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APG 7 - Pericardite

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Objetivos 
 
OBJETIVO 1: Compreender como se dá a doença autoimune
OBJETIVO 2: Entender a fisiopatologia da pericardite, suas causas e 
consequências 
OBJETIVO 3: Compreender o diagnóstico (ECG) e manifestações clínicas 
OBJETIVO 4: Conhecer o tratamento da pericardite 
 
Doenças Autoimunes
As doenças autoimunes ocorrem quando o sistema 
imunológico passa a produzir anticorpos contra 
componentes do nosso próprio organismo. Por motivos 
ainda desconhecidos, nosso corpo confunde algumas 
proteínas com agentes invasores e as ataca. Portanto, 
podemos dizer que a doença autoimune é causada por 
uma falha no sistema de defesa que perde a sua 
capacidade de reconhecer o que é benéfico para o 
corpo, levando a produção de anticorpos contra células, 
tecidos ou órgãos do próprio corpo. Em pessoas que já 
trazem alguma predisposição genética para desenvolver 
uma doença autoimune é possível que alguns fatores 
sejam desencadeantes para uma resposta autoimune, 
como: 
• bactérias; 
• vírus; 
• toxinas; 
• hormonas; 
• medicamentos específicos; 
• estresse. 
Definição da Pericardite 
A pericardite se trata da inflamação do pericárdio, 
membrana que reveste o epicárdio, formada por 2 
camadas: parietal e visceral 
Pericardite: 
→ Ocorre em decorrência de vários distúrbios 
cardíacos, torácicos ou sistêmicos, metástase de 
neoplasias remotas ou procedimentos cirúrgicos 
cardíacos 
→ Pode acometer todas as idades e não tem 
prevalência de sexo 
Causas: 
Infecciosa: infecções virais, tuberculose; mais comuns, 
cerca de 2/3 das pericardites ocorrem por infecção. 
Autoimune: lúpus, artrite reumatoide, febre reumática 
Neoplasias metastáticas: pulmão, mamas 
Metabólicas: uremia, hipotireoidismo 
Radiação: precoce ou tardia 
Cardiovascular: síndrome de Dressler (2-4 semanas 
após infarto, pela liberação de proteínas no músculo 
cardíaco); pós-cirúrgico de cirurgias cardíacas 
 
Pericardite Aguda: 
Pericardite Serosa: 
• A pericardite serosa é geralmente causada por 
doenças inflamatórias não infecciosas, tais como 
febre reumática, lúpus, além de tumores e uremia. 
• Uma infecção nos tecidos contíguos ao pericárdio 
— por exemplo, a pleurite bacteriana — pode 
provocar uma irritação na serosa pericárdica parietal, 
suficiente para causar um derrame seroso estéril, 
que pode progredir para uma pericardite 
serofibrinosa e, por fim, para uma reação supurativa 
evidente. 
• Em alguns casos, uma infecção viral bem definida e 
situada em outro local — infecção no trato 
respiratório superior, pneumonia, parotidite — 
Pericardite 
 
antecede a pericardite e atua como foco primário da 
infecção. 
• É raro, geralmente em jovens adultos, que uma 
pericardite viral ocorra como uma infecção primária 
aparente que pode estar acompanhada de 
miocardite (miopericardite). 
• Tumores podem causar uma pericardite serosa pela 
invasão linfática ou propagação contígua direta no 
pericárdio. 
• Histologicamente, a pericardite serosa produz um 
infiltrado inflamatório leve na gordura epipericárdica, 
consistindo predominantemente em linfócitos; a 
pericardite associada ao tumor também pode 
apresentar células neoplásicas. 
• A organização em aderências fibrosas ocorre 
raramente. 
 
Pericardite Fibrinosa ou Serofibrinosa: 
• Forma mais frequente de pericardite 
• Causada principalmente pelo IAM, uremia, radiação 
no tórax, doença reumática, colagenoses e 
traumatismos 
• Também uma causa frequente é a síndrome pós-
infarto (Dressler – resposta autoimune que aparece 
semanas após o infarto) 
• A pericardite fibrinosa idiopática é uma forma muito 
comum, provavelmente de origem viral 
• Infecções bacterianas podem se iniciar com quadro 
de pericardite fibrinosa, transformando-se 
posteriormente em purulentas 
• Geralmente não se identifica o agente etiológico 
• O coração fica recoberto por material fibrinoso, 
branco-amarelado e friável 
• Pode levar a aderências entre os dois folhetos 
• Quando a fibrose é muito desenvolvida ocorre 
pericardite constritiva 
• Manifesta-se por atrito pericárdico característico 
com dor torácica, febre e as vezes, sinais de ICC 
Sintomas: 
incluem dor (aguda, pleurítica e depende da posição), 
febre, também pode apresentar a ICC 
 
Pericardite Fibrinopurulenta ou Purulenta: 
• Causada por microrganismos piogênicos, ou seja, 
que causam pus como estreptococos, 
pneumococos, meningococos, estafilococos e 
raramente fungos 
• Esses agentes atingem o pericárdio de 3 maneiras: 
→ Propagação de infecções adjacentes 
(pneumonia, endocardite infecciosa) 
→ Septicemia (infecção no sangue) 
→ Inoculação direta por meio de manipulação 
cardíaca 
• O pericárdio fica coberto de material purulento, 
podendo formar abcessos em meio a fibrina e restos 
celulares na superfície serosa 
• Normalmente encontra-se o agente etiológico 
Sintomas: 
Febre e calafrios 
 
Pericardite Hemorrágica: 
• Encontrada em associação com pericardites agudas 
• Caracterizada por hemorragia expressiva 
• Principais causa são tuberculose e infiltração 
neoplásica 
• Pode derivar de uma complicação por cirurgia 
cardíaca 
Pericardite Granulomatosa: 
• Principal causa é a tuberculose, mas pode ser 
provocada por microbactérias atípicas e fungos 
como a cândida 
• Na tuberculose é comum encontrar granulomas com 
necrose caseosa 
• Geralmente se encontra o agente etiológico 
• Com frequência evolui para pericardite constritiva 
 
Pericardite Crônica: 
Pericardite Constritiva: 
• Resulta da cicatrização de uma pericardite prévia 
• Caracteriza-se por espessamento fibroso e 
acentuado entre os folhetos visceral e parietal, 
restringindo os movimentos cardíacos, 
principalmente o relaxamento diastólico ventricular e 
o esvaziamento das veias cavas nos átrios 
• Praticamente todas as pericardites podem evoluir 
para pericardite constritiva, mas sua causa principal é 
a tuberculose 
 
Pericardite Pós- IAM e Síndrome de Dressler 
• O miocárdio necrótico pode causar inflamação do 
pericárdio logo nos primeiros dias após o IAM 
• O desenvolvimento de pericardite com derrame 
ocorre cerca de 2 semanas após o IAM constituindo 
a síndrome de Dressler 
• Trata-se de uma resposta imunológica após danos 
no tecido cardíaco causados pelo IAM 
 
Patologia: 
As pericardites são classificadas em 5 grupos: 
 
 
 
 
 
 
Etiologia: 
 
Sintomatologia: 
• Tríade de dor torácica – síncope, dispneia e dor 
torácica 
• Atrito pericárdico 
• Alterações no ECG 
• A dor tem início abrupto e é aguda, ocorre na área 
precordial pode irradias para o pescoço, costas, 
abdome ou laterais do corpo. Pode haver dor na 
crista da escápula resultante da irritação do nervo 
frênico. A dor piora com a respiração profunda, 
tosse, deglutição e alterações posturais devido às 
alterações do retorno venoso e ao enchimento 
cardíaco. 
• A pessoa geralmente sente alívio ao se inclinar para 
frente 
 
Consequências: 
Algumas das possíveis consequências são: 
 
→ Tamponamento cardíaco: compressão do 
coração causada pela coleta de líquido no saco 
pericárdico. O tamponamento exerce pressão sobre 
o coração impedindo-o de ser devidamente 
preenchido. O resultado é queda drástica da PA 
→ Derrame pericárdico: acúmulo de sangue ou 
líquidos na membrana que envolve o coração 
(pericárdio), resultando no tamponamento cardíaco, 
interferindo diretamente no fluxo de sangue para os 
órgãos e tecidos 
→ Pericardite constritiva: pericárdio perde sua 
elasticidade, torna-se rígido e passa a comprimir o 
coração, dificultando o adequado bombeamento do 
sangue. Costuma causar cansaço, falta de ar e 
inchaço nas pernas e abdome. 
 
Alterações na Atividade Elétrica: 
Alterações no ritmo podem ocorrer em qualquer estágio 
na forma de taquicardia sinusal ou arritmias atriais diversas 
O ECG na pericardite aguda pode revelar anormalidade 
nos segmentos ST, PR e ondas T 
Na pericardite crônica observa-se ondas T invertidas e 
baixa amplitude do complexo QRS 
As alterações do complexo QRS evidenciam pericarditecom derrame pericárdico volumoso e sinais de 
tamponamento cardíaco 
 
Estágio I: segmentos ST mostram elevação côncava; 
segmentos PR podem ter infradesnível 
 
Estágio 2: segmentos ST retornam à linha de base; 
ondas T se achatam. 
Estágio 3: as ondas T estão invertidas por todo o ECG; 
a inversão das ondas T ocorre depois que o segmento 
ST retornou à linha de base e, portanto, difere do padrão 
de isquemia aguda ou IM. 
Estágio 4: alterações na onda T desaparecem. 
 
Exames e Diagnóstico: 
Exames laboratoriais: 
MNM (marcador de necrose miocárdica): pode 
haver aumento de CK-MB e troponina I 
Provais inflamatórias: VHS (velocidade de 
hemossedimentação/velocidade de sedimentação das 
hemácias), leucocitose e proteína C reativa (PCR), 
elevados em 75% dos casos. A dosagem seriada de PCR 
auxilia no diagnostico e avaliação para o tratamento 
BNP (peptídeo natriurético): encontra-se 
aumentado em presença de doença pericárdica 
Outros marcadores: hormônios tireoidianos, provas 
reumatológicas, função renal, hemocultura. 
ECG: auxiliam na observação mal funcionamento elétrico 
 
Exames de Imagem: 
Radiografia de tórax: presença de cardiomegalia em 
volumes >200ml 
Ecocardiograma: (ECO): diagnostico e 
acompanhamento da resposta terapêutica. Pode ser 
usado como guia na drenagem do derrame 
Tomografia computadorizada do coração e 
ressonância magnética: podem ser úteis para 
confirmar o diagnóstico de pericardite, assim como avaliar 
doenças pleuropulmonares concomitantes e 
linfoadenopatias. Na presença de derrame a densidade 
dele deve ser avaliada, pois transudatos têm baixa 
densidade, ao contrário de exsudatos, hemorragias e 
neoplasias 
 
Tratamento: 
 
AINE (anti-inflamatórios não esteroidais) 
Colchinina: anti-inflamatório 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
 
• PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. 
Guanabara Koogan, 2010. 
 
 
• Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas 
das Doenças, 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, 
Rio de Janeiro, 2010 
 
• MONTERA, M.W.; MESQUITA, E.T.; 
COLAFRANCESCHI, A.S.; et al. I Diretriz Brasileira 
de Miocardites e Pericardites. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia, v. 100, n. 4, p. 01-36, 
2013. Disponível em: Acesso em: 25 Feb. 2022. 
 
 
• HOIT, Brian D. Pericardite. Manuais MSD edição 
para profissionais. Disponível em: Acesso em: 25 
Feb. 2022.

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