
- Estágio IA - T1N0M0; 
- Estágio IB - T0N1miMO, T1N1mi M0; 
- Estágio IIA - T0N1MO, T1N1M0, T2N0M0; 
- Estágio IIB - T2N1M0, T3N0M0; 
- Estágio IIIA - T0N2M0, T1N2M0, T2N2M0, T3N1M0, T3N2M0; 
- Estágio IIIB - T4N0M0, T4N1M0, T4N2M0; 
- Estágio IIIC - Qualquer T N3M0; 
- Estágio IV - Qualquer T Qualquer N M1; 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Classificação de Risco 
 
- Considera o estadiamento pela 
classificação TNM, o laudo 
histopatológico, o resultado do exame de 
imuno-histoquímico, o quadro clinico e o 
tratamento local já realizado; 
- Auxilia na decisão terapêutica -> quanto 
maior o risco de recorrência, maior o 
benefício da indicação de tratamento 
com quimioterapia adjuvante; 
k. PROGNÓSTICO 
- O câncer de mama quando diagnosticado e tratado precocemente apresenta bom prognóstico, porém quando diagnosticado em estágios 
avançados, com metástases sistêmicas a cura não é possível; 
- Exame Anatomopatológico – quando realizado com qualidade fornece dados importantes para o prognóstico; 
- Outros marcadores detectados por citometria, biologia molecular e imuno-histoqupimica fornecem dados importantes para o prognóstico, 
uma vez que possibilitam o estudo da expressão gênica, identificando os tumores com maior ou menor agressividade; 
- Marcador de Prognóstico – qualquer elemento capaz de no momento do diagnóstico ou da cirurgia da neoplasia, dar informações a respeito 
da sua evolução – relaciona-se com as propriedades biológicas envolvidas na transformação neoplásica, no crescimento tumoral ou no processo 
da cascata metastática; 
- Marcador Preditivo – fornece informações para a seleção de pacientes suscetíveis de responderem a determinada terapêutica – ex: receptores 
hormonais que medeiam a resposta à terapêutica hormonal adjuvante; 
 Envolvimento Axilar 
- Marcador prognóstico de maior impacto; 
- A presença de metástase axilar e o número de linfonodos envolvidos influenciam o prognóstico; 
- Sobrevida e Metástase Linfonodal – 60% das mulheres com 1 a 3 linfonodos envolvidos têm sobrevida de 10 anos, enquanto apenas 20% das 
com 4 ou + linfonodos com metástase apresentam sobrevida de 10 anos – diminui a sobrevida de 10 anos; 
- As informações a respeito do prognóstico da neoplasia são obtidas a partir da dissecção e análise microscópica dos linfonodos axilares; 
- Condução de Pacientes com Carcinoma de Mama Axila-Negativos – discute-se a procura de metástases ocultas (micrometástases) a partir de 
técnicas complementares como imuno-histoquímica ou PCR – não há evidência forte que recomende esses estudos rotineiramente em 
linfonodos-sentinela ou não sentinela, uma vez que apenas 10 a 20% das pacientes axila-negativas ao exame morfológico de rotina apresentam 
detecção de células tumorais com a imuno-histoquímica para marcadores epiteliais ou PCR para mamoglobina ou ceratina 19; ademais não se 
definiu o significado clínico de micrometástases e de células tumorais isoladas em linfonodos, associando-se a pequena redução da sobrevida e 
do período livre de doença; 
 Tamanho do Tumor 
- Quanto maior o tumor, maior o número de células malignas e maior a probabilidade de surgirem clones com capacidade metastática; 
- Tumores < 1 cm + axila-negativos – raramente metastatizam a distância, não requerendo terapia adjuvante; 
- Tumores > 3 cm – taxa de recidiva elevada, requerendo terapia adjuvante; 
- Sempre que houver diferença entre o tamanho macroscópico do tumor e o tamanho do componente invasivo microscópico, o tamanho da 
avaliação histológica prevalece no estadiamento; 
 Tipo Histológico 
- 20 a 30% dos carcinomas são variantes do carcinoma ductal invasor, apresentando prognóstico distinto; 
- Subtipos com Curso Clínico mais Favorável que o Carcinoma Ductal Invasor – carcinomas do tipo tubular, cribiforme invasivo, adenoide cístico, 
mucinoso e papilar, quando correspondem a 90% ou mais da massa tumoral; 
- Carcinomas Metaplásicos – são mais agressivos, mesmos os subtipos com melhor prognóstico; 
- Carcinoma Medular – podem apresentar prognóstico melhor, igual ou pior do que o carcinoma ductal invasor – essa controvérsia deve-se às 
diferenças de critérios diagnósticos utilizadas para se definir o carcinoma medular -> o carcinoma medular com + de 3 linfonodos axilares com 
metástases, apresenta prognóstico igual ou pior do que o carcinoma ductal; 
- Carcinomas Mucinoso e Tubular – após cirurgia conservadora apresenta baixa incidência de recidiva local; 
- Carcinoma Lobular Infiltrante – teoricamente apresenta maior índice de recorrência, mas não há diferença na recidiva local em 5 anos entre os 
carcinomas esses e o ductal tratados por cirurgia conservadora; 
 Grau Histológico 
 
- Fatores Considerados: formação tubular, pleomorfismo nuclear e 
índice mitótico; 
- Apresenta excelente correlação com sobrevida e período livre de 
doença; 
- Quando correta apresenta valor semelhante aos testes 
moleculares para predição prognóstica de carcinomas da mama; 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Índice Prognóstico de Nottigham 
 
- Forma mais simples de estratificar os grupos de carcinomas da mama com expectativas de 
sobrevida diferentes; 
- Fatores Considerados: tamanho do tumor, grau histológico e metástases axilares; 
- Cálculo -> [tamanho (cm) x 0,2] + [grau I a III] + [linfonodos axilares com focos metastáticos 
(1 para linfonodos livres, 2 para até três envolvidos, 3 para quatro ou mais)]; 
- Grau I - bem diferenciado, cresce e padrão tubular, com pequenos núcleos arredondados e 
baixo índice proliferativo, gerando bom prognóstico-resultado menor que 3,4, indicando 80% 
de sobrevida em 15 anos; 
- Grau II - moderadamente diferenciado, podem ter formações tubulares juntamente aos 
grupamentos sólidos ou células infiltrantes isoladas, com grau maior de pleomorfismo 
nuclear e presença de figuras mitóticas, gerando prognóstico intermediário - resultado entre 
3,41 e 5,4, indicando 42% de sobrevida em 15 anos; 
- Grau III - pouco diferenciado, invade na forma de ninhos desorganizados ou lâminas sólidas 
de células com núcleo aumentado e irregular, apresenta alto índice proliferativo e áreas de 
necrose tumoral, gerando um mau prognóstico - resultado maior que 5,41, indicando 13% de 
sobrevida em 15 anos; 
 Receptores Hormonais 
 
- Indica o grau de diferenciação do tumor e é um fator preditivo que informa sobre a resposta 
terapêutica; 
- Podem ser detectados por imuno-histoquímica em material fixado em formalina e parafina 
ou por dosagens bioquímicas em material congelado; 
- Receptores de Estrógeno (RE) ou de Progesterona (RP) – 70 a 80% desses tumores 
respondem bem ao tratamento hormonal – RE-positivos juntamente a RP-positivos mostram 
melhor resposta ao tamoxifeno em recidivas, enquanto casos RE-positivos e RP-negativos 
desenvolvem resistência ao tamoxifeno; 
 HER2/neu 
 
- Sua amplificação e/ou hiperexpressão ocorre em 20 a 30% dos 
carcinomas invasores; 
- Associa-se ao comportamento biológico agressivo; 
- A imuno-histoquímica permite determinar e quantificar sua 
hiperexpressão -> a terapia com trastuzumabe (anticorpo 
monoclonal humanizado específico para receptor de superfície 
HER2/neu) é indicada para positividade 3+, contraindicada para 
casos negativos e 1+ e indeterminada para resultados com 
positividade 2+; 
- Positividade 2+ - complementada com métodos moleculares 
como hibridação in situ por fluorescência (FISH – padrão-ouro para 
avaliação da amplificação do HER2-neu) ou cromogênica (CISH ou 
SISH); 
**outra opção farmacológica paraos tumores com positividade 
para HER2/neu é o Lapatinibe, que é uma pequena molécula 
inibidora da atividade cinase em tirosina** 
 Índice Proliferativo 
- Correlaciona-se com a sobrevida e com o período livre de doença; 
- Determinado a partir da avaliação da fase S por citometria de fluxo ou por métodos imuno-histoquímicos com marcadores moleculares, como 
o MIB-1/Ki-67 em carcinomas positivos para receptores de estrogênio; 
- Casos com índice MIB-1/Ki-67 maior que 10% mostram melhor resposta a inibidores da aromatase, podendo ser elegíveis para quimioterapia; 
 Invasão Linfática e Sanguínea 
- Existe uma variação na frequência de identificação e no significado prognóstico deste achado, devido às dificuldade de se identificar com 
precisão as áreas de invasão linfática e/ou venosa apenas por métodos morfológicos; 
- Uma das causas de interpretação errônea de invasão vascular é a retração de espaços ductais frequentemente presente nos carcinomas da 
mama; 
- Identificação da Invasão Vascular – deve ser realizada a partir de critérios morfológicos estritos que permitem correlacionar a invasão vasclar 
e a recidiva em tumores sem metástases axilares – o uso da coloração histoquímica ou imuno-histoquímica não aumenta a capacidade de 
detecção de invasão vascular, não precisando ser realizada; 
**a angioinvasão se relaciona com outros marcadores de pior prognóstico** 
 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
 Angiogênese e Linfangiogênese 
- A angiogênese apresenta correlação com o prognóstico e com a idade da paciente, devendo ser avaliada quantitativamente por imuno-
histoquímica; 
- Para os estudos da angiogênese utiliza marcadores de neovasos como CD105 (fornecem melhores resultados) ou marcadores endoteliais 
convencionais, como fator VIII, CD31 e CD34 – não é realizada rotineiramente; 
- A mensuração da linfagiogênese pode ser utilizada com marcadores, como D2-40, mas há controvérsias; 
 Perfil de Expressão Gênica (cDNA Microarrays) 
 
- Grupos de carcinomas mamários com diferenças no perfil de 
expressão gênica apresentam diferenças biológicas e 
comportamentais, representando diferentes subtipos moleculares 
de doenças distintas, assim a partir do perfil de expressão gênica 
pode-se realizar uma classificação molecular dos carcinomas 
mamários relevante para a previsão do prognóstico; 
- Carcinomas de Pior Prognóstico – carcinomas com padrão de 
expressão do tipo célula basal e do tipo HER2/neu; 
- Carcinomas de Prognóstico Intermediário – carcinomas do subtipo 
luminal B – pode ser uma classe de tumores positivos para 
receptores de estrogênio com pior prognóstico, não respondendo 
adequadamente aos antiestrogênicos; 
- Carcinomas de Melhor Prognóstico – carcinomas do subtipo 
luminal A; 
**as diferenças de comportamento entre os diferentes padrões de expressão gênica podem refletir mais um comportamento das células 
tumorais ou apenas uma resposta diferente à terapia** 
- cDNA Microarray – tecnologia dispendiosa, que requer material congelado dos tumores para maior acuidade técnica, mas que fornece 
informações que podem ser aplicadas em procedimentos mais simples; 
Classificação Molecular 
- Tumores Luminais A – apresentam positividade intensa para RE, baixo índice proliferativo e negatividade para HER2/neu; 
- Tumores Luminais B – apresentam positividade fraca/moderada para RE, elevado índice proliferativo e/ou positividade para HER2/neu; 
- Tumores com Hiperexpressão HER2/neu – negativos para RE; 
- Tumores com Fenótipo Basal – negativos para RE e HER2/neu e positivos para marcadores basais, como ceratina 5, P-caderina, EGFR, vimentina 
e ceratina 14 – comumente apresenta alterações no gene BRCA 1 - são mais agressivos, com metastatização preferencial em pulmões e cérebro, 
sem alvo terapêutico específico; 
- Tumores Indeterminados – carcinomas que não expressam nenhum desses marcadores, sendo negativos para RE, para RP e para HER2/neu – 
apresenta melhor prognóstico; 
- Teste PAM50 – classifica os tumores em luminal A, luminal B, HER2 e do tipo basal; 
 Genômica e Sequenciamento de Nova Geração 
- O genoma do carcinoma de mama é muito heterogêneo; 
- Alterações genômicas de lesões precursoras e carcinomas relacionam-se com vias associadas a lesões de baixo e de alto grau; 
- Alterações Genéticas Associadas a Tipos Histológicos Especiais – perda do gene CDH1 (E-caderina) no carcinoma lobular, translocação t(12;15) 
no carcinoma secretor e t(6;9) associada ao carcinoma adenoide cístico; 
- os carcinomas mamários apresentam heterogeneidade genômica confirmada pelas inúmeras mutações, variações estruturais e alterações no 
número de cópia de genes; 
- Carcinomas Ductais – mutações costumam ocorrer nos genes TP53, PTEN e PI3K; 
l. CONDUTA E TRATAMENTO 
- É definido conforme a localização, a idade de apresentação, o estadiamento e os fatores de risco relacionados aos critérios histopatológicos, 
biológicos, moleculares e genéticos; 
- Conduta após a confirmação diagnóstica pelo exame histopatológico – (anamnese) deve focar na história familiar, nas comorbidades, nos 
fatores de risco e na evolução cronológica da doença; (exame físico) realizado de forma completa, buscando outros potenciais sítios da doença, 
nas axilas, na região cervical e nas fossas supraclaviculares; 
 Cirurgia 
- Principal tratamento do câncer de mama inicial, incluindo a abordagem da mama e axila; 
- Mastectomia Radical Modificada – tipo mais comum de mastectomia, que inclui a retirada total da mama e o esvaziamento axilar, nos níveis I 
(inferiores), II (médios) e III (superiores) – classificação: (mastectomia a Patey) preserva o músculo peitoral maior, (mastectomia a Madden) 
preserva os músculos peitorais, (mastectomia a Halsted) retira a mama, os músculos peitorais e esvazia por completo a axila; 
- Cirurgia Suprarradical – inclui a retirada da cadeia mamária interna – abandonada; 
- Cirurgias Conservadoras Parciais – nomenclatura conforme o volume mamário retirado: quadrantectomia, segmentectomia, cenntralectomia, 
tumorectomia, excisão ampla e adenomastectomia – podem ser associadas ou não ao esvaziamento axilar do primeiro nível (linfonodo sentinela) 
até radicais (3 níveis) – indicação: tumores invasivos com perspectiva de atingir margens negativas e proporção favorável entre o tamanho do 
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74- Medicina Unimontes 
 
tumor e o volume da mama – contraindicações: microcalcificação extensa, multicentricidade, multifocalidade, carcinoma inflamatório, 
probabilidade de resultado cosmético insatisfatório, contraindicação à radioterapia após a cirurgia ou discordância do paciente; 
- Reconstrução da Mama – indicada para pacientes submetidas à mastectomia total ou radical – tipos: (imediata) realizada em doença inicial, 
sem indicação de radioterapia adjuvante pós-operatória, garantindo a maior satisfação estética; (tardia) reservada para pacientes com doença 
inicialmente avançada, que tenha indicação de radioterapia ou para pacientes com risco cirúrgico maior; 
- Cirurgia da Mama Contralateral – pode ser necessária para a simetrização; 
- Cirurgia de Resgate/Salvamento – indicada para pacientes com recorrência local após cirurgia conservadora ou mastectomia, clinicamente 
operáveis; 
 Abordagem Axilar 
- Apresenta finalidade terapêutica (trata locorregionalmente a doença) e para o estadiamento (avalia os linfonodos axilares, que são o principal 
fator prognóstico no câncer da mama); 
- Para ser considerado eficaz deve remover cerca de 10 a 12 linfonodos; 
- O esvaziamento axilar completo se associa a alta morbidade, gerando linfedema, dor, parestesia, hipoestesia e seroma; 
- Biópsia do Linfonodo-Sentinela – identifica-se os linfonodos axilares do nível I (primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática da mama – 
linfonodo sentinela) pelo corante azul patente ou por radiotraçador e o remove para biópsia durante o procedimento cirúrgico – indicação: casos 
com axila clinicamente

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