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TCC ARTIGO A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO JOGOS E BRINCADEIRAS

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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO – JOGOS E BRINCADEIRAS –
NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
nome[footnoteRef:1] [1: Aluna do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional - UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso, 1º semestre de 2020.] 
 RU 
 Coordenadora do curso[footnoteRef:2] [2: Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.] 
RESUMO
O presente estudo tem o objetivo de investigar a importância e a necessidade das atividades lúdicas – jogos e brincadeiras – no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil. Partindo do pressuposto que a prática de jogos e brincadeiras é essencial na infância, visto que promovem vivências significativas de aprendizagem, configurando um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento intelectual, psicológico e social de seus alunos, é que se pretendeu, com a realização deste estudo, investigar a importância dos jogos e brincadeiras como instrumentos facilitadores no processo ensino-aprendizagem na educação infantil. Este estudo bibliográfico valeu-se dos pressupostos teóricos de renomados autores, como Vygotsky (1998), Piaget (1976 e 1998), Almeida (2003) e Queiroz & Jordano (2004), entre outros. Ao final, foi possível constatar a valiosa contribuição das atividades com jogos e brincadeiras, para o desenvolvimento dos alunos. 
Palavras-chave: Educação infantil. Lúdico. Jogos. Brincadeiras. Aprendizagem. Crianças.
1 INTRODUÇÃO
 	Este estudo tem como objetivo investigar a importância e a necessidade da ludicidade nas atividades educacionais, visando conhecer o valor que os jogos e brincadeiras podem ter para o desenvolvimento das crianças. Ainda, analisa o lúdico como uma ferramenta que pode dar prazer ao processo de ensino-aprendizagem.
	Muitos métodos podem ser usados como recursos didáticos e, entre essas, destaca-se a realização de jogos e brincadeiras, instrumentos pelos quais o educador pode estimular o desenvolvimento intelectual, psicológico e social das crianças, tendo em vista que promovem o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento, resgatando o prazer pelo aprender, e contribuindo para a sua formação.
No entanto, é preciso considerar o brincar como um processo que envolve uma variedade de comportamentos e oportunidades que se fazem presentes no universo infantil. 
Para as crianças exercerem a sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas.
 	A atividade lúdica desenvolve na criança a atenção, memorização, imaginação. Quando se valoriza o trabalho com jogos e brinquedos, o docente tem em mãos uma ferramenta indispensável para o trabalho cotidiano na aprendizagem da criança.
	A metodologia empregada é a bibliográfica, com suportes em livros, revistas e documentos afins. A pesquisa bibliográfica, segundo Oliveira (2002), tem o intuito de conhecer as diferentes formas de contribuição científicas já realizadas sobre determinado assunto ou fenômeno. 
2 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO – JOGOS E BRINCADEIRAS –
NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 O LÚDICO E A EDUCAÇÃO CONCEITO E FINALIDADE
O verbete lúdico (adjetivo) significa: referente a, ou que tem o caráter de jogos, brinquedos e divertimentos. O termo ludismo é substantivo relativo à qualidade ou caráter de lúdico.
	No dicionário analógico de Azevedo (1974, apud ROSAMILHA, 1979), os termos relativos a lúdico são: brincadeira, brincalhão, brincar e brinquedo, no índice remissivo. Essas palavras pertencem, no texto do dicionário, aos tópicos alegria, divertimento, espírito de humorista. 	
	No dicionário de Ferreira (1975), têm-se as seguintes acepções para brinquedo: objeto que serve para as crianças brincarem; jogo de crianças, brincadeira; divertimento, passatempo; festa, folia, folguedo.
Segundo a Enciclopédia Mirador Internacional (1975), no verbete brinquedo, esta palavra aparece, no português, no século XIX, derivado, por sua vez, de brinco, jogo de crianças, divertimento, folguedo, do século XIII. Este por sua vez, origina-se de brincar.
O brincar permite, por meio do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo.
Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no desenvolvimento cognitivo e facilitando o seu desenvolvimento social.
De acordo com Vygotsky (1998), o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos.
Piaget (1998, apud AGUIAR, 1998, p.58), diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa.
A capacidade de brincar possibilita à criança uma alternativa para a resolução de seus problemas.
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a empregar atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos (ROSAMILHA, 1979, p.77).
Uma base sólida no desenvolvimento infantil poderá implicar em relações futuras saudáveis.
	Para Almeida (2003, p.10), a educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. A educação lúdica é uma ação inerente na criança, adolescente, jovem, adulto e aparece sempre como uma forma tradicional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo.
Atividades dinâmicas de motivação, utilização de jogos pedagógicos, bem como os momentos de socialização e afetividade oportunizam aprendizagem por meio do mundo imaginário.
É brincando que se educa e aprende. Brincar é fundamental para a construção do conhecimento e personalidade das crianças. Divertindo-se, a criançada aprende a se relacionar com os colegas e a descobrir o mundo à sua volta.
	Segundo Santos (2002, p.221), ao brincarem, as crianças deixam transparecer emoções, sentimentos e comportamentos já vistos, além de elaborarem hipóteses e conceitos, formulando assim uma “pré-aprendizagem”. Daí a atuação do professor, que deve ficar atento às brincadeiras em sala para que saiba a hora certa de intervir e corrigir falhas possíveis nos comportamentos apresentados.
	Brincando, as crianças revelam dados sobre seu cotidiano familiar, e é quando os professores podem se aprofundar e conhecer um pouco mais da realidade de cada criança. Pode-se deparar, então, com dois tipos de situações: o excesso de limites ou o contrário, ou seja, a ausência de limites. Se ambos não forem vistos a tempo para repará-los, a criança cresce e se transforma em um adolescente dentro dessas realidades, o que já se torna mais difícil de resolver em sala de aula ou em ambiente familiar, necessitando até mesmo da intervenção de uma pessoa especializada para ajudá-la. Em alguns casos, o que era somente um problema de comportamento, passa a ser um problema psicológico e até mesmo orgânico.
Segundo Almeida (2003, p.21), a criança, ao brincar, 
apreende a estrutura lógica do material que está usando para jogar. O jogo é visto como conhecimento feito e também se fazendo; é essa característica que exige o seu uso de modo intencional. É educativo e, sendo assim, requer um plano de ação que permita a aprendizagem de conceitos das diversas áreas do conhecimento. Nesta perspectiva, o jogo será conteúdo assumido com a finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, possibilitando ao aluno a oportunidade de estabelecerplanos de ação para atingir determinados objetivos, a executar jogadas segundo este plano e a avaliar a eficácia destas jogadas nos resultados obtidos.
	As instituições educacionais devem ser responsáveis pelo auxílio ao desenvolvimento da personalidade, potencialidades e bases para as relações interpessoais e sociais das crianças. 
	Ainda conforme Almeida (2003, p.21), no processo de desenvolvimento físico, intelectual e social da criança, ela deve ser capaz de desenvolver:
- o hábito de um pensamento criativo;
- uma imagem positiva de si própria;
- atitudes de cooperação social e responsabilidade;
- consciência e apreciação das pessoas, objetos e fatos do ambiente;
- bases do pensamento lógico;
- capacidade de ser independente;
- capacidade de usar sua iniciativa;
- capacidade para resolver problemas;
- segurança para expressar sua opinião;
- controle do seu corpo e a segurança nos seus deslocamentos.
	O jogo permite uma maior aproximação entre o professor e seus alunos, possibilitando um maior conhecimento entre eles e facilitando a identificação das dificuldades de aprendizagem da criança; enquanto brinca, a criança é mais livre, e deixa transparecer mais facilmente seus sentimentos, seus desejos e suas emoções (ALMEIDA, 2003, p.24). 
Cuberes (1977, apud SANTOS, 2002, p.223), indica, em relação à atividade lúdica, a importância do professor promover o processo de interação entre as crianças: “... há momentos que propiciam a interação das próprias crianças, para que façam explorações e descobertas junto às outras crianças”.
	A situação de jogo deve constituir um estímulo desencadeador do esforço pessoal, tendo em vista o auto-aperfeiçoamento. O espírito de competição deve ter como tônica o desejo do jogador de superar a si próprio, empenhando-se para aperfeiçoar, cada vez mais, suas habilidades e destrezas.
	Jogo supõe relação social. Por isso, a participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal.
	É jogando que a criança aprende o valor do grupo como força integrada e o sentido da competição salutar e da colaboração espontânea e consciente. 
	Ainda, há que se considerar outro fator importante neste processo de interação, na construção da personalidade da criança: a independência. As crianças devem ter, dentro da atividade lúdica, uma certa independência para escolher pessoas, brincadeiras e, sozinhas, elaborarem regras para tal atividade. 
	Dentro da realidade atual, a interação se torna fundamental nessa relação, criando um sentimento importante e nobre: o respeito (tanto pelos alunos quanto pelo professor) às diferenças individuais, de qualquer ordem.
2.2 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS
A construção da inteligência é resultante da coordenação de ações realizadas com o sentido de buscar formas e esquemas de adaptação a problemas gerados pelo ambiente. 
	Rizzo (2001, p.40), entende que:
As emoções do jogo geram necessidades de ordem afetiva e é a afetividade a mola dessas ações. Ela mobiliza o indivíduo em uma determinada direção com o objetivo de obter o prazer. A ação humana é sempre fruto de uma motivação que organiza as forças do indivíduo em direção a um determinado fim. O jogo motiva e por isso é instrumento muito poderoso na estimulação da construção de esquemas de raciocínio, através de sua ativação. O desafio por ele proporcionado mobiliza o indivíduo na busca de soluções ou de formas de adaptação a situações problemáticas e, gradativamente, o conduz ao esforço voluntário.
	Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de significação social que, como outras, necessita de aprendizagem. Tudo gira em torno da cultura lúdica que é, antes de tudo, um conjunto de procedimentos que permite tornar o jogo possível, apoderando-se de elementos da cultura do meio ambiente da criança para aclimatá-la ao jogo. 
	Educar ludicamente tem uma significação profunda e está presente em todos os segmentos da vida, uma vez que o brinquedo faz parte da vida da criança. Ele materializa-se como símbolo mediador entre pensamento e ação e constitui provavelmente a matriz de toda a atividade linguística, tornando possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação.
	Conforme Araújo (1992, p.14):
Desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela joga, explora e manuseia tudo aquilo que está à sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, dando, portanto, real valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante.
		A atividade de jogar é que fornece a estrutura para aquisições que, no futuro, serão a base da moralidade e autonomia do aluno. Portanto, o jogo não é perda de tempo mental. Ele é, para o aluno, o que o trabalho é para o adulto: atividade poderosa que estimula a vida social, cognitiva e afetiva. 
		Descentrar a atenção de um único elemento, o professor, e permitir ao aluno encontrar caminhos para fazer as próprias descobertas, fará com que ocorra aprendizagem, evitando a repetição do que é transmitido de forma mecânica e limitada. Nessas descobertas vem à tona o pensamento criativo, muitas vezes inibido por variados fatores. 
		Segundo Araújo (1992, p.17), a possibilidade de ensinar o pensamento criativo “derruba o tabu que a criatividade é uma capacidade especial de algumas pessoas, uma inspiração divina ou força cósmica, ou transmitida por fatores hereditários e passados a outras gerações”.
		Quando no ensino há a possibilidade de atingir o maior número dos sentidos, considerando as diferenças individuais, acontecerá a efetivação da aprendizagem e entende-se que os jogos e brincadeiras são os recursos com os quais o professor fará o vínculo do conhecimento adquirido com o desconhecido.
	Cabe ao professor fazer com que o aluno mude a sua postura frente ao ato de aprender, e para isto deve adequar os diversos jogos existentes para que atinja seu objetivo inicial: garantir a aprendizagem do aluno.
	Os jogos e brincadeiras provocam nas pessoas desafios genuínos que geram interesse e prazer. Por isso são estratégias potentes de construção de conhecimento. Eles permitem que o aluno explicite seus conhecimentos prévios, adquiridos a partir da experiência pessoal, no decorrer da atividade prática, dentro e fora da escola. Possibilitam ao educador trabalhar com os mais variados recursos, permitindo-lhe a exploração do meio físico e social e também do ambiente sociocultural dos educandos. 
	Se o pensamento crítico pode ser desenvolvido, então o jogo é um aliado do professor para trabalhar a criatividade dos educandos, eliminando as situações de autoritarismo, alta diretividade, excesso de formalismo e rigidez, críticas severas, julgamentos estereotipados, trabalho alienante e mecânico, e outros.
		Ao jogar, a necessidade de vencer significa a retomada do saber. As regras estabelecidas pelo grupo provocam a desconcentração do pensamento, ou seja, a coordenação de vários pontos de vista, o que torna fundamental o entendimento das informações que circulam entre aqueles que jogam. Jogar implica tomar decisões, fazer representações mentais, elaborar estratégias, fazer previsões. Dessa forma, ao propor-se um jogo, dá-se ao aluno a oportunidade de elaborar, de modo pessoal, diferentes procedimentos de resolução, comparar esses procedimentos e criar argumentos para justificá-los, aprender a detectar seus erros e aqueles cometidos pelos colegas, questionar e reformular ideias, produzir informação ao relacionar dados, avaliar e emitir seu próprio julgamento, chegando a extrapolar o conteúdo trabalhado.
	Conforme Santos (1997, p.9): 
Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasias, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se confundem. O jogo está na gênese do pensamento,da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo. 
	Para Piaget (1976, p.5), “O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram, homens inventivos, descobridores.”
	O desafio maior para o educador é procurar desenvolver no ser humano habilidades e atitudes que proporcionem a ele fazer sempre as melhores escolhas desde muito pequeno. Para isso a criança muito precocemente precisa não só adquirir conhecimentos para lidar com o mundo, mas principalmente necessita saber pensar, refletir sobre ele mesmo. 
	A criança pode ser preparada ou educada para pensar. Pensar sobre o ser correto no processo de raciocinar, sobre a justiça, sobre o belo, o bom, o verdadeiro e tantas outras coisas. Neste sentido é preciso preparar as crianças para serem mais atentas, articuladas e compreensivas. 
Por meio dos jogos e brincadeiras é possível conduzir a criança à atividade, à autoexpressão e à socialização, pois o lúdico é um dos fatores decisivos na educação infantil. O lúdico favorece a aprendizagem e possibilita que sejam desenvolvidas a criatividade e a autonomia do aluno, que aprende a cooperar e a respeitar os próprios limites. 
Assim, é possível constatar-se que o brincar para a criança não significa apenas divertir-se, mas, sobretudo, educar-se, socializar-se e desenvolver-se plenamente em suas potencialidades.
2.3 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETNCIAS E HABILIDADES
	Diversos autores salientam a importância da ludicidade e do afeto no processo de construção do conhecimento. 
Segundo Queiroz & Jordano (2004, p.9), o conhecimento é uma construção coletiva e o processo de aprendizagem suscita afetos, emoções, além das cognições e habilidades intelectuais, e ainda permite o desafio de desenvolver competências e habilidades. Os autores salientam:	
Compreender o educando em sua totalidade, como razão e emoção conectadas à relação intrapessoal e às relações interpessoais, integrando seis componentes essenciais ao seu desenvolvimento: o corporal, o afetivo, o cognitivo, o social, o estético e o espiritual, é a intenção que norteia a nossa proposta. Nesse sentido, acreditamos que as atividades práticas de dinâmica de grupo e sensibilizações – um caminho, entre tantas estratégias motivacionais necessárias para o processo educativo – potencializam a aprendizagem, bem como a formação do caráter e da personalidade (QUEIROZ & JORDANO, 2004, p.9).
	
	Os educandos aprendem a observar, analisar, comparar, dialogar, raciocinar, sintetizar, questionar, perceber o próprio comportamento e dos demais, identificar crenças, emoções, condutas, aprendem a ouvir, falar, dialogar, elogiar, trabalhar em equipe. Em suma, a se preparar para a vida, exercendo a cidadania. 
	Queiroz & Jordano (2004, p.10), afirmam, ainda, que:
As atividades práticas de dinâmica de grupo, as sensibilizações, os jogos e as brincadeiras estão presentes em todas as fases da vida dos seres humanos, tornando singular a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, permitindo que a sensibilidade, a intuição e a criatividade sejam despertadas.
	O brincar é a ludicidade do aprender. A criança aprende enquanto brinca. São momentos importantes na vida da criança: o momento do faz-de-conta, que é o momento de liberdade da imaginação; a vivência das ideias por meio de atividades práticas de dinâmica de grupo e sensibilizações (elaborar, contar, recontar, dramatizar, imitar e viver histórias). O brincar com outras pessoas permite à criança conhecer, criar e respeitar regras e normas, a dialogar, a partilhar. 
	Por meio das atividades práticas de dinâmica de grupo ou sensibilização a criança envolve-se e sente a necessidade de partilhar com o outro. Esta relação permite a entrada da criança no mundo do faz-de-conta e marca uma nova fase de sua capacidade de lidar com a realidade, com os simbolismos e com as representações. Com o ato lúdico a criança satisfaz certas curiosidades e traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e necessidades.
Deve-se lembrar que, muitas vezes, o conhecimento a ser adquirido não está no jogo em si, mas sim, naquilo que ocorre com os jogadores e sua interação (suas hipóteses, estratégias de jogo, suas atitudes, seus sentimentos...).
	Conforme Rau (2007, p.86)
[...] o lúdico pode ser visto como um recurso facilitador da aprendizagem para crianças e os jogos podem ser aplicados como desafios cognitivos, não bastando apenas constatar se certas habilidades foram desenvolvidas de acordo com os objetivos propostos pelo educador, mas também adequar as propostas aos interesses dos alunos. 
	
	A criança precisa vivenciar ideias em nível simbólico para compreender o significado na vida real, que o seu pensamento evolui a partir de suas experiências e ações vivenciadas em determinadas situações no mundo do faz-de-conta. Mundo que dá a oportunidade das crianças expressarem e elaborarem de forma simbólica, sonhos, expectativas, desejos, conflitos e frustrações. 
3. METODOLOGIA
		A metodologia empregada é a bibliográfica, elaborada com suportes em livros, revistas e documentos afins sobre a temática do lúdico na Educação Infantil. 
Considerando que o método em análise exige uma reflexão sobre a prática pedagógica mediante o processo teórico educativo o qual está sempre em construção, podendo assim aperfeiçoar cada vez mais as práticas e conceitos conforme a evolução do conhecimento em geral, ou seja, de cada pessoa que faz parte do ensino. Faz-se necessário uma profunda reflexão dos novos modelos direcionados ao ato do educar por meio do brincar.
	A pesquisa bibliográfica, segundo Oliveira (2002), tem o intuito de conhecer as diferentes formas de contribuição científicas já realizadas sobre determinado assunto ou fenômeno.
	Este estudo caracteriza-se como pesquisa bibliográfica já que se procede a uma análise de diferentes contribuições científicas relacionadas ao tema e valeu-se dos pressupostos teóricos de renomados autores, como Vygotsky (1998), Piaget (1976 e 1998), Almeida (2003) e Queiroz & Jordano (2004), entre outros.
	Para a realização dos procedimentos todo o material estudado, livros, artigos e documentos relacionados ao tema foram submetidos a uma triagem, o que possibilitou estabelecer um plano de leitura. 
	A leitura atenta e sistemática se fez acompanhar de várias anotações e fichários que, após, serviram para a fundamentação teórica deste estudo. 
	Durante a pesquisa bibliográfica se deu o delineamento da pesquisa, a revisão bibliográfica, a coleta de dados e a análise e interpretação destes dados. 
	Este método foi designado para entendermos que a ludicidade é o ícone da educação infantil, que a criança brincando aprende com mais facilidade, desejo e vontade e é o método mais coerente de ser utilizada na sala de aula, desde o berçário até a pré-escola, essa metodologia oferece uma aprendizagem expressiva, de qualidade, pois motiva o aluno em querer brincar, jogar, criar e imaginar cada vez com mais freqüência e o professor pode aproveitar para conhecer seu aluno.
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Muitas vezes os alunos apresentam dificuldade em aprender os conteúdos de forma tradicional, por meio de atividades impressas e livros didáticos. Por isso, há a necessidade de tentar outras formas de aprendizado. Neste estudo foi possível inferir-se que a prática de jogos e brincadeiras apresenta-se como um recurso valioso e comprovadamente eficiente na construção do conhecimento.
A atividade lúdica configura um caminho possível para desenvolver a aprendizagem, pois os jogos expressam a forma como uma criança reflete o mundo, ordena, desorganiza e o reconstrói à sua maneira. Trata-se de uma ferramenta de ensino que proporciona à criança aprender brincando, o que facilita seu desenvolvimento nas funções sociais, psicológicas e intelectuais. 
	Com a prática de jogos e brincadeiras infantis os alunos podemaprender de forma divertida, atingir destreza, coordenação motora, agilidade, raciocínio lógico, o gosto e entendimento de leitura e escrita, e muito mais. As brincadeiras, os jogos, são veículos que possibilitam o seu crescimento, dando-lhes oportunidade de descobrir, criar, recriar e posicionar-se em relação a si mesma e explorar o mundo. 
	Os jogos e brincadeiras são sempre bem-vindos, tanto em momentos de recreação como em situações de aprendizagem, já que, enquanto se divertem, as crianças nem imaginam que estão se conhecendo, aprendendo e descobrindo o mundo.
	Ao inserir-se a prática de jogos na escola, resgata-se o brincar prazeroso. A alegria de brincar, para produzir, pensar, compartilhar, aprender, tem papel relevante no processo de construção do aprendizado. 
Brincando, a criança faz amigos, sociabiliza-se e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo; prepara-se para o futuro, experimentando e interagindo com o ambiente e as pessoas ao seu redor; e, ainda, descobre suas limitações e potencialidades.
	O educador, utilizando uma metodologia criativa, tendo o jogo, o lúdico, como instrumento, possibilitará aos educandos a construção de conhecimentos, levando-os a assumir uma postura de busca, argumentação e reelaboração, percebendo que a realidade não está aí para ser descrita e observada, mas para ser interpretada e recriada.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, J.S. de. Jogos para o ensino de conceitos: leitura e escrita na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1998. 
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnica e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2003.
ARAÚJO, V.C. de. O jogo no contexto da educação psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992.
AZEVEDO, F.F. Santos. Dicionário analógico da língua portuguesa. Brasília: Coordenada, 1974.
CUBERES, M.T.G. Entre as fraldas e as letras – Contribuições para a Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1977.
ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. 1975. São Paulo: Encyclopédia Britannica do Brasil, 1975. 4 v.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
OLIVEIRA, S.L. de. Tratado de metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1976. 
_____. A linguagem e o pensamento da criança. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
QUEIROZ, Tânia Dias; JORDANO, Ivo. Atividades práticas de dinâmicas de grupo & sensibilizações: educação infantil e ensino fundamental. São Paulo: Rideel, 2004. 
RAU, Maria Cristina Trois Dornelles. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. Curitiba: Ibpex, 2007.
RIZZO, G. Jogos inteligentes: a construção do raciocínio na escola. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
ROSAMILHA, Nelson. Psicologia do jogo e aprendizagem infantil. São Paulo: Cortez, 1979. 
SANTOS, S.M.P. dos. O lúdico na formação do professor. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. 
SANTOS, Tathiane Cecília Enéas da Silva. A importância do brincar na construção do conhecimento e da personalidade da criança de 0 a 6 anos. In: Revista de Ciências da Educação. Centro Universitário Salesiano de São Paulo. Ano 4, nº 6, São José dos Campos-SP: Stiliano, 2002. 
VYGOTSKY, L.S.; LURIA, A.R.; LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
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