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aula 02 - farmacologia farmacos hipoglicemiantes

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introdução 
 
Então a gente ficou de discutir alguns conceitos da 
farmacologia básica, né? Então eu quero saber de vocês 
quais foram as conclusões que vocês chegaram quanto a 
esses conceitos aí. 
 Vamos começar pela dupla de conceito medicamento e 
remédio. Chat: “Remédio aquele que remedia, remédio 
aquele que cura.”, “Medicamento e remédio é tudo que a 
farmácia vende”, “Farmácia é drogaria, então droga é igual 
remédio e remédio é igual a medicação, se A é igual B, B 
igual a C, C igual a A, segundo Marie”, “Remédio é usado 
para curar ou aliviar a dor, desconforto”, “Medicamento é 
um fármaco com propriedades benéficas comprovadas 
cientificamente”, “Repouso, oh Lara, então você acha que 
repouso, psicoterapia, musicoterapia são remédio? Sim”. 
Vocês concordam com a Lara ou ela está viajando? “Sim” 
Remédio é um termo mais amplo que medicamento, 
remédio é qualquer substância, qualquer procedimento, 
qualquer ato que gere um bem estar, que gere uma cura 
pra determinado mal. Então vamos lá, um procedimento 
cirúrgico é um remédio, fisioterapia é um remédio, 
cromoterapia, musicoterapia, acupuntura, o uso de um 
medicamento, o uso de um fármaco, medicamento sim, um 
chá também, os mais amorzinhos diriam que um abraço é 
um remédio, as meninas normalmente dizem que 
chocolate é um remédio na TPM, né? Então qualquer 
substância, procedimento, ato que é capaz de propiciar 
uma cura, meditação, yoga, esporte, enfim, pode ser 
considerado um remédio. 
 E medicamento? Medicamento eu falei que é um pouco 
mais restrito, medicamento é uma substância, um conjunto 
de substâncias responsáveis por exercer o efeito profilático, 
curativo ou, talvez aí estejam a surpresa pra vocês, auxiliar 
diagnostico. Então uma substância curativa, profilática ou 
auxiliar de diagnóstico se encaixa no termo medicamento, 
por exemplo, vacina, vacina é um medicamento profilático, 
um antibiótico pode ter uma ação profilática também, mas 
também pode ter uma ação curativa, então é um 
medicamento, sei lá, um contraste iodado, um contraste de 
bário auxilia no diagnóstico, sei lá, fazer um exame, uma 
tomografia, algum exame que precise de contraste, tá ai, 
ok? Então, diferença entre medicamento e remédio tudo 
bem? 
Vamos pra princípio ativo e fármaco, são sinônimos ou 
não? O que vocês acharam? O que vocês ouviram falar? 
Chat: “A Lara acha que um princípio ativo é diferente de um 
fármaco”, “O Luís colocou aqui. Princípio ativo, substância 
que deverá exercer efeito farmacológico, um medicamento, 
um alimento ou uma planta podem ter diversas substâncias 
em sua composição, porém apenas uma ou algumas, ok, 
exatamente. O final da resposta do Luís ajuda a gente a 
fechar o pensamento sobre princípio ativo e fármaco, nem 
todo fármaco é considerado um princípio ativo, mas todo 
princípio ativo é um fármaco”. 
O princípio ativo é uma substância química com atividade 
farmacológica e o fármaco? Fármaco também, só que o 
fármaco nós conhecemos a estrutura química, tem uma 
estrutura química muito conhecida, pode ter ou não um 
mecanismo já descrito, mas tem uma atividade e uma 
estrutura química bem conhecida, tá? Esse conceito se 
confunde um pouco mais do que os medicamentos e 
remédios, mas a gente consegue trabalhar e vocês vão 
encontrar muito princípio ativo como sinônimo de fármaco 
e tudo bem, muitos pesquisadores tratam esses dois 
conceitos como sinônimo. Isso, princípio ativo não tem 
estrutura bem definida, o fármaco é um princípio ativo, é 
uma substância de função biológica que tem uma estrutura 
química muito bem definida e com um efeito farmacológico 
já conhecido. Pra gente no geral ambos os conceitos tratam 
de substâncias químicas com efeito farmacológico, então 
nesse ponto elas são sinônimas, como, acho que a Larissa 
colocou ali, mas assim, ambas são substâncias químicas 
com atividade farmacológica. Chat: “Os fármacos estão 
contidos nos princípios ativos?” Prof.: “Sim, todos os 
fármacos são princípio ativos. Sim, pensando em 
agrupamento sim”. 
Eficácia e efetividade, esses dois conceitos a depender de 
onde vocês buscaram vocês irão encontrar respostas 
diferentes. Eu vou trazer para vocês a resposta da 
farmacologia, tá? Os clínicos muitas vezes usam esses 
farmacologia 
 
 
conceitos de forma diferentes, os farmacologistas usam da 
forma que vou passar para vocês. Chat: “Lara colocou aqui 
que eficácia é a capacidade máxima de produzir efeito, 
perfeito, efetividade é medir o efeito na terapia, perfeito”. 
Pessoal, eu dei esse exemplo ontem, é possível um 
antibiótico ser eficaz e não ser efetivo? Sim, todo 
antibiótico que tá disponível pra gente utilizar na clínica ele 
é eficaz, quando a gente pega a bula ele diz que o 
antibiótico ele é útil, sei lá, em gram-positivos, em gram-
negativos, em estreptococos, em estafilococos aureus, 
comprovadamente nas etapas pré-clínicas ele tem eficácia 
contra aquele microrganismo. 
Agora eu pergunto pra vocês, esse antibiótico que é 
comprovadamente eficaz ele pode não funcionar em algum 
indivíduo? Pode. Então quando na clínica ele não funciona, 
como o pessoal colocou aqui em cima, quando na terapia 
como a Lara colocou, quando em condições reais ele não 
funciona, significa o que? Que ele não foi efetivo. Então 
eficácia é uma comprovação, pode ser em estudos clínicos, 
é uma comprovação de que aquele fármaco funciona, mas 
naquele caso, para aquele paciente, pra aquele grupo de 
paciente, ele foi efetivo? Não. Outro exemplo, o captopril 
ou poderia ser qualquer outro anti-hipertensivo, o captopril 
conhecidamente, sabidamente ele é um anti-hipertensivo, 
ele é eficaz, ele reduz a pressão arterial. Agora pergunta pra 
vocês, existem pacientes com pressão arterial que não 
consegue ser controlada unicamente com o uso de 
captopril? Existe. Então o captopril foi efetivo nesses casos? 
Não e nem por isso ele deixou de ser eficaz, todo mundo 
sabe que ele é eficaz, mas pra aquele paciente, pra aquele 
grupo de paciente, pra aquela população, pra aquela cepa 
de micro-organismo o fármaco em questão não foi efetivo. 
 Potência, a gente vai falar mais sobre potência quando 
estudarmos IC-50, quando compararmos fármacos, 
mecanismos, vias, entre outras coisas, mas quando nós 
falamos que um fármaco é potente, a gente sempre usa o 
termo comparativo, não existe um valor de potência, tipo 
esse fármaco é 10% potente ou ele é potente 10 vezes, não, 
a potência é comparativa, um fármaco ele vai ser mais ou 
menos potente em comparação com o outro. Então não 
tem um valor de atividade do fármaco que diz que daqui 
pra cá ele é potente e daqui pra cá tem pouco potência, 
não, a gente pega dois fármacos e compara a potência de 
um com a potência de outro, primeiro ponto é esse. 
 Tá, mas o que é potência? A potência sempre vai tá 
relacionada com dose, com quantidade de medicamento, 
reparem, a potência não tem a ver com o tamanho do 
efeito, tem a ver com a quantidade necessária daquele 
medicamento pra atingir determinado efeito. Potência 
sempre vamos relacionar com dose e não com tamanho do 
efeito, vamos discutir muito isso podem ficar tranquilos. 
Colocaram aqui no chat que mesmo a dose vai de acordo 
com a substância também, perfeito. Pois se eu tenho uma 
gota de uma substância de um fármaco e ele consegue ser 
efetivo, enquanto que o outro eu precise de 10 gotas pra 
essa efetividade acontecer, significa que o fármaco que eu 
preciso de uma única gota é mais potente do que o que eu 
preciso de 10, o primeiro pensamento pra entender 
potência é esse, ter algumas particularidades, depois que 
vamos dificultar, não dificultar, colocar alguns poréns. A 
Marie colocou assim: “dose alta dose baixa, mesmo 
efeito?”, o que foi uma dose baixa é mais potente do que 
eu precise de uma dose alta para aquele mesma potência. 
A Ana Licia colocou o que vou explicar mais pra frente, que 
diz assim: “mesma dose para osdois, 1 ml, 1 ml, só que um 
deles teve um efeito maior com esse 1 ml, então foi mais 
potente. 
 Associação medicamentosa, o que é? Chat.: “É um 
medicamento cuja composição é formada por dois ou mais 
princípios ativos”. Alguém tem um exemplo pra mim dar? 
“Buscopan composto, cafeína e paracetamol”. Quer ver um 
bem conhecido também? A neosaldina. Tylex, perfeito, que 
é codeína e paracetamol, se eu não me engano. Clavulin, 
amoxicilina mais clavulanato. A neosaldina tem 3 princípios 
ativos, tem dipirona, cafeína e isometepteno. 
Então a associação medicamentosa ela é uma junção de 
princípios ativos em um mesmo medicamento, em uma 
mesma cápsula, isso tem um benefício de comodidade, em 
vez de o indivíduo consumir dois comprimidos ele consome 
um só. As associações servem para tornar essa terapia mais 
efetiva pra provocar um efeito sinérgico, por exemplo, a 
neosaldina tem a dipirona que é um analgésico, tem a 
cafeína que é um vaso constritor, se a dor de cabeça do 
indivíduo for provocada por uma vasodilatação a 
neosaldina vai ser super efetiva, agora se a dor de cabeça 
do indivíduo for tensional provocada não por uma 
vasodilatação, mas por questões musculares de tensão 
provavelmente o dorflex que é um analgésico mais um 
relaxante muscular vai ser mais efetivo que a neosaldina. 
Então o objetivo de juntar dois ou seja quantos fármacos 
forem é aumentar a capacidade, a efetividade que aqueles 
fármacos teriam de forma isolada. Dipirona sozinho tem 
uma efetividade, dipirona mais neosaldina 2x de 
efetividade. 
Perguntaram aqui, então Sara a associação medicamentosa 
como eu falei utilizasse da sinergia de efeito, eu tenho dois 
efeitos separados que somados irão provocar um benefício 
maior, é um tipo de interação medicamentosa, só que esse 
termo é mais amplo, uma interação entre um antibiótico e 
o leite, por exemplo, tetraciclina e leite é uma interação 
medicamentosa não benéfica, a interação pode ser positiva 
ou não, no caso da sucessão medicamentosa é uma 
 
interação positiva, mas a maioria das interações 
medicamentosas, vamos ter uma aula sobre isso, são 
prejudiciais. Se forem antagônicos, a pergunta da Lara, 
existe interação medicamentosa antagônica, onde 
obviamente não por interesse, mas por erro ou por auto 
medicação o paciente tá usando um fármaco que compete 
com outro, exemplo é ele usar um glicocorticoide com um 
fármaco que reduz a glicemia, então um fármaco que vai 
contribuir para o aumento de glicemia ou para função 
endócrina glicêmica e outro que vai diminuir.Ana Lícia eu 
não sei se podemos considerar tratamento para 
envenenamento com carvão ativo uma interação, pois 
veneno não é fármaco e nem princípio ativo, mas eu não 
sei se o carvão ativo nesse caso entra como uma interação 
medicamentosa, talvez o envenenamento por outro 
fármaco, não por um veneno, por exemplo uma 
intoxicação. O exemplo da Marie aqui, quem toma 
synthroid pela manhã não pode tomar medicação (ele não 
leu tudo e eu não tenho acesso ao bate papo), isso é um 
exemplo claro de interação medicamentosa, interação a 
nível de absorção. A Sara resumiu aqui: “a interação pode 
ser benéfica ou não e a associação é sempre benéfica”, 
exatamente isso. 
Exemplos ou o que é uma forma farmacêutica? Chat.: Lara-
”É o estado final em que as substâncias ativas se 
apresentam”. Então, comprimido, cápsula, drágeas, 
suspensão, solução, pó, gás, óvulo, granulo, supositório, 
são formas farmacêuticas. A Ana Lícia colocou aqui uma 
forma geral, líquido, que se divide em xarope, solução e 
suspensão, ele não é uma forma farmacêutica, o líquido é 
um estado químico de algumas fórmulas farmacêuticas, 
como xarope, soluções e suspensão, vamos ter aula 
também sobre formas farmacêuticas. 
Vamos falar praticamente em todas as aulas sobre esses 
conceitos. 
assuntos da próxima aula: 
1. Hipoglicemiantes 
2. Vias de administração 
3. Farmacocinética 1 (absorção, distribuição) 
 
fármacos hipoglicemiantes 
 Fisiopatologia: 
 
Sempre começo falando da fisiopatologia e como nosso 
tema da aula são os hipoglicemiantes, a gente tem que falar 
do diabetes mellitus. 
O primeiro pensador da área médica que descreveu o 
termo diabetes e que nomeou essa síndrome, hoje 
sabemos que é uma síndrome de diabetes, foi o Areteu da 
Capadócia a cerca de 200 d. C, o que ele observou? Que 
chegavam pacientes até ele apresentando duas 
características curiosas, que eram a sede insaciável e a 
micção excessiva. Então ele começou a agrupar que existe 
alguma doença que faça com que o paciente tenha muita 
sede e urine demais, ele deu o nome a essa doença de 
diabetes que em grego significa “sifão” ou “que passa 
através de”. Qual foi a relação de Ereteu? É uma doença em 
que a pessoa toma água e essa água passa através do 
organismo como se o organismo fosse um sifão e vai direto 
para o sistema urinário. Essa doença que tinha muita sede e 
micção excessiva começou a ser chamada de diabetes 
desde então. 
Já no século XVII Thomas Willis fez uma segunda 
observação em cima de pacientes que tinham essa doença 
chamada de diabetes. Ele observou que os pacientes que 
tinham sede insaciável e micção excessiva eram pacientes 
que urinavam com uma quantidade maior de açúcar do que 
os demais, então a urina desses pacientes era uma urina 
com açúcar e isso era visivelmente observado no local em 
que esses pacientes urinavam, aqueles respingos para fora 
do vaso ou as roupas urinadas desses pacientes atraiam 
formigas. Então o Thomas Willis observando isso adicionou 
o termo mellitus que no latim significa “melado” ou “doce”, 
desde então a doença passou a ser chamada de diabetes 
mellitus. 
 
Diabetes insipidus é um quadro em que o paciente também 
tem bastante sede, também tem micção excessiva, só que 
 
esse quadro não ocorre devido a elevação de glicemia, esse 
quadro de sede e de micção excessiva é devido a uma 
desregulação do hormônio antidiurético. Então diabetes 
insipidus não tem nada a ver com hiperglicemia, com 
diabetes mellitus, a não ser a característica de sifão, a 
característica de sede insaciável e micção excessiva. 
diabetes mellitus 
 
 
O que nós sabemos sobre diabetes hoje? Muita coisa, 
muita coisa evoluiu nós sabemos que o diabetes mellitus é 
uma síndrome metabólica, é uma síndrome que envolve 
tanto o metabolismo de açúcares tanto de gordura quanto 
de proteínas. Estimasse que em 2035 teremos 471 milhões 
de pessoas no mundo portadoras de diabetes mellitus, em 
2015 que foi quando eu peguei esse dado existiam 382 
milhões, cerca de 100 milhões aproximadamente em 20 
anos de pessoas com diabetes mellitus. 
Como já destaquei, já antecipei o diabetes mellitus ela é 
caracterizada além das alterações metabólicas é 
diagnosticada por um aumento de glicose no sangue, 
portanto uma hiperglicemia. 
Aqui embaixo tem os valores considerados valores 
glicêmicos normais, considerados valores glicêmicos de um 
paciente com chamada tolerância a glicose diminuída e de 
fato um paciente com diabetes mellitus. Aqui tem os 
valores depois caso vocês precisem. Não vai entrar em 
detalhes aqui, mas eu ressalto aqui o valor de glicemia de 
jejum que é abaixo de 100 mg/dL (miligramas de glicose por 
decilitro de sangue), abaixo de 100 mg em jejum glicemia 
normal, entre 100 e abaixo de 126 tolerância a glicose 
diminuída, ou seja, esse paciente tem alguma dificuldade 
para absorver a glicose do sangue. E igual ou acima de 126 
mg/dL esse paciente é caracterizado com diabetes mellitus. 
 
Então, durante muito tempo o diagnostico de diabetes 
mellitus era auxiliado pela glicemia, então medir a 
quantidade de glicose no sangue do paciente isso mudou 
de algumas décadas pra cá com a invenção e a descoberta 
de uma técnica para quantificar a hemoglobina glicada, 
talvez vocês já tenham ouvido falar da hemoglobina 
glicada. Qual a diferençaentre uma e outra alguém sabe 
dizer? Qual a diferença entre o resultado de uma glicemia e 
o resultado de uma hemoglobina glicada? 
A hemoglobina glicada avalia os últimos 3 meses da 
glicemia do paciente. A glicemia pura, a quantificação de 
glicose avalia naquele momento. Então, qual era o grande 
problema? Vou dar o exemplo da minha avó, minha avó era 
diabética e ela era um pouco teimosa como a maioria das 
avós. O que ela fazia? Ela ao longo do inervado entre as 
consultas era difícil pra gente controlar a alimentação dela. 
Não era uma paciente fácil, quando chegava próximo da 
consulta que tínhamos que refazer a glicemia... Uma 
semana, poucos dias depois ela começava entrar no eixo 
reduzia a ingestão de açúcar, carboidratos e aí a glicemia 
batia boa e o médico ficava feliz “ah, o tratamento tá sendo 
efetivo. Muito bem! Parabéns, dona Edna!” e a gente 
explicando que ela era teimosa, hoje isso não é mais 
possível, porque a glicação da hemoglobina ocorre de 
forma irreversível (a hemoglobina é uma proteína presente 
na hemácia, vocês sabem disso). A glicose circulante no 
sangue tem afinidade para se ligar a hemoglobina e essa 
ligação acontece de forma irreversível. Uma vez que ligada 
por picos hiperglicêmicos por mais que a paciente deixe ou 
o paciente deixe de consumir glicose excessivamente por 
um tempo a glicose que se ligou a hemoglobina vai 
permanecer ligada por toda vida útil daquela hemácia por 
120 dias aproximadamente, daí os 3 meses aproximados. 
 
 
O termo hemoglobina glicada se dá pelo simples fato da 
hemoglobina estar glicosilada, estar ligada a glicose, ou 
melhor, a glicose estar ligada a hemoglobina. 
Bate-papo: Ana, quanto maior o nível glicêmico desse 
paciente, maior a quantidade de glicose que vai conseguir 
se ligar a hemoglobina, concorda?! E essa ligação glicose 
hemoglobina é irreversível. Uma vez que a glicose se ligou a 
hemoglobina ela não se desliga mais, então não adianta o 
paciente nos últimos 5 dias reduzir a glicemia, sendo que 
nos últimos 100 dias a glicemia se manteve alta. Ele foi 
acumulando glicose na hemoglobina e o exame vai detectar 
exatamente isso. 
Aqui temos valores também de hemoglobina glicada 
normal, o de intolerância , o de diabetes... depois vocês dão 
uma repassadinha nisso aqui. 
 
O advento dessa técnica, desse teste auxiliou muito o 
acompanhamento da efetividade dos hipoglicemiantes já 
que esse truque, essa estratégia dos pacientes teimosos 
deixou de ser tão efetiva. 
liberação de insulina 
Bem, outra coisa que a gente precisa discutir antes de 
entrarmos nos fármacos propriamente ditos é revisar como 
ocorre a liberação da insulina. 
 Canais de K
+
 determinam o potencial de 
membrana em repouso na célula beta; 
 Glicose entra na célula pelo transportador GLUT-2; 
 Glicose é transformada em glicose 6 fosfato 
(glicoquinase) e entra na via da glicólise, 
aumentando o ATP intracelular; 
 ATP bloqueia os canais de K+ e ocorre a 
despolarização celular; 
 Aumento do influxo e da mobilização intracelular 
no RE liso; 
 Migração, fusão com a membrana e extrusão dos 
grânulos de insulina na corrente circulatória. 
A insulina é uma incretina, é um hormônio liberado 
principalmente quando há ingestão de alimentos, quando 
há o acumulo de glicose no sangue essa insulina é então 
liberada do seu local de produção a gente vai falar qual é e 
vai estimular tecidos, células a captarem/retirarem a 
glicose da circulação e transformá-la em energia, em 
molécula de reserva como glicogênio por exemplo. 
Então, vamo lá, essa explicação se inicia aqui na seta 1, 
então onde está ocorrendo esse evento que eu vou 
destacar para vocês? Na célula beta pancreática. 
 
 
A célula beta pancreática é a célula responsável por 
produzir e liberar a insulina, então aqui é o exemplo de 
uma célula beta do pâncreas. Então, uma vez que o 
individuo ingeriu um alimento todas as etapas metabólicas 
ocorreram e a glicose chegou até a corrente sanguínea. Na 
célula beta pancreática o primeiro alvo da glicose são os 
transportadores GLUT 2 (são transportadores de glicose). 
Eles vão pegar essa glicose da corrente sanguínea e jogar 
pra dentro da célula beta pancreática. Dentro da célula 
beta pancreática inicia-se também um processo 
metabólico, a fosforilação dessa glicose, processo de 
respiração celular e a liberação de fosfato e fosforilação de 
ADP em ATP que aqui é uma questão mais de via energética 
só pra gente relembrar. 
O grande ponto é: a molécula de ATP formada pelo 
processo de glicólise da célula beta pancreática bloqueia 
um canal iônico chamado de Canal de K
+
 sensível ao ATP. E 
daí, professor? E daí que com esse canal de K+ bloqueado 
pelo ATP... 
Pediram para explicar novamente. 
Professor: vou voltar então e explicar um pouquinho mais 
devagar. 
A gente tá aqui em uma célula beta pancreática. Esse é o 
local de nosso evento celular em questão. O evento celular 
em questão que é a liberação da insulina inicia-se com a 
capitação de glicose pela célula beta pancreática. Então, a 
célula beta pancreática absorve essa glicose, metaboliza 
essa glicose... Este ATP gerado pelo metabolismo da glicose 
que foi absorvida pela célula beta pancreática vai bloquear 
o canal de K+ chamado Canal de K+ sensível ao ATP. 
Bom, quando eu tenho um bloqueio de um canal, nesse 
caso aqui o canal de K
+
 eu vou diminuir a saída de potássio 
da célula, concorda?! 
Potássio tem uma concentração maior dentro da célula do 
que fora, então a tendência de um canal é que ocorra uma 
saída de K
+
 da célula, porém esse canal foi bloqueado pelo 
ATP. Então eu vou começar acumular potássio no interior 
da célula beta pancreática e daí esse acumulo de potássio, 
vocês devem lembrar é uma característica de um processo 
chamado de despolarização. 
Então o aumento desse potencial de membrana da célula 
beta pancreática vai ativar um outro canal chamado de 
Canal de C++ dependente de voltagem, então até agora a 
glicose entrou na célula pancreática, foi metabolizada no 
processo natural de glicólise/de respiração fornecendo 
energia, fornecendo ATP. Esse ATP bloqueou o canal de K
+
 
sensível ao ATP o bloqueio desse canal de potássio leva a 
despolarização da membrana da célula beta pancreática, 
esse aumento de potencial abre canais de cálcio 
dependente de voltagem. O que é um canal dependente de 
voltagem, pessoal? É um canal que se abre ou se fecha a 
depender da voltagem daquela membrana, nesse caso aqui 
com a despolarização da membrana eu tenho uma abertura 
do canal e é um canal de cálcio então com a abertura do 
canal de cálcio eu tenho o influxo de cálcio para o interior 
da célula beta pancreática. 
Vamos ver se vocês lembram... pessoal, qual é um dos 
principais papeis do cálcio em uma célula que secreta 
substâncias? 
Chat: se for célula muscular seria contração, boa Leonardo. 
Movimentação de vesículas, perfeito Marie. 
Ou seja, pessoal, o aumento da concentração de cálcio na 
célula besta pancreática é que vai mobilizar essas vesículas 
contendo insulina e provocar a esquizocitose, a liberação 
da insulina na corrente sanguínea. 
Então, tudo começou como? Com a entrada de glicose na 
célula beta pancreática. Essa entrada de glicose provocou 
produção de ATP que bloqueou canais de potássio, o 
bloqueio dos canais de potássio levou a despolarização da 
membrana da célula besta pancreática e consequente 
abertura de canais de cálcio dependente de voltagem. 
Como esses canais se abriram? Eu tive o influxo de cálcio, 
mobilização das vesículas contendo insulina e liberação 
delas na corrente sanguínea. 
tipos 
DM tipo 1 
 Autoimune 
 Idiopático 
DM tipo 2 
 Gestacional 
A gente pode dividir aqui o diabetes mellitus em dois tipos. 
Diabetes mellitus tipo 1 e diabetes mellitus tipo 2. Alguém 
sabe dizer a principal diferença entre esses tipos de 
diabetes mellitus? 
Diabetes mellitustipo 1 o paciente tem dificuldade de 
produzir a insulina, deficiência até um ponto em que de 
fato ele não consegue produzir mais e precisa repor a 
insulina endógena de forma exógena por isso que era 
chamada antigamente de insulino dependente. 
Já o diabetes mellitus tipo 2 o paciente produz insulina, só 
que ele tem a chamada resistência ou ele tem uma 
deficiência nos receptores de insulina ou nos sinalizadores 
de insulina intracelulares ou nos segundos mensageiros, 
 
enfim... na via que a insulina usa para captação de glicose 
tem alguma deficiência. 
O grande ponto é que: um paciente com DM tipo 2 ele 
tende com o passar dos anos, principalmente se essa 
terapia com hipoglicemia via oral não tiver sendo efetiva, 
ele tende a evoluir para a necessidade de usar insulina em 
períodos mais tardios. Por isso o termo insulino 
dependente não é mais utilizado, porque pacientes com 
DM tipo 2 em diabetes avançado com muito tempo de 
diagnóstico e sem controle também fazem uso. 
A gente chama a diabetes que chamávamos de insulino 
dependente de diabetes tipo 1. Pode ser provocada por um 
motivo autoimune ou por motivos como a Marie colocou: 
medicamentos. Alguns medicamentos podem como efeito 
adverso provocar diabetes mellitus, GH também... enfim, 
vamos ver as características de cada uma delas daqui a 
pouquinho. 
A diabetes mellitus tem um grande problema que é uma 
doença que gera complicações multissistêmicas. Então esse 
excesso de açúcar circulante no sangue pode provocar 
complicações de diferentes órgãos e sistemas. Então, 
paciente com complicação de diabetes ele pode ter 
acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, 
pode ter doenças arteriais periféricas, retinopatias, 
cataratas, glaucomas, o chamado pé diabético... tem todo 
um processo de lesão circulatória e necrose de extremidade 
principalmente dos pés. Nefropatias, neuropatias 
periféricas, talvez vocês já tenham ouvido falar da 
neuropatia diabética. Paciente sente uma dor em 
extremidades, nos pés principalmente por conta da 
diabetes. É uma lesão do excesso de açúcar no 
nociceptores (nas células que conduzem o estímulo 
doloroso), esse nociceptor fica mais sensível um simples 
toque pode ativar o gatilho de dor, o gatilho fisiológico de 
dor. 
 
diabetes mellitus tipo 1 
 Resultado da destruição de células beta-
pancreáticas. 
 Prevalência: 
 5% a 10% dos casos – 5 e 15 anos 
(maioria) 
Bom, características especificas do diabetes mellitus tipo 
1... 
Professor voltou para tirar uma dúvida: tem um quadro 
muito característico de complicações do diabetes que é a 
neuropatia diabética, neuropatia como o nome sugere é 
uma lesão no neurônio. Que neurônio? No neurônio 
sensitivo. Então o acumulo de glicose, o excesso de glicose 
no sangue de alguma forma é toxico para os neurônios 
periféricos, então esses neurônios começam a ser ativados 
com potenciais menores do que seriam em pacientes 
saudáveis. Então o paciente fica com esses neurônios mais 
sensíveis. Estímulos que anteriormente não eram dolorosos 
passam a ser no pé de um paciente que desenvolveu 
neuropatia diabética. Tem outro tipo de neuropatia muito 
parecida que é a neuropatia por uso de quimioterápicos, 
não sei se vocês já ouviram falar também é uma reação 
adversa muito conhecida por alguns quimioterápicos como 
a oxaliplatina, por exemplo, ou os quimioterápicos 
derivados de platina é muito comum o paciente ter 
neuropatia periférica. 
Então chegamos à conclusão de que diabetes tipo 1 é 
resultado da destruição de células beta-pancreáticas. 
Sobre prevalência de DM tipo 1, cerca de 5 a 10% dos casos 
de diabetes mellitus são DM tipo 1 e a maioria envolve 
crianças ou adolescentes de 5 a 15 anos. Por quê? Porque a 
principal causa é autoimune ou idiopática, então nas 
primeiras fases aí de infância e adolescência o pâncreas 
desse paciente começa a falhar, as células beta começam a 
falhar. Para vocês terem uma ideia eu trouxe aqui em baixo 
duas imagens histológicas do pâncreas mostrando uma 
ilhota de Langerhans do lado esquerdo de um paciente 
normal com células beta e células alfa. Então, a gente 
consegue observar aqui as delimitações perfeitas da ilhota 
sem infiltrado inflamatório apenas as células beta e células 
alfa e aqui os ácinos pancreáticos. Do lado direito eu tenho 
um paciente com diabetes mellitus tipo 1 ou a ilhota de 
Langerhans de um paciente com DM tipo 1, reparem, tá 
vendo que eu tenho um infiltrado inflamatório gigantesco 
uma causa autoimune, minhas células do sistema imune 
estão atacando as minhas células beta pancreáticas, eu 
tenho uma destruição dessas ilhotas e obviamente essas 
células que foram atacadas vão perdendo sua capacidade 
de produzir insulina. 
 
 
diabetes mellitus tipo 2 
Já no DM tipo 2 é caracterizado por defeito na ação ou 
secreção da insulina. Não produção, mas ação/secreção da 
insulina. 
É na prevalência maior de 90% a 95% e a maioria dos casos 
envolve paciente acima de 30 anos. 
Um grande fator de risco para a 
diabetes mellitus tipo 2 é a obesidade. 
80% dos pacientes com DM tipo 2 são 
obesos, então tá ai um fator de risco 
gigantesco: obesidade. 
Aqui tem um exemplo de deficiência 
de sinalização. A chamada resistência a insulina, então esse 
paciente ele produz insulina, nesse caso aqui é um paciente 
que tem receptores de insulina funcionais a insulina 
consegue se ligar no receptor então não é esse o motivo da 
resistência, porém ele tem um defeito na sinalização na 
cascata de ativação dos segundos mensageiros 
intracelulares, eu tenho uma deficiência na ativação do 
GLUT 4 nesse exemplo aqui, ou seja, o GLUT 4 não 
consegue ser aberto pela sinalização da insulina. Com a 
diminuição da capacidade de abertura do GLUT 4 eu vou 
diminuir a capacidade de captação de glicose, então eu vou 
aumentar aí a glicemia. 
DM 1 x DM2 
Aqui tem um quadro resumo de diferença entre DM tipo 1 
e DM tipo 2. Referente a etiologia, referente a insulina, 
ação, se um é resistente e o outro não, data de inicio, 
principais complicações agudas, complicações clinicas e 
intervenções farmacológicas. Eu vou destacar aqui esses 
pontos pra gente: 
IMAGEM NO FINAL DA TRANSCRIÇÃO 
Então, no diabetes mellitus tipo 1 os níveis de insulina são 
ausentes ou insignificantes. No diabetes mellitus tipo 2 os 
níveis de insulina são tipicamente mais alto do que o 
normal, por quê? Por que um paciente com DM tipo 1 ele 
praticamente não tem insulina circulante e por que no tipo 
2 essa insulina pelo contrario tá lá em cima? 
Luiz Fernando já colocou aqui: porque não é usado. 
Perfeito, Malena! Porque a alça de feedback negativo não 
foi ativado. Então o individuo ele continua com níveis 
glicêmicos altos. Significa o que para o feedback? Que ele 
precisa produzir mais insulina, ele tem essa capacidade, 
então ele entende que precisa produzir mais e é 
justamente isso que leva um paciente de DM tipo 2 a 
evoluir para a necessidade de insulina. O pâncreas desse 
paciente com DM tipo 2 ele vai trabalhar tanto, tanto, 
tanto... vai produzir tanta insulina que vai chegar um ponto 
que vai toxico para essa célula que vai entrar em colapso e 
começar a falir, vai começar a morrer. Por isso que eu falei 
no começo quando a Naliza falou “diabetes tipo 1 
dependente de insulina, tipo 2 não dependente” até o 
parágrafo dois, porque há uma tendência muito grande do 
paciente com DM tipo 2 caso não controle a hiperglicemia 
evoluir para a necessidade de insulina terapia. 
Bom, intervenções farmacológicas diabetes tipo 1 
majoritariamente insulina. Diabetes tipo 2: 
hipoglicemiantes orais, porém se a terapia não tiver 
sucesso com esses hipoglicemiantes metformina, 
glitazonas, análogos de GLP, entre outras inclui se a 
insulina. 
papel da insulina 
 
 
A Sara tá dizendo aqui pra gente que não entendeu porque 
no diabetes mellitus tipo 2 o nível da insulina é alto.Primeiro ponto, Sara, vocês conseguiram entender que a 
insulina é liberada por um aumento de glicose no sangue? 
Se eu tenho glicose no sangue eu tenho estímulo para 
liberação de insulina. Agora um paciente com DM2 vai ter 
sempre hiperglicemia, ele vai tá com hiperglicemia. Então o 
estímulo à produção de insulina vai ser constante e a célula 
beta pancreática dele ainda funciona porque ele tem DM2. 
Então o estímulo à produção de insulina vai estar 
bombando, por isso que ele vai ter alta glicemia e alta 
reinsulinemia. Agora, com o passar do tempo, se não tiver 
um controle dessa reinsulinemia a célula beta vai entrar em 
falência, e parar de produzir insulina, que foi a situação que 
a gente explicou. Ela se esforçou tanto a ponto de falir. 
A falência celular das células beta pancreáticas começou 
pelo processo de êxtase metabólica. Excesso de produção 
de moléculas de ATP, excesso de formação de produtos de 
degradação, sendo tóxico para própria célula beta 
pancreática. E aí iniciaram processos de peroxidação e 
falência, morte celular e apoptose. 
Então não tem a ver exatamente com deixar de abrir um 
canal celular, vai ser um início de um processo de morte 
celular. 
A insulinoterapia só é iniciada em pacientes com DM2 
quando esse paciente já não é mais capaz de produzir a 
própria insulina. 
Só pra gente revisar aqui os efeitos celulares e teciduais da 
insulina e do glucagon; glucagon porque é o hormônio 
antagônico da insulina. Então a gente viu que a insulina é 
estimulada a ser produzida quando nós temos uma alta de 
açúcar no sangue, a gente viu o mecanismo todo lá pra trás. 
Essa promoção da liberação de insulina pelo pâncreas leva 
a estímulos teciduais para capturar a glicose do sangue. A 
maioria dos tecidos consegue armazenar glicose; claro, o 
órgão especializado em armazenar ou em transformar 
glicose em glicogênio é o fígado, mas nós conseguimos 
converter glicose como fonte de reserva na maioria dos 
tecidos. Fazendo com que os níveis de açúcar sanguíneos 
sejam reduzidos. 
Já o estímulo para liberação de glucagon, que é o hormônio 
antagônico, vem da hipoglicemia. Então a baixa de açúcar 
no sangue estimula células alfa pancreáticas a produzirem o 
glucagon. O glucagon é um hormônio catabólico, vai 
estimular a quebra e utilização de reservas energéticas para 
aumentar os níveis de glicose no sangue. Então é 
basicamente esse o balanço da glicemia. 
 Função da insulina no tecido adiposo: aumento da 
captação de glicose, aumento da lipogênese e 
redução da lipólise. 
 Insulina no músculo estriado: aumento da 
captação de glicose, aumento da síntese de 
glicogênio, aumento da síntese proteica. 
 No fígado: redução da gliconeogênese, aumento 
da síntese de glicogênio e aumento da lipogênese. 
Então, só corroborando com o que eu falei, se o glucagon é 
um hormônio catabólico, a insulina é um hormônio 
anabólico. A insulina tem como principal objetivo estimular 
a formação de tecidos, reservas, armazenar energia (é um 
processo anabólico). 
perfil de liberação da insulina 
 
Aqui eu tenho um exemplo do perfil de liberação da 
insulina, ao longo do tempo, de um paciente normal, de um 
paciente com DM2 e de um paciente com DM1. 
Obviamente que este comportamento aqui está se dando 
após ingestão de glicose. 
Então o paciente foi ao laboratório, consumiu uma 
quantidade de glicose e ao longo do tempo foi medido a 
insulinemia deste paciente. Repare que nos primeiros 15 
minutos, quando o paciente não tem nenhum tipo de 
diabetes, ele tem um pico de insulina. A glicose chegou até 
o pâncreas, rapidamente eu consegui liberar essa insulina 
para captar a glicose; depois eu tenho a chamada segunda 
fase de liberação de insulina, então é como se fossem duas 
ondas. Um pico e uma onda. 
O paciente com DM2, após ingestão de glicose, nos 
primeiros minutos, ele não tem essa onda, essa primeira 
fase, esse primeiro pico. Ele tem só a segunda onda. E o 
paciente com DM1, mesmo após ingestão de glicose, ao 
longo de todo o exame, ele não tem alterações em níveis 
de insulinemia. 
Aqui é um quadro geral, sei lá, um paciente com quadro 
estabilizado de DM2, não é um paciente grave, com 
dificuldade de controle. Óbvio que tem exceções mas, no 
 
geral, esse é o perfil de comportamento de insulinemia em 
pacientes DM1 e DM2, após ingestão de glicose. 
tratamento farmacológico 
Com base no que nós vimos, já conseguimos imaginar 
estratégias farmacológicas para controlar a glicemia. 
 Insulinoterapia: é o tratamento mais lógico. Vamos 
administrar insulina em um paciente que tem 
dificuldade de absorver glicose e produzir insulina. 
Então repor esses níveis é a primeira estratégia a ser 
pensada para reduzir a glicemia. 
 
Primeiro vamos falar sobre a molécula de insulina. 
A molécula de insulina, como eu já falei, é um hormônio, 
uma incretina, e ela tem uma característica interessante a 
nível de composição dos aminoácidos. E tudo que eu vou 
falar a partir de agora sobre os aminoácidos é importante, 
principalmente pra gente diferenciar os tipos de insulina. 
Vocês sabem muito que existem diferentes tipos de 
insulina, guardem essa informação aí. 
Ponto de curiosidade da insulina: ela foi a primeira proteína 
da qual se determinou a sequência exata de aminoácidos. A 
insulina humana é uma proteína com duas cadeias de 
aminoácidos, uma cadeia chamada cadeia B que contém 30 
aminoácidos e uma cadeia A que tem 21 aminoácidos. 
 
 
Aqui tá a sinalização intracelular que a insulina provoca. Eu 
não vou entrar nesse ponto com vocês na aula de 
insulinoterapia. 
Eu só quero mostrar pra vocês aqui nesse slide que o 
receptor de insulina é um receptor acoplado a uma 
quinase, acoplado a uma enzima que fosforila. As quinases 
são enzimas fosforiladoras e a fosforilação de moléculas 
intracelulares é que vai dar o start pra mitogênese, para 
síntese de proteína, para síntese de glicogênio, pra 
translocação de receptores GLUT, depende da célula alvo. 
Se a célula alvo for o músculo, a via de sinalização de 
quinase vai ser a síntese proteica ou síntese de glicogênio. 
Se for no fígado, síntese de glicogênio. Mas não vamos 
entrar nessa via de sinalização intracelular insulínica. 
Eu falei um pouco sobre o antagonismo glicocorticóides e 
terapia hipoglicêmica. Os glicocorticóides reduzem a 
afinidade da insulina pelos receptores de insulina, e o GH 
aumenta a afinidade. 
Olha que interessante. Os receptores de insulina são 
receptores altamente especializados, ou seja, pra eu ter o 
efeito máximo dos receptores de insulina menos de 10% 
deles precisam estar ocupados. Conseguiram entender a 
eficiência desse mecanismo de sinalização? Menos de 10% 
de todos os receptores de insulina daquela célula, daquele 
tecido precisam estar ligados à insulina para que o máximo 
do seu efeito ocorra. 
tipos de insulina: regular 
Essa insulina é caracterizada por ser do tipo de preparação 
de ação curta, isso significa que ela vai ter um tempo de 
efeito hipoglicêmico - reduz a glicemia - rápido (começa em 
aproximadamente 30 min.) e curto (duração de 6 horas e 
pico em 2 horas). 
Ela é chamada de insulina regular pois possui uma estrutura 
idêntica à insulina humana endógena, isso significa que ela 
possui a mesma quantidade de aminoácidos e na mesma 
sequência. 
A diferença é que essa insulina regular tem íons zinco na 
sua formulação associados a essas estruturas proteicas. Os 
íons zinco adicionados às formulações de insulina regular 
formam hexâmeros, formam aglomerados de monômeros 
de insulina. 
 
Eu tenho aqui um monômero da insulina com as suas duas 
cadeias (total de 6 monômeros). Cada triângulo desse aqui 
é uma molécula de insulina, é um monômero de insulina. 
Só que a formulação de insulina regular é uma formulação 
 
que tem íons zinco adicionados, e, consequentemente, 
aglomera estes monômeros, formando esses hexâmeros. 
Isso pode afetara conformação tridimensional desse 
hormônio. E como ele vai ser reconhecido pelo receptor? O 
grande ponto é que quando você afeta a aglomeração da 
insulina você está mudando não a afinidade da insulina com 
o receptor, mas sim a capacidade de absorção desses 
monômeros. Então, quando você aplica um monômero via 
subcutânea ele é absorvido muito mais rápido do que 
quando você aplica um hexâmero via subcutânea. Então 
você aumenta a estabilidade, você faz com que esses 
hexâmeros formem “reservas” no local em que foi 
administrado, e ele vai sendo liberado mais lentamente do 
que monômeros de insulina seriam. 
A insulina regular é como se tivesse mais dificuldade para 
atravessar as barreiras plasmáticas por ser maior. Seis 
moléculas juntas é mais difícil de atravessar uma 
membrana do que uma molécula sozinha. 
Vou repetir pra todo mundo captar: o zinco funciona na 
formulação de insulina regular para estabilizar a formação 
de hexâmeros de insulina. Ele fornece elétrons que vão se 
ligar a monômeros de insulina. Funciona como se fosse 
uma cola, então as moléculas de insulina que estavam 
sozinhas no meio vão se agregar por conta do íons zinco, 
formando um conglomerado (hexâmero). Então, pessoal, a 
adição de íons zinco é responsável por retardar a absorção 
da insulina, pois essa molécula de insulina agora está em 
hexâmeros, dificultando sua absorção. 
tipos de insulina: lispro 
Essa é uma insulina de ação ultra-rápida. Esse tipo de 
insulina é a insulina que mantém sua forma monomérica 
para acelerar sua absorção. Então ela não tem zinco na sua 
formulação, e ele disso, porque o zinco estabiliza o 
hexâmero. A lispro vai além. Além de não ter o zinco para 
estabilizar esse hexâmero, a lispro tem uma troca desses 
dois aminoácidos. Na cadeia B, o aminoácido lisina (28) foi 
trocado de posição com o aminoácido prolina (29). Essa 
troca é suficiente para que a insulina do tipo lispro não 
formasse hexâmeros, estando sempre na forma de 
monômeros. Ou seja, uma vez administrada, ela vai ter uma 
ação ultra-rápida, daí seu nome. 
A gente discutiu que a insulina regular tem uma ação curta, 
tem uma absorção retardada, porque ela é administrada 
sob a forma de hexâmeros estabilizados pelo íons zinco. 
A insulina lispro é uma insulina de ação ultra-rápida, pois 
ela é absorvida de forma muito mais rápida por não formar 
nem dímeros, nem hexâmeros e não ter o zinco. Assim, ela 
fica livre e tem facilidade para ser absorvida. A insulina 
lispro é aquela que pode ser injetada poucos minutos antes 
da refeição, tendo seu início de ação de 10 a 15 minutos, 
tendo seu pico de ação em 1 ou 2 horas e tendo seu tempo 
de duração de 3 a 5 horas. 
 A presença do zinco estabiliza a formação do 
hexâmero mas não determina que esse hexâmero 
vai ficar formado durante toda a vida útil da 
insulina. Eu retardo a degradação do hexâmero 
mas essa liberação acontece, e o monômero é 
liberado de forma mais lenta pela presença do 
zinco. 
 A molécula de insulina, com ou sem zinco, tem 
uma tendência a formar dímeros e hexâmeros. O 
que o zinco faz é estabilizar essa formação. Ao 
trocar a lisina pela prolina, a capacidade da 
insulina em formar esses dímeros e hexâmeros é 
bloqueada, mantendo a forma monomérica.

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