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Traumatism� Cranioencefálic� Introdução: ● Principal causa de morte nos EUA em pessoas de 1 a 45 anos ● Em média 39% com lesões graves morrem devido a lesão, 60% tem resultados desfavoráveis segundo a escala de coma de Glasgow (ECG) ● Definição: lesão de etiologia traumática que afete o parênquima cerebral ou estruturas adjacentes (meninges, vasos, calota craniana e o couro cabeludo) Fisiopatologia ● Lesão primária: ○ ocorre no momento do trauma e envolve o impacto direto, aceleração, desaceleração, trauma penetrante e explosão ○ resultados: contusões focais e hematoma, cisalhamento dos tratos de substância branca e edema cerebral ● Lesão secundária: ○ Decorrente da cascata de lesão molecular: ■ lesão da membrana celular decorrente de radicais livres ■ DHE ■ disfunção mitocondrial ■ apoptose celular ■ isquemia ○ Atendimento deve evitar hipotensão arterial e hipóxia, febre, convulsão e disglicemia ● Pressão intracraniana (PIC) ○ normal < 15 mmHg ○ hipertensão quando > 20mmHg ○ presença de componentes patológicos (ex. hematoma) requer deslocamento de estruturas, aumento da PIC ou ambos ● Pressão de perfusão cerebral ○ diferença entre a PAM e PIC ○ PAM entre 50 e 150 mmHg mantém fluxo sanguíneo p/ cerebro ○ PAM < 50 resulta em isquemia ○ PAM > 150 resulta em edema e HIC Classificação ● Gravidade clínica: ○ ECG 13 a 15: leve ○ ECG 9 a 12: moderado ○ ECG < 8: grave ● Escala de coma de glasgow (ECG): ○ pontuação mínima 1 ○ mortalidade com ECG 3: 50% ○ mortalidade ECG 1: 74% ● Resposta pupilar: retira-se da pontuação da ECG ○ Resposta inexistente: -2 ○ Resposta apenas uma pupila: -1 ○ Resposta de ambas: 0 ○ Obs: última atualização do ATLS não adicionou a avaliação pupilar (2021) ● Escore gravidade tomográfica: Escala de Marshall Morfologia Dividido em fraturas de crânio e lesões intracranianas ● Fraturas de crânio ○ fratura de calota craniana: apresenta com o sem afundamento. Aumenta em até 400x a ocorrência de hematoma ○ fratura de base de crânio: são identificadas por: ■ equimose periorbital (olhos de guaxinim) ■ equimose retroauricular (sinal de battle) ■ fístula liquórica através do nariz ou orelha, disfunção do VII e VIII par (paralisia facial ou perda de audição) ● Lesão intracraniana ○ Lesão axonal difusa: Neuroimagem com múltiplas pequenas lesões. Apresenta coma profundo sem HIC e desfecho desfavorável ○ Contusão: área heterogênea de isquemia, necrose, hemorragia e edema (mais frequentes). Comumente vista em áreas frontais e temporais ○ Hematoma epidural: ■ associado a vasos durais rompidos (A. meníngea média), quase sempre associados a fratura de crânio. ■ Tendem a não estar associados a danos cerebrais subjacentes ■ Prognóstico melhor ○ Hematoma subdural: ■ danos na veia pontinas ■ lesão em formato de crescente ■ frequentemente associada a lesões cerebrais subjacentes ○ Hemorragia subaracnóidea: ■ rompimento de vasos nas fissuras silvianas e cisternas interpendulares ■ hemorragia intraventricular ou intracerebral superficial ■ pode se estender para o espaço subaracnóideo ○ Hemorragia intraventricular ■ rompimento de veias subependimárias ou extensão da hemorragia intraparenquimatosa ou subaracnóidea adjacente Tratamento ● Atendimento inicial segundo o protocolo ATLS ● objetivo é evitar lesões cerebrais secundária, hipotensão e hipóxia ● Pré-hospitalar: ○ foco prevenção de hipóxia e hipotensão ■ risco de morte: pct com PAS < 90 mmHg; PaO2 < mmHg ○ Definir se o paciente precisa de suporte ventilatório ■ Máscara não reinalante ou via aérea avançada) ■ manter SatO2: > 90% ○ Intubação orotraqueal (IOT): ■ incapacidade de proteger vias ■ TCE grave (ECG<9) ■ dificuldade de respirar e de manter satO2 > 90% ■ instabilidade hemodinâmica ■ transporte de longa duração ■ OBS: dispositivo supraglótico está indicado quando insucesso após laringoscopia ou quando não se tem experiência suficiente para o procedimento ○ tratamento para hipotensão no BR no APH ainda é a reposição volêmica com cristaloides ● TCE leve ○ identificar paciente com maior risco (avaliar indicação de internação e ex. de imagem) ○ indicação de TC de crânio sem contraste: ■ ECG < 15 após 2h ■ suspeita de fratura craniana ou afundamento do crânio ■ qualquer sinal de fratura de base do crânio ■ 2 ou mais episódio de vômito ■ amnésia retrógrada > 30min antes do impacto ■ mecanismo de alto impacto ● paciente com risco: déficit neurológico, convulsão, risco de hemorragia ou uso de anticoagulante oral, retorno à emergência para reavaliar ferimento na cabeça ○ Indicação p/ internação ■ ECG<15 ■ alteração na TC ■ convulsão ■ distúrbio de coagulação ■ déficit neurológico ■ vômitos recorrentes ○ Sinais de alerta pós avaliação: ■ incapacidade de despertar no horário esperado ■ dores de cabeça intensas ou progressivas ■ sonolência ou confusão mental ■ dificuldade de visão ■ inquietação, instabilidade ou convulsão ■ incontinência urinária ou intestinal ■ febre, vômitos e rigidez de nuca ■ fraqueza ou dormência ● TCE moderado a grave ○ Avaliar perviedade das vias aéreas e necessidade de intubação, ventilação e ressuscitação hemodinâmica ○ monitoramento de sinais vitais: fr. cardíaca e respiratória, oximetria, capnografia, PA, temperatura e glicemia ○ Neuroimagem após estabilização ○ exame neurológico para avaliar gravidade de TCE e identificar HIC: ■ avaliação pupilar ■ indicativos de HIC: rebaixamento de consciência, depressão respiratória, triade de cushing (hipertensão, bradicardia e respiração irregular, pupilas assimétricas ou medio-fixa e posturas patológicas (decorticação ou descerebração) ○ Recomendações: ■ avaliação neurocirurgia ■ monitorização com ECG, oximetria, capnografia e sinais vitais ■ avaliação para outros tipos de trauma ■ realização de TC s/ contraste ■ coleta de hemograma, eletrólitos, coagulograma, função renal, toxicológico. Se coagulopatia em TCE grave é necessário correção ■ Transferir o mais rápido possível para realizar exames e avaliação de neurocirurgião ○ Antifibrinolíticos ■ administrar ac. tranexâmico para pct com TCE moderado dentro de 3h após lesão ■ dose de ataque: 1g em 10min; seguido de infusão IV 1g em 8h ○ Cuidados: visa o manejo da PIC e perfusão cerebral , com oxigenação, PA, e controle da temperatura, glicose, convulsões e outras causas que levam a lesões secundárias ■ ventilação: ● Ventilação mecânica ● capnografia ● PaO2>60mmHg ● PaCO2 entre 35 e 45 ● Hiperventilação: evitá-la na fase aguda (24 a 48h) ■ PA ● PAS > 100mmHg se pct 50 a 69 anos ● PAS > 110mmHg se pct 15 a 49 anos ou >70 anos ■ Fuidoterapia ● solução salina é preferível ● soluções balanceadas são relativamente hipotônicas e podem piorar o edema cerebral ● avaliar DHE ■ profilaxia convulsão ● se convulsão pós traumática ● Na prática fenitoína 1g dose de ataque e posteriormente 100mg de 8/8h ● levetiracetam alternativa ● na ausência de recorrência de convulsão manter durante internação e gradualmente retirar nas primeiras semanas ■ Profilaxia TEV ● inicialmente profilaxia mecânica com compressão pneumática intermitente na admissão ● heparina não fracionada 5000u 8/8h ou enoxparina 40mg por dia após 24h ■ Tratamento anticoagulante ● manter os parâmetros de coagulação no departamento de emergência ■ Controle da glicemia ● evitar hipo e hiperglicemia (140 a 180 mg/dl) ■ Controle da temperatura: ● febre deve ser evitada por piorar a PIC ■ Suporte nutricional ● recomendado metas nutricionais alcançadas em no max. 5 a 7 dias ○ HIC ■ realizar avaliação de 2/2h nos primeiros dias em pct grave ■ sinais de HIC: assimetria de pupila significativa, pupilas fixas e dilatadas uni ou bilateralmente, postura decorticada ou descerebrada, depressão respiratória e tríade de cushing ■ Medidas para evitar: ● elevação em 30° ● IOT assistida por drogas ● breve e controlada hiperventilação de PaCO2 de aproximadamente 30 mmHg (geralmente entre 25 e 30 mmHg) ● uso dose em bolus de agente osmótico: ○ manitol: 1 a 1,5g/kg, não adm em paciente hipotenso ○ NaCl 3 a 23%: 30 a 60ml adm em 10 min● Manutenção da PAM aprox. 80 a 100mmHg ○ Tratamento cirúrgico: ■ Evacuação dos hematomas ■ indicado: ● hematoma epidural > 30ml, ou glasgow < 8 e assimetria pupilar ● hematoma subdural > 10mm de espessura ou associado a glasgow < 8 ou caiu 2 pontos desde a admissão ● hemorragia intracraniana se em fossa posterior, lesão > 50 cm³ ou maior que 20 cm3 em hemorragia frontal ou temporal com glasgow de 6-8 com desvio de linha média > 5mm ou compressão de cisternas. ● craniotomia descompressiva é o tratamento de segunda linha para lesão TCE grave.
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