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REBECA KRUSE MED10 Anemia aplásica DEFINIÇÃO: É a falha da medula óssea caracterizada pela diminuição da produção de células sanguíneas na medula óssea pela substituição por gordura Celularidade maior esperado para idade Mais frequente: 10-25 anos ou maiores que 60 anos É um diagnóstico de exclusão quando há pancitopenia Falta de tecido hematopoiético leva a: Atrofia do tecido hematopoiético com substituição do parênquima por gordura Proliferação neoplásica Fibrose Defeitos metabólicos Necrose da medula óssea Pancitopenia: diminuição no hemograma de todas as principais linhagens celulares em decorrência de várias causas (série vermelha, série branca e plaquetas) Baixa de hemoglobina, leucócitos e plaquetas Não é um tipo de câncer, porém aumenta a chance de ter várias neoplasias DIVIDIDA EM: Diminuição da produção óssea: síndrome da falência medular → microambiente não está adequado para a produção Aumento da destruição periférica: quadro de hiperesplenismo DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO ÓSSEA: Aplasia medular Leucemia aguda, mielodisplasia, mieloma Infiltração por linfoma, tumores sólidos Infecções (tuberculose, leishmaniose visceral) CAUSAS: Congênitas: identificada no nascimento ou nos primeiros dias de vida (alteração genética) Adquiridas: secundárias a uso de medicamentos, doenças autoimunes, infecções virais e exposição a substâncias químicas tóxicas ETIOLOGIA: Hereditárias: anemia de Fanconi; disceratose congênita, outras Adquiridas: maioria são idiopáticas (70-80%), infecção viral (hepatites, HIV, EBV), reação idiossincrática (cloranfenicol, sais de ouro AINE, sulfonamidas, drogas anticonvulsivantes, antidiabetes, químicos), dose dependente (radiação ionizante, drogas citotóxicas, benzeno, fascite eosinofílica, LES, doença enxerto versus hospedeiro), outras causas (hemoglobirúia paroxística noturna, gravidez, timoma, carcinoma tímico) SINAIS E SINTOMAS: RELACIONADOS A: Anemia: fraqueza, anemia e angina; queda de cabelo, edema em MMII, dispneia aos esofrços Leucopenia: infecções (respiratórias, urinárias...) Trombocitopenia: sangramentos (leves – epistaxe, mucoso-cutâneas, hematoma, equimose, petéquias e importantes – sangramento no TGI, SNC) Hepatomegalia e esplenomegalia; adenomegalias; febre, tonturas, cefaliea DIAGNÓSTICO: AVALIAÇÃO INICIAL: ketul doença do jovem mas pode acometer idoso REBECA KRUSE MED10 Anamnese: + história familiar e pessoal, histórico de hemotransfusões, medicações em uso, doenças de base Exames laboratoriais: Hemograma completo com reticulócitos: pancitopenia e reticulocitopenia (anemia hipoproliferativa) Hematoscopia (análise do sangue periférico): Hemácias normocíticas e normocrômicas Demais elementos reduzidos em número, porém de morfologia normal Ausência de células anormais/ displásicas CONFIRMAÇÃO: Aspirado e biópsia de MO: Medula óssea hipocelular (menos de 30% de celularidade) Ausência de fibrose ou infiltração neoplásica Células hematopoiéticas residuais com morfologia normal (sem displasia) Exclusão de atividade hematofagocítica *Com o passar da idade → celularidade da medula diminui e seja substituída por gordura (se tiver <30% de celularidade esperada para a idade = medula hipocelular) *Aspirado → esfregaço → morfologia das células *Biópsia → imunohistoquímica → microambiente medular Citogenética ou cariótipo da MO: por aspiração Verifica as translocações dos cromossomos → exclui a presença de achados displásicos Se normal: menor possibilidade de ser mielodisplasia hipoplásica Imunofenotipagem: Definição da linhagem e grau de maturação da célula Ausência de CD55 e CD59: encontrando na hemoglobinúria paroxísitca noturna Aplasia de MO: pct 20 anos Bolas brancas: gordura Poucas células ANEMIA DE FANCONI: Causa a aplasia Está relacionada ao retardo do crescimento e a defeitos congênitos do esqueleto (microcefalia, ausência do rádio e pododáctilos) Crianças são diagnosticadas assim que nascem ou logo após o nascimento Mutações → burla o mecanismo de apoptose e de check point das células → instabilidade cromossômica Não tem predileção por sexo DIAGNÓSTICO: genético DEB TEST: presença de aumento na quebra cromossomal em culturas de linfócitos na presença de agentes ligadores de DNA (diepoxibutano) → induz mais aind aa instabilidade e queda cromossômica *Tendência de apresentar neoplasias futuras! MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Alterações ósseas Baixa estatura Manchas café com leite na pele Microcefalia Retardo mental Retardo do crescimento e manifestações ósseas Anomalias renais (hipoplasia renal, rim pélvico) DISCERATOSE CONGÊNITA: Herança ligada ao X (85%); autossômica dominante e recessiva Mais comum em casamentos consanguíneos Não tem instabilidade cromossômica (DEB TEST negativo) FISIOPATOLOGIA: Gene mapeado no Xq28 Mutações no gene DKC1: codifica a proteína diskerina (responsável pela formação ribossomal e produção de RNA) → menos RNA produzido → encurtamento de telômeros TRÍADE: acontece em 10 anos REBECA KRUSE MED10 1. Pigmentação reticulada e anormal da pele (excesso/espessamento da pele) → alteração amis precoce 2. Distrofia de unhas 3. Leucoplasia em mucosa: mais tardiamente Pode ser associada a: malformações em vários órgãos (TGU, TGI, SNC, oftálmicas, dentais, pulmonares e esqueléticas), falência medular e complicações pulmonares QUADRO CLÍNICO: variado Pigmentação reticular da pele, face, pescoço, tronco, MMSS, telangiectasias, distrogia ungueal pés e mãos, leucoplasia mucosa oral e língua, mucosa genital, uretral, retal e conjuntival, anormalidades oculares, conjuntivite, blefarite, epífora, estrabismo, catarata, atrofia óptica, hiperhidrose, queda de cabelo, alterações dentárias, esqueleto (osteoporose, necrose avascular, escoliose, hipoplasia de mandíbula), TGU (rins em ferradura, hipospádia, estenose uretral), TGI (cirrose, hepatomegalia, estenose de esôfago), anormalidades pulmonares (distúrbio restritivo, fibrose pulmonar) FALÊNCIA MEDULAR: Presente em 50% dos casos: 80-90% até 30 anos Aparece na 2ª década (pode anteceder a leucoplasia) Maior predisposição a neoplasias → alteração no microambiente medular e de controle celular, LMA e SMD APLASIA ERITRÓIDE PURA: Anemia normocítica extrema com ausência de reticulócitos (reticulopenia) e sem alterações nos leucócitos e plaquetas Tem a forma crônica (está associada a vários defeitos somáticos como faciais e cardíacos) e transitórios (relacionada a drogas) SÍNDROME DE SHWACHMAN-DIAMOND: É uma síndrome autossômica recessiva rara Graus variáveis de citopenia (principalmente neutropenia) Propensão a evoluir para mielodisplasia ou leucemia mieloide aguda Um aspecto associado constante é a disfunção exócrina do pâncreas associada a anomalias esqueléticas, doenças hepáticas e baixa estatura TRATAMENTO – APLASIA MEDULAR: Se aplasia secundária → deve ser feita a retirada de agentes potencialmente responsáveis pelo quadro clínico, controlar doença de base TERAPIA DE SUPORTE: Uso de antibióticos se infecção Transfusões de hemocomponentes → poupar o uso o máximo possível pois quanto mais transfusões, mais o paciente é sensibilizado e maior o risco de complicações num futuro transplante USO DE FATORES DE CRESCIMENTO: G-CSF: fator estimulador de granulócitos, feito para pacientes neutropênicos EPO: eritropoetina Agonistas de trombopoetina: estimulam a produção de plaquetas e as outras linhagens celulares TERAPIA DEFINITIVA ESPECÍFICA: Se idiopática ou congênita Transplante alogênico de medula óssea (TMO): Única terapia curativa Precisa estar na idade adequada: < 40 anos (mas pode extrapolar a dependes do status de performance) *Mortalidaderelacionada ao tratamento aumenta com a idade Precisa de um doador Problema: rejeição do enxerto (5-15%), principalmente naqueles submetidos às inúmeras transfusões antes do TMO Imunossupressão: (*geralmente terapias combinadas) Ciclosporina Corticoide Globulina antilinfócitica ou antitimocítica (ALG ou ATG) Andrógenos A imunossupressão é uma opção terapêutica naqueles pacientes com anemia aplásica moderada e dependência transfusional ketul infecção pelo parvovirus B19-tropismo cel verm é queda abrupta aguda com baixa regeneração de serie vermelha. ketul obs> NECROSE DE MO: é a morte de cel do estroma resulta da subita falta de aporte sanguineo geralmente ocorre ao mesmo tempo em multiplas areas, em medulas hipercelulares. REBECA KRUSE MED10 Anemias microangiopáticas DEFINIÇÃO: Anemia hemolítica não-imune (ou seja, possui coombs direto negativo) resultante de fragmentação intravascular de células vermelhas Consequentemente, esses fragmentos de hemácias que são destruídos dentro dos vasos vão ser liberados no sangue periférico na forma de esquizócitos (“helmet cells” ou célula em capacete) A medula libera mais reticulócito e eritroblasto pro sangue periférico → anemia macrocítica com reticulocitose Características Laboratoriais: Coombs direto negativo ↑ DHL ↑ BI ↓ Haptoglobina (diminui o consumo) Hemólise intravascular: Destruição da hemácia dentro do vaso Liberação da hemoglobina livre dentro da circulação Sinais de hemólise intravascular incluem: Aumento de concentração de hemoglobina livre no plasma (haptoglobina é consumida) Hemoglobinúria, que produz um sobrenadante na urina vermelho heme-positivo Hemossidenúria MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA: Lesão patológica específica na qual anormalidades, como processo inflamatório, na parede das veias e arteríolas levam a trombose microvascular Nem toda anemia hemolítica microangiopática é causada por microangiopatia trombótica (MAT), porém quase toda microangiopatia trombótica causa anemia hemolítica microangioática + trombocitopenia Ex: situação que leva a anemia microangiopática mas que não é por microangiopatia trombótica → endorcadite ou valva mecânica (fazem anemia hemolítica adquirida: destrói hemácia durante a passagem) O diagnóstico diferencial da microangiopatia trombótica é vasto e inclui: Púrpura trombocitopência trombótica (ptt) Síndrome hemolitica-uremica (shu) Microangiopatia trombótica complemento- mediada Induzida por drogas Metabolismo-mediada PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT): Doença rara É a deficiência severa de ADAMTS13 congênita ou adquirida Anemia hemolítica microangiopática (lesão vascular → pequenos trombos → turbilhonamento → hemólise intravascular microangiopática → liberação de esquizócitos) + plaquetopenia de consumo; sem evidência de coagulação intravascular disseminada ou outra etiologia que justifique os achados É a única entre a síndromes primárias de microangiopatia trombótica com anormalidades mínimas renais Tem mais lesões sistêmicas: SNC, coração, pâncreas, tireoide, glândulas adrenais, mucosa intestinal... (*quadro sistêmico) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Sinais e sintomas neurológicos (cefaleia, convulsão, desorientação, rebaixamento do nível de consciência) Febre Insuficiência renal Plaquetopenia Anemia microangiopática Quando há de anemia microangiopatica + plaquetopenia deve ser investigado PTT DIAGNÓSTICO: A confirmação laboratorial é a redução de atividade do ADAMTS13 (<5%) O fator de Von Willebrand, que serve para adesão da plaqueta ao endotélio), é produzido com vários multímeros O ADAMTS13 promove a quebra dos multímeros grandes do vWF (ULVWF) em multímeros de tamanho normal, diminuindo a agregação plaquetária A deficiência da protease de quebra do vWF (ADAMTS13) leva a um fator de von willebrand enorme, aumentando muito a agregação plaquetária REBECA KRUSE MED10 nos pequenos vasos → ambiente favorável para ter uma microangiopatia trombótica TRATAMENTO: É um tratamento de urgência com plasmaferese: é retirado o plasma do paciente e transfundido um novo plasma, com fator de von villebrand já do tamanho ideal SÍNDROME HEMOLÍTICO URÊMICA: Diagnostico diferencial de microangiopatia trombótica É uma doença shiga toxina mediada → a maioria dos casos ocorre em crianças e alguns em adultos ocorrem após episódio de diarreia e outros quadros infecciosos Toxina da Shiga: Shigella dysentria. E. Coli (O157: H7 e O104:H4) MECANISMOS: A Toxina Shiga provoca lesão endotelial direta e indireta → liberação de endotelinas e outras citocinas → promoção direta da agregação plaquetária de pequenos vasos (microangiopatia trombótica) → lesão vascular crônica com absorção de endotoxinas e outros mediadores inflamatórios Além da anemia microangiopática e plaquetopenia, pode provocar insuficiência renal MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA COMPLEMENTO MEDIADA: Deficiência hereditária de proteínas regulatórias que normalmente servem para restringir a ativação da via alternativa do complemento (como o fator H do complemento-CFH), consequentemente essa via alternativa vai estar mais ativada OU Anormalidade hereditária de proteínas que aceleram a ativação da via alternativa, podendo levar a uma ativação descontrolada de complementos nas membranas celulares, incluindo no endotélio vascular e nas células renais. *É dependente do complemento! MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA INDUZIDA POR DROGAS: Levam a lesão endotelial Pode ser secundária a drogas ou indiretamente por ativação de neutrófilos Seleção de vasos: renais, cerebrais e cutâneos Restrição anatômica pela presença do CD36 → maior predisposição METABOLISMO-MEDIADA: Desordem na B12 intracelular podem causar TAM Mutações no gene MMACHC (MethilMalonil Acidúria and Homocisteinuria tipo C) Homocisteina alta e baixos níveis de metionina são vistos no plasma A urina pode mostrar acidúria metilmalônica DESORDENS SISTÊMICAS ASSOCIADAS A ANEMIA HEMOLÍTICA MICROANGIOPÁTICA E MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA: Complicações da gravidez do 2° trimestre (síndrome HELLP, Flare de LES) – isso pode induzir a anemia hemolítica microangiopatica Hipertensão severa Infecções sistêmicas (Endocardites, HIV, MCV, malária, babesia, aspergilose) Malignidades sistêmicas Desordens sistêmicas reumáticas (LES, esclerodermia, SAAF) Transplante de células tronco hematopoiéticas e de órgãos CIVD Deficiência severa de B12 *Nessas situações, normalmente quando se resolve a doença de base o ketul causa endotelite ketul Highlight ketul falha no C5 TERMINAL ketul Highlight ketul Highlight ketul Highlight REBECA KRUSE MED10 paciente melhora. Restrição anatômica de casa → a susceptibilidade FLUXOGRAMA NA SUSPEITA DE UMA MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA: Quando se suspeita de uma microangiopatia trombótica deve ser avaliada a presença de anemia hemolítica microangiopatica e plaquetopenia. Se tem uma doença de base que se justifique → trata doença de base Se não tem nenhuma doença de base → adulto ou criança? Se for um adulto e tiver pouca ou nenhuma lesão renal → pensar em PTT Se tiver lesão renal, pensar principalmente na SHU, embora a PTT também possa dar lesão renal importante Se for criança e tiver tido infecção do TGI prévia → pensar na SHU pela shiga toxina SEGUIMENTO LABORATORIAL: Testes laboratoriais importantes (repetir diariamente): hemograma, DHL e creatinina sérica, provas de hemólise Avaliar atividade do ADAMTS13 DOENÇA RENAL: SU com poucas alterações: 1-2g/d de proteinúria, eventualmente hematúria / cilindros hemáticos Consumo do complemento (ocasionalmente) Pode se apresentar com anúria e necessitar de diálise TRATAMENTO DA PTT: Plasmaferese: deve ser iniciada quando houverurgência mesmo se houver incerteza do diagnóstico Pacientes em internamento prolongado por anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e nenhuma/discreta disfunção renal. Na suspeita de PTT, deve ser realizada de urgência Se a história for consistente com TMA induzida por droga: EVITAR! Resposta a plasmafere: Normalização de plaquetas, redução das provas de hemólise Fazer em altas doses: 25-39ml/kg Vol. recomendado: vol plasmatico estimado/dia TRATAMENTO SHU: O tratamento da SHU é feito com eculizumab (anticorpo monoclonal anti-CD5) Começar em 24-48h Objetivo: limitar injúria renal irreversível TRATAMENTO DE SUPORTE: Transfusão de CH se anemia severa ou sintomática. Transfusão de plaquetas se <20.000 ou <50.000 Nessas anemias microangiopáticas trombóticas, principalmente na PTT é evitado o máximo transfundir plaquetas, porque quanto mais plaquetas forem dadas, mais plaquetas serão consumidas e formarão trombos, piorando o quadro de microtrombos. ketul FEITO com eculizumab(anticopo monoclonal anti - CD5 ): crianças sem diarreia e mulheres pos-parto. começar 24-48h. obj: limitar injuria renal irreverssivel. outras opçoes: - suporte: transfusao de CH transfusao de plaquetas