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PATOLOGIAS DO CORPO UTERINO

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Aula 1 - Patologias do Miométrio: Adenomiose, Leiomiomas e Leiomiossarcoma 
 
Adenomiose 
 
Útero 3 camadas: miométrio 
+ Zona juncional (tecido 
conjuntivo não diferenciado) 
+ endométrio. Glândulas e 
estroma endometrial ao nível 
de miométrio – além da zona 
juncional, ou seja, 
invaginações anormais do 
endométrio em direção ao 
miométrio. 
Estudos conflitantes em 
incidência de 8 até 40% dos 
úteros avaliados = critérios 
divergentes de diagnóstico 
(variam de acordo com autor 
>3mm, >5mm, assim 
dependendo do corte a 
incidência ↑ ou ↓ - , Cyro 
usa 25% da parede do 
endométrio). 
 
Macroscopia-aumento difuso de 
miométrio sem nodulações. Ao 
corte - áreas porosas com 
conteúdo hemático ou seroso. 
Qdo a invaginação é mais 
profunda o endométrio não 
descama causando processo 
inflamatório – miohipertrofia – 
útero arrendondado e 
aumentado globalmente 
 
 
Microscopia - ilhas de tecido 
endometrial no interior do 
miométrio em profundidade 
variável (aspecto de dúvida). 
Útero de padrão globoso 
aumentado pela hipertrofia 
miometrial que acompanha a 
proliferação glandular 
 
Etiopatogenia 
Ruptura da zona juncional 
(filtro barreira para que o 
endométrio não penetre o 
miométrio). Desconhecida com 
possível relação com 
endometrite prévia ou trauma 
cirúrgico (perda de 
continuidade da membrana 
basal endometrial). DIP 
(Clamídia e Neisseria) sem 
sinais clínicos. 
 
Clínica: 
• Sangramento menstrual 
aumentado (50%); 
• Dismenorreia progressiva 
(30%) 
2/3 dos casos diagnóstico 
cirúrgico 
 
Exames: 
• Ultrassonografia 
transvaginal (S = 92% / E = 
83%) –padrão de triagem 
• Ressonância magnética (S = 
90% /E = 93%) – padrão ouro 
 
 
 
 
Tratamento: 
• Histerectomia – padrão 
até o presente 
• Hormônios baixa eficácia 
podendo até piorar 
sintomas (ACO) 
Opções atuais*: 
Análogos do GnRh* 
Ablação endometrial 
Excisão local (focal) * 
Ligadura ou embolização 
artéria uterina 
Eletrocoagulação 
laparoscópica * 
Colimação 
ultrassonográfica por RMI * 
* = C** = desejo reprodutivo 
 
Leiomiomas uterinos: 
 
• Neoplasia benigna da 
parede muscular uterina. 
 
25 a 50% das mulheres (até 
70% dependência de critério) 
3:1 negras x brancas 
Sensibilidade a estímulo 
hormonal com crescimento 
durante o menacme e 
involução pós-menopausa 
 
 
 
Fatores de risco conhecidos: 
 
Idade (pico de incidência 35 
a 45 anos) 
Hereditariedade 
Baixa paridade 
Menarca precoce 
Obesidade 
Consumo cafeína e álcool 
HAS 
Consumo carne vermelha 
Redução risco: tabagismo 
 
Sintomatologia 
 
Variada de acordo com a 
localização do mioma na parede 
e seu volume 
Localização: 
Submucosos (maior 
sintomatologia) 
Simples 
Pediculado 
Cavitário 
Parido 
Intra-murais 
Subserosos 
(sintomatologia pobre) 
 
 
 
Classificação FIGO de acordo 
com a localização do mioma: 
 
 
Não cai na prova! 
 
 
 
Classificação de Submucosos 
(FIGO + EuropeanSociety of 
Hysteroscopy): 
Relevância para histeroscopia 
com enucleação e risco em 
gestação posterior (rutura 
uterina): 
• T0 – ausência de invasão 
miometrial (pediculados) = 
sem risco relevante – corta e 
cauteriza em histeroscopia; 
• T1 –invasão miometrial de até 
50% do diâmetro do mioma = 
ressecção individualizada – 
tiro a base do mioma 
• T2 –invasão miometrial acima 
de 50% do diâmetro do 
mioma = alto risco – tiro tudo- 
corto no nível da parede do 
endométrio pelo risco de 
rutura. Vai crescer 
novamente! 
 
Alterações secundárias: 
Degeneração 
Atrófica (pós-menopausa) 
Hialina (miomas antigos) 
Cística (hialinizaçãoacentuada) 
Calcificada (infartos) 
Séptica (necrose central com 
infecção) 
Vermelha (gestação -trombose 
e congestão) 
Mixomatosa (gordurosa –rara) 
Transformação maligna (0,1 a 
0,5%) ↓ 
 
 
 
 
 
Sintomatologia: 
Sangramento uterino 
anormal: natureza 
endometrial por aumento de 
superfície e mudanças 
vasculares como congestão 
endometrial + conversão por 
aromatase e hiperplasia focal 
Dor: eventual – 
degeneração, torção 
(pediculados submucosos ou 
subserosos), parido 
Peso e compressão de 
estruturas adjacentes 
(volume global ou subserosos 
isolados) 
Infertilidade: 40% das 
mulheres com múltiplos 
miomas 
Gestação: aborto; TPP; 
tumor prévio – miomas 
múltiplos distorcem a 
cavidade endometrial. 
 
Mioma Parido: 
 
 
Exame clínico: 
Toque vaginal bimanual e 
palpação abdominal 
Útero endurecido com 
nodulações na parede 
Aumento volumétrico do 
útero de aspecto irregular 
 
Exames laboratoriais gerais: 
Anemia moderada a 
acentuada 
Eventualmente queda Fe 
importante 
 
Exame imagem: 
Ultrassonografia: 
Transvaginal 
Abdominal 
Histerossonografia(submuco
so) 
Ressonância Magnética: 
melhor quantificação e 
delimitação de miomas + 
avaliação vias urinárias 
 
Exame imagem: 
 
 
 
 
 
Tratamento Clínico: 
Análogos do GnRH 
(preservação da fertilidade e 
preparo cirúrgico): 
50% redução no volume 
uterino (A) 
3 a 6 meses de tratamento 
Tendência de perda de 
controle se mantido por 
mais de 12 meses 
Sintomas e efeitos 
colaterais semelhantes ao 
climatério 
Progestágenos: controle 
sintomático com possibilidade 
de crescimento do mioma (B) 
Conduta expectante: 
sintomas leves ou ausentes e 
peri-menopausa 
 
Outras terapias: 
RU-486: controle acima 
do Análogo, porém não 
liberado no Brasil* 
Gestrinona e Danazol: 
efeitos colaterais* 
DIU de progesterona 
(limitação pela distorção 
da cavidade endometrial) 
Raloxifeno * 
Implantes de 
progesterona * 
Inibidores da aromatase 
* (peri-menopausa) 
* = séries pequenas (C) 
 
Tratamento Cirúrgico: 
Histerectomia: 
Abdominal – grandes 
miomas 
Vaginal – menor 
morbidade 
Laparoscópica – sem 
morcelação(FDA) 
Miomectomia: 
Histeroscopia e 
Laparoscopia (2/3 
conseguem gestação 
subsequente) 
Risco de rutura uterina = 
0,75% (A)* 
Se atingir termo pode 
evoluir para parto normal 
(A)* 
* metanálise-Gynecol 
Surg2014. 11: 197–206 
 
Outras opções de 
tratamento: 
Embolização de artérias 
uterinas 
Ligadura vaginal de artéria 
uterina 
Ablação endometrial 
Miólise laparoscópica 
Ultrassonografia guiada por 
ressonância magnética 
 
 
 
Pré-menopausa: 
 
Assintomática ou 
sintomatologia leve: 
expectante ou sintomática 
Sintomas moderados a 
severos: 
Desejo reprodutivo: 
Análogos do GnRH (3 a 6 
meses) + Histeroscopia e 
Laparoscopia 
(miomectomia ou miólise) 
Prole completa: 
Análogos do GnRH (1 a 3 
meses) antes de 
Histerectomia (via 
adequada ao caso) 
Pós-menopausa: 
Estável e/ou Regressão: 
expectante 
Aumento e/ou Novos 
Miomas: Histerectomia 
 
QUADRO COMPARATIVO: 
ADENOMIOSE E MIOMATOSE 
 
Adenomiose Miomatose 
 
40 a 45 anos 35 a 45 anos 
Globoso Piriforme ou 
anômalo 
lisa Irregular/no
dular 
amolecida endurecido 
Leve a 
moderado 
Leve a 
gigante 
Resposta a 
hormônio 
ruim 
sintomática 
Triagem: 
Ultrasson 
transvaginal 
Ultrasson 
transvaginal 
Ideal: 
Ressonância 
Ressonância 
Histectomia Depende da 
prole 
 
 
LEIOMIOSSARCOMA 
 
• Achados clínicos e exames 
complementares são 
pobres em definir risco 
(exceção –Ressonância 
Magnética ??) 
Aspecto de suspeita mais 
relevante: 
Epidemiologia: 
Idade avançada 
Tamoxifeno 
Irradiação Pélvica 
Evolução (número ou 
volume) após a 
menopausa 
Crescimento explosivo 
na pré-menopausa. 
 
Tratamento cirúrgico = 
alternativa adequada 
Má resposta à 
quimioterapia e 
radioterapia 
 
 
 
Critério diagnóstico 
definitivo –
Anatomopatológico: 
Contagem de mitoses em 
10 campos de grande 
aumento (x 400) sem 
componente epitelial 
associado: 
Nenhuma: mioma 
Até 4: mioma atípico 
(extremamente raro) 
5 a 10: mioma de 
significado incerto 
Acima de 10: 
leiomiossarcoma 
Mitoses com atipia severa 
+ necrose: 
Leiomiossarcomapleomórfic
o (mau prognóstico) 
Mioma comum 
 
 
 
 
 
Leiomiossarcoma

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