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Afetividade Tipos de vivências afetivas 1. Humor ou estado de ânimo 2. Emoções 3. Sentimentos 4. Afetos 5. Paixões - Estado emocional basal e difuso em determinado momento - Em boa parte é vivido corporalmente - Se relaciona às condições corporais vegetativas do organismo - Reações afetivas momentâneas - Estado afetivo intenso, de curta duração - São frequentemente acompanhadas de reações somáticas e/ou corporais - Originadas geralmente como reação do indivíduo a estímulos (internos/ externos e conscientes/ não conscientes/ inconscientes) - Estados e configurações afetivas estáveis - Em relação às emoções, são menos intensos e menos reativos a estímulos passageiros - Estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não possuem manifestações somáticas, sendo um fenômeno muito mais mental do que somático - Componente emocional de uma ideia - Designam, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, sentimento ou emoção - Estados afetivos extremamente intensos, que dominam a atividade psíquica como um todo captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os demais interesses - A paixão intensa impede o exercício de uma lógica imparcial (Pieron, 1996) Emoção x razão Sintonização afetiva: capacidade de a pessoa ser influen- ciada afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito entristece-se com ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma boa piada, enfim, entra em sintonia com o ambiente Irradiação afetiva: capacidade que o indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz outros entrarem em sintonia com ele - Há visões muito distintas sobre o papel da emoção na vida humana, variando desde a consideração desta como inferior à razão e uma forma de turvá-la, até a concepção de que a dimensão emocional pode contribuir no contato do ser humano com a realidade, bem como há, ainda, outros pensadores defendem a hipervalorização da emoção no processo de conhecimento - A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de relações do Eu com o mundo e com as pessoas, variando de um momento para outro de acordo com os eventos e as circunstâncias - A afetividade caracteriza-se particularmente por sua dimensão de reatividade. Nesse sentido, há duas importantes dimensões da resposta ou reação afetiva de um indivíduo: 1. 2. - Distimia: alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da exaltação; obs: Não se deve confundir o sintoma distimia com o transtorno distimia (transtorno depressivo leve e crônico) - Distimia hipotímica/ hipotimia (depressão): tristeza patológica; base afetiva de todo humor depressivo - Distimia hipertímica (expansiva/ eufórica)/ hipertimia: exal- tação patológica do humor no sentido da exaltação e da alegria; base afetiva dos quadros maníacos - Disforia: distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva de- sagradável, mal-humorada. Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de depressão ou de mania acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade - Euforia (alegria patológica): humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias Humor ou estado de ânimo Emoções Sentimentos Afetos Paixões Reação afetiva Alterações psicopatológicas da afetividade Alterações do humor Marina Albuquerque - Elação: há, além da alegria patológica, a expansão do Eu , uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O Eu vai além dos seus limites, ganhando o mundo - Puerilidade: se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, re- gredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. Ocorre principalmente em pacientes com esquizofrenia, em indivíduos com déficit intelectual , em algumas pessoas com transtorno da personalidade histriônica e em personalidades imaturas, de modo geral - Moria: Assemelhando-se à puerilidade, é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, boba, que ocorre principalmente em pacientes com lesões extensas dos lobos frontais, em pessoas com deficiência mental e naquelas com quadros demenciais acentuados - Estado de êxtase: experiência de beatitude, sensação de disso- lução do Eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo. Está frequentemente associado a experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, não sendo, então, considerado fenômeno psicopatológico, mas cultural. Entretanto, também pode estar presente em condições psicopatológicas, como no transe histérico, na esquizofrenia ou na mania - Irritabilidade patológica: há hiper-reatividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer estímulo é sentido como perturbador, e o indivíduo reage prontamente de forma disfórica, tudo é vivenciado com muita irritação; é sintoma bastante frequente e inespecífico, indicando, não raramente, quadro de natureza orgânica, com disfunção cerebral identificável. Muitas vezes, está associada a experiências e transtornos de ansiedade. Também é frequente em pacientes com síndromes depressivas, quadros maníacos e esquizofrenia. O profissional deve sempre procurar diferenciar a irritabilidade primária , oriunda diretamente de um transtorno mental (depressão, ansiedade, mania, esquizofrenia), da irritabilidade secundária , relacionada a transtorno neurocognitivo e/ou a pacientes com lesões/disfunções cerebrais. - É a importante influência que a vida afetiva, sobretudo o estado de humor (mas também as emoções, os sentimentos e as paixões), exerce constantemente sobre as demais funções psíquicas - A atenção é captada, dirigida, desviada ou concentrada em função do valor afetivo de determinado estímulo - A vivência do tempo oscila segundo o colorido afetivo do estado emocional no qual se está - A memória é altamente detalhada ou muito pobre dependendo do significado afetivo dos fatos ocorridos Prudência Cautela Alarme Ansiedade - A sensopercepção pode se alterar em função de estados afetivos intensos, desencadeando, inclusive, alucinações em pessoas com psicoses - Pensamentos e decisões tendem a seguir os imperativos de emoções e sentimentos, sejam eles conscientes, sejam não conscientes -Ansiedade: estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisiológicas (dispneia ou desconforto respiratório, taquicardia, vasoconstrição ou vasodilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, etc.) e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreensão desagradável, desconforto mental, expectativa ruim em relação ao futuro, etc.) Fonte: Dalgalarrondo, 2019 - Angústia: relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, de sufocamento. Assemelha- se muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada ao passado. Do ponto de vista existencial, a angústia tem significado mais marcante; é algo que define a condição humana, é um tipo de vivência mais “pesada”, mais fundamental que a experiência da ansiedade. - Medo: caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo) - A rigor, o medo não é uma emoção patológica - Fases do medo (Mira y López): 1. 2. 3. 4. Catatimia Ansiedade, angústia e medo Alterações das emoções e dos sentimentos Medo Marina Albuquerque 5. Pânico (medo intenso) 6. Terror (medo intensíssimo) - Medos determinadospsicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes (objetos ou situações fobígenas) - No indivíduo fóbico, o contato com os objetos ou situações fobígenas desencadeia, muito frequentemente, intensa crise de ansiedade - Fobia simples: medo intenso e desproporcional de determi- nados objetos, geralmente pequenos animais (barata, sapo, cachorro, etc.) - Fobia social: medo de contato e interação social, principal- mente com pessoas pouco familiares ao indivíduo e em situações nas quais o paciente possa se sentir examinado ou criticado por tais pessoas - Agorafobia: medo de espaços amplos e de aglomerações, como estádios, cinemas, supermercados. Inclui-se na agorafobia o medo de ficar retido em congestionamentos - Claustrofobia: medo de entrar (e ficar preso) em espaços fechados, como elevadores, salas pequenas, túneis, etc. - Há, além dessas quatro formas mais comuns de fobia, um número enorme de subtipos de fobia, classificados de acordo com o objeto ou a situação fobígenos - O pânico se manifesta praticamente sempre como crises de pânico. Estas são crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por medo intenso de morrer ou de perder o controle e de acentuada descarga autonômica (taquicardia, sudorese, etc.). - As crises caracterizam-se pelo início abrupto de uma sensação de grande perigo e desejo de fugir ou escapar da situação. Ocorrem sintomas somáticos autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como palpitações, sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), sensação de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, sensação de cabeça leve, medo de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer ou de ter um infarto e, em alguns casos, despersonalização e/ou desrealização - As crises duram alguns minutos e tendem a repetir-se com periodicidade variável. Podem ocorrer após a exposição a desencadeantes (contato com situações ou objetos fobígenos, morte de pessoa próxima e/ou significativa, estresse intenso, etc.), mas, em muitos casos, não se consegue identificar o fator que provocou a crise - Rigidez afetiva: o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade tanto de sintonização como de irradiação afetiva; ele não produz reações afetivas nos outros nem reage afetivamente diante da situação existencial cambiante - Diminuição da excitabilidade emocional - Os pacientes queixam-se de não poder sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada... alguns indivíduos acometidos, apesar de saberem da importância afetiva que determinada experiência deveria ter para eles, não conseguem sentir nada, não reagem afetivamente; o paciente torna-se hiporreativo - Há perda da motivação emocional para buscar e alcançar objetivos desejados. - Trata-se de um estado afetivo próprio dos quadros depressivos, apesar de poder ocorrer de forma inespecífica em outros transtornos mentais. A apatia está presente também, podendo ser de relevante gravidade, na esquizofrenia, na doença de Parkinson e na demência de Alzheimer. Ela indica, nesses quadros, lesão ou disfunção na parte dorsal e anterior do córtex do cíngulo e na parte ventral do corpo estriado - Vivência de incapacidade para sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo indivíduo. Trata-se de um sentimento claramente percebido pelo paciente, que se queixa de sentir-se intimamente morto ou em estado de vazio afetivo. Diferentemente da apatia, o sentir o “não sentir” é vivenciado com muito sofrimento, como uma tortura. Pode ocorrer em quadros depressivos graves - Incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida - É um sintoma central das síndromes depressivas, podendo ocorrer também em quadros esquizofrênicos e em transtornos da personalidade - A apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próximos, que ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea - Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta (p. ex., paralisia psicogênica das pernas, somatizações, perdas psicogênicas da voz, da visão, etc.), uma frieza e uma indiferença que parecem indicar que, no fundo (de forma inconsciente), o paciente sabe que seus sintomas são psicogênicos e potencialmente reversíveis Indiferença afetiva e "bela indiferença" Fobias Pânico: crises e transtorno Apatia Sentimento de falta de sentimento Anedonia Marina Albuquerque - - Labilidade e incontinência afetiva são os estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções - Labilidade afetiva: o indivíduo oscila de forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. O paciente está falando de algo ameno e começa a chorar, passando, logo a seguir, a sorrir de forma tranquila, e daí a pouco volta a chorar. - Incontinência afetiva: o indivíduo não consegue conter de forma alguma sua reação afetiva. A resposta afetiva ocorre geralmente em consequência a estímulos apropriados, mas é sempre muito desproporcional - A labilidade e a incontinência afetiva são consideradas formas de hiperestesia emocional, indicando exagero e inadequação da reatividade afetiva. Podem ocorrer em quadros de depressão ou mania, estados graves de ansiedade e esquizofrenia - Incapacidade do paciente de modular a resposta afetiva de acordo com a situação, indicando rigidez na sua relação com o mundo - Há a hipomodulação do afeto sobretudo em pacientes com esquizofrenia, mas também em alguns quadros depressivos graves, transtornos da personalidade esquizotípica, esquizoide ou obsessivo-compulsiva e em alguns indivíduos com demências. - Perda progressiva e patológica das vivências afetivas. Há o empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alternâncias e variações sutis na esfera afetiva - Ocorre nas síndromes psico-orgânicas, nas demências e em alguns pacientes com esquizofrenia - Perda profunda (devastação) de todo tipo de vivência afetiva - Diferentemente da apatia, que é basicamente subjetiva, o embotamento afetivo é observável, constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do paciente - Ocorre, em geral, nas formas negativas e deficitárias de esquizofrenia ´- Sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de modo simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho, por alguém - Deve-se distinguir entre a ambivalência afetiva de quadros psicóticos esquizofrênicos e a ambivalência afetiva normal, presente na experiência afetiva de pessoas sem psicose, que vivenciam sentimentos contrários ao mesmo tempo - Também chamada de inadequação do afeto - Reação completamente incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda da vida psíquica (ataxia intrapsíquica), contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva - A inadequação do afeto pode ser observada na esquizofrenia e no transtorno da personalidade esquizotípica - Sentimentos e experiências afetivas inteiramente novos, vivenciados por pacientes em estado psicótico - São afetos muito estranhos e bizarros para a própria pessoa que os experimenta - Faz parte da experiência peculiar e radicalmente diferente da esquizofrenia - Esquizoforia: um tipo de experiência afetiva, radicalmente nova, ameaçadora e estranha, de pacientes com esquizofrenia, geralmente no período que antecede o surgimento de um delírio - Praticamente todas as alterações afetivas negativas podem ser vivenciadas - A tristeza pode ser mais ou menos central, intensa e explícita, podendo haver, entretanto, “depressão sem tristeza”, mas com outros sintomas de depressão - Os sentimentos de culpa e arrependimento são frequentes - A autoestimageralmente é ruim ou péssima - Os pacientes fazem acusações a si próprios insistentemente, podendo, nos quadros mais graves, ter ideias delirantes de culpa, castigo ou condenação - O indivíduo com depressão tende a olhar mais para o passado do que para o presente ou o futuro, “o que foi e não deveria ser” ou “o que foi e ocasionou no presente sua condição lamentável”, intolerável Labilidade e incontinência afetivas Distanciamento afetivo e pobreza sentiment. Ambivalência afetiva Neotimia Embotamento e devastação afetivas Redução dos afetos nas psicoses Hipomodulação do afeto Afetos qualitativam. alterados nas psicoses Paratimia Diagnósticos das alterações afetivas Transtorno depressivo Marina Albuquerque - Há um constante lamento ante a impossibilidade de mudar as coisas; apresenta desesperança, às vezes total – “nada vai melhorar, não tem saída”. Diante de tudo isso, as ideias e planos suicidas surgem com considerável frequência. - A mania se caracteriza por humor alegre, às vezes eufórico ou exaltado; outras vezes, o humor alegre é substituído pela irritabilidade ou mesmo agressividade (sobretudo ao longo do episódio maníaco, quando o indivíduo se sente frustrado ou impedido de realizar seus desejos e ideias). O paciente tende a sentir seu Eu expandido (elação do Eu), poderoso. Seu sentimento corporal, vital, pode ser muito positivo – “jamais me senti tão bem” - Humor delirante: nos primeiros momentos de fases agudas ou dos surtos de esquizofrenia, podem surgir sentimentos de estranhamento, de sensação de que o mundo, as coisas e o próprio Eu estão diferentes, modificados ou carregados com significações esdrúxulas, incompreensíveis. O paciente pode ter experiências de neotimia e ambivalência afetiva, sentimento de uma perplexidade patológica, que ocorre em maior ou menor grau. Essas experiências geralmente são pré-delirantes (antes ou no começo do surgimento dos sintomas produtivos nas psicoses) - Podem ocorrer também sentimentos e vivências recorrentes de perseguição e insegurança, bem como delírios de perseguição e alucinações audiovisuais - Com o avançar da esquizofrenia, após os primeiros anos ou décadas dessa psicose, pode surgir uma mudança qualitativa da afetividade, em que a apatia , a anedonia , a hipomodulação do afeto , certo distanciamento e indiferença afetiva encaminham o sujeito para um estado afetivo mais grave, com verdadeiro embotamento e vazio afetivos - Entretanto, tal redução e aplainamento da afetividade é acompanhada, de forma aparentemente paradoxal, de hipersensibilidade a estímulos afetivos, que pode gerar sofrimento, disforias e incremento de sintomas positivos, como alucinações e/ou delírios. Por sua vez, tais alucinações e/ou delírios podem incrementar o humor ansioso, o medo, a disforia e sensações paranoides, gerando um círculo vicioso - No borderline (TPB), há uma frequência maior de humor disfórico e sentimentos crônicos ou recorrentes de vazio. A depressão associada frequentemente ao TPB é descrita como depressão com sensação de vazio interno. O humor e as reações afetivas podem ser descontrolados, muito instáveis, revelando a dimensão de impulsividade associada a esse TP - No transtorno da personalidade histriônica, verifica-se, com alguma frequência, um humor infantilizado, superficial , com alta vulnerabilidade a estímulos emocionais do ambiente - Nos transtornos da personalidade esquizoide e esquizotípica , podem ocorrer vivências afetivas próximas ao descrito para a esquizofrenia: perplexidade, incremento de sentimentos de desconfiança, hipersensibilidade a estímulos emocionais ou distanciamento e certo aplainamento afetivo - A apatia e o humor deprimido são os sintomas mais frequentes nas demências - As alterações afetivas podem se manifestar, na demência, como aparência triste ou chorosa, recusa alimentar e perda de peso , queixas físicas múltiplas, irritabilidade, agressividade e agitação psicomotora, diminuição no interesse e prazer (anedonia) pelas coisas, insônia ou hipersonia, fadiga excessiva e falta de energia em quase todos os dias - No declínio cognitivo leve (DCL), podem ocorrer apatia, ansiedade, depressão, irritabilidade e, menos frequentemente, euforia. Depressão e apatia, ou apatia isolada, são preditores de conversão do DCL em demência. - Na demência de Alzheimer (DA), cerca de 80% dos pacientes podem apresentar sintomas depressivos ao longo da doença, sendo o humor triste e a diminuição de prazer nas atividades diárias elementos importantes para o diagnóstico de depressão na DA - Nas demências vasculares, além de apatia e depressão serem também frequentes, a labilidade afetiva é particularmente encontrada. Nas fases iniciais da demência com corpos de Lewy, a depressão pode também ser frequente e se assemelha à da DA - Nas demências frontotemporais, a depressão também é frequente. Os sintomas característicos incluem apatia, diminuição de energia, hiperfagia (comer em excesso) e autoestima elevada ou preservada de forma inapropriada (esse sintoma é raríssimo nas depressões sem demência) - Na doença de Parkinson (DP) , além de sintomas não motores, como alterações do olfato e do sono, também ocorrem com frequência depressão, fadiga e apatia. Os sintomas afetivos podem, da mesma forma que os sintomas motores, flutuar ao longo do dia - Na doença de Huntington (DH) , apatia, agressividade e desinibição são frequentes, bem como há uma elevada taxa de suicídio - Na degeneração corticobasal , a depressão (73%) é mais comum do que a apatia (40%) - A apatia é também um sintoma consideravelmente frequente após acidentes vasculares cerebrais e traumas cranianos Demências e condições neuropsiquiátricas Transtornos de personalidade Mania Esquizofrenia Marina Albuquerque Fonte: Dalgalarrondo, 2019 Referência: DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 9788582715062. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885 82715062/. Acesso em: 03 fev. 2022. Marina Albuquerque
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