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Visão Geral da Imunologia Componentes • O corpo humano é um conjunto aberto de diferentes sistemas que agem de maneira otimizada buscando a manter a homeostase (equilíbrio dinâmico); - Sistema nervoso: tem como órgão prin- cipal o cérebro, sendo formado por tecidos e células nervosas (neurônio e as células da glia); - Sistema cardiovascular: tem o coração como a bomba propulsora, formado por te- cido e células cardíacas; • Sistema imune: conjunto de órgãos, teci- dos, células e produtos celulares que de ma- neira coordenada e coletiva determinar res- posta imune/imunológica que colabora para a homeostase; • Órgão afim: é aquele que possui relação direta com o sistema imunológico (órgão afim). → • São também chamados de órgãos centrais ou geradores; • Função: locais em que ocorre maturação ou amadurecimento das células responsá- veis pelo sistema imune específico, ou seja, os linfócitos, que são formados através do processo de hematopoese e migram para seus órgãos específicos da maturação; - Maturação: é fazer com que “a célula entenda quem ela é”, ganhando seu repertó- rio de ação, em que ocorre o aprendizado dos linfócitos e a sua diferenciação em cen- tro estratégico de resposta específica, res- postas a distância (anticorpos) ou ataque; Timo: • Ele é responsável pela maturação dos lin- fócitos T (resposta imunológica específica), que são formados na hematopoese na medula óssea e migram para o timo, onde sofrem sua maturação; • São dois tipos principais: - Helper/auxiliar: é o centro estratégico da resposta imunológica específica, enten- dendo o invasor e seu comportamento e co- mandando a resposta específica; - Citotóxico/citolítico: ele é indutor de apoptose, não realizando lise ou intoxica- ção. Ele é um vigilante periférico, que é ati- vado e identifica o local em que houve a in- vasão por um corpo estranho, induzindo a apoptose nessa célula. Medula óssea: • Trata-se o local em que ocorre a matura- ção dos linfócitos B; • Ele também tem dois tipos: B1 e B2, sendo responsáveis por reconhecer o invasor dire- tamente por receptores e permite a prolife- ração de células (reconhece a presença do invasor), mudando sua expressão do gene e virando uma célula efetora, com alteração em sua morfologia, tornando-se o plasmó- cito; • O plasmócito realiza a síntese e secreção de anticorpos (produto celular), realizando respostas imunológicas a distância por al- guma invasão, e que possui uma meia-vida curta e libera uma grande quantidade de anti-corpos por segundo. → • Tratam-se do baço, linfonodos e os cha- mados “malte” (conjuntos de tecidos linfoi- des associados as regiões de mucosa); • Tem como função a ativação dos linfóci- tos que foram gerados e maturados nos ór- gãos afins primários, atuando como uma resposta imunológica não específica; Marianne Barone (15A) Imunologia – Prof. Cassio Negro Coimbra • Os linfócitos, após a maturação, são dife- renciados em seus diferentes tipos, mas eles ainda não estão ativados. Para que isso ocorra, deve ocorrer a ligação de substân- cias ativadoras encontradas nos corpos in- vasores aos receptores específicos dos lin- fócitos. Esses linfócitos são que não estão ativados são chamados de linfócitos naive (“puros”); • Ao fim da resposta imunológica ao inva- sor, a tendência das células combatentes é morrer por apoptose (morte celular progra- mada), que é a tendência natural das células por não terem mais um estímulo; • Poucas células tornam-se células de me- mória, que ocorrem no sistema imune espe- cífico, tanto em linfócitos T quanto em lin- fócitos B; • Os linfócitos T helper (“centro estraté- gico”) são os mais eficientes na resposta imunológica, sendo responsáveis pela coor- denação da “bomba” de defesa necessária para combater o invasor; - O vírus da HIV positiva invade as células dos linfócitos T e provoca a fase AIDS (sín- drome da imunodeficiência adquirida), en- quanto os linfócitos T citotóxico e linfócitos B estão preservados, aumentando a propen- são a infecções mesmo depois de tratamen- tos que normalmente são eficientes contra patógenos; Baço: • Trata-se de um órgão localizado no hipo- côndrio esquerdo e que é irrigado pela arté- ria esplênica; • Histologicamente, observa-se que a artéria esplênica entra no hilo do órgão e é ramifi- cada em arteríolas, estas que são rodeadas pelo sistema imune específico (coleções de linfócitos), na bainha periarteriolar, com co- leções de linfócitos naive (T e B) que cir- cundam a arteríola, na região chamada de polpa branca do baço (branca é a região em que são encontrados os componentes do sis- tema imune); → a polpa vermelha é a região em que são armazenados leucócitos e a des- truição dos eritrócitos • O baço detecta as substâncias vindas do sangue e da corrente circulatória, como uma bactéria ou um vírus, que acabam por serem transportados para o baço e, caso seja pre- sente um linfócito específico, resultando numa proliferação da célula pela ativação do sistema imune específico. Linfonodos: • São estruturas que tem comunicação com os vasos linfáticos, estando localizados em locais estratégicos do corpo, podendo estar aglomerados em “plexos” (como os axilares ou inguinais); • Eles possuem coleções de células envolvi- das na resposta imunológica e são preenchi- dos por linfócitos (sistema imune especí- fico), sendo linfócitos “naive” (não encon- traram a chave da fechadura = não foram ativados); • Os linfonodos, funcionam apenas como reservatório e apresentação de antígeno, não há produção de células; • São responsáveis por observarem o inters- tício (linfa). A linfa é o acúmulo do líquido intersticial que adentra nos vasos linfáticos por difusão, seguindo lentamente até o senso capsular de um linfonodo, onde po- dem estar informações importantes para os linfócitos; • No centro dos vasos normais são encontra- dos os leucócitos (glóbulos brancos) e na sua periferia estão os eritrócitos, que atra- vessam e realizam trocas gasosas; • Em casos de anormalidades pela presença de bactérias, por exemplo, tem início de um processo de inflamação local pela presença de fagócitos, macrófagos e neutrófilos (sis- tema imune inato/ inespecífico), resultando em uma vasodilatação (= aumento da per- meabilidade vascular) com escape maior de plasma para o interstício por um aumento da pressão hidrostática em relação a pressão coloidosmótica (exercida pela albumina), fazendo com que o líquido com as bactérias e células de defesa, por difusão, migre para os vasos linfáticos e, assim, siga para os lin- fonodos mais próximos; • Linfonodoadenopatia regional: ocorre um acúmulo do líquido intersticial, que pode levar a um edema local e, com isso, a drenagem é dificultada para os linfonodos locais. Nos linfonodos, estão entrando as células e as bactérias e, com isso, é maior a dificuldade da passagem da linfa por eles e, somado com a ativação dos linfócitos, faze com que ocorra um aumento do linfonodo, podendo tornar a palpação dolorosa causada pela distensão. Malte: • São tecidos linfoides associados as muco- sas, tratando-se de “massinhas” que pos- suem porções de células envolvidas nas res- postas imunológicas, sendo presentes, por exemplo, no sistema digestório e nas vias aéreas; Ex: tonsilas palatinas (amígdala), tonsila sublingual, tonsila faríngea/ adenoide. O anel de Weldeyer é um anel linfático que é formado pelo conjunto de maltes na região • As células do sistema imune específicos são ativadas caso o malte entre em contato com alguma substância estranha; • Ele pode ser dividido em duas categorias: - Galt: tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal; - Balt: tecido linfoide associado aos brôn- quios e bronquíolos;• Esses tecidos possuem uma intensa capa- cidade absortiva, possuindo células histolo- gicamente semelhantes àquelas presentes nas alças intestinais, como as células cha- madas de células N (células de microprega que pegam o material do meio externo e leva para o meio interno, num processo cha- mado de transcitose; Ex: nas tonsilas palatinas a comida que é ingerida é adsorvida no tecido linfoide e “jogado para dentro” como um meio de ve- rificação do alimento em busca de algum patógeno. Atrás da cripta, são encontradas as coleções de linfócitos (B e T) e fagócitos (sistema imune inespecíficos). Ocorre o contato entre o alimento e os linfócitos e, caso tenha algum patógeno, eles são ativa- dos e tornam-se células efetoras, lançando anticorpos no organismo • Placa de Peyer: conjunto de células imu- nológicas e tecido linfoide associados ao in- testino. → • Célula NK (natural killer): é uma célula que faz parte do sistema imune inespecífico; • Sistema complemento: é um sistema in- flamatório que é responsável pela lise de microrganismos invasores (como bactérias e vírus com envelopes); • Citocinas: conjunto de glicoproteínas que comandam, desde sua ação inicial (resposta inflamatória e inespecífica) até a resposta específica, compondo o sistema imune. Função → • O sistema imune é uma coleção de órgãos, tecidos, células e produtos celulares (= ór- gãos afins) que são responsáveis por garan- tir uma resposta coletiva e coordenada cha- mada de resposta imunológica. Ele, dentro do conjunto dos sistemas, é responsável por conferir a imunidade (proteção) do orga- nismo contra invasores, que podem ser: bactérias, fungos, vírus, platelmintos e pro- tozoários; Ex: em infecções bacterianas, a maioria das bactérias são do grupo de bactérias gram positiva ou gram negativa. A nomen- clatura gram se remete as características bi- oquímicas da parede celular da bactéria, que é identificada de acordo com a sua colora- ção em exame. A coloração de gram per- mite a visualização do formato da bactéria, seu arranjo (agrupamento) e sua estrutura bioquímica da parede celular. A bactéria gram positiva é colorida e não consegue ser descolorida, se mantendo roxa até o final do procedimento. A bactéria gram negativa é colorida e pode ser descolorida, ficando com uma coloração rosada após o procedi- mento pela adição de um outro corante • Além dos micro-organismos, o sistema imune realiza a proteção contra proteínas, lipídeos, polissacarídeos, pequenas substân- cias, ou seja, a proteção contra substân- cias estranhas, que podem estar no ambi- ente ou serem resultados de hipersensibili- dade = antígenos; • Conclusão: proteção contra microrganis- mos e partículas estranhas, como alérgenos e drogas (lícitas ou ilícitas). → • “Bom nascimento/bem-nascido”: capaci- dade de distinção do que é próprio ou não do indivíduo; • O sistema imune é (e aprende) a ser tole- rante. Ou seja, ele tem uma capacidade de distinguir “self” de “no-self” e caso isso não existisse as células iriam se voltar umas contras as outras, chamado de “educação tí- mica”. Muitas células formadas na medula óssea são mortas (90%) no timo por não ad- quirirem essa função; • Essa morte ocorre nos órgãos primários por eles possuírem apenas antígenos pró- prios e, caso as células se voltem contra o que é natural do próprio corpo, elas são mortas para evitarem que reações ocorram fora deste órgão primário. A continuidade do processo pode ocorrer também em ór- gãos secundários; Ex: em transplantes de órgãos todos eles são rejeitados por diferenças celulares. Atu- almente é analisada a histocompatibilidade e cada órgão tem uma “duração” antes de ocorrer a rejeição • A rejeição ocorre por diferentes proteínas nas células do chamado complexo de histo- compatibilidade principal (MHC). Esses conjuntos de proteínas são mediadores da compatibilidade de tecidos; • Com a passagem de diferentes gerações, a tendência é que ocorra a perda de compati- bilidade por uma diferença causada pela va- riabilidade genética, resultando em rejei- ções; • HLA: antígeno leucocitário humano. Em seres humanos, para estudo de compatibili- dades, foram utilizados os leucócitos. Trata- se de um sinônimo de MHC; • As proteínas do MHC têm uma relação com a ativação dos linfócitos T (helper e ci- totóxico); • Existem até 18 tipos de diferentes proteí- nas do MHC, que tornam a compatibilidade plena mais difícil entre os seres humanos; • Existem duas classes de proteínas, chama- das de classe I e classe II. As proteínas MHC de classe I são determinadas por 6 ge- nes diferentes (= 6 proteínas diferentes), en- quanto as proteínas de classe II são deter- minadas por 12 genes diferentes (= 12 pro- teínas), estando elas envolvidas com a tole- rância e com a ativação dos linfócitos T; • A síntese dessas proteínas é determinada geneticamente, estando no braço curto do cromossomo 6 (região com maior polimor- fismo do genoma humano); • A perda da tolerância leva aos quadros chamados de doenças autoimunes. → • O sistema imune possui uma vigilância contra a formação de neoplasias; • As neoplasias são evitadas pelos guardiões do ciclo celular que detectam anormalida- des na célula e tentam fazer com que elas não se reproduzam, como as proteínas su- pressoras de tumor e as oncoproteínas (ace- leram e desaceleram o ciclo celular); • O sistema imune, quando os guardiões ce- lulares não conseguem interromper o ciclo de vida da célula defeituosa, é responsável por reconhecer as proteínas estruturais alte- radas, proteínas superexpressas entre outras alterações para induzir a apoptose e impedir a reprodução dessas células. Imunidade → • Ela acompanha o ser desde seu nasci- mento; • Age sempre com a mesma intensidade, não possuindo uma memória ou especifi- cidade; • Mecânica: ela envolve as barreiras físicas e epiteliais. A pele é formada por 4 camadas de células justapostas e está relacionada com a proteção do organismo, impedindo que ocorra a entrada de substâncias; Ex: barreira mucociliar na traqueia, em que na tuberculose, por exemplo, impede a nidação da bactéria, assim como as bacté- rias não conseguem se unir aos enterócitos pelo peristaltismo • Química: o ambiente é inóspito, por enzi- mas, por exemplo, que impede que ocorra o desenvolvimento de vida ou sobrevivência; Ex: acidez do estômago/saliva da boca • Microbiológica: compõe a microbiota normal do corpo humano. O ambiente do lí- quido amniótico é estéril (não tem nenhum microrganismo) e ocorre o processo de in- fecção vertical (passagem pela barreira pla- centária da mãe para o feto); - Caso esse processo não ocorra, ao nasci- mento, entrando em contato com a microbi- ota da vagina da mãe, tem início a formação da microbiota normal. Em cesárias, o feto entra em contato com os microrganismos ao estar em contato com os pais; - A microbiota é encontrada em regiões de pele e mucosa (oral, conjuntiva, estômago, intestinal, uretra, vaginal, anal). O sangue ou o líquor não contém microbiota; • Existem dois tipos de microbiota: resi- dente (geralmente são mais profundas e ad- quiridas ao nascimento) e transitória (ocorre uma redução em número quando lavada). Eles geralmente competem com as bactérias patogênicas e não trazem consequências ne- gativas, estando adaptadas ao organismo; • 80% das infecções hospitalares ocorrem por bactérias que fazem parte do organismo. Elas ocorrem por migração de bactérias da microbiota normal de seu local para outro em que ela não deveria estar. Ex: migração de bactérias da região anal para o trato genitourinário, causando uma infecção urinária Fagócitos e células NK: • São as principais respostas do grupo da resposta imune inata, elas têm as mesmas propriedades,ou seja, não têm memoria ou tem especificidade e agem sempre com a mesma intensidade; • Dentro dos grupos dos fagócitos são abrangidos, também, os neutrófilos e as cé- lulas apresentadoras de antígenos (macrófa- gos e células dendítricas); • Processo de fagocitose: o macrófago é ca- paz de formar um pseudópode ao entrar em contato com um microrganismo, sendo essa a consequência da presença de receptores (sistema chave fechadura). O macrófago usa de seus receptores para fazer fagocitose, mas mesmo assim ele não age de forma es- pecífica; Ex: bactérias têm características seme- lhantes e comuns entre si. O macrófago e a célula dendrítica conseguem realizar a fago- citose de qualquer bactéria porque o macró- fago tem um receptor que age no padrão molecular que é encontrado nos invasores e é comum entre eles. Ao entrar em contato com o microrganismo e seu padrão molecu- lar, o macrófago emite pseudópodes e forma o fagossomo, ou seja, não tem espe- cificidade. A bactéria tem como tecido ter- minal de carboidrato, manose, sendo que ela não é encontrada nas células humanas. En- tão, como uma forma de adaptação, o ma- crófago humano apresenta um receptor para manose que identifica quando a bactéria é presente no organismo através desse carboi- drato • Essas células (fagócitos e células NK) da imunidade inata tem receptores para PAMPS e DAMPS; - PAMPS: são padrões moleculares pre- sentes nos invasores e ausentes nos seres- humanos; - DAMPS: são padrões moleculares asso- ciados a danos celulares (como o extravasa- mento de proteínas que são presentes ape- nas no meio intracelular, por exemplo); Ex: 1: o processo de hemocaterese é a remo- ção dos eritrócitos que deixam de ser funci- onais (devem ter biconcavidade e plastici- dade para poder realizar a função de troca gasosa em diversos sentidos). Na medida em que o eritrócito vai envelhecendo e fi- cando mais rígido (perde sua plasticidade); * Ele perde o potencial zeta, isto é, uma carga de repulsão que essa célula tem, então ela vai perdendo a sua plasticidade e a capa- cidade de fazer repulsão de proteínas e ou- tras substâncias que podem se aderirem a sua superfície. Quando ela fica mais rígida, acontece um fenômeno de glicação, então, o eritrócito perde a capacidade de fazer a re- pulsa de materiais e ele pode ser, por exem- plo, marcado com um carboidrato. É esse carboidrato que é reconhecido pelo macró- fago e é assim que ele fagocita eritrócitos que vão para o baço e não tem mais função de troca gasosa; * O trabalho de lixeira tecidual: pen- sando na hemocaterese ele só fagocita os eritrócitos marcados para a degradação. Existe uma sinalização que é necessária para indicar para o sistema que o aquele eri- trócito pode ser fagocitado, sendo identifi- cado através da sua glicação, sendo isso considerado um DAMP, padrão molecular associado a um dano; 2: células que morreram por apop- tose: macrofago e célula dendritica são ca- pazes de realizarem a fagocitose das células que morreram por apoptose pois essa célula murcha, se destaca do tecido e vira sua membrana plasmática ao contrário. Quando isso acontece, ela externaliza fosfatidilse- rina, um fosfolipídio de membrana. O ma- crófago tem receptor para a fosfatidilcerina, então, o que ela tem é um padrão molecular associada a um dano que é a morte celular programada; • O neutrófilo, célula dendrítica e o macró- fago realizam a fagocitose de coisas pró- prias e não próprias, assim, eles realizam a fagocitose de coisas via receptores que não são específicos para um único microrga- nismo, como o caso do linfócito na resposta imune específica; • Esses receptores são receptores para gru- pos de coisas presentes nos microrganismos ou modificadas no indivíduo, que são cha- mados de PRR (receptores de padrões mo- leculares); • Existem vários receptores de padrão dife- rentes, como os receptores do tipo Toll. Há até 13 tipos de receptores do tipo Toll que atuam como sinalizadores da célula e, sem- pre que eles são sensibilizados, ocorre den- tro da célula em que eles estão expostos uma transdução de sinais, por meio do qual é sinalizado para sistema imune inato que está ocorrendo um processo de invasão da célula por algo que não é próprio e, então, esses receptores Toll avisam se existem ou não a presença de um microrganismo; Ex: o flagelo de uma bactéria é constitu- ído por uma estrutura chamada flagelina, ou seja, é um PAMP e não é natural do indiví- duo. Existe um Toll que é capaz de se aderir a essa flagelina e, quando isso ocorre, há uma transdução de sinal e, assim, a célula nota que houve uma invasão bacteriana pela presença da flagelina • Os “Toll like receptors” podem estar na superfície da membrana plasmática ou no citoplasma dentro de vesículas; Ex: uma partícula viral de RNA de dupla fita penetra na célula. Esse RNA caminha no citoplasma da célula e encontra um re- ceptor Toll e, ao encostar nele, promove uma transdução de sinal e, com isso, a cé- lula “toma consciência” que ela foi invadida por um vírus e que ele está no meio intrace- lular. Esses receptores são importantes por indicarem a célula se existe uma invasão e qual o comportamento do invasor • A resposta inata, logo no início de uma in- vasão, consegue informar que a célula está sendo atacada e os invasores são intracelu- lares, por exemplo, então essas mensagens acontecem por meio da síntese e secreção de citocinas; • A citocina age no receptor de outra célula avisando que existe uma invasão enquanto uma outra citocina avisa que o invasor está dentro da célula; • A resposta imune inata, então, é formada por células com receptores de padrões: neu- trófilo, célula dendrítica e macrófago (esses dois últimos são as células apresentadoras de antígeno); • A célula NK é indutora de apoptose (di- fere-se do linfócito T citotóxico porque a NK observa PAMPS e DAMPS); • Tanto os macrófagos quanto as células NK reconhecem PAMPS e DAMPS pois eles têm receptores para isso. → • A resposta imune adaptativa é responsável por fazer a adaptação ao ambiente e também é conhecida como adquirida, visto que, ela é adquirida ao longo da vida pelas experiên- cias, com o passar do tempo; • Essa resposta é especifica, tendo como ele- mentos os linfócitos; • Os linfócitos possuem um receptor que só responde a um pedaço microrganismo, sendo essa região chamada de epítopo ou determinante antigênico (possui uma grande especificidade); • O linfócito que é presente no órgão lin- fóide secundário, de alguma forma, entra em contato com o epítopo, e a partir disso, o linfócito se prolifera e se diferencia em uma célula efetora para cumprir a sua função dentro da expectativa da resposta imune específica; • Mutações podem fazer com que o linfócito T deixe de reconhecer o invasor. Linfócitos B e plasmócitos: • Ao reconhecer uma estrutura específica do invasor via receptor, os linfócitos B se pro- liferam e se transformam em plasmócito, que é responsável por sintetizar e secretar anticorpos; • Então, os linfócitos B serão o braço efetor da resposta imune específica, que pode, também, ser chamada de resposta humoral (relacionada com o líquido humoral/corpo- ral); • Os anticorpos tem função de neutralização e possuem funções fisiológicas diferentes. Eles são conhecidos como imunoglobuli- nas e são secretados pelos linfócitos B di- ferenciados, que são os plasmócitos; • Os linfócitos B são gerados e se maturam na medula óssea (órgão linfóide primário), pelo processo de hematopoiese. Se os linfó- citos B maturam na medula óssea, isso sig- nifica que eles deixam o órgão linfoide pri- mário sabendo quem eles são, mas ainda são naive (“virgens”/puros), daí, eles são enca- minhados para o órgão linfóidesecundário que tem como função ativar os linfócitos; • Esses linfócitos B ficam próximos uns dos outros na forma de folículo. Nos folículos primários são encontrados apenas os linfó- citos naive, enquanto nos folículos secundá- rios podem ser notadas a proliferação dos linfócitos B após sua ativação (eles só se proliferam quando estão ativados); Ex: os linfócitos B estão presentes nos linfonodos. Em caso de algum problema causado pela presença de um microrga- nismo no interstício, por exemplo, por difu- são ele é levado até um vaso acessório (que é o vaso linfático). Esse vaso transporta esse microrganismo até um linfonodo próximo; * Ao chegar nesse linfonodo, o linfócito B consegue aderir os seus receptores em uma parte específica do microrganismo, ou seja, reconhece o epítopo ou determinante antigênico desse microrganismo * De acordo com a variabilidade gené- tica do indivíduo, ele constrói um receptor para esse epítopo. Ao se aderir nesse recep- tor, os linfócitos B se prolifera e começa a ter uma mudança de expressão gênica, se di- ferenciando em plasmócito; * O plasmócito deixa o folículo e fica na região medular do órgão linfóide secundá- rio, começando o processo de síntese e se- creção de anticorpos no local; * Esses anticorpos caem nos humores/ lí- quidos corpóreos como na linfa, sangue ou regiões de mucosa e seguem em direção do microrganismo responsável pela invasão e, não daquele que está no linfonodo, ou seja, o linfócito B no linfonodo reconhece o epí- topo e produz anticorpo que neutraliza a es- trutura do epítopo em outro local • A característica principal da resposta hu- moral é que ela é exercida a distância pelo produto celular, que é o anticorpo. O linfó- cito não precisa sair do linfonodo e seguir até a região em que se deve ser feita um combate local, na forma de plasmócito, pois o anticorpo produzido que segue em direção a reginao de combate; • Em condições normais, linfócito B fica ati- vado em um num órgão linfóide secundário ativado. Caso seja notado algum plasmócito no sangue num hemograma, significa que a resposta não está ocorrendo da forma que deveria; • Conforme o microrganismo é neutrali- zado, ocorre uma diminuição na quantidade dos plasmócitos, que se degeneram e se for- mam linfócitos B de memória, que ficam nesse mesmo órgão secundário, mas pos- suem um conhecimento prévio do micror- ganismo, ou seja, quando esse microrga- nismo entrar de novo, a resposta será muito mais rápida por já ter o anticorpo certo con- tra ele; • No primeiro contato, demora-se de 5 a 10 dias (média de 7 dias) para dar uma resposta efetora, isto é, uma resposta com concentrações de células e de anticorpos ca- pazes de combaterem efetivamente a inva- são. No segundo contato, ocorre de 1–3 dias, com uma média de 24 horas para se ter uma resposta efetora; • O receptor de um linfócito B possui uma mesma natureza estrutural que o anticorpo, sendo um “anticorpo de superfície”; • O receptor da memória imune inata é es- pecífico para algo, mas não para um micror- ganismo. Se o receptor Toll fosse específico para um microrganismo, por exemplo, ele apenas teria adesão em um determinado ví- rus. Linfócitos T helper ou CD4 positivo e linfócitos T cito- tóxico ou CD8 positivo: • Os “CD” (grupamento de diferenciação) são estruturas glicoproteínas expressas na superfície das células. O linfócito T helper expressa glicoproteínas diferentes das gli- coproteínas do linfócito T citotóxico ou ci- tolítico; • Então, essas células são morfologicamente idênticas, mas são funcionalmente diferen- tes. Existem exames específicos que conse- guem entender quem são essas células, uti- lizando marcadores que são únicos de uma célula em detrimento da outra, então, é pos- sível enxergar esse marcador; • Quando o linfócito T expressa na sua su- perfície uma proteína chamada CD4, ele é chamado de linfócito T CD4 positivo e a função dele é ser o linfócito T helper. Se o linfócito T expressar na sua superfície a gli- coproteínas CD8 positivo, sua função é in- duzir a apoptose de células infectadas; Ex: em pacientes HIV positivo faz um exame chamado de citometria de fluxo. O HIV mata os linfócitos T helper, então, o que se encontra nesse paciente é uma deple- ção/diminuição da célula T helper (que é a CD4 positiva). No paciente HIV negativo, é observado nesse exame que ele tem uma ra- zão de 2 linfócitos T CD4 positivo para 1 linfócito T CD8 positivo, então, num paci- ente com HIV positivo que toma coquetel é feito periodicamente esse exame, permi- tindo que se utilize marcadores para visua- lizar o CD4 e o CD8 na população de célu- las do paciente e se ele virar 2 CD8 para 1 CD4, ele pode não estar controlando a do- ença como esperado • Todo linfócito T expressa proteína de su- perfície CD3, ou seja, é um linfócito T CD3 positivo, mas apenas o linfócito helper ex- pressa a proteína CD4 e apenas o citotóxico ou citolítico apresentará a proteína CD8; • A célula NK tem o mesmo sistema de morte do linfócito T CD8, a diferença entre eles são os receptores de PAMPS. Células apresentadoras de antígeno: • Na resposta do tipo humoral, a bactéria en- tra no órgão linfóide secundário (linfo- nodo); • O linfócito B tem a capacidade de, ao en- trar em contato com o epítopo, proliferar-se, se diferenciar em plasmócito e secretar an- ticorpos, ou seja, esse linfócito faz o reco- nhecimento direto do epítopo; • Os linfócitos T (tanto o helper e nem o ci- totóxico) não conseguem diretamente se aderir ao epítopo (determinante antigênico). Eles precisam de uma célula que fará a co- operação celular com os linfócitos T. Es- ses linfócitos reconhecem o microrganismo através da apresentação da parte desse mi- crorganismo que é feita através de um pro- cessamento por uma outra célula, que apre- sentam “pedaços” em sua superfície, sendo estas chamadas de células apresentadoras de antígenos (macrófago ou célula dendrí- tica); • Essas células apresentadoras de antígenos estão espalhadas pelos tecidos do corpo e tem capacidade de fagocitar, em especial as dendríticas. Ao realizarem a fagocitose, elas perdem sua adesividade para o tecido e caem ou no vaso sanguíneo (pode ser con- duzida até o baço, um órgão linfóide secun- dário) ou no vaso linfático (migra até o lin- fonodo); • No órgão linfóide secundário são encon- trados os linfócitos. Os linfócitos T matu- ram no timo e, com isso, já “sabem quem são”, mas quando chegam no órgão linfóide secundário eles ainda são nair/virgem e, en- tão, esperam a chave da sua fechadura. Eles não conseguem encontrar isso sozinho e, por isso, eles precisam da cooperação das células apresentadoras de antígenos; • O macrófago ou célula dendrítica realizam a fagocitose do microrganismo, formando o fagossomo que se liga ao lissosomo, forma o fagolissomo e, com isso, tem-se um vacú- olo de digestão; • As espécies reativas de oxigênio matam esse microrganismo e várias enzimas hidro- lases o atacam, como a protease ou lipase. Em um desses ataques feitas pelo vacúolo de digestão, o epítopo estará presente, mas já separado; • Tudo aquilo que é fagocitado pela célula apresentadora de antígeno é digerido e apresentado na superfície; • Os macrófagos e células dendríticas fago- citam células próprias e não próprias. A fa- gocitose das células próprias deve ser “tole- rada” ao ser apresentada na superfície da cé- lula e, caso isso não ocorra, tem-se uma au- toimunidade acontecendo que pode gerar uma doença autoimune; • Se pedaços de microrganismos são fagoci- tados, eles são apresentados na superfície dessas células para os linfócitos T, estes que estão nos órgãos linfóides secundários; Ex: célula dendrítica encontra um mi- crorgamisno em alguma parte do organismo do indivíduo,sendo realizada a fagocitose desse microrganismo, que perde a adesivi- dade ao tecido e cai no vaso linfático por meio do qual chega até o linfonodo. No lin- fonodo ela tem processos dendríticos, vá- rios “pés” que vão esbarrando no linfócito T. Caso tenha algum receptor específico no linfócito T para algo que ela esteja apresen- tando nesses processos dendríticos, o linfó- cito T se adere nessa estrutura e libera uma sinalização inicial para se proliferar e se transformar numa célula efetora; • Um linfócito T virgem/nair, a única célula apresentadora de antígeno que pode fazer com que ele prolifere é a célula dendrítica. O macrófago também apresenta antígenos, mas ele ativa apenas os linfócitos T de me- mória e consegue conversar com linfócitos T efetores (que pode combater o microrga- nismo por ter sido previamente ativada); • As células apresentadoras de antígenos sao os macrófagos e as células dendriticas. Elas fagocitam coisas próprias e coisas nao próprias, elas têm proteínas especiais que apresentam na superfície das células tudo o que é fagocitado e elas apresentam para os linfócitos T; • As únicas células que ativam o linfócito nair são as células dendríticas. O macrófago ativa as células de memória e conversar com os linfócitos T efetores. Essa célula dendrítica sai da periferia e, ao chegar num órgão linfóide secundário apresentando pe- daços dos microrganismos, o linfócito T helper “gruda” nesses pedaços se for chave da sua fechadura e “conversam” (a célula dendrítica avisa ao linfócito T helper que o organismo está sendo atacado, se o invasor é intra ou extracelular); • Então a célula dendrítica fagocita o mi- crorganismo, comunica o organismo que há um invasor e ainda diz qual é o comporta- mento desse invasor. ela identifica que é um invasor e o comportamento dele por meio de receptores de padrão. Ao conversar com a célula dendrítica, o linfócito sabe o tipo do microrganismo e como realizar o combate, então, ele começa a sintetizar e secretar um conjunto de citocinas que vão aumentar a resposta do linfócito B ou au- mentam as respostas direta (cujo o braço efetor é o linfócito T citotóxico); • O linfócito T helper entende o compor- tamento do invasor e quem traz essa infor- mação para ele é a célula dendrítica, se di- ferenciando em uma célula efetora e coman- dando tanto a resposta humoral quanto a mediada por célula (braço efetor é o linfó- cito T CD8); • Com isso o linfócito T helper libera cito- cinas que aumentam a resposta do linfócito B e ativam o linfócito T CD8; • O linfócito T CD8, por sua vez, também tem que se ligar a uma célula apresentadora de antígeno, e a única que consegue ativar o linfócito T CD8 naive é a célula dendrí- tica. Ele se liga ao antígeno e recebe a in- formação de que o organismo está sendo in- vadido, então, ocorre a proliferação e se transforma na célula efetora citotóxica ou citolítica (ele se enche de um arsenal de in- dução de apoptose); • Via extrínseca da apoptose: pode ser ati- vada pelo TNF ou pelo ligante de FAS. A célula se liga a uma outra célula, por exem- plo, infectada e, com isso, é ativada a apop- tose, induzindo a morte celular programada; - A pro-caspase 8 é ativada a partir do mo- mento em que o receptor do FAS “gruda” um ao outro, formando um domínio de morte celular. A pro-caspase 8, então, se auto cliva e faz a ativação das caspases exe- cutoras do processo, sendo uma uma cas- pase iniciadora do processo de apoptose por essa via extrínseca; - O linfócito citotóxico pode ativar essa via extrínseca da apoptose por esse sistema (pa- tologia); - O linfócito T CD8 positivo induz a apo- ptose celular. Quando ele for a célula efe- tora, ele tem um grânulo cheio de instru- mentos de apoptose chamado de granzima b hiperforina; - Esse linfócito T CD8, quando encontra uma célula infectada e já houve a transfor- mação em uma célula efetora (é a célula que tem os grânulos), ele identifica essa célula infectada, se adere e degranula na célula. Então, ele libera uma perforina que perfura a célula infectada e, com isso, libera a gran- zima B, que entra por essa perforina e ativar a pro-caspase 3, transformando-a em cas- pase ativa executora do processo de apop- tose; • A morte induzida pelo linfócito T CD8 po- sitivo é a mais eficiente por não haver um ponto de retorno. Assim que o linfócito T CD8 encontrar uma célula infectada, ele irá se aderir e liberar seus grânulos nela, resul- tando na sua morte; • O linfócito T helper é responsável por co- mandar a chamada dicotomia da resposta imune específica. Ele possui 2 tipos de res- postas efetivas: uma resposta chamada de humoral cujos os braços efetores são os linfócitos B e uma resposta celular cujo o braço efetor é o linfócito T CD8+/citotóxi- cas ou citolítico; • O linfócito T helper estabelece uma comu- nicação com os linfócitos B e com o linfó- cito T CD8; - Se o invasor for mais intracelular, ele pre- fere aumentar a resposta celular/direta que é a resposta do tipo celular (célula a célula) que mata todo mundo de uma vez; - Se o invasor for extracelular, ocorre a de- tecção do microrganismo pela célula dendí- drica, que apresenta um pedaço do invasor ao linfócito T helper, que sinaliza o linfócito B que se diferencia em plasmócito e produz anticorpo específico contra aquele invasor. O linfócito T helper muda o tipo de anti- corpo do linfócito B e aumenta a resposta do tipo humorais; • A resposta inata que sinaliza para a res- posta imune específica se tem invasor e qual o seu comportamento. Se as células apre- sentadoras de antígeno não conseguem identificar o microrganismo e o comporta- mento do invasor, há um erro na sinalização feita pelo linfócito T helper e na síntese de anticorpos pelo linfócito B. Alguns micror- ganismos tem pobreza de PAMPS, isto é, padrões moleculares presentes no invasor, e se não tem reconhecida a variabilidade ge- nética na sua célula dendrítica para essas estruturas (que neste caso já é pouca), ela dá informação errada para o T helper, resul- tando na síntese incorreta de anticorpos e uma resposta imune inefetiva ou insufici- ente. Resposta Imune Inata Adquirida Características Desenvolvimento Nascimento Durante a vida (passiva ou ativa) Especificidade PAMPs e DAMPs Para porções (epítopos) de micró- bios e não-microbianos Memória Nenhuma Sim Intensidade Mesma Aprendizagem por experiência Tolerância a si próprio Sim Sim Componentes Barreiras celulares, químicas e moleculares Pele, mucosas, cílios, barreiras de pH, lisozima Linfócito e seus produtos celulares Proteínas do sangue Sistema Complemento Anticorpos Células Fagócitos (macrófagos, células dendríticas e neutrófilos) e células NK Linfócitos → • A resposta imune inata é desenvolvida desde o nascimento. A resposta imune adaptativa vai surgir durante a vida, adqui- rida pela experiência; • A resposta imune pode ser adquirida ou de forma passiva ou de forma ativa; - Passiva: ocorre a transferência ao indiví- duo de anticorpos produzidos por um ani- mal ou outro ser humano, com uma imuni- zação rápida e eficiente, mas temporária; Ex: 1: ocorre pela transmissão vertical de anticorpos de memória da mãe para o feto, durante a gestação. Essa resposta é de curto prazo, dura no máximo até o sexto mês de vida do bebê, porque a mãe passa os anti- corpos prontos e o bebê não tem as células que vão produzir esses anticorpos; 2: a administração do soro após uma pi- cada de cobra leva uma resposta pronta e, por isso, é pouco duradoura durando apenas cerca de uns 3 meses. ao fazer um procedi- mento no hospital e sem querer você tem contato com o sangue de um paciente infec- tado pelo vírus da hepatite b, um vírus ex- tremamente infeccioso, o melhor procedi-mento é administrar soro no paciente - Ativa: ocorre quando o próprio indivíduo e seu sistema imune, ao entrarem em con- tato com uma substância estranha, respon- dem produzindo anticorpos e células imu- nes. Essa resposta é duradoura, visto que, as células que vão produzir os anticorpos já es- tão “prontas”, logo os linfócitos B efetores estão ativados. Esse contato pode acontecer por uma doença sintomática, doença assin- tomática ou oligossintomática ou pelo pro- cesso de vacinação: contato anterior com o indivíduo para que ele tenha uma memória imunológica (muito mais duradoura do que a resposta do tipo passiva). → • Trata-se da capacidade que o sistema imune apresenta de responder de maneira rápida e efetiva a patógenos encontrados an- teriormente, mostrando a persistência de populações clonais de linfócitos específicos ao antígeno; • As respostas de memória são denominadas secundárias, terciárias e assim por diante, dependendo da quantidade de vezes que ocorre exposição ao antígeno, também diferem qualitativamente das respostas pri- márias, onde nota-se claramente a diferença nas características de antígenos produzidos em respostas primárias e secundárias; • Reconhecimento → ativação → efetuação → declínio → memória. Erros do sistema imune → • Trata-se de uma desordem e/ou falha no sistema imunológico, em que se há uma in- capacidade de se estabelecer uma imuni- dade efetiva e resposta ao antígeno, po- dendo afetar qualquer parte do sistema imune. Fisiológicas: • Pode ocorrer no recém-nascido, em que ele adquire até o 6° mês de vida a resposta imune adaptativa; • Imunosenescência: conforme fica mais velho passa a ter deficiências imunológicas, é considerado população prioritária para campanhas de vacinação, sendo que, tam- bém há presença de mais tumores. Patológicas (relacionadas a doenças): • Imunodeficiência primária: estas pos- suem um caráter hereditário (genético) e congênitas geralmente com fenótipos ex- pressados de forma precoce; • Agamaglobulinemia de Burton ligada ao X: ausência dos linfócitos B e então bai- xos níveis de gamaglobulinas (anticorpos) por defeito genético; • Síndrome de DiGeorge: dificuldade de maturar os linfócitos T por conta que o timo estará ausente no recém-nascido; - Receptor de citocina com apenas uma perna, logo, a citocina tenta se ligar mas não tem anteparo, logo a célula tem dificul- dade de proliferação. • Imunodeficiência secundária: é adqui- rida a partir do ambiente com a presença do vírus; - AIDS: contaminação pelo vírus HIV (ví- rus da imunodeficiência humana) que para- sita os linfócitos T CD4+ causando uma in- fecção nessas células e então a depleção da quantidade desses linfócitos; - Quimioterapia: contra leucemias (neo- plasia); - Pacientes transplantados: há uso de imunomoduladores (corticóides) que po- dem inibir a interleucina 2 (possui como função a proliferação das células da res- posta imune); - Desnutrição proteica calórica; - Esplenectomia: retirada do baço. → • São as respostas excessivas/exageradas do sistema imune; • Tipo 1: também chamadas de hipersensi- bilidade imediata, trata-se da atopia (aler- gia) mediada pelo anticorpo IgE com envol- vimento dos mastócitos e basófilos pela pre- sença da histamina que causa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Ocorrem nas três primeiras horas, podendo estender até 24h, sendo as de maior número de ocorrência; • Tipo 2: as respostas são mediadas por an- ticorpos e pelas proteínas do sistema com- plemento alteradas (presentes nos humores a fim de serem notificadas nos processos in- flamatórios e para a lise de algumas estrutu- ras, visto que, ela irá aderir ao antígeno e ajudará na fagocitose pelos macrófagos, po- dendo se ligar às células do próprio orga- nismo), compreendendo as doenças autoi- munes; Ex: eritroblastose fetal e artrite reuma- toide • Tipo 3: hiper-reação por formação de imunocomplexos acelerada, como IgG (principal) e IgM; Ex: artrite reumatoide, lúpus eritema- toso, vasculites, nefrites e artrites • Tipo 4: são chamadas de hipersensibili- dade tardia, sendo mediada por linfócitos T CD4+ ou CD8+, em tecidos que não exigiam a presença desses linfócitos, ocorrendo após 24h; Ex: choque anafilático e dermatite de contato • As alergias são um exemplo de hipersen- sibilidade do tipo 1, variando de acordo com características genéticas que são ex- pressas por cada indivíduo; - O processo alérgico tem início pela expo- sição ao antígeno, resultando em uma res- posta pelo sistema imune; - Em um primeiro contato com o antígeno, ocorre a produção de IgM. Já em um se- gundo contato com o antígeno, o linfócito B realiza troca de classes (swift) e, ao invés trocar IgM para IgG, troca-se IgM para IgE; - Com isso, IgE se liga ao antígeno e jun- tos, se ligam aos receptores de IgE (FCépis- lonR1) da superfície de basófilos, eosinófi- los e mastócitos (BEM); - Quando os receptores FCépislonR1 en- contram IgE ocorre a degranulação das cé- lulas com uma liberação de histamina e prostaglandinas. A histamina liberada é um potente vasodilatador e é quimicamente uma amina vasogênica e pruridogênica, causando coceira e vermelhidão; - Além da histamina, ocorre a liberação de moléculas inflamatórias. Dessa maneira, não existe alergia de primeiro contato. Não é possível atribuir características genéticas ao processo alérgico, uma vez que envolve diversos fatores; - Sabe-se que filhos de pais alérgicos têm mais chance de desenvolver alergia que fi- lhos de pais não alérgicos e que pessoas que apresentam concentração elevada de inter- leucina 4 são mais pré-dispostas a desenvol- ver alergias; Ex: a asma é uma reação alérgica nos pulmões, a qual acarreta broncoconstrição, va-sodilatação, edema e inflamação. A per- sistência do alérgeno permite a cronicidade da doença. Utiliza-se anti-histamínicos para evitar o edema e broncodilatadores para o aliviar a falta de ar • O diagnóstico das hipersensibilidades do tipo 1 pode ocorrer por teste cutâneo, hemo- grama e teste de ELISA → • Trata-se da perda da tolerância, ou seja, perda da capacidade de reconhecer aquilo que é próprio do que é não é próprio; • Observa-se que o sistema imune adapta- tivo “se vira” contra o próprio indivíduo. Nem sempre leva a presença de sintomas e sinais, ou seja, da doença autoimune; • Em sua grande maioria, sua etiologia é desconhecida, dependendo de um conhe- cido tripé: característica genética, distúrbio na imuno-tolerância e fator ambiental; • Doenças autoimunes órgão-específicas: sabe-se o órgão que é atacado; Ex: tireoide de Hashimoto (hipotireoi- dismo clínico) • Doenças autoimunes sistêmicas: o ata- que é diversificado para várias estruturas.
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