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Tutoria 01 UNIT(P2) - Módulo 01

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FUNÇÕES BIOLÓGICAS | 
 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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Módulo 01: Tutoria 01- Mudanças de vida. 
1. Explicar as características do ritmo circadiano. 
Definição 
A cronobiologia é a ciência que tem como objetivo a organização temporal dos seres 
vivos. Os eventos que apresentam uma repetição periódica recebem o nome de 
ritmos periódicos. Já o fenômeno de recorrência regular, sistemática e periódica 
chama-se ritmicidade biológica. 
Ritmo circadiano ou ciclo circadiano designa aproximadamente o período de 24 
horas, sob o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano e qualquer outro 
ser vivo influenciado pela luz. 
É um ciclo metabólico que envolve o ciclo de sono e vigília, atividade digestiva, 
produção de hormônios, regulação térmica e outros processos que se repetem 
diariamente nos seres vivos. 
Classificação 
Este ritmo dura cerca de 24 horas e cada um dos processos regulados pelo relógio 
biológico se repete diariamente aproximadamente nos mesmos horários. Como 
limite inferior pode apresentar período de 20-22 horas e como limite superior, um 
período de 26-28 horas. 
Quando possuir um período é chamado de ultradiano e, quando apresentar um 
período maior é infradiano. 
▪ Circadianos: vigília-sono; ciclo de 24h em que ocorrem as funções do corpo. 
▪ Ultradianos: batimento cardíaco (periodicidade < 24h); 
▪ Infradianos : ciclo menstrual (periodicidade > 28h). 
 
Origem e evolução 
Pode ter sido resultante de: 
a) Acoplamento de ritmos utradianos e/ou alteração gradativa de seus períodos, 
aliado aos ciclos geofísicos da Terra. 
b) Organização temporal de divisão celular, de organelas primitivas e processos 
metabólicos, de acordo com a teoria endossimbiótica da origem dos eucariotos. 
c) Temporização de fenômenos vitais necessários para a adaptação à alta tensão 
de O2 e a iluminação ambiental. 
Características gerais 
FUNÇÕES BIOLÓGICAS | 
 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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As estruturas biológicas capazes de gerar os períodos dos diversos ritmos 
observados, são chamados de osciladores endógenos, marca- passos ou relógios 
biológicos. O termo “Relógio Biológico” foi cunhado pela primeira vez apenas no 
final da década de 40 pelo cientista alemão Gustav Kramer em seus trabalhos com 
migração de aves. Ele argumentara que, para que as aves migrassem para o norte 
na primavera tendo como referência um ponto em constante movimento (o sol), 
elas necessitariam de uma entidade fisiológica precisa na contagem do tempo, ou 
seja, um relógio biológico se refere ao conjunto de mecanismos endógenos capazes 
de conferir ritmicidade a processos fisiológicos e comportamentais do organismo 
independentemente das pistas ambientais externas. Os osciladores endógenos 
podem se sincronizar com fatores cíclicos ambientais, a esse evento dá-se o nome 
de sincronização ou arrastamento. Estes agentes capazes de ajustar os períodos e as 
fases dos osciladores, são chamados de agentes sincronizadores, agentes 
arrastadores ou zeitgebers (doador do tempo). O sincronizador mais poderoso para 
a maioria dos seres vivos é a alternância entre claro/escuro. Mesmo em condições 
em que não ocorra a ação dos agentes sincronizadores, o ritmo continua a se 
expressar (livre-curso: “fidelidade” aos osciladores), no entanto os períodos tornam-
se ligeiramente diferente. Em ambas as situações a relação temporal é constante, 
dando origem ao que chamamos de ordem temporal interna, imprescindível para a 
manutenção da saúde de qualquer indivíduo. Fatores genéticos ou ambientais que 
prejudiquem esta sincronia podem causar diversos distúrbios fisiológicos, inclusive 
algumas formas de câncer. 
A periodicidade circadiana é uma função determinada geneticamente em formas de 
vida complexa, sendo um exemplo clássico de adaptação filogenética ao ambiente. 
Estudos experimentais no campo da fisiologia comparada têm demonstrado que a 
neurogênese do sistema circadiano dos primatas é semelhante ao humano e as 
variações do ritmo dia/noite têm sido observadas desde a fase intrauterina. 
O RC pode determinar inúmeras situações que podem concorrer para o surgimento 
de agravos à saúde. São conhecidos: maior incidência de acidentes automobilísticos 
no período matutino, resultado de maior sonolência; maior severidade das crises de 
asma mais à noite; isquemias miocárdicas são mais frequentes entre 6 e 12 horas. 
Ritmo biológico é uma oscilação auto-sustentada que possui características 
específicas, incluindo período, amplitude e fase. O sistema de tempo circadiano é o 
mecanismo que mede a interdependência da fisiologia humana e os ciclos 
ambientais. 
Parâmetros básicos: 
PERÍODO: Intervalo de tempo entre ciclos. 
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AMPLITUDE: Diferença entre o valor médio da variável e seus máximos e mínimos. 
CICLO: Todos os valores de uma variável biológica assumidos em um período. 
FASE OU ÂNGULO DE FASE: Qualquer instante dentro de um ciclo. 
MÉTODO DE COSINOR: ACROFASE – MENSOR: AMPLITUDE 
Organização celular e multicelular no sistema circadiano 
Ritmo circadiano e a homeostase 
Homeostase preditiva: capacidade regulatória do organismo, cuja qualidade e 
intensidade são ritmicamente moduladas. 
Homeostase reativa: capacidade do sistema se ajustar a uma determinada variável 
em torno de um certo valor médio. 
2. Elucidar os mecanismos neuroendócrinos relacionados ao ritmo circadiano. 
Ritmos das secreções hormonais 
No caso de unicelulares, tudo compete à célula, já que é o maior nível de 
organização. Nos seres multicelulares, a organização celular está subordinada a 
tecidos e sistemas. Assim, apesar das células isoladas poderem apresentar 
expressões rítmicas circadianas devido aos clock genes (enzimas, divisão celular, 
respiração, síntese e secreção etc), no conjunto necessitam de agentes neurais e/ou 
humorais para trazer a informação dos osciladores mestres. 
As células de seres pluricelulares similares as de seres unicelulares são as células 
marca-passo centrais, pois tem a capacidade de gerar tempo, sincronizar-se com 
agentes cíclicos ambientais e de temporizar sistemas. No caso dos Núcleos 
supraquiasmáticos (NSP), o ritmo é intrínseco a atividade dessas células. Este 
sistema é um conjunto de aproximadamente 20.000 neurónios do hipotálamo 
responsáveis pela organização temporal de várias funções que vão desde o sono, 
ingestão alimentar, temperatura corporal, frequência cardíaca e produção 
hormonal. Existem outros temporizadores (relógios circadianos periféricos ou 
osciladores circadianos periféricos) nos tecidos periféricos como o sangue, coração, 
fígado, intestino e tecido adiposo. O núcleo supra-quiasmático, localizado na região 
ventral inferior do hipotálamo, é considerado como marca-passo neural que 
mantém sincronização entre o ritmo fisiológico e o comportamental; outras 
estruturas entrariam como coparticipantes deste mecanismo, dentre estas a 
glândula pineal. Por outro lado, os NSQ parecem ter relação funcional entre um 
conjunto de células. Já o sistema visual dos mamíferos se dá por um sistema 
sensorial organizado que garante a sincronização dos zeitgebers. Os osciladores 
FUNÇÕES BIOLÓGICAS | 
 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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centrais ainda prescindem de realizar transformações neurais e/ou endócrinas de 
modo a comandar funções que serão distribuídas por todo o corpo. 
O sistema que controla os comportamentos relacionados ao sono é complexo e 
conta com diversos elementos, sendo comparado a uma orquestra. O NSQ recebe 
conexões da retina que informam o sistema sobre a existência de luz. A melatonina 
é secretada pela glândula pineal, obedecendo a estímulo do NSQ na ausência de luz, 
traduzindo a informação fótica em estímulo químico a todas as células. A exposição 
à luz interage com o NSQ e pode alterar os ciclos do relógio. Luz intensa no final da 
tarde atrasa o relógio.Luz intensa no início da manhã adianta o relógio. Durante o 
dia, a retina estimula o NSQ cujos neurônios são inibitórios. Como consequência, os 
neurônios do núcleo paraventricular deixam de estimular os neurônios pré-
ganglionares simpáticos da medula e a produção de melatonina é baixa durante o 
dia (ou quando o fotoperíodo é longo). Quando anoitece (pouca luz) acontece o 
contrário: a concentração de melatonina aumenta e ajuda a induzir o sono. Os 
ritmos circadianos da melatonina influenciam a secreção de insulina, reduzem a 
glicose sanguínea e os lípidos plasmáticos em ratos diabéticos. 
Ao analisar diversos hormônios humanos, nota-se que independente de sexo, 
estado nutricional e idade, grande parte da variabilidade permanece, o que 
demonstra ser devida a uma variação rítmica circadiana endógena. Cada hormônio 
apresenta seu pico de produção e secreção em momentos diferentes do dia segundo 
as necessidades típicas de cada espécie. Desse modo, já que humanos tem 
costumeiramente atividades diurnas, os corticosteroides adrenais, tem seu pico 
máximo de produção e secreção no fim da noite, precedendo o despertar. Da mesma 
forma, a insulina é liberada mais intensamente pela manhã e tarde, já que são os 
períodos de maior necessidade energética. A reatividade dos sistemas também se 
altera ao longo do dia, visto que os estímulos estressantes produzem seu máximo 
efeito nos momentos de menor produção de corticosteroides. A secreção do fator 
de liberação da corticotrofina (CRF), o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), o 
cortisol ou corticosterona (CORT), a noradrenalina (NA) e a adrenalina relaciona-se 
também com o ciclo sono-vigília, mas é primordialmente controlada pelo ritmo 
circadiano. Dessa forma, o pico da atividade do eixo HPA e do sistema nervoso 
autônomo simpático ocorre pouco tempo antes do período ativo (o período do dia 
para os seres humanos e o da noite para os roedores), e o momento de menor 
atividade é observado pouco antes do sono. O glicocorticóide cortisol é produzido 
pelo córtex adrenal, e tem uma secreção pulsátil de 8-12 episódios durante as 
24horas. O cortisol é um índice útil da atividade secretora do eixo 
hipotálamohipófise-adrenal (HPA). O HPA segue um padrão diferente ao longo das 
24 horas. Após o seu ponto mais baixo no início da noite, com valor mínimo por volta 
da meia-noite, é caracterizado por um aumento proeminente atividade no final da 
noite, com o pico máximo entre as 7 e 9 horas da manhã, por volta do despertar. 
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A leptina é uma hormona de saciedade produzida pelo tecido adiposo num padrão 
circadiano independente do horário das refeições. Apresenta a sua concentração 
máxima à noite e atua nos neurónios hipotalámicos localizados no núcleo arqueado 
do hipotálamo, regulando assim a homeostase energética. 
Outra secreção que apresenta distribuição circadiana é o hormônio GH que 
apresenta a maior produção durante o primeiro terço do sono (fases 3 e 4), 
momento em que o metabolismo proteico cerebral é máximo. O hormônio 
tireoestimulante apresentam níveis baixos e relativamente estáveis durante o dia. 
Ocorre uma elevação noturna e atinge seu máximo no período de sono. Já a 
prolactina é produzida no lobo anterior da hipófise w tem levação noturna 
imediatamente depois do começo do sono e atinge seu pico ao redor da metade da 
noite. A testosterona também apresenta aumento relacionado com o sono REM e a 
serotonina parece induzir o primeiro estágio. Além desses, acredita-se que a 
aldosterona e renina, também demonstrem atividade rítmica circadiana. 
OBS: A cafeína (droga psicoativa mais popular do mundo) inibe a atuação do 
neurotransmissor adenosina, e esse, por sua vez, é responsável pela diminuição da 
frequência cardíaca, da pressão sanguínea, da temperatura corporal, etc. Com a 
inibição da adenosina, a pessoa tem uma sensação de revigoramento e ocorre um 
efeito descargas nas células nervosas, liberando adrenalina. 
Ritmos da função renal 
Nos humanos, a excreção de água, eletrólitos, cálcio e hidrogênio é maior durante a 
manhã, já a de sódio e maior a tarde. Da mesma forma a concentração de eletrólitos 
varia de acordo com a hora do dia. E é possível notar uma maior resposta diurética 
à ingestão de água durante a manhã do que à tarde. Mostra-se ainda que o 
organismo humano tem uma maior capacidade de se livrar da sobrecarga de 
potássio durante o dia. 
Ritmos dos elementos figurados do sangue 
A maior quantidade de hemácias, hemoglobina e hematócrito ocorrem as 12 horas. 
Já o número máximo de leucócitos ocorre por volta das 23/24 horas, sendo os 
neutrófilos mais incidentes as 18/19 h e os linfócitos B no fim da noite de sono. Já as 
plaquetas atingem seu pico as 18 horas. 
Ritmos do Sistema cardiovascular 
Frequência e débito cardíaco, volume sistólico e circulante e as pressões arteriais 
diastólicas e sistólicas, têm valores máximos por volta das 17/18 h. Já o tempo de 
ejeção ventricular, intervalo entre sístoles, resistência capilar e viscosidade 
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sanguínea tem seu pico por volta das 5/8 h. Logo, pode-se inferir que AVC isquêmico 
ocorrem mais durante a manhã e o hemorrágico no início da noite. 
Ritmos do Sistema Respiratório 
A capacidade respiratória é mínima à noite e máxima durante o dia. 
Termorregulação 
Atinge valores máximos por volta das 17/18 h em indivíduos com esquema social 
de trabalho diurno e repouso noturno. E valore mínimo durante o segundo terço do 
sono, ocorrendo logo após a máxima produção de GH e incidência de sono 
sincronizado com ondas lentas e antes os momentos de maior incidência de sono 
com movimentos oculares rápidos e máxima secreção de corticosteroides adrenais. 
Nas mulheres, a temperatura também responde à um ritmo infradiano com pico 
durante a ovulação. 
3. Compreender o estresse e suas consequências físicas e psíquicas. 
Definição 
Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a ligação do estresse 
com o enfraquecimento do sistema imunológico foi Louis Pasteur. Em estudo 
pioneiro no final do século XIX, ele observou que galinhas expostas a condições 
estressantes eram mais suscetíveis a infecções bacterianas que galinhas não 
estressadas. Desde então, o estresse é tido como um fator de risco para inúmeras 
patologias que afligem as sociedades humanas, como patologias cardiovasculares 
(arteriosclerose, derrame), metabólicas (diabetes insulino-resistente ou tipo 2), 
gastrointestinais (úlceras, colite), distúrbios do crescimento (nanismo psicogênico, 
aumento do risco de osteoporose), reprodutivas (impotência, amenorréia, aborto 
espontâneo), infecciosas (herpes labial, gripes e resfriados), reumáticas (lúpus, 
artrite reumatóide), câncer e depressão. 
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta 
mais de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global. Na 
verdade, sequer é uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do 
corpo contra agentes externos ou internos. 
Estressores sensoriais ou físicos envolvem um contato direto com o organismo. 
Estariam incluídos, nesse caso, subir escadas, correr uma maratona, sofrer 
mudanças de temperatura (calor ou frio em excesso ), fazer vôo livre oubungee 
jumping etc. 
Já o estresse psicológico acontece quando o sistema nervoso central é ativado 
através de mecanismos puramente cognitivos, com o brigar com alguém, falar em 
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público, vivenciar luto, mudar de residência, fazer provas na escola ou de vestibular, 
cuidar de parentes com doenças degenerativas (como mal de Alzheimer, que causa 
demência) e outros. 
Um terceiro tipo de estressor pode ainda ser considerado: as infecções. Vírus, 
bactérias, fungos ou parasitas que infectam o ser humano induzem a liberaçãode 
citocinas (proteínas com ação regulatória) pelos macrófagos, glóbulos brancos 
especializados na destruição por fagocitose de qualquer invasor do organismo. As 
citocinas, por sua vez, ativam um importante mecanismo endócrino de controle do 
sistema imunológico. 
Há 3 estágios: 
No primeiro estágio (alarme), o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema 
neuroendócrino. Inicialmente há envolvimento do hipotálamo, que ativa o sistema 
nervoso autônomo, em sua porção simpática. O hipotálamo também secreta alguns 
neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina e fator liberador de 
corticotrofina. Esse último estimula a liberação de hormônio adrenocorticotrófico 
(AC TH) pela hipófise, que também aumenta a produção de outros hormônios, tais 
como ADH, prolactina, hormônio somatotrófico (STH ou GH - hormônio de 
crescimento), hormônio tireotrófico (TSH). O ACTH estimula as glândulas 
suprarrenais a secretarem corticóides e adrenalina (catecolamina). As glândulas 
adrenais passam então a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina e 
cortisol), que aceleram o batimento cardíaco, dilatam as pupilas, aumentam a 
sudorese e os níveis de açúcar no sangue, reduzem a digestão (e ainda o crescimento 
e o interesse pelo sexo), contraem o baço (que expulsa mais hemácias para a 
circulação sanguínea, o que amplia a oxigenação dos tecidos) e causa 
imunodepressão (redução das defesas do organismo). A função dessa resposta 
fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de “luta” ou “fuga”. 
Nessa fase também pode ocorrer tanto uma inibição quanto um aumento 
desmedido de hormônios gonadotróficos. 
No segundo estágio, (adaptação), o organismo repara os danos causados pela reação 
de alarme, reduzindo os níveis hormonais. No entanto, se o agente ou estímulo 
estressor continua, o terceiro estágio (exaustão) começa e pode provocar o 
surgimento de uma doença associada à condição estressante, pois nesse estágio 
começam a falhar os mecanismos de adaptação e ocorre déficit das reservas de 
energia. As modificações biológicas que aparecem nessa fase assemelham-se 
àquelas da reação de alarme, mas o organismo já não é capaz de equilibrar-se por si 
só. 
O estresse agudo, repetido inúmeras vezes pode, por essa razão, trazer 
consequências desagradáveis, incluindo disfunção das defesas imunológicas. O 
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 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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estresse pode provocar também mudança nos receptores pós-sinápticos normais de 
GABA (principal neurotransmissor inibidor do SNC), levando a superestimulação de 
neurônios e resultando em irritabilidade do sistema límbico. A presença de GABA 
diminui a excitabilidade elétrica dos neurônios ao permitir um fluxo maior de íons 
cloro. A perda de uma das sub-unidades-chave do receptor GA BA prejudica sua 
capacidade de moderar a atividade neuronal. 
De modo geral, pode-se afirmar que o organismo humano está muito bem adaptado 
para lidar com estresse agudo, se ele não o corre com muita frequência. Mas quando 
essa condição se torna repetitiva ou crônica, seus efeitos se multiplicam em cascata, 
desgastando seriamente o organismo. 
A medula suprarrenal secreta regularmente: 80% de adrenalina e 20% de 
noradrenalina. O cortisol, a aldosterona e hormônio masculino, o andrógeno, são 
secretados pelo córtex suprarrenal. 
Na Fase de Esgotamento ou Exaustão do estresse as glândulas suprarrenais liberam 
os corticóides. Os efeitos consequentes ao excesso da secreção de corticóides para 
o organismo devem ser detectados para se adotar rapidamente medidas de 
tratamento. 
No metabolismo geral os corticóides e estimulam a gliconeogênese (mobilização da 
glicose a partir do glicogênio armazenado no fígado) ao mesmo tempo em que 
diminuem a utilização da glicose celular. Isso aumenta muito a concentração de 
glicose no sangue (hiperglicemia) e pode agravar, sobremaneira, os quadros de 
diabetes. No sangue, os corticóides em excesso aumentam o número de leucócitos 
circulantes (leucocitose) além de elevarem o número de plaquetas, favorecendo a 
formação de coágulos, logo, de embolias e tromboses. Também no sistema 
cardiocirculatório o excesso de corticóides pode produzir hipertensão arterial por 
estimular a liberação de substâncias de vasoativas. 
Depois do excesso de liberação de corticóides, persistindo o estado de estresse as 
suprarrenais podem entrar em falência, ou insuficiência suprarrenal, quando então, 
a ausência de catecolaminas e de cortisona têm efeitos mais devastadores ainda. 
Disso deduzimos que, tanto as catecolaminas quanto a cortisona, devem manter-se 
em perfeito equilíbrio no organismo. 
Em geral, a falta de cortisona decorrente da insuficiência suprarrenal produz 
cefaleia, fraqueza, astenia, perda de peso, febre, desidratação, emagrecimento, 
anorexia, hiperpigmentação de pele e mucosas, hipopigmentação dos mamilos, 
cianose, dores musculares e das juntas (artralgia). 
No sistema gastrointestinal ocasiona náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia ou 
constipação. Pode haver ainda alterações neuropsiquiátricas, tais como alteração da 
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personalidade, confusão, torpor e até sintomas psicóticos. Na ausência de 
corticosteroides ocorre hipotensão grave, choque e até a morte. 
No estresse, a reação hormonal que se dá em cadeia através do eixo hipotálamo-
hipófise-suprarrenal pode produzir uma diminuição do calibre e dos vasos 
sanguíneos placentários (vasoconstrição), resultando também em uma redução na 
da oxigenação e aporte de nutrientes ao bebê. Isso pode resultar em sofrimento 
fetal e, nos casos muito graves, até na morte intrauterina. 
A secreção dos hormônios tireoidianos é regulada à distância pelo hipotálamo, a 
mesma região cerebral que é mobilizada desde o início do estresse. O hipotálamo 
produz o neurohormônio chamado Hormônio de Liberação de Tireotropina (TRH), o 
qual, chegando na Hipófise, estimula a produção de outro hormônio, o Hormônio 
Estimulador da Tireóide (TSH). As alterações do hipotálamo durante o estresse, 
podem resultar em desordem na produção da Tiroxina, o hormônio da tireóide. 
Tanto pode ocorrer um excesso como uma deficiência de Tiroxina, provocando 
respectivamente o hiper e o hipotireoidismo. 
Na Fase de Alarme do estresse é comum o hipertireoidismo e no Esgotamento o 
hipotireoidismo. 
Talvez uma das mais importantes alterações ovarianas produzidas pelo estresse é a 
infertilidade, ocasionada pela falta de ovulação. Algumas vezes, por razões de 
estresse, a mulher pode deixar também de menstruar. Quando for por razões 
emocionais, incluindo o estresse, chama-se amenorreia psicogênica. 
Sintomas e sinais de alerta do estresse 
a. Sintomas psicológicos 
Problemas de memória 
Incapacidade de se concentrar 
Julgamento fraco 
Vê apenas o lado negativo 
Ansioso ou pensamentos acelerados 
Preocupação excessiva e constante 
Angústia, nervosismo, preocupação 
em excesso. 
Irritação, medo, impaciência, 
tontura. 
Mau humor 
Sentindo-se sobrecarregado 
Sentimento de solidão e isolamento 
Depressão e infelicidade em geral 
 
 
 
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b. Sintomas comportamentais
Comer demais ou de menos 
Dormir demais ou muito pouco 
Isolar-se dos outros 
Procrastinar ou negligenciar as 
responsabilidades 
Consumir álcool, cigarros ou drogas 
para relaxar 
Hábitos nervosos (por exemplo, roer 
unhas) 
 
Sintomas físicos 
Dores 
Diarreia ou constipação 
Náuseas, tonturas 
Dor no peito, batimento cardíaco 
rápido 
Perda de libido 
Resfriados frequentes 
Alergias, asma e insônia 
Tensão muscular, mãos frias e 
suadas 
Dor de cabeça ou enxaqueca 
Problemas de pele 
Queda de cabelo anormal
 
Os resultados mostraram que o estresse é caracterizado por uma síndrome 
específica de fatos biológicos, apresentando-se como uma respostainespecífica do 
corpo diante de exigências às quais está sendo submetido, manifestando-se de 
forma positiva (eustresse), que motiva e provoca a resposta adequada aos estímulos 
estressores, ou negativa (distresse), que intimida o indivíduo diante de situação 
ameaçadora, com predominância de emoções de ansiedade, medo, tristeza e raiva. 
Síndrome de Burnout 
É considerada como uma resposta prolongada a estressores emocionais e 
interpessoais crônicos no trabalho, sendo classificada como exaustão emocional, 
despersonalização e ineficácia. Manifesta-se basicamente por sintomas de fadiga 
persistente, falta de energia, adoção de condutas de distanciamento afetivo, 
insensibilidade, indiferença ou irritabilidade relacionadas ao trabalho, além de 
sentimentos de ineficiência e baixa realização pessoal. 
4. Entender os mecanismos de adaptação da temperatura. 
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 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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Os receptores sensoriais para o frio e para o calor se localizam abaixo da pele em 
determinados pontos. Na maioria das áreas do corpo, existem entre 3 e 10 vezes 
mais pontos para frio que pontos para calor. No entanto, os graves extremos, tanto 
de frio quanto de calor, podem ser dolorosos e ambas sensações quando intensas o 
suficiente geram quase a mesma qualidade de sensação, isto é, as sensações de frio 
congelante ou de calor abrasador são muito parecidas. 
Os receptores corporais profundos são encontrados principalmente na medula 
espinhal, nas vísceras abdominais e dentro ou ao redor das grandes veias na região 
superior do abdome e do tórax. Esses receptores profundos atuam diferentemente 
dos recepetores da pele, pois eles são expostos à temperatura central do corpo, em 
vez da temperatura da superfície corporal. Além disso, como os receptores da pele, 
eles detectam principalmente o frio, ao invés do calor. É provável que tanto os 
receptores profundos do 9corpo se destinem à prevenção contra a hipotermia 
(impedir uma baixa temperatura corporal). 
Mecanismos de diminuição da temperatura quando o corpo está muito quente 
a. Vasodilatação dos vasos sanguíneos cutâneos 
Em quase todas as áreas do corpo, os vasos sanguíneos da pele se dilatam 
intensamente. Essa dilatação é causada pela inibição dos centros simpáticos no 
hipotálamo posterior que causam vasoconstrição. A dilatação total pode aumentar 
a transferência de calor para a pele por até oito vezes. 
b. Sudorese 
O aumento adicional de 1°C na temperatura corporal causa sudorese suficiente para 
remover por 10 vezes a intensidade basal da produção de calor pelo corpo. 
c. Diminuição da produção de calor 
Os mecanismos que causam o excesso de produção de calor, como os calafrios e a 
termogênese química, são intensamente inibidos. 
Mecanismos de elevação da temperatura quando o corpo está muito frio 
a. Vasoconstrição da pele por todo o corpo 
Essa vasoconstrição é causada pela estimulação dos centros simpáticos 
hipotalâmicos posteriores. 
b. Piloereção 
Significa “pelos eriçados”. O estímulo simpático faz com que os músculos eretores 
dos pelos presos aos folículos pilosos, se contraiam, colocando os pelos na posição 
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vertical. Esse mecanismo não é importante em seres humanos, mas nos animais 
inferiores, a projeção vertical dos pelos permite que eles retenham uma espessa 
camada de “ar isolante” próximo à pele, de modo que a transferência de calor para 
o meio ambiente, diminui significativamente. 
c. Aumento na termogênese (produção de calor) 
A produção de calor pelos sistemas metabólicos é aumentada pela promoção de 
calafrios (durante o calafrio máximo, a produção de calor pelo corpo pode se elevar 
de 4 a 5 vezes o normal), excitação simpática da produção de calor e secreção de 
tiroxina. 
d. Excitação “Química” simpática de produção de calor (TERMOGÊNESE QUÍMICA) 
NOREPINEFRINA E EPINEFRINA 
Um aumento na estimulação simpática ou na circulação de norepinefrina e 
epinefrina no sangue pode causar elevação imediata na taxa de metabolismo celular, 
fazendo com que aumente a oxidação dos alimentos, liberando energia na forma de 
calor. 
e. TIROXINA 
Elevação nos níveis de tiroxina no sangue aumenta a taxa de metabolismo celular 
em todo o corpo. Esse aumento do metabolismo não ocorre imediatamente, mas 
requer uma exposição de várias semanas ao frio para causar hipertrofia da glândula 
tireoide e para que esta atinja seu novo nível de secreção de tiroxina. 
CONTROLE COMPORTAMENTAL DA TEMPERATURA CORPORAL 
Sempre que a temperatura corporal se eleva, sinais oriundos das áreas de controle 
da temperatura no cérebro dão à pessoa uma sensação física de hiperaquecimento. 
Inversamente, sempre que o corpo se esfria, sinais da pele e provavelmente também 
de receptores corporais profundos desencadeiam a sensação de conforto pelo frio. 
Portanto a pessoa faz os ajustes ambientais apropriados para restabelecer o 
conforto, como sair de um ambiente quente ou o uso de roupas bem isoladas em 
tempos frios. 
Este é um sistema muito mais poderoso para o controle da temperatura corporal e 
o único mecanismo realmente eficaz para prevenir contra uma quebra no controle 
de calor corporal causada por ambientes extremamente frios. 
5. Descrever sobre as alterações patológicas resultantes da privação do sono. 
A função mais importante comandada pelo ciclo circadiano é o SONO. O sono é 
definido como estágio de inconsciência do qual a pessoa pode ser despertada por 
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estímulo sensorial ou por outro estímulo. Diferentemente do coma, que é estágio 
de inconsciência do qual a pessoa não pode ser despertada. O sono é importante, 
visto que restrições moderadas por alguns dias podem degradar o desempenho 
cognitivo e físico, a produtividade global e a saúde da pessoa. Ratos com privação 
de sono por 2 ou 3 semanas podem de fato morrer. 
TIPOS DE SONO: 
Existem dois tipos de sono – Sono de Ondas lentas (NREM) e Sono com Movimentos 
Rápidos dos Olhos (REM). A cada noite, a pessoa percorre estágios de dois tipos de 
sono, que se alternam um com o outro. 
OBS.: Principal valor do sono é restaurar o equilíbrio natural entre os centros 
neuronais 
1. SONO DE ONDAS LENTAS 
Esse sono é excepcionalmente relaxante e está associado às diminuições do tônus 
vascular periférico e muitas outras funções vegetativas do corpo. 
▪ Ondas cerebrais de grande amplitude e baixa frequência. 
▪ Sono profundo. 
▪ 1° hora após dormir. 
▪ Diminuição do tônus vascular periférico e de muitas funções vegetativas. 
▪ Diminuição de 10% a 30% da pressão arterial, frequência respiratória e taxa 
metabólica basal. 
▪ “Sono sem sonhos”: podem ocorrer, porém não são lembrados; sem 
consolidação na memória. 
Há quatro fases do sono de ondas lentas: estágios 1, 2, 3, 4. Normalmente, quando 
você está dormindo, você começa no estágio 1 e passa por cada etapa até atingir o 
sono REM. O ciclo recomeça a cada 90-110 minutos. Seu cérebro age de forma 
diferente em cada estágio. 
✓ Fase 1: é o sono leve, onde você experimenta um entrar e sair do 
sono, sendo facilmente acordado. O movimento dos olhos e os 
movimentos do corpo desaceleram. Você pode experimentar 
movimento espasmódico de pernas ou outros músculos. Estes sono 
inicial e tais espasmos são os que causam as repentinas sensações de 
queda que acordam um indivíduo no susto. 
✓ Fase 2: cerca de 50% de seu tempo dormindo é gasto nesta etapa do 
sono. Durante este estágio, o movimento dos olhos para e suas ondas 
cerebrais (uma medida do nível de atividade do cérebro) tornam-se 
mais lentas, o corpo esfria e os músculos começam a relaxar. Haverá 
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também breves explosões de atividade cerebral chamado fusos do 
sono, associados normalmente a espasmos musculares. 
✓ Fase 3: é a primeirafase do sono profundo. As ondas cerebrais são 
uma combinação de ondas lentas, conhecidas como ondas delta, 
combinadas com as ondas mais rápidas. Durante este estágio, pode 
ser muito difícil acordar alguém. Quando acordado durante este 
estágio, você pode sentir-se fraco e desorientado por vários minutos 
antes de recobrar plena consciência de seus arredores e ações. 
✓ Fase 4: segunda fase do sono profundo. Aqui, o cérebro trabalha 
quase que exclusivamente com as ondas delta lentas. Também é 
muito difícil acordar alguém. Ambos os estágios de sono profundo são 
importantes para se sentir revigorado pela manhã. Se essas etapas 
são muito curtas, o sono não vai ser satisfatório. As ondas delta são 
medições da atividade do cérebro e normalmente estão associadas 
com o começo dos sonhos, ou seja, o descanso do cérebro das 
atividades do dia a dia. 
Os estágios 1, 2, 3 e 4 são necessários principalmente para o descanso e relaxamento 
do indivíduo, além da secreção do hormônio do crescimento para aqueles que estão 
neste estágio (principalmente adolescentes e crianças). Pessoas que tem problemas 
de insônia normalmente não conseguem passar do estágio 1 e as pessoas com má 
qualidade de sono raramente completam o ciclo com o sono REM. 
 
2. SONO REM (Paradoxal, dessincronizado) 
Esse tipo de sono não é restaurador e está em geral associado a sonhos vividos. É 
caracterizado pela intensa atividade cerebral. Quando a pessoa está extremamente 
sonolenta, cada episódio de sono REM é curto, e pode até estar ausente. 
▪ 5 a 30 minutos a cada 90 minutos. 
▪ Pessoa descansada: duração aumenta. 
▪ Associado a sonhos ativos e a movimentos musculares corporais ativos. 
▪ Mais difícil de despertar por estímulo sensorial do que o de ondas lentas. 
▪ Pessoas geralmente acordam espontaneamente pela manhã durante um 
episódio de sono REM. 
▪ Tônus muscular muito reduzido → forte inibição das áreas de controle da 
medula espinhal. 
▪ Frequências cardíaca e respiratória ficam irregulares (característica dos 
sonhos). 
▪ Inibição extrema dos músculos periféricos → porém, podem ocorrer 
movimentos musculares irregulares (movimentos rápidos oculares). 
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▪ Encéfalo altamente ativo. 
▪ Metabolismo encefálico > 20%. 
▪ Padrão de ondas semelhante ao de estado de vigília (sono paradoxal). 
▪ Importante para o estabelecimento de memória à longo prazo. 
Alterações patológicas
Afeta funções do sistema nervoso 
central 
Má função progressiva no processo 
de pensamentos 
Aumento da lentidão dos 
pensamentos 
Irritabilidade/Psicose 
 
Privação do sono 
A privação do sono é a remoção ou supressão parcial do sono, e esta condição pode 
causar diversas alterações: endócrinas, metabólicas, físicas, cognitivas, neurais e 
modificações na arquitetura do sono, que em conjunto comprometem a saúde e a 
qualidade de vida do sujeito nestas condições. Já o exercício físico praticado 
regularmente promove benefícios como melhora do aparato cardiovascular, 
respiratório, endócrino, muscular e humoral, além disso, pode melhorar a qualidade 
do sono. 
 A privação do sono está ligada a várias mudanças adversas na atividade 
metabólica. Por exemplo, os níveis de colesterol sérico (hormônio envolvido na 
resposta ao stress) aumentam, a resposta imune é afetada, diminuindo a capacidade 
do corpo para processar a glicose, e o controle do apetite é alterado. Estas 
alterações metabólicas são também típicas em indivíduos cujo padrão do sono é 
perturbado devido, por exemplo, ao cuidar de um bebê ou a existência de uma 
doença. O resultado final é que o funcionamento normal do organismo é 
influenciado pela falta de sono, e com isso certas consequências metabólicas. 
O sono e o metabolismo de glicose 
A redução dos períodos de sono está associada a uma redução da tolerância à glicose 
e a um aumento da concentração de cortisol no sangue. A tolerância à glicose é um 
termo que descreve a forma como o organismo controla a disponibilidade de glicose 
sanguínea, para os tecidos e cérebro. Em períodos de jejum, o elevado nível de 
glicose e insulina no sangue indica que a distribuição da glicose pelo organismo é 
realizada de forma inadequada. Há evidências que demonstram que a baixa 
tolerância à glicose é um fator de risco para a diabetes tipo II. Estudos sugerem que 
a restrição do sono, a longo prazo (menos de 6,5 horas por noite), pode reduzir a 
tolerância à glicose em 40%. 
FUNÇÕES BIOLÓGICAS | 
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Aumento do apetite 
Um estudo realizado, numa grande população, demonstrou uma relação 
significativa entre a habitual duração do sono curta e o aumento no índice de massa 
corporal (IMC). A reduzida duração do sono está associada a alterações nos 
hormônios que controlam a fome; por exemplo, os níveis de leptina (ação na 
redução do apetite) baixam, enquanto os níveis de grelina (ação estimulante do 
apetite) aumentam. Estes efeitos observam-se quando a duração do sono é inferior 
a 8 horas. Esta situação sugere que a privação de sono é um fator de risco para a 
obesidade. É necessário ter em consideração que quanto menos horas se dorme, 
mais tempo se tem para comer e beber. Existem estudos que mostram que este é 
um fator que contribui para os aspectos obesogénicos da redução do número de 
horas de sono. 
Menor gasto energético 
 Do outro lado da equação energética, os indivíduos com menos horas de sono a 
presentam menor probabilidade de serem fisicamente ativos, o que leva a um 
menor gasto energético. Se o aumento do apetite, e do desejo de comer, se associar 
a uma redução da atividade física, torna-se claro o importante papel que o sono 
desempenha na gestão do peso corporal. 
 
O ciclo vicioso do sono e obesidade 
A apneia do sono é um distúrbio que afeta aproximadamente 24% dos homens e 9% 
das mulheres. Esta caracteriza-se por uma interrupção momentânea da respiração 
durante o sono, resultando numa pior qualidade do sono e num maior cansaço 
durante o dia. Existe uma forte ligação entre este transtorno e a obeesidade. Vários 
estudos comprovaram que os indivíduos com apneia do sono têm padrões anormais 
de sono, o que pode acentuar os distúrbios metabólicos associados a uma privação 
do sono, tais como o aumento da fome. Assim, a apneia do sono causada pela 
obesidade pode, por sua vez, influenciar o apetite e o gasto energético, favorecendo 
a obesidade. Contudo, é necessário fazer mais investigações para conhecer melhor 
estas relações. 
 
Depressão 
Ao longo do tempo, falta de sono e distúrbios do sono pode contribuir para os 
sintomas da depressão. As pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade são 
mais propensas a dormir menos de seis horas por noite. Na verdade, a insônia é 
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frequentemente um dos primeiros sintomas da depressão. Insônia e depressão 
alimentam-se um ao outro. A perda de sono, muitas vezes agrava os sintomas de 
depressão, e a depressão pode tornar mais difícil adormecer. 
Diminuição da libido 
Homens e mulheres privados de boas noites de sono relatam libido mais baixa e 
menos interesse em sexo. Depleção de energia, sonolência e aumento da tensão 
podem ser em grande parte os culpados. Um estudo publicado sugere que muitos 
homens com apneia do sono também têm baixos níveis de testosterona, por 
exemplo. 
Sistema Imune 
A relação entre o sistema imunológico e o eixo HPA tem um padrão bimodal em que 
os GCs podem funcionar como fatores inibidores ou ativadores, a depender dos 
seus níveis séricos. O distúrbio em qualquer nível do eixo HPA ou na ação dos GCs 
resulta em desequilíbrios imunológicos, que, consequentemente, são prejudiciais 
ao organismo. Os GCs atuam como moduladores do sistema imunológico, sendo 
que tanto sua a liberação excessiva como sua deficiência estão associadasà 
enfermidade. Por um lado, a hiperestimulação do eixo HPA, com excessiva secreção 
de GCs, resulta em imunossupressão intensa e suscetibilidade aumentada à 
infecção; por outro lado, a insuficiente secreção dos GCs leva à enfermidades 
inflamatórias e auto-imunes. 
A interação entre sono e sistema imunológico tem sido sistematicamente estudada 
na última década. Essa relação bidirecional baseia-se na letargia e forte sonolência 
que ocorre durante infecções e condições inflamatórias e na maior suscetibilidade 
a infecções como consequência da privação do sono. 
Um número crescente de estudos vem sendo realizado para avaliar o impacto do 
sono inadequado sobre a qualidade de vida, a morbidade e a mortalidade. Por 
exemplo, um estudo retrospectivo realizado na Dinamarca demonstrou que 
mulheres que trabalham à noite têm maior risco para desenvolver câncer de mama 
do que mulheres que trabalham de dia.36 Em um elegante estudo in vitro, foram 
avaliados os efeitos do cortisol sozinho ou em associação com a melatonina na 
proliferação linfocitária humana após a estimulação com concanavalina A (CON A). 
A incubação com cortisol sozinho (como ocorre durante o dia) inibe a proliferação 
linfocitária, enquanto que a combinação de cortisol e melatonina (como naqueles 
que trabalham em turnos) inibe ainda mais a proliferação linfocitária, indicando que 
as perturbações no equilíbrio entre cortisol e melatonina são prejudiciais à 
atividade ótima do sistema imunológico. 
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Sono diurno 
O sono diurno frequentemente é mais curto e não mostra a distribuição temporal 
típica dos diferentes estágios de sono, nem mantêm a proporção normal desses 
estágios entre si, produzindo um sono deficitário. 
O sono diurno, por sua vez, é afetado por várias condições sociais e familiares, o 
que pode ser analisado através do EEG, que mostra uma acentuada diminuição da 
fase 4 do sono de ondas lentas e múltiplos despertares de curta duração produzidos 
por ruídos de diversos tipos e também como resultado da dessincronização dos 
ritmos internos, particularmente os ritmos circadianos da temperatura central e do 
sono; o episódio de sono que ocorre durante a fase ascendente da curva da 
temperatura produz um sono curto com alterações significativas na fase REM, que 
apresenta uma diminuição quantitativa na duração dos seus episódios com o passar 
das horas de sono. 
Pesquisa 
 Do ponto de vista da análise das variações fisiológicas, citamos o trabalho de 
Bortkiewicz, que avaliaram 25 médicas (oito cirurgiãs e 17 clínicas) lotadas no 
Pediatric Institute Medical Academic, de Lodz, na Polônia. Além de estudar 
características como as variações de parâmetros fisiológicos, esses autores também 
estudaram essas variações relacionadas com a idade, comparando profissionais 
com até 40 anos (15 médicas) com outros com idades entre 41 e 59 anos (dez 
médicas). Neste estudo foram observadas variáveis como a pressão arterial, o 
eletrocardiograma e a força de contração voluntária das mãos. As medições foram 
realizadas em três momentos: antes de um dia de trabalho às 8:00 horas; após um 
plantão noturno e um dia normal de trabalho às 14 horas e após uma noite de 
plantão às 8:00 horas. Os autores observaram reações fisiológicas distintas, 
comparando-se o trabalho diurno com o noturno. A mudança nas reações consistiu 
de um pequeno aumento da PA, uma diminuição da frequência cardíaca e da 
atividade do sistema nervoso simpático e parassimpático e apenas uma pequena 
diminuição da força de contração voluntária das mãos. Plantões, por sua vez, 
constituem uma maior sobrecarga com aumento da frequência cardíaca, grande 
atividade do sistema nervoso simpático e uma considerável diminuição na força de 
contração voluntária das mãos, observando-se que ocorre uma diminuição mais 
acentuada nesse item nas médicas mais jovens, pois elas, ao iniciarem um dia de 
trabalho, apresentavam índices bem maiores que os encontrados nas médicas com 
idade superior a 40 anos. Contudo, observa-se que, após uma noite de plantão e 
um dia regular de trabalho, as médicas com menos de 40 anos apresentam valores 
semelhantes aos apresentados pelo outro grupo analisado. 
FONTES 
FUNÇÕES BIOLÓGICAS | 
 LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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Guyton & Hall/ Aires 
 
 
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